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go v e r n o does t a d o de s ãop au l o

Operador de
Empilhadeira

2
emprego

tr a n s p o r te

Oper ador de Empilhadeir a

2
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin
Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,


CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Márcio Luiz França Gomes


Secretário

Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto

Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete

Marco Antonio da Silva


Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação do Projeto Equipe Técnica


Marco Antonio da Silva Cibele Rodrigues Silva, João Mota
Jr. e Raphael Lebsa do Prado

Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Wanderley Messias da Costa


Equipe Técnica
Diretor Executivo
Emily Hozokawa Dias e Odair Sthefano Sant’Ana
Márgara Raquel Cunha
Diretora Técnica de Formação Textos de Referência
Profissional Beatriz Garcia Sanchez, Clélia La Laina, Dilma Fabri
Coordenação Executiva do Projeto Marão Pichoneri, Maria José Masé dos Santos, Selma
José Lucas Cordeiro Venco e Walkiria Rigolon

Gestão do processo de produção editorial

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Mauro de Mesquita Spínola


Gestão Editorial
Presidente da Diretoria Executiva
Denise Blanes
José Joaquim do Amaral Ferreira Equipe de Produção
Vice-presidente da Diretoria Executiva Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel
Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher
Gestão de Tecnologias em Educação Lisboa, Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann,
Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila
Direção da Área Risso, Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F.
Guilherme Ary Plonski Souza
Coordenação Executiva do Projeto Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire,
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos
Augusto, Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de
Gestão do Portal
Alencastro, Mayara Ribeiro de Souza, Priscila
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos
Garofalo, Rita De Luca, Roberto Polacov e Sandro
Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Carrasco
Rogério de Oliveira
Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz,
Gestão de Comunicação Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de
Ane do Valle Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico

CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Coparts Com. de Peças e Serviços Ltda, DiCico, Jesus Inácio Bueno, Nacco Materials Handling Group
Brasil, Pallets de Paula, Saur Equipamentos, Sest-Senat Santo André e Somov
Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos
do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação
profissional é importante para quem busca uma oportunidade de trabalho
ou pretende abrir o seu próprio negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem
atualizados ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais
atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na
área da edu- cação profissional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de
educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o
mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.

Boa sorte e um ótimo curso!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico,


Ciência, Tecnologia e Inovação
Caro(a) Trabalhador(a)
Dando continuidade aos estudos sobre o trabalho do operador de
empilhadeira, neste Caderno você vai estudar mais sobre os principais conceitos e
práticas relacio- nados a essa ocupação.
Iniciaremos, na Unidade 6, pelo reconhecimento dos códigos de cargas e
demais sinalizações que todo operador de empilhadeira precisa
conhecer.
Em seguida, na Unidade 7, você conhecerá as rotinas de segurança que
envolvem essa ocupação, analisando os procedimentos que devem ser
adotados no local de trabalho para evitar acidentes com os equipamentos e,
principalmente, com as pessoas.
Na Unidade 8, estudaremos outro aspecto essencial relacionado à segurança
no trabalho: as avarias em empilhadeiras. E também analisaremos a atuação
do ope- rador de empilhadeira no atacado e no varejo.
Na Unidade 9, nosso foco será a comunicação e suas repercussões no trabalho.
E, por fim, na Unidade 10, você poderá rever os conhecimentos que construiu
ao longo deste curso. Esse momento servirá para retomar o que você aprendeu
e ver como organizar seu currículo, pois você terá um certificado e estará apto
a buscar um emprego como operador de empilhadeira.
Boa sorte nessa nova etapa que se inicia!
S um ário

Unidade 6
9
Reconhecendo os códigos de caRgas e demais sinalizações
Unidade 7
39
Rotinas de seguRança do tRabalho
Unidade 8
61
avaRias, tecnologia, atacado e vaRejo

Unidade 9
85
comunicação e suas RepeRcussões no tRabalho
Unidade 10
97
Revendo seus conhecimentos
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia
e Inovação. Via Rápida Emprego: transporte: operador de empilhadeira, v.2. São Paulo:
SDECTI, 2015.
il. - - (Série Arco Ocupacional Transporte)

ISBN: 978-85-8312-196-1 (Impresso)


978-85-8312-197-8 (Digital)

1. Ensino Profissionalizante 2. Transporte – Qualificação Técnica 3. Operador


de Empilhadeira – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Ciência, Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.

CDD: 331.12513884

FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
unidade 6

Reconhecendo os
códigos de cargas e
demais sinalizações
Quando você ouve a palavra “carga”, o que lhe vem à cabeça?
A palavra carga pode assumir diferentes sentidos. Segundo
o dicionário Aulete, ela pode ter significados como:

1. Ação ou resultado de carregar; carregamento:


Concluíram tanto a carga quanto a descarga do navio.

2.Aquilo que pode ser transportado; carregamento: Separou


acargano depósito.

3.Quantidade ou volume de alguma coisa: Temos uma


gran- de carga de trabalho.

4.Fig. O que representa grande responsabilidade ou


grande fardo. […]

7. Fig. Coisa que oprime, que incomoda.


© Dicionário Aulete. <www.aulete.com.br>

Com base na acepção 2, carga é toda mercadoria que pode


ser transportada.
Todas as atividades profissionais realizadas pelo operador
de empilhadeira giram em torno da movimentação de cargas.
Como já vimos em Unidades anteriores, segundo a
Classificação Bra- sileira de Ocupações (CBO), o operador
de empilhadeira pre- para e movimenta cargas.
As cargas são identificadas por meio de símbolos em suas
em- balagens e são organizadas e armazenadas segundo suas
carac- terísticas específicas e seus prazos de validade. Dessa
forma, é importante que o operador de empilhadeira
reconheça cada símbolo utilizado nos diferentes tipos de
carga.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 9


Classificação das cargas
• Carga a granel: carga que ainda não foi embalada, ou seja, que será
trans- portada sem nenhum tipo de acondicionamento e, portanto, sem
identifi- cação. São exemplos de granéis sólidos (secos) o arroz, o
feijão, a soja, o minério de ferro, o carvão e os fertilizantes; e de granéis
líquidos o petróleo e os óleos vegetais.
• Carga frigorificada: aquela que precisa de refrigeração permanente para
que o produto permaneça conservado durante o transporte. Exemplos:
carnes, peixes, frutas e alimentos prontos.
• Carga perecível: todo tipo de carga que pode sofrer dano, degeneração ou
perda da validade; pode conter produto comestível ou não comestível. Exemplos:
remé- dios, peixes e plantas naturais.
• Carga frágil: contém produtos que podem se quebrar facilmente. Exemplos: vidros,
espelhos, eletrônicos, cerâmicas, porcelanas e alguns tipos de medicamento.
• Carga indivisível/carga especial: pode ser peça única ou um conjunto de
peças presas umas às outras montado apenas em locais muito específicos.
Exemplos: toras de madeira, grandes bobinas de papel e aço, tubos
metálicos extensos e peças de avião ou navio.
• Carga perigosa: aquela que pode provocar acidentes ou danos de forma
geral, inclusive gerando riscos para as pessoas. Exemplo: combustíveis.
• Carga viva: seres vivos. Exemplos: porcos, frangos, cavalos, galinhas e bois.
• Carga não limpa: aquela constituída por produtos que geram sujeira;
deixa muitos resíduos no próprio meio de transporte e em outras cargas que
venham a ser transportadas conjuntamente. Exemplos: carvão, lenha e
areia.
• Carga volumosa: aquela que apresenta grande porte, ou seja, grande
volume, e ocupa muito espaço nos locais de armazenamento e nos
veículos; seu trans- porte é planejado de acordo com o espaço (em metros
cúbicos) que ela ocupa, pois ela pode apresentar peso pequeno. Exemplos:
fogão, freezer, máquina de lavar roupas, geladeira, fardos de papel
higiênico e caixas térmicas de isopor.
• Carga em embalagem inadequada: aquela que apresenta embalagem em
mau estado ou que, por causa de alguma especificidade, necessita ser
reembalada pela transportadora; esses procedimentos são cobrados à parte.
Exemplo: louças.
• Carga valiosa: aquela que contém produtos com valor monetário alto ou com
valor agregado; a maioria é acondicionada em embalagem lacrada ou conta
com sistema
10 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
de segurança. Esse tipo de carga é fiscalizado nos locais de armazenamento e sua
movimentação pode envolver normas e procedimentos específicos.
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

Atividade 1
Tipos de carga

1. Vamos verificar o que você conhece sobre os símbolos que identificam


alguns cuidados necessários com as cargas? Relacione os símbolos da coluna da
esquer- da com os significados descritos na coluna da direita.
Ilustrações: Daniel

Mantenha para cima

Frágil, mantenha na posição da seta

Não empilhe

Perigo – cargas suspensas

Frágil

Não incline

Mantenha seco (livre de umidade)

Perigo – veículos de movimentação de cargas

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 11


2. Complete a tabela a seguir indicando quais tipos de carga são encontrados
nos setores informados.

Setores Tipos de carga

Supermercado

Frigorífico

Indústria farmacêutica

Indústria de bebida

Pecuária

Construção civil

3. Agora, em grupo, listem quais os tipos de carga que um operador de


empilha- deira pode movimentar.

12 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Produtos e cargas perigosos
Denominamos produto perigoso às substâncias que, por suas características físicas
e químicas, podem representar risco à saúde, à propriedade, à segurança pública
ou ao meio ambiente. Esses produtos estão listados na Resolução no 420, de 12
de fe- vereiro de 2004, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e
podemos citar como exemplos gasolina, pesticidas, corrosivos, álcool e
solventes.
Uma carga é considerada perigosa quando contém qualquer produto que ofereça os
riscos citados quando é transportada, mesmo que ele não seja essencialmente
peri- goso. Perceba que todo produto perigoso consiste em carga perigosa,
mas nem sempre uma carga perigosa é composta por produtos perigosos –
este último caso é o que acontece com vidros, toras de madeira e chapas de
aço.
A legislação que trata sobre o transporte de produtos perigosos em nosso país é
o Decreto no 88.821, de 6 de outubro de 1983, alterado pelo Decreto no 96.044,
de 18 de maio de 1988. Ambos foram complementados pelas instruções
aprovadas pela Resolução ANTT no 420, de 12 de fevereiro de 2004, e por
alterações posteriores.
Todas as operações realizadas com produtos perigosos devem ser sinalizadas
con- forme prescrito no artigo 2o do Decreto no 96.044, de 18 de maio de
1988:

Durante as operações de carga, transporte, descarga,


transbordo, limpeza e descontaminação, os veículos e
equipamentos utilizados no transporte de produto perigoso deverão
portar rótulos de risco e painéis de segurança específicos, de
acordo com as NBR-7500 e NBR-8286.
BRASIL. Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988. Disponível em:
<http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D96044.htm>. Acesso
em: 20 mar. 2015.

Atividade 2
c uidados com cargas perigosas

1. Você acabou de ler sobre cargas perigosas, certo? Então, cite alguns
produtos que você acredita serem cargas perigosas.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 13
2. Que tipo de cuidados você acredita que os trabalhadores envolvidos em
trans- porte de cargas perigosas deveriam ter? Descreva-os.

Procedimentos especiais
Assim como as operações com cargas perigosas necessitam de procedimentos espe-
ciais, os trabalhadores envolvidos no carregamento, no descarregamento e no trans-
bordo desses produtos também devem utilizar traje e equipamento de
proteção individual específicos, conforme previsto no artigo 20 do Decreto no
96.044, de 18 de maio de 1988.
© Rocha Lobo/Futura

Classificação dos produtos perigosos


A Organização das Nações Unidas (ONU) dividiu os produtos perigosos em
nove classes e respectivas subclasses.

14 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Classificação Subclasse Definição
Substâncias e artigos com risco de explosão
1.1
em massa.

Substâncias e artigos com risco de projeção,


1.2
mas sem risco de explosão em massa.

Substâncias e artigos com risco de fogo e


1.3 com pequeno risco de explosão ou de
Classe 1 projeção, ou ambos, mas sem risco de
Explosivos explosão em massa.
Substâncias e artigos que não apresentam risco
1.4
significativo.

Substâncias muito insensíveis, com risco


1.5
de explosão em massa.

Artigos extremamente insensíveis, sem risco


1.6
de explosão em massa.

Gases inflamáveis: são gases que a 20 °C


2.1
e à pressão normal são inflamáveis.

Classe 2 Gases não inflamáveis, não tóxicos: são


2.2 gases asfixiantes e oxidantes que não se
Gases enquadrem em outra subclasse.

Gases tóxicos: são gases tóxicos e corrosivos


2.3
que constituam risco à saúde das pessoas.

Líquidos inflamáveis: são líquidos ou misturas


Classe 3 de líquidos que contenham sólidos em

Líquidos inflamáveis solução ou suspensão, que produzam vapor
inflamável a temperaturas de até 60,5 °C.

Sólidos inflamáveis, substâncias autorreagentes e


explosivos sólidos insensibilizados: sólidos que,
4.1 em condições de transporte, sejam
facilmente combustíveis, ou que, por atrito,
possam causar fogo ou contribuir para tal.

Substâncias sujeitas à combustão espontânea:


Classe 4 substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo
4.2 em condições normais de transporte, ou a
Sólidos inflamáveis aquecimento em contato com o ar,
podendo inflamar-se.

Substâncias que, em contato com água,


emitem gases inflamáveis: substâncias que, por
4.3 interação com água, podem tornar-se
espontaneamente inflamáveis, ou liberar
gases inflamáveis em quantidades
perigosas.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 15


Classificação Subclasse Definição
Substâncias oxidantes: são substâncias que
5.1 podem causar a combustão de outros
Classe 5 materiais ou contribuir para isso.
Substâncias oxidantes
e peróxidos orgânicos Peróxidos orgânicos: são poderosos agentes
5.2 oxidantes, periodicamente instáveis, podendo
sofrer decomposição.

Substâncias tóxicas: são substâncias capazes de


provocar morte, lesões graves ou danos à
6.1
Classe 6 saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou
se entrarem em contato com a pele.
Substâncias tóxicas e
substâncias infectantes Substâncias infectantes: são substâncias que
6.2 podem provocar doenças infecciosas em seres
humanos ou em animais.

Classe 7 Qualquer material ou substância que



Material radioativo emite radiação.

Classe 8 São substâncias que, por ação química,


– causam severos danos quando em contato
Substâncias corrosivas com tecidos vivos.

Classe 9 São aqueles que apresentam,


Substâncias e artigos – durante o transporte, um risco [não]
perigosos diversos abrangido por nenhuma das outras
classes.
SÃO PAULO (Estado). Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Manual de produtos perigosos.
Disponível em: <http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Perigosos.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

A inclusão de uma substância em uma das classes de risco é definida por


critérios técnicos previstos na legislação do transporte rodoviário de produtos
perigosos.

Atividade 3
r eparando as sinalizações

Você já reparou nas sinalizações dos veículos com os quais cruza nas ruas
e nas estradas?
Observe as sinalizações a seguir e veja se consegue interpretá-las. Escreva, ao
lado de cada uma, o que você acha que ela indica.

16 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Ilustrações: Daniel

SUBSTÂNCIA INFECTANTE

Identificação dos produtos perigosos – rótulos de risco


Todas as embalagens que contêm produto perigoso devem ser identificadas
com rótulo indicativo da classificação do risco daquele produto. Isso também
vale para os veículos que transportam esses produtos. Os números das classes e
das subclasses são fixados na parte inferior desses rótulos.
A Resolução ANTT no 420, de 12 de fevereiro de 2004, determina que os
rótulos de risco tenham a forma de um quadrado, colocado num ângulo de
45°. Neles, pode haver símbolos, figuras ou expressões referentes à classe e/ou à
subclasse do produ- to perigoso.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 17


Veja na tabela os modelos usados para os rótulos.

Modelos de rótulos de risco


Ilustrações: Daniel

Classe 1 – Explosivos

Subclasses 1.1, 1.2 e 1.3


Símbolo: bomba explodindo.
** (dois asteriscos): local para indicar a subclasse.
* (um asterisco): local para indicar grupo de
compatibilidade.
Fundo: laranja.
Número “1” no canto inferior: indica a classe.
1

Subclasse 1.4

* (um asterisco): local para indicar grupo de


compatibilidade.
1.4 Fundo: laranja.
Número “1” no canto inferior: indica a classe.

Subclasse 1.5

* (um asterisco): local para indicar grupo de

1.5 compatibilidade.
Fundo: laranja.
Número “1” no canto inferior: indica a classe.
1

Subclasse 1.6

* (um asterisco): local para indicar grupo de

1.6 compatibilidade.
Fundo: laranja.
Número “1” no canto inferior: indica a classe.

18 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Modelos de rótulos de risco

Ilustrações: Daniel
Classe 2 – Gases

Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis

2 Símbolo: chama, em branco ou preto.


Fundo: vermelho.
Número “2” no canto inferior, em branco ou preto.

Subclasse 2.2 – Gases não inflamáveis,


não tóxicos

Símbolo: cilindro para gás, em branco ou


2 preto. Fundo: verde.
Número “2” no canto inferior, em branco ou preto.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 19


Modelos de rótulos de risco
Ilustrações: Daniel

Classe 2 – Gases

Subclasse 2.3 – Gases tóxicos

Símbolo: caveira, em
preto. Fundo: branco.
Número “2” no canto inferior.

Classe 3 – Líquidos inflamáveis

3 Símbolo: chama, em branco ou preto.


Fundo: vermelho.
Número “3” no canto inferior, em branco ou preto.

Classe 4 – Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias


que, em contato com água, emitem gases inflamáveis

Subclasse 4.1 – Sólidos inflamáveis

Símbolo: chama, em preto.


Fundo: branco com sete listras verticais
vermelhas. Número “4” no canto inferior.

20 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Modelos de rótulos de risco

Ilustrações: Daniel
Classe 4 – Sólidos inflamáveis; substâncias sujeitas à combustão espontânea; substâncias
que, em contato com água, emitem gases inflamáveis

Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas à


combustão espontânea

Símbolo: chama, em preto.


Fundo: metade superior branca e metade
inferior vermelha.
Número “4” no canto inferior.

Subclasse 4.3 – Substâncias que,


em contato com a água, emitem
gases inflamáveis

Símbolo: chama, em preto ou branco.


Fundo: azul.
4 Número “4” no canto inferior, em preto ou branco.

Classe 5 – Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

Subclasse 5.1 – Substâncias oxidantes

Símbolo: chama sobre um círculo, em


preto. Fundo: amarelo.
Número “5.1” no canto inferior.

5.1

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 21


Modelos de rótulos de risco
Ilustrações: Daniel

Classe 5 – Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

Subclasse 5.2 – Peróxidos orgânicos

Símbolo: chama, em preto ou branco.


5.2 Fundo: metade superior vermelha e metade
inferior
amarela.
Número “5.2” no canto inferior.

5.2

Classe 6 – Substâncias tóxicas e infectantes

Subclasse 6.1 – Substâncias tóxicas

Símbolo: caveira, em
preto. Fundo: branco.
Número “6” no canto inferior.

Subclasse 6.2 – Substâncias infectantes


Símbolo: três meias-luas crescentes superpostas em
um círculo, em preto.
Fundo: branco.
Inscrição “SUBSTÂNCIA INFECTANTE”, na metade
SUBSTÂNCIA inferior.
INFECTANTE
Número “6” no canto inferior.
6

22 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Modelos de rótulos de risco

Ilustrações: Daniel
Classe 7 – Materiais radioativos

Categoria I – Branco Símbolo: trifólio, em preto.


Fundo: branco.
Inscrição “RADIOATIVO” em preto, seguida de
uma barra vermelha, na metade inferior.
RADIOATIVO
CONTEÚDO Especificação de “CONTEÚDO” e “ATIVIDADE”
ATIVIDADE
na metade inferior.
7 Número “7” no canto inferior.

Categoria II – Amarela Símbolo: trifólio, em preto.


Fundo: metade superior amarela, com
bordas brancas; metade inferior branca.
Inscrição “RADIOATIVO” em preto, seguida de
duas barras vermelhas, na metade inferior.
RADIOATIVO
CONTEÚDO
ATIVIDADE
Especificação de “CONTEÚDO” e “ATIVIDADE”
na metade inferior.
7 Número “7” no canto inferior.

Categoria III – Amarela Símbolo: trifólio, em preto.


Fundo: metade superior amarela, com
bordas brancas; metade inferior branca.
Inscrição “RADIOATIVO” em preto, seguida de
três barras vermelhas, na metade inferior.
RADIOATIVO
CONTEÚDO
ATIVIDADE
Especificação de “CONTEÚDO” e “ATIVIDADE”
na metade inferior.
7
Número “7” no canto inferior.

Classe 8 – Corrosivos

Símbolo: líquidos pingando de dois recipientes


de vidro sobre uma mão e um pedaço de
metal, em preto.
Fundo: metade superior branca e metade
inferior preta com bordas brancas.
8 Número “8” no canto inferior.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 23


Modelos de rótulos de risco
Ilustrações: Daniel

Classe 9 – Substâncias perigosas diversas

Símbolo: sete listras pretas na metade


superior. Fundo: branco.
Número “9” (sublinhado) no canto inferior.
9

Fonte: AGêNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT). Resolução nº 420, de 12 de


fevereiro de 2004. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/1420/Resolucao_420.
html>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Além desses símbolos, também é utilizado aquele que indica que o


produto ou carga apresenta temperatura elevada:

Sinalização do veículo – painel de segurança


Outra maneira de identificar os produtos perigosos para o transporte é um
painel de segurança, de cor alaranjada. Os padrões técnicos desse painel
também são determinados pela legislação do transporte de produtos
perigosos. Ele informa o número de risco e o número de identificação do
produto (ou número da ONU).
O número de risco tem dois ou três algarismos e indica a natureza e a
intensidade dos riscos oferecidos pelo produto ou carga, conforme estabelecido
na Resolução ANTT no 420, de 12 de fevereiro de 2004.

Número de risco

Número da ONU

24 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


268 Gás tóxico e corrosivo

Ilustrações: Daniel
1005 Amônia anidra

Número de risco 63 O segundo


algarismo

Número da ONU
2783 representa o risco
subsidiário

263 Risco principal


Gás tóxico e inflamável

Riscos subsidiários

Gás Tóxico Inflamável

Quando é expressamente proibido o contato do produto com água, aparece


uma letra “X” antes do primeiro número de identificação de risco.

Classe de risco
Reatividade com água Característica do produto

X423
Número da ONU
(Identificador do produto)
2257

X42 Sólido
perigosamente
que
com
reage
água,
desprendendo gases
inflamáveis

Riscos subsidiários: gases inflamáveis


Risco principal: sólido inflamável
Reage perigosamente com água
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 25
Quando o veículo transporta mais de um produto perigoso, o painel de
seguran- ça não deve apresentar números:

Daniel
Significado dos números de risco

Algarismo Significado

2 Desprendimento de gás devido à pressão ou à reação química

3 Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquido sujeito a


autoaquecimento
4 Inflamabilidade de sólidos ou sólido sujeito a autoaquecimento

5 Efeito oxidante (intensifica o fogo)

6 Toxidade ou risco de infecção

7 Radioatividade

8 Corrosividade

9 Risco de violenta reação espontânea

Substância que reage perigosamente com água (utilizado como prefixo do


X
código numérico)

Observações:
1. O risco de violenta reação espontânea, representado pelo algarismo 9, inclui a
possibilidade, decorrente da natureza da substância, de um risco de explosão,
desintegração ou reação de polimerização, seguindo-se o desprendimento de quantidade
considerável de calor ou de gases inflamáveis e/ou tóxicos;
2. Quando o número de risco for precedido pela letra X, isso significa que não deve ser
utilizada água no produto, exceto com aprovação de um especialista;
3. A repetição de um número indica, em geral, um aumento da intensidade daquele risco
específico;
4. Quando o risco associado a uma substância puder ser adequadamente indicado por um
único algarismo, este será seguido por zero.
SÃO PAULO (Estado). Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Manual de produtos perigosos.
Disponível em: <http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Perigosos.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

26 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


O número de risco determina o risco principal (primeiro algarismo) e os
riscos subsidiários do produto (segundo e terceiro algarismos). Veja a seguir as
combinações de números de risco.
Combinações de números de risco
Número
Significado
de risco

20 Gás asfixiante ou gás sem risco subsidiário

22 Gás liquefeito refrigerado, asfixiante

223 Gás liquefeito refrigerado, inflamável

225 Gás liquefeito refrigerado, oxidante (intensifica o fogo)

23 Gás inflamável

239 Gás inflamável, pode conduzir espontaneamente à violenta reação

25 Gás oxidante (intensifica o fogo)

26 Gás tóxico

263 Gás tóxico, inflamável

265 Gás tóxico, oxidante (intensifica o fogo)

268 Gás tóxico, corrosivo

Líquido inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C), ou líquido ou sólido inflamável


30 em estado fundido com PFg > 60,5 °C, aquecido a uma temperatura igual ou
superior a seu PFg, ou líquido sujeito a autoaquecimento

323 Líquido inflamável, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

Líquido inflamável, que reage perigosamente com água, desprendendo gases


X323
inflamáveis*

33 Líquido muito inflamável (PFg < 23 °C)

333 Líquido pirofórico

X333 Líquido pirofórico, que reage perigosamente com água*

336 Líquido altamente inflamável, tóxico


PFg = ponto de fulgor [temperatura mínima para o vapor de um combustível pegar fogo].
* Não usar água, exceto com aprovação de um especialista.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 27


Combinações de números de risco
Número
Significado
de risco

338 Líquido altamente inflamável, corrosivo

X338 Líquido altamente inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água*

339 Líquido altamente inflamável, pode conduzir espontaneamente à violenta reação

Líquido inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C), levemente tóxico ou líquido


36 sujeito a autoaquecimento, tóxico

362 Líquido inflamável, tóxico, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

Líquido inflamável, tóxico, que reage perigosamente com água, desprendendo gases
X362
inflamáveis*

368 Líquido inflamável, tóxico, corrosivo

Líquido inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C), levemente corrosivo, ou líquido


38 sujeito a autoaquecimento, corrosivo

382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

Líquido inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água, desprendendo gases
X382
inflamáveis*

39 Líquido inflamável que pode conduzir espontaneamente à violenta reação

40 Sólido inflamável, ou substância autorreagente, ou substância sujeita a


autoaquecimento
423 Sólido que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X423 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases inflamáveis*

43 Sólido espontaneamente inflamável (pirofórico)

44 Sólido inflamável, em estado fundido numa temperatura elevada

446 Sólido inflamável, tóxico, em estado fundido a uma temperatura elevada

46 Sólido inflamável ou sujeito a autoaquecimento, tóxico

462 Sólido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X462 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases tóxicos*

28 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Combinações de números de risco
Número
Significado
de risco

48 Sólido inflamável ou sujeito a autoaquecimento, corrosivo

482 Sólido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

X482 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases corrosivos*

50 Substância oxidante (intensifica o fogo)

539 Peróxido orgânico inflamável

55 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo)

556 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), tóxica

558 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), corrosiva

Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), pode conduzir


559
espontaneamente à violenta reação

56 Substância oxidante (intensifica o fogo), tóxica

568 Substância oxidante (intensifica o fogo), tóxica, corrosiva

58 Substância oxidante (intensifica o fogo), corrosiva

Substância oxidante (intensifica o fogo), pode conduzir espontaneamente à


59
violenta reação

60 Substância tóxica ou levemente tóxica

606 Substância infectante

623 Líquido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

63 Substância tóxica, inflamável (23 °C < PFg < 60,5 °C)

638 Substância tóxica, inflamável (23 °C < PFg < 60,5 °C), corrosiva

Substância tóxica, inflamável (PFg  60,5 °C), pode conduzir


639 espontaneamente à violenta reação

64 Sólido tóxico, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

642 Sólido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 29


Combinações de números de risco
Número
Significado
de risco

65 Substância tóxica, oxidante (intensifica o fogo)

66 Substância altamente tóxica

663 Substância altamente tóxica, inflamável (PFg  60,5 °C)

664 Sólido altamente tóxico, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

665 Substância altamente tóxica, oxidante (intensifica o fogo)

668 Substância altamente tóxica, corrosiva

669 Substância altamente tóxica que pode conduzir espontaneamente à violenta reação

68 Substância tóxica, corrosiva

Substância tóxica ou levemente tóxica [que] pode conduzir espontaneamente à


69
violenta reação

70 Material radioativo

72 Gás radioativo

723 Gás radioativo, inflamável

73 Líquido radioativo, inflamável (PFg  60,5 °C)

74 Sólido radioativo, inflamável

75 Material radioativo, oxidante (intensifica o fogo)

76 Material radioativo, tóxico

78 Material radioativo, corrosivo

80 Substância corrosiva ou levemente corrosiva

X80 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, que reage perigosamente com


água*
823 Líquido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

83 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23 °C  PFg  60,5


°C)

30 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Combinações de números de risco
Número
Significado
de risco

Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23°C  PFg  60,5 °C),


X83 que reage perigosamente com água*

Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C),


839 que pode conduzir espontaneamente à violenta reação

Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23 °C < PFg < 60,5
X839 °C), que pode conduzir espontaneamente à violenta reação e que reage
perigosamente com água*

84 Sólido corrosivo, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

842 Sólido corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis

85 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, oxidante (intensifica o fogo)

856 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, oxidante (intensifica o fogo), tóxica

86 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, tóxica

88 Substância altamente corrosiva

X88 Substância altamente corrosiva, que reage perigosamente com água*

883 Substância altamente corrosiva, inflamável (23 °C  PFg  60,5 °C)

884 Sólido altamente corrosivo, inflamável ou sujeito a autoaquecimento

885 Substância altamente corrosiva, oxidante (intensifica o fogo)

886 Substância altamente corrosiva, tóxica

X886 Substância altamente corrosiva, tóxica, que reage perigosamente com água*

90 Substâncias que apresentam risco para o meio ambiente; substâncias perigosas


diversas
99 Substâncias perigosas diversas transportadas em temperatura elevada
PFg = ponto de fulgor [temperatura mínima para o vapor de um combustível pegar fogo].
* Não usar água, exceto com aprovação de um especialista.
SÃO PAULO (Estado). Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Manual de produtos perigosos.
Disponível em: <http://200.144.30.103/siipp/arquivos/manuais/Manual%20de%20Produtos%20Perigosos.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 31


© Mario

Posicionamento dos rótulos de risco e painéis de segurança para transporte de produtos perigosos.

A legislação também determina o posicionamento dos rótulos de risco e


painéis de segurança nos veículos que transportam produtos perigosos:
• rótulos de risco: nas duas laterais e na traseira;
• painel de segurança: em quatro posições – nas duas laterais, na traseira e na frente;
• símbolo de temperatura elevada: junto ao painel de segurança, nas
quatro posições (nas duas laterais, na traseira e na frente).
Quando o veículo que transporta carga a granel trafegar vazio, mas sem ter
passado por processo de descontaminação, ele deve se submeter às mesmas
prescrições de veículos carregados.
© Daniel

33
1999

33
1999

33
1999

Identificação de carga a granel – um produto.

32 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Ilustrações: © Daniel
33 30 339
1203 2709 2838

Identificação de carga a granel – mais de um produto com mesmo risco.

44

3 8

338 X333
3 8
1106 4 4
3051

Identificação de carga a granel – mais de um produto com riscos diferentes.

99
3257
9

99
3257

99
3257
9

Identificação de carga a granel – produto transportado a temperatura elevada.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 33


É importante salientar que todas as classes de risco e suas respectivas
subclasses constituem risco em situações de emergência.
Conhecer esses riscos e adotar todas as medidas de prevenção necessárias é de
suma importância e evita expor seres humanos, animais e meio ambiente às
consequências do contato acidental com esses produtos, além de permitir que o
profissional saiba como proceder em situações de emergências.

Documentação obrigatória para manipulação e transporte


de produtos perigosos
Para a guarda e movimentação dos produtos perigosos, são obrigatórios
alguns documentos de ordem legal e administrativa, tais como: nota fiscal em
papel; nota fiscal eletrônica (NF-e); documento auxiliar da nota fiscal
eletrônica (Danfe); conhecimento de transporte eletrônico; ordem de coleta;
manifesto rodoviário de cargas; ficha de emergência e envelope para
transporte; documentos administrati- vos; romaneio de entrega; relatório
diário e planilhas.
Vejamos a descrição de alguns desses documentos.
• Nota fiscal: documento de ordem legal, que regulamenta as transações
comerciais. Todos os fabricantes ao comercializarem seus produtos devem
fornecer a nota fiscal, assim como os responsáveis pelo transporte não
podem receber o produto sem a emissão desse documento.
• Nota fiscal eletrônica (NF-e): documento de ordem legal, mas com
emissão eletrônica. Registra uma operação de circulação de mercadorias ou
prestação de serviços e possui efeito fiscal. Substitui a nota fiscal de
papel.
• Documento auxiliar da nota fiscal eletrônica (Danfe): documento simplificado
da NF-e. Nele deve constar o número de 44 dígitos denominado chave de acesso,
para consulta das informações da NF-e. Fornece informações básicas sobre a
operação em curso; auxilia na escrituração das operações documentadas por
NF-e (nos casos em que o destinatário não é contribuinte credenciado a
emitir NF-e) e a obter a firma do destinatário para comprovação de entrega
das mercadorias ou prestação de serviços.
• Conhecimento de transporte eletrônico (CT-e): documento eletrônico obri-
gatório para o transporte de carga. Sua via impressa, que deve acompanhar
a carga transportada, é chamada de Documento Auxiliar do Conhecimento
de Transporte Eletrônico (Dacte).

34 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Atividade 4
c onhecendo os profissionais

1. Muitas pessoas se envolvem no transporte de produtos perigosos, não


apenas o motorista. Que outros profissionais você acha que apoiam essa
atividade?

2. Você conhece alguém que trabalha com produtos perigosos? Essa pessoa já
lhe contou como é esse trabalho? Quais são os cuidados que ela deve ter?
Registre suas respostas nas linhas a seguir e compartilhe-as com o monitor e
os colegas.

Profissionais envolvidos na operação com produtos


perigosos
Todas as pessoas envolvidas na manipulação e operação de transporte dos produtos
perigosos são corresponsáveis.
• O expedidor e o transportador são responsabilizados por atos negligentes, de
im- prudência e imperícia.
• O condutor do veículo é responsável pela guarda e pela conservação de todos
os acessórios e equipamentos do veículo de acordo com as normas técnicas
de cada produto que transporta.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 35


• O arrumador auxilia no carregamento, no descarregamento e no transbordo
do produto e também tem o dever de saber todos os cuidados que deve
tomar ao manipular os produtos.
• O conferente verifica toda a documentação da carga (nota fiscal,
conhecimento de transporte, manifesto, ficha de emergência e envelope
para transporte) e coordena a guarda conjunta com outros produtos
perigosos, pois possui as informações a respeito de todos os produtos.
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

A importância da conferência de carga


Podemos classificar a conferência de mercadorias em quantitativa ou qualitativa.
A conferência quantitativa tem por objetivo averiguar se a quantidade de
produto declarada pelo fornecedor nos documentos fiscais corresponde à
quantidade de pro- duto recebida. Uma maneira de realizar esse trabalho é o que
chamamos de contagem cega, em que o conferente primeiro faz a contagem dos
produtos e, somente depois, checa com a quantidade declarada nos
documentos fiscais.
Quanto à conferência qualitativa, podemos dizer que ela complementa a
quantita- tiva. Visa a atender às exigências do mercado consumidor na busca
pela qualidade dos produtos. Nela, o profissional avalia as dimensões dos
materiais, suas caracte- rísticas específicas e as restrições de especificação.

Símbolos de segurança
O manuseio, o transporte e o armazenamento de produtos requerem muito
cuida- do e, por isso, é necessário respeitar as características de cada um
deles. Com o objetivo de garantir mais qualidade ao trabalho e também para
que não haja dano aos produtos, as embalagens são identificadas com alguns
símbolos, chamados de “símbolos de segurança”. Conhecê-los é essencial para
um trabalho seguro, pois, como vimos no Caderno 1, esses símbolos indicam
os cuidados e os procedimentos que são necessários de acordo com o
conteúdo de cada embalagem.
Vamos retomar alguns dos símbolos vistos na Unidade 4 do Caderno 1, para
com- preendê-los melhor.

36 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Símbolo Significado

Indica que a carga é frágil e deve ser manuseada com


cuidado, para evitar quebra do produto ou derramamento de
seu conteúdo.

Indica que a carga não deve ser suspensa, furada ou


movimentada com o auxílio de ganchos.

Indica que a carga deve permanecer posicionada de modo


que as setas fiquem apontadas para cima.

Indica que, em caso de transporte com auxílio de guindaste


ou ponte rolante, a carga deve ser envolvida por correntes
nos locais indicados na embalagem.
Ilustrações: Daniel
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 37
Símbolo Significado
Ilustrações: Daniel

Indica o lado onde está concentrado o peso do produto.

Indica que a carga deve ser mantida em temperaturas controladas.

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO


TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas. Brasília: Sest/Senat, 2011.

É importante notar que algumas embalagens não exibem símbolos, mas frases
ou palavras, como: “Não vire”, “Manter em lugares secos”, “Cuidado, frágil”,
“Empilhar máximo de caixas”, “Este lado para cima”.
Outras embalagens não possuem nenhuma simbologia, nem frase. Nessas
situações, é de suma importância identificar o conteúdo antes de realizar a
movimentação e o transporte, para que o produto seja manuseado com os
cuidados necessários.

38 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


unidade 7

Rotinas de segurança
do trabalho
A linguagem não verbal
Quando falamos em linguagem, é comum
pensarmos logo no uso das palavras faladas ou
escritas. Essa é a chamada linguagem verbal. Mas a
comunicação hu- mana não se resume apenas a
essa linguagem, pois, para nos comunicarmos,
utilizamos também recursos como sinais, símbolos,
Verbal: Esse termo tem
ori- gem no latim sons, gestos e imagens. Eles são a base da
verbalis, que por sua vez linguagem não verbal.
surgiu de verbum, que
significa “palavra”. As-
sim, a linguagem
Você já reparou que vivemos cercados de símbolos e
“verbal” é aquela que sinais e que muitos deles estão relacionados à saúde e
se constitui de palavras, à segu- rança? Esse é o caso dos símbolos que vimos
já a linguagem não
verbal é aquela que não na Unidade anterior, não é mesmo?
utili- za as palavras, mas
símbolos, sons, A maioria dos sinais e símbolos está relacionada a
imagens, gestos etc. normas de convivência fundamentadas nas leis que
Fonte: SÃO PAULO
(Estado). Secretaria de
vigoram em nosso país. Nas ruas, nos deparamos a
Desenvolvimento Econômico, todo momento com placas e sinais que orientam o
Ciência e Tecnologia (Sdect).
Educação de Jovens e trânsito, avisando o que é permitido e o que é
Adultos (EJA) – Mundo do
proibido, alertando quais são os locais prioritários a
idosos, gestantes, deficientes etc.
© Paulo

Ilustrações: Daniel

EM CASO DE
INCÊNDIO
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 39
Nas escolas, hospitais, lojas, farmácias e prédios, encontramos sinais ou avisos
como: “Proibido fumar”; “Cuidado com o piso molhado”; “Em caso de
incêndio, não use o elevador”; “Escada”; “Silêncio”; “Não buzine”; “Respeite a
fila”; “Respeite a faixa de segurança” etc.

Atividade 1
l isTando sinais

Reúna-se com três colegas. Elaborem uma lista com dez sinais ou avisos que
vocês lembram já terem visto em cada um dos locais informados a seguir e que
estavam relacionados a saúde, segurança e prevenção de acidentes.

Empresas Ruas Hospitais

10

40 Arco O cu pacio na l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Depois, todos os grupos poderão compartilhar os sinais e avisos dos quais se
lem- braram. Com certeza a classe comporá uma lista maior, que evidenciará o
quanto a prevenção de acidentes e o respeito à saúde estão presentes em
nossas vidas e têm ganhado espaço em nossa sociedade.

Atividade 2
o que dizem as foTos?

1. Observe a imagem a seguir.

© Charles C.

a) Você já viu essa fotografia?

b) Em sua opinião, que tipo de trabalho esses homens realizam?

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 41


c) O que será que eles estavam fazendo no momento da foto?

d) Em que lugar eles estão? Onde estão sentados? Quais elementos podem
“com- provar” suas hipóteses?

e) Que título você daria à fotografia?

2. Agora observe esta outra imagem:


Biblioteca do Congresso Americano, Washington,

42 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


a) Que idade você imagina ter a pessoa da foto?

b) Essa é uma fotografia atual? Quais evidências podem “confirmar” sua hipótese?

3. Suponha que as fotografias sejam atuais. Com base nos conhecimentos que
você já tem, quais aspectos da legislação trabalhista brasileira estariam
sendo desres- peitados nas situações apresentadas?

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 43


4. Agora, com um colega, comparem suas respostas e
as discutam. Suas ideias são iguais ou parecidas?
Seu colega apresentou algum aspecto da
legislação que você não tinha percebido? Você
concorda com ele?

Você sabia?
A Norma Regulamenta- dora nº 15 (NR 15) define as atividades ou opera- ções insalubres. Se quiser saber mais,
Disponível em: < gov.br/legislacao/normas-regula mentadoras-1.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015.

As fotografias e suas histórias


A primeira fotografia é conhecida mundialmente. Trata-
-se de Lunch atop a Skyscraper [Almoço no topo de
um arranha-céu], fotografia mais famosa de
Charles C. Ebbets. O registro é de 1932 e retrata
trabalhadores da construção civil almoçando em
condições de segurança muito precárias, atualmente
inadmissíveis. Do alto, eles conseguiam avistar Nova
Iorque (nos Estados Unidos da América), que, na foto,
está ao fundo.
Volte e observe a fotografia mais atentamente e veja
que os operários não usam cinto de segurança, nem
capace- te, o que mostra que qualquer queda poderia
ser fatal.
Já a segunda fotografia retrata uma garota em linha
de produção da indústria têxtil Cheney Silk Mills em
Insalubre: 1. Que não é Man- chester do Sul, em Connecticut, nos Estados
sau- dável. 2. Diz-se de
local em que há
Unidos.
agentes nocivos à
saúde ou em que se dá A fotografia foi tirada por Lewis Hine, em 1924.
a exposição a estes acima No começo do século XX (20), muitas crianças
dos limites de tolerância trabalhavam nas indústrias estadunidenses.
(cidade insalubre; fábrica
insalubre); malsão. [...]
5. Que expõe o Atualmente, o trabalho em condições perigosas ou
trabalhador a agentes in- salubres é proibido ao menor de 18 anos pela
noci- vos à saúde ou legislação trabalhista brasileira. Fora das áreas de
que propicia esta
exposição (condições de risco à saúde e à segurança, são permitidos apenas
trabalho insalubres). 6. os trabalhos técnicos ou administrativos. Ao menor
Que causa doença(s);
nocivo, pre- judicial à de 16 anos, qualquer tipo de trabalho é proibido,
salvo na condição de aprendiz, que pode ser
exercida a partir dos 14 anos.

44 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Atividade 3
roda de conversa

Converse novamente com seus colegas e compare as ideias que vocês


discutiram com as informações sobre as histórias das fotografias. Em seguida,
anotem a que vocês atribuem a ocorrência dos acidentes de trabalho e qual o
papel da legislação para a prevenção de acidentes.

Prevenção de acidentes – o que cabe a cada um?


É fato que em todo e qualquer lugar estamos sujeitos a sofrer acidentes. Você
deve conhecer pessoas que já se acidentaram em casa, nas ruas, no local de
trabalho ou nas estradas.
Vamos tratar agora mais especificamente dos acidentes de trabalho,
aprendendo a fazer sua prevenção.
Para isso, utilizaremos as seguintes ideias de Leonardo Boff:

O grande desafio para o ser humano é combinar trabalho com


cuida- do. Eles não se opõem, mas se compõem.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 45


O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é
mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um
momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma
atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de
envolvimento afetivo com o outro.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra.
18. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 37 e 111.

Quando um acidente acontece, é muito comum que a causa dele seja


atribuída ao descuido de alguém, ao local malcuidado ou a uma falha mecânica
nos equipamentos.

Atividade 4
a cidenTes de Trabalho

Leia a notícia sobre um grave acidente de trabalho ocorrido com um operador de


empilhadeira no Estado do Maranhão, em 2013.

Operador de empilhadeira morre em acidente de trabalho

O acidente ocorreu na área da empresa onde ele trabalhava [...]

O operador de empilhadeira D., 22 anos, que morava no


Estado do Maranhão, morreu por volta das 9h deste sábado (18),
em um aciden- te de trabalho [...]. Ele tentava retirar uma
empilhadeira de cima do caminhão de uma empresa de blocos
de concreto quando o equipa- mento caiu sobre o corpo dele. [...]

N. disse que ele e a vítima trabalham há um mês na empresa


que presta serviço a construtora R., e que viu o equipamento
desabar do caminhão. “Meu colega foi retirar a empilhadeira e
ela virou, sendo que ele pulou na mesma direção em que o
equipamento caiu e foi atingido”, lamentou.
46 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
A. também trabalha na empresa e estava observando D.
operar a máquina para retirá-la do caminhão quando o acidente
ocorreu. “Não sei como, mas ele perdeu o controle da máquina
e ela caiu sobre o corpo dele”, afirmou. De acordo com o
funcionário, a máquina deve pesar cerca de 6 toneladas.

O sargento B., que comandou a equipe do Corpo de


Bombeiros no local do acidente, disse que não poderia fazer o
julgamento do caso. Segundo ele, essa avaliação cabe ao
Departamento de Polícia Técni- ca. “O nosso trabalho foi fazer a
retirada do corpo que estava embai- xo da empilhadeira”,
afirmou.

O acidente de trabalho que matou D. causou revolta em


algumas pessoas que moram [...] próximo à empresa de blocos.
Bastante ner- vosa, a dona de casa M. desabafou: “Esse acidente
ocorreu por irres- ponsabilidade da empresa, que não tem uma
equipe de segurança para orientar os trabalhadores”, disse.

Ela informou que o caminhão que transportava a empilhadeira


não tem condições estruturais para suportar uma máquina tão
pesada. Segundo M., momentos antes do acidente o caminhão
teria apresen- tado defeito. Ela observou que a empresa é
terceirizada e que não dispõe de equipamentos de segurança
do trabalho.

O corpo foi levado para o Departamento de Polícia Técnica e o


caso deverá ser apurado pela Polícia Civil.
SILVA, Ney. Operador de empilhadeira morre em acidente de trabalho. Acorda
Cidade, Feira de Santana, 18 maio 2013.

1. Converse com um colega sobre as possíveis causas desse acidente e sobre


como ele poderia ter sido evitado. Escreva suas conclusões nas linhas a
seguir.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 47
A prevenção de acidentes e sua
relação com o local de trabalho, os
equipamentos e as pessoas
Em primeiro lugar, a segurança nas empresas é
respon- sabilidade da própria empresa, do
empregador. As Co- missões Internas de Prevenção
Toda empresa com mais de 20
empregados deve ter uma Cipa, de Acidentes (Cipa) também cuidam da segurança,
formada por trabalhadores eleitos
pelos colegas. Você pode se inclusive porque a legis- lação trabalhista assim
aprofundar no assunto consultando
o Caderno do Trabalhador 6 – determina. E quanto ao traba- lhador? Certamente
Conteúdos Gerais – “Saúde e
segurança no trabalho”. ele precisa ser cuidadoso, observar todas as normas
Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.
br>. Acesso em: 20 mar. 2015.
de segurança para cuidar de si e dos outros.
Podemos afirmar que pelo menos três aspectos precisam
ser observados:
• o local de trabalho;
• os equipamentos;
• as pessoas.

Quanto ao local de trabalho


Quando o empregado realiza seu trabalho sem que
os equipamentos e as instalações apresentem a
segurança necessária para os profissionais, pode-se
dizer que ele está em um ambiente de risco, em uma
condição insegura de trabalho. Algumas medidas
podem evitar essa condição:
• sinalização de segurança;
• prevenção e combate a incêndios.

Sinalização de segurança
A Norma Regulamentadora no 26 (NR 26) determina:

26.1 Cor na segurança do trabalho

26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança


em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim
de in- dicar e advertir acerca dos riscos
existentes. [...]
48 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não
ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. [...]
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº
26. Sinalização de segurança. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C 816A350AC88201355DE1356C0ACC/NR-
26%20(atualizada%202011).pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2015.

Prevenção e combate a incêndios


O combate a incêndios exige conhecimentos específicos que precisam ser
compartilha- dos por todos os profissionais. O operador de empilhadeira também
deve estar pronto para combater qualquer foco ou princípio de incêndio em seu
equipamento. É preciso saber como evitar que o fogo se inicie, mas, caso isso
não seja possível, é necessário combatê-lo com rapidez e eficiência. Em geral, os
incêndios iniciam-se em pequenos focos; portanto, controlar os focos iniciais pode
evitar acidentes maiores. Para saber a melhor forma de fazer isso, é preciso estar
atento às informações presentes a seu redor.
No seu ambiente de trabalho, você poderá encontrar alguns símbolos com
informações relacionadas ao risco de incêndio. Essa sinalização geralmente inclui
informações de proibição, de alerta e de orientação e salvamento. Veja esses
símbolos a seguir.

Ilustrações: Daniel
Código Símbolo Significado
1. Informações de proibição

1 Proibido fumar

2 Proibido produzir chama

3 Proibido utilizar água para apagar o fogo


ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 49
Código Símbolo Significado
Ilustrações: Daniel

1. Informações de proibição

4 Proibido utilizar elevador em caso de incêndio

2. Informações de alerta

5 Alerta geral

6 Cuidado, risco de incêndio

7 Cuidado, risco de explosão

8 Cuidado, risco de corrosão

9 Cuidado, risco de choque elétrico

50 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Código Símbolo Significado

Ilustrações: Daniel
3. Informações de orientação e salvamento

12

13 Saída de emergência

14

15 Saída de emergência

16 Escada de emergência

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 51


Código Símbolo Significado
Ilustrações: Daniel

4. Informações de equipamentos

22 Telefone ou interfone de emergência

23 Extintor de incêndio

24 Mangotinho

25 Abrigo de mangueira e hidrante

26 Hidrante de incêndio

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13434-2. Sinalização de segurança contra incêndio e
pânico. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

52 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores

Ilustrações: Daniel
Método de
Classe e símbolo Tipo de material Exemplos Extintores
extinção

Água, espuma
Sólidos que Madeira, papel,
química e
queimam e tecido, borracha, Resfriamento
espuma
deixam resíduos carvão
mecânica

Gasolina, álcool, Gás carbônico,


Líquidos que
diesel, tíner, pó químico
queimam e não Abafamento
tinta, graxa, seco, espuma
deixam resíduos
acetona mecânica

Quadros de
Elétricos que distribuição,
Gás carbônico,
estão ligados a equipamentos Abafamento
pó químico seco
uma rede elétrica elétricos, fios
sob tensão

Magnésio,
Metais zircônio, titânio, Pó químico seco
Abafamento
pirofóricos alumínio em especial
pó, antimônio

Césio, urânio,
Materiais
cobalto, Acionar Corpo de Bombeiros 193
radioativos
tório, rádio

Gordura animal
Óleo de cozinha
e óleo vegetal
comercial e Abafamento Base alcalina
em estado
industrial
líquido ou sólido

Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE


(SENAT). Curso para operador de transporte de cargas. Brasília: Sest/Senat, 2011.

Quanto aos equipamentos


Existem equipamentos de proteção de uso coletivo e de uso individual.
Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são destinados à proteção dos
tra- balhadores nos locais de trabalho, por exemplo: circuladores de ar,
hidrantes, man- gueiras e detectores de fumaça.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 53
Daniel

De acordo com o item 6.1 da Norma Regulamentadora no 6 (NR 6),


Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto
de uso individual, utilizado pelo trabalhador, para proteção de riscos que
podem ameaçar sua segu- rança e saúde no trabalho.
Para o operador de empilhadeira, os EPI utilizados são:
• capacete: equipamento para a proteção dos trabalhadores que atuam em
lugares com risco de queda de materiais, como armazéns onde produtos
podem cair;
© Denys

• óculos de segurança: sempre que houver algum risco de ferir os olhos com
es- tilhaços ou com grande luminosidade, deve-se utilizar esses óculos como
proteção;
©
54 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
• protetores auriculares: são equipamentos colocados nos ouvidos para protegê-
los em locais de trabalho onde os ruídos estejam acima de 85 decibéis; eles
evitam que a audição dos trabalhadores seja prejudicada;

© Nikola
• máscara respiradora: os trabalhadores devem utilizar essas máscaras nos
locais onde há grandes concentrações de poeira, gases e tintas;

© Paulo

• botinas ou sapatos: o uso desses equipamentos visa proteger os pés do


traba- lhador; existem vários tipos e modelos específicos para cada tipo de
piso no qual se exerce a atividade profissional;
© Paulo

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 55


• luvas de segurança: protegem as mãos durante a execução de atividades
como a transferência de paletes, arrumação ou manuseio de cargas;

© Serghei

• cinto de segurança: sempre que a empilhadeira estiver em uso, é necessária


sua utilização.
© Mario

Com o objetivo de se prevenir acidentes, a Norma Regulamentadora no 11 (NR


11) determina os requisitos de segurança que devem ser observados nos locais de
traba- lho, em relação ao transporte, à movimentação, ao armazenamento e ao
manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual.
Veja o que a NR 11 estabelece para a atividade do operador de empilhadeira:

11.1 – Normas de segurança para operação de elevadores,


guindastes, transportadores industriais e máquinas
transportadoras. [...]

11.1.3 – Os equipamentos utilizados na movimentação de


materiais, tais como ascensores, elevadores de carga, guindastes,
monta-carga, pontes rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos,
esteiras rolantes,
56 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
transportes de diferentes tipos, serão calculados e construídos
de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência
e segu- rança e conservados em perfeitas condições de
trabalho. [...]

11.1.3.2 – Em todo o equipamento será indicado, em lugar


visível, a carga máxima de trabalho permitida. [...]

11.1.5 – Nos equipamentos de transporte com força


motriz própria, o operador deverá receber treinamento específico,
dado pela empresa, que o habilitará nessa função.

11.1.6 – Os operadores de equipamentos de transporte


motorizado deverão ser habilitados e só poderão dirigir se
durante o horário de trabalho portarem um cartão de
identificação, com nome e fotografia, em lugar visível.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº
11. Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.
Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1FA6256B00/
nr_11.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

Quanto às pessoas
Não bastam locais seguros e equipamentos adequados para que os acidentes
não ocorram. É fundamental que as pessoas estejam capacitadas, orientadas e aptas
para o desenvolvimento das funções que lhes competem.
Primeiro, todos os operadores de empilhadeira têm de ser submetidos a
exames médicos periódicos, atendendo às solicitações de exames complementares
quando necessário.
Em relação à aquisição, à utilização e à manutenção dos EPI, a NR 6 estabelece
as responsabilidades do empregado e do empregador:

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a)adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão


nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho;
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 57
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso
ade- quado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado


ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção


periódica;

g)comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador,


poden- do ser adotados livros, fichas ou sistema
eletrônico.

6.7 Responsabilidades do trabalhador.

6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a


que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração


que o torne impróprio para uso; e

d) cumprir as determinações do empregador


sobre o uso adequado.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.
Norma Regulamentadora nº 6. Equipamento de proteção
individual – EPI. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/
8A7C816A47594D04014767F2933F5800/NR-06%20
(atualizada)%202014.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2015.

A importância do conhecimento legal


Para conhecer as leis do Código em nossas atitudes
Civil e do Código Penal brasileiros,
você pode consultar o Portal da
Legislação. O Código Civil completo Todo trabalho implica responsabilidades, inclusive
está em <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm> e o legais. Aquele que não cumpre essas
Código Penal, em <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/ responsabilidades pode sofrer punições previstas em
Decreto-Lei/Del2848.htm>
(acessos em: 20 mar. 2015). lei. O artigo 21 do Código Penal prevê que o
descumprimento da lei não pode ser
58 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
justificado pelo seu desconhecimento: dizer que não conhecia a lei não tira a
res- ponsabilidade de quem cometeu um ato contra ela.
As penalidades para o descumprimento da legislação trabalhista valem tanto
para o empregador quanto para o empregado. Para o empregador, descumprir
a lei pode resultar em pena que vai desde o pagamento de multa até a
interdição da empresa. Para o empregado, os atos faltosos previstos na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) podem ser punidos com medidas
que vão desde advertência oral e escrita até demissão por justa causa,
dependendo do caso.

Atividade 5
a nalisando a charge

Observe a charge e leia o texto a seguir, procurando estabelecer uma relação


entre os dois.

Clay Bennett/© 1999 The Christian Science Monitor (www.CSMonitor.com). Reprinted with

Tradução: Eloisa Tavares

As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que


nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o
que faze- mos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o
discurso e a prá- tica, é já uma dessas virtudes indispensáveis
– a da coerência.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 65.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 59
1. Escreva, nas linhas a seguir, sobre a importância da coerência, do
cuidado e do exemplo nas atitudes e ações das pessoas, quando se trata da
segurança e da prevenção de acidentes no trabalho.

2. Reúna-se com mais três colegas e compare sua resposta com as deles.
Registrem as conclusões do grupo.

60 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


unidade 8

Avarias, tecnologia,
atacado e varejo
Segurança no trabalho com empilhadeiras
Para iniciar esta Unidade, vamos falar de outro
aspecto essencial relacionado à segurança no trabalho:
as avarias em empilhadeiras.
Não há dúvidas de que as condições do
equipamento e de seu uso são fundamentais para
garantir a segu- rança daqueles que operam as
empilhadeiras.
Avaria: 1. Qualquer
dano, prejuízo, estrago.
2. Falha, dano, defeito
Além disso, há a questão da proteção do
ou mau funcio- namento investimento e do patrimônio como forma de
causado por des- controle de custos. Nesse caso, isso significa que o
gaste, colisão etc.
© Dicionário
empregador exige que o trabalhador zele pelos
equipamentos, a fim de evitar gastos
desnecessários.

Atividade 1
prevenindo acidenTes

No Caderno 1, você conheceu alguns tipos de empilhadeira


e as partes que as compõem.

1. Com base nos conhecimentos que você já possui sobre


as empilhadeiras e o funcionamento delas e
pensando nas possíveis causas de avarias nesses
equipamentos, elabore uma lista com dez possíveis
motivos de acidentes ocasiona- dos pelo descuido do
empregador com a manutenção de empilhadeiras ou
pela má utilização do equipamento por parte dos
empregados.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 61
1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

2. Agora, compare os itens que você relacionou com


a lista de um colega. Em seguida, reflitam juntos
sobre a questão proposta e registrem suas
conclusões: O mau uso das empilhadeiras pode
ser evitado? Como?

É preciso respeitar as regras de Regras para segurança


segurança: somente pessoal
fisicamente qualificado e treinado
deve ser autorizado a operar as Apresentamos a seguir algumas das causas mais
empilhadeiras; o uso de EPI e de
roupas adequadas é indispensável; frequen- tes de avaria em empilhadeiras e instalações
antes de operar qualquer
empilhadeira, faça a inspeção e as formas de evitá-las.
diária.

62 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Má condição do piso
Pisos malconservados ou sujos representam perigo e ris-
co de acidentes em qualquer lugar onde haja
circulação de pessoas e veículos. É muito comum
presenciarmos quedas de pessoas e acidentes com
veículos em pisos esburacados ou com resíduos. No
caso do operador de empilhadeira, passar por cima de
restos de madeira, em- balagens plásticas, cordas e
cintas pode causar grande dano ao radiador ou ao Arrefecimento:
eixo do equipamento. O motor pode ser danificado, o Diminuição de
pneu pode ficar comprometido e o sistema de temperatura, perda de
calor; esfriamento.
arrefecimento pode ser destruído caso esses © Dicionário
componentes sejam atingidos por resíduos.

Como evitar?
• Mantenha os pisos sempre limpos e livres de
resíduos para que as empilhadeiras possam ser
operadas com segurança.
• Trabalhe somente nas áreas destinadas à circulação de
empilhadeiras, conservando esses locais
desobstruídos. Obedeça a todas as placas de
sinalização de tráfego e aos avisos de precaução.
• Não deixe ferramentas ou outros equipamentos sobre
a empilhadeira. Para maior segurança, mantenha
de- sobstruído o acesso para os pedais e nunca
opere com pés ou mãos molhados ou sujos de
óleo ou graxa.

Práticas de operação indevidas


Quando a empilhadeira sofre algum impacto
contra equipamentos, produtos ou instalações, as
consequências podem ser muito sérias. Partes
importantes podem ser danificadas: pneus, garfos,
rodas etc. Mesmo os opera- dores que têm mais
experiência estão sujeitos a acidentes caso tenham de
manobrar a empilhadeira ao redor de produtos.
Embora tenha sido projetada para carregar,
suspender e transportar cargas pesadas, os impactos
são uma frequente causa de avarias.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 63
Outro dano ocasionado por operações indevidas ocorre quando o operador
empurra ou reboca paletes. Isso pode provocar desgaste prematuro dos pneus,
avarias onerosas na transmissão e até perda do controle da empilhadeira,
com acidentes graves.

Como evitar?
• Mantenha o local de operação livre do congestionamento de produtos,
retirando tudo o que não for necessário para a realização das tarefas.
• Se possível, utilize sistemas monitores de impacto, limitadores de velocidade
e para acesso sem chave, que ajudam a reduzir as avarias por impacto.
• Não use os garfos para empurrar cargas, pois isso pode danificar a
carga e a máquina. Existem acessórios específicos para puxar e
empurrar cargas com empilhadeiras.
• Nunca use a empilhadeira para empurrar ou rebocar outra. Caso ela
pare de funcionar de repente, avise imediatamente a pessoa encarregada pela
manutenção.
• Tome cuidado ao baixar os garfos, pois pode haver algo embaixo deles.
• Não permita a permanência ou a passagem de pessoas sob ou sobre os
garfos ou em qualquer outro acessório instalado na torre de elevação da
empilhadeira.

Levantamento inseguro e excesso de velocidade


O excesso de velocidade constitui prática irresponsável também no caso das
em- pilhadeiras. A situação é ainda mais grave quando se combina excesso de
velocida- de e trabalho com carga pesada ou elevada.
© Daniel

64 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Como consequência, podem ocorrer danos no equipamento e acidentes graves com
pessoas, pois a empilhadeira pode oscilar e tombar com o deslocamento
acelerado. Antes de levantar cargas, é preciso conferir o nivelamento dos garfos
para assegurar que a operação será efetuada com segurança e equilíbrio da
carga.

Como evitar?
• Nunca exceda os limites de peso especificados na placa de identificação
da empilhadeira.
• Para manter o equilíbrio, centralize a carga no palete e posicione os garfos
junto às extremidades laterais do palete. Isso facilita o deslocamento da máquina
e pode evitar desperdícios.
• Certifique-se de que a carga está bem empilhada e balanceada entre os dois
gar- fos e nunca tente levantar cargas com apenas um deles. O equilíbrio e o
balan- ceamento da carga na empilhadeira são fundamentais.
• Nunca faça acrobacias, corridas ou brincadeiras enquanto estiver operando a
empilhadeira.
• Nunca permita passageiros nos garfos ou em qualquer outra parte da
empilha- deira. O único assento é o do operador.

Equipamentos ou acessórios incorretos


A utilização de equipamentos ou acessórios incorretos pode ocasionar falhas e
desgaste prematuro nos componentes da empilhadeira. Um exemplo é o uso de
pneus gastos ou inadequados, que contribui bastante para os prejuízos
relacionados à manutenção.

Como evitar?
• Escolha corretamente os equipamentos, pois isso é vital para a eficiência
e o bom desempenho no trabalho com empilhadeiras, além de reduzir os
custos de manutenção.
• Substitua pneus gastos ou cortados que possam causar impactos capazes de
aba- lar a roda, os componentes do eixo, a carga e o operador.
• Lembre-se de que, diferentemente de um automóvel, as empilhadeiras não
são equipadas com molas de suspensão que amorteçam os movimentos.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 65


Desgaste prematuro dos garfos
Uma consequência do trabalho com pneus gastos é o desgaste prematuro da
parte inferior dos garfos. Garfos desgastados põem em risco a capacidade de
levantamen- to da empilhadeira e criam um ambiente de trabalho inseguro.

Como evitar?
• Realize inspeções de rotina para que possa trabalhar sempre com garfos seguros.
• Ajuste os garfos para que haja contato entre a carga transportada e a
empilhadei- ra propriamente dita, mantendo a carga o mais estável
possível.
• Mantenha os garfos o mais longe possível um do outro dentro das aberturas
dos paletes. Esse posicionamento é importantíssimo para o equilíbrio da
carga.
• Antes de erguer uma carga, certifique-se de que os garfos estão sob toda a
exten- são dela. Antes de transportá-la, veja se ela está estável sobre os
garfos.

Falha da transmissão
Uma causa muito comum de avarias é utilizar o pedal de aproximação ou de
avan- ço lento para descanso e apoio dos pés. Esse procedimento ocasiona
falhas em componentes importantes e pode contribuir para aumentar as despesas
com avarias na transmissão e a ocorrência de acidentes.

Como evitar?
Utilize o pedal de aproximação somente quando estiver se aproximando de
uma prateleira e quiser aplicar os freios sem aumentar a rotação do motor.
Quando o sistema hidráulico não estiver em uso, o pedal do freio
(intermediário) pode ser usado a fim de parar a empilhadeira.

Atividade 2
p esquisa sobre acidenTes de Trabalho

Em dupla, façam uma pesquisa sobre acidentes de trabalho com


empilhadeiras. Procurem descobrir se o operador de empilhadeira pode prevenir
acidentes e como ele poderia fazer isso.
Para realizar a pesquisa e responder à questão problematizadora, vocês deverão
seguir estes passos:
66 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
1. Pesquisar em sites de busca na internet textos informativos a respeito da
ocorrên- cia de acidentes envolvendo empilhadeiras.
2. Ler e selecionar, em comum acordo, pelo menos dois textos pesquisados.
3. Registrar, na tabela a seguir, os dados do site em que as notícias
selecionadas foram encontradas, o dia e horário da pesquisa.
4. Identificar o local em que os acidentes ocorreram e suas possíveis causas e
regis- trá-los na tabela a seguir.
5. Discutir se, nos casos apresentados nos textos selecionados, o operador de
empi- lhadeira poderia ter evitado o acidente ou a existência de vítimas.

Notícia 1 Notícia 2

Site do qual a notícia


foi retirada

Local do acidente

Possíveis causas do
acidente

Medidas que poderiam ter


evitado o acidente ou a
existência de vítimas

Qual é a responsabilidade do operador na prevenção de acidentes com empilhadeiras?

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 67


Atividade 3
s eTe siTuações , seTe erros : inTerpreTando siTuações do
coTidiano do operador de empilhadeira

A seguir, você encontrará sete imagens que representam experiências equivocadas


no cotidiano do operador de empilhadeira. Considerando o que você já sabe
sobre a segurança e a prevenção de acidentes, descreva o “equívoco” retratado
em cada uma das imagens.
© Daniel
© Daniel

68 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


© Daniel

© Daniel

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 69


© Daniel
© Daniel

70 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


© Daniel
Agora, com a ajuda do monitor, você e seus colegas contarão seus registros uns
para os outros. Aproveite para anotar pontos interessantes levantados por seus
colegas.

Operar empilhadeiras requer preparação, cuidado e atenção


A seguir, veremos uma lista com itens que todo operador deve observar em
relação às normas de segurança.

1. Antes de ligar a empilhadeira, verifique sempre se a marcha está desengatada.


2. Antes de levantar a carga, verifique seu peso e centro de gravidade.
3. Transite sempre com os garfos um pouco acima do chão (15 a 20 cm).
4. Se for andar de marcha a ré: observe com cuidado o piso, as pessoas e os
obstá- culos que estiverem nas proximidades.
5. Tire o pé do freio e acelere devagar.
6. Levante a carga da pilha e incline cuidadosamente para trás, o suficiente
para estabilizá-la.
7. Posicione a empilhadeira frontalmente à carga até que esta se encoste à
grade de proteção; em seguida, levante os garfos.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 71


8. Ao inclinar a torre para trás, avalie o tipo de carga que será transportada.
9. Verifique se o piso tem capacidade para suportar o peso da máquina e da carga.
10. Não faça curvas em alta velocidade.
11. Diminua a marcha quando o piso tiver ondulações ou estiver molhado.
12. Quando estiver transportando tambores, evite parar ou ultrapassar os
obs- táculos, pois uma parada brusca pode fazer que os tambores se
movimentem e caiam.
13. Buzine sempre que se aproximar de pessoas que estejam andando,
movimen- tando algum carrinho ou carregando algo, evitando assustá-
las.
14. Ao dirigir em rampas, siga sempre com a carga voltada para cima.
15. Nunca deixe a empilhadeira em uma rampa, a menos que o freio de
estaciona- mento esteja acionado e as rodas, devidamente calçadas.
16. Não estacione a empilhadeira em lugares em que ela possa obstruir
extintores ou hidrantes.
17. Mantenha distância segura em relação a outros veículos.
18. Nunca conduza com parte do seu corpo fora da posição normal.
19. Durante as descargas, não permita a permanência de pessoas ao redor
da empilhadeira.
20. Olhe sempre para trás na hora de dar marcha a ré.
21. Comunique imediatamente ao supervisor ou ao responsável pela manutenção
qualquer defeito verificado na empilhadeira.
22. Sempre que não tiver visão de frente, dirija a máquina em marcha a ré.
23. Com a empilhadeira descarregada, conduza-a sempre de frente.
24. Em nenhuma circunstância acrescente contrapeso na empilhadeira para
aumen- tar sua capacidade de transporte de carga.
25. Nunca faça reversão (para frente ou para trás) com a máquina em movimento.
26. Não dirija a empilhadeira com a perna esquerda para fora.
27. Nunca transporte pessoas na empilhadeira, qualquer que seja o local e
motivo alegado.

72 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


28. Observe rigorosamente todos os regulamentos e sinalizações de trânsito estabe-
lecidos internamente.
29. Não execute meia-volta em rampas ou em plano inclinado, pois há
possibilidade de tombamento.
30. Certifique-se de que as rodas e as extremidades da carroceria do
caminhão estão devidamente calçadas antes de entrar nela com a
empilhadeira.
31. Verifique o extintor de incêndio.
32. Use luvas, sempre que necessário, para mexer na carga.
33. Nunca solte os garfos no chão, nem mesmo para chamar a atenção de pedestres.
34. Cuidado ao passar embaixo de pontes rolantes: utilize a faixa de segurança.
35. Nunca levante ou transporte carga em uma só lança do garfo da empilhadeira.
36. Não dirija com as mãos molhadas ou sujas de graxa.
37. Tambores devem ser transportados apenas em paletes.
38. Cargas colocadas em carroceria de caminhão devem ser carregadas e
descarre- gadas pelo mesmo lado.
39. Antes de sair da empilhadeira, certifique-se de que os garfos estão
completa- mente abaixados.
40. Empilhe somente materiais iguais.
41. No caso de tambores, empilhe no máximo três camadas e, entre elas,
utilize chapa de madeira.
42. Quando empilhar paletes com sacos, tome cuidado para que a pilha não
fique inclinada por causa de má arrumação.
43. Quando movimentar paletes no sentido longitudinal (lado maior), coloque
alongadores de garfos, para atingir o centro de carga.
44. Redobre a atenção nos empilhamentos a partir de 2 m de altura, pois os
equi- líbrios da máquina e da pilha se tornam muito instáveis.
45. Sempre suba na empilhadeira pelo lado esquerdo.
46. Nunca permita a permanência de pessoas debaixo de uma carga suspensa.
47. Antes de iniciar o serviço com a empilhadeira, verifique sempre a
tabela de observações diárias (checklist – fala-se “tchéklist”) deixada pelo
outro operador.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 73


48. Observe o alinhamento da pilha, na horizontal e na vertical.
49. Não utilize os garfos para empurrar ou puxar qualquer tipo de objeto.
50. Inicie o carregamento de carrocerias de caminhão pela parte da frente
e o descarregamento, pela parte de trás.
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (SEST); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (SENAT). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.

Atividade 4
c onhecendo a ocupação

1. Leia a entrevista a seguir. Ela traz o depoimento de um operador de


empilhadei- ra que atua em uma empresa no interior de São Paulo.
© Masé

Entrevistador: Qual seu nome?


Adaire: Adaire Alves Vicente.
E.: Adaire, há quanto tempo você atua como operador de empilhadeira?
A.: Nesta empresa, há quatro anos, mas antes eu trabalhei em outra empresa por
dois anos e meio.
E.: Para começar a atuar como operador de empilhadeira, qual a formação que
você teve?
A.: Eu trabalhava em uma empresa e daí surgiu a oportunidade de trabalhar
como operador, mas eu não tinha o curso. Então, eles ofereceram o curso,
eu fiz e, no final, fiz uma prova. Daí eu comecei a trabalhar com a
empilhadeira.

74 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


E.: Precisa ter a carteira de motorista ou
não? A.: Sim, tem de ter antes a carteira de
motorista. E.: E como é, em geral, a sua rotina
de trabalho?
A.: Eu chego às seis da manhã e antes de trabalhar a gente faz a ginástica
laboral. Depois vou até a empilhadeira para fazer o checklist dela, para ver
se está tudo [certo], se não tem nenhum defeito.
E.: E se você chegar e tiver algum defeito?
A.: Daí eu vou marcar no checklist e chamo o encarregado para passar para ele
estar ciente.
E.: Quem são os outros profissionais que trabalham diretamente com você?
A.: Trabalham os outros operadores de empilhadeira, que a gente trabalha
em conjunto, e tem o pessoal da parte de separação e carregamento, que
trabalha sepa- rando os produtos. A gente [os operadores de empilhadeira]
trabalha abastecendo os pickings (fala-se “piquins”) para eles [o pessoal da
separação e carregamento] pegarem esses produtos e também os paletes
fechados.
E.: O que seria o picking?
A.: Os pickings são as áreas de separação dos produtos picados, como, por
exem- plo, dez caixas, vinte caixas. E ficam sempre no nível 1, na parte térrea
para faci- litar a retirada. Mas os paletes fechados aqui têm cem caixas e ficam
nas partes altas, [em] que a gente pega com a empilhadeira e deixa no
picking. O picking é a área térrea.
E.: Você já sofreu algum acidente com a empilhadeira?
A.: Não, eu não. Eu já vi uma empilhadeira quase tombar porque o operador
subiu com ela numa rampa. E daí ela quase tombou, mas não chegou a
tombar, não.
E.: Se você fosse dar um conselho para uma turma que está fazendo o
curso para operador de empilhadeira, o que você diria?
A.: Bom, é uma responsabilidade muito grande, porque você está lá
trabalhando tanto com equipamento que é muito caro, com produtos que você
está movimentan- do que têm valor e tem vidas de pessoas, que é mais
importante. Porque às vezes você está operando a empilhadeira e tem pessoas à
sua volta, o paleteiro, por exemplo, que está andando com carrinho. Então, você
tem de estar sempre muito atento ao
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 75
que está fazendo e não fazer nada se não tiver certeza do que está fazendo,
como no caso de alguma manobra mais arriscada. Você tem de ter certeza do
que vai fazer, para evitar acidente. O operador de empilhadeira precisa ter
responsabilidade e tem de ter muita atenção no que você faz, se você não
estiver concentrado no que está fazendo, pode causar um acidente.
E.: E você gosta dessa atividade?
A.: Vixe, eu gosto bastante, eu gosto! Quando eu entrei aqui, foi difícil procurar
uma vaga, tinham seis operadores esperando e me falaram que era melhor eu
procurar outra função dentro da empresa porque ia ser muito difícil, mas
graças a Deus chegou a oportunidade.
E.: Quando você entrou nesta empresa o que você fazia?
A.: Quando eu entrei aqui eu carregava caminhão, carregava carga. Daí eu
trabalhei um bom tempo, depois trabalhei no recebimento também, até que
chegou a minha oportunidade.
E.: Você acha que o operador precisa desenvolver quais capacidades?
A.: Tudo que você faz no seu dia a dia tem de fazer com segurança e
responsabili- dade, isso vai lhe promover, para que você tenha outras
oportunidades dentro da empresa. Porque, se você não faz as coisas direito,
como vai ter outra função mais exigente, se a primeira você não fez direito?
E.: Você faz outros cursos aqui na empresa ou não?
A.: A gente faz outros cursos de reciclagem.
E.: E você também faz exames de saúde?
A.: Sim, a gente faz exame do coração e eletroencefalograma, anualmente.
E.: As empilhadeiras são diferentes, tem vários tipos. Isso diferencia o manejo?
A.: Sim, tem diferença. Mas aqui a gente só trabalha com a elétrica. Aqui não
usamos outro tipo de empilhadeira, como a gás, porque polui e estamos em
ambiente fechado.
E.: E o uso do coletor de dados, como funciona?
A.: De manhã, quando entro, cada operador tem uma senha. Então, todas as
ope- rações que eu faço de movimentação dos produtos ficam armazenadas. Se
eu fizer algum procedimento errado, vai ficar marcado ali. Cada operador tem
sua senha.
76 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
E.: No curso de operador de empilhadeira que você fez, você aprendeu a
usar o coletor de dados?
A.: Não, isso eu aprendi foi aqui na empresa. No curso só aprendi a operar a
empi- lhadeira mesmo, mas é no dia a dia que você pega a prática. Eu operei
empilhadei- ra no curso, mas lá foi em espaços maiores, era diferente.

2. Em grupo de quatro pessoas, respondam às questões a seguir, levando em


conta a entrevista que vocês acabaram de ler e os conhecimentos que
adquiriram até aqui.
a) Qual é a importância do checklist na rotina de trabalho do operador de empilhadeira?

b) Como a formação continuada do operador de empilhadeira pode contribuir para


sua qualificação? Citem exemplos.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 77


c) Vocês identificam a presença de recursos tecnológicos na prática do
operador de empilhadeira? Quais?

Tecnologia – vilã ou aliada do emprego?


A tecnologia tem se mostrado uma ferramenta útil, principalmente entre os
jovens, na busca por uma vaga no mercado de trabalho. Por outro lado, muita
gente acre- dita que a tecnologia é a grande culpada pelo desemprego no
mundo. Esse é um tópico polêmico. O que você pensa sobre ele? Será que o
desemprego existe porque os trabalhadores não estão qualificados?
Um ponto indiscutível é que as novas tecnologias exigem novos
conhecimentos e habilidades, requerem de todos nós um pensamento mais
abstrato. E a escola tem um importante papel para que esses novos
conhecimentos cheguem a todos.

Atividade 5
o avanço Tecnológico

1. A universalização do acesso à tecnologia e os impactos que ela gera no


mercado de trabalho são assuntos muito discutidos atualmente. Leia a
matéria de jornal a seguir, que trata desse tema.

78 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Mais da metade da população não tem acesso à internet

Dados da pesquisa Pnad do IBGE mostram que a proporção de


pes- soas que utilizaram a internet passou de 20,9% em 2005 para
46,5% em 2011

O aumento da renda, o acesso ao de mercado de trabalho, o


crédito fácil e a perda do “medo” da tecnologia entre os mais
velhos foram fatores decisivos para a inclusão digital no País,
entre 2005 e 2011, porém mais da metade da população de 10
anos ou mais de idade ainda não tem acesso à internet. Dados
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostram que a proporção de pes- soas que utilizaram a
internet passou de 20,9% para 46,5%.

Em seis anos, houve um aumento de 45,8 milhões de


internautas – média de quase 21 mil por dia. Utilizaram a internet
no período de três meses antes da data da entrevista 77,7
milhões de brasileiros com 10 anos ou mais de idade, em 2011.

Embora ainda sejam as mais resistentes à rede mundial de


computadores, as pessoas de 50 anos em diante tiveram peso
decisivo no aumento da legião de internautas: passaram de
7,3% para 18,4% do total da população nesta faixa etária. Em
números absolutos, foi o maior crescimento, passando de 2,5
milhões de usuários nesta faixa etária para 8,1 milhões –
crescimento de 222%.

Outro crescimento significativo aconteceu no outro extremo, com


os internautas de 10 a 14 anos. Em 2005, 24,3% das crianças
acessavam a internet, proporção que saltou para 63,6% em 2011.

A pesquisa levou em consideração apenas os acessos à internet


por computador, não houve perguntas sobre acesso por meio de
telefones celulares e tablets.

“A inclusão digital se dá sem medo entre os jovens. Entre os


mais velhos, demora um pouco, mas é crescente, inclusive para
acesso a banco, para declarar imposto de renda”, diz o
coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azevedo.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 79
Embora a renda seja um fator importante de acesso à internet,
é in- teressante notar que as mulheres jovens, que têm renda
menor que os homens, porém maior escolaridade, estão mais
na rede mundial de computadores do que os homens. E há
mais usuários da internet na população com renda de 3 a 5
salários mínimos do que entre os que ganham mais de 5
salários mínimos. A explicação é que a faixa mais rica da
população é também a faixa mais velha, ainda “engati- nhando”
no mundo virtual.

Os técnicos do IBGE chamam atenção para o grande salto


entre os alunos da rede pública que passaram a ter acesso à
internet no espa- ço de seis anos. A pesquisa não investigou o
local de acesso (se o trabalho, a residência, a escola ou locais
públicos como bares e lan houses) e por isso não é possível
associar o crescimento à distribuição de computadores nas
escolas públicas, mas, para Cimar Azevedo, é um forte indicativo
da inclusão digital entre os mais pobres. Em 2005, apenas 24,1%
dos alunos da rede pública usavam a internet, proporção que cresceu
para 65,8% em 2011.
MAIS da metade da população não tem acesso à internet. O Estado de S.
Paulo, 16 maio 2013. Negócios. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/ economia-brasil,mais-da-metade-da-
populacao-nao-tem-acesso-a-
internet,153863e>. Acesso em: 20 mar. 2015.

2. Com ajuda do monitor, a classe deve ser organizada em quatro grupos.


Cada um deles deve debater uma das questões a seguir.
• Grupo 1: O desenvolvimento das tecnologias ajuda ou atrapalha os empregos?
• Grupo 2: “Não haverá melhorias enquanto apenas um pequeno grupo tiver
acesso a todos os meios possíveis de tecnologias em detrimento dos demais
excluídos.” Vocês concordam com essa afirmativa? Justifiquem a resposta.
80 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
• Grupo 3: Como a tecnologia poderia ser uma aliada do emprego?
• Grupo 4: Qual a importância da educação para o emprego nesse
contexto de desenvolvimento das tecnologias?

Se necessário, retomem a leitura do


texto. Anotem as conclusões do
grupo.

Os grupos devem apresentar suas conclusões. Compartilhem ao máximo


suas reflexões, para que toda a classe debata o assunto.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 81


Atividade 6
Trabalhando com charges

Observe as charges a seguir e atribua um título a cada uma delas, justificando


sua escolha. © Randy Glasbergen -

“Temos aqui todos os equipamentos tecnológicos de última geração.


Você gostaria de enviar um email pra ele?”
Tradução: Eloisa Tavares
©

Sob a orientação do monitor, compartilhe suas respostas com os colegas.

82 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Atividade 7
aTacado e varejo

Você sabe a diferença entre atacado e varejo? Escreva o que sabe a respeito de
cada um deles nas linhas a seguir.
Atacado:

Varejo:

Diferenças entre a função de atacadista e a de varejista


O operador de empilhadeira atua em grandes e pequenos armazéns nos
setores atacadista e varejista. Vejamos as principais diferenças entre os dois
setores.
O foco principal do setor atacadista é o atendimento aos varejistas, ou seja, a
reven- da. O setor varejista, por sua vez, se ocupa da venda ao consumidor
final.
Geralmente, o atacadista realiza compras em quantidades maiores do que os
vare- jistas e, assim, consegue obter preços melhores junto aos fabricantes.
Além disso, é comum que os atacadistas possuam áreas de armazenamento
mais amplas do que os varejistas e, por isso, suas empresas se localizam em
áreas mais periféricas. Já os varejistas instalam-se em regiões mais centrais
das cidades, afinal, seu alvo é o consumidor final.
Essas diferenças influenciam no tipo de empilhadeira que deverá ser adquirida
pela empresa, bem como nos mecanismos de controle de estoque e transporte
de mer- cadorias. A maior ou menor capacidade do armazém e a quantidade de
mercadorias estocadas implicam a utilização de diferentes empilhadeiras para
o transporte, de acordo, por exemplo, com o peso das cargas.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 83


Atividade 8
enTrevisTas

Visite duas empresas, uma do setor atacadista e outra do setor varejista, e


entrevis- te um operador de empilhadeira em cada uma delas. Antes disso,
organize um roteiro de perguntas com o objetivo de descobrir as diferenças e
as semelhanças dessas empresas em relação a:
• capacidade de transporte de cargas das empilhadeiras utilizadas;
• número de operadores e de empilhadeiras que existem na empresa;
• atividades diárias desenvolvidas pelos operadores;
• outros profissionais que frequentam o local de trabalho.
Feitas as entrevistas, registre como funciona cada setor e, depois, as
semelhanças e as diferenças encontradas.
Características do setor atacadista:

Características do setor varejista:

Semelhanças:

Diferenças:

84 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


unidade 9

Comunicação e suas
repercussões no
trabalho
Você já parou para pensar sobre a importância da
comunicação em sua vida?
Foi por causa da nossa capacidade de pensar e de expressar
os nossos pensamentos, planos, ideias, dúvidas, emoções,
saberes, impressões etc., por meio da linguagem, que
conseguimos pro- duzir e compartilhar os conhecimentos
que a humanidade foi construindo ao longo de sua história.
Sem a comunicação nada disso seria possível.
Neste curso de operador de empilhadeira você já aprendeu
mui- tas coisas, não é mesmo? Conheceu diferentes setores
nos quais poderá trabalhar, aprendeu sobre códigos, sinais e
itens de segu- rança no trabalho, sobre os tipos de
empilhadeira, conheceu um pouco mais da história do
trabalho, entre muitas outras coisas.
Mas será que esses conhecimentos técnicos serão suficientes
para realizar bem as atividades dessa ocupação? E as
relações entre as pessoas no ambiente de trabalho, será que
dependem apenas desses saberes? Nossas atitudes não
contam?
© Jetta

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 85


Atividade 1
d iscuTindo as relações

Responda às questões a seguir e depois compartilhe as respostas com o monitor


e os colegas.

1. Para você, qual é a importância da comunicação no ambiente de trabalho?

2. Na sua opinião, quais atitudes favorecem um bom ambiente de trabalho?

3. E quais atitudes dificultam as relações no trabalho?

Jeitos de falar
Precisamos constantemente refletir sobre nossas atitudes, formas de agir e de
nos relacionarmos no trabalho, pois elas podem fazer muita diferença no
ambiente profissional. Manter uma boa comunicação pode ajudá-lo a ser mais
autoconfiante, a estabelecer uma boa relação com colegas, empregadores e
clientes, se for o caso. Assim, da mesma forma que você se mantém atento às
suas atividades no que diz respeito a operar a empilhadeira, precisa também
tomar alguns cuidados na forma como se comunica. A cordialidade, a
gentileza e o respeito no trato com todos tornam o ambiente de trabalho
mais agradável e amistoso.

86 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Atividade 2
Tem palavra

Leia, a seguir, um poema de Alice Ruiz.

Tem palavra

tem palavra
que não é de
dizer nem por
bem nem por
mal
tem palavra
que não se

© Vilma
conta nem prum
animal tem
palavra
louca pra ser dita
feia bonita
e não se
fala tem
palavra
pra quem não
diz pra quem não
cala
pra quem tem palavra
tem palavra
que a gente
tem e na hora
H falta
RUIZ, Alice. Tem palavra. Disponível em: <http://www.aliceruiz.mpbnet.com.br/
discografia/paralelas/tem_palavra.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 87


1. Do que trata o poema?

2. A autora diz que há palavra que não se conta nem para um animal. Como
você entendeu esses versos?

3. Como você interpreta o seguinte trecho: “tem palavra que a gente tem e na
hora H falta”? Você já se sentiu assim, sem palavra? Em que situação?

4. Você já se arrependeu por ter dito algo sem pensar? O que você considera
que lhe faltou nessa situação?

88 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Comunicar é preciso
Existem inúmeras formas de se dizer algo a alguém, mas precisamos escolher
bem as palavras para que a comunicação flua de maneira eficiente, para que
sejamos bem compreendidos. Quando estamos conversando com uma pessoa,
é importan- te termos claro o que queremos transmitir. Também devemos
manter uma atitude respeitosa com nosso interlocutor, ou seja, com quem
estamos conversando.
Tão importante quanto a clareza do que se pretende dizer, é a escolha das
palavras, o tom e o jeito de dizer. É sempre indicado evitar falar com a voz alta
sem necessidade ou utilizar um tom agressivo ou irônico. Outra atitude recomendada
é respeitar a todos com os quais você convive em seu ambiente de trabalho, afinal,
o respeito mútuo é essencial.

Atividade 3
refinando o olhar

Leia a crônica “Vista cansada”, de Otto Lara Resende, e depois responda às questões.

Vista cansada

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa
à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou
pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar
de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira
que o Hemingway tenha acabado como acabou. Fugiu enquanto
pôde do desespero que o roía
– e daquele tiro brutal.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o


poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é
que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem
ver. Parece fácil, mas não é.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 89
O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta
curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém
lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não
sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que
passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu
escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro.
Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de
falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a
mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o
porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma
girafa, cumprindo o rito, pode ser que também ninguém desse por
sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e


limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver
pela primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia
a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da
indiferença.
RESENDE, Otto Lara. Vista cansada. Folha de S. Paulo, 23 fev. 1992. Opinião,
p. 1-2. © by herdeiros de Otto Lara Resende
© Luciana Whitaker/Folhapress © by herdeiros de Otto Lara
90 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
1. Do que trata o texto?

2. Por que você acha que o título do texto é “Vista cansada”?

3. Você acha que é comum as pessoas não se conhecerem, mesmo depois de


convi- verem por muito tempo, como no texto?

4. Reflita sobre como você tem agido ao conversar com sua família,
amigos e colegas. Costuma olhar as pessoas nos olhos? Fica atento à
conversa? Costuma ser gentil e solícito? Ou age com indiferença?

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 91


5. Como você interpreta o trecho final do texto: “É por aí que se instala no
coração o monstro da indiferença”?

6. Em grupo, discutam quais atitudes todos devem ter no dia a dia, não
apenas no ambiente de trabalho.
7. Quantas vezes você ouviu falar ou teve de conviver com pessoas grosseiras
que se sentem superiores às demais? É horrível, não é mesmo? Em grupo,
compartilhem experiências nas quais vivenciaram ou presenciaram situações
como essa. Depois, listem as atitudes que, segundo o grupo, favorecem as
boas relações, considerando que no ambiente de trabalho várias pessoas
convivem e o trabalho de uma depende e interfere na atividade da outra. Ao
final, compartilhem com o monitor e com a classe a lista de atitudes que
favorecem as boas relações elaborada pelo grupo.

92 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Igualdade na diversidade
Todas as pessoas são diferentes umas das outras e
essas diferenças podem ser físicas, no modo de
pensar, no modo de agir, na idade, na orientação
sexual. Há ainda diferenças de classe social, de valores,
crenças e religião, entre muitas outras. Contudo, não
podemos nos esque- cer de que a única coisa que Além de as pequenas regras de
temos de semelhante é o fato de sermos diferentes. A civilidade ajudarem a manter o
ambiente de trabalho equilibrado,
diferença deve ser compreendida como algo positivo, respeitar as diferenças e
reconhecer a todos como iguais é
não como um problema, pois a di- versidade nos uma questão de cidadania.

fortalece e nos humaniza.

Gestos e expressões também


comunicam
Nossa forma de agir e de comunicar diz muito sobre
nós. É importante reconhecer que em diferentes
contextos nos comunicamos de diferentes formas, ou
seja, quando estamos em casa ou entre amigos,
podemos ficar mais à vontade no modo de nos vestir e
a conversa também pode ser informal. Por conta de
nossa intimidade, podemos utilizar gírias e, se for o
caso, até fazer certas brincadeiras. Bem diferente de
quando estamos no trabalho ou em outra situação
formal, como em uma comemoração, um casamento
ou uma entrevista de trabalho.
Lembre-se de que não nos comunicamos apenas com
pa- lavras ditas ou escritas, que nossas expressões e
gestos tam- bém comunicam. Por isso, é importante
estarmos atentos a esses aspectos. Isso não quer dizer
que não podemos ficar à vontade ou sermos
espontâneos, mas que temos de ter cuidado para não
constrangermos as pessoas a nossa volta.

Integração entre a linguagem verbal e


a linguagem não verbal
Na Unidade 7, falamos sobre as linguagens verbal e
não verbal. Agora vamos falar um pouco mais sobre
como essas duas formas de comunicação
interagem.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 93
Pense em uma cena de novela ou de filme que você tenha visto. Certamente
você ouviu a fala dos personagens e, em alguns momentos, a música de fundo;
viu o cenário, a iluminação do ambiente, as vestimentas, a movimentação dos atores,
seus gestos e suas expressões. Todo esse conjunto contribuiu para que você, assim
como todos os teles- pectadores, atribuísse um significado à história e
conseguisse dar sentido à cena.
Esse é um exemplo em que a linguagem verbal e a não verbal se integram,
uma influenciando a outra.

Atividade 4
u ma imagem vale mais do que mil palavras?

1. Observe com atenção a imagem a seguir.


© Bridgeman

Jean-François Millet. As respigadeiras, 1857. Óleo sobre tela, 83,5 cm  110 cm.

a) Qual é a sua impressão sobre a obra?

94 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


b) Quais são as cores que predominam nela?

c) O que se destaca na cena?

d) Agora, observe bem as vestimentas das mulheres.


O que essas roupas podem nos indicar?

e) Por que as mulheres que aparecem na obra


estão curvadas?

A leitura nos ajuda a aprimorar nossa


comunicação. Com ela podemos
experimentar sentimentos, sensações
e situações que jamais viveríamos na
realidade e esse conhecimento nos
torna melhores, amplia nosso
repertório cultural. Contudo, Paulo
Freire, educador brasileiro, lembra
que “a leitura do mundo precede a
leitura da palavra”.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler:
em três artigos que se completam. 51. ed.
São Paulo: Cortez, 2011. p. 20.

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 95


f) Respigar quer dizer catar os restos do que sobrou da colheita. No século XIX
(19), na França, camponesas dependiam dessa atividade para sobreviver. Essas
mulhe- res recebiam autorização para passar rapidamente, antes do pôr do
sol, pelos campos ceifados para recolher espigas que sobravam depois
da colheita.
Essas informações mudaram sua primeira interpretação da obra? Por quê?

g) Segundo o dito popular, “uma imagem vale mais que mil palavras”. Você
con- corda com isso? A análise da obra lhe ajuda a responder a essa
questão?

96 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


u n id a d e 10
Revendo seus
conhecimentos
Com esta Unidade, chegamos ao fim do curso. Por isso, este
é um momento de balanço, de rever o que você
aprendeu no período em que se dedicou à formação básica
de operador de empilhadeira.
É importante que consiga identificar tudo o que aprendeu sobre
essa ocupação e que se sinta preparado para buscar uma
vaga no mercado de trabalho. Quando encontrá-la, você
certamente continuará construindo novas
aprendizagens.
Mas, neste momento, queremos que você saiba com clareza
o quanto já aprendeu. Para isso, vamos retomar uma atividade
do início do curso (Unidade 2 do Caderno 1), em que você
fez um levantamento do que já sabia e do que ainda precisa
desenvolver na área de atuação do operador de
empilhadeira. Agora é o momento de atualizá-lo.

Atividade 1
revisiTe seus conhecimenTos

Lembre-se do início deste curso e liste o que aprendeu no


de- correr dele. Essa será a base para você fazer um novo
currículo e buscar uma vaga no mercado de trabalho. É
também uma maneira de identificar lacunas, ou seja, os
aspectos que você ainda não domina, e procurar novas
formas de se aprimorar.
Você pode consultar diretamente o site da CBO, para ver
com detalhes os conhecimentos necessários à ocupação.
Depois de refletir, preencha a tabela a seguir.
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 97
O que ainda preciso
O que já sabia fazer O que aprendi no curso
aprender

Analise a última coluna da tabela com atenção. Ainda há coisas que você
considera necessário aprender? Isso é normal e você não deve desanimar, pois
o conhecimen- to é um processo contínuo. Por mais que conheçamos algo,
sempre há novas con- cepções para aprendermos.
Agora, procure elaborar um planejamento das suas próximas ações para dar sequên-
cia à construção da sua formação e da sua carreira. Por exemplo:
• continuar a estudar;
• procurar novo curso de aperfeiçoamento na área;
• ler revistas ou livros especializados;
• procurar na internet mais informações sobre temas relacionados à ocupação
de operador de empilhadeira.

98 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


Atividade 2
p laneje seus próximos aprendizados

Nossos planejamentos devem ser revistos frequentemente para não se


tornarem ultrapassados. Ações e prazos precisam ser sempre atualizados.
Neste momento, você não precisa prever ações de difícil concretização. A
formação que acaba de realizar já é um trunfo para se candidatar às vagas
nessa área.
Para fazer o seu planejamento, utilize a tabela a seguir. Você pode revê-lo de
tempos em tempos, para atualizar seu currículo e o próprio planejamento.

O que fazer Por quê Como Quando

ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 99


Prepare-se para o mercado de trabalho
Além de aprimorar seus conhecimentos, é
importante preparar-se para obter um lugar no
mercado de trabalho. Para iniciar a procura, você deve
organizar seus documen- tos e elaborar seu currículo.
Comece organizando seus documentos pessoais e
aqueles que comprovam sua escolaridade (diplomas e
certificados de cursos). Coloque-os em uma pasta, que
você vai apre- sentar nos locais onde procurar emprego.
Ela deve conter:
• comprovação da sua escolaridade formal – diplomas;
• certificados de cursos que você fez, inclusive este;
• comprovação de suas experiências de trabalho,
que podem incluir registros informais, declarações e
fotos;
• cartas de recomendação.
Para o currículo, você vai elaborar um resumo de
tudo o que já fez e tudo o que sabe fazer.
Antigamente, os currículos eram longos e com
informações bastante de- talhadas. Hoje, eles são
mais objetivos e claros, por isso, mais curtos. Vão
direto ao ponto e, de preferência, res- saltam os
conhecimentos e as práticas relacionados à
ocupação ou ao cargo pretendido.
As informações indispensáveis em um currículo para
tornar sua apresentação mais adequada são:
• dados pessoais – nome, endereço, telefone e email;
Nem sempre os anúncios de vagas
para operador de empilhadeira
especificam o salário inicial. A
• indicação de seu grau de escolaridade;
maioria dos contratantes prefere
combiná-lo na entrevista de
emprego.
• objetivo – a vaga em que você está interessado;
Por isso, para saber a estimativa de
salário inicial, o melhor é realizar
uma pesquisa em centros de
• conhecimentos e práticas adequados ao
distribuição, supermercados, trabalho pretendido;
magazines, grandes lojas de
departamentos e de materiais de
construção, transportadoras, • experiência profissional – os trabalhos que já teve.
aeroportos, indústrias e fábricas de
sua região.
Você também pode fazer uma Relacione suas experiências em ordem cronológica inversa:
busca na internet ou solicitar
informação no sindicato. do mais atual até o mais antigo. Se você não teve
emprego formal, escreva: “Principais experiências”.
100 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
Atividade 3
e labore seu currículo

1. Com base nas informações anteriores, crie uma


pri- meira versão de seu currículo, escrevendo os
dados principais.

2. Troque ideias com os colegas e com o monitor


do curso, verificando se há alguma mudança a
fazer.
3. No laboratório de informática, digite e formate
seu currículo no computador, deixando-o com
uma boa apresentação e com as informações
bem claras.
Você pode recordar como preparar
4. Não se esqueça de revisar seu currículo. É arquivos no computador voltando ao
Caderno do Trabalhador 3 –
essencial que não haja nenhum erro de ortografia, Conteúdos Gerais – “ABC da
informática”.
de concor- dância, nem mesmo de digitação. Você Disponível em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>.
Acesso em: 20 mar. 2015.
pode pedir a um colega ou mesmo ao monitor
para checar a sua revisão, isso é muito
importante!
ope R ado R de em pilhade i R a 2 A rc o O cupacio na l T r a n s p o rT e 101
Última etapa
A última etapa é a entrevista ou a seleção para o emprego que você pretende.
Para muitos, essa etapa causa certa ansiedade, outros a encaram como mais um
desafio ou obstáculo a transpor. É importante lembrar que, na entrevista, tanto
o entrevis- tador quanto o candidato ficam, de início, mais comedidos, mas, à
medida que ela vai transcorrendo, ambos vão se sentindo mais
confortáveis.
Hoje em dia, os entrevistadores são mais acessíveis, demonstrando uma atitude
mais acolhedora, pois o mercado de trabalho tem apresentado maior demanda
por pro- fissionais qualificados. Quando você for selecionado para uma
entrevista, procure manter a calma e a autoconfiança. Se você foi chamado é
porque, entre tantos outros, seu currículo apresentou as qualificações de que a
empresa precisa. No entanto, outros candidatos também foram selecionados e
será escolhido aquele que preencher mais adequadamente as condições requeridas
pela empresa e pelo posto de trabalho oferecido.
Veja a seguir algumas dicas que os especialistas dão aos candidatos.
• Prepare-se para a entrevista planejando tudo antecipadamente, reunindo os
do- cumentos em uma pasta. Leve também uma cópia do currículo; o
entrevistador nem sempre tem uma consigo e pode solicitar a sua.
• Verifique o endereço e calcule o tempo para chegar ao local com
antecedência mínima de 15 minutos.
• Seja sincero e coerente com as informações que colocou no currículo, pois
elas sempre podem ser checadas.
• Exponha com clareza o que sabe fazer na área e, caso lhe perguntem, fale
sobre suas atitudes e seu jeito de ser.
• Mostre-se confiante com relação ao que sabe. Contudo, seja honesto se
lhe for perguntado sobre algum procedimento que não domina.
Chegamos ao fim deste curso de qualificação de operador de empilhadeira.
Nele, você teve a chance de aprimorar seus conhecimentos e de praticar
algumas técnicas específicas dessa ocupação.
Agora confie em
você! Boa sorte!

102 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2


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104 A rc o O cu paci ona l T r a n s p o rT e o p e R a d o R de em pilhade i R a 2
v i a r á p i da e m p r e g o

Reconhecendo os códigos de cargas e demais


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Rotinas de segurança do trabalho
Avarias, tecnologia, atacado e varejo
Comunicação e suas repercussões no
trabalho Revendo seus conhecimentos

www.viarapida.sp.gov.br

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