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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Ciências Jurídicas

Direito Penal

Descente: Henrique Florêncio Gregório


I GRUPO

1. Quais são os fundamentos para a escolha de uma determinada Medida ou Pena Alternativa á
Pena Privativa de Liberdade? Justifique (2,0 valores)

Os fundamentos para a escolha de uma determinada Medida ou Pena Alternativa á Pena Privativa de
Liberdade são:
 Humanização da pena com vista a ressocialização do delinquente
 Evitar a sobrelotação das cadeias, evitando o encarceramento de delinquentes das

infracções de menor e médio potencial ofensivo


 A compreensão de que as cadeias muita das vezes ao invés de contribuir para a

educação contribuem para a formação de delinquentes mais perigosos


As Medida ou Pena Alternativa á Pena Privativa de Liberdade estão previstas nos artigos 89 do Código
penal aprovado pela Lei nº 35/2014 de 31 de Dezembro

2. Quais as modalidades de erro conhecem? E em que consiste cada uma delas? (2,0 valores)
As modalidades de erro que conheço são:
 Erro sobre a factualidade típica que é aquele que consiste na falsa representação da realidade
sobre o estado das coisas que o tipo garante ou descreve.
 Erro de proibição que resulta da falta de consciência da ilicitude da acção ou do conhecimento
do significado antijurídico da sua acção.
Também podemos encontrar outras categorias de erro que são: Erro de ignorância, erro de suposição,
erro de representação, erro de percepção ou intelectual, erro de execução e erro de imposição.

3. Debruce-se sobre as circunstâncias atenuantes modificativas comuns. (2,0 valores)


As circunstâncias atenuantes modificativas comuns são determinadores fatores previstos na lei que
alteram a moldura penal abstrata, são exemplo desses casos, a tentativa, a frustração, menoridade, a
sucessão de crimes e os crimes continuados estes dois últimos nos crimes de prisão maior.
4. Aborde o arrependimento activo. (2,0 valores)
Arrependimento ativo é a acção levada a cabo pelo autor de crime que impede que o crime tenha
efeitos. Ocorre quando o agente já realizou todos os actos previstos para a consumação do crime,
arrependendo-se posteriormente e assim evitando o resultado do crime. Verifica-se quando há
desistência da tentativa, tentativa abandonada engloba tanto a desistência voluntária quanto o
arrependimento eficaz.

II GRUPO

1. Veloso de 17 anos de idade, durante uma brigada com sua esposa desfere contra esta um tiro.
Logo após o acto, desesperado socorre a sua esposa ao hospital, onde a mesma é submetida a
uma cirurgia, entretanto não resiste e falece. Sabe-se que a favor e contra Veloso intervieram as
circunstancias previstas nas alíneas a,c, i, j, k, l, m, n, o e p do artigo 43 e as previstas nas alíneas a,
k, e l do artigo 37. E neste momento ele se encontra em casa de sua avó Matilde, de 80 anos de
idade que o deu guarida por forma a escapulir a justiça. Quid Iuris (6,0 valores)

(I) Agentes de crime e tipo legal de crime


Veloso é autor material do crime de Homicídio voluntario qualificado contra a sua esposa nos termos da
conjugação dos arts. 20, 21 nº1 al. a) e alínea g) do artigo 157 conjugado com o artigo 155 todos do CP.
Sendo que, a MPA para este crime é m.p.a de 16 a 20 anos de prisão maior.

O veloso tem 17 anos, sendo portanto menor de 18 anos e maior de 16 anos de idade, é inimputável
relativamente, nos termos do artigo 47 nº 1 al. a) do CP. Nestes termos ele deve responder jurídico-
criminalmente pelo acto criminal praticado. Contudo, não deverá ser lhe aplicada pena mais grave que a
de 2-8 anos, nos termos dos artigos 134 e 61 al. e) do CP.

Este crime foi praticado na forma consumada, nos termos dos artigos 12 e 157, ambos do CP. Nestes
termos, ao veloso aplica-se a m.p.a de 2-8 anos. Contudo face ao Concurso de circunstancias
atenuantes e agravantes poderá ser agravada ou atenuada conforme uma ou outras predominarem nos
termos do artigo 120 do código penal conjugado as alíneas a,c, i, j, k, l, m, n, o e p do artigo 43 e as
previstas nas alíneas a, k, e l do artigo 37. Sendo que neste caso as circunstancias agravantes são mais
fortes. E por conseguinte a penalização será de MPA de 2 a 8 anos de prisão com tendência para o limite
máximo.

A avo Matilde não será imputada nenhum crime, não será considerada encobridora nos termos do
número 2 do artigo 24 do CP por ser avó, face ao grau de parentesco

2. Gloria de 18 anos de idade, com o intuito de dar um flagra a seu marido, Fabião, de 72 anos de
idade, com a sua amante, Judite de 19 anos de idade, decide segui-lo. Mas antes confessa ao
Bento, seu irmão, de 15 anos de idade, que pretende matar a amante do seu marido, ao que
este empresta-lhe a sua arma. Tendo conseguido entrar no quarto da pensão onde Fabião
encontrava-se com Judite desencadeia-se uma discussão, mas enquanto Gloria mirava no seu
alvo, Judite, Fabião consegue arrancar a arma a Gloria. Soube-se que Fabião com o intuito da
sua esposa não ser responsabilizada criminalmente, desfez-se da arma. Joana, amiga de infância
da Gloria deu lhe guarida por forma a escapar da justiça. Quid Iuris (6,0 valores)

A Glória é autora material do TLC de Homicídio voluntario qualificado, pois houve premeditação, nos
termos da conjugação dos arts. 20, 21 nº1 al. a) e 156 todos do CP. Sendo que, a MPA para este crime
se tivesse sido consumado seria de 16-20 anos. Contudo a gloria praticou o crime na forma tentada pois
houve intenção de matar e apenas não conseguiu por vontade alheia, tendo mirado a arma para matar a
amante do marido, e na forma tentada para maiores de idade seria de 12 a 16 anos considerando
circunstancias atenuantes.

Contudo, a Gloria tem 18 anos de idade completos, sendo portanto menor de 21 anos e maior de 18
anos de idade, é inimputável relativamente, nos termos do artigo 47 nº 1 al. a) do CP. Nestes termos ela
deve responder jurídico-criminalmente pelo acto criminal praticado. Contudo, não deverá ser lhe
aplicada pena mais grave que a de 8-12 anos, nos termos dos artigos 133 e 61 al. d) do CP.

Este crime foi praticado na forma tentada, nos termos do artigo 14 e 156, ambos do CP., sendo que a
moldura penal abstrata seria de 2 a 4 anos de prisão, considerando que intervieram circunstancias
atenuantes, nos termos dos artigos 131 e alínea b) do artigo 130 ambos do CP
A Gloria e autora material de TLC de Armas Proibidas na forma consumada, nos termos dos art. 12 do
CP. Cabendo m.p.a de 8-12 anos, nos termos da conjugação dos arts. 12, 20, 20 nº1 al. c), e 358 todos
do CP.

Dado que a Gloria é menor menor de 21 anos e maior de 18 anos de idade, é inimputável
relativamente, nos termos do artigo 47 nº 1 al. a) do CP. Nestes termos ela deve responder jurídico-
criminalmente pelo acto criminal praticado. Contudo, não deverá ser lhe aplicada pena mais grave que a
de 8-12 anos, nos termos dos artigos 133 e 61 al. d) do CP.

Assim a Gloria será aplicada a pena de 2 a 4 anos de prisão nos termos da alínea b) do artigo 130
conjugado com o artigo 131 ambos do CP.

O Bento é autor material do TLC de Armas Proibidas, nos termos da conjugação dos arts. 20, 21 nº1 al.
a), 358 todos do CP.

Bento é cúmplice material do TLC Homicídio voluntario qualificado na forma tentada, pois consideramos
que ele foi facilitador. Nos termos da conjugação dos arts. 20, 23 al. b) e 156 todos do CP.

Mas o Bento dado que e menor não responderá criminalmente nos termos do artigo 135 do CP, por ser
menor de 16 anos, sendo por isso inimputável em termos absolutos nos termos do artigo 46 do CP,
alínea a).

Ao Fabião não será imputada nenhum crime, não será considerada encobridora nos termos do número
2 do artigo 24 do CP por marido face ao grau de parentesco.

A Joana, amiga de infância da Gloria deu lhe guarida por forma a escapar da justiça por isso vai
responder criminalmente como encobridora nos termos da alínea f) do artigo 24 do CP.

A moldura penal abstrata aplicável a joana será determinada nos termos do artigo 132 do CP em função
da idade, nos termos da alínea a) e b) podendo ser de 3 dias - 2 anos conjugado com a alínea d) do
artigo 61 do CP, ou se for menor de 18 anos e maior de 16 anos ou de 2 - 8 anos se for maior de 18 e
menor de 21 anos, conjugado com a alínea d) do artigo 61 do CP.

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