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Apostila de Ética Cristã para Obreiro
Apostila de Ética Cristã para Obreiro
1) Ética Cristã
2) ÉTICA MINISTERIAL
3)ÉTICA MINISTERIAL O CARATER DE UM OBREIRO
http://www.slideshare.net/OBREIRO/documents
http://diacono-carlosalberto.blogspot.com.br
INTRODUÇÃO
Ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do
bem e do mal. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.
Nesta etapa do nosso estudo, falaremos sobre a Ética aplicada à vista ministerial do obreiro.
Abordaremos suas implicações na conduta deste, enquanto líder eclesiástico, e ainda
mostraremos a importância da Ética no relacionamento com Deus, com a igreja e com a
comunidade. Mas, para isso, é importante conhecermos alguns conceitos sobre Ética.
Ética é o ramo da Filosofia que tem como objetivo moral o conjunto de princípios pelos quais os
indivíduos devem pautar seu proceder no desempenho de sua profissão. Série de normas que
leva à aquisição de hábitos e a formação do caráter dos indivíduos para que possam cumprir
seus deveres e viver corretamente.
Ética pode ser definida como o estudo crítico da moralidade. Consiste da análise da natureza da
vida humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado”, pelos quais sua conduta possa ser
guiada e dirigida. Em resumo: “ética” é na prática aquilo que você pensa e faz.
- Verdadeiro – o que realmente pode ser comprovado com o que foi dito, exatidão, qualidade
daquilo que é verdade.
Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito de julgamento que
se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia. Como investigadora
da conduta ideal, a ética propõe questões que avaliam os passos do homem apreciados do
ponto de vista do bem e do mal. Sendo assim, seu estudo foge do âmbito estritamente humano
e passa a ser motivo de aferição fundamentada na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada que não
muda ao sabor das circunstâncias.
Veremos, abaixo, um pouco mais sobre a Ética Cristã, antes de entrar definitivamente no estudo
da Ética Ministerial.
1 – Ética Cristã
É o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a Palavra de Deus. Para
nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra
de fé e prática”. O termo “ética”, vem do grego “ethos”, aparece várias vezes no Novo
Testamento, significando conduta, comportamento, porte e compostura (habituais. A ética cristã
deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia, principalmente nos
ensinos de Cristo, de modo que “…Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais
para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” – 2ª Co 5.15; Ef 2.10. Nos dias
atuais, não difere das definições já expostas, tais como conduta ou prática de vida. Temos uma
boa referência em 1ª Co 15.33 quando Paulo diz que: “as más conversações corrompem os bons
costumes”. Este texto apresenta as exigências da Ética Cristã. O conceito que nós estudamos,
encontramos fundamentalmente na Bíblia Sagrada; que nos ensina a maneira de vida e conduta.
A conduta é considerada uma manifestação do comportamento da pessoa, ela vai ser o que
identifica a pessoa e o caracteriza, vejamos os três principais desenvolvimentos da conduta:
1. 1. A conduta moral
A ética traz os argumentos básicos para que se possam conhecer os princípios de tomadas de
decisões, como também a introdução à revolução moral. Leva também ao conhecimento moral
das obrigações, dos direitos humanos, das punições impostas aos infratores, do sexo e
casamento. O que faz do homem um ser imoral? Teologicamente como resposta cabal podemos
dizer que é a ausência de Deus na vida. Quem tem a mente de Cristo não mente, não mata, não
rouba, não comete adultérios, etc. 1ª Co 2.16 “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o
possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”.
1. 2. A conduta cristã
Normalmente quando alguém se identifica como cristão; o nome já requer atitudes éticas, tendo
em vista que o livro texto do cristão é a Bíblia Sagrada. Esse conceito pode nos deixar pensativos
no que tange ao que não devemos fazer. Mas o propósito do nosso viver deve ser aquele que
Pedro repetiu em sua epístola: “Sede santos, porque Eu Sou Santo” 1ª Pe 1.16. O conceito de
viver de uma forma santa significa mostrar nas suas boas ações de cristão o exemplo
encontrado na vida e ensinamentos de Jesus.
1. 3. A conduta pessoal
Mateus 5.16 ensina: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. A ética é
a ciência da conduta ideal. Aborda a conduta ideal do indivíduo, isto é, nossa responsabilidade
primária. Os evangelhos nos ensinam que a transformação moral nos conduz as perfeições de
Deus Pai, Mateus 5.16. E daí, parte-se para a transformação de acordo com a imagem do Filho
de Deus, Rom 8.29 “Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”; 2ª
Co 3.18 “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do
Senhor, somos transformados, de glória em glória na sua imagem”. Precisamos cuidar de nosso
próprio desenvolvimento espiritual como indivíduos. Essa transformação reflete em nossa
conduta pessoal, pois a conversão cristã gera essa transformação na vida do ser humano
direcionando-o a ética pessoal, 2ª Co 5.17 “Se alguém está em Cristo, é nova criatura as coisas
antigas passaram, eis que tudo se fez novo”, Numa sociedade corrompida, a Ética Cristã, gera
impacto em todos os sentidos. Quando um cristão se recusa a mentir, se droga ou comete
adultério, revela a sua submissão ao Espírito Santo, Lc 14.33 “Assim, pois todo aquele que
dentro vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Nesse caso, a Ética
Cristã supera as demais éticas pelo fato de ser gerada pela presença do Espírito Santo, Gl 5.25
“Se vivermos no Espírito, andemos também no espírito”. Vejamos também alguns impactos que a
Ética Cristã causa em alguns grupos pessoais:
√ Nos Novos convertidos – Um novo convertido demonstra sua nova vida através da ação do
Espírito de Deus no seu interior, como disse Paulo “nova criatura” 2ª Co 5.17, ou como disse o
Senhor Jesus: “Aquele que não nascer de novo” João 3.3. O maior impacto da ética no novo
convertido surge através da mudança de comportamento.
√ Na sociedade – Jesus disse em Mateus 5.13,14: “Vós sois o sal da terra, e a luz do mundo”. Os
dois valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão, portanto, deve
ser exemplo para o mundo e, ao mesmo tempo, deve militar contra o mal e a corrupção na
sociedade. O sal também representa as ações de ordem e equilíbrio que os cristãos exercem na
sociedade.
√ No Lar – A tragédia dentro do lar começa quando perdemos alguns valores Lc 15.9. Quando
há prioridade para a Palavra e a Oração, certamente, os valores éticos ressurgem. Para encontrar
a moeda perdida, a mulher, em Lucas 15, teve de fazer três coisas fundamentais: “acender a
candeia; varrer a casa e buscar até achá-la”.
Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito ou julgamento que
se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia. Ao longo desta lição
abordaremos os conceitos da ética cristã quanto ao lar, a propriedade, a igreja, a família cristã,
ao bem, ao mal, à nova moralidade, ao comportamento e ao caráter.
4. 1 – O Lar.
O lar é a expressão física do casamento e da família. Quando pensamos no lar, logo nos vêm à
mente, um homem, uma mulher, filhos, casa, alimento, disciplina, ordem, etc. O lar é de
inestimável valor às nossas conclusões quando nos propomos estudar o comportamento sócio-
religioso das pessoas. O lar é a célula máter, o principal núcleo da sociedade, da religião e da
pátria. Aquilo que for o lar há de determinar o que será a sociedade, a Igreja e a Pátria. Se os
pais são pessoas responsáveis e tementes a Deus, por certo que seus filhos serão criados no
caminho do bem, contribuindo assim para o fortalecimento da sociedade, da Igreja e da nação.
Infelizmente se acontecer o contrário os resultados negativos serão igualmente de se esperar.
Particularmente entre os salvos, o que Deus espera dos nossos lares? Deus espera que como
pais sejam exemplo para nossos filhos, na fé, na comunhão com Deus, no respeito, na
autoridade e no temor, criando-os sob disciplina, e conduzindo-os a uma experiência pessoal
com Deus. Dos filhos, Deus espera que eles respeitem e honrem a seus pais, que o temam e
que tenham prazer nos seus mandamentos. Só assim o lar será fortalecido, a sociedade e a
pátria preservadas e o nome do Senhor glorificado.
4. 2 – A Propriedade.
É Deus quem livremente distribui entre os homens aquilo que lhe pertence, como a posse da
terra, da água, dos animais, e de todos os demais bens materiais e até os espirituais.
Deus é supremo, é pleno e ilimitado. Tudo o que há no Universo é de Deus e todas as coisas
d’Ele provêm. Tiago 1.17 “ Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.
Deus é o Criador. A Bíblia diz que: “No princípio criou Deus os céus e a terra” Gn 1.1. A força
desta expressão não nos deixa dúvida alguma de que nada existe que se possa igualar ao poder
criador de Deus e à força e segurança da Sua palavra. Hebreus 11.3 “Pela fé, entendemos que foi
o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que
não aparecem.”
O propósito divino na Criação. Deus criou todas as coisas boas e perfeitas, pois ao concluir sua
gigantesca obra, incluindo Adão e Eva, as Escrituras afirmam que Gn 1.31 “viu Deus tudo quanto
tinha feito, e eis que era muito bom”; Dt. 32.4 “Eis a Rocha! suas obras são perfeitas, porque
todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.”
Dessa forma o homem tornou-se propriedade de todas aquelas coisas boas que Deus havia
criado, com plenos poderes para sujeitar todas as coisas e dominar sobre tudo. Como já foi dito
anteriormente, todas as coisas, incluindo o homem, pertencem a Deus, que é Todo-Poderoso e
Criador. Salmo 24.1.
O instinto de aquisição foi concedido por Deus ao ser humano para despertar-lhe o desejo de
possuir bens, de adquiri-los para o seu bem estar e conforto. Isto faz parte da vida do homem.
b) O assunto tratado no Novo Testamento. Jesus em seus ensinos, sempre defendeu o direito de
alguém possuir bens terrestres, Mt. 6.25 “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa
vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de
vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?”
Sem negar tal direito, Jesus lembrou também a posição de mordomia que o homem deve ocupar
em relação aos bens adquiridos e ainda advertiu quanto ao perigo de se colocar o coração nas
riquezas terrestres esquecendo-se, assim, das riquezas espirituais e passando a amar mais os
bens terrenos do que os tesouros celestiais. Mt 6.19-21; 19.24; Lc 12.15.
Existem coisas que foram criadas para o bem comum de todas as pessoas que convivem em
uma mesma terra e compartilham de um mesmo ambiente, sendo para isso necessário haver a
colaboração de toda a comunidade no sentido de conservar todos esses bens.
É interesse coletivo um dos aspectos que proporcionam condições para se formar uma
comunidade, uma sociedade, um estado, uma nação.
A. A divisão dos bens entre o povo de Israel. Deus havia prometido uma terra abundante e fértil
aos descendentes de Abraão, para que eles pudessem se constituir em nação, Gn 12.2 “de ti
farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!” Não
uma pequena nação, mas uma grande nação. E Ele cumpriu tal promessa.
B. O espírito que operava na Igreja primitiva. No princípio da fé, quando os primeiros cristãos
começaram a reunir-se formando a Igreja, havia um forte espírito de cooperação e unidade
entre eles, como podemos ler em Atos 2.44,45.
Em nossos dias o sistema continua o mesmo. Os crentes tem o dever de levar suas ofertas e
seus dízimos para o sustento da obra e auxílio aos necessitados.
5 1. A prestação de Contas
A vida da humanidade vem passando por inúmeras transformações, e à medida que o homem,
abusando dos poderes que lhe foram concedidos por Deus, vai dominando a natureza de forma
incontrolável e impiedosa, ele próprio colabora para um terrível desequilíbrio, que é notado em
todos os aspectos da vida.
Ninguém deve pensar que Deus está alheio aos acontecimentos. Chegará um dia em que todos
serão julgados ( 1ª Co 2.12-15; Ap 20.11,12). Nem mesmo os crentes fiéis ficarão sem
julgamento ( 1ª Co 3.13-15).
Jesus ensinou através de parábolas que ao homem são dadas condições de administrar bem
tudo aquilo que lhe é responsabilidade (Mt 25.15-30). O homem foi constituído mordomo das
riquezas que pertecem a Deus e como tal, um dia deverá prestar contas de como administrou
tais riquezas ao verdadeiro proprietário, que fará justiça a todos.
O ministério do ensino se expõe de maneira incisiva e clara nas Escrituras (Ex 18.20; Lc 19.47).
O propósito e os métodos deste ministério podem ser vistos tanto no Antigo como no Novo
Testamento. Jesus disse: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16).
Esta declaração veio dos lábios do próprio Jesus, revelando o propósito da Palavra como manual
de ensino.
O Antigo Testamento, não tenta ensinar apenas para desenvolver o intelecto, mas comunicar,
ensinar a viver de acordo com suas crenças e de acordo com suas necessidades éticas ( Ex 20.1-
17; 21.1-16). O conceito que se tem a simples vista do ensino do Antigo Testamento, é que
apenas os israelitas tinham que aprender longos relatos de seus antepassados e históricos de
suas experiências na trajetória até a terra de Canaã (Dt 4.1). Porém se olharmos para o conceito
que se tinha do ensino do aprendizado veremos que isto vai muito além do que sabemos.
Muitos reis e príncipes foram beneficiados pela Palavra de Deus. Pv 3.13-16. Os vários desvios
da nação de Israel surgiram em consequência da ignorância da Palavra (II Cr 36.16) Por outro
lado, quando o rei buscava ao Senhor e voltava-se para a Palavra, a nação prosperava (II Cr
26.5). Essa é uma constante na História de Israel “queda e levantamento”. Na época de Juízes,
tem vários relatos das consequências desastrosas da desobediência de Israel (Jz 21.25). Josué
recebeu sérias recomendações para observar os preceitos da Lei do Senhor (Js 1.7,8). Sua
obediência lhe valeu o sucesso.
6. 4 No Novo Testamento
Não somente o Novo Testamento, como toda Bíblia está repleta de exemplos éticos, tendo em
vista que ela é um manual de todas as éticas. Procuraremos demonstrar apenas três exemplos
de ética no Novo Testamento, mas devemos procurar outros exemplos éticos em toda Bíblia,
afinal ela é nosso manual por excelência.
6. 5 O exemplo de Zaqueu
A confissão genuina do pecado e a verdadeira fé, que produz salvação em Cristo resultam na
transformação da conduta externa da pessoa Rm 10.9 “Se com a tua boca confessares ao Senhor
Jesus, e em seu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. Zaqueu
demonstrou arrependimento e conversão com uma atitude espontânea de restituir e repartir os
bens. A presença de Cristo em sua vida o transformou em um homem ético com exemplos
práticos de uma nova vida (Lc 19.8).
Paulo escreveu esta “carta da prisão” (Fm 1.9) a um homem chamado Filemom, mais
provavelmente durante sua primeira prisão em Roma. Filemom era um Senhor de escravos (Fm
1.16) e membro da Igreja de Colossos. Onésimo era um escravo de Filemom que fugira para
Roma; alí, teve contato com Paulo e entregou sua vida a Jesus. Paulo dentro da ética devolve a
Filemom o seu escravo Onésimo com uma carta de intercessão. Certamente Onésimo seria muito
útil a Paulo na prisão, mas não era ético ficar com ele.
A Bíblia mostra Ananias e Safira que combinaram vender uma propriedade e entregar parte do
valor como se fosse o todo (At 5.1). Seu verdadeiro objetivo era obter prestígio e mentiram
diante da Igreja a respeito de suas contribuições (At 5.3). Deus considerou um delito grave
contra o Espírito Santo disciplinando-os com a morte (At 5.5). Já pensou se todos os crentes
infiéis morressem iguais a Ananias e Safira? (At 5.10). Que tragédia! As mortes de Ananias e
Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para com qualquer coração
enganoso entre aqueles que professam ser cristãos (At 5.11).
6. 8 Na atualidade
Na atualidade, pela graça de Deus temos métodos diversificados de ensino bíblico. O Espírito de
Deus tem despertado vidas novas para darem ênfase a esse ensino. Historicamente, na Idade
Média, houve algumas barreiras religiosas por parte da Igreja Católica e algumas ideologias
amedrontadoras àqueles que liam a Bíblia: “Dizia-se que quem lesse a Bíblia ficava doido”.
Felizmente, houve um despertamento progressivo desde que Deus levantou Lutero, o
reformador, para devolver a Bíblia às nações.
1 “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho
dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.
Seria interessante fazer uma auto-avaliação e verificar quanto tempo do dia, estamos dedicando
ao estudo pessoal da Palavra de Deus. Jesus disse: Nenhuma hora pudeste velar comigo? (Mt
26.40b).
6. 9 Ética Ministerial
É o ramo da Ética que apresenta o “padrão” que deve o Obreiro possuir para vir a desenvolver
um ministério eficaz, onde a luz de Cristo venha resplandecer em suas ações, pois assim como o
fruto é determinado pela espécie da árvore, o ministério inteiro de um homem de Deus será
qualificado pelo tipo de homem que ele é.
O Senhor Jesus disse: “…a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34). O grande pregador
escreveu: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é…”(Pv 23.7). Isso requer que o
coração seja puro e repleto das coisas que ele deseja que transpareça no ministério. “Sobre tudo
o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23).
Jesus era pleno da graça e da verdade; e assim, logicamente, isso é o que emanava de toda a Sua
vida (João 1.14).
6. 10 Ser o Exemplo
- Em sua caridade;
2 ÉTICA MINISTERIAL
1 – O caráter do Obreiro
O caráter nunca é comprovado por uma declaração escrita ou oral de convicções. É demonstrado
pelo modo como vivemos pelo comportamento, pelas escolhas e decisões; caráter é virtude
vivida. O caráter ruim ou o comportamento pouco ético tem sido comparado a um odor ruim é
sempre percebido, porém o caráter bom é um aroma agradável e suave que exala por todo
ambiente que é encontrado. O Obreiro deve sempre ser sensíveis que suas ações falam mais alto
do que sua oratória; visto que as ações que praticamos raramente são percebidas como prova de
caráter defeituoso, fazem-se essenciais a introspecção e a auto-avaliação, não porque
desejamos agradar ou evitar ofender os outros, mas porque a reputação e a auto-avaliação, não
porque desejamos agradar ou evitar ofender os outros, mas porque a reputação e o caráter do
Obreiro devem estar acima de toda a repreensão, como fala o Apóstolo Paulo em (1ª Tm 3.2 e 7)
“É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante,
sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar. 7 é necessário que ele tenha bom testemunho
dos de fora a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo”.
Nossas palavras e pensamentos devem ser agradáveis perante a face de Deus (Sl 19.14), mas
nossas ações revelam nosso caráter aos outros. As características do caráter exigido por Deus
daqueles que querem habitar em sua presença são ações, e não um estado passivo do ser. O
salmista Davi faz a seguinte pergunta: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará
no teu santo monte? Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala veraz mente
segundo o seu coração; aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo,
nem aceita nenhuma afronta contra o seu próximo; aquele a cujos olhos o réprobo é
desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que, mesmo que jure com dano seu,
não muda. Aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem recebe subornos contra o
inocente; quem faz isso nunca será abalado” Sl 15.
Existem quatro virtudes cardeais que compõe um caráter de um obreiro, são elas: a sabedoria, a
coragem, a temperança e a justiça. A prudência é a sabedoria prática que faz escolhas e
decisões sábias; a coragem de acordo com o pensamento clássico é a capacidade de fazer a
coisa certa ou necessária mesmo quando enfrentada pela adversidade. A temperança ou
autocontrole é a capacidade de controlar os impulsos pessoais, de adiar a satisfação imediata
por lucro em longo prazo. A justiça é a aplicação justa e honesta da prudência, da coragem e da
temperança em todas as relações humanas.
Essas quatro virtudes são características nobres do caráter, a Bíblia os apresenta, pois são
amplamente explanadas nas Escrituras, e são referenciais na composição do caráter ideal de um
obreiro, porém a Bíblia ainda nos torna evidente as características práticas do caráter que Deus
deseja, encontradas no Salmo 15, então como nós já a citamos anteriormente vamos analisá-las
a seguir:
O caráter envolve integridade, franqueza e veracidade absoluta nas relações com todos os seres
humanos criados por Deus. O caráter cristão começa com honestidade e franqueza diante de
Deus, quando Natanael encontrou Jesus, as primeiras palavras que ouviu do Mestre foram: “Eis
aqui um verdadeiro israelita, em que não há dolo” João 1.47. Jesus que sobrenaturalmente
discernia o caráter reconheceu que Natanael já era homem sem astúcia, presunção, engano ou
hipocrisia, sua língua e mão estavam em perfeita unidade com o seu coração.
O que está no coração em relação a Deus é refletido em direção aos outros, por isso devemos
procurar comunicar com os outros de maneira sincera e integra, ou seja, ser verdadeiro. A
verdade é a expressão que deixa não dúvidas e nem traz engano, mostra as coisas como
realmente são; assim deve ser o nosso falar, pautado na verdade, pois assim sendo nos tornará
pessoas dignas de crédito. A verdade pode às vezes causar um desconforto para alguém quando
ela é declarada, porém ela esclarece as coisas, e dão a evidência da realidade, então precisam
ser faladas, o obreiro precisa ser sincero com as pessoas não pode compor uma fala, que não
seja a realidade do que ele realmente pensa, a integridade precisa estar presente no seu
comunicar.
1 2 Não caluniador
A pessoa de caráter nunca fala mal de quem quer que seja. Os erros e fala tas percebidas nos
outros não deverão ser tópicos escolhidos para conversação. Tal pessoa procurará contestar
uma história negativa sobre outro crente. Se isso não for possível, a história não segue adiante;
a pessoa que tem caráter não divulga um relato negativo, mesmo que seja verdadeiro; a pessoa
de caráter não só guarda a língua, mas também as línguas dos outros, a fim de evitar a
propagação da calúnia. Se a pessoa de caráter não espalha informação negativa, alguém pode
perguntar: “Então é pecado ser tolerante no corpo de Cristo?” Obviamente que não! Mas há um
princípio bíblico no lidar com tais problemas sem precisar fazer fofocas a ouvidos sempre
ansiosos.
O obreiro é muito semelhante a um juiz de tribunal que tem de conciliar desacordos, nos quais
um dos lados é o vencedor e o outro perdedor. Mas não há nenhuma intenção de prejudicar
qualquer uma das partes, trata-se simplesmente de um esforço em obter justiça, o egoísmo é o
principal problema na determinação dos verdadeiros motivos.
O caráter do obreiro tem que ter forte componente de justiça, se é que se quer evitar a acusação
de maltratar pessoas; Tiago assim admoesta: “Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum
homem com anel de ouro, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida
vestimenta, e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui,
num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu
estrado, porventura não fizeste distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de
maus pensamentos? Tg 2.2-4.
Mas a discriminação em favor dos ricos não é o único preconceito a ser confrontado; os
israelitas foram advertidos da seguinte maneira: “Não fareis injustiça no juízo; não aceitarás o
pobre, nem respeitarás o grande; com justiça julgarás o teu próximo” Lv 19.15. Justiça é
essencial em todas as circunstâncias, estejam estas, relacionadas com a economia, a raça, a
idade, a educação, o cargo ou com a profissão. O caráter cristão nos mostra respeito apropriado
por todas as pessoas; não devemos conduzir a administração de qualquer causa de maneira
injusta, pois poderá vir a estar prejudicando alguém, pois somos chamados para sermos
pacificadores e resolvermos as situações sem prejudicar as pessoas, mas sim ajudá-las a vencer
de forma honesta.
A Escritura nunca ensina a odiar as pessoas, pouco importando o quão más ou ameaçadoras as
mesmas possam ser. Mas o mal que praticam ou perpetram ao transgredir a palavra de Deus é
que deve ser o objeto adequado do nosso ódio, está enfatizado na Bíblia que devemos odiar o
mal. Sl 97.10 “Vós que amais o Senhor, detestai o mal; ele guarda a alma dos seus santos, livra-
os da mão dos ímpios”. Amós 5.15 “Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o
juízo; talvez o SENHOR, o Deus dos Exércitos, se compadeça do restante de José.” O obreiro
mesmo vivendo em uma cultura secular não pode envolver-se nas situações que a sociedade
defende, mas contradiz a Bíblia, não podemos aceitar e defender regras sociais que desvirtuem
as Escrituras Sagradas, o “mal”, não pode ser aceito, em nenhuma espécie, precisamos banir,
defendendo sempre a causa do evangelho.
Precisamos honrar e valorizar todas as ações pautadas na retidão, pois elas nos conduzem a
perfeição, a nossa posição em meio a sociedade de ser defensores das atitudes retas e de tudo
que se adequa a retidão, honrá-la é adaptar nossos atos e pensamentos a essa prática e
defendê-la.
O Apóstolo Paulo nos instrui assim: “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do
velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.9 e 10). Mas a natureza humana encontra outros
meios de dissimular a verdade para não obedecer à declaração direta. Mas as pessoas, às vezes
falam a verdade com os lábios, mas com significados diferentes no coração.
As promessas feitas por um obreiro têm que ser acompanhadas com a prática da honestidade,
tudo que prometermos devemos pensar antes, para não virmos falhar gravemente não
cumprindo, um obreiro necessita ser digno de confiança, para isso tudo que acordar com
alguém, é necessário cumprir. Ao não cumprir uma promessa, o obreiro vai se tornando
desacreditado pelas pessoas, e logo, perde o seu crédito; e por fim acabar com o ministério do
obreiro. A integridade tem que ser praticada em nossas vidas, ou seja, precisamos ser íntegros
em todos os nossos compromissos, vindo a sermos comprometidos fielmente com tudo que nós
nos comprometermos, levando uma vida de seriedade no nosso falar e agir.
1. 6. Cooperação
No ministério devemos nos empenhar em sermos cooperativos e não competitivos, tendo assim
um respeito benéfico por todos os envolvidos em promover o Reino de Deus. Na obra de Deus
não devemos ser exclusivistas, atuando isoladamente; devemos ter em mente que somos um
corpo ministerial onde cada um dentro da sua função e no seu campo de atuação tem seu
devido valor, porém o crescimento e bom andamento da obra que todos estão cumprindo vão
ocorrer onde houver cooperação de todos, e assim unidos um apoiando o outro o alvo é
alcançado. O apóstolo Paulo referente a isso concede duas instruções, a primeira indicando o
valor de cada um, e que valor é igual, sendo Deus quem dá o crescimento: “Eu plantei; Apolo
regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que, nem o que planta, nem o que rega é alguma
coisa, mas Deus que dá o crescimento” 1ª Tm 4.6 e 7. Portanto, no ministério deve haver união,
humildade e cooperação.
Uma área de luta, no desenvolvimento da vida do obreiro é essa área. O desejo de possuir as
coisas, de ter um conforto, leva muito obreiro ao descontrole financeiro. Administrando os seus
recursos financeiros, de maneira indevida, vindo a criar várias dívidas, e não conseguindo depois
pagá-las devidamente. O dinheiro é bênção se for administrado com prudência, porém pode
consumir a vida de um obreiro e seu ministério se for administrado indevidamente, por isso
devemos adquirir as coisas conforme as nossas condições, agindo assim evitamos envolver em
dívidas que não conseguimos pagar. O nome de um obreiro deve ser zelado, pois somos
representantes do Reino de Deus, e somos chamados a ser um padrão, portanto, temos que
administrar bem os nossos recursos.
Não devemos ter uma sede incontrolada pelo conforto e por adquirir as coisas, precisamos ter a
consciência, que tudo se pode alcançar com uma boa administração dos recursos que temos em
mãos, o obreiro precisa se auto-disciplinar nesta área, a fim, de que venha conseguir levar uma
vida financeira organizada. É preciso ter atenção, pois isto pode vir a conduzir o obreiro a uma
vida de descrédito, pois acaba não honrando com seus compromissos financeiros; e isso acaba
ocorrendo porque comprou sem vir a fazer uma análise de suas condições para efetuar a
compra. E isto pode envolver uma situação mais complicada, pois o obreiro ao administrar um
valor de um departamento da Igreja pode vir a colocar este departamento da Igreja em situações
constrangedoras, se não souber se controlar e administrar o recurso.
As atitudes são iniciativas e ações praticadas por uma pessoa que podem influenciar
positivamente ou negativamente, portanto, o obreiro deve atentar e agir com prudência em
todas as suas atitudes para que tudo que venha fazer na obra de Deus dentro de suas
responsabilidades alcance um crescimento expressivo. A conduta sendo uma manifestação do
comportamento da pessoa vai ser o que identifica a pessoa e a caracteriza, sendo assim, o
obreiro deve possuir uma conduta exemplar e digna de ser imitada. Então vejamos as atitudes
que devem ser praticadas por um obreiro, para que seu ministério prospere e seja digno de ser
imitado:
2. 1. Cortesia
O apóstolo Pedro exortou aos convertidos que fossem corteses, I Pe 3.8 “Finalmente, sede todos
de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes”. Espera-se de
qualquer profissional que seja um cavalheiro. Quanto ao mais, o líder dos crentes deve ser
cortês, que vive em contato com profissionais, para que saiba comportar-se dentro de certa
linha. “Por favor, e muito obrigado” jamais devem faltar e as ordens sempre dadas em forma de
solicitação.
3. 2. Discrição
A discrição é a qualidade que fica muito bem no ministro. Referimo-nos à conformidade com as
leis da conduta apropriada, mediante o exercício da prudência em todas as ocasiões. O apóstolo
Paulo expressa essa necessidade como segue: “Não seja, pois, vituperado o vosso bem” (Rm
1.16). Um coração totalmente simples pode colocar-se em situações delicadas, por falta de
acuidade e chegar a ser falsamente acusado. Acuidade é a qualidade daquilo que é agudo,
intenso.
Que uma mente sábia e uma vontade firme controle o coração simples. Para sermos mais claros,
todo o contato com o sexo oposto deve ser cuidadosamente vigiado. É bom que o crente seja
sempre um cavalheiro. Ajudar as damas, em ocasiões próprias faz parte do cavalheiro. Mas,
levar uma senhora ou moça repetidamente até a casa, os dois a sós, é exatamente a situação
que não pode deixar de suscitar comentários maliciosos.
2. 3. Pontualidade
A pontualidade é uma virtude. Quando empenhamos a palavra num encontro assumimos uma
obrigação que tem de ser cumprida. Atrasar-se num encontro e, pior ainda, faltar ao mesmo, é
uma injustiça e um erro. Aborrece aqueles a quem damos palavra, e reflete mal quanto à nossa
honestidade e comportamento.
3. 4. Prudência
Um coração totalmente simples pode colocar-se em situações delicadas por falta de sabedoria e
até chegar a ser falsamente acusado. Prudência é a conformidade com as leis da conduta
apropriada em todas as ocasiões; em muitas situações da vida ministerial o Obreiro necessita
agir com prudência, para que possa alcançar êxito. Mt. 10.16 “Eis que eu vos envio como
ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as
pombas.”
2. 5. Flexibilidade
2 6. Zelo
Podemos dizer que é o cuidado, dedicação e desvelo; é uma prática que leva-nos a renunciar os
nossos planos para executar os planos de Deus, então esta atitude deve fazer parte da nossa
vida de Obreiros, pois tudo o que nos vier às mãos para fazer na obra de Deus, devemos
cumprir com esse ardor, tendo um cuidado intenso para que em nada a obra venha a ficar em
déficit, zelando assim com total intensidade como assim falou o Apóstolo Paulo em 2ª Co 11.2
“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar
como virgem pura a um só esposo, que é Cristo”.
2. 7. Responsabilidade
É a obrigação a responder pelas próprias ações, que cada pessoa deve possuir. Esta atitude
conduz o Obreiro a honrar com seus compromissos em todos os sentidos. Conciliando todo o
seu tempo e atividades de forma ordeira e programada para que não venha falhar em nenhum
de seus compromissos dentro das atribuições que lhe são confiadas para cumprir, tornando-se
assim um Obreiro confiável.
2 8. Honestidade
Esta atitude inclui o procedimento de ser verdadeiro, integro e sincero com todos e com tudo
que lhe é confiado. O Obreiro tem que ser um referencial, esta qualidade e atitude não pode
faltar na sua vida; pois assim agindo estará inspirando uma credibilidade por parte de todos os
que com ele convivem. A verdade e a integridade precisam fazer parte do desenvolvimento do
ministério de cada obreiro, o Apóstolo Paulo orienta a “procedermos honestamente” 2ª Co 8,21
“Pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também
diante dos homens”.
2 9. Asseio
É o cuidado com a higiene e com outros fatores que influenciam na apresentação pessoal do
Obreiro. Portanto, devemos observar o seguinte:
- Roupas: devem estar sempre limpas e passadas e devem ser adequadas à cada ocasião.
- Estética corporal: a barba deve estar bem feita, o cabelo bem cortado e penteado, as unhas ,
aparadas e limpas. As roupas devem estar alinhadas e bem vestidas.
3. A conduta do Obreiro
Para o comportamento ser aperfeiçoado e ser alcançada uma conduta ideal, se faz necessário
que haja uma disciplina por parte do obreiro, onde é preciso se auto-negar e ser diligente,
prudente e constante para que venha ser alcançado o alvo que é nesse caso a conduta ideal,
vejamos então a seguir, quais são as qualidades que deve o obreiro adquirir a fim de compor
essa conduta:
3.1. Hospitalidade
Essa qualificação compõe o caráter cristão, sendo considerado o princípio básico para colocar a
si mesmo e seus recursos à disposição dos seus irmãos de fé e desconhecidos. Vejamos o que
disse Jesus concernente a prática da hospitalidade por aqueles que muitas vezes até não são
considerados: “Quando deres um jantar ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus
irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles se
tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres,
aleijados e mancos e cegos e serás bem aventurado; porque eles não tem com que te
recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos” (Lc 14.12 a 14). O obreiro
deve ser hospitaleiro, vendo tudo que possui como um meio de atender as necessidades do
próximo.
3.2. Moderado
Este termo indica aquele homem que possui uma mente com pensamentos de salvação,
controlando sua mente e sendo prudente. O obreiro que adquire essa qualidade se torna
imparcial, cuidadoso nos seus julgamentos, sendo discreto, reservado e sábio. Avançando assim
para o perfeito equilíbrio espiritual.
O obreiro deve ser comprometido com as boas ações e com tudo que a Deus é bom, pois isto
não só demonstra a bondade do obreiro como sua dedicação a tudo que é bom e deve ser
praticado como diz o Apóstolo Paulo em Fl 4.8: “Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo
que é respeitável, tudo o que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa
fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso
pensamento.”
3.4. Corajoso
A coragem é uma qualidade determinante, pois na obra de Deus se faz necessidade. As lutas,
oposições e desafios são muitos; surgindo na nossa jornada constantemente; e isso requer
coragem do obreiro para enfrentar não recuando por motivo de um entrave. É preciso saber
enfrentar as oposições e vencê-las, Jesus atuou com coragem em sua missão e outros que foram
instruídos a agirem com coragem, ex: Josué, Js 1.6, Davi era corajoso e instruiu isso a seu filho,
1ºCr 28.20, Paulo, At. 23.11. Portanto, o obreiro deve ao assim agir entender que essa qualidade
não implica ser bravo, mas sim atuante e determinado.
3.5. Justo
Esta atitude apresenta a conduta que se adequa ao padrão ideal para um servo de Deus, esse
termo indica que a pessoa conseguiu se adequar a uma vida de prática da justiça. O Obreiro que
é justo é aprovado por Deus e conhecido por todos, pois seus procedimentos são retos e sua
vida irá florescer como está escrito: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro
do Líbano”. Sl 92.12. Este versículo indica que a vida do justo terá êxito e será aprovada.
3.6. Auto-Controle
Esta qualificação é também conhecida como domínio próprio e considerada um fruto do espírito
como está escrito em Gl 5.22 e 23. Esta virtude é saber se auto-controlar, não vindo a perder o
domínio das situações diárias, controlando as suas atitudes para não desequilibrar em nenhum
dos seus procedimentos; mantendo sempre sua vida no eixo. Aquele que em tudo se domina é
considerado um vencedor, vejamos o que diz o Apóstolo Paulo: “Todo atleta em tudo se domina;
aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém a incorruptível” 1º Co 9.25.
3.7. Diligência
Não deve haver no ministro o menor sinal de preguiça; e cada parcela de suas energias deve ser
dedicada à sua tarefa, portanto deve haver empenho em toda obra, aproveitando assim o tempo
para cumprir todas as atividades, sendo um obreiro esforçado e constante, fazendo tudo que lhe
for entregue para fazer (Rm 12.8,11; Pv 22.29; Ef 5.16).
3.8. Tato
Outra qualidade de grande valor para o ministro. Nas maneiras inconvenientes de fazer o
trabalho de Deus, o que pode frustrar os propósitos pretendidos ou desejados. Por exemplo, em
corrigir uma desordem na igreja, ao impugnar uma declaração feita por alguém publicamente e
com a qual não se pode concordar, deve-se usar do máximo cuidado evitando escolher palavras
pesadas. As crianças podem ser chamadas à ordem sem criar ressentimento por parte dos pais,
os quais podem mesmo chegar a sorrir com a observação.
3.9. Manso
3.10. Humildade
Humildade não quer dizer complexo de inferioridade. Humildade quer dizer, não querer parecer
mais do que se é; não se “inchando” quando elevado a alguma posição e não se sentir magoado
ou ofendido quando se perder alguma posição, vindo a ter consciência de que tudo que temos e
somos vem através da atuação de Deus em nossas vidas, sabendo se situar em todas as
posições sem se exaltar ou vangloriar, mantendo-se sempre humilde (Fl 2.5;Jo 13.1-17).
Esse relacionamento deve ser desenvolvido sobre um bom código de ética, pois ele é o anjo da
Igreja, ungido e convocado por Deus para estar nesta posição e com esta responsabilidade. O
Obreiro deve demonstrar o máximo de consideração pelo seu Pastor, aceitando suas
orientações, conselhos e lhe sendo submisso. O Obreiro e seu Pastor devem viver em harmonia
desenvolvendo assim uma comunhão, pois o ministério da Igreja é convocado por Deus para
também viver em perfeita unidade; e assim a obra de Deus irá avançar.
- Porfia: (teima, disputa, competição). É um esforço, uma luta para alcançar os objetivos, muitas
das vezes de forma ilícita, prejudicando muitas vezes um companheiro de Ministério, para
conseguir a posição que almeja.
- Inveja: (desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem. Desejo de possuir o bem alheio).
É um mal que tem afetado a muitos, dentro do ministério e da Igreja isto não deve existir; essa
prática é a contrariedade que alguém nutre ao ver outro ser bem sucedido, renegando as
virtudes alheias e acentuando constantemente defeitos na pessoa ao qual se nutre a inveja; essa
atitude causa males irreversíveis.
- Cobiça: (busca por bens materiais). A cobiça é um desejo por aquilo que pertence ao outro,
isto implica avareza, a cobiça frequentemente é acompanhada pela prosperidade e pode
conduzir ao crime. A Bíblia nos diz em Tiago 4.1 e 2: “Donde vêm as guerras e contendas entre
vós? Porventura não vem disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis
guerras, nada tendes porque não pedis”.
- Rebelião: (ato ou efeito de rebelar-se, revolução). Sendo rebelião uma decisão de não acatar as
ordens ou a autoridade de um poder constituído. Portanto, deve-se haver um total cuidado para
que esse mal não venha surgir e em ser semeado, somos chamados como já disse para a
submissão e não para contrariar ou não aceitar ordens superiores.
O Obreiro precisa manter uma boa comunhão com os membros da Igreja a qual atua e com
todos, pois no exercer de seu ministério deve ser conciliador. O Obreiro deve inspirar
aceitabilidade da membrasia, para que todas as suas tarefas sejam cumpridas com êxito. Nós
Obreiros somos chamados para ministrar ao corpo de Cristo, visando o “aperfeiçoamento dos
santos” como disse o Apóstolo Paulo em Efésios 4.12, assim sendo, devemos conduzir nossas
atividades na Igreja, mantendo uma harmonia com todos os membros, a fim de que todos
cresçam em perfeita unidade.
O relacionamento de um líder para com seus liderados dentro da Igreja e fora, deve ser de
entendimento e mútuo respeito, o liderado deve ser submisso ao seu líder, porem com isso não
deve subjugar o seu liderado; a cada momento deste convívio é preciso que os dois exerçam as
suas funções com dedicação e nenhum ultrapassando os seus limites, pois assim a consideração
fluirá entre os dois, e a obra que o líder e seu liderado está desenvolvendo irá avançar com a
bênção de Deus. As posições que Deus entrega os seus filhos, não são para nós virmos a nos
sobrepor sobre as pessoas, porem, vir a auxiliá-las a desenvolver seus talentos.
Todo cristão é chamado para ser “sal da terra e luz do mundo”, o Obreiro como representante de
Cristo, embaixador do reino de Deus; tem que em suas atitudes resplandecer a presença de
Cristo, ou seja, a sociedade precisa ver Cristo na vida de um obreiro. Por isso que o
relacionamento com os que não são cristãos deve ser exemplar, para que estes sejam
impactados pelos testemunho pessoal deste obreiro; para isso é preciso ser: atencioso e
prudente; atuando com sabedoria, para que a Igreja venha ser bem representada. Precisamos
conduzir as nossas responsabilidades dentro da sociedade com cautela, não devemos exigir
uma consideração e atenção, pois isso vira naturalmente conforme o nosso procedimento dentro
da sociedade.
O relacionamento familiar de um obreiro precisa ser desenvolvido com harmonia para servir de
referencial para a Igreja; pois devemos atuar primeiro como obreiro no lar, sendo um exemplo
em seu convívio com filhos e esposa; desenvolvendo uma vida de amabilidade, para com a
esposa e os filhos; os apóstolos Paulo e Pedro orientam como deve ser conduzido o lar em Ef.
6.1 a 4 e 1ª Pe 3.1. Como está escrito nestes textos, a consideração deve ser mútua, pois a
responsabilidade não pertence somente ao obreiro, mas a sua família também precisa cooperar
vindo a ter procedimentos adequados tendo assim um testemunho exemplar, a esposa e os
filhos precisam considerar a posição que o esposo e pai, possui perante a Igreja auxiliando-o no
cumprimento de suas atividades, lhe apoiando.
O obreiro não pode dedicar-se tanto as suas responsabilidades dentro da Igreja ao ponto de
esquecer a sua família, é preciso dedicar um tempo diário para estar dando atenção à esposa e
aos filhos; pois antes de ser um obreiro é esposo e pai, a família deve ser amada e zelada, 1ª Tm
5.8. A família de um obreiro que flui o amor familiar e a comunhão contagiará a Igreja.
Deve guardar assuntos lhe foram confidenciados. Não devendo fazer público, questões
particulares ou específicas, a não ser quando extremamente necessário ( 2ª Tm 2.16); vejamos
alguns procedimentos a serem tomados quando estão sendo tratadas essas causas:
- Não atuar de modo precipitado enquanto não estiver de posse de todos os fatos, para fazer
um julgamento correto.
- Ser sempre imparcial nas decisões e posicionamentos, não se envolvendo com grupos, facções
e famílias, para manter assim a sua autoridade ( 1ª Tm 5.21).
- deve manter um bom relacionamento, ser acessível e devotar atenção a todas as camadas da
igreja como, crianças, adolescentes, jovens, adultos, anciãos, etc ( 1ª Tm 5.1-2.
recebam dele conselhos sábios, orientações precisas, palavras que edifiquem para que as
pessoas que lhe ouvir recebam graça. O Apóstolo Paulo em Ef. 4.31 assim adverte: “Toda a
amargura, e ira e cólera, e gritaria e blasfêmias e toda a malícia seja tirada de entre vós”.
Portanto, o obreiro como Paulo, está instruindo neste versículo que não se deve pronunciar
blasfêmias e nem expressões que indiquem malícia. As palavras do obreiro em tudo deve indicar
que este é um homem de Deus.
5.1. Pregador
Existem certas tarefas e objetivos específicos que um ministro deve exercer em seu ministério.
Destaca-se antes de qualquer coisa a pregação da palavra. O Senhor ordenou que através da
loucura da pregação os homens seriam salvos (I Co. 1.21). Ele manifesta a sua palavra mediante
a pregação (Tito 1.3). Paulo pregou desde Jerusalém até o Ilírico (Rm 15.19), e foi livrado de
Nero afim de que, por seu intermédio o evangelho se tornasse plenamente conhecido (II Tm
4.17) Há um poder extraordinário da palavra de Deus quando ela é transmitida do pregador aos
ouvintes. Essa palavra efetua primeiramente a conversão (Tiago 1.21; I Pe 1.23), capacitam os
recém nascidos espirituais a crescerem (I Pe 2.2). É dotada de poder santificador (Jo 17.17)
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. Mediante a palavra é que somos
resguardados do pecado (Sal 119.11). A palavra revela os pensamentos do coração (Hb 4.12) e
realiza o propósito para o qual o Senhor enviou (Is 55.11).
5.2. Mestre
Pode-se dizer que mediante a pregação, os homens são levados a pertencer ao reino em que,
mediante o ensino, são firmados e estabelecidos na fé. O nascimento de um bebê é uma grande
maravilha. Uma nova criatura é trazida à existência. Mas isso é apenas o princípio e não o fim;
esse bebê precisa ser alimentado para que não fuja a vida ainda vacilante. Quão grande,
portanto, é a importância do ensino diário da palavra de Deus aos novos crentes para que
cresçam! Se cada igreja fosse tão cuidadosa em preservar os convertidos, pela arte aprimorada
do ensino sistemático e fiel, como se mostra zelosa em levar as pessoas ao reino, então não
haveriam tantos desviados, os quais impedem a outros o caminho para o céu, enquanto eles
mesmos se endurecem em relação ao evangelho e finalmente se perdem. Que os líderes das
igrejas se atentam para isto – que obedeçam cuidadosamente as instruções do Senhor e
apresentem uma bem equilibrada mensagem do evangelho, tanto de pregação quanto de ensino
da maravilhosa palavra.
Quando esse caudal de verdade divina flui no coração do povo, a responsabilidade do pastor
consiste em zelar cuidadosamente pelos cultos da Igreja. Esses cultos devem ser mantidos em
atmosfera espiritual.
A fidelidade à Palavra de Deus requer que reiteremos o ensino dado pelo apóstolo Paulo: não
apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias… Procurai com zelo os dons espirituais, mas
principalmente que profetizeis… e não proibais o falar em outras línguas” (I Tess 5.19,10; 1ª Co
14.1,39). Os dons do Espírito Santo são dádivas graciosas de Deus, provenientes dos céus, e não
devem ser desprezadas ou rejeitadas.
Outra incumbência do obreiro é manter sua congregação em paz, amor e unidade. Uma das
táticas favoritas do diabo é romper a unidade do Espírito Santo e semear a inveja e a dissensão.
E então, onde isso se instaura, só há confusão e toda obra má (Tiago 3.16). É de
responsabilidade do obreiro obter contato intimo com o rebanho e fazer o máximo para apagar
as primeiras chamas da dissensão e da contenda.
Uma chama é mais facilmente extinta do que uma grande fogueira. Quão sábio é o obreiro que
envida todos os esforços possíveis para destruir a pequena labareda, antes que ela consuma a
casa inteira e ele próprio!
O pastor deve ser homem de visão. Cumpre-lhe lançar os olhos pelos campos ao redor, sentido
que estão maduros para a ceifa, esperando apenas a foice. É necessário que inspire a Igreja no
desejo de grandes realizações para Deus e a salvação das almas perdidas. Para Deus tudo é
possível, e Ele mesmo recomendou que pedíssemos, afim de que a nossa alegria fosse completa.
Não temos porque não pedirmos. Mas, é da vontade de Deus que prossigamos ao seu lado. O
desafio lançado por Guilherme Carey: “tentai grandes coisas para Deus, esperai grandes coisas
da parte de Deus”, soa aos nossos ouvidos até hoje, e nos acena, convidando-nos a avançar.
Grande é a diferença em ter alguém a visão espiritual e ser um visionário (que tem idéias
extravagantes, ituitivo). No planejamento das conquistas futuras a imaginação espiritual deve
ser equilibrada e de bom senso… Deve-se tentar aquilo que está dentro do terreno das
possibilidades, para em seguida lançar-se a maiores empreendimentos. Esse modo de agir, via
de regra parecerá mais de acordo com a orientação dada pelo Senhor e com o plano relativo às
Igrejas locais, quando prudentemente damos um passo de cada vez em novos projetos. Se o
próprio Deus concedeu ao pastor a visão, a fé para tais realizações, então inspirará igualmente a
outros, com a mesma visão e fé, para que o acompanhem em tempo oportuno, garantindo o
sucesso.
- “… que mediante a grandeza da obra de Deus, devemos ter consciência da nossa própria
incapacidade e total insuficiência”. … não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar
alguma coisa, como se partisse de nós…” ( II Co 3.5). “…sem mim nada podeis fazer…” (João
15.5).
- Em contraposição a essa falta de aptidão pessoal, temos, todavia, a bendita certeza que diz:
“… pelo contrário a nossa suficiência vem de Deus” (II Co 3.5) disse o Senhor: “A minha graça te
basta…” (II Co 12.9). A confiança nessa exortação inspirou o apóstolo Paulo a exclamar: “Tudo
posso naquele que me fortalece” (Fl 4.13). “Somos mais que vencedores, por meio daquele que
nos amou” (Rom 8.37).
O culto é como uma gota de orvalho em busca do oceano do amor divino; é uma alma faminta
diante do celeiro espiritual; é uma terra sedenta clamando por chuva; é uma ovelha tresmalhada
(afastada do bando) no deserto, balindo em busca do Bom-Pastor; é uma alma buscando sua
contraparte; é o filho pródigo correndo para a casa de seu pai. Enfim, é o homem subindo as
escadas do altar de Deus. Dada a preciosidade que é o culto, procuremos conhecer suas bases e
sua essência, bem como, a necessidade da reverência ética do culto.
A confissão da Igreja cristã tem por objetivo principal a glorificação a Deus e alegrar-se nele (Sl
112.1). Isto faz do culto o ato mais importante, mais relevante, mais glorioso na vida do homem
(Sl 84.1-4). Contudo, quantos crentes sabem distinguir entre a verdadeira e a falsa adoração? (Jo
4.23-24) Será que você tem cultuado de modo que agrada a Deus? Hb 11.5 “Mas está chegando
a hora, e de fato chegou em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em
verdade. Deus é Espírito e os que o adoram devem adorar em Espírito e em verdade”.
Para alcançarmos uma visão correta sobre o culto cristão, é mister examinarmos alguns termos
usados pelos escritores: “Latreia” cujo significado principal é “serviço” ou “culto”. Denota o
serviço prestado a Deus, pelo povo inteiro ou pelo indivíduo. Em outras palavras, é o serviço que
se oferece à divindade através do culto formal, ritualístico e através do oferecimento integral da
vida (Ex 3.12; Dt 6.13; Mt 4.10; Lc 1.74; 2.37; Rm 12.1).
O cumprimento de um ritual não basta para que haja culto. É indispensável à aceitação, por
Deus do culto oferecido (Sl 20.3). Deus estabelece condições para aceitar a adoração de homens
(Jo 5.41). A ignorância dessas condições ou sua violação transforma o ritual do culto divino em
exercício unilateral com sérias conseqüências para os participantes. No culto devemos alcançar a
plena comunhão com Deus, através da fé (Hb 10.38; 11.6).
“O tédio religioso” sempre foi um dos maiores inimigos do cristão, no que se refere à sua vida
espiritual. O tédio é um estado mental resultante do esforço para manter interesse por uma
coisa pelo qual não temos o mínimo interesse. Este fato tem levado a Igreja, em nossos dias, a
oferecer certos atrativos ao povo, no que tange ao culto.
O culto é necessário, pois tem por finalidade o homem (Ex 19.17). No culto, o homem acha a
razão da sua existência, (pois ele foi criado para a adoração (Sl 96.9). O fim supremo e principal
do homem é glorificar a Deus. Fora da posição de adorador de Deus o homem não encontra o
sentido para a vida (I Cor10.31; Rm 11.36). O culto foi instituído e ordenado por Jesus Cristo.
Quando a Igreja se reúne para louvar, orar, pregar a Palavra e celebrar os sacramentos, ela
simplesmente o obedece (Mc 16.15-16; At 1.8; 20.7; I Co 11.24-25).
São muitas as bênçãos que podemos receber de Deus durante o culto, mas a apropriação de tais
bênçãos deveriam ser o objetivo de todos quantos participam do culto. A maneira correta de
participarmos do culto deve ser com espírito de reverência. “Sirvamos a Deus agradavelmente
com reverência e santo temor” (Hb 12.28).
Servimos a um reino de poder. “Pelo que, tendo recebido um reino que não pode ser abalado,
retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade” (Hb
12.28). esse reino é impossível de ser abalado, do grego: “asauleutós”, irremovível. Não existem
sistemas, ordens ou poderes que superam esse reino; pois o Senhor dos senhores é o seu
comandante.
É necessário que durante o culto, mantenhamos uma atitude reverente com o local de adoração,
uma vez que Deus está no templo. “Pois onde acham dois ou três reunidos em meu nome, aí
estou no meio deles” (Mt. 18.20). Temos, neste texto, a garantia da presença do Senhor em
qualquer reunião em que o seu nome seja cultuado. E, uma vez que Deus se faz presente em
nossas reuniões, necessário se torna que o reverenciemos.
Sem a verdadeira adoração a Deus, não há verdadeiro culto (Jo 4.23). Na presença do Altíssimo
demonstremos, com toda sinceridade de alma, a nossa profunda humildade e reverência em
face da sua santidade absoluta (Lc 6.5). Evidenciemos nosso amor e dedicação a Ele, e
demonstremos confiar no cuidado que Ele tem para conosco ( 1ª Pe 5.7). Sem que o nosso
coração esteja a transbordar desses profundos sentimentos em sua presença, não estaremos
cultuando verdadeiramente ao nosso Deus.
Há, infelizmente, muitos crentes que não sabem manter uma atitude Correa perante o Senhor,
no seu santuário. Esquecem-se de que o culto é o encontro de Deus com o seu povo (Hc 2.20), é
necessário reverência. São meros assistentes; e, por conseguinte, jamais chegam as bênçãos que
o Senhor reserva aos que realmente o cultuam em espírito e em verdade (At 2.43).
A falta de atenção é o mesmo que falta de consideração, descortesia. Miguel Rizzo, referindo-se
ao culto divino, escreve o seguinte: “É preciso que haja ambiente próprio para que ele seja
proveitoso. Isso é fácil de se entender. A atitude mental de quem cultua a Deus é diferente
daquela de uma pessoa que esteja numa festa tumultuosa, entregando-se à alegria mundana
(Dn 5.2,3).
Observamos, infelizmente, a falta de reverência em muitas de nossas igrejas, não só por parte
das crianças, mas de pessoas adultas na idade que deveriam ser também adultas no
comportamento cristão (I Co 13.11) Entretanto, por não terem ainda atingido a maturidade
espiritual é que são assim irreverentes (Lv 26.2).
Temos, infelizmente, o exemplo dos crentes de Corinto. Eram tão irreverentes, durante o culto,
que chegavam a se embriagar durante a celebração da Ceia do Senhor! Daí a enérgica
advertência do apóstolo Paulo: “Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos
que dormem” (II Co 11.30). Ainda hoje o pecado da irreverência é o responsável pela debilidade
espiritual de grande número de membros de igrejas. O crente que não mantém uma atitude
correta perante Deus durante o culto não cresce espiritualmente, além do que prejudica
sensivelmente o trabalho, com sua frieza e indiferença ( I Co 14.15).
A reverência e a ordem no culto divino são assuntos dos quais se ocuparam vários dos escritores
da Bíblia (Ex 3.5; Js 5.15; Ec 5.1; Sl 93.5; Hc 2.20). No contexto da recomendação de Paulo
quanto ao procedimento no culto divino, recomenda o apóstolo: “Faça-se tudo para edificação”,
uma vez que “Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em toda a igreja dos santos” ( I
Co 14.26-33).
- Deus é um Ser excelentemente santo, digno da mais absoluta honra e louvor (Is 6.1-3);
- O culto divino é o ponto de encontro da criatura com o Criador, do salvo com o Salvador,
numa expressão de comunhão e de reverência (Sl 148);
- Somos falíveis criaturas de Deus, pelo que devemos agir reverentemente diante d’Ele,
lembrando-nos que até mesmo os serafins se têm por imperfeitos diante da Sua augusta face,
pelo que têm de encobrir os rostos e os pés quando estão diante d’Ele (Is 6.2).
Aplicada a nós, hoje, a ordem divina dada a Moisés e a Josué, em oportunidades distintas, “…tira
os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que está é terra santa” (Ex 3.5; Js.5.15), fala da
necessidade de policiarmos o nosso comportamento diante da presença de Deus.
O candidato ao Ministério é necessário ter CARÁTER. E em muitos casos eu posso citar esta frase
NÃO BASTA TER CARISMA, TEM QUE TER CARÁTER…, “Uma liderança ou um obreiro que não se
sustenta no alicerce da integridade, não permanece: sempre vai entrar em colapso e, geralmente, mais
cedo do que se pensa”.
O CARÁTER CRISTÃO
Assim como o avião depende das duas asas para se manter no ar, o Obreiro depende de carisma e de
caráter para exercer com sucesso duradouro. O Líder que ninguém esquece, tem as duas asas: carisma
e caráter. O que é carismai? É a habilidade de atrair pessoas em torno de si. Por isso, as multidões
seguiam a Jesus. O que é caráter? É um conjunto de hábitos adquiridos ou desenvolvidos ao longo do
tempo, que define quem “é” a pessoa. Jesus foi testado, tentado e provado em tudo e concluiu sua
missão como “homem” irrepreensível tinha profundidade de caráter. O comportamento e as atitudes de
uma pessoa em tempo de lutas, provações e de tentações, diz muito sobre o seu caráter. Isso porque a
melhor maneira de se conhecer o substrato do ser de alguém, é na hora da tentação, do deserto ou da
crise. Ao ser tentado pela mulher de Potifar , José do Egito manifestou a profundidade do seu caráter. Se
ele não tivesse passado por esse teste de fogo, no qual saiu vitorioso, sua história seria mais uma dentre
as muitas (Gn 39). São de Geoffrey Wilson as palavras: “As ações dos homens formam um indicador
infalível de seu caráter”. A grande preocupação de Jesus, no Sermão da Montanha, era com o caráter dos
seus discípulos. Eles não poderiam ser mundo do mundo, nem terra da terra, mas sim luz do mundo e sal
da terra, pois foram chamados para fazer a diferença. Mt 5.13 a 15. Ao concluir, o sermão, no capitulo 7,
Ele diz que o único projeto de vida que resistiria em tempos de provações, seria Aquele que o construtor
levou a sério a Sua Palavra, e a colocou em prática. Estes são os que se preocupam com a integridade, a
santidade, a honestidade, a verdade, a pureza, enfim, com a profundidade do caráter. Eu
particularmente, gosto muito de um pensamento anônimo que diz: “Reputação é o que os homens
pensam o que você é; caráter é o que Deus sabe o que você é”.O obreiro deve zelar pelo seu caráter,
temos “A minha vida tem que falar mais alto do que a minha voz”. Não pode haver incoerência entre o
que eu prego, o que faço e o que sou. Deus não me avalia pelo que eu tenho ou faço, mas sim pelo que
eu sou; e o que sou é determinado pelo meu “caráter”. Eis o porquê de um obreiro buscar sempre o
equilíbrio entre o SER e o FAZER. O fazer, sem ser não tem valor para Deus.
O apostolo Paulo movido pelo Espírito Santo disse, que o ministro “não seja neófito, para não
suceder que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo” I Tm 6.6. Originalmente “neófito”
significa recém-plantado, novo convertido, inexperiente, imaturo e etc. A Bíblia Viva assim traduz o
referido texto em “o pastor não deve ser um cristão novato, pois poderia ficar orgulhoso de ter sido
escolhido tão depressa”.
2 Ética Ministerial
O nosso intuito neste assunto visa tratar de algumas verdades éticas, completamente voltadas
para o ÉTICA MINISTERIAL. Vamos ocupar-nos com aquilo que faz parte do nosso cotidiano na
vivência cristã do dia a dia.
A Ética como ciência filosófica é uma matéria de grande envergadura, pois ela é estudada em
todas as faculdades do mundo inteiro. Trata-se de uma ciência de grande valia em várias áreas
profissionais, sendo que cada profissão tem o seu próprio código de ética o qual deve ser observado
pelos respectivos profissionais. No âmbito cristão não é diferente.
A Ética sempre foi uma ciência de natureza filosófica, portanto, está incorporada nos seis sistema
tradicional da filosofia..e, a saber:
Como já vimos, a ética é um ramo da filosofia, porque examina e investiga uma parte da experiência
humana, a que concerne à vontade responsável e à conduta moral. É bom lembrar que o mero estudo da
Ética não é o suficiente para tornar alguém ético. A ciência lança luz na mente do homem, mas só o
Espírito de Deus lança poder na alma do homem.
Sempre que Deus quis usar alguém com um dom especifico, Ele exigiu que este alguém preenchesse
alguns requisitos. Isto é o que podemos ver na sua Palavra de acordo com os exemplos nela explicito, por
isso, iremos mostrar essas exigências tanto no Antigo como no Novo Testamento.
No inicio Deus exigiu de Abraão que ele saísse da sua terra, do meio da sua parentela, Gn 12.1.
Depois Deus exigiu que ele andasse em sua presença com uma vida perfeita, Gn 17.1.
Jesus também fez esta exigência aos seus discípulos Mt 5.48; esta exigência não é outra coisa se
não uma vida de santificação. A santificação do OBREIRO deve ser total, ou seja:
A pessoa que deseja abraçar a obra de Deus, deve ter em mente que o OFÍCIO MINISTERIAL é uma
chamada de sofrimento, conforme o apostolo Paulo falara para Timóteo II Tm 2.3 “Participa dos meus
sofrimentos…”, e ainda devo alertar que é um caminho sem volta, só tem ida! E somos cobrados por isto.
Tito 2.7 e 8
“Faze chegar a tribo de Levi, e põe-nos diante de Arão, o Sacerdote, para que o sirvam”; eles cumpriram
o que é devido a ele e a toda a congregação, diante da tenda da revelação, fazendo o serviço do
tabernáculo” Nm 3.6 a 7. Os primeiros oito capítulo de Números mostra a organização do povo de Israel e
as funções da tribo de Levi, separada para o serviço do tabernáculo de maneira direta Nm 1.50 a 54. Arão
e seus filhos exerciam o sacerdócio Nm:3 1 a 4, e os demais integrantes da tribo de Levi encabeçados
por Gérson, Coate e Merari Nm 3.17, eram responsáveis pelo transporte, pela guarda e manutenção do
tabernáculo Nm 3.7 e 8.
Interessante é que os gersonitas, os coatitas e os meraritas eram como estranho ao tabernáculo arônico
Nm 3:10. Isto é, mesmo sendo consagrados para o serviço do tabernáculo, não podiam desempenhar os
ofícios de sacerdotais.
Olhando para o que está em Levítico 21.17 e 18b, vemos alguns requisitos para o Ofício Sacerdotal, pois
se o obreiro atual não buscar a santificação para a sua vida torna-se uma pessoa desqualificada para a
obra.
VEJAMOS:
I. 1 )CEGO (pode um cego guiar outro cego?). A cegueira fala-se de uma das nossas
faculdades que é a visão, sem a qual o candidato não serve para o ofício Ap 3.18, posso aqui
mencionar um exemplo: - Um determinado pastor reúne alegremente seus obreiros, claro com
a revelação de Deus em sua vida e menciona que irá abrir mais um trabalho em um campo,
alguém dentre os obreiros diz: onde vai ser pastor? O pastor responde: em tal lugar, o
obreiro diz: mas logo ali pastor! Vejo que não vai dar certo, estou avisando!
II. 2) COXO - São aqueles que não possuem andar firme, por qualquer motivo ou tropeço logo
caem, Hb 12.12 e 13, o obreiro deve andar firme em toda e qualquer situação Jr 17.8.
III. 3) NARIZ CHATO - É um dos defeitos que o inimigo usa no meio cristão, é os que entram ou
gosta da vida alheia. I Pe 4.15
IV. 4) MEMBROS DEMASIDAMENTE COMPRIDOS - Este defeito atualmente é denominado de
atrofiamento, são aqueles que crescem inconvenientemente fora da graça e adquirem todas
as deformidades II Tm 4.14; Tt 1.11. Oram mais do que jejuam ou crescem só teologicamente
e esquece da oração, o obreiro deve estar balanceado, pedir ao nutricionista de Deus o
(Espírito Santo) que o ajude. Estes são os neófitos (grandão bobão).
V. 5) PÉ QUEBRADO - Uma vez o pé de uma pessoa estando quebrado, esta é impossibilitada
de andar, e quando assim consegue deve se locomover pulando, dependendo se for um pé,
porém se for os dois deve ser carregada, espiritualmente falando refere-se as pessoas
que andam indignamente na presença de Deus. Estas são denominadas também de
parasitas, segunda a ciência as formigas é dividida em três classes: 1ª classe as que cortam
as folhas; 2ª classe as que carregam as folhas e a 3ª classe é a que sobem nas costa das
outras. Assim é o crente do pé quebrado.
VI. 6) MÃO QUEBRADA - Significa a inatividade de servir, de trabalhar. O obreiro não pode ser
uma pessoa improdutiva, pois aquele que não da fruto é cortado da videira que é Cristo Jô 15.
1 e 2. E ainda posso dizer que é o que não gosta de contribuir com os dízimos e as ofertas.
VII. 7) CORCUNDA - Os que sofrem desse defeito não tem condições de olhar para cima, mas
somente para baixo, e no sentido espiritual são os que não busca as coisas de cima, onde
Cristo está assentado à destra de Deus Cl 3:1, mas somente o que é desta vida. I Tm 6.9 e
10; Lc 12.17 a 21.
VIII. 8) ANÃO - São os que não crescem, e no campo espiritual simbolizam os que não crescem
convenientemente no conhecimento de Cristo II Pe 3.18; Hb 5.13 e 14.
IX. 9) BELIDA NO OLHO - A belida no olho é uma névoa ou mancha embranquecida na córnea
do olho, e que pouco a pouco vai enfraquecendo a visão. Os que têm visão curta e só
enxerga de um lado e somente ver as coisas que estão perto. Simboliza os que só andam
por vista e não por fé II Co 5.7.
X. 10) SARNA - A sarna é uma doença contagiosa, por certo fala os semeadores de contendas
e são murmuradores que contaminam os outros Pv 6.16 a 19; I Co 10.10.
XI. 11) IMPIGENS - As impigens são um mal estático, imóvel, e representam a impureza de
mente e de coração Tt 1.15; Lc 11.39 a 41; Sl 24.3 e 4; Ef 5.3 e 5.
XII. 12) QUEBRADURA (ou Testículos quebrados) - Fala dos defeitos ocultos na vida da criatura,
são roturas e quebraduras internas. Em tais pessoas não se pode confiar, Rm 16.17 e 18.
Este defeito nos fala de obreiros improdutivo ou estéril, não gera mais, isto é, que não gera
ovelha, Jo 15.16; Dt 23.1.
ministerial cristão, é necessário ter ética, caráter e santidade ao Senhor nosso Deus, pois todos que Ele
chamou, exigiu SANTIDADE em toda maneira de viver. Precisamos estar dispostos a sofrer pelo
Evangelho de Cristo Jesus, pois o que o Apostolo Paulo falou a Timoteo foi: PARTICIPA DOS MEUS
SOFRIMENTOS, ou seja oficio ministerial é sofrimento e exige do candidato os requesitos acima.
AGRADEÇO A DEUS