Você está na página 1de 3

Geriatria - Atividade 1

Vanessa Cristine Graeff

O exame físico no idoso deve ir além da avaliação clínica. Esses pacientes


são mais susceptíveis a desenvolver limitações para as atividades de vida diárias
e manifestar as chamadas "Síndromes Geriátricas", como imobilidade,
incontinência, uso incorreto de medicação, alterações cognitivas, perda de peso
e depressão. Assim, os mínimos sinais e sintomas devem ser observados e
interpretados, fundamentando o diagnóstico e a elaboração de um plano de
cuidados específico e individualizado, a fim de possibilitar uma assistência que
garanta a manutenção e a promoção da saúde do idoso, bem como a sua
independência.
Sendo assim, no vídeo “Physical Examination of the Older Adult”, foi
possível observar algumas falhas na execução das técnicas pré determinadas
por guidelines e manuais em geral. Como por exemplo, a técnica da aferição da
pressão arterial. O examinador do vídeo não estimou o nível da PAS, através da
palpação do pulso radial; o braço do paciente não estava bem posicionado e
apoiado; também não esperou o tempo necessário após mudança de posição.
Portanto, na técnica correta da aferição da pressão a pessoa deve estar sentada,
com as pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e
relaxado. Enquanto o braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a
palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro. O
examinador deve colocar o manguito, 2 a 3 cm acima da fossa cubital e primeiro
estimar o nível da PAS, através da palpação do pulso radial: insuflar o manguito
até o pulso radial não ser mais palpável.Importante ressaltar que o tamanho da
braçadeira do manguito deve ser adequado à circunferência do braço e a
câmara inflável deve cobrir pelo menos dois terços da circunferência do braço,
sem deixar folgas. Inflar até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS
obtido pela palpação radial. Em seguida, deve desinflar o manguito lentamente
(2 a 4 mmHg por segundo). Feito isso, deve determinar a pressão sistólica pela
ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff). A pressão diastólica corresponde
ao desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff). Se os batimentos
persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos
sons e anotar os valores da PAS/PAD/zero. Realizar, pelo menos, 2 medidas com
intervalo de 1 minuto e considerar a média das 2 aferições. A técnica deve ser
feita em ambos os braços na primeira consulta. Nas consultas subsequentes
utilizar como referência o braço no qual foi obtida a maior pressão.
Além disso, no vídeo ocorreram falhas na técnica de ausculta, tanto na
cardíaca quanto na pulmonar. E necessário, em um bom exame, que sejam
escutados os focos mitral (5º Espaço intercostal esquerdo na linha
hemiclavicular, corresponde ao ictus cordis), foco pulmonar (2º espaço
intercostal esquerdo junto ao esterno), foco aórtico (2º espaço intercostal direito
junto ao esterno), foco aórtico acessório (3º e 4º espaço intercostal esquerdo) e
foco ou área tricúspide (base do apêndice xifóide ligeiramente à esquerda).
Outras áreas do precórdio e adjacências podem ser auscultadas: borda esternal
esquerda, borda esternal direita, regiões infra e supraclaviculares, regiões
laterais do pescoço e região interescapulovertebrais. Já na ausculta pulmonar, o
examinador deve auscultar vários pontos do pulmão, do ápice até a base e não
apenas a base como feito no vídeo. A técnica consiste em auscultar do ápice, por
exemplo,primeiro ápice do lado esquerdo e depois o ápice do lado direito; vai
descendo e auscultando ambos os lados na mesma altura dos focos, até chegar
às bases.
Ademais, a técnica de exame físico abdominal foi feita de maneira
equivocada. Além de não seguir a sequência correta, a técnica de inspeção e
percussão não foi realizada. O exame fisico do abdome começa com a inspeção,
e deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas.
Na inspeção são observadas, forma, volume e alterações cutâneas do abdome.
Ainda, diferente do sistema cardiovascular e respiratório, a ausculta deve ser o
primeiro elemento a ser avaliado após a inspeção. A explicação é que a palpação
ou percussão do abdome pode alterar os movimentos peristálticos (no vídeo a
palpação foi feita antes da ausculta). Na ausculta deve ser realizada nos quatro
quadrantes de forma superficial para avaliar os ruídos hidroaéreos. Para avaliar
alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio
ao longo do trajeto da aorta. Enquanto na superficial deve-se avaliar
sensibilidade, integridade anatômica e grau de distensão da parede abdominal.
Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então
inicia-se a palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por
último. Deve ser feita com uma mão a 45 graus ou duas mãos superpostas.
Por fim, no exame do abdome, a partir da percussão é possível identificar
presença de ar livre, líquidos e massas intra-abdominais. A técnica é
dígito-digital, na qual o examinador posiciona uma das mãos sobre o abdome e
percute com o dedo indicador.
Por fim, apesar da falhas em algumas técnicas do exame físico, o ponto
mais positivo e que faz o paciente ter total confiança em inclusive ser mais
colaborativo, foi o fato do examinador ter explicado o que iria fazer antes de
executar as técnicas. Dessa maneira, o paciente se sente mais seguro, acolhido e
confortável durante o realizamento das técnicas, além de se sentir mais
encorajado a seguir as possiveis recomendações do profissional de saúde. Além
disso, o exame físico foi bem amplo e teve emprego do exame de vários
sistemas.

Você também pode gostar