integralização da carga horária mínima do ano letivo de 2020, com a validação das atividades não presenciais, objetivando a reorganização do calendário escolar, à luz da Lei Federal nº 14.040, de 18 de agosto de 2020 bem como normatiza contribuições ao Protocolo de Retorno às Atividades Educacionais na vigência da Pandemia da Covid-19.
O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições e
prerrogativas que lhe confere a legislação vigente, e considerando: a Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - LDB, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional; a Lei Federal Nº 13.632, de 6 de março de 2018 que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor sobre educação e aprendizagem ao longo da vida; a Lei Federal Nº 14.040, de 18 de agosto de 2020, que estabelece, dentre outros fatores, diretrizes acerca das normas educacionais atinentes ao calendário de aulas para os anos atingidos pelo estado de calamidade pública, contíguo ao Decreto Legislativo Nº 6, de 20 de março de 2020; a Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017, que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica; a Resolução COMED nº 02, de 21 de julho de 2020, que institui e orienta a implantação do Referencial Curricular de Maceió, a ser utilizado ao longo da educação infantil e do ensino fundamental e respectivas modalidades no âmbito do Sistema Municipal de Ensino de Maceió; o Parecer CNE/CEB Nº 5, de 7 de maio de 1997, no qual se manifesta a admissibilidade do planejamento das atividades letivas dissociadas do ano civil e, de modo síncrono, a incontestabilidade da equiparação entre atividades escolares realizadas na escola e em outros locais fora do seu espaço físico, contudo com seu assenso e concordância; o Parecer CNE/CEB nº 5, de 28 de abril de 2020 que trata de normas para a Reorganização do Calendário Escolar e da possibilidade da carga horária mínima anual, em razão da Pandemia da COVID-19; o Parecer CNE/CEB nº 11, de 7 de julho de 2020 que define Orientações Educacionais para a Realização de Aulas e Atividades Pedagógicas Presenciais e não-Presenciais no contexto da Pandemia da COVID-19; o Parecer CNE/CEB nº 15, de 6 de outubro de 2020 que preconiza Diretrizes Nacionais para a implementação dos dispositivos da Lei nº 14.040, de 18 de agosto de 2020, que estabelece normas educacionais excepcionais a serem adotadas durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020; o Parecer CNE/CEB nº 19, de 08 de dezembro de 2020 que versa sobre Reexame do Parecer CNE/CP nº 15, de 6 de outubro de 2020, que tratou das Diretrizes Nacionais para a implementação dos dispositivos da Lei nº 14.040, de 18 de agosto de 2020, que estabelece normas educacionais excepcionais a serem adotadas durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020. RESOLVE: Art. 1º As instituições de ensino de educação básica estão dispensadas dos duzentos dias letivos, nos termos que preconiza a Lei Nº 14.040/2020. § 1º Para a educação infantil observe-se o disposto no inciso I do Art. 2º da Lei Nº 14.040/2020, na excepcionalidade do cumprimento dos dias letivos e da carga horária mínima anual. § 2º A carga horária mínima anual para o ensino fundamental é de 800h conforme explicita o inciso I do Art. 24 da LDB. Art. 2° A reorganização do calendário escolar do ano letivo afetado pelo estado de calamidade pública referido obedecerá aos princípios dispostos no Art. 206 da Constituição Federal, especialmente o da igualdade de condições para o acesso e a permanência nas escolas. §1° O procedimento da organização do calendário contará com a participação das comunidades escolares para sua definição, em conformidade com a Lei Federal N.º 14.040, de 18 de agosto de 2020. §2° Nos termos definidos no §3º, Art. 2º da Lei Federal N.º 14.040, de 18 de agosto de 2020, a integralização da carga horária mínima do ano letivo poderá ser feita no ano subseqüente. Ar. 3º Na organização do calendário para a reorganização do ano letivo afetado pelo estado de calamidade pública, nos termos desta Resolução, considera-se o disposto no § 2º do Art. 23 da LDB e a prática pedagógica coadunada ao seu cumprimento deve intensificar a importância dos objetivos de aprendizagem da BNCC, destacando-se os seguintes pressupostos: I - possibilidade de adoção de regimes diferenciados de organização curricular, a exemplo da alternância de períodos de estudos, ciclos plurianuais, tutoria de roteiros de estudos ou de projetos, séries anuais, grupos não-seriados - com base na idade e em outros critérios -, períodos específicos como bimestres, trimestres etc., módulos estruturados de blocos de conteúdo programados para intervalos semanais, dentre outros; II - adesão às atividades pedagógicas não presenciais desde que planejadas pelas unidades de ensino e ajustadas aos seus projetos políticos pedagógicos, com a participação dos docentes, frequência exigível e avaliação condizente com o inciso V do Art. 24 da LDB; III - participação da comunidade escolar da educação básica, na definição dos respectivos calendários, sob a prevalência do princípio da igualdade de condições para o acesso e permanência dos estudantes, postulado no Art. 206 da Constituição Federal. § 1º As instituições de ensino da educação básica que optarem por adotar atividades pedagógicas não presenciais, como parte do cumprimento da carga horária anual, poderão ajustar procedimentos para reorganização do calendário escolar do ano letivo afetado pelo estado de calamidade pública. § 2º A integralização da carga horária do ano letivo, afetado pelo estado de calamidade pública, poderá ser feita no ano subsequente, inclusive por meio da adoção de um continuum de dois anos/fases escolares, conforme preconiza o § 3º do Art. 2º da Lei Nº 14.040/2020, observadas as normas nacionais concernentes aos protocolos curriculares para a educação básica. Art. 4º No planejamento dos calendários da educação básica, admitir-se-á o que preceitua a Lei Federal Nº 13.632, de 6 de março de 2018, para o trato das responsabilidades educativas no que se refere à garantia do direito à educação e aprendizagem ao longo da vida, contemplando suas modalidades educação especial e educação de jovens, adultos e idosos, especialmente considerando a dimensão expressa no Art. 37 e do § 3º do Art. 58, da LDB. Art. 5º Para o Ensino Fundamental e suas modalidades, no que couber, orienta-se a adoção da metodologia do ensino híbrido, observando o disposto abaixo: § 1º O ensino híbrido, compreendendo atividades pedagógicas presenciais e não presenciais. § 2º O ensino híbrido deverá contemplar os aspectos abaixo: a) inclusão do conjunto das atividades curriculares na proposta pedagógica da instituição de ensino; b) cômputo da frequência às atividades desenvolvidas presencial e não presencial; c) desenvolvimento das atividades curriculares em consonância com o Referencial Curricular de Maceió; d) desenvolvimento das atividades escolares em espaços diversos, incluindo os limites físicos da sala de aula e outros espaços. Art. 6° As instituições de ensino da educação básica, em articulação com a Secretaria Municipal de Educação, estabelecerão o acolhimento do regime curricular diferenciado com aplicação de atividades curriculares nos domicílios, com outras estruturas curriculares mencionadas no Art. 23 da LDB, admitindo-se o consecutivo acervo de alternativas: I - Articulação do regime de seriação anual com: a) tutoria de roteiros de estudos ou de projetos, preestabelecida para etapas temporais selecionadas; b) módulos estruturados de blocos de conteúdo programados para intervalos semanais; c) alternância de estudos por períodos predeterminados. II - Estabelecimento de ciclos bianuais predefinidos para o ensino fundamental, adotando-se a expressão continuum de dois anos, nos termos do §3º do Art. 2º da Lei N.º 14.040/2020, considerando-se os seguintes critérios: a) com computação do tempo empregado nas atividades presenciais no ano de 2020 até o início da emergência em saúde pública, acrescido do tempo aplicado para as práticas do currículo que fizeram uso de ferramentas didáticas compreendidas na Portaria Nº 69, de 17 de abril de 2020, ou outras sob aval de cada unidade de ensino de educação básica; b) sem computação do tempo empregado nas atividades presenciais no ano de 2020 até o início da emergência em saúde pública, incorporando o tempo aplicado para as práticas do currículo que fizeram uso de ferramentas didáticas compreendidas na Portaria nº 69, de 17 de abril de 2020 ou outras sob aval de cada unidade de ensino da educação básica. III - Composição de períodos de ciclos bimestrais, trimestrais e outros, que dêem conta de articulação dos objetos de conhecimento, por componente curricular, de modo a se configurar: a) roteiro descritivo, conciso, para o plano dos ciclos, com a necessária inclusão da contagem das correspondentes cargas horárias; b) esboço categórico das responsabilidades escolares prognosticadas para a execução do sequenciamento dos ciclos. IV - Estruturação de grupos não-seriados com base na idade e em outros critérios, visando, sobremaneira, o avanço no decurso dos anos/fases, mediante avaliação conduzida pela instituição de ensino, nos termos do que preconiza a alínea c, inciso V do Art. 24 da LDB. §1° É compulsória a inserção das opções na proposta pedagógica da instituição, ouvida a comunidade escolar e deliberada pelo conselho escolar. §2° Para qualquer preferência empreendida, as redes e unidades de ensino devem observar as diretrizes da BNCC e do RCM na consecução das escolhas feitas. §3° Faculta-se às instituições o revezamento de estudantes, desde que instituídas as formas de acompanhamento das alternâncias com outras atividades previstas e, além disso, obedecidos os critérios de biossegurança e explicitadas a computação das cargas horárias dos momentos presenciais e das correlatas àquelas das atividades previstas. §4° A totalidade do tempo computado para a opção por uma ou mais alternativas constantes no inciso I deve abranger oitocentas horas, especificando as parcelas da duração relativa à seriação e aquelas vinculadas ao conjunto das escolhas. §5° A totalidade do tempo computado para a alternativa constante no inciso II deve abranger até um mil e seiscentas horas, de acordo com a carga horária pendente, incluindo a distribuição que corresponde à duração equivalente ao ano 2020 e aquela associada ao ano de 2021, feito o descritivo em tabela, com as especificações para os tempos destinados às partições. §6º A contagem do tempo para a alternativa constante no inciso III incluirá a totalidade da carga horária prevista para cada sequenciamento, computando-se a somatória para o caso particular da execução de mais de um deles. §7º A contagem do tempo para a alternativa constante no inciso IV deverá totalizar oitocentas horas para as atividades de cada grupo não-seriado e, ademais, nesse caso, fica autorizada a associação com qualquer alternativa contida no acervo anunciado no caput deste artigo, com gerenciamento direto da unidade de ensino que assim preferir. § 8º Fica autorizada, em caráter excepcional, e circunscrita à disponibilidade de vagas na rede pública, a alternativa de períodos de estudos de até 1 (um) ano escolar suplementar, para os estudantes do 5º e do 9º anos do ensino fundamental, no ano letivo subseqüente ao afetado pelo estado de calamidade pública referido, recomendando-se a aplicação do arranjo curricular disposto no inciso III do Art. 6º desta Resolução, permitida a concomitância do período de estudos com a matrícula subseqüente, sob coordenação explícita da unidade de ensino. Art. 7° O conjunto normativo conexo às estruturas curriculares de que trata o artigo anterior constitui um planejamento educacional destinado à reorganização do calendário escolar do ano letivo afetado pelo estado de calamidade pública, para redes e instituições de ensino que compõem o sistema municipal de ensino de Maceió, à luz do disposto no §3º do Art. 2º da Lei Federal N.º 14.040/2020. Art. 8°. Os órgãos gestores das redes de ensino poderão indicar outras possibilidades para além do acervo de alternativas de que trata esta Resolução, desde que se observe as prescrições da Lei N.º 14.040/2020 e tenha consonância com outras normativas vigentes no âmbito do sistema municipal de ensino de Maceió. Art. 9º Para potencializar a capacidade de respostas e estratégias à manutenção do itinerário escolar para os estudantes, como também de ratificar a proteção ao princípio da escolarização obrigatória, a garantia da conclusão da etapa do ensino fundamental e modalidades e de proporcionar meios que auxiliem na redução do impacto potencial ao fechamento provisório das escolas, ficam autorizadas as redes e instituições de ensino da educação básica do sistema municipal de ensino de Maceió, a realinhar posicionamento dos estudantes ao longo do seu fluxo escolar, nos termos do que sublinha o Art. 24 da LDB. §1º Estabelecer que o posicionamento dos estudantes ao longo do seu fluxo escolar é o que resulta da aplicação dos procedimentos de reclassificação, de aceleração de estudos e de avanços progressivos, além de reconhecimento de estudos concluídos com êxito, claramente disposto em lei, no propósito de ratificar a proteção ao princípio da escolarização obrigatória, definido no caput. §2º Definir que os resultados obtidos em processos seletivos para ingresso em anos do ensino fundamental e ou do ensino médio, em instituições regulamentadas, podem ser aplicados para a matrícula subsequente em outras unidades escolares, para aqueles estudantes que, eventualmente, não tenham concluído o ano/fase por razão da situação de calamidade pública. §3º Estabelecer que independente da opção feita pelas redes e instituições de ensino em face das alternativas de organização curricular previstas no Art. 6º desta Resolução, autoriza-se a aplicação de instrumento de verificação da/para aprendizagem, com a finalidade de proceder classificação e reclassificação de estudantes, em conformidade com a norma exarada pela LDB e pela Resolução Comed N.º 01, de 20 de dezembro de 2006 e Resolução Comed Nº 03, de 21 de junho de 2016, artigos 12, 13 e 14, à exceção dos impedimentos previstos nas normas legais. §4º Ratificar que os indicativos legais da aceleração de estudos ou avanço configuram-se como um paradigma a ser adotado pelas redes e instituições de ensino da educação básica no intuito do que expõe o caput deste artigo, em conformidade com a regulação disposta na LDB. Art. 10º Para a circunstância específica do estudante concluinte do ensino fundamental, fica estabelecida como uma possibilidade de conclusão da etapa, a realização do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA; Parágrafo único. Recomenda-se à Secretaria Municipal de Educação de Maceió, ao efetivar essa possibilidade, a emissão de instrução normativa pertinente ao assunto, destacando-se o limite etário para que a certificação cumpra a determinação legal, considerando o disposto na Resolução Comed Nº 03/2016. Art. 11 Autorizam-se as unidades de ensino da educação básica a organizar procedimentos institucionais que corroborem para a realização de estudos obrigatórios de recuperação de aprendizagens, àqueles discentes com desempenho que demonstram a necessidade de acurado cuidado pedagógico. §1º Ressaltar que as unidades de ensino dispõem de autonomia pedagógica para definir períodos apropriados para a realização dos estudos de recuperação de aprendizagem, resguardadas as orientações e alternativas dispostas nos protocolos pedagógicos dos respectivos órgãos gestores, e fica autorizada a estruturação de um modelo híbrido, que conjugue atividades presenciais e não presenciais na efetivação dos estudos de recuperação das aprendizagens dos estudantes. §2º Reiterar o disposto na Resolução Comed N.º 02/2017, para os atos de avaliação concebidos e desenvolvidos pelas unidades de ensino, incluídos nestes, os estudos de recuperação de que trata este artigo. Art. 13 Ficam validadas as aulas não presenciais, decorrentes da oferta das atividades de interação pedagógica articuladas às atividades das audioaulas, desenvolvidas pelas unidades de ensino da Rede Municipal de Ensino de Maceió, no ensino fundamental e modalidades, nos termos da Portaria Nº 69, de 17 de abril de 2020, desde que feitos os levantamentos pela Coordenação de Normas e Legislação da Secretaria Municipal de Educação e comprovados, pelas unidades de ensino, mediante registro documental, para efeito de contabilização das horas letivas já ofertadas. § 1º Considerar-se-á a integralização da carga horária já ofertada ao ciclo emergencial, para a oferta da totalidade do que preconiza o inciso II, do artigo 2º da Lei nº 14.040, de 18 de agosto de 2020, no concernente à carga horária mínima obrigatória, prevista na LDB, conjugada ao ano letivo subsequente (Continuum 2020/2021). §2º Assegurar tempos e espaços de reposição de conteúdos curriculares, ao longo do continuum de dois anos/fases escolares (Continuum 2020/2021), aos estudantes com frequência insuficiente, evitando, sempre que possível, a retenção por faltas. §3º Garantir aos estudantes em distorção idade-escolaridade, que apresentarem rendimentos acima do esperado para o ano em que estão matriculados, o direito a reclassificação com vistas a acelerar os estudos, mediante verificação do aprendizado, de acordo com o § 1º do art. 23 e a alínea b, inciso V, do art. 24 da LDB n° 9.394/1996 e a Resolução Comed nº 1/2006. §4º Assegurar a possibilidade de aceleração de estudos aos estudantes em distorção idade-escolaridade, mediante a formação de turmas específicas com acompanhamento pedagógico direcionado para a superação das dificuldades de aprendizagem diagnosticadas, visando uma promoção para anos mais adequados a sua idade. Art. 14. O retorno às atividades presenciais deve orientar-se, de forma rigorosa, pelas normas públicas explicitadas pelas autoridades sanitárias, reiterados os expedientes correlatos aos protocolos sanitários e pedagógicos, de procedimentos por elas definidos, pertinentes às responsabilidades respectivas para com as normas de biossegurança para cada rede de ensino, com alcance em cada instituição de ensino. Parágrafo único – As atividades presenciais devem ser retomadas com a manifestação das medidas de proteção à comunidade escolar, sobretudo às crianças, aos estudantes, funcionários, professores e demais profissionais da educação e suas famílias, considerando critérios sanitários específicos, fixados nos termos do município, definidos pelos órgãos de Saúde e as indicações dos órgãos gestores das redes e instituições de ensino. Art. 15 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário.
Josefa da Conceição Presidente do COMED/Maceió
Aprovada pelo Pleno Extraordinário do Conselho Municipal de Educação de Maceió-COMED,