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net/publication/286450560
Educação Contextualizada
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Israel Brandão
Universidade do Vale do Acaraú
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Fortaleza, CE - 2015
EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA
© 2015 Copyright by Israel Rocha Brandão / José Edvar Costa de Araújo
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Efetuado depósito legal na Biblioteca Nacional
EDUCAÇÃO
CONTEXTUALIZADA
Fortaleza - CE
2015
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .........................................................................................9
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EXCEPCIONALIDADE: DO CONCEITO
ÀS FORMAS DE ATENDIMENTO NA EDUCAÇÃO .............................11
Introdução .............................................................................................11
História da Educação Especial no Brasil e no Ceará: A excepcionalidade
em foco .....................................................................................14
Conclusão ..............................................................................................24
Referências .............................................................................................25
EDUCADORES EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES: FORMAÇÃO E
DESAFIOS NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL
VALE DO ACARAÚ ..................................................................................27
A formação de educadores para atuar em espaços não escolares surge na reformulação
curricular de 2001 .................................................................................................... 27
O contexto amplo da reformulação curricular de 2001 .........................27
O contexto próximo da reformulação curricular de 2001 ......................29
Características básicas da proposta de reformulação de 2001 .................32
A proposta de formar educadores para espaços não escolares .................33
Formação do Profissional em Educação para Atuar em Espaços não Escolares:
Questões e Desafios .....................................................................................35
Os núcleos na proposta curricular do Curso de Pedagogia da Universidade
Vale do Acaraú ..................................................................................................35
O Núcleo Movimentos Sociais e Educação Popular ..............................36
Campos de atuação profissional do pedagogo em espaços educativos não
escolares: oportunidades e incógnitas ....................................................38
Ambientes educativos não escolares potencialmente abertos ao pedagogo ...38
Saberes necessários ao profissional da educação em espaços não escolares...39
Construção de perspectivas para a formação dos educadores para espaços não
escolares no Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú ........40
Conclusão ..............................................................................................41
Referências .............................................................................................41
OS FAVORITOS PRECÁRIOS: ASPIRAÇÕES E PERSPECTIVAS DE
TRABALHO DE JOVENS ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR ....43
Introdução .............................................................................................43
O novo metabolismo social do trabalho e a precarização do homem que
trabalha .................................................................................................47
“A dialética entre o feijão e o sonho”......................................................50
Conclusão ..............................................................................................57
Referências .............................................................................................59
A RODA COMO ESPAÇO DE RECRIAÇÃO DA UNIVERSIDADE ......60
Referências: ............................................................................................64
O LIVRO DE TODOS: EDUCAÇÃO POPULAR E FORMAÇÃO POLÍTICA
EM CRATEÚS NA DÉCADA DE 60 DO SÉCULO XX ...........................66
Resumo .................................................................................................66
Mãos dadas ............................................................................................67
Pequena descrição d’o livro de todos......................................................70
Não nos afastemos muito .......................................................................73
Conclusão .............................................................................................76
Referências ............................................................................................77
ENTENDENDO SOBRE A CRIATIVIDADE: PERSPECTIVA DOS
DOCENTES E DISCENTES DO CURSO DE PEDAGOGIA DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ ................................79
Introdução .............................................................................................79
A criatividade e a educação como locus privilegiado para seu desenvolvimento.81
A criatividade: do desenvolvimento pessoal ao desenvolvimento coletivo .......83
O que entendemos sobre criatividade: o grupo pesquisado ....................88
Análise dos resultados da pesquisa .........................................................91
Conclusão ..............................................................................................95
Referências ............................................................................................96
O USO DA FOTOGRAFIA PARA O ESTUDO DA HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO BRASILEIRA .......................................................................98
Introdução .............................................................................................98
O uso da fotografia: um ensaio metodológico para o estudo da História da
Educação Brasileira . ...................................................................................... 100
As fotografias dos alunos: que revelações trazem para a história da educação
brasileira?.............................................................................................102
Conclusão ...........................................................................................109
Referências . .........................................................................................110
(RE) SIGNIFICANDO AS PRÁTICAS EDUCATIVAS DA EJA À LUZ DO
PENSAMENTO PEDAGÓGICO DE PAULO FREIRE E OS SABERES DA
VIDA COTIDIANA DOS EDUCANDOS ..............................................111
Introdução ..........................................................................................111
O pensamento pedagógico de Paulo Freire e a humanização ...............113
Referências ..........................................................................................117
EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
TREMEMBÉ DE ALMOFALA: ALGUMAS APROXIMAÇÕES ............119
Introdução ...........................................................................................119
Educação escolar indígena no Brasil: por que uma educação diferenciada? ..121
A experência dos índios tremembé de Almofala e o magistério indígena
tremembé superior no contexto da luta por educação escolar diferenciada
indígena ..............................................................................................127
Conclusão ...........................................................................................133
Referências ..........................................................................................135
ENSINO SUPERIOR: PRIMEIRAS REFLEXÕES SOBRE ACESSIBILIDADE
E AVALIAÇÃO PARA PESSOA COM DEFICÊNCIA NA UNIVERSIDADE
ESTADUAL VALE DO ACARAÚ .............................................................136
Introdução ..........................................................................................136
Pessoa com deficiência e a política de inclusão pós - 1990 .........................137
Acessibilidade e avaliação: primeiras impressões na Universidade Estadual
Vale do Acaraú .....................................................................................141
Conclusão ...........................................................................................145
Referências ..........................................................................................146
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DIFERENTES ABORDAGENS SOBRE
UM FENÔMENO COMPLEXO .............................................................149
Introdução ...........................................................................................149
Um pouco da história da avaliação educacional ...................................150
Modelos de avaliação ...........................................................................153
Avaliação tradicional ...........................................................................153
Avaliação diagnóstica ..........................................................................153
Avaliação mediadora ...........................................................................155
Avaliação dialógica ..............................................................................158
Conclusão ...........................................................................................160
Referências ..........................................................................................161
AFETIVIDADE, EMOÇÃO E APRENDIZAGEM: EM BUSCA DE NOVOS
CAMINHOS PARA A PRÁTICA DOCENTE .........................................163
Introdução ...........................................................................................163
Na concretude dos sentimentos: as questões afetivas em sala de aula ...164
Para além da razão: um novo conceito nas relações entre professor e aluno e
na busca pela aprendizagem ...............................................................166
Aprendendo pelo “avesso”: a emoção como ferramenta da aprendizagem ...171
Referências ..........................................................................................174
APRESENTAÇÃO
A leitura dos textos deste livro revela que eles foram pro-
duzidos por motivações variadas e em circunstâncias diversas. E que,
apesar desta variedade, existe um fio, ora mais tênue ora mais denso,
que os liga em suas diferenças: a formação humana e a formação
profissional a partir da experiência vivida por professores e estudantes
envolvidos com os processos de formação de educadores.
O fio que interliga estes temas, que parecem fazer parte dos
mais intensos sentimentos e raciocínios que mobilizam os educadores
e professores de todos os níveis e modalidades de ensino em qualquer
lugar do universo, está urdido por um conjunto de valores entres os
quais destacamos: inclusão social, participação política, conhecimen-
to sistemático e saberes da experiência, identidades socioculturais,
criatividade, razão e emoção. Vejamos mais de perto.
Adriana Melo de Farias e Yzy Maria Rabelo Câmara se
apresentam com o esboço de um percurso histórico do conceito de
excepcionalidade até alcançar a perspectiva da inclusão social; esta
inclinação é fortalecida por Marla Viera Moreira de Oliveira e Tania
Vicente Viana ao vincular a avaliação da aprendizagem e o papel
inclusivo da educação.
O desafio da inserção plena dos sujeitos em seus ambientes
sociais é também o objeto do pensar de Maria Isabel Silva Bezerra
Linhares sobre as aspirações e perspectivas de trabalho para os jovens
egressos do ensino superior; leitura que pode ser associada à reflexão
de Israel Rocha Brandão sobre o uso do “Método da Roda” como
instrumento metodológico propiciador da recriação de práticas parti-
cipativas na universidade.
José Edvar Costa de Araújo tematiza os caminhos da forma-
ção de educadores para atuação em espaços não escolares; a atividade
formativa é também o assunto de Maria Luzinette F. Mendes e Maria
do Socorro Sousa e Silva, que analisam a formação de professores para
a educação indígena na experiência dos Tremembés; Ivna de Holanda
Pereira se aproxima das questões da formação através do exame da
utilização da fotografia nos estudos de História da Educação; já Pau-
9
lina Maria Mendes Parente interroga a formação de educadores com
um estudo acerca da visão de docentes e discentes sobre o papel da
criatividade na educação.
A docência é tratada por Maria Neusita Tabosa, que aborda
as práticas educativas da Educação de Jovens e Adultos à luz dos
saberes dos educandos; por Luciano Gutembergue Bonfim Chaves e
Maria Ivane Sales que discutem: material didático, educação popular,
alfabetização e participação política em Crateús nos anos de 1960;
por José Reginaldo Feijão Parente, ao explicitar o modo de proceder à
avaliação da aprendizagem em uma perspectiva dialógica; e pela defe-
sa que fazem Francisco Ullissis Paixão e Vasconcelos e Dayse Paixão e
Vasconcelos de uma prática docente que considere o papel da emoção
e da afetividade na aprendizagem.
Reflexões originadas do compromisso surgido das práticas,
estes textos merecem ser lidos como ponto de partida no trabalho de
autoconstrução do leitor.
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Adriana Melo de Farias | Yzy Maria Rabelo Câmara
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA
EXCEPCIONALIDADE: DO CONCEITO
ÀS FORMAS DE ATENDIMENTO NA
EDUCAÇÃO 1
Introdução
Este artigo tem como objetivo principal analisar o percurso
histórico do conceito de excepcionalidade, ressaltando as diferentes
representações socioculturais vigentes nas sociedades ao longo dos
séculos, como também refletir acerca das formas de atendimento às
pessoas em situação de deficiência, no âmbito da História Educacio-
nal Brasileira.
Para iniciar estas reflexões, gostaria de esclarecer que a con-
ceituação do termo “deficiência”, ao longo dos tempos, é determinada
pelas representações socioculturais de cada comunidade, em diferentes
gerações, como também pelo seu nível de desenvolvimento científico,
político, ético e econômico.
Além disso, as bases socioculturais desta terminologia sem-
pre foram marcadas por forte sentimento de rejeição, preconceito e
exclusão social, pois nem todos os indivíduos conseguiam se enquadrar
nos ditos padrões “normais” de comportamentos vigentes nos diversos
contextos e, desse modo, por apresentarem características diferenciadas
eram retratados de forma preconceituosa e excludente, conforme nos
fala Amaral (1995, p. 44) apud Leitão ( 2008, p. 41):
1
Este artigo foi elaborado para apresentação no Seminário de Educação Brasileira
do Mestrado em Educação Brasileira do Programa de Pós-Graduação em Educação
da Universidade Federal do Ceará ministrado pela Profª Drª Maria Juraci Maia
Cavalcante.
2
A autora é Psicóloga e Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do
Ceará. E-mail: adrianamelodefarias@bol.com.br.
3
A coautora é Psicóloga, Assistente Social e Mestre em Saúde Pública pela Universidade
Federal do Ceará. E-mail: yzycamara@gmail.com .
11
Adriana Melo de Farias | Yzy Maria Rabelo Câmara
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3
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) foi criada em 1954 por um
casal de americanos, que em visita ao Brasil tentou estimular a criação de associações
deste tipo e, talvez se configure na atualidade como o maior movimento filantrópico
do país. (PEREIRA,1986 apud ENICÉIA, 2001)
20
Adriana Melo de Farias | Yzy Maria Rabelo Câmara
4
Vale ressaltar que os profissionais e representantes da sociedade Pestalozzi e das
APAES exerceram várias funções diretas e indiretas no equacionamento da educação
especial no país, participando da direção de órgãos públicos relacionados à educação
especial ( PEREIRA, 1986 apud ENICÉIA, 2001)
21
Adriana Melo de Farias | Yzy Maria Rabelo Câmara
22
Adriana Melo de Farias | Yzy Maria Rabelo Câmara
23
Adriana Melo de Farias | Yzy Maria Rabelo Câmara
Conclusão
De acordo com esta nova forma de pensar a Educação para
todos, os termos “excepcionalidade”, “criança deficiente”, “criança
especial” típico das ciências biomédicas passam a incorporar uma
nova significação e representação sobre o diferente, estimulando uma
nova prática científica na qual há uma busca constante por parte dos
profissionais envolvidos com a temática de atitudes, programas e
técnicas necessárias e capazes de promover o desenvolvimento global
e as potencialidades desses clientes independente das deficiências que
apresentem.
Devemos ter em mente que tais diferenças individuais não
são fatores que desqualificam o indivíduo, ao contrário, as pessoas a
partir de suas diferenças estão na verdade assinalando, através de sua
condição, a necessidade de quebra dos velhos paradigmas da educação
e a implantação urgente de novas estratégias de atenção educacional,
haja vista que nos dias atuais se concebe o termo “deficiência” como
um conceito biosocioeducacional por estar, também, intimamente
relacionado aos métodos e técnicas de intervenções educacionais.
Pensando assim, no que diz respeito à educação especial,
criou-se no Brasil, particularmente no Estado do Ceará, uma rede
de assistência educacional contendo uma diversidade de estratégias e
recursos educacionais que busca com isso redimensionar a Educação
no Estado como também investir em formação continuada para
professores. Dentre essas redes de assistência estão os Núcleos de
Atendimento Especializado, as salas de recursos multifuncionais, salas
de multimeios e o atendimento educacional especializado (AEE) que
se configura como a mais recente estratégia da escola pública para au-
xiliar o professor da sala comum na facilitação do processo de inclusão
24
Adriana Melo de Farias | Yzy Maria Rabelo Câmara
Referências
AMIRALIAN, Maria Lúcia. Psicologia do Excepcional. São Paulo: EPU,
1986. p. 72.
25
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26
José Edvar Costa de Araújo
Introdução
As questões aqui expostas foram tratadas entre 2004 e 2007
no Seminário Temático III, disciplina de responsabilidade do Núcleo
Movimentos Sociais e Educação Popular do Curso de Pedagogia da Uni-
versidade Estadual Vale do Acaraú; abordam desafios e perspectivas
relativas à formação e ao campo de atuação profissional do graduado
em pedagogia em espaços educativos não escolares.
Embora centrada neste domínio, a abordagem assume
o princípio de que é impossível pensar separadamente ou de forma
hierarquizada os ambientes educacionais escolares e não escolares. A
influência entre eles é cada vez intensa nas circunstâncias e formas
pelas quais aprendemos hoje, novas e antigas gerações.
A FORMAÇÃO DE EDUCADORES
PARA ATUAR EM ESPAÇOS NÃO
ESCOLARES SURGE NA REFORMULAÇÃO
CURRICULAR DE 2001
27
José Edvar Costa de Araújo
28
José Edvar Costa de Araújo
29
José Edvar Costa de Araújo
30
José Edvar Costa de Araújo
5
Para acompanhar esta disputa cf. o livro organizado por Iria Brzezisnki, LDB
Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997. Ver
também o número especial da revista Educação e Sociedade, publicado em dezembro
de 1999; neste é possível acompanhar os debates, especialmente em torno do Parecer
970/99, de 9 de novembro de 1999, da Câmara de Educação Superior do Conselho
Nacional de Educação e do Decreto 3.276, de 6 de dezembro de 1999, assinado
pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, que tiravam da fato dos cursos
de pedagogia o direito de formar professores para o magistério na educação infantil e
nos anos iniciais do ensino fundamental.
6
Cf. SOARES, José Teodoro e LIMA, Evaristo Linhares. Universidade Estadual
Vale do Acaraú 35 anos: destaques de sua evolução. Sobral: Edições UVA, 2003.
31
José Edvar Costa de Araújo
32
José Edvar Costa de Araújo
33
José Edvar Costa de Araújo
34
José Edvar Costa de Araújo
FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL EM
EDUCAÇÃO PARA ATUAR EM ESPAÇOS
NÃO ESCOLARES: QUESTÕES E
7
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. (MEC, 2005)
8
Projeto Político-Pedagógico do Curso de Pedagogia. (UVA, 2006) pág. 22.
9
Projeto Politico-Pedagógico do Curso de Pedagogia – Revisão 2011. Pág. 21
35
José Edvar Costa de Araújo
DESAFIOS
36
José Edvar Costa de Araújo
37
José Edvar Costa de Araújo
11
A elaboração teórica de Carlos Rodrigues Brandão captou com muita fidelidade a
riqueza do período abordado. É um texto de estudo obrigatório para os educadores
que fundam sua ação em uma pedagogia emancipatória: tanto para compreender os
sentidos de educação popular no século passado como para inspirar-se para elaborar
seus sentidos na atualidade.
38
José Edvar Costa de Araújo
12
Cf. LIBÂNEO, José C. (1998) especialmente no Capítulo II, pág. 35-60.
39
José Edvar Costa de Araújo
SABERES NECESSÁRIOS AO
PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO EM
ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
Em qualquer tipo de organização, governamental, nãogo-
vernamental ou empresarial, o educador vai se deparar com um desa-
fio: é um profissional da educação e ao mesmo tempo um funcionário
da instituição. Isto significa que seu contrato de trabalho o obriga a
cumprir os objetivos de seu empregador; por outro lado, no horizonte
do educador está sempre a perspectiva de atuar na construção das
competências e esquemas necessários ao pensamento autônomo, à
capacidade de analisar, tomar decisões e implementá-las.
As habilidades e competências necessárias ao desempenho
destas funções correspondem em parte às requeridas para a docência,
a coordenação ou a gestão dos processos escolares. Contudo, a natu-
reza das instituições e dos processos não escolares são bem diversos.
A escolha destes ambientes para a atuação profissional leva a indagar
sobre as habilidades e competências específicas requeridas. Algumas
pistas podem ser úteis para esta procura, cuja responsabilidade tem
uma dimensão institucional e outra pessoal:
• Compreensão do que constitui o campo de
conhecimento da educação em ambientes não
escolares, nos aspectos teórico e operacional;
• Conhecimento das características históricas dos
movimentos sociais na América Latina e no Brasil;
• Conhecimento das características dos movimentos
sociais em suas formas locais, regionais e nacionais;
• Domínio da “geografia” das áreas de atuação
profissional e das relações de poder existentes entre
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Conclusão
O percurso descrito evidencia que o Curso de Pedagogia da
Universidade Estadual Vale do Acaraú enfrenta o desafio de construir
os espaços de consolidação do desenvolvimento dos eixos curriculares,
que em outros momentos foi atribuído aos Núcleos. Esta consolidação
exige desenvolvimento conjunto programas de estudo articulando os
processos educativos escolares e não escolares, com suas especificida-
des e complementaridades. No caso específico da formação para atuar
em espaços não escolares significa fazer isto em sintonia com uma rede
interativa com projetos sociais governamentais ou nãogovernamentais
que atuem em áreas como a da mobilização social, associativismo,
economia solidária, empresas, saúde, meio ambiente e outros.
Referências
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Educação Popular. São Paulo: Editora
Brasiliense, 1984.
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OS FAVORITOS PRECÁRIOS:
ASPIRAÇÕES E PERSPECTIVAS DE
TRABALHO DE JOVENS ESTUDANTES
DO ENSINO SUPERIOR
Introdução
O presente estudo procura elucidar as relações que se esta-
beleceram entre a formação de jovens ingressos ou egressos do ensino
superior e as mudanças econômicas sociais impostas pelo poder do
capital, que mesmo com o crescimento do PIB ocorrido na década
de 2000, a partir de 2003, não se alterou de forma significativa, a
precariedade salarial entre os jovens-adultos altamente escolarizados.
Segundo Alves (2012) na temporalidade histórica do ca-
pitalismo global, com a ofensiva das políticas neoliberais, afirma-se
como traço estrutural do sistema mundial do capital a precarização
estrutural do trabalho (MÉSZÁROS, 2007). No Brasil, apesar do
crescimento do emprego por tempo indeterminado e da redução da
taxa de informalidade a partir de 2003, a precariedade salarial se mani-
festou pelo aumento, em termos absolutos e relativos, da presença de
“trabalhadores periféricos” inseridos em relações de trabalho precárias.
A nova precariedade salarial no Brasil se manifesta não apenas pelo
aumento da contratação flexível, mas também pela adoção, nos locais
de trabalho reestruturados, da flexibilização da jornada de trabalho e
da remuneração salarial. Deste modo, os novos ambientes de trabalho
que emergem nas empresas reestruturadas na década de 2000 consti-
tuem-se sob a nova morfologia social do trabalho flexível.
1
Doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da
Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista pela CAPES. Professora Assistente do
Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
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Para Alves (2012) o capital em sua dimensão exacerbada no plano do mercado
mundial, “queima” trabalho vivo altamente qualificado incapaz de ser absorvido
pelo modo de produção de mercadorias. O precariado é o sintoma perverso das
contradições radicais da ordem burguesa hipertardia (a perda da futuridade e a
frustração das promessas civilizatórias ampliam-se com a vigência da financeirização
da riqueza capitalista e a hegemonia do capital financeiro). Segundo o autor, a ideia
de futuridade é crucial para delimitar a camada social do precariado. É uma camada
social caracterizada especificamente pela frustração com suas expectativas de carreira
profissional e realização salarial.
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Conclusão
Parti da ideia de que uma interpretação aprofundada dos
acontecimentos microscópicos, como as experiências que cada jovem
vem tecendo nas instituições de ensino, nas instituições de qualifica-
ção e nos locais onde aprendem a ser trabalhadores, podem torná-los
exemplares. Remetem aos diferentes fenômenos que estudo: as rela-
ções com a família e com a sociedade, o ser jovem, a separação entre
entre experiência e trabalho, enfim, a construção de trajetórias nas
quais se combinam a formação escolar, as relações sociais que envol-
vem amigos e familiares, as mutações corporais e comportamentais,
elementos fundamentais para a constituição de um ser trabalhador.
Como os jovens são um grupo social heterogêneo, composto
por sujeitos concretos, optou-se por adotar duplamente a perspectiva
da heterogeneidade para captar os diversos mecanismos mobilizados
por diferentes tipos jovens, a fim de se qualificarem e conquistarem um
lugar no mercado de trabalho: de um lado, a heterogeneidade entre
contextos, entre diferentes grupos de jovens, ou seja, heterogeneidade
estrutural, para contemplar as diferenças advindas da condição de
origem e, simultaneamente, as possíveis analogias que explicitariam
os elementos de uma vivência que é propriamente juvenil; de outro,
a heterogeneidade dentro de um mesmo segmento juvenil, de modo
a captar tanto diferenças comportamentais quanto padrões e regulari-
dades entre ideias, práticas e contextos sociais semelhantes.
Assim, tenho em mente que: a problemática da qualificação
situa-se, na maioria das vezes, justamente na transição entre escola e
trabalho; o mercado tem requerido a conclusão do ensino superior
como pré-requisito mínimo para considerar uma pessoa qualificada,
por isso, mas também por um fenômeno de coorte, as novas gerações
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Israel Rocha Brandão
Referências
ALVES, Giovanni. A educação do proletariado. Disponível em: http://
blogdaboitempo.com.br/category/colunas/giovanni-alves/. Publicado em
17/12/2012. Acessado em 24/06/2013.
_________________. Trabalho e nova precariedade salarial no Brasil:
a morfologia social do trabalho na década de 2000 (2000-2010). Coimbra,
Portugal: Oficina do CES nº 381, 2012.
__________________. Trabalho e subjetividade – O espírito do toyotismo
na era do capitalismo manipulatório. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
___________________. Trabalho, subjetividade e capitalismo
manipulatório – O novo metabolismo social do trabalho e a precarização
do homem que trabalha.
ALVES, Giovanni; Vizzaccaro-Amaral, André Luiz; Mota, Daniel Pestana.
Trabalho e saúde – A precarização do trabalho e a saúde do trabalhador no
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BOURDIEU, Pierre. A “juventude” é apenas uma palavra. In: BOURDIEU,
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CASTEL, As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. 4.
ed. Petrópolis, Vozes, 2003.
INVERNIZZI, Noela. Empregos precários no setor terciário: estudo
de trajetórias ocupacionais de trabalhadores em risco de exclusão. Boletim
Técnico do Senac, Rio de Janeiro, v. 28, n. 1, p.3 5-45, jan./abr. 2002.
MÉSZÁROS, István. O desafio e o fardo do tempo histórico: o socialismo
no século XXI. São Paulo: Boitempo, 2007.
PRANDI, Reginaldo. Os favoritos degradados; ensino superior e profissões
de nível universitário no Brasil hoje. São Paulo: Ed. Loyola, 1982.
FILMES
GALERA. Projeto CineTrabalho/Práxis vídeo, 2012.
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Psicólogo, Filósofo, Mestre em Sociologia (UFC) e Doutor em Psicologia Social
(PUC-SP). Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
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Israel Rocha Brandão
Referências
ADORNO, Theodor W. Palavras e sinais – modelos críticos II. Petrópolis:
Vozes, 1996.
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Luciano Gutembergue Bonfim Chaves | Maria Ivane Sales
66
Luciano Gutembergue Bonfim Chaves | Maria Ivane Sales
O LIVRO DE TODOS:
EDUCAÇÃO POPULAR E FORMAÇÃO
POLÍTICA EM CRATEÚS NA DÉCADA DE
60 DO SÉCULO XX
Luciano Gutembergue Bonfim Chaves1
Maria Ivane Sales2
Introdução
O objetivo do presente artigo é apresentar O Livro de Todos
e as suas contribuições para a efetivação de um projeto de Educação
popular e formação política em Crateús, na década de 60 do século
XX. O Livro de todos é uma cartilha produzida pelo Movimento de
Educação de Base (MEB), para auxiliar no processo de alfabetização
de jovens e adultos à luz das ideias e ideais de Paulo Freire. No período
em questão, o país vivia sob o governo de uma ditadura militar que
considerava o método Paulo Freire um instrumento de “subversão”
e logo passou a combatê-lo, desqualificando o processo de diálogo
que o Círculo de Cultura possibilitava. Foi enfrentando dificuldades,
denúncias e repressões que um livro, tão simples em sua aparência,
operou mudanças em consciências, trouxe esperanças e marcou tanto
a história de um povo que habita os sertões de Crateús. Para o pre-
sente estudo, foram realizadas pesquisas de matrizes teóricas sobre o
período e as ações educativas desenvolvidas na Diocese de Crateús sob
a orientação de Dom Antonio Batista Fragoso. Os resultados indicam
que as referidas ações primavam em levar aos oprimidos a possibi-
lidade de efetivarem a construção de uma história e de uma igreja
mais humana, erigida pelas próprias mãos dos atores antes renegados
a papéis secundários, quando muito, e “sem importância” dentro do
cenário político local.
1
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), professor do Curso
de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e escritor. E-mail:
lucianogbonfim@gmail.com
2
Professora da FAEC - Faculdade de Educação de Crateús, da Universidade Estadual
do Ceará (UECE). E-mail: mari.ivane@yahoo.com.br
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Luciano Gutembergue Bonfim Chaves | Maria Ivane Sales
MÃOS DADAS
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes
esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos
dadas.
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Luciano Gutembergue Bonfim Chaves | Maria Ivane Sales
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Peço licença
Para avisar que, ao gosto de Jesus,
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Luciano Gutembergue Bonfim Chaves | Maria Ivane Sales
Santiago do Chile.
Primavera de 1964.
Conclusão
Buscava-se gerar uma ampla mobilização nas bases vislum-
brando assim o “despertar de uma consciência crítica” e a modificação
do modelo estrutural, tendo como mote a alfabetização de adultos.
O País, governado pela Ditadura Militar, considerava o
Método Paulo Freire um instrumento de “subversão”, e logo passou
a combater o trabalho, desqualificando o processo de diálogo que o
círculo de cultura fazia e destacando, sobretudo, as palavras: conscien-
tização, comunidade, politização. Iniciou a repressão no exército (em
Crateús), transferindo o comandante para o Rio de Janeiro. Parte dos
oficiais, em número de onze, consideraram a transferência indevida e
fizeram um documento de apoio ao comandante. Logo foram puni-
dos com prisões e transferências. Os que não se submeteram tiveram
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Luciano Gutembergue Bonfim Chaves | Maria Ivane Sales
Referências
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Paulina Maria Mendes Parente
MELLO, Thiago de. Faz escuro mas eu canto: porque a manhã vai
chegar. 15ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
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Paulina Maria Mendes Parente
Introdução
O interesse em pesquisar sobre criatividade e procurar
relacioná-la com a educação formal vem se delineando a partir de
encontros e conversas com educadores na escola. Ao desenvolver
atividades junto aos professores por ocasião da formação inicial ou
continuada, nestes últimos anos pudemos perceber a lacuna de forma-
ção e informação por parte destes no que diz respeito à criatividade,
sua importância para o desenvolvimento do indivíduo e as condições
favoráveis ao seu desenvolvimento e o papel da educação formal para
sua aprendizagem.
Devemos esclarecer que este trabalho trata-se de um resgate
de uma pesquisa empírica feita em 1994, portanto já decorrido longo
tempo, o que a princípio pode caracterizar um envelhecimento dos
dados, trazendo prejuízos à compreensão da realidade atual. Reconhe-
cemos que isto pode embasar uma crítica a este documento, mas por
outro lado, asseguramos-nos no fato de que conhecer o hoje implica
em revermos o passado e refletirmos o quanto se avançou (ou não)
em termos de ideias e atitudes. O que, aliás, é próprio da pesquisa
social, daí entendemos que os resultados desta pesquisa devem servir
para o próprio curso de Pedagogia ou outros cursos da educação se
apropriar para basear novos estudos e ampliar conhecimentos sobre
a criatividade.
1
Professora Assistente do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do
Acaraú, mestre em Gestão Educacional.
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A CRIATIVIDADE E A EDUCAÇÃO
COMO LOCUS PRIVILEGIADO PARA SEU
DESENVOLVIMENTO
Autores como Alencar (1993, 2002), Martinez (1997),
Vigotsky (1930/1987), entre outros, salientam que todas as pessoas
tem um potencial criativo e apresentam discussão favorável à ação do
professor no desenvolvimento desse potencial.
Ostrower (1986) ao apresentar a criatividade como poten-
cial inerente ao ser humano não a atribui como potencial ou dom de
poucos privilegiados e também não se reduz à arte.
Segundo Guilford (in Alencar, 1993, p. 260), um investiga-
dor dos traços intelectuais e estilos cognitivos presentes em indivíduos
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A CRIATIVIDADE: DO
DESENVOLVIMENTO PESSOAL AO
DESENVOLVIMENTO COLETIVO
A criatividade é mais comumente associada à ideia do
desenvolvimento do indivíduo e de suas capacidades, principalmente
entendidas como expressão artística do sujeito. De La Torre (2005)
traz uma nova dimensão para a discussão da questão da criatividade
humana, segundo a qual a criatividade passa a ser observada como um
fenômeno que transita entre os atributos pessoais do indivíduo e as
exigências sociais, ou seja, chama atenção do papel da criatividade não
só para o desenvolvimento, equilíbrio e bem-estar do indivíduo, mas
também como expressão da e para a coletividade.
Assim como Freire, que ultrapassa a visão humanista, quan-
do reduzida ao âmbito do sujeito individual, e foca a questão social,
De La Torre (2005) fala do papel social da criatividade. Apresenta a
criatividade como um bem social, como uma riqueza de um povo,
essencial para o seu desenvolvimento e para a resolução dos problemas
da população.
Historicamente vista, a princípio, como atributo de poucos
privilegiados e talentosos artistas, ou observada numa minoria, não
sempre bem aceita, pois quebravam padrões e paradigmas sociais que
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Conclusão
Com os apontamentos apresentados vemos claramente a
importância do papel do curso de Pedagogia na formação de profes-
sores criativamente competentes para desenvolverem em seus alunos
o potencial criativo, entendido como potencial humano que promove
o desenvolvimento do indivíduo e do coletivo, tendo, portanto, uma
importância como ação de mobilização pessoal e social.
A abordagem empírica realizada nos autoriza a dizer que os
alunos e professores do curso estudado, na época, apresentaram uma
representação social acerca da criatividade conceitualmente restrita,
relacionando-a, principalmente, com a didática enquanto promove-
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Referências
ALENCAR, E. S. de. Criatividade. Brasília: Universidade Brasília, 1993.
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Ivna de Holanda Pereira
Introdução
A disciplina História da Educação Brasileira é normalmente
obrigatória nos cursos de Pedagogia e, especificamente no caso da Pe-
dagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú, é ministrada após
duas outras Histórias, a Antiga e Moderna. Como professora dessa
disciplina, no semestre, senti a necessidade de trabalhar com a(o)s
estudantes1 procedimentos metodológicos que possibilitassem um
maior envolvimento e aproximação de todos ele(a)s com as discussões
suscitadas no decorrer do estudo dos conteúdos.
Com o objetivo também de estimular reflexões sobre a His-
tória da Educação Brasileira pretendia dar significado aos conteúdos
até então trabalhados em sala de aula, aproximando-os e fazendo
ligamentos, amalgamando-os a uma história da educação proximal,
vivenciada, conhecida por esses alunos, é que lançamos mão do uso da
fotografia enquanto procedimento metodológico. Assim, a pretensão
era que a fotografia produzisse certa motivação, capaz de estabelecer
elos entre história oficial e àquelas que ficam guardadas ou se perdem
no tempo da memória –, num tempo que segundo Cambi (2002), é
denominado por Braudel, de “tempo dos acontecimentos, próximo
do vivido e do cronológico” – fragilizando e fragmentando um passa-
do-presente e futuro histórico.
1
Eram 12 estudantes da turma II, do sexto período, semestre 2007.2, do
curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú, matriculados
na disciplina História III (da Educação Brasileira), a saber: Áurea Galdino,
Catiana Maria do Nascimento, Francisca de Assis Silva Machado, Joana
Domingos, Luciana Maria Alves, Lidiane Alves de Sousa, Kélvio Melo de
Bezerra, Maria Lacerda Cardoso, Maria do Carmo Lopes, Maria Mercê
de Aguiar, Maria do Socorro Sousa e Silva e Samira Andrade Cordeiro. As
produções textuais, elaboradas por esses alunos a partir da fotografia serão,
em parte, citadas no corpo deste artigo.
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2
“O caminho se faz ao caminhar” é o título do livro o qual discuto num artigo, “o uso
da internet na pesquisa socioeducativa”, coordenado pelas professoras Maria Nobre
Damasceno e Celecina de Maria Veras Sales, Edições UFC, 2005.
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“um prédio velho da família para que ela continuasse sua missão” e
“com a falta de recursos o único jeito foi cobrar uma taxa aos alunos
para comprar material para as aulas” Em 17 de agosto de 1921, “o
prédio quase em ruínas foi oficializado como instituição escolar”.
O nome Educandário Nossa Senhora do Carmo, “provém da santa
devoção de Maria do Carmo, a qual fez uma promessa para que seu
sonho não parasse na falta de verbas”. De geração em geração, hoje
o colégio têm à frente a sobrinha Maria do Carmo Roberto Carneiro
Frota, mantendo “a história dessa instituição escolar e do empenho de
sua progenitora, iniciado há 87 anos”.
A aluna Socorro Silva, utilizou-se da fotografia escolhida, a
da sua conclusão do 1º grau ocorrida em 1981, para discorrer sobre
seus sonhos, um deles, concluir o curso superior, “não por status”
como afirma, “mas por ser uma possibilidade de afirmação profissional
e de gênero”. Tem fortes recordações, marcantes na sua vida escolar,
de duas professoras, Ozanira e Maria das Graças. A primeira por ser
autoritária, “exercia uma postura quase militar...com ela não havia
diálogo somente regras...”. A segunda, “minimizava as situações”.
Socorro também cita momentos de discriminações sutis, que passam
quase despercebidas, mas que deixam marcas em quem percebe e
sente. O desfile de 7 de setembro era um desses momentos, “a diretora
só escolhia as mesmas todo ano, talvez por terem mais condições de
comprar a roupa, porque as roupas pareciam fantasias de carnaval
com muito brilho e fita...”. A questão que aqui se impõe, é saber se
a educação oferece essa “possibilidade de afirmação profissional e de
gênero”? Outra coisa é a postura do professor, em que autoridade e
autoritarismo se confundem nas salas de aula, atualmente. Assim,
pergunto: há uma história da didática do professor que contemple
essas reflexões?
Em tempos de hoje, com o desafio de manusear o compu-
tador, matricular-se num curso de datilografia é raríssimo, arriscaria
dizer que ninguém faz isso atualmente. Com uma foto da tia Maria
Waldenize Andrade Gomes, – tirada no ano de 1974, quando concluía
o curso de Datilografia, de grande importância na época –, a Samira
inicia com entusiasmo, sua narrativa. A “foto trata-se de uma relíquia
guardada por minha tia... a qual estimo e admiro muito por sua força
e coragem”. O curso era uma novidade na cidade de Forquilha (CE)
e, aos 22 anos como Maria não havia concluído seus estudos, “achou
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Ivna de Holanda Pereira
Conclusão
Acredito que um dos desafios de quem se propõe lecionar
História da Educação é estimular os alunos a estudar essa história de
forma viva, refletindo e analisando criticamente essa história, para
além de concepções deterministas, visionárias ou míticas. Honório
Rodrigues (1986, p. 31) lembra que Nehru ‘escreveu que os estudos
históricos são um vínculo ideal para inocular ideias políticas...’ (Mais
adiante cita as palavras do historiador alemão Gerard Ritter: ‘Quem
realmente conhecer a história estará protegido do entusiasmo barato
e não poderá encarar o seu jogo sem profunda emoção, pelo menos
quando se trata do futuro de sua própria terra e de seu próprio povo’
(idem).
Desse modo, experimentar a utilização da fotografia para
o estudo da História da Educação é, antes de qualquer apreciação
que valide ou não esse trabalho, a tentativa de refletir sobre caminhos
metodológicos que facilitem a compreensão, análise e investigação
de histórias que às vezes, se apresentam distantes da realidade vivida
pelos sujeitos e que, aparentemente, não possuem ligamentos históri-
cos. A motivação e o interesse em descobrir e experimentar caminhos
diferentes e novos do ponto de vista metodológico foi o que nos levou
a usar a fotografia para os estudos históricos da educação brasileira.
Presume-se que a (o)s estudantes que participaram dessa
experiência saíram/saem com um olhar diferente sobre a amplitude
de estudos que compõem o universo de temáticas sobre a história
da educação e, ao mesmo tempo, mais aguçados e motivados para a
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Maria Neusita Tabosa
Referências
CAMBI, Franco. História da pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
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Maria Neusita Tabosa
Introdução
As abordagens presentes neste texto estão focadas na
educação de jovens e adultos a partir do pensamento pedagógico de
Paulo Freire, cuja concepção de alfabetização transcende ao mero
lidar com letras e palavras. Na sua compreensão a visão mecânica de
alfabetização é substituída pela relação entre os educandos e o mundo,
mediada pela prática transformadora da realidade e os saberes da vida
cotidiana.
Mesmo enfrentando crises e perseguições políticas, Paulo
Freire não se intimidou diante de seu comprometimento para com a
causa dos menos favorecidos e em defesa de seus direitos à educação
de qualidade. Assim sendo, Paulo Freire questionava o modelo de
educação bancária adotado pela escola, em que a função do professor
não passava de um simples ato de depositar nos alunos conhecimen-
tos descontextualizados da realidade em que os educandos estavam
inseridos. Neste sentido, as práticas pedagógicas desenvolvidas por
Paulo Freire visavam, sobretudo, à constituição de espaços de diálogos
e produção de conhecimentos.
Considerando, pois, o contexto pedagógico surge seu méto-
do de educação que preconizava um processo de conscientização, de
mudança da realidade opressora, com vistas à emancipação humana.
Neste sentido, Tardif (1996, p. 13) argumenta que: “(...) saber não é
uma substância ou um conteúdo fechado em si mesmo; ele se mani-
1
Mestre em gestão educacional, especialista em Ciências da Educação, didática e
metodologia do ensino superior, graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual
do Ceará, professora da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
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O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DE
PAULO FREIRE E A HUMANIZAÇÃO
Paulo Freire em seus escritos sobre alfabetização: leitura do
mundo, leitura da palavra (1987), afirma que a ausência do domínio
da leitura e da escrita, não representa ausência de cultura e outros
saberes não acadêmicos. É o esforço de mobilização, organização e
capacitação das classes populares, tornando-se referencial para a EJA,
tanto no que diz respeito à capacidade científica como técnica (FREI-
RE, 2009).
A alfabetização de jovens e adultos deve enfatizar o processo
de aquisição da língua escrita em um contexto discursivo de interlo-
cução e interação, através da elucidação crítica da realidade, levando
o educando a tornar-se um cidadão cônscio de seu papel na sociedade
global. Para tanto “o ato de ler não se esgota na decodificação pura da
palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na
inteligência do mundo” (FREIRE, 1996).
O aluno inserido na educação de jovens e adultos não pode
ser tratado como uma criança cuja história de vida apenas está co-
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Referências
BRASIL. Congresso Nacional. Lei Federal nº 9.394. Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional. Brasília, 20 de dezembro de 1996.
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Maria Luzinette F. Mendes | Maria do Socorro Sousa e Silva
Introdução
Este trabalho objetiva registrar a temática da educação esco-
lar indígena, e mais especificamente a formação de professores indíge-
nas, pois esta vem ganhando cada vez mais força no debate nacional
tanto dentro do Movimento Indígena, quanto nas universidades.
Portanto, este trabalho discorre principalmente de experiências/lutas
no processo de conquista pela educação escolar indígena. O artigo
nasceu de aproximações ao aldeamento de Almofala localizado no
Município de Itarema no Estado do Ceará.
Os índios da etnia Tremembé organizam-se, atualmente,
em três grupos situados em três municípios do Estado do Ceará:
Itapipoca (São José e Buriti), Acaraú (Córrego João Pereira, ocupando
uma parte do município de Itarema). Neste último, encontra-se a
maior parte da etnia distribuindo-se em 18 comunidades indígenas
(aldeias) das quais sete têm escola diferenciada indígena: Varjota,
Tapera, Passagem Rasa, Mangue Alto, Saquinho, Lameirão, Praia. O
presente trabalho tem como objetivo demonstrar o movimento de
luta por educação, a relevância da conquista das escolas indígenas e a
formação de professores.
Essa nova modalidade de escola se propõe potencializar as
expressões de identidades culturais que, informadas por sentimentos
distintos e particulares de pertencimento étnico, se inserem no mo-
vimento de busca de novas formas de relacionamento com os demais
segmentos da sociedade, a serem pautadas pelo respeito mútuo, pelo
exercício de compreensão e pela tolerância.
2
Pedagoga e especialista em gestão e docência na Educação Superior pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú. E-mail: mluzinettefm@hotmail.com
3
Pedagoga e especialista em gestão e docência na Educação Superior pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú. E-mail: msserasmo@gmail.com
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Conclusão
Ao longo do nosso trabalho observamos que, embora o
índio se sentisse impedido por medo ou vergonha de manifestar-se vi-
vendo no anonimato, percebe-se uma resistência histórica que sinaliza
para uma nova leitura da história do índio no Brasil. O Movimento
Indígena vem demonstrando a capacidade que os grupos indígenas do
país têm de recontar essa história. As lutas pelo reconhecimento do ser
índio, pelo direito às suas terras, por uma educação escolar específica,
por participar nas discussões nacionais com direito de serem ouvidos
e respeitados são exemplos da força que esses grupos étnicos estão
demonstrando no contexto nacional. Essas lutas fortalecem cada
vez mais o Movimento e estimula novos grupos a se reorganizarem,
reiventando-se como índios.
Nesse quadro social é indiscutível a importância do papel
das escolas diferenciadas indígenas. No mesmo contexto, a formação
de professores indígenas torna-se fundamental na luta pela transfor-
mação social dessas minorias étnicas. O apoio das Instituições de En-
sino Superior, de ONG´s e outros parceiros nessa luta foram e ainda é
de grande importância. O que não se pode descuidar é o modo como
se estabelecem essas parcerias. O respeito à cultura, aos costumes, ao
jeito do ser índio e atenção ao seu processo de autonomização são
exigências éticas mínimas para que não se repita o erro histórico de
desintegração étnica dos indígenas.
Nesse percurso investigativo contata-se que a luta pela
implantação da escola indígena diferenciada e a formação de profes-
sores se fundamentam na compreensão de que é necessário fortalecer
a identidade étnica e cultural através da participação coletiva e do
diálogo.
Este trabalho pôde nos proporcionar através da pesquisa
etnográfica associada a observação participante no aldeamento de
Almofala em Itarema no Estado do Ceará o conhecimento de alguns
momentos do processo de implementação sobre educação escolar
indígena e formação de professores. Percebe-se que esse processo é
permeado de luta, desafios, sonhos e saberes, entretanto de grande
importância para a configuração/composição e influência cultural dos
Tremembé.
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Maria Luzinette F. Mendes | Maria do Socorro Sousa e Silva
Referências
BRASIL. Parecer nº 14/99. Brasília: CNE, 1999
135
Marla Viera Moreira de Oliveira | Tania Vicente Viana
OLIVEIRA Jr., Gerson Augusto. Torém: brincadeira dos índios velhos. São
Paulo: Annablume; Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desportos, 1998.
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Marla Viera Moreira de Oliveira | Tania Vicente Viana
Introdução
O paradigma da inclusão propõe reorganizar os espaços
educacionais. Portanto, a Educação de qualidade precisa materializar-
-se em ações no processo educativo de professores, alunos, instituições
de ensino e sociedade em geral.
A partir da Declaração de Salamanca (1994), documento
histórico em Educação Especial, constitui-se um movimento cres-
cente de alunos em processo de inclusão nas escolas regulares. Uma
vez iniciado o processo inclusivo, estabelece-se uma ruptura com os
processos de exclusão históricos vivenciados pelas pessoas com defici-
ência, possibilitando novos caminhos (BAPTISTA, 2006).
Em paralelo, a partir dos anos 1990, as políticas de formação
no Ensino Superior ampliaram suas discussões, o que constitui um
espaço pertinente de investigação. Preparar-se para vida profissional
tem requerido dos sujeitos muito mais do que acúmulo de informa-
ções, dada a realidade repleta de velozes mudanças que apresenta a
sociedade atual (ALARCÃO, 1996; SCHÖN,1997). As situações não
são resolvidas com soluções lineares, definitivas e já elaboradas. Pelo
contrário, são vistas como desafiadoras de raciocínios, de tomadas de
decisão, solução de problemas, o que exige flexibilidade, análises por
diferentes ângulos, relações, dentre outros.
1
Doutoranda em Educação Brasileira / UFC Linha de Pesquisa: Avaliação
Educacional. E-mail: marlavmoliveira@yahoo.com.br
2
Doutora em Educação / UFC. E-mail: taniaviana@ufc.br
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ACESSIBILIDADE E AVALIAÇÃO:
PRIMEIRAS IMPRESSÕES NA
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO
ACARAÚ
A avaliação da aprendizagem compete à relação professor
e aluno dentro de uma dinâmica dos processos realizados no âmbito
da sala de aula. Sendo assim, encontramos o ato de avaliar desde os
primeiros momentos da História. No entanto, somente por volta do
século XX, surgiu, de fato, a necessidade de elevar a avaliação para o
campo dos estudos e da ciência. A partir de 1930, através dos estudos
de Ralph Tyler (1902-1994), considerado o pai da Avaliação Educa-
cional, a avaliação passou a ser compreendida de forma mais ampla e
sistemática. Tyler ampliou o conceito de avaliação e propôs o primeiro
modelo de avaliação educacional, sendo fortes as suas influências até
hoje (HADJI, 2001; PERRENOUD, 1999; VIANNA, 2000).
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Marla Viera Moreira de Oliveira | Tania Vicente Viana
1
A Pedagogia do Exame aborda a questão da avaliação centrada na promoção,
ou seja, voltada apenas para a preparação dos alunos nos exames oficiais. Tem no
processo seletivo objetivo de provar e não conhecer os caminhos e as necessidades
de aprendizagem. (LUCKESI, 2008).
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Vejamos:
Figura 01
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Marla Viera Moreira de Oliveira | Tania Vicente Viana
TABELA 01
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Marla Viera Moreira de Oliveira | Tania Vicente Viana
Conclusão
O discurso de inclusão é necessário para que uma política
excludente seja revista. “Os sociólogos tendem a identificar duas
funções sociais opostas na educação: ser um canal importante de
ascensão e mobilidade social, e ser um mecanismo de reprodução e
consolidação das desigualdades sociais” (SCHWARTZMAN, 2004,
p. 42).
A materialização de uma dessas funções depende de qual
conotação é impressa nos contextos, principalmente os da formação.
Pensar e refletir sobre a acessibilidade na universidade é um dos passos
importantes para a consolidação de um contexto inclusivo, compre-
endendo que esse processo também perpassa o campo da avaliação.
Momento pedagógico privilegiado, a avaliação precisa ob-
servar e executar uma ação permanente de interação, contextualização
e auxílio aos sujeitos envolvidos para promover maiores e melhores
reflexões acerca da aprendizagem.
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Marla Viera Moreira de Oliveira | Tania Vicente Viana
Referências
ALARCÃO, Isabel. Reflexão crítica sobre o pensamento de D. Schön e os
programas de reflexão de professores. Revista da Faculdade da Educação da
USP, v.22, n.2, p. 11-42, dez. 1996.
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Marla Viera Moreira de Oliveira | Tania Vicente Viana
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José Reginaldo Feijão Parente
149
José Reginaldo Feijão Parente
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
DIFERENTES ABORDAGENS SOBRE UM
FENÔMENO COMPLEXO
José Reginaldo Feijão Parente1
Introdução
Na maioria das escolas ainda predomina o modelo pedagó-
gico tradicional, cujo método de avaliação é a somativa, ou seja, com
provas e exames tendo como principal consequência a produção da
classificação, exclusão e julgamento dos alunos. O sistema de ensino
hegemônico está interessado nos percentuais de aprovação e repro-
vação dos educandos, por sua vez os pais estão desejosos de que seus
filhos avancem nas séries de escolaridade, os professores se utilizam
frequentemente dos procedimentos de avaliação como elementos de
monitoramento e como motivadores externos dos estudantes, por
meio da ameaças, os estudantes estão sempre na expectativa de virem
a ser aprovados ou reprovados.
O presente artigo traz um olhar ampliado sobre o fenômeno
da avaliação da aprendizagem considerando diferentes modelos ava-
liativos. Destacamos ainda a necessidade de considerar o fenômeno
como algo complexo em função de algumas características e situações
presentes a esta prática.
Primeiro, devemos reconhecer o caráter polissêmico do
termo são inúmeras as definições e interpretações empregadas na
tentativa de delimitar e conceituar a avaliação. Segundo, cabe destacar
o fato de avaliação ser uma prática social, ou seja, é uma construção
sócio-histórica tendo ao longo do tempo e em diferentes realidades
assumido as mais diversas perspectivas. Em terceiro a avaliação possui
uma dimensão que a insere na ordem do complexo dadas as inúme-
ras determinações que incidem sobre este procedimento. Pensar na
avaliação é admitir a influência de fatores históricos, econômicos,
políticos, culturais, pedagógicos, entre outros aspectos.
1
Professor Assistente da Universidade Estadual Vale do Acaraú lotado no Centro de
Filosofia, Letras e Educação. Psicólogo. Mestre em Gestão Pública pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú.
150
José Reginaldo Feijão Parente
UM POUCO DA HISTÓRIA DA
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL
Os exames escolares que conhecemos hoje em nossas escolas,
foram sistematizados nos séculos XVI e XVII, com as configurações
pedagógicas produzidas pelos padres jesuítas (séc. XVI) e pelo bispo
protestante John Amós Comênio. Luckesi, 2005 afirma que, somos
herdeiros dessa história. As regras que existiam naquela época sob a
prova, ainda hoje é muito presente no nosso contexto escolar, em que
o aluno não poderia falar com ninguém, deveria permanecer sentado
e calado enquanto estivesse fazendo o exame. Hoje o professor faz o
papel do “Prefeito de Estudos”, (personagem que tomava de conta das
provas) cujo papel era somente fiscalizar e não orientar.
Do lado protestante, temos o bispo John Amós Comênio
(1592-1670) em sua obra “Didática Magna”, publicada em 1632 e
“Leis para uma Boa Ordenação da Escola”, publicada em 1657, pres-
creve uma série de recomendações com vistas ao processo de avaliação.
“A Didática Magna” afirma que “Os estudantes não se preparam sufi-
cientemente bem para as provas, se ele souber que, de fato, as provas
são para valer?” (LUCKESI, 2005, p. 23)
Nas “Leis para Boa Ordenação da Escola”, Comênio define
que, na escola, devem existir, exames de hora em hora, de dia em
dia, de semana em semana, de mês em mês, de semestre em semestre
de ano em ano. Ambas as pedagogias, apesar de ser uma católica e
a outra protestante, expressam o “espírito da época”, ou seja, criam
uma educação “disciplinada”, centrada no educador como autorida-
de pedagógica e moral, nos conteúdos humanísticos clássicos e na
construção de uma mente lógico-discursiva, tendo como objetivo
construir, no educando, um ser humano obediente e conformado a
vida social e religiosa, mas, ao mesmo tempo, brilhante do ponto de
vista da pose de uma cultura geral e de uma capacidade de argumentar
logicamente. (LUCKESI, 2005, p. 23)
A pedagogia que emerge da confluência das teorias peda-
gógicas jesuíticas e comeniana, constitui o que hoje denominamos de
Pedagogia Tradicional. No século XIX incorporou também de Johann
Friedrich Herbart (1776-1841) educador alemão que desenvolveu em
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MODELOS DE AVALIAÇÃO
Avaliação Tradicional
No método tradicional a avaliação escolar era uma forma
de excluir, classificar, selecionar as pessoas. Tal prática tinha como
objetivo verificar erros e acertos do aluno, não se preocupando com o
que ele realmente aprendeu durante o processo de ensino aprendiza-
gem. Na Idade Média se passou a aplicar uma avaliação mais formal
com exames orais, que eram utilizados nas universidades. No Renasci-
mento, a observação passou a ser considerada como um procedimento
básico importante para fins da seleção (ESCUDERO, 2003).
Na escola tradicional as avaliações são pontuais (realizadas
em determinadas datas), investigativas (pretende-se descobrir quem
aprendeu e quem não aprendeu), dependentes de exames (única fonte
de atribuições de notas), classificatórias (colocam-se os alunos em for-
ma decrescente de notas obtidas) e excludentes (os alunos aprovados
são promovidos, mas os alunos reprovados são retidos ou excluído da
escola). (TURRA, 1975, p. 76)
Avaliação Diagnóstica
O fato de haver sérios problemas de avaliação nas escolas,
não é de surpreender. Trata-se de tema relativamente complexo e, por
isso, merecedor de capacitação dos docentes para que se possa subs-
tituir, gradativamente, a avaliação classificatória, predominante entre
grande parte dos professores, pela avaliação diagnóstica. Para muitos
professores, até por falta de informação sobre o assunto, “avaliar”
significa aplicar provas para as quais são estabelecidas certo número
de questões de um determinado conteúdo, que os alunos deveriam
ter assimilado, a fim de obter um desempenho determinados pelos
docentes.
Cipriano Luckesi diz que a função classificatória
constitui-se em um instrumento “estagnador”,
frenador do processo ensino-aprendizagem.
Nessa perspectiva, a classificação do aluno
infere a uma padronização definitivamente
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Avaliação Mediadora
A avaliação formativa, na qual a avaliação mediadora se
integra, visa à regulação da aprendizagem e busca ajudar o aluno a
aprender e a se desenvolver dentro de um projeto educativo. O obje-
tivo é contribuir para o êxito do ensino, auxiliando constantemente
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Avaliação Dialógica
Tipo de avaliação baseada nos ideais do educador brasileiro
Paulo Freire e que não possui o caráter punitivo que caracteriza a
avaliação numa concepção bancária e burocrática da escola. A ava-
liação dialógica, segundo o Instituto Paulo Freire, leva em conta que
o funcionamento da escola democrática, a partir de uma estrutura
colegiada, exige novas formas de avaliação. [...] A avaliação dialógica
é transdisciplinar, isto é, considera o desenvolvimento e a aprendiza-
gem dos alunos na pluralidade integrada das disciplinas do currículo
escolar como um todo”.(MENEZES, 2002)
Se temos uma concepção autoritária e “bancária” de educa-
ção, como dizia Paulo Freire, forçamos o aluno a se transformar num
depositário do “tesouro do saber”, que já “descobrimos” no período
de nossa formação profissional e nos momentos em que preparamos
as aulas. Por isso mesmo, não há necessidade de ele refazer nem o iti-
nerário de descoberta das “verdades” que vamos lhes transmitir, tendo
à mão o mapa da “mina” – plano de curso, geralmente elaborado sem
qualquer participação do aluno e a ele apresentado como um caminho
obrigatório, sem alternativas. (ROMÃO, 2011, p. 91)
Segundo Freire (1981, p. 66 e 71 apud ROMÃO,
2011, p. 91), no lugar de comunicar-se, o
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Conclusão
Acreditamos que os elementos acerca da prática avaliativa
expostos aqui poderão contribuir para uma ampliação da compreen-
são acerca da avaliação enquanto prática pedagógica e prática social.
Como vimos existem diferentes perspectivas adotadas para a avaliação
cada uma com suas possibilidades e limitações. O fundamental é que
a avaliação possa efetivamente contribuir para o desenvolvimento
pedagógico e a ampliação da aprendizagem tanto do aluno quanto
do professor.
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Referências
ESTEBAN, M. T. (org.) Avaliação: uma prática em busca de novos
sentidos. 2 ed. Rio de janeiro: DP&A, 2000.
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AFETIVIDADE, EMOÇÃO E
APRENDIZAGEM: EM BUSCA DE NOVOS
CAMINHOS PARA A PRÁTICA DOCENTE
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Dayse Paixão e Vasconcelos
Introdução
Quando pensamos em afetividade e emoção, usualmente
não fazemos muita relação com aspectos da vida escolar tais como
aprendizado, desenvolvimento, cognição. Estes estão bem mais
ligados ao uso da razão, ao menos no que se refere à cultura escolar
alicerçada nos moldes cartesianos ainda prevalecentes nas escolas
de hoje.
No entanto, as dimensões afetiva e emocional que, junto
com a razão, participam da completude humana, cada vez mais ga-
nham força nos debates acerca do processo de ensino-aprendizagem
e, para que professores e demais profissionais da educação estejam
inseridos nessa discussão, a compreensão dessas dimensões se torna
fundamental.
Certamente não é fácil encontrar lugar claro para situarmos
a afetividade e, sobretudo a emoção, dentro da ação docente, uma vez
que elas ainda trazem consigo a ideia de serem antagônicas às práticas
racionais. Isso é percebido ao nos depararmos com o discurso presente
na consciência coletiva que acaba contagiando a escola. Entretanto,
uma educação que deseje estar à disposição do pleno desenvolvimento
do ser humano, considerando sua diversidade e completude, não pode
deixar de conceber este mesmo homem em sua totalidade: corpo e
alma; “concreto” e subjetivo; afetivo-emocional e físico.
Assim, propomo-nos a caminhar pelas veredas das alterna-
tivas possíveis para que a escola chegue mais eficazmente ao intelecto
e, sobretudo, ao “coração” do aluno, considerando a afetividade e a
emoção como possibilidade didática.
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Quando utiliza a palavra epidérmica, Galvão está, na verdade, enfatizando o
contágio epidêmico, metaforizando a partir das camadas da pele. Assim podemos
perceber que a emoção é de tal modo contagiante que se propaga de forma epidérmica
(na superfície), resgatando um jargão popular: à flor da pele.
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emoções (em relação ao aluno), este pode usar meios para favorecer
o surgimento de determinados tipos de emoções que possibilitem o
desenvolvimento da aprendizagem.
Wallon (apud. NADEL-BRULFERT et al, 1986), vai con-
siderar isso de tal forma que afirma que
As emoções podem ser consideradas, sem
dúvida, como a origem da consciência, visto
que exprimem e fixam para o próprio sujeito,
através do jogo de atitudes determinadas, certas
disposições específicas de sua sensibilidade.
Porém, elas só serão o ponto de partida da
consciência pessoal do sujeito por intermédio
do grupo, no qual elas começam por fundi-lo
e do qual receberá as fórmulas diferenciadas
de ação e os instrumentos intelectuais, sem os
quais lhe seria impossível efetuar as distinções
e as classificações necessárias ao conhecimento
das coisas e de si mesmo. (p. 64)
Caso o estímulo emocional deixe a sala de tal forma agitada,
segundo Galvão (2002), o professor também deve saber que isso se
deve ao contágio das emoções e buscar diminuir seus efeitos, uma
vez que ele tem maiores condições de enxergar esta situação e agir de
forma mais adequada.
A partir do grupo e da leitura das manifestações emocionais
expressas fisicamente, na face, por exemplo, é que as emoções podem
se caracterizar como consciência. Uma vez que o professor pode atuar
como mediador deste processo e intencionador da aprendizagem,
a sala de aula torna-se o lugar ideal para que isso seja colocado em
prática. Mecanismos como entonação da voz, palavras que exprimam
suspense, a preparação de uma surpresa, gestos de incentivos, aplausos
e tantos outros recursos, podem ser usados para contagiar o grupo de
crianças a tornarem-se abertas ao que se deseja ensinar.
Entretanto, é necessária uma ruptura profunda com os anti-
gos paradigmas que desprezam as emoções por assemelharem-na à irra-
cionalidade. Isto se torna o grande desafio para aqueles que desejarem
se aventurar neste caminho de aprendizagem. O uso das emoções não
constitui um método nem tem pretensões de algo semelhante, mas des-
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Referências
ALMEIDA, A. R. S. A concepção walloniana de afetividade: uma análise
a partir da teoria do desenvolvimento e das emoções. Tese (Doutorado em
Psicologia da Educação) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo –
PUCSP, São Paulo, 1999.
BOCK, Ana M. Bahia, et al. Psicologias: uma introdução ao estudo de
psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
DESCARTES, Rene. Discurso do Método. Porto Alegre: L&PM, 2008.
GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do
Desenvolvimento Infantil. Petrópolis: Vozes, 2002.
GALVÃO, Izabel. Expressividade e emoção segundo a perspectiva de Wallon.
In: AMARANTE, Valéria Amorim (org.). Afetividade na escola: alternativas
teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003.
LeDOUX, Joseph. O cérebro emocional: os misteriosos alicerces da vida
emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
MARDHAND, Max. A afetividade do educador. 4ª. São Paulo: Summus,
1985.
MATURANA, H. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo
Horizonte: UFMG, 1998.
TOURINHO, Carlos Diógenes Corte. As controversas entre dualistas
e materialistas na filosofia da mente contemporânea. Disponível em:
<http://www.ilea.ufrgs.br/episteme/portal/pdf/numero12/episteme12/_
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VYGOTSKY, L. S. Obras Escogidas. Madri: Visor, 1993, v. 2.
WALLON, Henri. (1938) A atividade proprioplástica. In: NADEL-
BRULFERT, J. e WEREBE, M. J. G. (orgs). Henri Wallon. São Paulo:
Ática, 1986.
_________. Origens do caráter na criança. In: NADEL-BRULFERT, J. e
WEREBE, M. J. G. (orgs). Henri Wallon. São Paulo: Ática, 1986.
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Editora Caminhar Ltda
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IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Este livro, com o formato final de 14cm x 21cm, contém 171 páginas.
O miolo foi impresso em papel Pólen Soft 80g/m2 LD 66cm x 96cm.
Fonte utilizada no texto: Minion Pro 13.
A capa foi impressa no papel Cartão Supremo 250g/m2 LD 66cm x 96cm.
Tiragem de 500 exemplares.
Impresso no mês de maio de 2015
Fortaleza-Ceará
Filosofia em Onze Atos. Considerando o trabalho
de pesquisa desenvolvido ao longo dos vários
artigos, neste livro os autores não pretendem tratar
a filosofia de maneira hermética, aprofundando
reflexões acerca de sistemas, mas desejam simples-
mente filosofar, na acepção primordial da filosofia
enquanto busca pelo saber. Apesar de aparentemente
indigesto, o debate filosófico pode surpreender
aqueles que se disponibilizarem a discutir ideias, per-
cebendo que estamos diante apenas de um aperitivo
das inúmeras possibilidades que um cardápio com
mais de 25 séculos de históricos contrastes poderia
proporcionar. Assim, como qualquer aperitivo, esse
livro não pretende esgotar nenhum dos temas aqui
propostos, mas, ao contrário, despertar o apetite do leitor
para degustar uma refeição prazerosa e especial, que a filosofia sempre fez
questão de nos dar.
Coleção 3
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