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AO ESTUDO
DO DIREITO
Magnum Eltz
Ramos do Direito
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O estudo do Direito pode ser classificado em diferentes ramos. Na
sua grande árvore classificatória, os dois principais ramos são descri-
tos como Direito Público e Direito Privado, dos quais surgem diversas
subclassificações.
Neste capítulo, você vai ler a respeito dos motivos dessa classificação
e das suas consequências para o estudo e a prática da ciência jurídica.
Ou, ainda, pela simples aplicação da vontade na criação das leis e a sua
relação de disponibilidade sobre determinadas condutas, conforme elucida
o autor:
Essas normas podem ser próprias de Direito Público, por meio de legislação
específica de Direito Constitucional, Administrativo, Penal e Processual, e
regimentos internos dos órgãos dos respectivos poderes, ou impróprias, quando
da determinação de normas fechadas às relações entre iguais (pessoas físicas e
jurídicas, ou órgãos do Estado atuando em relações negociais ordinárias). São
as chamadas normas cogentes (que não podem ser excluídas ou revogadas por
disposições contratuais contrárias ou mais específicas sobre o suporte fático
dessas normas “fechadas”), como é o caso das leis que regulam o trabalho, o
consumo e a concorrência.
Já o Direito Público externo trata das relações entre o Estado e outros
Estados no âmbito internacional, ou entre o Estado e as pessoas que se en-
contram em outros estados nacionais. Se a relação é entre Estados, regula-se
por meio da manifestação de vontade dos Estados, representados pelos seus
órgãos diplomáticos na forma de acordos ou tratados internacionais. Já a
relação entre Estados e sujeitos que se encontram fora do seu território faz
parte da esfera de aplicação de normas de comando do Estado além das suas
fronteiras a partir da aplicação do conceito de soberania do Estado para com
os seus sujeitos.
Já o Direito Privado, conforme o ensinamento de Kelsen (1999), refere-se
à esfera de autonomia das partes para estabelecer negócios jurídicos, ou seja,
regras livres que correspondem à manifestação da vontade das partes (seja ela
declarada ou implícita). Conforme ensina Meirelles (2004), o Direito Privado
pode ser subdividido entre Direito Civil e Comercial, divisão que encontra eco
na evolução histórica de um Direito Civil restrito pela canonização do Direito
durante o período medieval e a relativização do Direito Comercial durante
a autorregulação dos mercadores pela Lex Mercatória durante o período em
que os estados não tratavam de relações mercantis.
A essência desses ramos, no entanto, é comum, no que se trata da auto-
nomia das partes para elaborar as suas regras entre as partes de determinado
negócio, tendo a sua forma mais comum no instrumento contratual. O
Direito Privado ainda pode ser classificado de acordo com a natureza das
relações negociadas entre as partes, a partir da classificação de obrigações
(dar, receber, pagar, entregar, informar, etc.) ou da licitude dos atos prati-
cados (válidos, nulos, anuláveis), de acordo com a teoria do fato jurídico.
Finalmente, pode ser diferenciado pela licitude (Direito das obrigações)
ou ilicitude dos atos praticados (responsabilidade civil), tratando-se de
aplicação de normas primárias ou secundárias estabelecidas pelas partes
ou pelo Estado em determinado grau de intervenção do Direito Público
no Direito Privado.
100 Ramos do Direito
O Estado, por meio dos seus órgãos, somente pode fiscalizar, multar, expedir licenças
e restringir as atividades dos seus sujeitos se houver norma clara, anterior à atividade
estatal e que seja fruto do processo legislativo que garante aos sujeitos do Estado
segurança quanto às imposições que terão que obedecer.
Leituras recomendadas
LARENZ, K. Lehrbuch des schuldrechts. Berlin: Beck, 1987.
MIRAGEM, B. Direito Civil: Direito das obrigações. São Paulo: Saraiva, 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.