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TEXTO DE ORIENTAÇÃO AOS PAIS

CRIANÇA E LEITURA: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES

Criança começa a ler muito antes de saber decifrar o código escrito. A leitura das imagens é
uma habilidade que ela adquire antes, por exemplo. Mas há outros sinais importantes para que a leitura
vá se conjugando como um conceito amplo: a criança lê o espaço onde está inserida, lê a emoção que
vem das pessoas com as quais ela interage, compreende a fala, a oralidade, que é de alguma forma um
código também linguístico e, por fim, reage a cada uma dessas manifestações.
Para que tudo isso se torne eficiente no processo de aquisição da leitura, a criança precisa ter
acesso e conviver com esses códigos desde cedo. E os pais têm papel fundamental nisso! Contar
histórias para as crianças desde a gestação é uma ação possível e bem-vinda! Assim, a criança vai se
acostumando com o ritmo da fala da mãe, com a musicalidade, com as ondas e frequências de uma fala
afetiva, que criam proximidade e geram segurança. Mas outras ações interativas são importantes para
preparar o aparecimento do leitor: cantar, brincar, construir coisas, criar, assistir a filmes, conversar,
debater e, principalmente, instituir um ambiente leitor, no espaço da escola, mas também no espaço da
casa. Mesmo que seja uma única prateleira, onde estejam os livros da criança, numa altura em que ela
possa alcançar. Podem ser livros de pano, livros emborrachados, de plástico, para os primeiros
momentos em que há um ímpeto em rasgar! Livros cartonados, que são mais duros etc.
Além do contar histórias, é importante ler também para a criança, para que o objeto livro fique
presente e seja uma realidade na vida dela. Frequentar a biblioteca da escola ou a biblioteca do bairro,
passear pelas livrarias, mexer nos livros, sempre que possível acompanhada dos pais.
Livros também podem ser dados de presente às crianças, em datas especiais! Mesmo que se
opte por presenteá-las com brinquedos ou roupas em datas como aniversários, Natal etc., o livro pode
fazer parte deste pacote, sem eliminar as outras coisas, se for o caso!
Essas primeiras aproximações ao universo da leitura, e, portanto, sociocultural, serão ainda
mais fortes se a criança se acostumar a ver a leitura e o livro como um valor positivo no ambiente que a
rodeia. Para isso é importante que ela veja os pais lendo, as pessoas que ela gosta lendo, as pessoas
com quem convive mais no seu dia-a-dia lendo! Livros, jornais, revistas, folhetos, tudo é bem-vindo!
A escola não pode ser a única responsável por inserir o objeto livro no universo da criança.
Os pais não podem deixar de fazer sua parte! A escola também não pode deixar de fazer a sua parte.
Uma complementando a outra!
E para que a necessidade de formar o leitor desde a infância torne-se ainda mais abrangente,
pode-se fazer a criança conviver com a leitura através de outras linguagens artísticas, desde cedo!
Portanto, o teatro, o circo, a dança, o cinema, o museu, o parque, a brinquedoteca, a livraria podem e
devem estar no roteiro das atividades artístico-culturais da infância. Não esporadicamente, mas com
frequência. É a repetição que vai criar a familiaridade e a visão crítica. As crianças sabem, desde muito
cedo, manifestar suas opiniões sobre o que lhes agrada ou não; sobre o que tem qualidade e lhes
atinge ou não! E são quase sempre imediatas! Nós, adultos, precisamos é ter olhos pra ver e ouvidos
para escutar!
Celso Sisto

Escritor; Ilustrador; Contador de Histórias do Grupo Morandubetá (RJ); Ator; Arte-educador; Crítico de Literatura
Infantil e Juvenil; Especialista em Literatura Infantil e Juvenil, Mestre em Literatura Brasileira.
Revista Aprendizagem – Ano 2 – Janeiro/Fevereiro – 2008.

André – 28/01/09
Rev.: TM

OSG.: 13235/09

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