O exame físico no idoso deve ir além da avaliação clínica. Esses pacientes
são mais susceptíveis a desenvolver limitações para as atividades de vida diárias e manifestar as chamadas "Síndromes Geriátricas", como imobilidade, incontinência, uso incorreto de medicação, alterações cognitivas, perda de peso e depressão. Assim, os mínimos sinais e sintomas devem ser observados e interpretados, fundamentando o diagnóstico e a elaboração de um plano de cuidados específico e individualizado, a fim de possibilitar uma assistência que garanta a manutenção e a promoção da saúde do idoso, bem como a sua independência. Sendo assim, no vídeo “Physical Examination of the Older Adult”, foi possível observar algumas falhas na execução das técnicas pré determinadas por guidelines e manuais em geral. Como por exemplo, a técnica da aferição da pressão arterial. O examinador do vídeo não estimou o nível da PAS, através da palpação do pulso radial; o braço do paciente não estava bem posicionado e apoiado; também não esperou o tempo necessário após mudança de posição. Portanto, na técnica correta da aferição da pressão a pessoa deve estar sentada, com as pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado. Enquanto o braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro. O examinador deve colocar o manguito, 2 a 3 cm acima da fossa cubital e primeiro estimar o nível da PAS, através da palpação do pulso radial: insuflar o manguito até o pulso radial não ser mais palpável.Importante ressaltar que o tamanho da braçadeira do manguito deve ser adequado à circunferência do braço e a câmara inflável deve cobrir pelo menos dois terços da circunferência do braço, sem deixar folgas. Inflar até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação radial. Em seguida, deve desinflar o manguito lentamente (2 a 4 mmHg por segundo). Feito isso, deve determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff). A pressão diastólica corresponde ao desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff). Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons e anotar os valores da PAS/PAD/zero. Realizar, pelo menos, 2 medidas com intervalo de 1 minuto e considerar a média das 2 aferições. A técnica deve ser feita em ambos os braços na primeira consulta. Nas consultas subsequentes utilizar como referência o braço no qual foi obtida a maior pressão. Além disso, no vídeo ocorreram falhas na técnica de ausculta, tanto na cardíaca quanto na pulmonar. E necessário, em um bom exame, que sejam escutados os focos mitral (5º Espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular, corresponde ao ictus cordis), foco pulmonar (2º espaço intercostal esquerdo junto ao esterno), foco aórtico (2º espaço intercostal direito junto ao esterno), foco aórtico acessório (3º e 4º espaço intercostal esquerdo) e foco ou área tricúspide (base do apêndice xifóide ligeiramente à esquerda). Outras áreas do precórdio e adjacências podem ser auscultadas: borda esternal esquerda, borda esternal direita, regiões infra e supraclaviculares, regiões laterais do pescoço e região interescapulovertebrais. Já na ausculta pulmonar, o examinador deve auscultar vários pontos do pulmão, do ápice até a base e não apenas a base como feito no vídeo. A técnica consiste em auscultar do ápice, por exemplo,primeiro ápice do lado esquerdo e depois o ápice do lado direito; vai descendo e auscultando ambos os lados na mesma altura dos focos, até chegar às bases. Ademais, a técnica de exame físico abdominal foi feita de maneira equivocada. Além de não seguir a sequência correta, a técnica de inspeção e percussão não foi realizada. O exame fisico do abdome começa com a inspeção, e deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas. Na inspeção são observadas, forma, volume e alterações cutâneas do abdome. Ainda, diferente do sistema cardiovascular e respiratório, a ausculta deve ser o primeiro elemento a ser avaliado após a inspeção. A explicação é que a palpação ou percussão do abdome pode alterar os movimentos peristálticos (no vídeo a palpação foi feita antes da ausculta). Na ausculta deve ser realizada nos quatro quadrantes de forma superficial para avaliar os ruídos hidroaéreos. Para avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio ao longo do trajeto da aorta. Enquanto na superficial deve-se avaliar sensibilidade, integridade anatômica e grau de distensão da parede abdominal. Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por último. Deve ser feita com uma mão a 45 graus ou duas mãos superpostas. Por fim, no exame do abdome, a partir da percussão é possível identificar presença de ar livre, líquidos e massas intra-abdominais. A técnica é dígito-digital, na qual o examinador posiciona uma das mãos sobre o abdome e percute com o dedo indicador. Por fim, apesar da falhas em algumas técnicas do exame físico, o ponto mais positivo e que faz o paciente ter total confiança em inclusive ser mais colaborativo, foi o fato do examinador ter explicado o que iria fazer antes de executar as técnicas. Dessa maneira, o paciente se sente mais seguro, acolhido e confortável durante o realizamento das técnicas, além de se sentir mais encorajado a seguir as possiveis recomendações do profissional de saúde. Além disso, o exame físico foi bem amplo e teve emprego do exame de vários sistemas.