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Sociedade das Ciências Antigas

A Argila

Em aquele entardecer da criação, senti passos no jardim. Era ele, o Senhor da Criação.

Acontece que, nesse entardecer, Ele parou, inclinou-se, com um olhar carregado de amor. E, de
repente, juntou-me do chão, a mim, pobre e pequeno punhado de terra e ficou a me olhar
pensativo... Remexeu-me longamente... longamente... com todo carinho!

E, então, começou a me amassar: primeiro, retirou de mim uma porção de impurezas que
atrapalhavam: pedrinhas, pedacinhos de pau, ciscos, etc. E fui ficando terra pura, do Seu gosto. Fez
ainda operações, que eu não compreendia, nem poderia compreender: "Pode por acaso um vaso
dizer ao oleiro: eu entendo disso mais do que você?" (Is 29, 16).

Eu nada perguntei. Oferecia simplesmente o meu ser em disponibilidade de amor. Deixava-me


trabalhar. Deixava que Ele me fizesse. Porque eu sabia que era obra Sua e que Ele transformava
com amor.

De fato, fui tomando forma. Uma forma à maneira Sua, à Sua imagem! Para que haveria eu de
servir no futuro? Eu não o sabia. "Como argila nas mãos de um oleiro, assim estava eu em Suas
mãos" (Jr 18,6). E fui-me tornando obra de Deus. E Ele aplicava Seu coração em aperfeiçoar-me,
pondo cuidado vigilante em tornar-me bela e perfeita" (Eclo 38, 31).

Depois, veio uma etapa difícil, porque fui a um forno superaquecido que ao barro veio dar força e
consistência. É o calor e o valor de minha vida que leva a bom termo a obra de Suas mãos, o Senhor
Criador. A cada vaso muito querido, Ele dá contornos de eternidade.

Então, comecei a olhar em torno de mim. E descobri outros vasos que Suas hábeis mãos e cheias de
amor haviam amassado e modelado artisticamente. Sem se cansar, dava Ele mais outra demão
àqueles que não haviam saído bem. Cada um tinha sua forma e sua cor, sem dúvida, isso conforme
o destino de cada um no mundo. Mas, do mais humilde ao mais rico, todos eram lindos, todos bem
feitos. Ele nos tinha feito como ele bem o desejava...

Pode, por ventura, um vaso perguntar ao oleiro: por que me fizeste assim? Não tem o oleiro poder
sobre o barro para fazer da mesma argila um vaso de uso nobre e outro de uso vulgar?" (Rm 9, 20-
21).

Ó Oleiro Divino, Criador e Pai, permite que se cumpra em mim a obra que começaste. Seja meu
projeto o teu projeto sobre mim! Amem.

FIM

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