SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

Introdução Fatores fisiológicos:

– Sd compressiva de nervo periférico +
comum;
– Compressão do nervo mediano ao nível do
túnel do carpo;
– Túnel do carpo:
o Assoalho: lig. radiocarpais volares,
lig. intercarpais e ossos do carpo;
o Teto: retináculo dos flexores
(formado pela fáscia profunda do
antebraço, ligamento transverso do
carpo, e aponeurose entre musc. tenar
e hipotenar);
o Medial: hâmulo do hamato e
pisiforme;
o Lateral: tuberosidade do escafoide e
crista do trapézio;
o Conteúdo:
 Nervo mediano (+ superficial);
 4 flexores superficiais (2 – 3 – 4 –
5);
 4 flexores profundos (2 – 3 – 4 – 5);
 Flexor longo do polegar;
Epidemiologia
– Mulheres (3x), 40 – 60 anos;
– Unilateral é + frequente (34% bilateral);
– 51% ocorre na mão dominante;
– Aumento da pressão no túnel >20-30mmHg
gera isquemia do nervo;
Etiologia
*** maioria idiopático ***
Fatores anatômicos:
– Redução do espaço;
– Aumento dos componentes;
– DM2, alcoolismo;
– Neuropatias;
– Alteração do equilíbrio de flúidos
(gravidez, menopausa, hipotireoidismo,
obesidade, DRC, AR, doenças auto-
imunes);
Fatores de risco
– Sexo feminino;
– Obesidade, sedentários, sobrepeso;
– Tabagismo;
– Trabalho relacionado a vibração (indústria);
Classificação
Classificação de Dellon e Mackinnon:
– Leve: sinais objetivos + sintomas
transitórios;
– Moderada: sintomas constantes, paresia e
hipoestesia;
– Grave: hipotrofia e alteração grave da
sensibilidade;
Diagnóstico
– O diagnóstico é clínico!
o Parestesia em território do nervo
mediano (sintoma + comum);
o Melhora com movimento;
o Dor nem sempre presente,
inicialmente noturna e ao amanhecer;
pode irradiar para antebraço;
o Atrofia muscular tenar (estágio +
avançado);
o Quando acometem grávidas, os
sintomas tendem a sumir após o
parto);
– Exame físico:
o Alteração sensitiva do n. mediano;
o Atrofia tenar: evolução tardia,
fraqueza na pinça;
o T. de Phalen: flexão aguda do punho -
1min;
o Teste de Phalen invertido: punho em
dorsiflexão;
o Sinal de Tinel;
o Teste de Durkan: punho em leve
flexão + compressão do nervo
mediano (30 seg);
  É + específico (90%) e + sensível
(87%);
o Teste de torniquete: inflado no braço
por 1 minuto;
o Testes sensitivos: monofilamento,
vibratório, discriminação 2 pontos (+
se >2,83);
 Pesquisar alteração sensitiva na área
do triângulo palmar:
 Diferencial para compressão
proximal do mediano;
 Entre região tenar e hipotenar;
 Inervada pelo ramo cutâneo do
mediano (origem 6cm proximal ao
túnel, e passa fora do túnel, entre
palmar longo e FRC);
Procedimento: abertura do ligamento transverso
do carpo;
– Acesso longitudinal:
o Prolongamento do bordo radial do
anelar, entre prega palmar proximal e
1cm distal ao hâmulo do hamato;
o Cuidado com arco arterial palmar
superficial, a 8mm margem distal do
ligamento transverso;
o Cuidado com ramo cutâneopalmar do
nervo mediano (perto da prega
palmar, entre PL e FRC;
o Abrir o túnel do lado ulnar;

Avaliação por imagem

ULTRASSONOGRAFIA:
– Sensibilidade 97% quando nervo >10mm2;
– Pode dar dx, e avalia alteração anatômica;

ENMG:
– Padrão ouro; – Acesso transversal:
– 90% sensibilidade e 60% especificidade; o Entre região tenar e hipotenar, entre
– Confirma diagnóstico clínico; FUC e FRC;
– Latência sensorial (>3,5ms) e motora o Aumenta risco de lesão do ramo
(>4ms); cutaneopalmar do mediano e motor
– Velocidade <50m/s = STC; tenar;
RADIOGRAFIAS: – Acesso ziguezague: maior morbidade,
– RX Tunel view do carpo; melhor visibilidade;
– Descartar anormalidades ósseas; – Endoscópica: alto custo, mais
BIÓPSIA: tecido fibroso benigno, sem complicações, acesso mínimo, permite reab
inflamação, aumento colágeno tipo 3; precoce;
RESSONÂNCIA: bom exame mas pouco usado – Acesso mínimo: sem exploração, pode ter
de rotina; reab precoce, pode ter lesão iatrogênica;
LABORATÓRIO: avalia doenças sistêmicas;
Complicações
Tratamento conservador – Alívio incompleto (12% reop);
Indicações: – Lesão do ramo cutaneopalmar sensitivo ou
– Casos leves e recentes; motor;
– Sem atrofia muscular; – DSR;
Métodos: – Sensibilidade na cicatriz;
– Repouso, AINES, tala em leve extensão; – Rigidez dos dedos;
– Fisioterapia; – Neurite;
– Injecção com CTC (alívio temporário); – Recorrência:
– Controle das doenças sistêmicas; o 12% necessitam de nova cirurgia;
Mau prognóstico: >50 anos, sintomas >10 o Causas: liberação incompleta, nova
meses, parestesia constante, tenossinovite
formação do retináculo, cicatrizes,
estenosante flexores, Phalen+ em <30 segundos;
neuromas, tenossinovite
granulomatosa ou inflamatória,
Tratamento cirúrgico cicatriz hipertrófica;
Indicações:
– Falha do tto conservador inicial otimizado;
– Casos intermediários e crônicos;
– Hipotrofia muscular tenar;