Você está na página 1de 42

AÇO E MADEIRA

AULA 13 – VIGAS MISTAS AÇO‐CONCRETO

Prof.ª Deborah M. S. Madalozzo, MSc. 
Aço e Madeira – Aula 13

OBJETIVOS DA AULA

Introdução ao assunto Vigas mistas de aço‐concreto
Aço e Madeira ‐ Aula 13

MATERIAL DE APOIO

PFEIL, Walter; PFEIL, Michèle. Estruturas de aço: dimensionamento


prático de acordo com a NBR 8800:2008. 8ª edição. Rio de Janeiro:
LTC, 2008. 335 p.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Denomina‐se viga mista aço‐concreto a viga formada pela associação de um 
perfil metálico com uma laje de concreto, sendo os dois elementos ligados 
por conectores metálicos.

Estruturas mistas aço‐concreto: 
(a)  viga mista típica e seus 
elementos; 
(b) viga com perfil de aço 
embebido no concreto; 
(c) pilar misto; 
(d) viga mista com fôrma 
metálica (steel deck) com 
nervuras dispostas 
perpendicularmente ao eixo da 
viga.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Viga mista aço‐concreto

Seções mistas em vigas


Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

No sistema misto, a laje de concreto é utilizada com duas funções:

Laje estrutural;

Parte do vigamento.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Em estruturas de edifícios e pontes, nas quais a laje desempenha suas duas 
funções eficientemente, o emprego de vigas mistas conduz a soluções 
econômicas.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Em edificações, um sistema utilizado correntemente é o da viga com forma 
metálica incorporada à seção   steel deck
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

steel deck

• A concretagem da laje é feita sobre chapas de aço corrugadas que, após o 
endurecimento do concreto, permanecem incorporadas à viga mista.

• As nervuras da chapa podem ser paralelas ou perpendiculares ao eixo da 
viga. 

• A aderência conferida por indentações e mossas existentes na chapa 
permite que esta atue como armadura da laje de concreto, além de 
escoramento, resultando em um sistema estrutural de laje mista aço‐
concreto, bastante eficiente e econômico.

http://www.youtube.com/watch?v=SMJd3vSy6IY
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

steel deck
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Além da viga mista tradicional, outros sistemas compostos de concreto e 
aço têm sido desenvolvidos e empregados, como:

• colunas mistas:

perfil metálico envolvido por concreto (c), ou

perfil tubular preenchido com concreto

• vigas embutidas no concreto (b)
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

OUTRAS ESTRUTURAS MISTAS

Estrutura de edifícios
metálicos e mistos

Ponte Mista

Pavimento misto
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

HISTÓRICO

As vigas mistas passaram a ter grande utilização após a II Guerra Mundial.

Anteriormente, empregavam‐se vigas metálicas com lajes de concreto, sem 
considerar no cálculo a participação da laje no trabalho da viga.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Esta participação já era, entretanto, conhecida e comprovada pelas 
medidas de flechas das vigas com lajes de concreto.

A carência de aço após a guerra levou os engenheiros europeus a utilizar 
laje de concreto como parte componente do vigamento, iniciando‐se 
pesquisas sistemáticas que esclareceram o comportamento da viga mista 
para esforços estáticos e cíclicos.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

CONECTORES DE CISALHAMENTO

São dispositivos mecânicos destinados a garantir o trabalho conjunto da 
seção de aço com a laje de concreto.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

O conector absorve os esforços cisalhantes horizontais, que se desenvolvem 
na direção longitudinal, na interface da laje com a mesa superior da seção de 
aço, e ainda impede a separação física desses componentes.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

CONECTORES DE CISALHAMENTO

Formas construtivas utilizadas:

O pino com cabeça é o mais utilizado.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Conectores de cisalhamento tipo Stud Bolt
Por oferecerem bom desempenho, os conectores são largamente 
empregados em estruturas metálicas para obras de grande porte, como 
edifícios, viadutos, pontes, usinas de energia, entre outras.
Soldados à viga de aço, os Stud Bolts fazem a integração entre a parte de 
aço e de concreto.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Conectores de cisalhamento tipo Stud Bolt

• A soldagem do conector à viga é feita por eletrofusão, que é um 
processo extremamente prático e rápido, utilizando uma pistola especial 
controlada por temporizador. 

• Na extremidade da peça está engastada uma esfera de fluxo sólido, 
que serve como desoxidante e estabilizador do arco de solda.

• Um anel cerâmico com configuração específica colocado sobre o 
conector delimita a área de soldagem.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Conectores de cisalhamento tipo Stud Bolt
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Conectores de cisalhamento tipo Stud Bolt

http://www.youtube.com/watch?v=2PO_3pKXYMk
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

CONECTORES DE CISALHAMENTO

• O comportamento dos conectores e suas resistências ao corte (Qu) são 
determinados por ensaios padronizados, cujos resultados são dados em curvas 
esforço cortante x deslizamento (entre a superfície do concreto e do aço).

• De acordo com sua 
capacidade de deformação 
na ruptura (δu), os 
conectores podem ser 
classificados em dúcteis e 
não‐dúcteis.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

FUNCIONAMENTO DA SEÇÃO MISTA

A figura abaixo apresenta duas situações de vigas simplesmente apoiadas 
sob carregamento vertical aplicado sobre a superfície da laje

b)

c)

d)
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

A figura b) refere‐se a uma viga metálica não ligada à laje de concreto por 
meio de conectores.

Desprezando‐se o atrito entre os dois materiais na superfície de contato, 
ocorre o deslizamento, e os dois elementos, laje e viga, trabalham 
isoladamente à flexão, isto é, cada um participando da resistência à flexão 
de acordo com sua rigidez.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Por outro lado, as figuras c) e d) referem‐se a vigas mistas cuja ligação 
concreto‐aço é feita por meio de conectores dúcteis
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Nas vigas mistas distinguem‐se três etapas de comportamento para cargas 
crescentes (admite‐se carga uniformemente distribuída em viga biapoiada):

* Seção mista com interação completa 

* Seção mista com interação parcial 

* Ruptura
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO
* Seção mista com interação completa  sem deslizamento na interface aço‐concreto

• No início do carregamento, o fluxo cisalhante H transferido pelos conectores
(proporcional ao esforço cortante na viga) tem distribuição linear

• Os conectores extremos são os mais solicitados, mas o esforço é pequeno e os conectores 
apresentam pouca deformação  assim pode‐se dizer que não há deslizamento na 
interface aço‐concreto

• A flexão se dá em torno do eixo que passa pelo centróide da seção mista
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO
* Seção mista com interação parcial   com deslizamento na interface aço‐concreto

• Com o acréscimo do carregamento e, conseqüentemente, do fluxo cisalhante 
horizontal, os conectores extremos passam a apresentar deformações mais 
significativas chegando à plastificação, enquanto que os conectores intermediários e 
centrais ainda se encontram pouco deformados.

• A deformação plástica dos conectores se traduz em um deslizamento da interface 
aço‐concreto e como conseqüência reduz‐se a eficiência da seção mista à flexão.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

*cont. Seção mista com interação parcial

• O diagrama de deformações apresenta duas linhas neutras que, entretanto, não são 
tão afastadas quanto aquelas para viga de aço e laje de concreto sem conectores

SEM CONECTORES
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

* Ruptura

• A ductilidade dos conectores permite que eles se deformem mantendo sua 
resistência e que os acréscimos de esforços sejam transferidos aos conectores menos 
solicitados.

• Dessa forma, com o aumento de carregamento, as tensões normais inicialmente 
em regime elástico atingem o escoamento no aço e/ou resistência no concreto.

• Desenvolve‐se então a plastificação da seção mista desde que não ocorram, 
previamente, a flambagem local ou flambagem lateral.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO
* cont. Ruptura

• Neste caso, a resistência de uma viga mista é determinada pela plastificação de um 
de seus componentes, a saber:

> Concreto sob compressão

> Aço sob tração (ou tração e compressão)

> Conector sob cisalhamento convencional
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

CONSTRUÇÕES ESCORADAS E NÃO ESCORADAS

As vigas mistas podem ser construídas com ou sem escoramento.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Nas vigas construídas com escoramento, a seção de aço não é solicitada durante o 
endurecimento do concreto. 

Uma vez atingida a resistência necessária ao concreto, o escoramento é retirada e as 
solicitações devidas ao peso próprio (g) e outras cargas (q) aplicadas posteriormente 
atuam sobre a seção mista, resultando no diagrama de deformações:
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

No caso de viga construída sem escoramento, o peso do concreto fresco e o peso 
próprio de aço atuam apenas na seção do aço. 

As cargas q aplicadas após o endurecimento do concreto incidem sobre a seção mista 
resultando no diagrama composto de deformações:
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

O comportamento da viga para ação de momentos fletores crescentes nos casos de 
construção escorada e não escorada é mostrado na figura abaixo.

>> Onde se observa que os deslocamentos 
verticais devidos à carga g na viga escorada 
são bem menores do que na viga não 
escorada, uma vez que todo o 
carregamento  (g + q) atua no sistema mais 
rígido da seção mista.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

>> Entretanto, no estado limite último, as 
tensões de plastificação que se 
desenvolvem em uma certa viga mista 
são as mesmas nos dois casos de 
construção e, portanto, a viga atinge o 
mesmo momento fletor resistente, seja 
ela escorada ou não.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

>> Em decorrência do sistema construtivo, a viga não escorada pode apresentar 
problemas de deslocamentos excessivos durante a construção e em serviço.

>> Por outro lado, evitam‐se os custos do escoramento e restrições de espaço 
disponível na obra.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

VIGAS MISTAS SOB AÇÃO DE MOMENTO FLETOR NEGATIVO

O comportamento na região de momento negativo de vigas contínuas ou em 
balanço é caracterizado pela tração da laje de concreto e sua consequente 
fissuração.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Outra importante característica, em contraste com a região de momento positivo, é 
que a mesa comprimida (inferior) da seção de aço está livre e, portanto, fica 
sujeita a flambagem local.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

Além disso, a viga mista fica sujeita também à flambagem lateral, que neste caso 
ocorre sem a torção da seção devido ao impedimento oferecido pela laje de 
concreto.

A flambagem denomina‐se, então, lateral por distorção, com a mesa inferior 
comprimida deslocando‐se lateralmente e a alma deformando‐se por flexão.
Aço e Madeira – Aula 13

INTRODUÇÃO

CRITÉRIOS DE CÁLCULO

Segundo a NBR 8800, devem ser verificadas:

>> Resistência à flexão

Plastificação da seção ANEXO O  ‐ Vigas mistas 


de aço e concreto
Flambagem local da seção de aço
ANEXO P  ‐ Pilares mistos 
Flambagem lateral de aço e concreto

ANEXO Q  ‐ Lajes mistas 
de aço e concreto 
>> Resistência ao cisalhamento
Aço e Madeira – Aula 13

Fim

Você também pode gostar