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Alma minha gentil, que te partiste

LUÍS DE CAMÕES
Trabalho realizado por:
Emília Santos Nº7 8ºB
Mário Leal Nº20 8ºB
Luís de Camões – Breve Bibliografia
Luís de Camões (1524-1580) nasceu em Coimbra ou Lisboa, não se sabe o local exato nem o ano de seu
nascimento, supõe-se por volta de 1524.

Filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, ingressou no Exército da Coroa de Portugal e em
1547 embarcou como soldado para áfrica, onde participou da guerra contra os Celtas, em Marrocos.
Durante o comabte perde o olho direito.

Foi um poeta português, autor do poema “Os Lusíadas”, uma das obras mais importantes da literatura
portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior representante do
Classicismo Português.

O poema “Os Lusíadas funde elementos épicos e líricos e sintetiza as principais marcas do Renascimento
Português: o humanismo e as expedições ultramarinas.

Camões é o poeta erudito do Renascimento, inspira se em canções ou trovas populares e escreve poesias
que lembram cantigas mediavais. Revela em seus poemas uma sensibilidade para os dramas humanos,
amorosos ou existenciais

Também escrveu vários sonetos lamentando a morte da amada. O mais famoso é “A Saudade do Ser
Amado”. Além de deixar “Os Lusíadas”, deixou também um conjunto de poesias líricas, entre elas, “Os
Efeitos contraditórios do Amor” e “O Desconcerto do Mundo”, entre outros.
Luís Vaz de Camões morreu em Lisboa, Portugal, no dia 10 de junho de 1580, em absoluta pobreza.
Luís de Camões Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te


algua cousa a dor que me ficou
de mágoa, sem remédio, de perder-te,

roga a Deus, que teus anos encurtou,


que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.

Análise do poema (Perguntas)

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1 Faz uma primeira leitura silenciosa deste poema de Camões, identificando o seu tema.
2 A quem se dirige o sujeito poético ao longo de todo o poema?
3 Na primeira estrofe, o sujeito poético refere dois espaços opostos, recorrendo a uma antítese.
Identifica as palavras que os indicam e explica a antítese.
3.1 Qual desses espaços representa a infelicidade? Indica os dois adjetivos que revelam essa visão
negativa.
3.2 A expressão “te partiste (..) desta vida” é um eufemismo de que palavra?
4 Nas estrofes seguintes, o sujeito poético faz dois pedidos a ser amado. Quais?
5 Identifica, na segunda estrofe, uma perífrase de céu.
Análise do poema (Respostas)

1 O tema é o falecimento da amada do sujeito poético.


2 O sujeito poético dirige-se à Alma gentil (a sua amada).
3 Lá/céu e cá/terra está a explicar a distância entre o sujeito poético e a sua amada.
3.1 O espaço que representa a infelicidade é a terra. Os adjetivos são descontente e
triste.
3.2 A expressão é um eufemismo da palavra morte.
4 Os pedidos que o sujeito poético faz são que a sua amada nunca se esquecesse do
seu amor e que Deus um dia o leve para o céu para um dia se voltarem a encontrar.
5 Um exemplo de perífrase é Assento etéreo, que significa céu. Perífrase significa
utilizar várias palavras para dizer uma só. Ex:”Se apertada do corpo a doce vida”
(morta).
Análise Formal – Estrutura Interna
Alma minha gentil, que te partiste
Partiste – eufemismo usado pelo sujeito para
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no céu eternamente,
evitar a palavra morte.
e viva eu cá na terra sempre triste.
Partida da sua amada – sofrimento.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste. Amor ardente – hipérbole.

E se vires que pode merecer-te Lamenta a sua morte e pede para que ela não
algua cousa a dor que me ficou o esqueça – dor e mágoa.
de mágoa, sem remédio, de perder-te,

roga a Deus, que teus anos encurtou,


que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou. Insatisfação pelo destino ter levado a sua
amada – insatisfação.

Assunto / Mensagem do Poema

Ao longo do poema o sujeito poético fala-nos da tristeza que tem ao perder


a sua amada.

A mensagem que nos transmite é que todos nós ficamos triste quando
perdemos alguém que gostamos.
Análise Formal – Estrutura Externa
Alma minha gentil, que te partiste A
tão cedo desta vida descontente, B O poema é constituído por:
repousa lá no céu eternamente, B Duas quadras (cada uma com quatro
e viva eu cá na terra sempre triste. A versos) e por dois tercetos (cada um
com três versos).

Se lá no assento etéreo, onde subiste, A
Esquema rimático: ABBA/CDC
memória desta vida se consente, B
não te esqueças daquele amor ardente B
que já nos olhos meus tão puro viste. A
Todo o poema é constituído por rimas
interpoladas em A, emparelhadas em
E se vires que pode merecer-te C
B e interpoladas em AB
algua cousa a dor que me ficou D
de mágoa, sem remédio, de perder-te, C
Que/ já/ nos/ o/lhos/ meus/ tão/ pu/ro /vis/te
roga a Deus, que teus anos encurtou, C 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
que tão cedo de cá me leve a ver-te, D
Todo o poema é constituído por decassílabos.
quão cedo de meus olhos te levou. C

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