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As Tjs e “Jesus Cristo homem”

“Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus


Cristo homem" (l Tm 2.5). Jesus Cristo é o eterno e verdadeiro Deus e ao
mesmo tempo o verdadeiro homem. Tornou-se homem para suprir a
necessidade dos seres humanos. O termo EMANUEL, que o próprio
escritor sagrado traduziu por ”DEUS CONOSCO" (Mt 1.23), mostra que
Deus está como homem e entre os homens: "E o Verbo se fez carne e
habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade" (Jo 1.14). O ensino da humanidade de Cristo,
no entanto, não neutraliza a sua divindade, pois ele possui duas naturezas,
a humana e a divina, o que está claramente expresso no seu nome
EMANUEL.

Jesus foi revestido do corpo humano porque o pecado entrou por um


homem, e pela justiça de Deus tinha de ser vencido por um homem. A
Bíblia diz que o pecado entrou no mundo por Adão (Rm 5.12, 18,19). Jesus
fez-se carne. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse
pecado, e venceu o pecado como homem (Rm 8.3). A Bíblia mostra que
todo o gênero humano está condenado, que o homem está perdido e
debaixo da maldição do pecado (Sl 14.2-3; Rm 3.23). Todos são devedores,
e por isso ninguém pode pagar a dívida do outro. A Bíblia diz que somente
Deus pode salvar (Is 43.11). Então, esse mesmo DEUS tornou-se homem,
trazendo-nos o perdão de nossos pecados e cumprindo ele mesmo a lei
que promulgara (At 4.12; 1 Tm 3.16; CI 2.14).

Quando Jesus estava na terra, não se apegou às prerrogativas da


divindade para vencer o diabo, mas aniquilou-se a si mesmo, fazendo-se
semelhante aos homens (Fp 2.5-8). Como homem, tinha certa limitação
em tempo e espaço e, portanto, submisso ao Pai.

Eis a razão de ele ter dito em Jo 14.28: “O Pai é maior do que eu".

Os evangelhos revelam atributos característicos do ser humano em Jesus.


Todo ser humano nasce de mulher, cresce e morre, tem emoções, alegra-
se e entristece-se e seu corpo cansa-se e fatiga-se.
Cristo experimentou tudo isso quando esteve entre nós.

 Ele nasceu de uma mulher, embora gerado pela ação sobrenatural


do Espírito Santo. Seu nascimento, ou seja, o parto, foi normal e
comum como o de qualquer ser humano (Lc 2.6-7).
 Ele cresceu em estatura e em sabedoria (LC 2.52).
 Ele sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 8.24; 10 19.28; 4.6).
 Ele sofreu, chorou e sentiu angústia (Hb 13.12; Lc 19.41; Mt 26.37).
 Ele teve mãe humana, além de irmãos e irmãs (Mt 12.47; 13.55-56).
 Ele morreu, embora ressuscitasse a0 terceiro dia, passando pelo
ardor da morte (1 Co 15.3-4).
 Ele deu provas materiais de ter corpo humano (1 10 1.1; Lc 24.39
41)
 Ele foi feito semelhante aos homens, mas sem pecado (Hb 2. 17; 4
15).

Quando o apóstolo Paulo afirma que Jesus "nasceu da descendência de


Davi segundo a carne” (Rm 1.3), está descrevendo a sua linhagem
humana, conceito previsto desde o Antigo Testamento (Sl 22.22; Is 8.18),
cumprido e confirmado no Novo Testamento (Hb 2.12, 13).

O fato de pertencer à família do rei Davi revela sua identidade com o


gênero humano. O termo “segundo a carne” está vinculado à
descendência de Davi, logo, diz respeito à natureza humana. A palavra
”carne” é usada, novamente, nessa acepção nessa mesma epístola (Rm
9.5). Sua genealogia foi registrada em Mateus 1.1-17 e Lucas 3.2-38, o que
pormenoriza a origem humana. Convinha que ele viesse como homem,
pois, se não fosse humano, não poderia sofrer e dessa forma não poderia
ser o Salvador dos seres humanos (Hb 2.17).

Houve nos primeiros séculos da história do cristianismo muitas heresias


(algumas delas já vimos no capítulo 1) que negavam ter Jesus Cristo vindo
em carne. Apolinário ensinava que Jesus era só Deus e que nada havia
nele de humano. Da mesma forma, os gnósticos, pois ensinavam que
Jesus não teve um corpo humano, mas um corpo docético, isto é, um
corpo como um fantasma. Tanto os apolinarianistas como os gnósticos
estavam sobremaneira errados. A Bíblia ensina tanto a divindade como a
humanidade de Cristo. ”E todo o espírito que confessa que Jesus não veio
em carne não é de Deus..." (1 Jo 4.3).

Os grupos religiosos contrários à divindade absoluta de Jesus costumam


usar fora do contexto, como ponta de lança, as passagens bíblicas que
revelam as características humanas. Isso vem desde os primeiros séculos
da Era Cristã. É pecado negar a humanidade de Cristo (1 Jo 4.2-3 ; 2 Jo 7),
do mesmo modo como é pecado negar a sua divindade, pois Jesus é tanto
humano como divino (Rm 1.2-4; 9.5).

Autor: Esequias Soares

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