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Semelhanças e Diferenças entre o Ato I e II

Semelhanças Diferenças

Todas as personagens intervenientes no No ato I o ambiente é alegre e


ato I participam no ato II. harmonioso sendo a decoração mais
leve.

Tanto o ato I como o ato II se passam No ato II o ambiente é triste e sombrio


num palácio. (Ato I – palácio de Manuel sendo a decoração mais pesada e pouco
de Sousa Coutinho, Ato II- palácio de D. iluminada.
João de Portugal).

Existe em ambos os atos uma simbologia Existe do ato I para o ato II um


de notações temporais. adensamento da atmosfera trágica
fazendo prever a catástrofe final.

Evocação (ato I) e presença (ato II) de D. A preocupação em relação à doença de


João de Portugal. Maria é crescente.

Personagens intervenientes no ato II

Manuel de Sousa Coutinho (personagem principal e plana)

 Nobre, cavaleiro de Malta.


 Construído segundo os parâmetros do ideal da época clássica.
 Racional.
 Bom marido e pai terno.
 Corajoso, audaz, decidido, patriota, nacionalista.
 Valores: pátria, família e honra.
 Exceções ao equilíbrio (momentos em que Manuel foge ao modelo clássico
e tende para o romântico): cena do lenço de sangue/espetáculo excessivo do
incêndio.

D. João de Portugal (personagem principal, plana e central)

 Nobre (família dos Vimiosos).


 Cavaleiro.
 Ama a pátria e o seu rei.
 Imagem da pátria cativa.
 Ligado à lenda de D. Sebastião.
 Nunca assume a sua identidade.
 Exemplo de paradoxo/contradição: personagem ausente mas que, no
desenrolar da ação, está sempre presente.

Telmo Pais (personagem secundária)

 Escudeiro e aio de Maria.


 Tem dois amos: D. João e Maria.
 Confidente de D. Madalena.
 Chama viva do passado (alimenta os terrores de D. Madalena).
 Provoca a confidência das três personagens principais.
 Considerado personagem modelada num momento: durante anos, Telmo
rezou para que D. João regressasse mas quando este voltou quase que
desejou que se fosse embora.

Frei Jorge Coutinho (personagem secundária e plana)

 Irmão de Manuel de Sousa.


 Ordem dos Dominicanos.
 Amigo da família.
 Confidente nas horas de angústia.
 É quem presencia as fraquezas de Manuel de Sousa.
D. Madalena de Vilhena (personagem principal e plana)

 Nobre e culta.
 Sentimental.
 Complexo de culpa (nunca gostou de D. João, mas sim de D. Manuel).
 Torturada pelo remorso do passado.
 Ligada à lenda dos amores infelizes de Inês de Castro.
 Apaixonada, supersticiosa, pessimista, romântica (em termos de época),
sensível, frágil.

D. Maria de Noronha (personagem principal e plana)

 Nobre: sangue dos Vilhenas e dos Sousas.


 Precocemente desenvolvida, física e psicologicamente.
 Doente de tuberculose.
 Poderosa intuição e dotada do dom da profecia.
 Encarnação da Menina e Moça de Bernardim Ribeiro.
 Modelo da mulher romântica: a mulher-anjo.
 A única vítima inocente.

Outras personagens intervenientes:

 Miranda
 Doroteia
Elementos da tragédia clássica

 Existência de um número reduzido de personagens.


 Personagens pertencentes a estratos sociais elevados.
 Condensação do tempo em que a ação decorre.
 Existência de poucos espaços.
 Ação sintética, isto é, existe um número reduzido de ações a convergir
para a ação trágica.
 Reminiscência do coro da tragédia clássica em Frei Jorge e Telmo Pais.
 Existência de momentos que retardam o desenlace trágico.
 Ambiente trágico marcado por uma solenidade clássica.

Para além dos elementos acima mencionados, podemos encontrar em Frei Luís de
Sousa outros elementos da tragédia clássica como: Hybris, Pathos, Peripéteia,
Anagnórisis, Clímax e Katastrophé.

Desafio (Hybris):

Sofrimento (Pathos):
Alteração (Peripétia):

Reconhecimento (Anagnórisis):

Clímax:
Destruição (Katastrophé):

Elementos do drama romântico

 O texto escrito em prosa;


 A crítica social aos preconceitos que vitimam inocentes (como Maria);
 A situação real que subjaz à ação da peça, o que reitera a preocupação
de Garrett com a verdade e realidade dos acontecimentos;
 O Homem como alvo de atenção analítica;
 A exaltação dos valores patrióticos e nacionais (sobretudo através de
Manuel de Sousa Coutinho);
 As superstições e agouros populares que retratam a cultura portuguesa;
 A religião cristã como um consolo;
 O realismo psicológico que caracteriza a transformação dos sentimentos
de Telmo, dividido entre o amor a D. João e a D. Maria de Noronha;
 A projeção da experiência pessoal do autor, que possuía uma filha
ilegítima de Adelaide Pastor Deville, por quem se apaixonara ainda
casado com Luísa Midosi;
 A morte de Maria em palco;
 O não cumprimento da lei das três unidades da tragédia (unidade de
ação, de espaço e de tempo).

Indícios e Símbolos

Simbologia do número sete e dos seus múltiplos

 D. Madalena procura saber notícias do seu primeiro marido durante sete


anos, após os quais casa com Manuel de Sousa Coutinho.
 o casamento de D. Madalena e de Manuel de Sousa durava havia 14
anos (dois vezes sete).
 D. João regressa a casa vinte e um anos após a batalha de Alcácer
Quibir (três vezes sete).

O número sete corresponde ao número de dias que perfaz uma semana,


ligando-se, tal como o número nove, à conclusão de um ciclo e ao início de
outro. Assim, o sete relaciona-se com o final da vida do casal e,
consequentemente, com a tragédia.

Bibliografia/Webgrafia

 http://portuguesesas.no.sapo.pt/freiluisdesousa.htm
 http://www.notapositiva.com/resumos/portugues/freiluissousa.htm
 http://sebentadigital.com/wp-content/uploads/2009/02/frei_luis_sistema_2.pdf
 http://www.slideshare.net/ESCCB/frei-lus-de-sousa-sntese

(livro)

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