Objetivos da
Objetivos da Unidade
Unidade
Conteúdosda
Objetivos daUnidade
Unidade
Associação de resistores;
Lei de Ohm;
Leis de Kirchhoff;
Análise de Malhas;
Estudo do capacitor em Corrente Contínua;
Estudo do indutor em Corrente Contínua;
Exercícios propostos.
1 CIRCUITOS ELÉTRICOS
Um circuito elétrico simples, alimentado por pilhas, baterias ou tomadas, apresenta uma fonte de
energia elétrica, um aparelho elétrico, fios ou placas de ligação, e um interruptor para ligar e desligar
o aparelho. Estando ligado, o circuito elétrico está fechado e uma corrente elétrica passa por ele. Esta
corrente pode produzir vários efeitos, luz, movimentos, aquecimentos, sons e etc.
Num circuito elétrico, os resistores podem estar ligados em série ou em paralelo, em função da ne-
cessidade de dividir uma tensão ou corrente, ou de obter uma resistência com valor diferente dos
valores encontrados comercialmente.
Na associação série, os resistores estão ligados de forma que a corrente que passa por eles seja
a mesma. A resistência equivalente ou total na associação em série é calculada pela seguinte ex-
pressão:
Rtotal = Requivalente = R eq = R1 + R2 + R3
Na associação paralela, os resistores estão ligados de forma que a tensão total aplicada ao circuito
seja a mesma em todos os resistores e a corrente total do circuito esteja subdividida entre eles, de
forma inversamente proporcional aos seus valores.
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Outras formas de se determinar a resistência equivalente na associação paralela:
a) Resistências iguais:
b) No caso específico de dois resistores ligados em paralelo, a resistência equivalente pode ser cal-
culada por uma equação mais simples:
Dica
A associação mista é formada por resistores ligados em série e em paralelo, não existindo uma equa-
Unidade 2
ção geral para a resistência equivalente, pois depende da configuração do circuito. Assim, o cálculo
deve ser feito por etapas, conforme as ligações entre os resistores.
23
EXEMPLO
Alguns materiais oferecem resistência à passagem da corrente elétrica, consequência do choque dos
elétrons livres com os átomos da estrutura do material. A resistência elétrica, portanto, depende da
natureza do material, de suas dimensões e da sua temperatura.
A resistência elétrica é um bipolo, isto é, consome a energia elétrica fornecida por uma fonte de ali-
mentação, provocando queda de potencial no circuito, quando uma corrente passa por ela. A inten-
sidade dessa corrente i depende do valor da tensão v aplicada e da própria resistência r.
Em 1829, o físico George Simon Ohm realizou uma experiência (figura 8) demonstrando que, num
resistor, é constante a razão entre a diferença de potencial nos seus terminais e a corrente elétrica
que o atravessa, isso é, ao utilizar uma fonte de tensão variável, um valor de resistência fixa e um
amperímetro para monitoramento do valor da corrente, concluiu que:
24
Figura 8: Experiência realizada por Ohm
Ou seja: Ao variar o valor da tensão, o valor da corrente também variava, mas o valor da resistência
se manteve constante.
DEFINIÇÃO
Enunciado da Lei de OHM:
A intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor é diretamente pro-
porcional à diferença de potencial e inversamente proporcional à resistência do
circuito.
25
Aplicando a Lei de Ohm ao circuito abaixo:
Se considerarmos uma tensão de 12V e uma resistência de 560Ω, então, determinamos a corrente
facilmente pela equação de Ohm.
Para resistência elétrica, é muito comum o uso dos seguintes submúltiplos de sua unidade de medida:
EXEMPLO
a) Numa resistência elétrica, aplica-se uma tensão de 90V. Qual o seu valor, sabendo-se
que a corrente que passa por ela é de 30 mA?
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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Resposta: Para cada caso, deveremos especificar a tensão em Volts (V) e R em OHMS (Ω).
a) I = 2V/1000 Ω = 0,002A = 2mA.
b) I = 100V/1000 Ω = 0,1A = 100mA.
c) I = 50mV/1000 Ω = 50.10-3V/1000W =50.10-3/103W = 50.10-6A = 50mA.
2) Qual deve ser a tensão em um condutor de 10KOhms de resistência, para que a corrente
tenha intensidade de:
a) 2mA.
b) 0,05ª.
d) 20mA.
Resposta: Para determinar a tensão dada à resistência e à corrente, usamos a 1ª Lei de OHM na
forma:
V = R.I se R é em OHMS e I em AMPERES, a tensão V será obtida em VOLTS.
a) V = 10.103.2.10-3 = 20V.
b) V = 10.103.5.10-2 = 50.101 = 500V.
c) V = 10.103.20.10-6 = 200.10-3V = 200mV = 0,2V.
27
5) Calcule o valor da fonte nos circuitos abaixo:
A segunda lei de Ohm estabelece a relação que existe entre os parâmetros construtivos de um dado
condutor, um fio, por exemplo, e a resistência que esse apresenta. A partir de certas constatações
apresentadas por Ohm, é possível perceber que a resistência de um fio depende do material com que
é feito, do seu comprimento e da sua espessura.
Usando materiais de mesma natureza, George Ohm analisou a relação entre a resistência r, o com-
primento l e a área a da seção transversal, enunciando sua segunda lei:
DEFINIÇÃO
A resistência elétrica r de um material é diretamente proporcional ao produto de sua re-
sistividade elétrica ρ pelo seu comprimento L e inversamente proporcional à área A de
sua seção transversal.
Onde: L representa o comprimento do fio em metros (m); d representa o diâmetro em (mm2) e ρ re-
presenta a resistividade do material.
A tabela que segue mostra a resistividade elétrica de alguns materiais usados na fabricação de con-
dutores, isolantes e resistências elétricas:
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Tabela 1: Valores médios de resistividade a 20oC
diâmetro(d )
Qual deles apresenta maior resistência elétrica? A= Π r
2
r=
2
29
Fio 1:
Fio 2:
Porque a resistividade do fio metálico é muito mais baixa que a encontrada nos materiais
citados.
Outra conclusão a respeito dessa lei está relacionada à bitola dos condutores que encon-
tramos nos mais diversos lugares: por que alguns fios são mais “grossos” que outros?
Porque sempre que se deseja permitir a condução de uma corrente de grande intensi-
dade, devem-se utilizar condutores de maior bitola, que apresentam menor resistência.
As leis de Kirchhoff são utilizadas para análise de circuitos eletrônicos, baseadas no Princípio da
Conservação de Energia.
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DEFINIÇÃO
A tensão aplicada a um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão naquele
circuito..
VA = V1 + V2 + V3
Introduzindo um símbolo novo, ∑ (sigma - letra grega) que significa “somatório de”, temos:
∑V = VA - V1 - V2 - V3 = 0
∑V é a soma algébrica de todas as tensões ao longo de qualquer circuito fechado, e essa soma é
igual a zero. Atribuímos um sinal positivo (+) para o polo maior da representação de tensão e um sinal
negativo (-) para o polo menor da representação de tensão. Observe o esquema seguinte:
∑V = 0
-VA + V1 + V2 + V3 = 0 -100 + 50 + 30 +20 = 0 0=0
Unidade 2
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EXEMPLO
Determine a tensão VB no circuito abaixo:
∑V = 0
-VA + V1 + V2 +VB + V3 = 0
Podemos agora determinar o valor de VB:
VB =+VA - V1 - V2 - V3 = 15 – 3 – 6 – 2 = 4 V
A soma das correntes que entram numa junção ou nó é igual à soma das correntes que
saem dessa junção ou desse nó. Ou seja:
∑Entram = ∑ Saem
Se considerarmos as correntes que entram numa junção como positivas (+) e as que saem da mesma
junção como negativas (-), então, a lei afirma também que a soma algébrica de todas as correntes
que se encontram numa junção comum é zero.
Curiosidade - História
Gustav Robert Kirchhoff (1824-1887)
Eletricidade Básica
32
EXEMPLO
Considere o circuito abaixo:
RESOLUÇÃO:
a) Para acharmos a resistência equivalente do circuito calcularemos, inicialmente, as
duas resistências centrais (250Ω e 500Ω) como sendo em série, em seguida, as três
resistências superiores (750Ω, 250Ω e 15Ω) como paralelas, assim obtemos:
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Ao fazermos os três últimos resistores em paralelo, obtemos:
IT = 59,43mA.
Sabemos que o resistor de 613,89 Ω possui uma queda de tensão de 15V (facilmente
deduzido ao observarmos a segunda imagem da resolução da letra “a”), assim podemos
calcular qual é a corrente que circula por esse resistor.
A corrente pode ser calculada utilizando a lei de Ohm para o resistor de 15 Ω. Para isso,
faremos:
Eletricidade Básica
IX = 22,6262mA
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2 DIVISOR DE TENSÃO
Um divisor de tensão é um circuito série, conforme mostra o esquema a seguir. Se a tensão de en-
trada é a tensão da bateria, E, e a tensão de saída é obtida em uma das resistências, R2, o seu valor
será dado por:
Caso seja conectada uma resistência entre A e B, de valor RL, o valor da tensão entre A e B diminuirá
pelo efeito de carga exercido por essa resistência, pois o valor efetivo da resistência entre A e B agora
será R2//RL.
Existem várias possibilidades de cálculo, em todas elas é necessário entrar com 3 variáveis para
obter as outras.
EXEMPLO
Para calcular a tensão medida pelo voltímetro utilizando divisor de tensão, faremos:
Unidade 2
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2.2 Análise de Malhas
Ao resolver um circuito, utilizando as correntes nas malhas, precisamos escolher previamente quais
os percursos que formarão as malhas. A seguir, designamos para cada malha a sua respectiva cor-
rente. Por conveniência, as correntes de malha são geralmente indicadas no sentido horário. Esse
sentido é arbitrário, mas é o mais usado. Aplica-se, então, a lei de Kirchhoff para a tensão ao longo
dos percursos de cada malha. As equações resultantes determinam as correntes de malha desconhe-
cidas. A partir dessas correntes, pode-se calcular a corrente ou a tensão de qualquer resistor (Figura
07).
Observe na figura um circuito com duas malhas, chamadas malha 1 e malha 2. A malha 1 é formada
pelo percurso abcda, e a malha 2 é formada pelo trajeto adefa. São conhecidas todas as resistências
e todas as fontes de tensão. O procedimento para se determinar as correntes das malhas I1 e I2 é o
seguinte:
1º passo: Depois de escolher as malhas, deveremos indicar as correntes das malhas I1 e I2 no sentido
horário. Indique a polaridade da tensão através de cada resistor, de acordo com o sentido adotado
para a corrente. Lembre-se de que o fluxo convencional de corrente num resistor produz uma polari-
dade positiva, é a polaridade por onde entra a corrente.
2º passo: Aplique a lei de Kirchhoff para a tensão, ∑V = 0, ao longo de cada malha. Percorra cada
Eletricidade Básica
malha no sentido da corrente da malha. Observe que há duas correntes diferentes (I1 e I2) fluindo em
sentidos opostos no mesmo resistor, R2, que é comum a ambas as malhas. Por esse motivo, apare-
cem dois conjuntos de polaridades para R2.
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Análise da malha 1: (sentido abcda).
- VA + I1 . R1 + R2 (I1 – I2) = 0
- VA + I1 . R1 + I1 . R2 – I2 . R2 = 0
+ I1 . (R1 + R2) - I2 . R2 = VA
No resistor R2 circulam duas correntes em sentidos contrários, por esse motivo, deveremos fazer a
diferença entre i1 e i2. Como estamos analisando a malha 1, a corrente i1 vem primeiro.
R2 (I2 – I1) + I2 . R3 + VB = 0
I2 . R2 – I1 . R2 + I2 . R3 + VB = 0
+ I2 . (R2 + R3) – I1 . R2 = - VB
- I2 . (R2 + R3) + I1 . R2 = + VB
No resistor R2 circulam duas correntes em sentidos contrários, por esse motivo deveremos fazer a
diferença entre i1 e i2. Como estamos analisando a malha 2, a corrente i2 vem primeiro.
4º passo: Quando as correntes das malhas forem conhecidas, calcule todas as quedas de tensão
através dos resistores utilizados da lei de Ohm.
Unidade 2
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1º passo: Escolha as duas malhas conforme a indicação da figura. Mostre a corrente da
malha no sentido horário. Indique as polaridades através de cada resistor
Malha 1, abcda:
- 58 + 2 . I1 + 3 (I1 – I2) = 0
+ 5 . I1 – 3 . I2 = 58
Malha 2, adefa:
3 . (I2 – I1) + 4 . I2 + 10 = 0
- 3 . I1 + 7 . I2 = - 10
Observe que as correntes das malhas I1 e I2 passam através de R2, resistor comum às
duas malhas.
5 I1 – 3I2 = 58
- 3I1 + 7I2 = - 10
+ 15 . I1 – 9 . I2 = 174
- 15 . I1 + 35 . I2 = - 50
+ 26 . I2 = 124
I2 = 4,76A
5 I1 - 3 I2 = 58
5 I1 – 3 (4,76) = 58
5 I1 = 58 + 14,31
Eletricidade Básica
I1 = 72,31 = 14,46A
5
38
4º passo: Calcule todas as quedas de tensão.
Calcule todas as correntes das malhas, as quedas de tensão e potência dos resistores
no circuito abaixo.
U2,2k = 49,456 mV
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U10K= =R10K ∙ I10K
U10K = 98,52mV
U22=50,732mV
P100= 15,936nW
P10K = U10K ∙ I1
P2,2k = 1,112µW
P1K = -14,934 ∙ I3
P1M = 97,06µW
Eletricidade Básica
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Determine I1, I2 e R, sabendo que a corrente que passa no resistor de 4Ω é de 2A.
I1 = 5A
Unidade 2
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SEGUNDA MALHA
R = 4Ω
Dados:
R1 = 100 Ω
R2 = 220 Ω
R3 = 22 Ω
R4 = 33 Ω
R5 = 47 Ω
R6 = 56 Ω
R7 = 870 Ω
Eletricidade Básica
V1 = 12V
V2 = 24V
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PRIMEIRA MALHA: SEGUNDA MALHA:
I1 = 34,896mA
I2 = -2,971mA
I3 = -26,324mA
Considerações:
• Para anular fontes de tensão, fazemos V=0, o que equivale a um curto-circuito.
• Para anular fontes de corrente, fazemos I=0, o que equivale a um circuito aberto.
EXEMPLO
Utilize os conceitos de superposição para encontrar V no circuito da figura a seguir:
Unidade 2
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1o Passo: Analisando o circuito, considerando somente a fonte de tensão:
V = V1 + V2 2 + 8 = 10V
Eletricidade Básica
V=10V
44
2.4 Teorema de Thevenin
O Teorema de Thevenin é uma ferramenta muito aplicada quando se deseja realizar o estudo de um
circuito elétrico que possui um componente variável, chamado de carga, enquanto os demais elemen-
tos são fixos.
As demais ferramentas mostram-se ineficazes neste caso porque quando a carga varia é necessário
analisar o circuito inteiro novamente.
O Teorema de Thevenin diz que “uma rede linear com dois terminais (a-b), formada apenas por fon-
tes de energia e elementos passivos, pode ser substituída por um circuito equivalente, que consiste
em uma única fonte de tensão independente (VTH) em série, com uma impedância (ZTH)”, conforme a
figura 08.
EXEMPLO
Determine o circuito equivalente de Thevenin do circuito mostrado na figura a seguir, à
esquerda dos terminais a-b.
Em seguida, determine o valor da corrente na carga, quando RL for 6Ω, 16Ω e 36Ω.
Unidade 2
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Solução:
Para determinar Vth, consideramos o circuito inicial sem a carga. Aplicando a análise de
malhas aos dois laços, obtemos:
Eletricidade Básica
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Resolvendo a equação em , obtemos . Portanto,
Quando RL = 16 Ω:
Quando RL = 36 Ω:
Unidade 2
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2.5 Teorema de Norton
Por sua vez, o Teorema de Norton nos diz que podemos substituir todo o circuito, por circuito equi-
valente contendo uma fonte de corrente em paralelo com um resistor.
EXEMPLO
Determine o equivalente de Norton do circuito abaixo:
Req = RNorton = 2k + 3k = 5 kΩ
48
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Resposta:
1º Passo: Calcular a resistência equivalente (Req):
Req = 40 + 60 + 20 = 120 Ohms.
^
Unidade 2
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Resposta:
Quando o potenciômetro estiver no mínimo, ou seja, sua resistência for zero, a tensão medida pelo
voltímetro será de 4 V.
Quando o potenciômetro estiver no máximo, ou seja, sua resistência for 1 k Ohms, a tensão medida
pelo voltímetro será de 6 V.
Resposta:
1º Passo: Calcular a resistência equivalente das duas resistências que estão em paralelo.
Como são resistências de mesmo valor, a Req = 500 Ohms.
2º Passo: Utilizar divisor de tensão para determinar o valor medido pelo voltímetro.
Resposta:
1º Passo: Calcular a resistência equivalente das resistências que estão em série.
Req = 330 + 220 + 470 = 1020 Ohms.
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2º Passo: Determinar a corrente total.
I total = V/Req = 15/1020 = 14,71 mA (Corrente medida pelo amperímetro)
Observe que:
V1 + V2 + V3 = 15V
SÍNTESE DA UNIDADE
Vimos que, num circuito elétrico, os resistores podem estar ligados em série ou em pa-
ralelo, em função da necessidade de dividir uma tensão ou corrente, ou de obter uma
resistência com valor diferente dos valores encontrados comercialmente.
Além disso, vimos que a tensão aplicada a um circuito fechado é igual à soma das que-
das de tensão naquele circuito. E que a soma das correntes que entram numa junção ou
nó é igual à soma das correntes que saem dessa junção ou desse nó.
E, por último, aprendemos algumas técnicas de análises de circuitos que nos permitem
determinar o valor da tensão, corrente e potência de qualquer resistor do circuito ele-
trônico.
Unidade 2
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EXERCÍCIOS
a) 13,3k Omhs.
b) 2,2k Omhs.
c) 10k Omhs.
d) 22,3k Omhs.
e) 1k Omhs.
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a) I1 = 66,67 mA e I2 =0,488A.
b) I1 = 10 mA e I2 =1 A.
c) I1 = 0,5 A e I2 = 100 mA.
d) I1 = 66,67 mA e I2 = 30mA.
e) I1 = 10 mA e I2 = 2A.
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