CDU 796.015.52
E fOR(A DE STOPPANI
381 exercícios e 116 programas
de treinamento de força vencedores
JIM STOPPANI
2ª
EDIÇÃO
Tradução:
Michel Arias Brentano
Revisão técnica:
Matheus Daros Pinto
Licenciado em Educação Física pela Escola de Educação Física
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Ronei Silveira Pinto
Professor Associado da Escola de Educação Física da UFRGS.
Mestre em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS.
Doutor em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana
da Universidade de Lisboa, Portugal.
Versão impressa
desta obra: 2017
2017
Obra originalmente publicada sob o título Jim Stoppani's Encyclopedia of Muscle & Strength, 2nd Edition
ISBN 9781450459747 / 1450459749
AII rights reserved. Except for use in a review, the reproduction or utilization of this work
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IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Sumário
PRINCIPIOS BASICOS DO TREINAMENTO
; ;
PARTE I
CAPÍTULO 1 Conceitos fundamentais 3
CAPÍTULO 2 Variáveis do treinamento 9
CAPÍTULO 3 Ciclos de treino 17
CAPÍTULO 4 Equipamentos do treinamento de força 25
O treinamento de força existe desde o início dos tempos. mas negligenciava a componente de força do condiciona
Em 2000 a.e., os antigos povos egípcios carregavam sa mento físico. Com o passar dos anos, graças ao auxílio
cos de areia visando o aumento da força para atividades de pioneiros do treinamento de força (por exemplo, Bob
como a caça e para tarefas militares. De acordo com re Hoffman, Joe Weider e Charles Atlas) e aos avanços na
gistros militares, os chineses, por volta de 700 a.e., tam pesquisa relacionada à ciência desse tipo de treinamen
bém usavam o treinamento de força em suas guarnições. to, a força passou a ser vista como componente necessá
No entanto, a associação histórica com a qual as pessoas rio do condicionamento físico e do desempenho esporti
estão mais familiarizadas é com os gregos antigos. Muitos vo. Em decorrência disso, a participação em programas
dos atletas que competiam nas antigas Olimpíadas levan de treinamento de força aumentou mais rapidamente do
tavam pedras pesadas a fim de desenvolver força e melho que em qualquer outro tipo de atividade física.
rar o seu desempenho. Além dos resultados funcionais, o Com o aumento da popularidade do treinamento de
treinamento de força promovia o desenvolvimento de um força, também se incrementou a consciência de que a sua
físico musculoso. Esse físico masculino foi valorizado na prática faz parte de uma ciência complexa, o que possi
arte grega clássica e na literatura. Na verdade, é provável bilita um maior aproveitamento dos reais benefícios da
que o culto aos músculos na antiga cultura grega tenha modalidade. Esse é o porquê de a Parte I deste livro ser
sido responsável pelo surgimento do esporte moderno tão importante para todos aqueles interessados no treina
conhecido como fisiculturismo. Diversos atletas famosos mento de força, independentemente de seu nível. A me
daquele período, como Milo e Hércules, frequentemente nos que se entenda claramente os princípios do treina
realizavam grandes feitos de força e mostravam sua mus mento, nunca se compreenderá como implementar um
culatura aos espectadores que se reuniam para vê-los. No programa de treinamento de força efetivo.
século XIX, a admiração das massas por físicos musculo Portanto, antes de prosseguir para um dos progra
sos fez com que vários homens muito fortes se tornassem mas de treino das Partes 11, Ili e IV, tenha certeza de que
celebridades. O mais famoso foi Eugen Sandow, conside você tem uma compreensão razoável dos fundamen
rado o pai do fisiculturismo. tos mostrados nesses primeiros quatro capítulos. A par
Apesar de os humanos terem uma admiração de lon tir desse conhecimento, é possível ter uma compreensão
ga data pela força e pela musculatura, o conceito de treina muito mais completa dos exercícios, das técnicas e dos
mento de força é algo com o qual poucos estão familia programas apresentados nos demais capítulos. Você tam
rizados. Mesmo durante o boom do fitness nos Estados bém será mais capaz de individualizar essas técnicas a
Unidos, na década de 1970, a maioria dos norte-ame fim de criar programas especializados para si ou para ou
ricanos participava de algum tipo de exercício aeróbio, tras pessoas.
Conceitos fundamentais
O treinamento de força é praticado por um grande número uma interpretação mais precisa de suas definições mos
de pessoas e com diversas finalidades. Muitas delas es tra diferenças. Treinamento resistido é o mais amplo dos
tão interessadas em ganhos de força e massa muscular, três termos e refere-se a qualquer tipo de treinamento em
com concomitante perda de gordura corporal; além dis que o corpo se movimenta na direção contrária a algum
so, esperam que essas adaptações proporcionem melho tipo de força oposta, como no levantamento de pesos li
ra no desempenho físico e nas atividades da vida diária. vres, nos exercícios em equipamentos hidráulicos ou ao
O treinamento de força pode promover essas adaptações subir um lance de escadas. O treinamento de força é um
desde que se sigam certos princípios, aqui discutidos a tipo de treinamento resistido (embora nem todos os tipos
fim de ajudá-lo a atingir seus objetivos de treino. Esses de treinamento resistido sejam de força). Especificamen
princípios são importantes para compreender como o trei te, corresponde a qualquer tipo de treino que envolva a
namento de força funciona, como ele pode ser individua movimentação do corpo na direção contrária a uma força
lizado conforme as necessidades e os objetivos de cada que promova alteração na força muscular ou hipertrofia
pessoa e como alterá-lo para que novas adaptações ocor (crescimento muscular). Isso pode incluir o levantamento
ram de acordo com o seu progresso. de pesos livres e os exercícios em equipamentos hidráuli
Além de compreender os conceitos do treinamento cos; no entanto, não inclui subir um lance de escadas. O
de força, você deve estar familiarizado com a terminologia treinamento com pesos também é um tipo de treinamen
frequentemente utilizada em discussões relacionadas a to resistido e pode ser um tipo de treinamento de força.
essa modalidade, pois o seu entendimento e a sua utiliza Na verdade, a definição desse termo refere-se a qualquer
ção irão ajudá-lo na compreensão dos fundamentos des tipo de treino em que o corpo se move em alguma dire
se tipo de treinamento e na comunicação com outros pra ção contrária a uma força oposta, gerada por algum tipo
ticantes. Para familiarizar-se com esse vocabulário, veja o de peso. Como exemplo, pode-se citar os pesos livres e as
glossário no final deste livro. máquinas, mas não equipamentos hidráulicos e subir lan
Antes de discutirmos os princípios do treinamento ces de escadas. A Tabela 1.1 mostra uma lista de méto
de força, devemos definir os principais termos que serão dos de treino, divididos de acordo com essas nomencla
abordados no decorrer do livro. O primeiro e mais impor turas.
tante deles é treinamento de força. Se você já fez uma Este livro aborda o treinamento de força (abrangen
pesquisa sobre o assunto - seja na Internet, em revistas do, na maioria das vezes, o treinamento com pesos), pois
ou em outros livros -, provavelmente descobriu que os é o que melhor apresenta os tipos de treinamento em que
termos treinamento de força, treinamento com pesos e estamos interessados, ou seja, exercícios que envolvem o
treinamento resistido são, com frequência, utilizados al movimento do corpo contra uma força com esforços que
ternadamente. Embora existam similaridades entre eles, provoquem alterações na força muscular ou hipertrofia.
4 Jim Stoppani
os fundamentos do treinamento de força limitará grave é essencial para compreender os componentes de qual
mente o seu potencial. Independentemente de o seu ob quer repetição executada. Você aprenderá os conceitos a
jetivo ser aumentar a força ou a massa muscular, ter esse serem seguidos para que adaptações sejam obtidas. Es
conhecimento afetará de forma positiva sua capacidade sas informações básicas são apenas o ponto de início, afi
para alcançar o seu objetivo. nal, seu conhecimento básico continuará ampliando com
Primeiro, você deve entender os diferentes tipos de os conteúdos dos demais capítulos da Parte 1. Munido
força que pode treinar - absoluta, máxima, relativa, explo dessas informações-chave, a aplicação das técnicas de
siva, de arrancada, de "aceleração" e resistente -, pois treino e dos programas das seções subsequentes será
estar familiarizado com as diferentes ações musculares mais fácil, e os resultados, mais significativos.
Variáveis do treinamento
Um programa de treinamento de força dura, em média, TABELA 2.1 Detalhes da elaboração de um programa de
de algumas semanas a diversos meses antes de ser im treino
plementada uma nova fase de treino. Considerando esse Variável Particularidades
período, uma única sessão de treino pode parecer insigni
ficante diante de todo o programa. No entanto, a elabora Escolha dos Exercícios principais
ção de cada sessão é tão importante quanto o programa exercícios Exercícios a uxiliares
Exercícios multia rticulares
Exercícios monoa rticulares
inteiro, afinal, elas somam-se de forma sequencial, geran
do o programa de treino de longa duração que proporcio Equipa mento
nará as adaptações desejadas. Este Capítulo discutirá os
princípios envolvidos no desenvolvimento de uma única Ordem dos Exercícios principais seguidos por
sessão de treino. exercícios exercícios a uxiliares
Grupos musculares maiores seguidos
por gru pos m uscula res menores
Todas as sessões são compostas por, no mínimo,
cinco variáveis específicas que podem ser manipuladas Grupos musculares mais "atrasados "*
para modificar a sessão de treino, como: escolha e ordem são treinados pri meira mente
dos exercícios, número de séries, sobrecarga utilizada e Séries exclusivas para cada exercício
intervalo entre as séries. Você deve escolher e controlar Superséries
TABELA 2.2 Exercícios principais e auxiliares res estarem exauridos pela execução dos exercícios prin
Exercícios principais Exercícios i,rinci:,.;is
cipais. Uma exceção à regra de que todos os exercícios
auxiliares são monoarticulares é o treinamento para os
Power clean* Extensão de joelhos músculos do tronco (que abrange os músculos profundos
Levantamento-terra Flexão de joel hos da cavidade abdominal e da coluna lombar), que inclui
Agachamento Voador
Elevação lateral
padrões de movimento complicados que envolvem múlti
Leg-press
Supino Rosca d ireta
plas articulações e exige que os músculos do tronco tra
Meio desenvolvimento Tríceps na polia alta balhem para estabilizar o corpo.
Remada com barra Rosca punho Para aqueles interessados em aumentar a massa
Barra Flexão plantar muscular, todos os exercícios também podem ser dividi
Supra-abdominal dos em multiarticulares e monoarticulares. No entanto,
os termos usados no ambiente do fisiculturismo são exer
cícios multiarticulares e de isolamento. Por isolamento,
entende-se que o movimento monoarticular está isolan
são os mais específicos para os objetivos do indivíduo, e
do o principal grupo muscular e forçando-o a realizar todo
devem envolver os grupos musculares em que o pratican
o trabalho durante o exercício, sem a ajuda de outros gru
te tem mais interesse de ganhar força. Para atletas, os
pos musculares. Um exemplo disso é a extensão de joe
exercícios principais não devem envolver apenas os gru
lhos. Enquanto a maior parte dos principais grupos mus
pos musculares que são utilizados na competição, mas
culares é trabalhada tanto em exercícios multiarticulares
também alguns exercícios que imitam os movimentos exe
quanto nos de isolamento, o bíceps braquial, o antebraço,
cutados em suas modalidades esportivas. Por exemplo,
os isquiotibiais, a panturrilha e os abdominais são treina
os exercícios principais de um levantador de peso olímpi
dos apenas com exercícios de isolamento. Uma lista dos
co são o "arranque" e o "arremesso"; os de um powerlif
exercícios multiarticulares e de isolamento para os prin
ter, são os exercícios de supino, o agachamento e o levan
cipais grupos musculares pode ser consultada na Tabe
tamento-terra; e os de um atacante de futebol americano
la 2.3.
são o agachamento e o supino inclinado.
O tipo de equipamento é outro fator a ser conside
Os exercícios principais geralmente são movimen
rado na escolha dos exercícios de uma sessão de trei
tos multiarticulares, como no supino, no agachamento e
no. Enquanto os pesos livres são usados na maioria dos
no levantamento-terra, que requerem o uso coordenado
exercícios principais, outros equipamentos apresentam
de múltiplos grupos musculares. Logo, devido ao uso de
benefícios conforme os objetivos de cada indivíduo. Por
vários grandes grupos de músculos na execução desses
exemplo, para imitar movimentos que ocorrem predomi
exercícios, eles tendem a ser os que possibilitam a utili
nantemente em um plano horizontal ao se estar em pé
zação de pesos mais elevados. Por exemplo, os recordes
(como o balançar do taco de beisebol), exercícios com pe
mundiais de levantamento-terra e de agachamento giram
sos livres mostram-se limitados, pois oferecem resistên
em torno de 900 e 1.100 libras (408 e 499 kg), respec
cia apenas no plano vertical. Nesse caso, o uso de equi
tivamente; enquanto o de rosca direta com barra (embora
pamentos com cabos ou resistência elástica poderia ser
esse não seja um levantamento reconhecido por qualquer
uma boa opção. A escolha dos equipamentos mais apro
federação de powerlifting), um exercício monoarticular (co
priados será discutida de forma detalhada no Capítulo 4.
nhecido como um exercício auxiliar), não é muito mais
que 400 libras (181 kg). Devido à maior necessidade de
força e coordenação nos exercícios principais, estes de
vem ser executados no início da sessão, quando os gru ORDEM DOS EXERCÍCIOS
pos musculares estão menos fatigados.
Os exercícios auxiliares são tipicamente monoarti A maneira como os exercícios específicos que compõem
culares, como, por exemplo, a rosca direta, o tríceps na uma sessão de treino são organizados não determinará
polia alta e a elevação lateral, os quais envolvem apenas apenas a eficácia da sessão, mas também as adaptações
um grupo muscular. Por utilizarem apenas um grupo mus específicas promovidas pelo programa de treino. Dessa
cular para o levantamento de peso, esses exercícios nor forma, a ordem de execução dos exercícios deve corres
malmente envolvem cargas bem mais leves que os exercí ponder aos objetivos do treino.
cios principais. Para powerlifters e outros atletas de força, No treinamento que visa incrementos de força, os
os exercícios auxiliares costumam ser executados no final exercícios principais são executados antes dos auxiliares.
da sessão de treino, após os principais grupos muscula- Isso porque os exercícios principais normalmente envol
vem vários grandes grupos musculares ao mesmo tempo
para levantar pesos relativamente altos. Portanto, esses
• N. de R. T.: Exercício clássico de desenvolvi mento da potência exercícios devem ser feitos suficientemente cedo, a fim de
muscu lar, em que o sujeito eleva a barra do solo até os ombros, evitar que a fadiga seja um problema. No início, a execu
em um ún ico e potente movi mento. ção de exercícios monoarticulares comprometerá a quan-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 11
-
TABELA 2.3 Exercícios multiarticulares e de isolamento
Peito
Exercícios
m ultiarticul a res
Supino
Supino com
halteres
Exercícios
de isol amento
Crucifixo com
halteres
Crossover
os objetivos do indivíduo. Normalmente, grupos muscula
res maiores (como os das pernas e das costas) são trei
nados antes dos menores (como os dos ombros e bíceps)
pela mesma razão já mencionada: grandes grupos mus
culares devem ser treinados antes que a fadiga seja um
problema.
tal. A realização de um trabalho total exagerado ao longo Se, por exemplo, 1RM de um indivíduo no supino for
do tempo estressa o corpo, levando ao overtraining. Em de 300 libras (136 kg), então:
bora definir o quanto seria um trabalho exagerado seja
uma tarefa difícil devido a diversos fatores, como a expe 300 libras x 0,80 = 240 libras
riência de treino e a genética, recomendações gerais po
dem ser feitas. Normalmente, a execução de mais de 20 A utilização desse método requer avaliações de
séries por grupo muscular por um longo período pode le 1RM frequentes para garantir que uma resistência cor
var ao overtraining. Além disso, executar mais que 40 sé reta esteja sendo utilizada no treino. Ele pode ser pro
ries por sessão de treino, mesmo quando vários grupos veitoso para alguns atletas de força, pois avaliações pe
musculares são treinados, também pode levar ao over riódicas costumam ser usadas na análise da progressão
training se realizadas com muita frequência ou se uma desses atletas e como um sinalizador do seu preparo
alimentação apropriada não for seguida. para a competição. Levantadores de peso olímpicos, por
Assim como qualquer outra variável aguda do trei exemplo, devem usar esse método com regularidade de
namento, o número de séries deve ser manipulado a fim vido à habilidade requerida (específica) para sua ativi
de prevenir a estagnação das adaptações ao treinamen dade. Levantadores de peso competitivos devem usar
to. A variável de treino que mais influencia quantas sé resistências precisamente avaliadas nas suas fases de
ries podem ser executadas é a intensidade (i.e., a quanti treino. Powerlifters também usam esse método, uma vez
dade de carga levantada). Quanto maior ela é, maior é o que o aspecto crucial dessa modalidade é a quantidade
estresse aplicado no músculo, e, assim, menor é o núme de peso levantado em 1RM dos exercícios supino, aga
ro de séries que devem ser executadas. Por essa razão, o chamento e levantamento em terra. No entanto, muitos
número total de séries em um ciclo de treino deve variar powerlifters de elite treinam com porcentagens basea
de forma inversa à intensidade. Na verdade, o treinamen das em 1RM que predizem levantar na competição. A
to com um número de séries exagerado pode prejudicar a desvantagem de prescrever a intensidade por porcen
ocorrência das adaptações ao treinamento de força e le tagens de 1RM é que a quantidade de repetições que
var ao overtraining. se pode realizar com certa porcentagem varia de acor
do com a experiência, com o grupo muscular treinado e
com o tipo de equipamento utilizado.
RESISTÊNCIA/CARGA Para fisiculturistas e outros entusiastas do fitness,
testes frequentes de 1RM não são convenientes ou aplicá
O termo intensidade refere-se à quantidade de carga le veis, pois podem consumir muito tempo devido ao grande
vantada (ou resistência usada) em determinada série. número de exercícios normalmente utilizados. Além disso,
Muitos fisiculturistas, no entanto, relacionam esse termo em muitos dos exercícios executados, o teste de 1RM não
ao grau de dificuldade de uma série ou sessão de treino, é útil. Embora tabelas baseadas no número de repetições
sem considerar a quantidade de peso utilizada. Por exem executadas com certo peso sejam elaboradas para esti
plo, um fisiculturista pode executar uma série de alta in mar 1RM, elas estão longe de ser precisas. Para pratican
tensidade, envolvendo um peso muito leve, com um nú tes de alto nível, uma zona-alvo de RMs é a forma mais
mero de repetições extremamente alto, até que a falha fácil de monitorar a resistência do treino. Isso é represen
muscular seja alcançada. A intensidade dessa série po tado por 10 ou 5RMs e refere-se à resistência que limi
deria ser ainda mais elevada se o ajudante auxiliasse o ta a execução daquele número de repetições. Assim que
fisiculturista a realizar mais três repetições forçadas. No a força aumenta, tais praticantes simplesmente mudam
entanto, de acordo com a definição formal de intensida o peso para valores mais elevados, mas voltados para
de, aquela série poderia ser classificada como de baixa a mesma zona de RMs. Isso permite que eles se mante
intensidade. Por essa razão, a fim de evitar confusões, o nham continuamente na zona de repetições visada, sem
termo resistência/carga será empregado quando consi a necessidade de avaliar sua 1RM. A importância de isso
derarmos a quantidade de peso utilizado. ser mencionado aqui se deve ao fato de muitos técnicos
A resistência é uma das variáveis mais importan de modalidades de força e cientistas do treinamento de
tes do programa de treinamento, atrás apenas da esco força sugerirem que as repetições (resistência) devem ser
lha dos exercícios. A quantidade de resistência utilizada mantidas de forma regular com uma pequena variação
em uma série é inversamente proporcional ao número de em qualquer sessão de treino. Eles acreditam que o mús
repetições executadas. Ou seja, quanto maior o peso, me culo pode ser treinado com apenas um objetivo em qual
nor o número de repetições que podem ser executadas. quer situação aguda. No entanto, fisiculturistas frequen
Uma das formas mais comuns de se determinar a carga é temente treinam com uma ampla variação de repetições
por meio de porcentagens de repetições máximas (RMs). em uma mesma sessão de treino. Por exemplo, eles po
Por exemplo, um exercício pode ser prescrito a 80% de dem realizar uma série de determinado exercício com um
sua 1RM. peso muito elevado para executar de 5 a 7 repetições e,
Enciclopéd ia de m usculação e força de Stoppani 13
em seguida, outra série com um peso leve para executar to por pesquisadores do exercício e treinadores de moda
de 15 a 20 repetições. lidades de força. O continuum da Figura 2.2 varia de 1 a
Um método de prescrição e monitoramento da resis 25 repetições máximas, como no original, mas acrescen
tência desenvolvido mais recentemente envolve a esca ta a adaptação de hipertrofia muscular. No início do conti
la de exercício resistido de OMNI (Robertson et ai., 2003; nuum, ganhos de força são mais pronunciados, principal
Robertson, 2004). Essa é uma escala subjetiva de 10 mente quando são usadas de 1 a 6 repetições máximas,
pontos (ver Fig. 2.1), que, por sua vez, é uma versão mo ou cerca de 80 a 100% de 1RM (O'Shea, 1966; Weiss,
dificada da escala de percepção de esforço (EPE) descri Coney e Clark, 1999). A hipertrofia muscular é enfatizada
ta por Borg (1982), mais utilizada no monitoramento do quando são usadas entre 8 e 12 repetições máximas, o
exercício aeróbio. Cada valor de 1 a 10 na escala de OMNI que corresponde a cerca de 70 a 80% de 1RM (Kraemer,
representa aproximadamente um aumento de 10% da re Fleck e Evans, 1996). lncrementos na resistência muscu
petição máxima. Por exemplo, o uso de 100% de 1RM do lar ocorrem com 12 ou mais repetições máximas ou com
indivíduo induz a uma percepção de esforço equivalente cargas equivalentes a 70% de 1RM ou menos (Stone e
a 10 na escala de exercício resistido de OMNI, enquanto Coulter, 1994). Novas evidências sugerem que esse nú
50% de 1RM correspondem a uma percepção de esforço mero alto de repetições também é efetivo para a hipertro
equivalente ao número 5 da escala. A escala de exercício fia muscular por levarem à fadiga muscular (Burd, 2010;
resistido de OMNI não é uma escala quantitativa precisa. Burd, 2011; Mitchell, 2012). Essas diversas adaptações
Enquadra-se como uma escala qualitativa que determina musculares enfatizam a importância da periodização
qual a dificuldade que o praticante tem com determina para a ocorrência das alterações musculares almejadas,
da carga. Por essa razão, é mais bem utilizada por trei caso o objetivo do indivíduo seja o aumento da resistên
nadores que estão prescrevendo um treinamento de for cia muscular ou da força máxima. Isso porque as adapta
ça para iniciantes. ções são inter-relaciondas. Por exemplo, o aumento tanto
Atualmente, devido aos vários anos de "tentativa e da força máxima como da resistência muscular afeta po
erro" dos atletas e às diversas pesquisas que confirmam sitivamente a hipertrofia. Logo, enquanto o indivíduo gas
as tendências iniciais, está claro que certas intensida taria a maior parte do tempo de treino usando a zona de
des proporcionam resultados específicos. Tal informação repetições que melhor se encaixa nos seus objetivos, ci
pode ser utilizada na elaboração de um continuum de re clos periódicos com outras intensidades podem aprimo
petições máximas, como observado na Figura 2.2, que se rar esse objetivo.
trata de uma modificação do continuum elaborado por Uma importante suposição associada ao continuum
Fleck e Kraemer (2004), reconhecido como o mais acei- de repetições máximas é a de que todas as repetições
Difíc i l
Um pouco
d ifícil
Fác i l
o
Extremamente
fácil
RM 7 8 9 10 11 2 13 14 15 16 17 18 19 2 0 21 2 2 2 3 2 4 25
-
FIGURA 3.1 Period ização clássica de força e potência.
Adaptada, com permissão, de S.J. Fleck and W.J. Kraemer, 2004, Designing resistance training programs, 3rd ed. (Champaign, IL: Human Kinects), 213.
chega r a 20. Esse vol u m e é considerado m u ito a lto, por d e menor d e exercícios por gru po m uscu l a r e m com pa ra
q ue, com freq uência , são uti l izadas 4 ou 5 séries por exer ção à fase de h i pertrofia . Após a fase de força , vem a d e
cício. Em gera l , o objetivo dessa fase é preparar o atleta potência. Ela é si m i l a r à a nterior no período e m q u e a i n
pa ra a fase de a lta i ntensidade, q u e v i rá posteriormente. tensidade é a lta (2 ou 3 repetições). O vol u m e é u m pouco
A h i pe rtrofia m usc u l a r obtida a u me nta rá os ga n hos d e menor, sendo norma l m e nte uti l izadas cerca d e três séries
força e potência do atleta nas fases segu i ntes. Apesa r por exercício. O pri ncipal obj etivo dessa fase é começa r a
d e sua denomi nação, essa fase não pode ser confu ndida tra nsformar os ga n hos d e força obtidos nas d uas fases
com um progra m a period izado q u e um fisicu ltu rista usa a nteriores em u m a força m a is explosiva , q u e seja úti l n a
ria ; afi n a l , a h i pe rtrofia é o pri ncipal objetivo d e um trei com petição.
n a m ento de fisicu ltu rismo, não sendo a lgo q u e um atleta Os dois m esociclos fi n a is prepa ra m o atleta pa ra
d esenvolve rá a penas por a lguns meses. Em d etermi na a com petição. A fase de pico, posterior à fase de potên
dos progra mas d e tre i n a m ento period izados pa ra atletas, cia , é ca racterizada por ba ixo vol u me (a penas 1 a 3 séries
a fase d e h i pe rtrofia pode ser preced ida por um período por exercício) e por i ntensidade m u ito a lta (chega ndo a
con hecido como fase de preparação geral ( PG), especia l a penas u m a repetição por série). Essa fase d eixa o atleta
m ente i m porta nte se o i n d ivíd u o q u e está sendo trei nado pronto pa ra a com petição, maxi m iza ndo a força e a potên
é um i n icia nte ou um atleta que esteja retornando a pós cia . Em segu ida , o atleta a ba ndona o tre i n a m e nto d e for
u m período "fora de tem porada " , em q u e pouco ou n e ça e submete-se a u m período d e repouso ativo - caracte
n h u m tre i no foi rea l izado. Essa fase, porta nto, poderia ser rizado por outras atividades d iferentes do tre i n a m e nto d e
u ma forma de prepa ro pa ra a fase de h i pe rtrofia , uti l iza n força , como natação, ca m i n hada ou esportes coletivos,
do i ntensidades m u ito baixas, j u nta m ente com vol u mes como basq u ete e tên is - , q u e norm a l m e nte d u ra de 1 a
moderados a a ltos. 2 sem a nas a ntes d a com petição. Isso perm ite q u e o cor
O próximo m esociclo é a fase de força . Como o nome po se recu pere do tre i n a m ento exa ustivo, proporciona n
já d iz, seu pri ncipal objetivo é maxi m i za r a força m uscu l a r. do mel hor d ese m pe n ho. Após a com petição, essa fase
Em gera l , ela a p resenta i ntensidades moderadas e a ltas, pod e se este n d e r por vá rias sem a nas a ntes de u m novo
com 2 a 6 repetições, visa ndo o a u me nto d a força m us tre i n a m e nto period izado começa r. Por essa razão, a fase
cu l a r. Além d isso, uti l iza u m vol u m e u m pou co a lto, com a de repouso ativo é freq u ente m ente c h a m a d a de fase de
execução de 3 ou 4 séries por exercício e u m a q u a ntida- transição. A m a ior pa rte dos especia l istas em força q u e
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 19
usa a periodização clássica de força e potência mantém to da força resistente do que o modelo clássico (Rhea et
os mesociclos durante um período que vai de três sema ai., 2003).
nas a três meses. No entanto, uma versão condensada Normalmente, o modelo linear invertido começa
desse programa envolve a mudança das fases (e, por com a fase de potência, na qual a intensidade é muito
conseguinte, mudanças na intensidade e no volume) a alta (2 ou 3 repetições por série) e o volume é baixo (três
cada semana. Então, o ciclo se repete. séries por exercício). A fase de pico, em geral, é eliminada,
Embora a periodização clássica de força e potência porque o atleta não está se preparando para uma compe
possa promover adaptações no treinamento de força, al tição em que a força ou a potência sejam relevantes. Após
guns problemas precisam ser considerados nesses mo a fase de potência, que se estenderá por algumas sema
delos. Primeiro: a fase de alto volume de treino pode le nas, inicia-se a fase de força. Esta utiliza intensidades mo
var à fadiga se prolongada por muito tempo, tornando-se deradas e elevadas (2 a 6 repetições por série) e um volu
um problema para atletas que competem várias vezes du me um pouco maior que o da fase anterior (3 ou 4 séries
rante o ano. Segundo: a hipertrofia muscular adquirida na por exercício). O objetivo dessas duas primeiras fases é
fase de hipertrofia pode não ser mantida nas fases poste aumentar a força e a potência, visando otimizar ganhos
riores, nas quais os volumes passam a ser consideravel de massa muscular ou de força resistente.
mente baixos, tornando-se um problema para fisiculturis Durante a fase de hipertrofia, estar apto a levantar
tas ou outros atletas preocupados com a massa muscular. cargas mais pesadas em determinado número de repe
Por essa razão, outros tipos de periodização têm sido de tições pode resultar em ganhos significativos de massa
senvolvidos e testados em academias e laboratórios. muscular e de força resistente. Essa fase é a última do
programa e envolve intensidade mais baixa (8 a 12 repeti
ções por série), assim como alto volume. Essa é a melhor
PERIODIZAÇÃO prescrição para o incremento da massa muscular. Essa
fase é uma boa estratégia para ganhar massa muscular,
LINEAR INVERTIDA o que faz desse modelo periodizado uma opção inteligen
te para fisiculturistas (na Fig. 3.2 há um exemplo de pe
A periodização linear invertida apresenta a ordem de exe riodização linear invertida visando a hipertrofia muscular).
cução invertida, se comparada à ordem da periodização Para que esse modelo seja adequado para o incre
clássica de força e potência. Enquanto o objetivo desta úl mento da força resistente, a fase de potência pode ser eli
tima é maximizar a força e a potência do atleta, o obje minada. Isso significa que se deve começar com a fase de
tivo do modelo linear invertido é maximizar a hipertrofia força, mudar para a de hipertrofia, seguir para a de resis
muscular ou a força resistente conforme o número de re tência* (na qual as repetições variam entre 20 e 30) e, fi
petições utilizado no programa (8 a 12 para hipertrofia e nalmente, ir para a de repouso ativo. Um diagrama desse
20 a 30 para resistência muscular). Pesquisas mostram modelo é apresentado na Figura 3.3. Como em qualquer
que esse tipo de periodização é mais efetivo no aumen- periodização, as variáveis agudas podem ser manipula-
r-------- 1
-- -----
I ntensidade 1
1
- --
1 1
-
1 1
------
1 1
i- - - 1
1 1
Volume 1 1
1 1
1 1
1 1
Fase Potência For a H i ertrofia
Séries 3 3-4 3-6
Repetições por série 2-3 2-6 8-12
1 ntensidade Muito a lta Alta Baixa
Volume Baixo Moderado Alto
FIGURA 3.2 Modelo de periodização linear invertida, utilizado para o incremento da hipertrofia muscular.
1 ntensidade 1
--
-- --
-- ---·
-- -t'
-- -- -- 1
-- -- 1
1
1
1
1
Volume 1
1
FIGURA 3.3 Modelo de period ização l i near invertida, uti lizado para o i ncremento da força resistente.
das d entro d e cad a fase a fi m d e mel hora r o resu ltado do te, a sessão de tre i no que visa a força resistente pode ser
progra m a . Por exe m plo, um modelo l i near i nvertido pode feita n a segu nda-fe i ra , a d e h i pertrofi a , n a q u a rta-fe i ra , e
i n iciar com u m a fa ixa d e 8 a 10 repetições, passa r pa ra a d e força , n a sexta-fe i ra . Se o i nd ivídu o tre i n a os mem
u ma fa ixa de 12 a 15 e, no fi n a l , ter e ntre 20 e 30 repe bros su periores nas segu ndas e q u i ntas-fei ras e os i nferio
tições. res nas terças e sextas-fei ras, el e pode fazer as sessões
de tre i no de h i pe rtrofia nas segu ndas e terças-fe i ras, e as
q u e visa m a força , nas q u i ntas e sextas-fei ras. Na sema
PERIODIZAÇÃO ONDULADA n a posterior, pode-se fazer as sessões de força resistente
nas segu ndas e terças-fe i ras, e as sessões de força nas
Como o próprio nome sugere, a period ização on du lada q u i ntas e sextas-fei ras. Após esse m esociclo d e d uas se
segue u m modelo m enos l i n ea r q u e o esq ue m a d e pe m a n as, o pratica nte poderia troca r nova m ente pa ra u m a
riod ização clássico de força ( potência) ou q u e o de perio sessão d e tre i no d iferente e fazer o mesociclo outra vez,
d ização l i near i nvertida . Atua l mente, modelos on du lados ou d esca nsa r d u ra nte u ma sem a n a (sobretudo se hou
estão se popu la riza ndo em sa las d e m uscu lação d evido à ver al gu ma com petição n esse período) e, e ntão, reto m a r
sua conve n iência e efetividade. o m esociclo d e 1 4 d ias.
Esse modelo costu m a segu i r um m esociclo d e 14 Um dos aspectos m a is i m porta ntes d a period ização
d ias com 3 ou 4 d iferentes ti pos d e sessões d e trei no, que on du lada é que ela precisa d e m enos orga n ização que a
são a lternados (ver Ta b. 3.2). Dessa m aneira, e m vez d e period ização l i near. Por exe m plo, se u m i nd ivíd uo se sen
tre i n a r com a penas u m a fase d e tre i no d u ra nte a lgu m as te ca nsado ou doente (ou , ao contrá rio, sente-se excepcio
sem a nas ou m a is, o pratica nte pode m u d a r a i ntensidade n a l m e nte motivado e forte), a sessão d e tre i no pode ser
e o vol u me d e uma sessão pa ra outra . Por exemplo, se es mod ificada pa ra se adeq u a r à d isposição e à sa úde física
tiver rea l iza ndo u m tre i n a m ento ú n ico pa ra todo o corpo, do pratica nte. Além d isso, se o horário for um problema
ele pode fazer u ma sessão visa ndo a força na segu nda-fei e o pratica nte tiver pouco tem po d isponível no momento,
ra, outra visando a força resistente na q u a rta-fei ra e u ma ele pode troca r a sessão por uma d e menor vol u m e . Em
visa ndo a h i pe rtrofia na sexta-fe i ra . Na sema n a segu i n- bora pareça que esse sistema menos orga n izado possa ser
...
menos efetivo q u e u m sistema de tre i no com sua progres
são orga n izada mensa l me nte, as pesq u isas revela m q u e
TABELA 3.2 Sessões de Treino Onduladas programas period izados de forma ondu lada são tão efeti
vos q u anto os modelos l i neares nos a u me ntos de força , po
Intervalo entre
tência e massa m uscu lar (Ma rx et a l . , 2001; Kraemer et a l . ,
Ti po de treino as séries
2000) e ta m bém mais efetivos q u e os modelos n ã o perio
Sessão de 3-5 2-4 4-5min d izados. U m estudo de R hea , Bal i , Ph i l l i ps e Burkett (2002)
força mostrou que o treinamento period izado ondu lado apresen
Sessão de 3-4 8-12 2-3min tou melhores resu ltados no a u mento da força q u e o mode
hipertrofia lo period izado de forma l i near.
A n atu reza i rregu la r do program a d e tre i no o n d u la
Sessão de força 3-4 15-30 1-2min do fu nciona como um pad rão pa ra a h i pertrofia m uscu
resistente
la r, a força e a potência, pois a period ização é baseada
Enciclopédia de m usculação e força de Stoppani 21
1111
aplicado. No entanto, se esse sistema é exposto ao mes
mo estresse durante muito tempo, as adaptações chega Semana/ M icrociclo Peso -
rão a um platô e podem até ser revertidas em certo grau.
Por isso, a periodização ondulada permite que o mesmo 1: Resistência m uscular Leve 12-15
estresse (treino de força) seja aplicado durante períodos
2: Hipertrofia Moderado 8-12
de tempo muito curtos antes de ser alterado ou repetido.
Nesse modelo, os diferentes tipos de treinamento de for 3: Força Moderado-pesado 4-6
MICROCICLOS COMBINANDO OS
Nos modelos de periodização linear clássico e linear in TIPOS DE PERIODIZAÇÃO
vertido, permanecer na mesma janela de repetições du
Não existe regra determinando que se deve escolher um
rante todo um mesociclo (que chega a durar diversas se
(e somente um) tipo de periodização e segui-lo até o final
manas) pode ocasionar alguns inconvenientes. Certos
do programa. Uma ótima forma de aumentar o tamanho
atletas ficam entediados ao utilizar a mesma janela de
e a força muscular é utilizar programas que combinam os
repetições por várias semanas. Outro problema, aborda
diferentes modelos de periodização.
do anteriormente, é o fato de algumas adaptações ob
Um bom exemplo disso é o treinamento em pêndu
tidas no mesociclo anterior serem perdidas em um me
lo. Nesse modelo, inicia-se utilizando a periodização li
sociclo posterior. Por exemplo, aumentos no tamanho
near clássica, normalmente com microciclos, e fazen
muscular obtidos durante a fase de hipertrofia podem
do-se entre 8 e 12 repetições, na primeira semana. Na
ser perdidos durante as fases de força e potência, em
segunda semana, o número de repetições diminui para 6
que as repetições executadas em cada série raramen
a 8. Na terceira semana, esse número diminui novamen
te passam de 6.
te, para 3 a 5. Na quarta semana, a ordem muda para o
A periodização ondulada é uma forma de remediar
modelo de periodização linear invertida, em que o número
esses problemas. No entanto, usar um modelo linear, tan
de repetições volta a ficar entre 6 e 8 e, então, na quinta
to o clássico quanto o invertido, tem o seu mérito, e os mi
semana, passa para entre 8 e 12. Na sexta semana, retor
crociclos podem ser um caminho ainda mais efetivo para
na-se ao modelo com progressão linear, em que o núme
a utilização dos modelos de periodização lineares.
ro de repetições cai para 6 a 8. Esse programa continua
O termo microciclo refere-se às mudanças sema
oscilando para trás e para frente, como um pêndulo - por
nais no peso e nas repetições utilizados. Por exemplo, na
isso o nome (ver Tab. 3.4 para um exemplo de treinamen
periodização linear clássica, a primeira semana pode ser
to em pêndulo).
um microciclo de resistência muscular, com um núme
ro de repetições entre 12 e 15. A segunda semana pode
ser um microciclo de hipertrofia, entre 8 e 12 repetições. TABELA 3.4 Exemplo de treinamento em pêndulo*
A terceira semana continua aumentando o peso e dimi
nuindo as repetições, com um microciclo de força, utili Semana/ Janela de
zando entre 4 e 6 repetições. Então, na quarta semana, M i crociclo Peso repeti ções
que pode ser um microciclo de potência, o número de re 1: Hi pertrofia Moderado 8-12
petições diminui novamente, para apenas 2 a 3 por série.
Após a quarta semana, o ciclo se repete, sendo a quinta 2: Força Moderado-pesado 6-8
semana marcada pelo retorno ao microciclo de resistên 3: Potência Pesado 3-5
cia muscular. Esses microciclos podem ser repetidos nes
sa ordem até que o atleta fique pronto para a competição. 4: Força Moderado-pesado 6-8
Para um praticante não competitivo, o programa é fina 5: Hi pertrofia Moderado 8-12
lizado após 12 semanas ou mais (ver Tab. 3.3 para um
exemplo de periodização linear que utiliza microciclos). 6: Força Moderado-pesado 6-8
Ele é muito similar ao programa "atalho para o tamanho" 7: Potência Pesado 3-5
(micromúsculo), que tem obtido grande popularidade on
• Esta tabela mostra as mudanças no peso e nas janelas de repetições que
-line devido aos ganhos extraordinários em tamanho e for ocorrem em cada semana/microciclo quando se uti liza o treinamento em
ça muscular resultantes (ver Cap. 7). pêndulo.
22 Jim Stoppan i
Outra forma de combinar modelos de periodização tem obtido grande popularidade on-line, pois permite que
é utilizar tanto a periodização linear quanto a linear inver treinadores obtenham aumentos significativos na força e
tida de forma simultãnea. Isso funciona bem em um pro no tamanho muscular, apesar de conseguirem reduções
grama que treina cada grupo muscular duas vezes por se drásticas na gordura corporal (Cap. 13).
mana. Por exemplo, em um programa que utiliza o treino
parcelado em dois, em que "peito", "costas" e "ombro"
são treinados nos dias 1 e 3, e "pernas" e "braço" nos TIPOS DE CICLOS DE TREINO
dias 2 e 4, os treinos 1 e 2 podem seguir uma ordem li
near usando um sistema de microciclo com aumento do Periodização é um termo usado por treinadores de força,
peso e diminuição das repetições a cada semana. Os trei especialistas e atletas que têm conhecimento do assun
nos 3 e 4 podem seguir uma ordem linear invertida, em to. Raramente esse termo será utilizado em uma acade
que o peso diminui e as repetições aumentam a cada se mia frequentada por fisiculturistas e powerlifters. • Esses
mana (ver Tab. 3.5). É interessante observar que quando atletas referem-se ao conceito de periodização como ci
se considera a ordem da janela de repetições, com duas clos. Podem parecer coisas diferentes, mas "ciclos" é
janelas sendo utilizadas a cada semana, esse modelo tor apenas um termo mais simples. Embora os principais de
na-se similar à periodização ondulada. Aqui, os treinos 1 talhes dos ciclos para powerlifters e fisiculturistas sejam
e 2 progridem de 9 a 11 repetições na primeira sema um pouco diferentes dos três modelos de periodização
na, para 6 a 8 repetições na segunda semana, e 3 a 5 re descritos anteriormente, eles partem da mesma premis
petições na terceira semana. Os treinos 3 e 4 começam sa: mudar é bom.
com 12 a 15 repetições na primeira semana, então pas Powerlifters usam diversos tipos de ciclos visando a
sam para 16 a 20 repetições na segunda semana e, final preparação para uma competição (vários deles são mos
mente, para 21 a 30 repetições na terceira semana. En trados nos Caps. 9 e 10). O mais comum utiliza um au
tretanto, quando se considera a ordem dos treinos 1 e 2 mento gradual da quantidade de carga. Normalmente, o
para os treinos 3 e 4 em cada semana, as repetições se ciclo começa com cargas equivalentes a 50% de 1RM e
guirão esta ordem: 9 a 11, 12 a 15, 6 a 8, 16 a 20, 3 a aumenta até 100% da 1RM inicial em um período de 6 a
5, 21 a 30. Trata-se de uma ordem ondulada, muito simi 12 semanas (ver Tab. 3.6 para um exemplo de ciclo de 11
lar ao programa "atalho para rasgar" (1-2-3 magro), que semanas para powerlifters).
M icrociclo 1/4 Segu nda: Terça : Quarta : Q u i nta : Sexta : Sábado: Domi ngo:
Peito O m b ro Costas Peito O m bro Costas Descanso
Tríceps Pernas Tra pézio Tríceps Pernas Tra pézio
Abd o m i nais Abdom i n a is Bíceps Abd om i na is Abdom i nais Bíceps
M icrociclo 2/5 Seg u n d a : Terça: Quarta : Q u i nta : Sexta : Sábado: Dom i ngo:
Peito O m bro Costas Peito O m bro Costas Descanso
Tríceps Pernas Tra pézio Tríceps Pernas Tra pézio
Abd o m i nais Abdom i n a is Bíceps Abd om i na is Abd o m i nais Bíceps
M icrociclo 3/6 Segu nda: Terça: Quarta : Q u i nta : Sexta : Sábado: Dom i ngo:
Peito O m bro Costas Peito O m bro Costas Desca nso
Tríceps Pernas Tra pézio Tríceps Pernas Tra pézio
Abd o m i nais Abdom i n a is Bíceps Abd o m i nais Abdom i nais Bíceps
Adaptada de J. Stoppani, 2013, Jim Stoppani's six-week shortcut to shred. [Online]. Disponível: www.bodybuilding.com/fu n/j im-stoppan i-six-week-shortcut-to
-shred .html [4 de setembro de 2014).
TABELA 3.6 Ciclo de força podem ser utilizados, como a linear clássica, a linear in
8 95% 3 3
9 95% 2 2
TABELA 3.8 Clclo ondulado
10 100%· 2 2
PRIM EIRA SEMANA
11**
111111111
. . - ...
1-2
.
6-8
. . . . .
3
I ntervalo entre
as séries
3-4min
Qua rta-feira
(pernas)
8-10
3
3min
1-2min
Pesos Iivres
O termo pesos livres refere-se aos equipamentos que, na FIGURA 4.1 Barra e anilhas simples (esquerda) contrastan
execução do exercício, são simplesmente elevados e abai- do com barra e anilhas olímpicas (direita).
26 Jim Stoppani
midades apresentam um diâmetro de apenas 1 pole vezes, 3 polegadas (5 a 8 cm) de diâmetro. O treina
gada para o encaixe de anilhas simples. mento com elas permite um maior incremento na for
• Barras fixas - São barras com um peso predetermina ça de pegada do que o realizado com barras simples
do (ver Fig. 4.2). de 1 polegada. Entretanto, pesquisas apontam que
• Barra "W" - É um tipo especial de barra, que apresen o emprego de barras gordas em exercícios com "pre
ta curvas em vários pontos, lembrando um "W" alon ensão", como levantamento-terra, remadas e roscas,
gado (ver Fig. 4.3). Isso permite que o indivíduo faça pode limitar o peso utilizado nesses exercícios, o que
uma pegada intermediária entre a parte totalmente interferiria nos ganhos de força e hipertrofia do mús
supinada (underhand grip) e a posição neutra. O ob culo de interesse.
jetivo dessa pegada é diminuir o estresse aplicado no • Barra de segurança para agachamento - É um dispo
punho, assim como aumentar o estresse na cabeça sitivo que se assemelha a uma barra com mais duas
longa do bíceps (cabeça lateral). Às vezes, é também pequenas barras acolchoadas de cerca de 12 pole
chamada de barra curvada. gadas (ou 30 cm), que correm perpendicularmente à
• Barra "gorda" - É uma barra ou haltere especial maior barra central. As barras acolchoadas são colocadas
em diâmetro nas regiões da empunhadura se compa nos ombros e permitem que o usuário as segure en
rado à barra simples, com 1 polegada de diâmetro. quanto executa o agachamento (ver Fig. 4.4).
As barras "gordas" normalmente têm 2 e, algumas • Barra hexagonal - É uma barra com uma seção em
forma de diamante na parte central. Durante o exer
cício, o usuário permanece dentro do diamante e se
gura os suportes transversais presentes em ambos
os lados. É normalmente utilizada em encolhimen
tos/elevações do ombro e levantamentos-terra (ver
Fig. 4.5).
FIGURA 4.3 Rosca direta com a barra "W". FIGURA 4.5 Barra hexagonal.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 27
em um nível inferior ao dos pés. Existem suportes para • Suporte para agachamento· - Trata-se de uma estru
a barra, para a execução do supino declinado. tura de aço que tem ganchos para apoiar a barra em
• Banco de meio desenvolvimento - Banco com assen diferentes alturas, permitindo que usuários de esta
to e encosto acolchoados, deixando o tronco do usuá turas distintas possam facilmente retirar a barra do
rio na posição vertical, como é indicado para a exe apoio para fazer o agachamento ou outros exercícios
cução do meio desenvolvimento. É soldado em uma em pé. Alguns suportes para agachamento têm, na
estrutura de aço que tem suportes verticais para a sua parte frontal, duas vigas horizontais de aproxi
barra, posicionados atrás da cabeça do usuário, per madamente 91 cm de altura e paralelas uma em re
mitindo que se possa segurá-la, com facilidade, no iní lação à outra. Essas vigas servem como um suporte
cio da série, bem como recolocá-la no suporte sem es de segurança, no qual o usuário pode apoiar o peso
tressar a articulação do ombro no final da série. caso não consiga completar o agachamento (ver Fig.
• Banco Scott - Banco que contém um assento e um 4.11b).
descanso acolchoado para os braços, com um ângulo
de aproximadamente 45º em relação ao chão, voltado Objetos instáveis - Inúmeros objetos podem fornecer um
para o usuário. Em frente ao descanso, há um suporte apoio instável. Diferentemente de um banco, que tem
para a barra. O usuário senta no assento com os bra uma base estável para apoiar o peso corporal, esses ob
ços apoiados no descanso, a fim de executar exercí jetos dificultam a execução do exercício em função da ins
cios para o bíceps. tabilidade do apoio, o que auxilia no desenvolvimento da
força dos músculos do tronco e estabilizadores.
Bancos simples - Alguns bancos não têm apoio para bar • Bola suíça - também conhecida como stability ba/1,
ras, porque são utilizados predominantemente para a
essas bolas infláveis podem ser de diversos tamanhos
execução de exercícios com halteres. Eles são compostos
(de 30 a 85 cm de diâmetro). Elas oferecem uma su
apenas por um banco acolchoado e por suportes para as
perfície que rola e dificulta a execução de exercícios
pernas, podendo ser:
com barra ou halteres na posição sentada ou deitada
• (ver Fig. 4.12). Esse dispositivo também pode ser usa
Banco horizontal - Utilizado em exercícios na posição
do em exercícios que utilizam o peso corporal, como
sentada ou deitada, executados em decúbito ventral
abdominais e apoios.
ou dorsal. • BOSU - Esse objeto lembra a parte superior de uma
• Banco com regu/agem de inclinação - Permite a regu
bola suíça, mas com uma base sólida e estável, ofere
lagem do ângulo do encosto da posição horizontal até
cendo a maior parte dos seus benefícios, porém, sem
a vertical, com vários ajustes intermediários.
• Banco com regulagem de declinação - Permite decli rolar. Isso torna o Bosu ideal para o aumento da força
dos músculos do tronco em exercícios realizados em
nação em vários graus, posicionando a cabeça abaixo
pé (ver Fig. 4.13).
da linha dos pés. É frequentemente usado em exercí
cios abdominais e para o peito.
• Banco com encosto curto - Tem um pequeno assento
horizontal e um encosto acolchoado curto para apoiar
a coluna lombar durante exercícios como o meio de
senvolvimento e o tríceps francês.
• Troncos - Esses objetos de difícil manejo são comuns • Galões - Galões plásticos pesam cerca de 8 libras
nas competições do "homem mais forte". Os troncos (4 kg) quando cheios com algum líquido ou 14 libras
modificados encontrados nessas competições têm fis (6 kg) quando cheios de areia. Suas alças permitem
suras entalhadas para uma pegada mais fácil duran segurá-los de forma bem similar aos halteres (embora
te o levantamento. O peso desses implementos pode sejam mais difíceis de levantar). O peso pode ser ajus
variar entre 200 e bem mais que 300 libras (de 91 tado alterando-se a quantidade de líquido ou de areia
a mais que 136 kg). O vencedor é aquele que levan dentro do galão.
tar o tronco mais pesado do chão até acima da cabe
ça. Existem, também, troncos de alumínio, que têm as
mesmas extremidades da barra olímpica, permitindo Peso corporal
que anilhas olímpicas possam ser adicionadas para o
treinamento com pesos diferentes. Seu próprio peso corporal ou o de um companheiro de trei
• Pneus de trator - Seu peso pode variar entre 500 e no podem ser usados como forma de resistência/carga.
mais de 900 libras (de 227 a mais que 408 kg), de
O próprio peso corporal - Exercícios como apoios, barras
pendendo do tamanho. Nas competições do "homem
com pegada supinada, mergulhos, agachamentos e abdo
mais forte", quem virar o pneu mais rapidamente per
minais utilizam apenas o peso corporal. Nada mais é ne
correndo uma distância predeterminada, vence.
cessário para a sua execução (ver Fig. 4.16).
Acessórios de treino - Alguns objetos comuns são usa Peso corporal do companheiro - Quando se está trei
dos para o aumento da força na academia ou em moda nando com um companheiro, pode-se fazer uma série de
lidades esportivas específicas. As características únicas exercícios utilizando o peso corporal deste como resistên
da massa do objeto (peso instável ou progressivo) ofere cia/carga, como nas remadas, nos supinos e nos agacha
cem benefícios que os pesos livres não proporcionam. Es mentos (ver Fig. 4.17).
ses objetos são:
Acessórios para exercícios com o peso corporal - Cer para as pernas disposto na mesma altura do banco.
tos equipamentos têm sido desenvolvidos para a execu Isso permite que o praticante fique em decúbito ven
ção de exercícios que se baseiam principalmente no pró tral, com a pelve apoiada na parte acolchoada e os
prio peso corporal: pés sob o suporte para pernas enquanto faz exten
sões de coluna.
• Barra para flexões - É uma barra horizontal montada • Faixas de suspensão - O T RX é responsável por fa
de forma independente na parede, no teto, na entra zer do treino em suspensão uma modalidade popular.
da de uma porta ou em outro equipamento (como um Mas, muito antes dele, correntes e cordas com empu
power rack ou um crossover), para a execução do exer nhaduras eram usadas. Hoje, existem diversas mar
cício de flexões na barra. cas diferentes que seguiram os passos do T RX. O trei
• Barras para mergulho - São barras paralelas coloca no em suspensão envolve faixas, em geral feitas de
das em uma altura adequada, que permita a execu lona ou nylon, que suspendem parte do corpo (nor
ção de mergulhos. Também podem ser utilizadas para malmente os braços ou as pernas), permitindo que o
a execução de elevações das pernas, com o intuito de corpo do praticante seja utilizado como resistência.
fortalecer a musculatura abdominal, bem como para Por exemplo, você pode executar remadas invertidas
outros exercícios. Algumas barras são direcionadas usando faixas de suspensão, a fim de trabalhar os la
para dentro em uma das extremidades, o que faz com tíssimos do dorso (ver Fig. 4.19).
que a distância entre elas varie. Isso permite que os
mergulhos sejam realizados com diferentes larguras
da pegada.
• Banco vertical - Esse dispositivo é composto por um
Eq u i pamentos de pesos livres
banco vertical longo e acolchoado, fixado em uma pla Equipamentos de pesos livres são aqueles que proporcio
taforma metálica que tem cabos nos descansos para nam resistência/carga constante durante toda a ampli
os braços. O praticante suspende o corpo, sustentan tude de movimento. Eles contêm um peso que deve ser
do o seu peso com os antebraços e empurrando as movimentado pelo praticante ao longo de um trilho (linear
costas contra a superfície acolchoada. É utilizado para guiado) ou por meio de um aparelho com cabos e polias.
elevações das pernas (ver Fig. 4.18), e ocasionalmen
te é chamado de "cadeira do capitão". Alguns bancos
verticais têm barras para mergulho prolongadas para Equipamentos lineares guiados
frente.
• Banco de extensão dorsolombar - Trata-se de um Os equipamentos lineares guiados são formados por um
banco alto, curto e acolchoado que tem um suporte aparato que se movimenta em dois trilhos, o que propor
ciona um movimento linear ou reto. Normalmente, reque
rem a adição de anilhas para o aumento da resistência/
carga.
Multiforça - É um tipo de equipamento composto por uma
barra que se movimenta verticalmente ao longo de dois
FIGURA 4.18 Elevação das pernas em um banco vertical. FIGURA 4.19 Remada invertida do TRX.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 33
trilhos que servem como guias. Existem diversos supor pelo fato de o praticante permanecer mais em pé do que
tes de segurança em toda a extensão dos trilhos, da par sentado. Uma plataforma acolchoada se movimenta ao
te inferior à superior, os quais permitem que o praticante longo de dois trilhos com ângulo entre 50 e 80º. O usuá
inicie ou termine o exercício em qualquer ponto. Costuma rio se posiciona no hack com as costas apoiadas na pla
ser usado somente em exercícios que exijam "empurrar" taforma e com os ombros sob os suportes acolchoados.
ou "puxar" na direção vertical, como no caso de agacha Após desengatar as barras de segurança, ele se agacha e
mentos, supinos e remadas (ver Fig. 4.20). sobe juntamente com a plataforma.
Leg press 45º - Esse equipamento é formado por uma
plataforma que se movimenta ao longo de dois trilhos em
um ângulo de aproximadamente 45º. Tem um assento
para o usuário sentar-se enquanto apoia os pés na plata
Equipamentos com cabos e polias
forma (ver Fig. 4.21). Depois de desengatada a barra de Equipamentos com cabos e polias são aparelhos que
segurança, essa plataforma fica livre para se movimentar apresentam um sistema simples. Em sua forma mais bá
no trilho, tanto para baixo quanto para cima. Como o arco sica, são compostos por um cabo que se movimenta em
de movimento natural das pernas nessa posição é curvi uma polia ou mais e conecta-se a uma coluna de pesos.
líneo (uma combinação de curva com linha reta), alguns A polia é uma roda que gira livremente, usada para mu
fabricantes de equipamentos de pesos livres têm desen dar a direção da força aplicada em um cabo, o que permi
volvido equipamentos /eg press que seguem um percurso te que uma força possa ser aplicada em um músculo em
também curvilíneo. Esse movimento mais natural propor várias direções, como, por exemplo, na direção horizontal.
ciona menos estresse nos joelhos. A coluna de pesos é composta de placas especiais (em
geral, com formato retangular e pesando de 5 a 20 libras
Hack para agachamento - Esse equipamento de exercí
cada uma), que são fixas e deslizam verticalmente nos
cios para as pernas é semelhante ao /eg press, exceto
trilhos do equipamento. Cada placa é perfurada com um
furo horizontal em que é atravessado um pino. Essa pla
ca e todas acima dela devem então ser levantadas pela
guia móvel, que costuma estar presa a um cabo ou a um
braço de alavanca. Quando se aplica tensão ao cabo (ou
seja, quando ele é puxado), a coluna de pesos move-se
ao longo das guias, oferecendo, assim, resistência ao mo
vimento. Alguns equipamentos domésticos, como o Blow
Flex, usam guias flexíveis para gerar resistência, em vez
de uma coluna de pesos. Aparelhos com cabos oferecem
inúmeros benefícios para levantadores de peso, pois o
cabo pode ser puxado em diversas direções, permitindo
que uma tensão constante seja aplicada no músculo du
rante toda a amplitude de movimento (ver Fig. 4.22).
Acessórios para cabos - Um manípulo para pegada deve • Barra curta - Seu formato é parecido com o da barra
ser colocado na extremidade do cabo para que um equi olímpica, mas seu comprimento é muito menor (cerca
pamento baseado nesse sistema possa ser utilizado. Di de 20 polegadas, ou 51 cm). A maior parte delas tem
versos acessórios são usados para a execução de vários uma conexão giratória. Pode ser utilizada em diversos
exercícios: exercícios, incluindo o tríceps na polia alta, as roscas,
as roscas invertidas e as remadas verticais (ver Fig.
• Mosquetão - Esse mecanismo de grampo facilita a fi 4.25).
xação das barras ao cabo (Fig. 4.23). • Triângulo - Esse acessório tem duas pegadas curtas
• Barra longa - Usada principalmente no treino do la e paralelas, conectadas a duas barras em formato de
tíssimo do dorso e de outros músculos das costas na triângulo (ver Fig. 4.26). É utilizado principalmente em
polia alta. A barra longa mais comum tem uma haste remadas e em puxadas com a pegada fechada.
prolongada, com as extremidades inclinadas para bai • Barra "V" - Similar a um "V" invertido, tem longas pe
xo em ambos os lados (ver Fig. 4.24). gadas que se projetam para os lados. Devido ao seu
• Barra "T" - Tem pegadas perpendiculares à barra nas formato, pode aliviar um pouco a sobrecarga aplica
extremidades, permitindo uma empunhadura neutra da nos punhos durante o tríceps na polia alta com car
durante "puxadas" e "remadas" (ver Fig. 4.24). gas muito elevadas. Remadas e puxadas são outros
• Barra "W" curta - Tem o formato semelhante ao da exercícios que podem ser executados com a barra "V" .
barra "W" (ver Fig. 4.25). A maior parte dessas bar • Estribo - Esse acessório assemelha-se a um estribo
ras tem uma conexão que permite o giro da barra, di com uma pegada giratória (ver Fig. 4.27), e foi elabora
minuindo o estresse aplicado aos punhos. Ela é geral do para exercícios unilaterais com cabo, como eleva
mente usada na rosca direta com cabo e no tríceps ções laterais, remadas, roscas e tríceps na polia alta.
na polia alta. • Barra para tríceps - Similar a um V ou a um U inverti
do, esse dispositivo é usado principalmente no exercí
cio de tríceps na polia alta.
• Corda - Como o próprio nome indica, esse acessório
?
é literalmente uma corda grossa com uma junção ro
tatória, onde o cabo é fixado (ver Fig. 4.28). Pode ser
utilizado na execução de vários exercícios com cabo,
como tríceps na polia alta, roscas na posição neutra e
abdominais.
• Tornozeleira - Trata-se de um bracelete largo para o
tornozelo que se prende a um cabo, permitindo que
FIGURA 4.24 Barra longa (acima) e barra 'T" (abaixo). FIGURA 4.26 Triângulo.
FIGURA 4.25 Barra curta (acima) e barra "W" (abaixo). FIGURA 4.27 Estribo.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 35
Eq u i pamentos articulados
Equipamentos articulados utilizam alavancas que servem
como contrapeso para imitar as curvas de força dos mús
culos que estão sendo treinados. Por essa razão, de for
ma bem semelhante aos aparelhos compostos por po
lias assimétricas, os contrapesos mudam a resistência
FIGURA 4.30 Tipos de eq uipamentos com polias assimétricas: (a) ascendente e descendente; (b) ascendente; e (c) descen
dente.
durante a amplitude de movimento pela alteração da fornecem apenas resistência ascendente, porque a resis
quantidade de peso que contrabalança o peso levantado. tência aumenta progressivamente no decorrer da ampli
Esses dispositivos costumam ser baseados em uma so tude de movimento.
brecarga dada por anilhas; no entanto, alguns usam o sis
tema de coluna de pesos. A linha mais popular de equipa
mentos articulados é a Hammer Strength da Life Fitness
(ver Fig. 4.31).
Molas
A mola gera uma força de restauração que tenta movi
mentar as duas extremidades de volta para os pontos ori
Resistência por deformação ginais de repouso quando tencionadas ou comprimidas.
Ela oferece uma resistência que depende do material e
Alguns dispositivos de exercício não se baseiam na massa do diâmetro das espirais e que muda conforme a distân
como forma de resistência, mas na energia que o material cia em que a mola é comprimida ou tencionada, porque,
fornece. Molas, fitas e outros materiais que resistem à de quanto mais longe as extremidades se movimentam em
formação encaixam-se nessa categoria. Tais dispositivos relação à posição original, mais resistência será ofereci
da. Essa característica é conhecida como "taxa da mola"
- a taxa de aumento da tensão conforme as extremida
des se movimentam -, e torna impossível a manutenção
de um nível constante de intensidade durante a execução
do exercício.
Quando a mola é deformada, a resistência aumen
ta, e, quando ela retorna à posição inicial, a resistência di
minui. Por causa da "taxa da mola", os praticantes são for
çados a selecionar uma resistência que esteja dentro da
sua capacidade de produção de força na posição mais de
formada da mola, caso contrário, não conseguirão reali
zar toda a amplitude de movimento. Como consequência,
durante os primeiros 50% ou mais do movimento, a re
sistência oferecida é normalmente insuficiente para pro
vocar muitos benefícios. O dispositivo baseado em resis
tência com molas tem diversas configurações, incluindo
os han dheld, que foram populares nos anos 1950, como
o Bu/1 Worker, o Chest Expander e o Grip Master (ver Fig.
4.32). Embora o treinamento de força tenha evoluído
além da resistência por molas, alguns dispositivos que
utilizam esse sistema ainda são encontrados, como, por
exemplo, os hand grippers (ver Fig. 4.33), equipamentos
FIGURA 4.31 Um supino do tipo Hammer Strength. de Pilates e o Stamina Gyrotonics .
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 37
MÁQUINAS DE
VELOCIDADE CONTROLADA
Essa categoria de equipamentos de musculação conta
com máquinas que controlam a velocidade de movimen
to. O tipo de contração muscular em que a velocidade per
manece constante é denominada isocinética. Esses equi
pamentos geram resistência pela execução do exercício
FIGURA 4.33 Hand gripper. em uma amplitude de movimento e com uma velocidade
preestabelecida, enquanto o usuário aplica a maior força
possível no braço de alavanca sem que a velocidade des
Verde Leve
Vermelho Média
Azul Pesad a
aplicada. Porém, tais aparatos apresentam diversas des que as fibras musculares se contraiam e relaxem em uma
vantagens. A primeira é o fato de serem possíveis apenas frequência extremamente alta e com uma força muito ele
movimentos angulares. Em outras palavras, eles permi vada. Pesquisas revelam que a realização do treinamen
tem somente movimentos de flexão e extensão de coto to com vibração por diversas semanas pode aumentar a
velo, punho, joelho ou tornozelo. Por isso, não podem ser força e a potência muscular (lssurin e Tenenbaum, 1999),
usados em exercícios de "empurrar" , como o supino, o assim como aumentar a liberação de hormônio do cresci
meio desenvolvimento ou o agachamento. A outra des mento e testosterona, ambos hormônios anabólicos (Bos
vantagem é que não existem ações musculares isocinéti co et ai. , 2000). Embora a maioria das pessoas não con
cas nos movimentos da vida real. siga entender como a vibração pode ser considerada um
método de treinamento de força, ela tem sido reconheci
da, ainda que de forma lenta, por sua habilidade no au
EQUIPAMENTOS mento da força, da potência e, possivelmente, do tama
nho muscular.
NÃO TRADICIONAIS
E MÁQUINAS NOVAS Eq u i pamentos eletrônicos
A última categoria de equipamentos de musculação
abrange aqueles que normalmente não se assemelham
e computadorizados
aos aparelhos mais comuns dessa modalidade. Inclui os Equipamentos eletrônicos e computadorizados fornecem
equipamentos de vibração, eletrônicos e computadoriza resistência por meio de engrenagens e correias ligadas a
dos, pneumáticos, hidráulicos e o Bodyblade. Todos eles um motor. Eles são programados para oferecer uma resis
têm em comum uma nova forma de oferecer resistência. tência variável durante toda a amplitude de movimento, a
fim de acompanhar a curva de força do músculo que está
sendo treinado. A resistência pode ser aumentada com
Eq u i pamentos de vi bração incrementos tão pequenos quanto pelo toque em uma
tela, em um botão ou em um pedal. Alguns desses equi
Equipamentos de vibração para todo o corpo normalmen pamentos podem ser programados para oferecer maior
te se caracterizam por serem dispositivos em que se pode resistência durante a fase excêntrica do exercício.
ficar em pé, deitado ou sentado, ou, ainda, colocar as
mãos ou qualquer outra parte do corpo para que a trans
missão da vibração seja feita nos tecidos que se deseja Eq u i pamentos pneu máticos
estimular (ver Fig. 4.35). A maioria dessas máquinas tem
Equipamentos pneumáticos utilizam um compressor que
um tamanho similar ao de um step, e sua plataforma de
fornece ar pressurizado como resistência, o que permite
vibração tem cerca de 32 x 20 polegadas (81 x 51 cm).
que esta seja ajustada pelo praticante durante toda a am
Seu painel de controle permite ao usuário mudar a veloci
plitude de movimento (ver Fig. 4.36). O benefício disso é
dade (ou a frequência) e a magnitude da vibração.
que, conforme os músculos são fatigados em uma série,
A maioria desses equipamentos tem placas de vi
bração que se movem para baixo e para cima e de um
lado para outro, enquanto os demais têm uma platafor
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ma instável de alta velocidade. A energia da vibração me
cânica (da placa) é transferida para o corpo, fazendo com
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o.o
O crescimento muscular - conhecido cientificamente zem o crescimento muscular. Esse capítulo ensina como
como hipertrofia muscular - envolve uma integração com organizar sessões de treino durante a semana, com base
plexa de múltiplos fatores, dos quais, muitos são desen na sua experiência e no tempo disponível; traz orienta
cadeados pelo estresse mecânico e metabólico aplicado ções para a elaboração de sessões efetivas para o ganho
nas fibras musculares por meio do treinamento de força. de massa muscular; e apresenta divisões de treino em
O estresse mecânico resulta da sobrecarga que é resis exercícios para cada grande grupo muscular, a fim de pro
tida pelas fibras musculares durante a sua contração, o mover a maior hipertrofia de cada um deles.
que provoca dano muscular e uma sequência de ações O Capítulo 6 introduz o leitor às mais avançadas es
bioquímicas que levam ao crescimento individual dessas tratégias de treino que podem ser adicionadas aos funda
fibras. Já o estresse metabólico resulta da demanda ener mentos apresentados no Capítulo 5. Elas são elaboradas
gética no músculo, originada para sustentar a sua con a fim de exacerbar os estresses mecânico e metabólico
tração. Esse tipo de estresse desencadeia cascatas bio aplicados nas fibras musculares para que o crescimen
químicas que influenciam o crescimento das fibras por to muscular ocorra. Essas estratégias são fundamentais
meio de diversos mecanismos que acarretam o aumen para o praticante avançado, uma vez que suas fibras es
to da síntese de proteínas musculares. Embora os deta tão mais preparadas para suportar o estresse do treina
lhes de muitas dessas cascatas bioquímicas sejam bem mento de força.
estabelecidos, a forma como esses mecanismos traba Já o Capítulo 7 conclui esta seção com ciclos de
lham juntos para a promoção do crescimento muscular treinamento de longa duração preparados para indiví
ainda permanece desconhecida. No entanto, por meio de duos iniciantes, intermediários e avançados. Além dis
"tentativa e erro" e de investigações científicas, sabemos so, os ciclos de treino são elaborados para objetivos es
quais são as técnicas de treino e os programas (apresen pecíficos, como, por exemplo, enfatizar o crescimento
tados na Parte li) que mais influenciam os fatores respon de determinados grupos musculares. Se você é um pra
sáveis pelo crescimento muscular. ticante iniciante ou avançado e seu objetivo é ganhar
O Capítulo 5 aborda os aspectos básicos para a cria mais músculos, na Parte li encontrará tudo o que preci
ção de programas de treinamento de força que maximi- sa saber para atingi-lo.
Táticas para o aumento
de massa muscular
Independentemente de o objetivo ser a maximização da tas. Elas começam com a divisão mais fácil (treinamento
massa muscular ou da força, saber como elaborar um único) - ideal para iniciantes (com menos de seis meses
programa de treino individualizado, que mostre resul de treinamento de força consistente) -; progressivamen
tados, é fundamental. Técnicas avançadas de treino - te, o treino torna-se mais intenso conforme avançam as
como as descritas no Capítulo 6 - podem ajudar na ob rotinas divididas do tipo "puxa-empurra" e com dois trei
tenção de ganhos de massa muscular de forma rápida. nos - sugeridas para praticantes intermediários (com me
No entanto, primeiro é necessário entender como orga nos de um ano de treinamento de força consistente) -,
nizar um programa de treino básico. Este capítulo mostra terminando em rotinas divididas com cinco treinos, ou,
como unir um programa básico, porém altamente efetivo, ainda, dois treinos por dia - direcionadas a praticantes
com métodos de treino avançados, de acordo com o pro avançados (com mais de um ano de treinamento de força
gresso do praticante. consistente). A escolha da divisão correta dependerá prin
Se o principal objetivo for o ganho de massa muscu cipalmente da experiência de treino, mas também levará
lar, deve-se considerar diversos aspectos ao se elaborar em consideração os horários do praticante.
um programa de treinamento de força. As variáveis discu
tidas no Capítulo 2 devem ser consideradas, como a es
colha dos exercícios a serem feitos, a ordem em que se Treinamento ú n ico*
rão realizados, o número de séries que serão executadas,
o quão alto será a carga utilizada nesses exercícios, qual O treinamento único envolve sessões que trabalham to
o intervalo utilizado entre as séries e se as contrações dos os principais grupos musculares. Em outras palavras,
serão realizadas de forma rápida ou lenta. Deve-se tam todo o corpo é treinado em todas as sessões de treino.
bém considerar com que frequência cada grupo muscular Devido à necessidade de serem trabalhados os 11 prin
será treinado, como o treino será dividido e como perio cipais grupos musculares (peito, ombro, costas, quadrí
dizar (ou "ciclar") o treinamento para alcançar os resulta ceps, isquiotibiais, bíceps, tríceps, antebraço, trapézio,
dos ideais. panturrilha e abdominais) em cada sessão, o número de
exercícios e séries que pode ser realizado por grupo é mí
nimo. Isso permite que cada um deles seja treinado com
ROTINAS DIVIDIDAS mais frequência, uma vez que o músculo é submetido a
uma quantidade limitada de estresse por sessão de trei
A maior parte dos levantadores de peso divide seu trei no. A maior parte das sessões que envolvem o corpo in
namento em períodos semanais. Isso não é obrigatório; teiro normalmente usa 1 ou 2 exercícios por grupo mus
no entanto, parece ser a forma mais simples de dividir os cular, e o número total de séries por grupo não excede a
dias de treino, já que nosso calendário gira em torno de seis. Compare, então, essa rotina com as divisões em 4
semanas. Todas as outras atividades de nossa vida - es ou 5 treinos, que permitem a execução de 3 a 6 exercícios
cola, trabalho, programas de televisão e leitura - seguem por grupo muscular e um total de 12 a 30 séries por gru
uma organização semanal. Portanto, é coerente que a di po muscular. Quanto menor o número de séries aplicadas
visão do treinamento de força siga um período similar. ao grupo muscular, menor é o tempo de recuperação ne
A forma como ele é divido influencia a frequência com que cessário para que este seja novamente treinado.
se treina cada grupo muscular por semana, e a escolha
mais vantajosa dependerá de diversos fatores: experiên
cia, objetivos, horários e conveniência.
As sete divisões de treino apresentadas a seguir são
as mais comuns e efetivas para a maioria dos fisiculturis- • N. de R. T. : Treino para todo o corpo.
44 Jim Stoppani
Os treinamentos únicos permitem que cada grupo TABELA 5.1 Treinamento ú nico para i niciantes
muscular seja trabalhado cerca de três vezes por sema
na. Esse é o melhor tipo de treino para iniciantes, para
Exercício
Supino inclinado com ba rra
i1%411M·i+lii
3 8-10
aqueles que querem treinar cada grupo muscular com
mais frequência e para os interessados em perder gor Remada com ha lteres 3 8-10
dura corporal. É considerado a escolha mais indicada Meio desenvolvimento com ba rra 3 10-12
para iniciantes porque as adaptações iniciais ao treina Leg press 3 8-10
mento de força envolvem o sistema nervoso; ou seja, nos Tríceps na polia alta 3 8-10
primeiros meses de treino, os principais avanços são ob Rosca d i reta , em pé 3 10-12
servados nas unidades motoras (as fibras nervosas que Flexão pla nta r, em pé 3 12-15
Supra-abdominal 3
suprem as células musculares), o que permite que os
15-20
músculos se contraiam de forma mais eficiente e sejam
mais bem treinados devido à ênfase nas repetições. Isso
significa que a melhor maneira de os iniciantes treina TABELA 5.2 Tre i n amento ú ni co avançado
rem é com um alto número de repetições e com uma fre SEG U N DA-FEIRA
quência elevada, a fim de "programar" o sistema nervo
so. Deve-se usar os mesmos exercícios em cada sessão Exercício Séries Repetições
de treino para maximizar o efeito do aprendizado sobre Supino 4 8-10
o sistema nervoso. Puxada 4 8-10
O treinamento único é efetivo no desenvolvimento Elevação lateral 4 10-12
da massa muscular por duas razões. O primeiro benefí Agachamento 4 8-10
Rosca d i reta com barra
cio é conhecido como efeito "em escada".* Treinar cada
4 8-10
Rosca testa
grupo muscular todos os dias (ou cerca de três dias por
4 10-12
semana) permite a "soma" dos efeitos da sessão do trei
no atual aos da sessão do treino anterior. Quando se es Flexão planta r sentado 4 12-15
Abdom inais Elevação das pernas com 3 10-12 Panturrilhas Flexão planta r, sentad o 3 15-20
joelhos estend idos Flexão planta r, em pé 3 15-20
Abdom inal 3 15-20 Abdom inais Abdom inal na polia alta 3 10-12
Abdom inal invertido 3 15-20
Rotina d ivid ida em dois treinos em uma sessão para peito, costas, ombros, trapézio e ab
dominais e outra para quadríceps, isquiotibiais, panturri
A rotina dividida em dois treinos é muito similar à rotina lhas, bíceps e tríceps. Os benefícios dessa divisão de trei
dividida em membros superiores e inferiores. A diferença no são os mesmos da divisão em membros superiores e
é que alguns grupos musculares de membros superiores inferiores. Porém, a vantagem da rotina de dois treinos é
são treinados junto com as pernas (ver Tab. 5.4), porque o melhor equilíbrio entre o número de grupos muscula
os membros superiores são compostos por mais grupos res treinados em cada sessão. Pode-se usar essa rotina
musculares do que os inferiores. Muitos levantadores de para cada grupo muscular a fim de treinar tanto 2 quan
peso usam um modelo parecido com a rotina dividida em to 3 vezes por semana, dependendo da disponibilidade e
membros superiores e inferiores. No entanto, treinam bí da quantidade de tempo necessária para a recuperação
ceps e tríceps junto com as pernas, o que divide o treino muscular.
G ru po G ru po
muscular Exercício Séries Repetições muscular Exercício Séries Repetições
Quadríceps Agachamento no
SEXTA-FEIRA
3 6-10
multiforça Quadríceps Leg press 3 6-8
Extensão de joelhos 3 12-15 Passada à frente com 3 10-12
unilatera l ha lteres
Panturrilhas Flexão pla ntar donkey 3 15-20 Panturril has Flexão plantar, sentado 3 15-20
Flexão pla ntar, sentado 3 15-20 Flexão plantar no /eg 3 15-20
press
Bíceps Rosca d i reta com ba rra 3 8-10
Rosca concentrada na 2 10-12 Bíceps Rosca alternada com 3 8-10
polia baixa ha lteres
Rosca Scott 2 10-12
Tríceps Rosca testa, sentado 3 8-10
Tríceps na polia alta 2 10-12 Tríceps Mergulho 3 6-10
Rosca testa 2 8-10
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 47
Rotina d ivid ida em três treinos dias de intervalo entre as sessões. A maioria dos fisi
culturistas que usam esse sistema treina cada grupo
A rotina dividida em três treinos é bastante utilizada muscular 1 ou 2 vezes por semana. Quando os grupos
por fisiculturistas para separar os principais grupos musculares são treinados apenas uma vez por sema
musculares em três sessões de treino diferentes. Em na, a rotina é feita nas segundas, quartas e sextas-fei
bora não seja fundamental a forma como agrupá-los, é ras (Tab. 5.5). Embora os treinos não precisem ser rea
comum dividi-los do seguinte modo: uma sessão para lizados necessariamente nesses dias, é importante ter
pernas (quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas); uma um dia de intervalo entre as sessões. No entanto, se
com os movimentos de "empurrar" (peito, ombros e trí não houver disponibilidade, é correto treinar em 2 ou
ceps); e uma com os movimentos de "puxar" (costas e até 3 dias consecutivos. A rotina dividida em três trei
bíceps). Grupos musculares como os abdominais po nos é conveniente para fisiculturistas que treinam com
dem ser treinados na primeira e na terceira sessões alta intensidade ou alto volume, devido ao período de
(caso se esteja treinando cada grupo uma vez por se descanso proporcionado. Para aqueles interessados
mana) ou na segunda sessão (caso se esteja treinando em treinar cada grupo muscular duas vezes por sema
cada grupo muscular duas vezes por semana). Reali na, essa rotina pode ser feita nas segundas, terças e
zando-se essa divisão, é possível aumentar ainda mais quartas-feiras, sendo repetida nas quintas, sextas e sá
o volume normalmente usado nos dois exemplos ante bados. Um volume mais baixo deve ser utilizado para
riores de rotina dividida. O modelo de três treinos per a maioria dos grupos musculares quando trabalhados
mite que cada grupo muscular tenha entre três e sete com essa frequência.
G ru po G ru po
muscul a r Exercício Séries l',t �etiçies muscul a r Exercício Séries l',t �etiçies
QUARTA-FEIRA
Rotina d ivid ida em quatro treinos nos (ou auxiliares) como, por exemplo, peitorais com trí
ceps. O tríceps auxilia os músculos do peito (peitorais)
A rotina dividida em quatro treinos separa todos os maio em todos os exercícios de "empurrar", como o supino.
res grupos musculares do corpo em quatro diferentes dias A lógica por trás dessa técnica é que o treino de pei
de treino, o que permite trabalhar menos grupos muscu to também trabalha o tríceps. Com isso em mente, faz
lares em cada sessão. Dessa forma, pode-se aumentar o sentido continuar a sessão com outros exercícios es
volume e a intensidade das sessões. Esses dois fatores pecíficos para tríceps. O mesmo ocorre com a união de
são importantes para se conseguir um progresso contí costas, bíceps e antebraços, assim como quadríceps, is
nuo conforme a experiência de treino aumenta. A maio quiotibiais e panturrilhas. Seguindo esse raciocínio, tam
ria dessas rotinas costuma ser feita nas segundas, ter bém é possível unir peito com ombros e trapézio, pois os
ças, quintas e sextas-feiras, com dias de descanso nas músculos do ombro (deltóides) auxiliam o peito duran
quartas-feiras, sábados e domingos. Uma forma comum te os exercícios em que este é ativado. A regra mais im
de separar os grupos musculares é exercitando peito, trí portante de se lembrar é que os grandes grupos muscu
ceps e abdominais nas segundas-feiras; quadríceps, is lares são treinados antes dos grupos menores que os
quiotibiais e panturrilhas nas terças; ombro, trapézio e ab auxiliam. Isso porque, caso os grupos menores sejam
dominais nas quintas; e costas, bíceps e antebraços nas treinados primeiro, eles estarão cansados quando o gru
sextas (Tab. 5.6). po muscular maior for trabalhado, limitando os níveis de
A rotina dividida em quatro dias de treino une gru força dos exercícios direcionados a este grupo.
pos musculares grandes com grupos musculares peque-
TABELA 5.6 Rotina d ividida em quatro dias com grupos musculares sinergistas
SEGUNDA-FEIRA QUI NTA-FEIRA
G ru po G ru po
muscul a r Exercício Séries ��;,�tições muscul a r Ex�rcíci > Séries ��;,�tições
Quadríceps Agachamento no multi- 4 8-10 Costas Puxada pela frente com a 3 8-10
força pegada aberta
Passada à frente 3 8-10 Serrote 3 8-10
Extensão de joelhos 3 10-12 Remada com a barra T 3 8-10
Puxada com pegada 3 10-12
lsquiotibiais Flexão de joelhos, 3 10-12 supinada
deitado
Levantamento-terra 3 8-10 Bíceps Rosca d ireta com a barra 3 8-10
romeno w
Rosca concentrada com 3 10-12
Panturrilhas Flexão plantar, em pé 3 10-12 haltere
Flexão plantar, sentado 3 12-15 Rosca neutra alternada 3 8-10
Antebraços Rosca punho com hal- 3 10-12
teres 3 10-12
Rosca punho invertida
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 49
Obviamente, essa não é a única opção de união de ra, bíceps, tríceps, antebraço e abdominais (Tab. 5.7). As
grupos musculares. Outro ponto de vista sobre essa ques sessões das segundas e das sextas-feiras são as que me
tão é a separação dos grupos musculares que trabalham lhor exemplificam essa estratégia de treino. Trabalhar pei
de forma sinérgica, porque o grupo menor é frequente to e costas na mesma sessão permite exercitar dois mús
mente fatigado após o treino do grupo maior, o que limi culos que não fadigam um ao outro. O mesmo pode ser
ta a sua força e causa fadiga precoce durante a execução dito sobre o treino que une bíceps e tríceps. Cada grupo
dos exercícios específicos para os músculos menores, po muscular realiza um movimento oposto ao do outro grupo
dendo acarretar, como consequência, uma limitação do que está sendo trabalhado na sessão. O bíceps flexiona o
crescimento muscular. A proposta seria dividir os grupos, cotovelo enquanto o tríceps promove a extensão. Esse ar
separando-os em conjuntos que realizam funções anta tifício não apenas ajuda a prevenir a fadiga do segundo
gônicas. Por exemplo, na segunda-feira, treina-se peito e grupo treinado, mas também pode aumentar a força mus
costas; na terça, ombros, trapézio e abdominais; na quin cular com a técnica conhecida como treino "agonista/an
ta, quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas; e na sexta-fei- tagonista" (ver Cap. 9).
... .. •..
TABELA 5.7 Rotina dividida em quatro dias com grupos musculares antagônicos
SEGUNDA-FEIRA QUI NTA-FEIRA
Ili
Peito
Exercício
Rotina d ivid ida em cinco treinos de costas na quarta; de ombro e trapézio na quinta; e de
braços (tríceps, bíceps e antebraços) na sexta. Abdomi
A rotina dividida em cinco treinos possibilita que mais nais podem ser feitos em qualquer dia, como, por exem
grupos musculares sejam treinados isoladamente, o que plo, na segunda ou na quinta-feira (ver Tab. 5.8). Tem-se,
permite priorizar um grande grupo por sessão. Com esse assim, dias de descanso no fim de semana, os quais são
tipo de rotina, pode-se aumentar radicalmente a inten uma questão de agenda. Quando se repousará não é o
sidade e o volume total do treino, pois cada grande gru aspecto mais importante, porque se pode descansar em
po muscular é trabalhado quando encontra-se recupera dois dias da semana. Isto é, se os treinos durante o fim
do e com o seu nível de força restabelecido. Um exemplo de semana não são um problema, então treine no sába
poderia ser o treino de peito na segunda-feira; de per do e no domingo, mas tire dois dias de descanso duran
nas (quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas) na terça; te a semana.
Dois treinos por dia pos musculares do corpo em 3 ou 4 dias. Assim, tem-se
3 ou 4 dias de descanso toda semana se cada grupo for
Exigente, a rotina de dois treinos por dia oferece diver treinado uma vez por semana. No entanto, se as respos
sas vantagens para os fisiculturistas mais avançados. tas forem melhores com um treino mais frequente, esse
Como o nome já diz, trata-se de um treinamento dividido método permite que se trabalhe cada grupo muscular até
em duas sessões no mesmo dia. Normalmente, a maio duas vezes por semana. Outra forma de utilizar o modelo
ria dos fisiculturistas que utilizam esse método trabalha com duas sessões de treino por dia é seguindo uma roti
um grupo muscular no início e outro no final do dia (ver na dividida em cinco treinos, que incorpora uma mudan
Tab. 5.9). O intervalo entre essas sessões é de, no míni ça não muito comum: exercitar o mesmo grupo muscu
mo, seis horas. Dependendo do objetivo, pode-se treinar lar duas vezes por dia. De acordo com as pesquisas, essa
com maior frequência ou conseguir mais dias de descan pode ser uma forma benéfica de treino. Para maiores de
so. Com essa rotina, é possível exercitar os principais gru- talhes sobre esse método, veja o Capítulo 6.
vem o movimento de apenas uma articulação e isolam No entanto, existe alguma controvérsia sobre o volume
melhor o grupo de interesse. Essa sugestão deve-se ao ideal - ou a quantidade total de séries - a ser utilizado
fato de os exercícios multiarticulares terem o auxílio de para otimizar o ganho de massa muscular. Um dos moti
outros grupos musculares para a execução do movimen vos pode ser o fato de não existir um número ideal de sé
to. O grupo alvo do exercício é considerado o motor pri ries para o aumento da massa. Normalmente, iniciantes
mário, enquanto os grupos auxiliares são considerados devem começar com poucas séries e aumentar esse nú
músculos sinergistas. Por exemplo, no supino, um exercí mero conforme adquire experiência de treino. Entretanto,
cio multiarticular para o peito, os peitorais são os motores se considerarmos fisiculturistas experientes, existe pouco
primários, enquanto os músculos do ombro, o tríceps e os consenso sobre qual é o volume mais adequado. Alguns
dorsais são os sinergistas. Como os exercícios multiarti treinam com um volume muito baixo (de 6 a 10 séries por
culares envolvem a sinergia de diversos grupos muscula grupo muscular), enquanto outros usam um volume extre
res, é possível levantar cargas mais elevadas durante sua mamente alto (de 20 a 30 séries por grupo) - como fazia
execução. Aconselha-se realizar primeiro os exercícios em Arnold Schwarzenegger, o fisiculturista mais famoso de to
que se consegue levantar mais carga, pois todos os mús dos os tempos. Um pequeno conselho para os praticantes
culos usados estarão descansados e, dessa forma, po experientes é "ciclar" o volume de treino com períodos
derão ajudar a levantar a maior quantidade de peso de que envolvam desde volumes baixos até volumes altos.
que se é capaz. Usar cargas mais altas promove maior Isso dependerá da intensidade do treino, assim como da
sobrecarga no músculo de interesse, o que pode levar a sua frequência.
uma maior hipertrofia ao longo do tempo. Por isso, é uma Lembre-se de que essas são normas gerais para a
boa ideia inverter essa regra ocasionalmente e utilizar a construção de uma base sólida para o programa de trei
técnica de treino conhecida como pré-exaustão, em que no. Muitos dos métodos abordados no Capítulo 6 contra
se executam os exercícios monoarticulares de um grupo dizem essas normas, por serem utilizados por pratican
muscular no início da sessão e os exercícios multiarticula tes com experiência de treino entre moderada e alta. Para
res, no final. Para mais informações sobre a pré-exaustão, praticantes experientes, a mudança periódica do que se
sobre o porquê ela funciona e sobre programas que a uti realiza normalmente permite um melhor crescimento
lizam, veja o Capítulo 6. muscular devido à alteração abrupta no programa de trei
Para ganhos na força, especialistas concordam namento.
que um menor número de séries tende a ser o melhor.
FIGURA 5.1 M úsculo peitoral: (a) a parte superior é exercitada no supino inclinado; (b) a média, no supino horizontal; e (c) a
inferior, no supino declinado.
111111
TABELA 5.10 Recomendações para o trei no de peito com base em roti nas d ivididas
N ú mero
Roti n a dividida de exercícios Ordem dos exercícios
Membros superiores 2 Escolha um exercício no banco horizontal e outro no banco inclina- 6-8
e i nferiores ou dois do em cada sessão de treino.
treinos Primeiro: Um exercício de empurrar*
Segu ndo: Um exercício do tipo crucifixo
Alterne o exercício de empu rrar com o do tipo crucifixo, no banco
incli nado, em cada sessão de treino.
Execute um exercício declinado ou no crossover uma vez por
semana, no m ínimo.
Om bros mente de acordo com o exercício (ver Fig. 5.2). Por isso, é
importante estruturar as sessões de treino para o ombro
Os músculos dos ombros são os deltoides, encontrados com movimentos multiarticulares básicos (como o meio
no topo do braço. O deltoide é composto por três cabeças desenvolvimento), que trabalhem as três cabeças, assim
que se originam em diferentes pontos da cintura escapu como com exercícios auxiliares (como a elevação frontal
lar e que convergem para um tendão comum, inserido no para a cabeça anterior, a elevação lateral ou a remada
úmero (osso do braço). Essas cabeças são denominadas vertical para a cabeça média, e o crucifixo invertido para
anterior (parte clavicular); média (parte acromial); e pos a cabeça posterior) (ver Cap. 15 para descrições detalha
terior (parte espinal).* Embora trabalhem juntas para er das de todos os exercícios para o ombro). Observe, na Ta
guer o braço no nível da articulação do ombro, como na bela 5.11, normas para a elaboração de uma sessão de
elevação lateral, cada uma delas é estressada diferente- treino para o ombro com base em rotinas divididas.
FIGURA 5.2 M úsculo deltoide: (a) a cabeça anterior é trabalhada na elevação frontal; (b) a cabeça média, na elevação lateral;
e c) a cabeça posterior, no crucifixo invertido.
1111
TABELA 5.11 Recomendações para o trein o de ombro com base em roti nas d ivididas
N ú mero
Roti n a dividida de exercícios Ordem dos exercícios .
Treinamento ú n ico 1 Alterne exercícios de empu rrar e de isolamento em cada sessão de 3-6
treino.
Alterne period icamente os exercícios de empu rrar, executando-os com
barra* ou halteres.
Alterne period icamente entre remadas verticais e elevações laterais.
Tente executar um exercício auxiliar para a parte posterior do deltoide
uma vez por mês, no mínimo.
Membros superiores 2 Escolha um exercício de empu rrar e um auxi liar em cada sessão de 6-8
e i nferiores ou treino.
dois trei nos Pri meiro: Um exercício de empu rrar*
Segu ndo: Um exercício auxi liar
Alterne, em cada sessão de treino, os exercícios de empurrar entre
aq ueles realizados com barra* e aq ueles executados com halteres.
Alterne period icamente exercícios auxi liares por meio do revezamento
com elevações laterais, elevações frontais, remadas verticais e crucifi-
xos invertidos.
Dois treinos por dia 4 Pri meiro: Um exercício de empu rrar* 8-16
Segu ndo: Uma elevação lateral ou uma remada vertical
Terceiro: Uma elevação frontal
Quarto: Um crucifixo invertido
Alterne, em cada sessão de treino, os exercícios de empurrar entre
aq ueles realizados com barra* e aq ueles executados com halteres.
Alterne exercícios de remada vertical e elevação lateral em cada sessão
de treino.
FIGURA 5.3 Musculatura das costas: (a) as partes superior e externa dos dorsais são trabalhadas na puxada, e (b) as partes
inferior e média são trabalhadas na remada (curvada) com barra.
TABELA 5.12 Recomendações para o treino das costas com base em rotinas divididas
Roti n a dividida
Treinamento único
N ú mero d e
exercícios
1
Ordem dos exercícios
Membros superiores 2 Escolha uma puxada e uma remada em cada sessão de treino (alterne 6-8
e inferiores ou dois a ordem de execução todas as semanas).
trei nos Ocasionalmente, substitua a puxada pela extensão de ombro na polia
alta ou pelo pullover.
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.
Três treinos 3 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 6-12
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
O terceiro exercício pode ser uma extensão de ombro na polia alta ou
u m pullover.
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.
Quatro trei nos 4 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 8-16
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
Terceiro: Uma puxada ou uma remada (alterne a ordem de execução
todas as semanas)
Quarto: Uma extensão de ombro na polia alta ou um pullover
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.
Cinco treinos 4-5 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 10-20
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
Terceiro: Uma puxada ou uma remada (alterne a ordem de execução
todas as semanas)
Quarto: Uma extensão de ombro na polia alta ou um pullover
Quinto: Um exercício para a região lom bar
Dois trei nos por dia 4 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 8-16
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
Terceiro: Uma puxada ou uma remada (alterne a ordem de execução
todas as semanas)
Quarto: Uma extensão de ombro na polia alta ou um pullover
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.
60 Jim Stoppani
Trapézio
a
O trapézio é um grande músculo em forma de diamante,
localizado na parte superior das costas. Tem uma porção
superior (parte descendente), uma porção média (parte
transversa) e uma porção inferior (parte descendente),
cada uma delas com funções específicas (ver Fig. 5.4). b
A porção superior eleva e rota as escápulas para cima
quando se encolhe os ombros (como nos encolhimentos);
a média aproxima as escápulas (como na remada alta na
polia alta); e a inferior rota as escápulas para baixo (como
quando se eleva uma barra acima da cabeça em um "ar
ranco"). O treino de trapézio pode ser unido com o treino
de ombro ou costas. A maioria dos fisiculturistas exercita
o trapézio após trabalhar ombro, porque seu interesse é o
desenvolvimento da porção superior do trapézio, que está
envolvida na maior parte dos exercícios para o deltoide.
Assim, esse grupo muscular estará suficientemente aque
cido depois do treinamento de ombro. No entanto, por ser
considerado um músculo das costas e auxiliar na maioria
dos exercícios para essa região, o trapézio costuma ser
treinado com as costas. Muitos praticantes escolhem um
ou dois exercícios para trapézio em uma sessão de treino
e executam entre 3 e 8 séries. Se forem realizados exercí
cios para o trapézio utilizando barra e halteres na mesma
sessão, o exercício com barra deve ser executado primei
ro (ver Cap. 17 para uma descrição detalhada dos exercí
cios para o trapézio).
FIGURA 5.4 Músculo trapézio: (a) a porção superior é trabalhada no encolhimento de ombros com barra; (b) a porção média,
na remada alta na polia alta; e (c) a porção inferior, na elevação frontal em decúbito ventral.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 61
FIGURA 5.5 Tríceps: (a) a cabeça longa do tríceps é trabalhada no tríceps francês; (b) a cabeça lateral, no "coice" com halteres;
e (c) a cabeça medial, no tríceps na polia alta com pegada supinada.
Os exercícios auxiliares escolhidos devem trabalhar zão, os exercícios executados com os braços acima da
as três cabeças do tríceps. Enquanto não for possível fa cabeça, como o tríceps francês (com halteres, barra ou
zer isso em todas as sessões de treino, dependendo da cabo), causam maior estresse na cabeça longa do tríceps,
rotina dividida, pode-se alternar a seleção de exercícios e aqueles nos quais os braços ficam na frente do corpo,
de uma sessão para outra, visando a ênfase nas diferen como o tríceps testa (com halteres, barra ou cabo) tam
tes cabeças. bém trabalham a cabeça longa em algum grau. Os exercí
Embora todos os exercícios para tríceps trabalhem cios em que os braços ficam posicionados ao lado do cor
as três cabeças em certo grau, alguns são melhores do po com pegada neutra· ou pronada - como no tríceps na
que outros devido à biomecânica envolvida. Como a ca polia alta e no "coice" - trabalham a cabeça lateral do trí
beça longa do tríceps se insere na escápula, ela é mais ceps. Os mesmos exercícios feitos com a pegada supina
intensamente contraída nos exercícios em que os braços da parecem estressar a cabeça medial (ver Cap. 18 para
são colocados acima da cabeça ou na frente do corpo. uma descrição detalhada de todos os exercícios de uma
Isso acontece porque, dessa forma, a cabeça é alongada sessão de treino para tríceps). Observe, na Tabela 5.13,
- músculos produzem uma contração mais intensa quan as normas básicas para a elaboração de uma sessão de
do alongados até a posição mais distendida. Por essa ra- treino para tríceps, com base em rotinas divididas.
TABELA 5.13 Recomendações para o treino de tríceps com base em rotinas divididas
Roti na d ividida
Treinamento único
N ú mero de
exercícios
1
Ordem dos exercícios
Membros superiores 2 Escolha um exercício complexo e um exercício auxiliar em cada sessão 4-8
e inferiores ou de treino.
dois treinos Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e
mergul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Um exercício auxil iar (alterne os exercícios auxiliares a fim de
enfatizar todas as três cabeças do tríceps)
Três treinos 3 Escolha um exercício complexo e dois exercícios auxil iares em cada 6-12
sessão de trei no.
Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e
mergul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Tríceps francês ou tríceps testa (alterne esses exercícios em
cada sessão)
Terceiro: Um exercício com os braços ao lado do corpo (alterne as
pegadas pronada, neutra e supinada nas diferentes sessões de treino)
Quatro treinos 3-4 Escolha um exercício complexo e dois ou três exercícios auxil iares em 6-16
cada sessão de trei no.
Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e
mergul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Tríceps francês ou tríceps testa (alterne esses exercícios em
cada sessão de trei no)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, um tríceps
francês ou tríceps testa (caso o segundo exercício seja o tríceps
francês, o terceiro deve ser o tríceps testa, e vice-versa); se você
estiver fazendo apenas três exercícios, o terceiro exercício deve ser o
tríceps na polia alta
Quarto: Um exercício com os braços ao lado do corpo (alterne as pegadas
pronada, neutra e supinada nas d iferentes sessões de treino)
(Continua)
TABELA 5.13 Recomendações para o treino do tríceps com base em rotinas divididas (continuação)
N ú mero de
Roti n a d ividida
Cinco treinos
exercícios
3-4
Ordem dos exercícios
Dois treinos por dia 3-4 Escolha um exercício complexo e dois ou três exercícios auxiliares em 6-16
cada sessão de treino.
Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e mer
gul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Tríceps francês ou tríceps testa (alterne esses exercícios em
cada sessão de treino)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, um trí
ceps francês ou tríceps testa (caso o segundo exercício seja o tríceps
francês, o terceiro deve ser o tríceps testa, e vice-versa); se você
estiver fazendo apenas três exercícios, o terceiro exercício deve ser o
tríceps na polia alta
Quarto: Um exercício com os braços ao lado do corpo (alterne as pega
das pronada, neutra e supinada nas diferentes sessões de treino)
Bíceps costas. Por essa razão, a maior parte dos exercícios para
o bíceps são monoarticulares ou auxiliares. No entan
O bíceps é formado por duas cabeças musculares que to, os exercícios escolhidos devem estressar as cabeças
percorrem a parte anterior do braço, denominadas bíceps longa e curta, assim como o braquial, que ajuda o bíceps
braquial (ver Fig. 5.6): a cabeça longa (cabeça externa) e a parecer maior (sobretudo a parte inferior) quando de
a cabeça curta (cabeça interna). A maior diferença entre senvolvido adequadamente (ver Cap. 19 para uma des
elas é o local de inserção na escápula; o tendão da ca crição detalhada de todos os exercícios para o bíceps).
beça longa se insere mais atrás da escápula do que o da A Tabela 5.14 apresenta as normas básicas para a ela
cabeça curta. Por isso, são chamadas longa e curta. Am boração de uma sessão de treino para o bíceps com
bas convergem para um tendão próximo ao cotovelo, que base em rotinas divididas. A maioria dos exercícios de
se insere no rádio para realizar a flexão do cotovelo quan uma sessão deve ter uma pegada supinada, como a ros
do os músculos se contraem, por exemplo, em uma ros ca direta com barra, a rosca direta com halteres e a ros
ca com halteres. ca Scott. Nas roscas com barra, é aconselhável mudar
Para realizar esse movimento, o bíceps braquial re periodicamente as pegadas, a fim de estressar as ca
cebe a ajuda de músculos auxiliares, como o braquial, beças do bíceps de diferentes maneiras. A execução do
que fica sob o bíceps, começa no úmero (osso do braço) exercício com a pegada mais fechada (largura do quadril
e se insere na ulna. Seu volume é menor do que o do bí ou menor) aplica maior estresse na cabeça longa - par
ceps e fornece grande auxílio durante os primeiros 30º te responsável pelo pico observado quando um fisicultu
de flexão do cotovelo. O braquial também é muito envol rista flexiona o cotovelo. Deve também ser considerada
vido na pegada pronada. O braquiorradial, embora con a alternância na utilização das barras retas e "W". Esta
siderado um músculo do antebraço, também auxilia no última posiciona as mãos entre a pegada supinada e a
início da flexão do cotovelo, sendo muito utilizado duran neutra, dando maior ênfase à cabeça longa. Por essa ra
te a pegada neutra, por exemplo, na rosca com pegada zão, a execução da rosca neutra (usando uma pegada
neutra. neutra) com halteres ou com uma corda enfatiza essa
Com exceção das flexões na barra com pegada su região do bíceps, bem como os músculos braquial e bra
pinada, não existem exercícios complexos para o bíceps. quiorradial (músculo da parte externa do antebraço). Ou
Ainda assim, esse é considerado um exercício para as tro exercício que trabalha o braquial, o braquiorradial e,
64 Jim Stoppani
FIGURA 5.6 Bíceps: (a) a cabeça longa é trabalhada com a barra "W"; (b) a cabeça curta, na rosca Scott; e (c) o braquial, loca
lizado sob o bíceps, na rosca invertida.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 65
Roti n a dividida
Treinamento único
..
TABELA 5.14 Recomendações para o treino de bíceps com base em rotinas divididas
1
• Ordem dos exercícios
A maior parte dos exercícios escolhidos deve ser roscas básicas supina
das.
Altere periodicamente o tipo de rosca a fim de trabalhar cada cabeça do
..
2-4
Membros superiores 2 Primeiro: Uma " rosca" básica supinada (alterne em todas as sessões de 4-8
e inferiores ou dois treino para d iversificar)
treinos Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Period icamente, troque o segundo exercício por um exercício para o
braq uial.
Três treinos 3 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-12
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Um exercício para braquial
Quatro treinos 3-4 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-16
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, faça um
exercício q ue trabalhe a cabeça longa ou a curta (oposto ao que o
segundo exercício enfatizou); se estiver fazendo apenas três exercícios,
o terceiro deve trabalhar o m úsculo braquial
Quarto: Um exercício para braq uial
Cinco treinos 3-4 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-16
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, faça um
exercício q ue trabalhe a cabeça longa ou a curta (oposto ao que o
segundo exercício enfatizou); se estiver fazendo apenas três exercícios,
o terceiro deve trabalhar o m úsculo braquial
Quarto: Um exercício para braq uial
Dois treinos por dia 3-4 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-16
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, faça um
exercício q ue trabalhe a cabeça longa ou a curta (oposto ao que o
segundo exercício enfatizou); se estiver fazendo apenas três exercícios,
o terceiro deve trabalhar o m úsculo braquial
Quarto: Um exercício para braq uial
maioria dos exercícios para bíceps, é sensato treinar o an sessão é uma forma inteligente de transição de treino de
tebraço após treinar o bíceps. Executar a rosca direta com bíceps para o de antebraço. Esses exercícios envolvem o
pegada neutra e a rosca com pegada invertida no final da braquial e o bíceps, além do braquiorradial.
66 Jim Stoppani
Antebraço
O antebraço é composto pelos músculos que constituem
toda a parte inferior do braço. Apesar de não ser necessá
rio se familiarizar com todos os diferentes músculos des
sa região (Fig. 5.7), deve-se reconhecer a diferença entre
os flexores e os extensores do punho. O flexor é compos
to pelos músculos do antebraço que fazem a flexão do
punho - o movimento da palma para a parte anterior do
antebraço, por exemplo, durante a rosca punho. Os exten
sores, por sua vez, estão envolvidos na execução da ex
tensão do punho - o movimento do dorso da mão para a
parte posterior do antebraço, por exemplo, ao se girar o
acelerador de uma motocicleta. Sugere-se treinar os an
tebraços depois do bíceps, por se envolverem fortemente
nos exercícios para bíceps. Com frequência, a escolha de
uma rosca punho (flexão) e de uma rosca punho invertida
(extensão) é suficiente para o trabalho dos músculos do
antebraço, sobretudo se forem realizadas a rosca inverti
da ou a rosca neutra. Se a força da pegada* for um fator
limitante nos exercícios para costas e bíceps, um exercí
cio específico para pegada pode ser incluído. Tal exercício
deve ser feito antes da rosca punho e da rosca punho in
vertida (ver Cap. 20 para uma lista completa e descrição
FIGURA 5.7 M úsculos do antebraço: (a) os músculos flexores são trabalhados na rosca punho, e (b) os extensores, na rosca
punho invertida.
Roti n a dividida
Treinamento único
..
TABELA 5.15 Recomendações para o treino de antebraço com base em rotinas divididas
1
• Ordem dos exercícios
Membros superiores 1 Alterne os exercícios de rosca punho e rosca punho invertida em cada 2-4
e inferiores ou dois sessão de treino.
treinos
Três treinos 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.
Quatro treinos 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.
Cinco trei nos 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.
Dois treinos por dia 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.
detalhada de todos os exercícios para o antebraço). Quan volve na flexão do quadril, como quando se eleva a per
do se fizer um treinamento único, uma rotina dividida em na.* Embora todos os quatro músculos trabalhem juntos
membros superiores e inferiores ou uma rotina dividida para estabilizar o joelho, certos exercícios são melho
em dois treinos, deve-se considerar a ausência de um tra res para enfatizar partes específicas do quadríceps. Por
balho específico para o antebraço, com base no fato de exemplo, a execução da extensão de joelho enfatiza o
os músculos dessa região serem utilizados nos exercícios trabalho do reto femoral. Porém, ao se executar a exten
para costas e bíceps. Normas básicas para a elaboração são com os dedos dos pés voltados para dentro, promo
de uma sessão de treino para o antebraço com base em ve-se maior estresse na parte externa (vasto lateral); e,
rotinas divididas podem ser observadas na Tabela 5.15. executando-se a extensão com os dedos voltados para
fora, enfatiza-se mais a parte interna (vasto medial).
O leg press trabalha os quatro músculos, mas algumas
Quadríceps pesquisas mostram que existe ênfase no vasto medial.
Já o agachamento no rack tende a enfatizar mais a par
O quadríceps é formado pelos quatro músculos que com te externa do quadríceps (vasto lateral). O agachamen
põem a parte anterior da coxa, os quais se originam em to e a passada à frente, no entanto, trabalham os quatro
pontos diferentes da coxa e do quadril. São eles: o vas músculos na mesma proporção, junto com os adutores
to lateral, o vasto medial, o vasto intermédio e o reto fe da perna, os isquiotibiais, o glúteo máximo, entre outros
moral. Todos convergem para um tendão comum, a fim músculos (ver Cap. 21 para uma descrição detalhada de
de realizar a extensão do joelho, como quando se chuta todos os exercícios para quadríceps).
uma bola (ver Fig. 5.8). Devido ao fato de o reto femoral Para maximizar o tamanho muscular, a sessão
originar-se no osso do quadril, e não no fêmur (osso da de treino para quadríceps deve ser iniciada com um ou
coxa), como os outros três músculos, ele também se en- dois exercícios de agachamento (com barra, multiforça
ou halteres) ou /eg press , dependendo do tipo de rotina mo (poderosos extensores do quadril). Devido ao fato
dividida escolhida. Esses são exercícios complexos que de trabalharem juntos na execução do exercício, esses
envolvem a extensão do quadril e do joelho; por isso, grandes grupos musculares produzem muita força. Por
também são utilizados os isquiotibiais e o glúteo máxi- isso, os exercícios devem ser feitos no início da sessão
d -----+
b -----tt
FIGURA 5.8 Músculo quadríceps: (a) o vasto medial é trabalhado no /eg press; (b) o vasto lateral, no agachamento no rack; (c)
o vasto intermédio, localizado sob o reto femoral, no agachamento; e (d) o reto femoral, na extensão de joelhos.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 69
de treino. Esses músculos devem ser trabalhados quan Isso se deve ao ângulo articular na posição sentada do
do estão descansados para que uma quantidade maior dispositivo, que mantém os quadris flexionados em 90º
de peso possa ser usada, possibilitando mais estímulo quando as pernas estão totalmente estendidas. Como os
para o crescimento muscular. isquiotibiais e o glúteo máximo estão envolvidos na exten
No /eg press e no agachamento, deve-se alterar ro são do quadril durante movimentos complexos das per
tineiramente a posição dos pés, a fim de mudar um pou nas, o seu empenho fica minimizado no /eg press.
co as fibras musculares utilizadas durante o exercício. É importante incluir alguma forma de passada ou
Embora os agachamentos trabalhem os quatro músculos step para treinar as pernas unilateralmente. Por serem
do quadríceps da mesma maneira, uma pequena ênfa movimentos complexos executados com uma perna de
se pode ser dada a certos músculos ao se alterar o afas cada vez, esses exercícios exigem muita estabilização, ge
tamento dos pés. Por exemplo, o agachamento feito com rada por grupos musculares grandes e pequenos. Isso sig
os pés próximos dá um pequeno enfoque à parte exter nifica que a maior parte dos músculos das pernas, incluin
na do quadríceps, se comparado ao agachamento com o do o quadríceps, os isquiotibiais, os glúteos, os adutores
afastamento dos pés na largura do ombro. Porém, quan e os abdutores, são utilizados. Além de ajudar no desen
do executado com um afastamento dos pés maior do que volvimento muscular, o step ou a passada incrementam a
a largura dos ombros, é dada mais ênfase à parte inter força funcional, que pode ser transferida para outros exer
na do quadríceps e aos adutores. Entretanto, um estudo cícios, como o agachamento.
observou pouca diferença na utilização dos vastos (me O único tipo de exercício auxiliar para o quadríceps
dial e lateral) em diferentes afastamentos dos pés (Pao são as extensões de joelho, em que o único movimento
li, A., et ai., 2009). O agachamento no multiforça ou no que ocorre é a extensão do joelho. Isso acarreta um ótimo
rack permite mudar tanto o afastamento dos pés quanto estresse no músculo reto femoral, embora seja possível
o posicionamento à frente em relação aos quadris. Nes provocar maior envolvimento do vasto lateral ou do vasto
ses exercícios, são aplicadas as mesmas regras a respei medial alterando-se o posicionamento dos pés, como des
to do afastamento dos pés. É também possível diminuir a crito anteriormente. É aconselhável fazer extensões de
ênfase no quadríceps e aumentá-la nos isquiotibiais e no joelho no final da sessão de treino para quadríceps, após
glúteo máximo, afastando mais os pés do quadril. Assim, os exercícios complexos e exigentes terem sido executa
quanto mais à frente dos quadris os pés forem posiciona dos. No entanto, alguns fisiculturistas preferem aquecer o
dos, maior a ênfase nos isquiotibiais e no glúteo máximo quadríceps antes de fazer os exercícios mais complexos,
e menor a ênfase no quadríceps. executando várias séries leves de extensão de joelho. Nor
O leg press, por outro lado, reduz a quantidade de mas básicas para a elaboração de uma sessão de treino
estresse nos isquiotibiais e no glúteo máximo e a maxi para o quadríceps com base em rotinas divididas podem
miza no quadríceps, enfatizando o músculo vasto medial. ser observadas na Tabela 5.16.
Roti n a dividida
Treinamento
único
..
TABELA 5.16 Recomendações para o treino do quadríceps com base em rotinas divididas
1
• Ordem dos exercícios
Membros superio- 2 Escolha um exercício complexo (como agachamento, /eg press, agachamento no 6-8
res e inferiores m ultiforça, passada à frente ou step) e um exercício de extensão de joelhos
ou dois treinos em cada sessão de trei no.
Primei ro: Um exercício complexo (alterne exercícios d iferentes em cada sessão
de treino)
Segundo: Um exercício auxiliar
Três treinos 3 Escolha dois exercícios complexos e um exercício de extensão de joelhos em 9-12
cada sessão de treino.
Primei ro: Um agachamento
Segundo: Um /eg press, um agachamento no multiforça, uma passada à frente
ou um step
Terceiro: Uma extensão de joel hos
(Conti nua)
70 Jim Stoppani
TABELA 5.16 Recomendações para o treino do quadríceps com base em rotinas divididas (continuação)
Rotina d ividida
Quatro treinos
..
4
• Ordem dos exercícios
Escolha três exercícios complexos e um exercício de extensão de joelhos em
cada sessão de treino.
Primeiro: Um agachamento
..
12-16
lsq u ioti biais e gl úteo máxi mo lho e da extensão do quadril, exercícios específicos en
fatizam melhor cada um deles. O levantamento-terra
Os isquiotibiais são os músculos da parte de trás da coxa. romeno ativa todos os isquiotibiais em conjunto com
São compostos pelo bíceps femoral, pelo semitendíneo e os glúteos, devido à extensão do quadril que ocorre no
pelo semimembranáceo. O glúteo máximo, também conhe exercício. O bíceps femoral é mais enfatizado na flexão de
cido como glúteo, é o músculo das nádegas. Ele está en joelhos, tanto na posição deitada como em pé. O semiten
volvido na extensão das pernas para trás (como quando díneo e o semimembranáceo, por sua vez, são mais tra
ficamos em pé, a partir da posição sentada) e na hiperex balhados na flexão de joelhos na posição sentada. Por
tensão. Os isquiotibiais não fazem apenas a flexão do joe essa razão, uma sessão de treino completa para isquio
lho, mas também trabalham em conjunto com os glúteos tibiais deve incluir um exercício que envolva a exten
para estender as pernas ao nível do quadril (ver Fig. 5.9). são do quadril (como o levantamento-terra romeno) e
Embora exercícios complexos como o agachamento, a flexão do joelho (ver Cap. 22 para uma lista comple
o agachamento no rack, a passada à frente e o step sejam ta e descrição detalhada de todos os exercícios para
normalmente indicados para os quadríceps, eles também isquiotibiais). Ao fazer um treinamento único, pode
envolvem os glúteos e os isquiotibiais. Por essa razão, a se deixar de fazer exercícios específicos para a região,
maior parte dos fisiculturistas faz menos exercícios para pois os complexos para quadríceps também estressam
isquiotibiais do que para quadríceps, a fim de prevenir o fortemente os isquiotibiais e os glúteos. Recomenda
overtraining desses músculos. ções básicas para a elaboração de uma sessão de trei
Mesmo que os isquiotibiais sejam três músculos no com base em rotinas divididas podem ser observa
que trabalham juntos na realização da flexão do joe- das na Tabela 5.17.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppan i 71
FIGURA 5.9 Os isquioti biais e os gl úteos: (a) o bíceps femora l é enfatizado na flexão de joel hos, na posição deitada (decú bito
frontal); (b) o semitend íneo e o semimem bra náceo, na flexão de joel hos, na posição sentada; e (c) os glúteos, no leva nta mento
-terra romeno.
TABELA 5.17 Recomendações para o treino dos isquiotibiais e dos glúteos com base em rotinas divididas
Roti na d ividida
Treinamento ú n ico
Ili
1
• Ordem d os exercícios
sessão d e treino.
Três trei nos 2 Pri m e i ro: U m exercício d e extensão d o quad ril 4-8
Segu ndo: Um exercício de flexão d e joelhos
M ude period ica mente o tipo de exe rcício d e extensão d o quad ril e de
flexão de joelhos.
(Conti nua)
72 Jim Stoppani
..
TABELA 5.17 Recomendações para o treino dos isquiotibiais e dos glúteos com base em rotinas divididas (continuação)
Dois treinos por d ia 2-3 Pri m eiro: U m exercício de extensão do quadril 4-12
Segu ndo: U m exe rcício de flexão de joelhos (fazendo 2 ou 3 exercícios)
Terceiro: Outro exercício com flexão de joelhos
Mude period ica m ente o tipo de exercício d e extensão do quadril e de
flexão de joel hos.
Pa ntu rri lha beça para baixo) e o sóleo (localizado sob o gastrocnê
mio) (Fig. 5.10). Ambos fazem a extensão do tornozelo,
A panturrilha é formada por dois músculos da perna: o por exemplo, quando se fica na ponta dos pés.
gastrocnêmio (músculo em formato de um coração de ca-
FIGURA 5.10 M úscu los da panturri lha: (a) o gastrocnêmio é exercitado na flexão planta r, em pé, e (b) o sóleo, na flexão planta r,
sentado.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 73
Certos exercícios são melhores do que outros para nam as pernas duas vezes por semana; isso porque a
o trabalho dos músculos da panturrilha (ver Cap. 23 para panturrilha (sobretudo o sóleo) é formada por uma por
uma descrição detalhada de todos os exercícios específi centagem alta de fibras musculares de contração len
cos para a região). A flexão plantar em pé, ou qualquer fle ta, que são muito resistentes à fadiga e recuperam-se
xão plantar em que o joelho esteja totalmente estendido, mais rápido do que as fibras de contração rápida. Essa
concentra o estresse no gastrocnêmio. O sóleo, por sua também é a razão pela qual muitos fisiculturistas trei
vez, é enfatizado com a flexão plantar na posição sentada nam a panturrilha com um número muito alto de repeti
ou em qualquer flexão plantar executada com o joelho fle ções (de 20 a 30 por série). No entanto, a melhor forma
tido em cerca de 90º . de exercitá-la é com um programa de treinamento perio
A melhor forma de treinar a panturrilha é incluin dizado que "cicla" o número de repetições executadas.
do um ou dois exercícios para o gastrocnêmio e um que Normas básicas para a elaboração de uma sessão de
enfatize o sóleo. A maior parte dos fisiculturistas a tra treino para a panturrilha com base em rotinas divididas
balha depois da coxa. Alguns incluem uma segunda ou podem ser observadas na Tabela 5.18.
terceira sessão de treino para a região quando não trei-
TABELA 5.18 Recomendações para o treino de panturrilha com base em rotinas divididas
Roti n a dividida
Treinamento único
Membros superio-
-(i.
1
2
Ordem dos exercícios
Três treinos 2 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-10
exercício)
Segundo: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício
primei ro)
Quatro trei nos 2-3 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-12
exercício)
Segundo: Se você estiver fazendo apenas dois exercícios, faça um exercício
para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício primeiro); se estiver fazendo
três exercícios, o segundo pode ser um exercício para o gastrocnêm io
Tercei ro: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício pri-
meiro ou como segu ndo)
Cinco trei nos 2-3 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-12
exercício)
Segundo: Se você estiver fazendo apenas dois exercícios, faça um exercício
para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício primeiro); se estiver fazendo
três exercícios, o segundo pode ser um exercício para o gastrocnêm io
Tercei ro: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício pri-
meiro ou como segu ndo)
Dois treinos por 2-3 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-12
dia exercício)
Segundo: Se você estiver fazendo apenas dois exercícios, faça um exercício
para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício primeiro); se estiver fazendo
três exercícios, o segundo pode ser um exercício para o gastrocnêm io
Tercei ro: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício pri-
meiro ou como segu ndo)
74 Jim Stoppani
FIGURA 5.11 Músculos abdominais: (a) o reto do abdome é trabalhado no abdominal tradicional; (b) os oblíquos internos e
externos, na flexão lateral; e (c) o transverso do abdome, localizado fundo sob o reto do abdome e os oblíquos, na prancha.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 75
A maioria dos fisiculturistas treina os abdominais grossa, é essencial que esses músculos sejam treinados
com mais frequência e com um maior número de repeti como qualquer outro grupo muscular. O desenvolvimento
ções em relação a outros grandes grupos musculares. da musculatura da região aumenta a definição quando a
Por serem músculos posturais que permanecem contraí gordura corporal é baixa e também ajuda a aumentar a for
dos por longos períodos para sustentar a coluna, tendem ça do tronco, o que pode auxiliar no ganho de força geral.
a ter mais fibras de contração lenta do que outros grupos A melhor forma de treinar os abdominais é pela es
musculares. Muitos fisiculturistas treinam os abdominais, colha de quatro exercícios que enfatizem uma área dife
no mínimo, três vezes por semana, e alguns os treinam to rente em cada sessão de treino. No entanto, se a opção
dos os dias. Para a maior parte das pessoas, treinar essa for um treinamento único, uma rotina dividida em mem
musculatura em dois ou três dias por semana, não conse bros superiores e inferiores ou uma rotina dividida em
cutivos, é suficiente. Como a região é normalmente traba dois treinos, não haverá tempo para a realização de qua
lhada sem outra resistência além do peso corporal do in tro exercícios abdominais diferentes. Nesse caso, deve-se
divíduo, costuma-se realizar entre 15 e 30 repetições. No escolher um ou dois exercícios que trabalhem uma área
entanto, mesmo o treinamento abdominal deve ser periodi abdominal e alterar a região treinada em todas as ses
zado para alterar o número de repetições utilizado. Embo sões de treino. Normas básicas para a elaboração de uma
ra muitas pessoas tenham medo que pesos elevados nos sessão de treino para abdominais com base em rotinas
exercícios para abdominais possam deixar a cintura mais divididas podem ser observadas na Tabela 5.19.
iWli•i01
TABELA 5.19 Recomendações para o treino dos abdominais com base em rotinas divididas
Roti n a dividida
Treinamento único 1
Ordem dos exercícios
Membros superiores 2 Escolha dois exercícios que trabal hem uma área da região abdominal e ai- 6-8
e inferiores ou teme exercícios para as regiões supra e infraumbilical, para os oblíquos
dois treinos e para o tronco em cada sessão de treino.
Três treinos 3 Primeiro: Um exercício para a região infra (mude periodicamente o tipo de 6-10
exercício)
Segundo: Um exercício para a região supra (mude period icamente o tipo de
exercício)
Terceiro: Um exercício oblíquo
Em todas as outras sessões para abdominais, faça primeiro um exercício
para o tronco e não faça o exercício para os oblíquos.
Quatro treinos 3-4 Se você estiver fazendo apenas três exercícios: 6-16
Primeiro: Um abdom inal para a região infra
Segundo: Um abdom inal para a região supra
Terceiro: Um abdominal para os oblíq uos
Em todas as outras sessões para abdominais, faça primeiro um exercício
para o tronco e não faça o exercício para os oblíquos.
Se você estiver fazendo quatro exercícios:
Primeiro: Um exercício para o tronco
Segundo: Um abdom inal para a região infra
Terceiro: Um abdominal para a região supra
Quarto: Um abdom inal para os oblíq uos
Treino de su perséries
O treino de superséries é um método que reúne dois do. Deve-se utilizar intervalos de descanso curtos entre
exercícios para grupos musculares agonistas e anta as superséries (de 1 a 2 minutos).
gonistas - por exemplo, bíceps e tríceps - e envolve
CLASSIFICAÇÃO
a execução de uma série para cada grupo, uma após
a outra, sem intervalo entre os exercícios (observe um
modelo de dois exercícios organizados na Tab. 6.1). Tem po 1 2 3 4 5
Os treinos com superséries normalmente consistem Duração 1 2 3 4 5
em 2 ou 3 pares de exercícios para cada grupo mus
cular (ver Tab. 6.2 para um exemplo de sessão de trei Dificuldade 1 2 3 4 5
no para bíceps e tríceps). Esse método oferece diver Resultados 1 2 3 4 5
sas vantagens em relação ao treinamento tradicional.
A vantagem mais óbvia é o tempo, pois, devido ao in
TABELA 6.1 Pares de exercícios em superséries
tervalo limitado entre os exercícios, os treinos com su
perséries, em geral, são executados em menos tempo
do que outros métodos que permitem períodos de des Par de m úscu l os Exercícios
canso entre as séries e entre os exercícios. Outra van Peito e costas Supino e remada com barra
tagem é que, conforme pesquisas têm demonstrado,
um músculo torna-se mais forte se precedido imediata O m bros e costas Meio desenvolvi mento e flexões
mente de uma contração do seu antagonista ou do gru na barra
po muscular que a ele se opõe. Por exemplo, quando Bíceps e tríceps Rosca d ireta com ba rra e
se faz uma supersérie de roscas diretas com barra e de tríceps na pol ia a lta
roscas testa, nessa ordem, tem-se mais força nos exer
Quadríceps e isquioti biais Extensão d e joel hos e flexão de
cícios de tríceps, e vice-versa. Isso acontece porque o
joel hos
músculo que se está treinando normalmente é limita
do por seu antagonista. Em um treino tradicional, por
exemplo, quando se está fazendo o supino, os múscu
TABELA 6.2 Superséries para bíceps e tríceps
ii%4114HMH4i
los das costas inibem a contração de seus peitorais em
um certo nível. No entanto, fazer uma série de rema Exercício
das logo antes diminuirá esse efeito inibitório, permitin
Rosca d ireta com barra 3 8-10
do que os peitorais se contraiam mais vigorosamente.
Como resultado, o praticante torna-se capaz de treinar Supersérie com tríceps na polia 3 8-10
com mais peso, ficando maior e mais forte. Outro bene a lta
fício do treino com superséries é uma recuperação me Rosca Scott 3 8-12
lhorada. Quando cada série de tríceps é alternada com
uma de bíceps, há um incremento do fluxo sanguíneo Supersérie com rosca testa, 3 8-10
para esses músculos, pois, quando é realizada a flexão deitado
do cotovelo, o tríceps ainda está sendo contraído, o que Rosca d ireta com halteres, sentado 3 8-12
aumenta o fluxo sanguíneo para esses músculos e auxi
lia a recuperação. Isso ajuda na remoção dos produtos Supersérie com tríceps no 3 8-12
banco
residuais e na regeneração do tecido muscular lesiona-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 79
1
executado em 2, 3 ou 4 séries é, em geral, suficiente para
treinar efetivamente o grupo muscular. Quando a escolha Resultados 1 2 3 4 5
dos exercícios é acertada, todas as áreas da maior par
te dos principais grupos podem ser trabalhadas de for
ma adequada. Assim como no treino com séries compos TABELA 6.4 Trissérie para o tríceps
IID•ilii+iii
tas, os benefícios mais significativos das trisséries são a
maior intensidade de treino e o menor tempo necessá Exercício
rio para o seu término. É claro, isso também significa que Tríceps na polia a lta 3 8-10
esse método não deve ser utilizado com frequência, sen
do aconselhável o seu uso apenas por curtos períodos, Tríceps fra ncês, sentado 3 6-8
a fim de evitar o overtraining. Um exemplo de sessão de Tríceps no ba nco 3 8-12
treino com trisséries para o tríceps pode ser observado
na Tabela 6.4.
80 Jim Stoppani
High-intensity training
O high-intensity training (HIT) é um método baseado na Não existem pesquisas que suportem a teoria do
concepção da série única, popularizada por Arthur Jo HIT, e os relatos existentes são variados. Alguns indiví
nes (fundador da Nautilus) e pelo fisiculturista profissio duos obtiveram ganhos consideráveis de força e massa
nal Mike Mentzer. Caracteriza-se por envolver um volume muscular; entretanto, para a maioria, o progresso rápido
muito baixo e uma intensidade muito alta. A maior parte leva a uma estagnação. O problema pode estar no fato de
dos praticantes desse método faz poucas séries, chegan o volume ser uma variável aguda que não é manipulada
do a apenas uma por exercício, e realiza de 1 a 3 exercí nesse método. Portanto, seguir o HIT por 4 a 6 semanas
cios por grupo muscular (observe a Tab. 6.6). A intensida pode ser uma forma inteligente de utilizá-lo. Depois des
de característica não se dá somente pelo peso utilizado, se tipo de treino, uma boa opção é mudar para um pro
mas também pelo treino além do ponto da falha mus grama que utilize um volume bastante alto. O exemplo do
cular.* Cada série deve ser executada além da falha por método HIT mostrado na Tabela 6.6 é uma rotina dividi
meio de repetições forçadas, treinos excêntricos e repe da em dois treinos semanais. Nesse programa, cada sé
tições parciais (em que a amplitude do movimento é fei rie deve ser precedida por uma série curta de aquecimen
ta até que o peso não possa mais ser movimentado). De to antes de cada exercício, utilizando aproximadamente
acordo com o HIT, se múltiplas séries de um exercício são 50% do peso da série principal. São realizadas entre 4 e
executadas, elas não poderão ser feitas com intensidade 6 repetições com esse peso mais leve. Depois, deve-se fa
máxima. Por outro lado, ao se fazer apenas uma série de zer uma série até a falha, tendo um companheiro para au
um exercício, tem-se mais chance de treinar com intensi xiliar na execução de 3 ou 4 repetições forçadas após che
dade máxima. gar à falha muscular. Sugere-se que o praticante resista
Nesse método, o volume é mantido baixo a fim de durante a fase negativa das repetições forçadas, a fim de
minimizar o tempo gasto na academia. Assim, permite-se aumentar a intensidade, e considere a tentativa de fazer
que o praticante siga um treinamento único ou uma roti algumas repetições parciais no final da série.
na dividida em dois treinos, dependendo de quantas ve
zes quiser treinar cada grupo muscular, podendo ser 2 ou CLASSIFICAÇÃO
3 vezes por semana. Tem po 1 2 3 4 5
D u ração 1 2 3 4 5
10
•M::i+lfi@i
Smin
incremento da habilidade dos músculos se recuperarem
entre as séries. A melhor forma de usá-lo é o empregan 2 2 10 Smin
do no início da sessão de treino com um exercício para
cada grupo muscular. Um exemplo da progressão do Nu 1 8
bret pro-set, em que o praticante precisa de quatro se 1 6
manas para aumentar o seu trabalho total de três séries
de 10 repetições, em cinco minutos, para quatro de 10, 3 3 10 Smin
no mesmo tempo, pode ser visto na Tabela 6.7. 1 8
4 4 10 Smin
82 Jim Stoppani
Treino 5-10-20
O programa 5-10-20 é, na verdade, uma versão avan carem uma tensão contínua nos músculos durante toda
çada do treino com trisséries (ver p. 79), no qual, em a amplitude de movimento.
sua maior parte, realiza-se um número igual de repeti Devido ao fato de esse programa ser muito desgas
ções nos três exercícios. No entanto, o 5-10-20 usa zo tante para todo o corpo, usar um intervalo longo levará
nas de repetições muito específicas em cada exercício. a uma ótima recuperação. Permita que cada grupo mus
O primeiro da trissérie é feito com apenas cinco repe cular trabalhado com o método 5-10-20 tenha um inter
tições, um bom número para aumentar a força muscu valo de, pelo menos, cinco dias antes de exercitá-los no
lar. O segundo é feito com 10, ideal para aumentar a vamente. Sugere-se o treino de cada grupo uma vez por
massa muscular. O último exercício é feito com 20 re semana (Tab. 6.9). É preciso lembrar que esses exercí
petições. Esse número aumenta a resistência muscu cios podem ser substituídos por qualquer um dos indi
lar e, também, promove a hipertrofia. A combinação des cados na Tabela 6.8. Faça uma série de cada um de
ses três números oferece um programa que trabalha os les, descansando apenas o suficiente para passar para o
músculos em todos os aspectos necessários para deixá próximo. Depois de executar o último, descanse dois mi
-los grandes, magros e fortes. nutos e repita-os na mesma ordem. Faça um total de 2
A escolha dos exercícios exerce um papel importan a 4 trisséries. Siga esse programa por não mais do que
te no treino 5-10-20 por causa das repetições utilizadas. 6 semanas, pois se trata de um regime muito cansativo
O primeiro exercício deve ser básico, utilizando-se, de pre para ser mantido por períodos maiores. No entanto, não
ferência, uma barra. Devido ao baixo número de repeti se deve treinar todas as partes do corpo com o 5-10-20.
ções nessa atividade, que visa aumentar a força, mul Escolha apenas uma ou algumas partes que mereçam
tiarticulares com barra são os mais indicados (ver Tab. mais atenção para treinar com esse programa para, as
6.8 para um exemplo dos tipos de exercício, de acordo sim, nivelá-las com o resto do corpo.
com a ordem de execução). O segundo exercício é feito
com um número moderado de repetições, visando o ta
manho muscular; logo, outra tarefa básica deve ser uti CLASSIFICAÇÃO
lizada (similar à primeira), mas executada com halteres Tem po 1 2 3 4 5
ou em um equipamento. Já o terceiro exercício é feito
Duração 1 2 3 4 5
com um alto número de repetições. Portanto, os melho
res exercícios nessa etapa são os auxiliares, monoarticu Dificu ldade 1 2 3 4 5
lares. Eles podem ser feitos com halteres, porém cabos
Resultados 1 2 3 4 5
ou equipamentos são as opções mais indicadas por apli-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 83
Peito Supino com barra , supino inclinado com ba rra , supino decli nado com ba rra
Coxas Agachamento
SEGUNDO EXERCÍCIO
Peito Supino com ha lteres, supino na máq u i na (versões reto, i ncl i nado ou decl i nado)
Deito ides Meio desenvolvimento com ha lte res, meio desenvolvi mento na máq u i na
Costas Remada com halteres, remada na polia baixa , remada na máquina, puxada (vá rias pegadas)
TERCEIRO EXERCÍCIO
Peito Crucifixo com halteres ou na polia ba ixa (incli nado, reto ou d ecli nado), crossover, voador
Deito ides Elevação lateral com halteres (na polia ba ixa ou na máquina), crucifixo i nvertido, elevação fronta l
-
teres, em séries de 12 a 15 repetições, e com o crossover, Resu ltados 1 2 3 4 5
entre 15 e 20 repetições. Esse método tem a vantagem
de aumentar o fluxo sanguíneo (em decorrência das altas
repetições), trazer mais água (que entra no músculo para TABELA 6.10 Flnlsh pump para o quadríceps
criar o inchaço), oxigênio, nutrientes e hormônios anabó Exercício
Agachamento
licos para os músculos. Além disso, ajuda a retirar os me
3 6-8
tabólitos do músculo no final da sessão de treino, o que
melhora a recuperação e estimula o hormônio do cresci Leg press 3 8-10
Passada à frente
mento. Um exemplo de sessão finish pump pode ser vis
3 12-15
to na Tabela 6.10.
Extensão de joel hos 3 15-20
Treino de hundreds
O treino de hundreds é um método extremamente difí tenha a técnica do exercício como descrito no Capítulo
cil que incorpora um número muito alto de repetições 19, bem como as repetições moderadamente ritmadas
- 100 por série, para ser exato. O peso que se usa para e sob controle. Se você escolheu o peso correto, chegará
completar tais repetições é cerca de 20 a 30% do usado à falha muscular momentânea entre 60 e 70 repetições.
para completar 10 repetições. Por exemplo, caso se utili Nesse ponto, faça um intervalo, respeitando apenas a
ze halteres de 50 libras para fazer 10 repetições na ros quantidade de segundos equivalente ao número de re
ca direta, usa-se halteres de 10 a 15 libras no treino de petições que faltaram. Em outras palavras, descanse um
hundreds. Sugere-se os halteres de 10 libras para come segundo para cada repetição que falta ser completada.
çar "pegando leve", e não "pesado". O objetivo é com Se você concluiu 65 repetições, então descanse 35 se
pletar ao menos 70 repetições antes de um rápido inter gundos e tente fazer as 35 restantes. Se não conseguir
valo. Ou seja, deve-se cansar antes de alcançar as 100 fazer as 35 repetições finais, use o mesmo método -
repetições. Caso se consiga fazer todas as 100 com de descanse um segundo para cada uma que restou até al
terminado peso, sem parar, então este é muito leve e cançar a marca de 100 repetições. Parece simples até
deve ser aumentado na próxima sessão. Deve-se encon você realmente tentar. Esse método serve para aqueles
trar um peso que permita fazer de 60 a 70 repetições com, no mínimo, um ano de experiência de treinamento
sem parar. A sinalização de que o peso deve ser aumen de força consistente.
tado é quando 70 repetições ou mais podem ser realiza O benefício desse método está na forma como as
das sem intervalo. socia as fibras musculares. Pelo fato de o peso ser mui
Vamos analisar um exemplo de série de rosca di to leve e o número de repetições muito alto, as fibras
reta, em pé, usando o método de hundreds. Segure os de contração lentas são completamente treinadas no
halteres com a carga apropriada e faça o exercício como início da série. Todos os músculos são compostos por
normalmente é feito, mas com um peso mais alto. Man- dois tipos principais de fibras - as de contração lenta e
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 85
Método 50-50
O método 50-50 auxilia no aumento do desenvolvimento programa por não mais do que oito semanas, a fim de se
de músculos atrasados.* Basicamente, envolve a execu observar resultados consideráveis e evitar a estagnação.
ção de 100 repetições por dia em um exercício para qual Pode-se, no entanto, trocar o grupo muscular e continuar
quer parte do corpo que se considere ter o crescimento com o método.
atrasado. Esse método é diferente do treino de hundreds
porque não são feitas 100 repetições de uma vez; elas CLASSIFICAÇÃO
são realizadas todos os dias, durante oito semanas, fo
1
Tem po 1 2 3 4 5
cando um determinado grupo muscular. Fazendo tantas
repetições todos os dias, a capacidade aeróbia do mús D uração 1 2 3 4 5
culo, que é facilitada por um incremento da sua densida Dific uldade 1 2 3 4 5
de capilar, é aumentada. A densidade capilar, por sua vez,
refere-se ao número de capilares (pequenos vasos san Resultados 1 2 3 4 5
guíneos em que os nutrientes e as trocas gasosas se dão
entre o sangue e as células musculares) que suprem o
TABELA 6.12 Exercícios para o 50-50
Ili
músculo. A hipertrofia muscular tende a diminuir tal den
sidade por causa da maior quantidade de músculo pre
sente.** Isso também ocorre no treino com poucas repeti Mel hor escol ha dos exercícios
ções e cargas elevadas, por forçar o músculo a usar mais
Peito S upino com ha lteres (reto ou inclinado)
a energia fornecida pela célula muscular do que a for Crucifixo com ha lteres (reto ou inclinado)
necida pelo sangue. Fazendo o método 50-50, pode-se Apoio d e frente
aumentar a densidade capilar e, consequentemente, o
fornecimento de nutrientes, hormônios anabólicos e oxi Deltoides Meio desenvolvimento (em pé ou sentado)
Elevação latera l com ha lteres
gênio ao músculo. Além disso, eleva-se a remoção dos
Remada vertical com halteres
metabólitos bioquímicos do músculo. Esse processo re Crucifixo invertido
sulta em músculos com maior inchaço, com uma recupe
ração mais rápida e, por fim, com maior potencial para o Costas Remada com ha lteres ou com ba rra
crescimento. Puxada
Extensão do om bro na polia a lta
Para fazer o método 50-50, elege-se o grupo mus
cular que se quer nivelar com os outros. Em seguida, Tríceps Tríceps na polia a lta
escolhe-se um exercício para ele. É esse exercício que Tríceps testa
será feito todos os dias, mesmo naqueles em que nor
Bíceps Rosca direta (em pé, sentado ou inclinado)
malmente não é treinado (ver, na Tab. 6.12, a lista dos
melhores exercícios para serem usados no método). De Antebraço Rosca pun ho (com ha lteres ou com ba rra)
ve-se, então, executar 100 repetições por dia, em dois Rosca p un ho invertida (com ha lteres ou com
segmentos. Isso significa que serão executadas 50 re barra)
petições por vez, separadas por cerca de 8 a 12 ho Quadríceps Agachamento
ras, com uma carga considerável, mas não pesada o Extensão de joel hos
suficiente para se atingir a fadiga na 50ª repetição. Por
lsq uiotibiais Flexão de joel hos (deitado, sentado, em pé)
exemplo, para trabalhar o bíceps, serão feitas 50 repe
Leva nta mento-terra romeno (com halteres
tições da rosca direta com halteres pela manhã - diga ou com ba rra)
mos que às 9 horas - e novamente à noite - às 21 ho
ras. A carga usada é fundamental para o sucesso. Se for Panturril has Flexão pla nta r, em pé
muito pesada, é provável que leve ao overtraining. Uma Flexão pla nta r donkey
boa dica é, ao completar a 50ª repetição, sentir se será Abdominais Abdominal
possível completar mais 10 repetições. Segue-se esse
21 repetições
O treino de 21 repetições é um método avançado que de o músculo que está sendo trabalhado na posição mais
safia o grupo muscular trabalhado em três amplitudes alongada. As sete repetições do "meio" são as mais pro
de movimento dentro de uma série. Em cada série, faz dutivas no que se refere ao desenvolvimento e ao cresci
-se um total de 21 repetições - motivo pelo qual o méto mento muscular, pois o praticante dispõe de mais força
do se chama assim -, separadas em séries de sete. Co nessa etapa do movimento e pode, ao final, aumentar a
meça-se da posição inicial, realizando-se sete repetições contração, chegando ao máximo. As últimas sete repeti
na primeira metade da amplitude de movimento (ver Tab. ções servem essencialmente para "queimar" os múscu
6.13). Depois de completas, são feitas mais sete repeti los, o que é ótimo para iniciar o novo crescimento.
ções da outra metade do movimento. Quando essas fo Para utilizar esse método em sua rotina atual, faça
rem concluídas, são executadas mais sete com toda a três séries no primeiro exercício para determinada parte
amplitude de movimento. Usando a rosca direta com bar do corpo (após um aquecimento apropriado, é claro) e,
ra, por exemplo, inicia-se com os braços completamen em seguida, volte às séries tradicionais em todos os ou
te estendidos, segurando uma barra na posição transver tros exercícios para aquela parte. Ou, então, faça entre 1
sal, na frente das coxas. Primeiro, leva-se os braços sete e 3 séries de 21 repetições no último exercício de deter
vezes até o ponto em que fiquem paralelos ao chão. En minada parte do corpo, a fim de estressá-la ao máximo.
tão são realizadas sete repetições desse ponto até o pon Para evitar o overtraining, diminui-se o volume de treino
to em que os braços se encontram próximos aos ombros. da parte na qual o método está sendo utilizado, fazendo
Depois, conclui-se com sete repetições-padrão com toda um exercício a menos para a região exercitada nessa ses
a amplitude de movimento. são. Por exemplo, se no dia de peito você normalmente
Teoricamente, o método de 21 repetições pode ser faz entre 3 e 4 exercícios, faça 2 ou 3 se estiver fazendo
feito com qualquer exercício, mas é mais prático com os três séries de 21 repetições. Os iniciantes devem come
auxiliares, monoarticulares. Exercícios multiarticulares, çar com apenas uma série desse método - é importante
como o supino e o agachamento, envolvem diversos mús lembrar que essa é uma técnica avançada. Pode-se au
culos secundários e estabilizadores que são treinados de mentar de 2 para 3 séries após algumas semanas. Se
forma mais efetiva em séries tradicionais (um exemplo gue-se esse programa por cerca de 4 a 8 semanas, e não
do que pode ser utilizado é observado na Tab. 6.13). In mais que isso, pois ele perde a sua efetividade depois de
dependentemente do exercício, deve-se usar uma carga aproximadamente oito semanas.
mais leve que a usual. já que os músculos não estão acos
tumados ao aumento do número de repetições. Utilizar
cabos ou máquinas para esse tipo de treino é uma exce
lente forma de manter uma tensão contínua no músculo, CLASSIFICAÇÃO
o que é extremamente importante, pois a tensão aplicada Tempo 1 2 3 4 5
é, em geral, diminuída na extensão completa, quando são
Duração 1 2 3 4 5
usados pesos livres.
Com o método de 21 repetições, pode-se trabalhar Dificuldade 1 2 3 4 5
efetivamente a flexibilidade articular nas primeiras sete re
Resultados 1 2 3 4 5
petições, desde que se comece cada repetição deixando
88 Jim Stoppani
Peito
Exercícios
Supino inclinado
Supino com halteres
Crucifixo d eclinado
•..
3
3
3
4
8
12
Voador d ireto
rece um estímulo para ganhos na força. Em sequência,
3 16
pode ser feito outro exercício básico, preferencialmente
com halteres, ou um auxiliar que minimize a ação dos gru Ombros Meio d esenvolvi mento com 3 4
pos musculares auxiliares. Fazendo três séries de oito re barra, sentado
Elevação latera l com halteres 3 8
Remada vertical
petições, haverá um melhor estímulo para o crescimento
3 12
Meio d esenvolvi mento com
muscular. O próximo deve ser um exercício auxiliar, exe
3 16
cutado em três séries de 12 repetições, o que proporcio halteres
nará um potente estímulo para o crescimento muscular
e estimulará alterações bioquímicas no músculo, que au Tríceps Supino com pegada fechada 3 4
Mergulho 3 8
Rosca testa
mentarão seu crescimento e sua resistência (a habilida
3 12
Tríceps na polia alta
de de fazer mais repetições com determinado peso). O úl 16
3
timo exercício deve ser executado em três séries de 16
repetições a fim de proporcionar um inchaço significativo Costas Remada curvada 3 4
do músculo. Isso conduzirá mais fluidos para dentro das Puxada 3 8
Extensão do ombro na polia 3 12
alta
células musculares, e acredita-se que o seu consequen
Remada com barra
te estiramento estimule o crescimento. Este último exer 16
3
cício também pode ser auxiliar ou básico, dependendo do
segundo exercício. Bíceps Rosca d ireta com barra 3 4
Devido ao alto volume envolvido nesse programa, Rosca d ireta com ha lteres, 3 8
posição inclinada
Rosca concentrada
deve-se dividir o treino em três regiões do corpo sepa
3 12
Rosca Scott
radas. Por exemplo, a sessão de treino 1 pode ser para 3 16
peito, ombros, tríceps e abdominais; a sessão 2 pode en
volver costas e bíceps; e a 3, coxas, panturrilhas e abdo Pernas Agachamento 3 4
minais. Conforme sua capacidade de recuperação, você Levantamento-terra romeno 3 8
Extensão de joel hos 3 12
Leg press
pode realizar o treino de cada grupo apenas uma vez por
3 16
• •..
semana. Uma forma alternativa é fazer quatro séries de
cada exercício: a primeira com quatro repetições; a segun
da, com oito; a terceira, com 12; e a última, com 16. Faça TABELA 6.1.5 Sistema de quatro repetições alternativo
isso em 2 ou 3 exercícios por grupo muscular. Um exem
plo de treino para costas e bíceps utilizando o sistema
de quatro repetições alternativo pode ser visto na Tabe
la 6.15. Costas Remada curvada 4 4, 8, 12, 16
Puxada 4 4, 8, 12, 16
CLASSIFICAÇÃO Extensão d e ombro na polia 4 4, 8, 12, 16
alta
Tempo 1 2 3 4 5 Remada com halteres 4 4, 8, 12, 16
D u ração 1 2 3 4 5 Bíceps Rosca d ireta com barra 4 4, 8, 12, 16
Dificuldade 4 Rosca d ireta com halteres, 4 4, 8, 12, 16
posição inclinada
1 2 3 5
Resu ltados 1 2 3 4 5 Rosca concentrada 4 4, 8, 12, 16
90 J i m Stoppani
Repetições forçadas
As repetições forçadas permitem que mais repetições se forçadas. Eles descobriram que até três dias após a ses
jam realizadas em uma série com o auxílio de alguém são, os músculos treinados não estavam totalmente recu
que ajude a terminá-la após ser alcançada a falha. Isso perados. Por essa razão, quando esse método for usado,
leva os músculos ao seu limite (bem como além dele), o é preciso deixar os grupos musculares treinados descan
que é importante para estimular o crescimento muscu sarem, no mínimo, quatro dias ou até sete dias antes de
lar. Após chegar à falha, o ajudante pode auxiliar na exe treiná-los novamente. Deve-se usar as repetições força
cução de 2 ou 3 repetições extras que não seriam possí das por não mais do que quatro semanas para qualquer
veis sem ajuda. Fazer repetições forçadas na última série grupo muscular.
de um exercício é necessário para dar um salto no cresci
mento muscular. Um estudo com 16 atletas do sexo mas CLASSIFICAÇÃO
culino demonstrou que, após uma sessão, esse tipo de Tem po 1 2 3 4 5
treino aumenta os níveis do hormônio do crescimento -
um importante hormônio anabólico envolvido no estímu D u ração 1 2 3 4 5
lo dos processos que levam ao crescimento muscular - D ificu ldade 1 2 3 4 5
quase três vezes mais do que o treino tradicional (Fig.
6.1) (Ahtianen, Pakarinen, Kraemer e Hakkinen, 2003). Resu ltados 1 2 3 4 5
Ahtianen e colaboradores (2003) também estudaram a
recuperação muscular depois de sessões com repetições
80.000
70.000
60.000
�
� 50.000 �
s.. 40.000
30.000 #
20.000
10.000
FIGURA 6.1 Este gráfico descreve a resposta aumentada do hormônio do crescimento - observada quando indivíduos reali
zam um treino com repetições forçadas - comparada a um trei no convencional. * Significativamente diferente ( * = p<0,05, * *
= p<0,01, * * * = p<0,001) do valor correspondente ao pré-exercício. # Diferença estatisticamente significativa (# = p<0,05, ##
= p<0,01) entre as repetições máximas (R Ms) versus as repetições forçadas (RFs) .
De J.P Ahtianen, A. Pa karinen, W.J . Kraemer, and K. Hakklnen, "Acute hormonal and neuromuscu lar responses and recovery to forced vs. maxi m u m
repetitions multi p i e resista nce exercises, • l nternational Journal o f Sports Medicine, 2003; 24: 410-418. Adaptada c o m perm issão.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 91
Repetições negativas
Assim como as repetições forçadas, as repetições negati tivas no programa de treino é aplicá-las 1 ou 2 vezes em
vas que visam o aumento do tamanho são mais bem utili um grupo muscular e, depois, parar. Então, faça uma pau
zadas no final da série, quando os músculos alcançaram sa por, no mínimo, dois meses. Será preciso executar ape
a falha. Ao não se conseguir completar essa fase positi nas 2 ou 3 repetições negativas no final da última série
va da repetição com determinado peso, diversas repeti de cada exercício, sendo necessário 1 ou 2 ajudantes -
ções negativas ainda podem ser feitas, pois os músculos dependendo da quantidade de peso utilizado - para auxi
são muito mais fortes nessa fase do exercício. O treino liar na fase positiva de cada repetição. Durante a fase ne
com esse tipo de repetição é uma forma de tirar van gativa, deve-se tentar resistir ao peso, permitindo que ele
tagem disso. Logo, o método pode estimular um novo desça lentamente. Na fase excêntrica, não se pode de
crescimento muscular quando realizado de tempos em morar menos do que três segundos para abaixar o peso.
tempos. Sua utilização para acelerar o crescimento é di Se não for possível resistir por, no mínimo, três segundos,
ferente de sua utilização para o incremento da força (ver sugere-se não realizar mais repetições negativas e termi
Cap. 9 para saber como usar as repetições negativas a nar a série.
fim de melhorar a força). Resistir à descida do peso na
fase excêntrica ou na negativa provoca dano muscular.
Quando as fibras musculares sofrem o dano, ocorre uma CLASSIFICAÇÃO
sequência de passos que levam ao crescimento e ao de Te m po 1 2 3 4 5
senvolvimento de uma proteção para sobrecargas excên
tricas futuras. Por isso, essa técnica não deve ser usada Duração 1 2 3 4 5
com frequência. Uma vez que se tenha criado uma tole Dificuldade 1 2 3 4 5
rância à lesão, esta se torna muito menor. Portanto, a for
ma mais interessante de incorporar as repetições nega- Resultados 1 2 3 4 5
TREINO 1 (SEGUNDA-FEIRA): PERNA + ABDOMI NAIS TREINO 3 (QUI NTA-FEIRA): OM BRO + PANTU R R I LHA
Séries Séries
Semanas 1-2/ Semanas 1-2/
Exercício semanas 3-4 Repetições Exercício semanas 3-4 Repetições
PERNA OM BRO
• Agachamento com a barra por trás ou pela frente. Flexão plantar, sentado 2/3 15
•• Podem ser utilizados pesos nos exercícios abdominais. Se optar pela utili • Ou na máquina de meio desenvolvimento.
zação apenas do peso corporal, podem ser realizadas mais do que cinco re
petições na velocidade normal no final da série, atingindo a fadiga. •• Ou na máquina de elevação lateral.
••• Ou na máquina para abdominal.
TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): TRÍCEPS + BÍCEPS
Séries
TREINO 2 (TERÇA-FEI RA): PEITO + COSTAS
...
TABELA 6.18 Exemplo do método pesado e leve TABELA 6.19 Exemplo do método pesado e leve com
com um exercício vários exercícios
Ili ... ..
1
Exercício
O m b ros Meio desenvolvi mento 4 5 O m bros Meio desenvolvimento 4 5
4 12 Elevação lateral 4 15
Pernas Agachamento 5 4 Pernas Agachamento 5 4
1 15 Leg Press 5 15
Peito Supino 5 5 Peito Supino 5 4
2 12 Crucifixo incli nado 4 15
Costas Remada com barra 4 4 Costas Remada com ba rra 5 4
3 15 Puxada 5 15
Abd o m i n a i s Abd o m i n a l na pol i a a lta 3 10 Abd om i nais Abdom i n a l na pol i a a lta 3 10
3 25 Abd o m i n a l i nvertid o 3 25
B íceps Rosca d ireta com barra 4 5 B íceps Rosca d i reta com ba rra 4 5
4 15 Rosca Scott 3 15
Tríceps Rosca testa 4 5 Tríceps Rosca testa 4 5
5 15 Tríceps na polia a lta 3 15
Pa nturril has Flexão pla nta r, em pé 4 8 Panturrilhas Flexão pla ntar, em pé 3 8
6 25 Flexão pla ntar, sentado 3 25
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 97
Método triangular
O método triangular é um sistema básico de treino de pi CLASSIFICAÇÃO
râmide - termo utilizado para se referir ao aumento ou à Te m po 1 2 3 4 5
diminuição gradativa da carga em cada série do exercício.
Esse método começa com 3 ou 4 séries ascendentes. As Duração 1 2 3 4 5
primeiras 2 ou 3 séries de aquecimento não são feitas até Dificuldade 1 2 3 4 5
a falha. A terceira ou quarta séries normalmente usam
um peso que permite a execução de 4 a 6 repetições. Em Resultados 1 2 3 4 5
seguida, o peso é diminuído de forma progressiva e as
repetições aumentam por outras 2 ou 3 séries (ver Tab.
6.20 para um exemplo de sessão com o método triangu TABELA 6.20 Método triangular para peito com o supino
inclinado
lar). Entre os benefícios adquiridos, está o fato de o mús
culo de interesse ser lentamente preparado, para cargas
muito pesadas. Isso auxilia na prevenção de lesões. Além
1111
1
Peso (libras)
135
Repetições
10 2min
disso, o método oferece um número de repetições varia
do, o que proporciona estímulos diferentes aos músculos 2 185 8 3min
treinados. 3 225 6 3min
4 245 4 3min
5 185 7 3min
6 165 8
TABELA 6.21 Melhores exercícios para o método pirâmide TABELA 6.22 Pirâmide rack com a rosca direta
rack
Grupo muscu lar Exercício
-·iiHiij·iMl·é·i+iiW-11111
1 30 10 1min
Peito S u pino com halteres (reto, i ncli nado,
dec l i nado) 2 35 10 1min
Crucifixo com halteres (reto, i nclinado, 3 40 10 1min
dec l i nado)
4 45 8 2 min
O m b ros Meio desenvolvimento com halteres
Elevação com halteres (frontal, lateral, 5 50 6 2 min
crucifixo invertido)
Remada vertical com halteres 6 55 3 2 min
Método Oxford
O método de pirâmide descendente Oxford usa a metade terizado pelo uso de 10 repetições por série, ele também
final do método triangular. Seu benefício é permitir o uso pode ser usado com outros números de repetições, como,
do peso mais alto na primeira série, antes que os mús por exemplo, 6, 8, 12 ou até 15 por série (ver Tab. 6.24 para
culos estejam fatigados por séries anteriores realizadas um exemplo de programa que usa a técnica piramidal des
com pesos mais leves. N essa técnica, a primeira série é cendente Oxford). O método pode, ainda, ser aplicado por
feita com 100% de 10 repetições máximas (RMs) até a fa 4 a 6 semanas antes de mudar para outro diferente.
lha. Obviamente, isso deve ser precedido de 1 ou 2 sé
ries leves de aquecimento. Na segunda e terceira séries, CLASSIFICAÇÃO
o peso é diminuído apenas o suficiente para que se com
plete 10 repetições até a falha. Esse método parece fun Te m po 1 2 3 4 5
cionar bem para o ganho de massa, pois cada série é Duração 1 2 3 4 5
feita até a falha muscular, importante para induzir o cres
cimento muscular ao estimular a liberação do hormônio Dificuldade 1 2 3 4 5
do crescimento (GH) e do fator de crescimento semelhan Resultados 1 2 3 4 5
te à insulina 1 (IGF-1). Embora o método Oxford seja carac-
• Na segunda e terceira séries de cada exercício, d i minua o peso somente o suficiente para permitir que 10 repetições sejam completadas.
Lembrete: Os abdom inais podem ser feitos no fi nal de qualquer uma dessas sessões de treino.
100 Jim Stoppani
Repetições Repetições
Exercício Série Peso (até a fal ha) Exercício Série Peso (até a fal ha)
Breakdown
A técnica breakdown foi desenvolvida por Fred Hatfield, CLASSIFICAÇÃO
PhD, e usada com sucesso pelo fisiculturista Mike Quinn. Tem po 1 2 3 4 5
Ela envolve três diferentes faixas de repetições em cada
uma das três séries executadas. A primeira série é feita Duração 1 2 3 4 5
com um peso alto, que limita a realização em 4 a 6 repeti Dificuldade 1 2 3 4 5
ções por série, a fim de trabalhar as fibras musculares de
contração rápida. A segunda, com 15 a 20% menos peso Resultados 1 2 3 4 5
.-... ...-
que a primeira, faz com que sejam realizadas cerca de
10 a 15 repetições, incrementando o ambiente bioquími
co dentro das células musculares e estimulando, assim, TABELA 6.25 Breakdown para aumentar o tríceps
o crescimento muscular. A última série é feita com cerca
de 50% menos peso que a primeira, de forma que sejam Exercício - - --.-
executadas de 25 a 30 repetições para o treino das fibras
Supino com a pegada 265 1 4
musculares de contração lenta. Os intervalos de repou fechada 215 2 12
so entre as séries devem ser de, aproximadamente, 2 a 3 135 3 27
minutos. Um exemplo de sessão de breakdown para o trí
ceps é observado na Tabela 6.25. Rosca testa 135 1 6
105 2 15
65 3 30
Treino drop-set
O treino drop-set envolve uma redução imediata da quan CLASSIFICAÇÃO
tidade de peso utilizada, com o objetivo de continuar fa Te m po 1 2 3 4 5
zendo mais repetições em determinado exercício. Por
exemplo, quando se consegue fazer 10 repetições em uma Duração 1 2 3 4 5
rosca direta com barra com 100 libras, primeiro deve-se Dificuldade 1 2 3 4 5
completar as 10 repetições e, em seguida, colocar a barra
no suporte para, rapidamente, retirar cerca de 20 a 30% do Resultados 1 2 3 4 5
peso (20-30 libras). Logo após, realiza-se o maior núme
ro de repetições possível com o novo peso, antes de co
locar a barra mais uma vez no suporte e retirar 10 a 20% TABELA 6.26 Drop-set para deltoides
do peso para fazer mais repetições. Esse processo pode
ser repetido quantas vezes for desejado, embora a maior M EIO DESENVOLVIMENTO COM HALTERES
parte dos fisiculturistas faça 1 ou 3 retiradas a cada série Série Peso ( l i b ras) Repetições Intervalo
de drop-set. Mesmo que sejam feitas diversas retiradas
na série, elas são contadas como apenas uma série. Em 1 65 10 Nenhum
45 7 Nenhum
geral, os fisiculturistas fazem cerca de 2 ou 3 drop-sets por
30 5 2min
exercício. Deve-se escolher dois exercícios por grupo mus
cular (normalmente um complexo e outro auxiliar) e fazer 2 65 9 Nenhum
três drop-sets em cada um. Outra forma de usar o méto 45 6 Nenhum
do é realizando a última série de cada exercício com um 30 4 2min
drop-set. O benefício desse tipo de treino é similar ao do 3 60 10 Nenhum
com repetições forçadas, já que os músculos são trabalha 40 6 Nenhum
dos além de seus limites. Forçar os músculos a continuar 30 3
se contraindo com o uso de cargas mais leves provocará
ELEVAÇÃO LATERAL
uma resposta elevada do hormônio do crescimento e do
IGF-1. O truque é manter o menor intervalo entre as retira 1 35 12 Nenhum
das. É uma boa ideia ter um ajudante para auxiliar com os 25 8 Nenhum
pesos ou usar halteres para retiradas de peso mais rápi 15 7 2min
das. Um exemplo de esquema com o treino drop-set para 2 30 12 Nenhum
ombros, usando o meio desenvolvimento com halteres e 20 7 Nenhum
a elevação lateral, pode ser visto na Tabela 6.26. Essa é 10 6 2min
uma boa forma de terminar uma sessão de treino de om
3 30 10 Nenhum
bros caso esta seja precedida por séries de meio desen 20 6 Nenhum
volvimento e remada vertical. Siga um planejamento se 10 4
melhante para os outros grupos musculares.
102 Jim Stoppani
Intervalo regressivo
No intervalo regressivo, o tempo de intervalo entre as sé CLASSIFICAÇÃO
ries é reduzido em cerca de 15 segundos a cada sessão Tem po 1 2 3 4 5
de treino. O programa começa com períodos de descan
so de três minutos e, de forma progressiva, diminui para D u ração 1 2 3 4 5
aproximadamente 15 segundos ao longo de 12 semanas. Dificuldade 1 2 3 4 5
O objetivo é usar o mesmo peso para o mesmo número
de repetições a cada semana. Apesar de não parecer um Resultados 1 2 3 4 5
progresso quando se analisa a carga utilizada e as repeti
ções executadas, observa-se um avanço importante ao se
considerar as reduções drásticas do intervalo de descan TABELA 6.27 Intervalo regressivo
so. Tais reduções treinam as rotas bioquímicas do mús Semana I nterva lo d e descanso entre as séries
1 3min
culo, que permitem uma recuperação mais rápida e um
número maior de repetições com determinado peso. A ca
pacidade de fazer o mesmo número de repetições com 2 2min45s
3 2min30s
o mesmo peso e com um intervalo menor de descanso
entre as séries leva a um crescimento muscular maior.
Na verdade, conforme discutido no Capítulo 5, pesquisas 4 2min15s
mostram que indivíduos que seguem um programa de 8
5 2min
semanas, com diminuição do intervalo em 15 segundos a
cada semana, têm maior incremento de massa muscular 6 1mi n45s
do que aqueles que mantêm os intervalos fixos em 2 mi
7 1mi n30s
nutos (Souza-Junior et ai., 2011). Deve-se permanecer no
mesmo intervalo caso se consiga completar até duas re 8 1m i n 15s
petições a menos do que as predeterminadas. Um exem
9 1min
plo de progressão semanal do método de intervalo regres
sivo para um atleta que treina cada parte do corpo uma 10 45s
vez por semana pode ser visto na Tabela 6.27. Fisiculturis
11 30s
tas frequentemente usam esse modelo de treino na pre
paração para competições. Acredita-se que esse método 12 15s
ajude na definição muscular e na diminuição da gordura
corporal, por assemelhar-se a uma sessão com caracte
rística aeróbia.
Enciclopédia de m usculação e força de Stoppani 103
Grupo Grupo
m uscu l a r Exercício Séries Repetições m uscu l a r Exercício Séries Repetições
Abdominais*
• Faça o treino normal de abdominais.
(Continua)
104 Jim Stoppani
Treino de qualidade
O treino de qualidade é um sistema que realiza intervalos exemplo de sessão com treino de qualidade para tríceps
de descanso de 1 minuto ou menos entre as séries, inde é visto na Tabela 6.29.
pendentemente do exercício ou da carga. Muitos fisicul
CLASSIFICAÇÃO
turistas seguem essa técnica para ganhar massa muscu
lar e, por isso, sempre mantêm os intervalos de descanso
abaixo de um minuto, sem considerar o peso do treino. Do Tem po 1 2 3 4 5
ponto de vista fisiológico, existem algumas evidências que Duração 1 2 3 4 5
suportam esses relatos. Intervalos de descanso em valo
res mínimos fazem com que os níveis de lactato alcancem Dificuldade 1 2 3 4 5
índices muito altos. Uma vez que os níveis de lactato es Resultados 1 2 3 4 5
tão associados aos níveis de GH, as respostas deste e do
-
IGF-1 (associadas aos níveis de GH) serão elevadas. Um
Tríceps fra ncês u n ilateral 3 10-15 O tem po suficiente para term i na r com o outro braço
Os circuitos de potência são elaborados para au A ordem dos exercícios afetará o nível de fadiga
mentar a força e o tamanho muscular e diminuir a gor muscular alcançado durante o circuito de potência. É sen
dura corporal. O movimento contínuo desse tipo de treino sato alternar trabalhos de membros superiores com os de
mantém o metabolismo elevado durante toda a sessão. membros inferiores, a fim de permitir que os músculos
Estudos mostram que intervalos de descanso abaixo de se recuperem, adiando a fadiga (ver Tab. 6.30). Sempre
30 segundos ajudam a queimar mais calorias, indepen que for possível, exercícios de empurrar e de puxar tam
dentemente do peso utilizado e de quantas repetições fo bém podem ser alternados. Por exemplo, se o circuito de
ram executadas. Pesquisas também sugerem que o uso potência começar com um exercício de puxar (p. ex., uma
de gordura pelo corpo depois do exercício é mais incre puxada) e depois passar para um de quadríceps (como
mentado em circuitos de potência do que no treinamento o /eg press), o próximo exercício para membros superio
com pesos tradicional. Nos circuitos de potência, o prati res pode ser, então, um de empurrar (como o supino), e
cante faz cerca de 30 repetições para cada parte do corpo o exercício para membros inferiores pode ser uma flexão
com um peso de cerca de 75 a 85% de uma repetição má de joelhos, para os isquiotibiais. Em condições normais,
xima (ou um peso que possa ser levantado de 8 a 10 ve o circuito deve ser completado em menos de 25 minutos.
zes). Nesse tipo de circuito, sugere-se estar com um com Circuitos de potência para todo o corpo podem ser feitos
panheiro de treino que possa controlar o relógio ou com duas vezes por semana com, no mínimo, dois dias de des
um cronômetro, a fim de monitorar o tempo. Cada exercí canso entre as sessões.
cio é realizado durante 15 segundos. O objetivo é comple
tar o maior número de repetições possível antes de pas
sar para o próximo exercício, sem intervalo. Quando um CLASSIFICAÇÃO
total de 30 repetições tiver sido completado em um exer Te m po 1 2 3 4 5
cício, este será excluído do circuito, e um período de des
canso de 15 segundos será colocado em seu lugar nas D u ração 1 2 3 4 5
próximas passagens. Por exemplo, ao completar 17 repe D ificu ldade 1 2 3 4 5
tições na primeira passagem do circuito e 13 na segunda,
em vez de se fazer mais flexões plantares na terceira pas Resu ltados 1 2 3 4 5
sagem, deve-se parar e descansar por 15 segundos antes
de iniciar o próximo exercício.
Meio d esenvolvi- 15 8 15 8 15 8 15 6
m ento, em pé
Exte nsão de 15 10 15 8 15 6 15 6
col u n a
Rosca testa 15 10 15 10 15 10 15 o
Descanse 2 m i n Desca n se 2 m i n Desca nse 2 m i n
'As repetições listadas são uma sugestão d e objetivo; faça o máximo que puder e m 1 5 segu ndos e passe pelo circuito tantas qua ntas forem a s vezes necessá-
rias até chega r a um tota l de 30 repetições em cada exercício.
Lembrete: Nos exercícios com a n i l has, use um peso de cerca de 75 a 85% de 1RM (ou um peso que possa ser levantado de 8 a 10 vezes no exercício). Por exem-
pio, se você consegue fazer uma repetição no supino com 200 libras, pode-se carrega r a barra no circuito com 150 a 170 l i bras.
106 Jim Stoppani
Treino de pré-exaustão
O treino de pré-exaustão envolve a execução de um exer rie de 10 a 15 repetições no primeiro exercício e, logo de
cício monoarticular antes de um multiarticular para de pois, uma série de 6 a 10 no segundo exercício. Deve-se
terminado grupo muscular. O objetivo é fatigar o múscu descansar por cerca de 2 a 3 minutos e repetir o proces
lo que está sendo treinado com o exercício monoarticular, so duas vezes. Independentemente do método escolhido,
de modo que fique fraco para o exercício multiarticular. Por os pares de pré-exaustão são realizados com outros exer
exemplo, um grupo muscular pequeno como o deltóide é cícios para o mesmo grupo muscular, executados na for
fatigado (ou pré-exaurido) com um trabalho monoarticular, ma tradicional.
como a elevação lateral com halteres, antes de ser treina
do com um movimento mais complexo e pesado, como o CLASSIFICAÇÃO
meio desenvolvimento com halteres. Isso porque o exercí Tem po 1 2 3 4 5
cio complexo envolve o músculo de interesse, além de, no
mínimo, um músculo sinergista. Por exemplo, no meio de D u ração 1 2 3 4 5
senvolvimento, o deltoide é auxiliado pelo tríceps. Enquan Dificu ldade 1 2 3 4 5
to esse sinergismo ajuda a levantar mais peso no exer
cício complexo, ele pode limitar a fadiga do músculo de Resu ltados 1 2 3 4 5
interesse - isso ocorre especificamente quando o múscu
lo sinergista é muito mais fraco do que o que está sendo
enfatizado. Se isso, de fato, acontece, então o exercício TABELA 6.31 Exemplo de pares de exercícios para o treino
de pré-exaustão
Ili
termina quando o músculo sinergista e não o que se está
tentando priorizar - encontra-se exaurido.
A pré-exaustão causa a fadiga do grupo muscular Exercício auxi l i a r Exercício m u ltiarticul a r
Trapézio Encol himento de om 1. Encol himento com a barra por trás das costas: 3-4 repetições
bros com barra Descanse somente o suficiente para mudar a posição do corpo e a pegada.
2. Encol himento com barra: 2-4 repetições
Pernas Agachamento 1. Agachamento com a barra pela frente com pequeno afastamento dos pés (na
largura dos q uadris ou menos): 3-4 repetições
Não coloque a barra no suporte, apenas ajuste o afastamento dos pés e
continue.
2. Agachamento com a barra pela frente com amplo afastamento dos pés (mais
afastados do que a largura dos ombros): 2-4 repetições
Coloque a barra no suporte e descanse somente o suficiente para trocar a
posição da barra.
3. Agachamento com a barra por trás com um peq ueno afastamento dos pés: 2-4
repetições
Não coloque a barra no suporte, apenas ajuste o afastamento dos pés e
continue.
4. Agachamento com a barra pela frente com amplo afastamento dos pés: 2-4
repetições
Leg press 1. Leg press unilateral: 3-4 repetições com cada perna
Coloque a plataforma no suporte e descanse somente 15 segundos.
2. Leg press com os pés unidos: 2-4 repetições
Coloque a plataforma no suporte somente o tempo necessário para trocar a
posição dos pés.
3. Leg press com os pés afastados (além da largura dos ombros): 2-4 repetições
Bíceps Rosca invertida com 1. Rosca invertida, posição inclinada (cerca de 45"): 3-4 repetições
halteres 2. Rosca invertida, sentado: 2-4 repetições
3. Rosca invertida, em pé: 2-4 repetições
Faça todos os 3 movimentos sucessivamente, sem intervalo e sem colocar os
halteres no chão.
Rosca direta com 1. Rosca direta, posição inclinada (cerca de 45"): 3-4 repetições
halteres 2. Rosca direta, sentado: 2-4 repetições
3. Rosca direta, em pé: 2-4 repetições
Faça todos os 3 movimentos sucessivamente, sem intervalo e sem colocar os
halteres no chão.
Rosca neutra 1. Rosca neutra, posição inclinada (cerca de 45"): 3-4 repetições
2. Rosca neutra, sentado: 2-4 repetições
3. Rosca neutra, em pé: 2-4 repetições
Faça todos os 3 movimentos sucessivamente, sem intervalo e sem colocar os
halteres no chão.
Série estendida final para o bíceps: faça todas as três séries estendidas com halteres tendo apenas 15 segu ndos de intervalo
entre cada uma delas.
(Conti nua)
110 Jim Stoppani
Tríceps Rosca testa 1. Rosca testa até a parte frontal da cabeça: 3-4 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
2. Rosca testa até o nariz: 2-4 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
3. Rosca testa até o queixo (deixe que os cotovelos fiquem um pouco voltados
para fora): 2-4 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
4. Supino com a pegada fechada: 2-4 repetições
Tríceps na polia alta 1. Tríceps na polia alta com pegada supinada: 3-4 repetições
Descanse apenas o suficiente para trocar a pegada e a posição do corpo.
2. Tríceps francês (na polia alta): 2-4 repetições
Descanse apenas o suficiente para trocar a pegada e a posição do corpo.
3. Tríceps na polia alta: 2-4 repetições
Abdominais I ntra-abdominal 1. Elevação das pernas com os joelhos estendidos: cerca de 10-15 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
2. Elevação das pernas com os joelhos flexionados: cerca de 5-10 repetições
Descanse apenas o suficiente para assumir a nova posição.
3. Intra-abdom inal com as pernas estendidas: cerca de 10-15 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
4. Intra-abdom inal com as pernas flexionadas: cerca de 5-10 repetições
Devido ao fato de a musculatura abdom inal ser um grupo muscular com características particulares, quando se fala de treinamen
to de força, o número de repetições das séries estend idas será bem mais alto do que o usado para outros grupos musculares.
No entanto, assim como com os outros grupos musculares, deve-se fazer cada exercício abdom inal quase até a falha.
1
por semana.
Resultados 1 2 3 4 5
TRÍCEPS
Rosca testa ou tríceps na polia alta Aquecimento 10 Tríceps francês, sentado (com haltere)
Aquecimento 10 Tríceps na polia alta, sentado
1 8-10 Tríceps francês, sentado (com haltere)
2 6-8 Tríceps francês, sentado (com haltere)
3 8-10 Rosca testa, acima da parte de cima da cabeça (os
braços ficam em ângulo de 45º)
4 8-10 Rosca testa até a parte frontal da cabeça
5 8-10 Tríceps na polia com o tronco um pouco inclinado para
a frente
6 8-10 Tríceps na polia alta com o tronco ereto com corda
7 6-8 Tríceps na polia alta com o tronco ereto com a barra
curta
canivete 4 15-20
Abdominal 6 15-20
SESSÃO DE TREINO 2
COSTAS
Puxada ou remada, com cabo Aquecimento 10 Puxada por trás da cabeça
Aquecimento 10 Puxada até a parte superior do peito
1 8-10 Puxada por trás da cabeça
2 8-10 Puxada até a parte superior do peito, com a pegada
aberta
3 6-10 Puxada até a parte superior do peito, com a pegada
fechada
4 6-8 Puxada frontal com cotovelos estend idos ou remada em
pé, na polia alta
5 6-8 Remada em pé, na polia (ao nível do peito), ou remada
com cabo, sentado
6 6-8 Remada em pé, na polia baixa
BÍCEPS
Rosca direta Aquecimento 10 Deitado
Aquecimento 10 Em pé
1 8-10 Deitado
2 8-10 Inclinado em 15º
3 8-10 Inclinado em 30°
4 8-10 Inclinado em 45°
5 8-10 Inclinado em 60°
6 8-10 Inclinado em 75°
7 8-10 Rosca alternada, em pé
8 8-10 Rosca Scott
9 8-10 Rosca Scott, apoiado
10 8-10 Rosca invertida (na polia baixa)
Como alternativa para trabalhar o bíceps, tente esta progressão de rosca d ireta com barra:
N ú mero
Exercício d a série Repetições Especificações do exercício
Rosca d ireta com ba rra (continuação) 1 8-10 Pegada neutra (a mais confortável)
2 8-10 Pegada 6 polegadas além da largura dos ombros
3 6-10 Pegada 4 polegadas além da largura dos ombros
4 6-10 Pegada 2 polegadas além da largura dos ombros
5 6-10 Pegada na largura dos ombros
6 6-10 Pegada fechada (uma mão afastada da outra, cerca de
4 polegadas)
SESSÃO DE TREINO 3
OM BROS
Meio desenvolvimento com halteres Aquecimento 10 Arnold press
Aquecimento 10 Palmas das mãos voltadas para a frente
1 6-8 Arnold press
2 6-8 Pegada neutra
3 6-8 Palmas das mãos voltadas para a frente
4 4-8 Palmas das mãos voltadas para a frente
Elevação com halteres 1 8-10 Elevação frontal (com pegada neutra; faça um braço por vez)
2 8-10 Elevação frontal em 45º*
3 8-10 Elevação lateral
4 8-10 Elevação lateral
5 8-10 Crucifixo invertido em 30º**
6 8-10 Crucifixo invertido
7 8-10 Crucifixo invertido
·Execute de forma similar à elevação latera l, mas eleve o braço até o ponto médio entre a elevação frontal e a latera l.
.. Execute de forma similar à elevação latera l, mas eleve o braço até 30 º atrás da elevação lateral.
ABDO M I NAIS
Como alternativa ao agachamento, ao /eg press ou ao agachamento no hack, tente a seguinte progressão no exercício
de passada à frente:
Exercício
Passada à frente 1
Ili
10-15
Especificações do exercício
Passada à frente
2 10-15 Passada à frente em 45º*
3 6-10 Passada para o lado
4 6-10 Passada para trás em 45º**
5 6-10 Passada para trás
*Faça como um meio-termo entre a passada para a frente e a passada para o lado. O pé deve ficar no ponto méd io entre esses dois exercícios.
**Faça como um meio-termo entre a passada para o lado e a passada para trás. O pé deve fica r no ponto médio entre esses dois exercícios.
Flexão plantar, em pé* 1 10-15 Dedos dos pés voltados para a frente
2 10-15 Dedos dos pés voltados para fora
3 10-15 Dedos dos pés voltados para dentro
·como alternativa , faça no leg press, em um aparelho donkey, ou em um aparelho para panturrilhas.
Flexão plantar, sentado 1 10-15 Dedos dos pés voltados para a frente
2 10-15 Dedos dos pés voltados para fora
3 8-15 Dedos dos pés voltados para dentro
Lembrete: 1 polegada = 2,54 centímetros.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 115
Barbei/ blasting
A proposta barbei/ blasting é limitar todas as opções de por não mais do que três semanas consecutivas e, de
exercícios àqueles executados com barra, utilizando diver pois, alterado para um programa que ofereça maior va
sos deles para estimular cada grupo muscular em vários riedade de exercícios. Também pode-se usar esse méto
ângulos. É uma boa forma de complicar um pouco o trei do de forma esporádica em uma sessão de treino, a fim
no, enquanto se inova os exercícios realizados com uma de fazer algumas variações, ou quando a academia está
barra. Também é importante não utilizar halteres ao trei cheia e poucas opções restam para além de uma barra ou
nar em casa. um power rack disponível.
Uma forma de usar o método é executar todos os
exercícios em um power rack, o que poupará tempo e CLASSI FICAÇÃO
dará segurança, especialmente para aqueles que treinam Tem po 1 2 3 4 5
sozinhos. Um exemplo de aplicação nos principais grupos
musculares, em uma rotina dividida em três treinos, pode Duração 1 2 3 4 5
ser observado na Tabela 6.34. Esse programa pode ser Dificuldade 1 2 3 4 5
feito 1 ou 2 vezes por semana. Independentemente da
frequência semanal, o barbei/ blasting deve ser seguido Resultados 1 2 3 4 5
SESSÃO DE TREINO 2: PERNAS, OM BROS E TRAPÉZIO Remada curvada com ba rra ( pegada 3 8-10
pronada, a berta )
Agachamento com a barra pela frente 3 8-10
Remada curvada com ba rra ( pegada 3 8-10
Agachamento com a ba rra por trás 3 6-8 supinada)
Agachame nto com barra , no hack 3 6-8 Pullover com barra, declinado 3 10-12
Passada à frente com ba rra 3 8-10 Rosca d i reta com barra 3 8-10
Leva nta mento-te rra romeno com 3 10-12 Rosca d i reta com apoio i n c l i nado 3 10-12
ba rra
Rosca Scott com ba rra 3 10-12
Flexão planta r com barra, em pé 3 10-12
Rosca i nvertid a 2 10-12
Flexão planta r com ba rra , sentado 3 15-20
Rosca pun ho com barra 2 10-12
Meio d esenvolvimento com barra , 3 8-10
em pé Rosca pun ho i nvertida com barra 2 10-12
Treino u n i latera l
O treino unilateral usa exercícios que enfatizam apenas e os mesmos músculos do lado direito, treinados em ou
um lado do corpo. A maior parte dos programas de treina tro. O programa (Tab. 6.35) consiste de quatro sessões de
mento negligencia esse método; no máximo, incluem es treino por semana, que servem para trabalhar o corpo in
poradicamente um exercício com uma perna ou um bra teiro. A sessão de treino 1 consiste em peito, ombro, tra
ço, como, por exemplo, a rosca concentrada e o Jeg press pézio, tríceps, costas e bíceps do lado direito. A sessão 2
unilateral, o que pode levar a desequilíbrios no desenvol envolve peito, ombro, trapézio, tríceps, costas e bíceps do
vimento e na força muscular. lado esquerdo. Na sessão 3, exercita-se o quadríceps, os
Pesquisas mostram que é possível produzir mais isquiotibiais e a panturrilha do lado direito. A sessão 4 en
força em cada lado do corpo ao se realizar exercícios uni cerra o treino de todo o corpo trabalhando o quadríceps,
laterais do que ao executar exercícios bilaterais, como o os isquiotibiais e a panturrilha do lado esquerdo. Os abdo
supino com barra. Além disso, pelo fato de existirem efei minais podem ser exercitados no final da primeira e da úl
tos cruzados decorrentes do treino de um músculo de tima sessão de treino.
um lado do corpo, o sistema unilateral pode proporcio O volume de trabalho feito por cada grupo muscular
nar maior crescimento muscular no lado não treinado. é muito pequeno (dois exercícios por grupo e 2 ou 3 sé
Ou seja, o lado que fica em repouso também recebe esti ries por exercício), porque esse tipo de treino intensifica a
mulação nervosa a partir do aumento do fluxo sanguíneo solicitação do sistema nervoso. Logo, utiliza-se um peso
que ocorre ao se exercitar os músculos do lado oposto do leve o suficiente para permitir a execução de 10 a 12 re
corpo. Isso eleva o fornecimento de oxigênio, nutrientes e petições por série. Esse treinamento deve ser seguido por
hormônios aos músculos que estão em repouso, ao mes apenas 2 a 4 semanas antes de se voltar a treinar bilate
mo tempo em que ajuda a levar embora os metabólitos ralmente, e não se deve realizá-lo mais de uma vez em um
das sessões de treino anteriores. O resultado é uma me período de 4 a 6 meses.
lhor regeneração e um maior crescimento muscular. Além dos exercícios dados no exemplo de treino,
Outro benefício do treino unilateral é o exercício dos existem muitos outros exercícios unilaterais que podem
músculos do tronco (os músculos superficiais e profundos ser feitos para cada grupo muscular. A Tabela 6.36 con
do abdome e da coluna lombar), importantes para uma tém uma lista de opções.
melhor base da força geral. No entanto, o maior benefício
do treino unilateral é a grande inovação de estímulos da
dos ao sistema nervoso e às fibras musculares, que acon CLASSIFICAÇÃO
tecem de uma forma diferente da de outros programas de Tem po 1 2 3 4 5
D u ração
treino. Esses novos estímulos podem levar a ganhos na
1 2 3 4 5
força e na massa muscular.
Esse método de treino separa as sessões em um Dificu ldade 1 2 3 4 5
1
Resu ltados
dia para o lado direito e outro para o lado esquerdo. Em
1 2 3 4 5
outras palavras, os músculos do lado esquerdo do cor
po (como o bíceps e o tríceps) são treinados em um dia,
Treino pareado
Os treinos pareados (Tab. 6.37) têm o mesmo exercício tará muito mais o dano muscular. Em seguida, realiza-se
no início e no final da sessão. Fazer um exercício duas ve mais duas séries de 12 a 15 repetições. Essa janela de re
zes extrai todos os benefícios que ele pode proporcionar, petições maior levará os músculos ao limite da fadiga. Os
que incluem o aumento do tamanho e da força muscular, tempos de intervalo entre essas três séries serão manti
além da perda de gordura. dos em 1 minuto, a fim de realmente exaurir os músculos.
Fazer esses exercícios no início e no final do treino, A fadiga também é fundamental para o crescimento de
maximiza o crescimento muscular e a força. Isso porque vido aos metabólitos bioquímicos produzidos nas células
fazer o primeiro exercício, quando se está descansado e musculares, decorrentes da "queima" de glicose e gordu
mais forte maximiza a força e a sobrecarga mecânica apli ra para o fornecimento da energia necessária para a con
cada nos músculos. Quando no início do treino, utiliza-se tração muscular. Esses metabólitos sinalizam o aumento
cargas altas e poucas repetições (6 a 8 por série). Essa dos hormônios anabólicos e dos fatores de crescimen
janela de repetições é a melhor para aprimorar a força e to, como o hormônio do crescimento (GH) e os fatores de
a massa muscular, devido à aplicação das cargas mais crescimento semelhantes à insulina do tipo 1 (IGF-1). Os fa
elevadas nos músculos, o que maximiza o dano muscu tores anabólicos, juntamente com a testosterona, influen
lar e, consequentemente, os ganhos de força e o cresci ciam o incremento muscular por meio do crescimento de
mento muscular. Quando as fibras são lesionadas, elas novas fibras - que substituirão as fibras lesionadas - e
são substituídas por novas, maiores e mais fortes, em um aumentam a síntese de proteínas. A síntese de proteínas
esforço para se adaptar à sobrecarga aplicada. Mas essa musculares, por sua vez, tem o papel de incrementar to
é apenas uma forma dos músculos crescerem. Tal janela das as fibras musculares pelo fornecimento de mais pro
também estimula a produção de hormônios anabólicos, teínas. Já que essas fibras são constituídas de proteínas,
como a testosterona. mais proteínas significam fibras maiores.
Quando se realiza o mesmo exercício no final do trei
no, o praticante já está pré-exaurido pelos exercícios an
teriores. Isso maximiza a fadiga aplicada aos músculos e CLASSIFICAÇÃO
interfere na faixa de repetições a ser utilizada. Serão fei
tas três séries. Na primeira, usa-se o mesmo peso utili Tem po 1 2 3 4 5
zado no início do treino, a fim de aumentar ainda mais o D u ração 1 2 3 4 5
dano muscular provocado no início da sessão, ao forçar
os músculos a movimentar o mesmo peso quando já fati Dificu ldade 1 2 3 4 5
gados. Por causa disso, será possível realizar apenas al Resu ltados 1 2 3 4 5
gumas poucas repetições, mas cada uma delas aumen-
Costas e bíceps Flexão na barra com a pegad a aberta e i nvertida 3 6-8 2min
Rosca d i reta c o m ba rra 3 8-10 2min
Peito Supino reto com barra, inclinado ou Não há Crucifixo reto com halteres,
declinado inclinado ou declinado
Supino reto com halteres, inclinado Crucifixo reto na polia, inclinado
ou declinado ou declinado
Supino reto no multiforça, inclinado Crucifixo na máquina
ou declinado Crossover (na polia alta ou baixa)
Qualquer outro supino na máquina Voador
Apoio Pullover
Ombros Meio desenvolvi mento com barra, Remada vertical com barra, Elevação lateral com halteres,
com halteres ou no m ultiforça com halteres, no m ultiforça cabo ou máquina
ou na polia baixa* Elevação frontal com halteres,
cabo ou máquina
Crucifixo invertido com halteres
ou na polia
Voador invertido
Tríceps Supino fechado com barra, com Não há Tríceps na polia alta
halteres ou no m ultiforça Tríceps testa com barra ou halteres
Tríceps francês com halteres,
barra ou na polia
Coice com halteres ou na polia
Tríceps na máquina
Bíceps Não há Flexões na barra com a pegada Rosca Scott com barra, halteres,
aberta e invertida barra ·w·ou na polia
Rosca d ireta móvel Rosca d i reta, inclinada
Rosca concentrada
Rosca d ireta na máquina
lsquioti biais Agachamento com ba rra ou no Não há Flexão de joelhos deitado, sentado
multiforça ou em pé
Agachamento na máquina Levantamento-terra romeno
Passada com barra ou halteres
Panturrilhas Flexão plantar em pé ou sentado, Não há Não há
donkey ou no /eg press
Abdominais Não há Não há Supra-abdominal
l nfra-abdominal
Abdominal oblíquo
Elevação das pernas com os joe
lhos fletidos ou estendidos
Supra-abdominal na polia alta
Trapézio Não há Não há Encolhimento com barra, com
halteres ou no m ultiforça
Remada vertical com barra, com
halteres, no m ultiforça ou na
polia
• A remada de pegada a berta com ba rra , no multiforça, com ha lteres ou na polia baixa é o ú nico exercício de ombros que de fato rea liza um movi mento de
puxar. Mesmo que seja, do ponto de vista técn ico, inconsistente com a d ivisão de empu rra r e puxa r em atividades angulares, si nta-se livre para executar
remadas verticais no dia angular 1.
elástica
(Conti nua)
124 Jim Stoppani
Costas Extensão de om bros com 3/15-20 2min Peito Supino com banda elástica 3/ 12-15 2min
banda elástica Supino i n c l i nado em pé, 3/ 12-15 2min
com banda e lástica
Bíceps Rosca d ireta com ba rra e 3/15-20 2min Crucifixo i nc l i nado u n i l ate- 3/ 12-15 2min
banda elástica ra l com banda elástica
Rosca d ireta por trás das 3/15-20 2min Crucifixo un i latera l com 3/ 12-15 2min
costas, c o m ba nda ba nda elástica
elástica
Rosca d ireta a lta com 3/15-20 2min Tríceps Supino fechado com ba nda 3/12-15 2min
b a n d a elástica elástica
Tríceps fra ncês com banda 3/ 12-15 2min
TREINO 3 (QUINTA-FEI RA): OM BROS, TRAPÉZIO E ABDOMI NAIS elástica
O m b ros Meio d esenvolvimento com 3/15-20 2min Coice com banda elástica 3/ 12-15 2min
ba rra e banda elástica Abd o m i- Supra-abd o m i n a l em pé 2/ 12-15 1min
Elevação latera l com banda 3/15-20 2min nais c o m b a n d a e lástica
elástica Elevação das pernas com 2/ 12-15 1min
Meio d esenvolvimento com 3/15-20 2min o s joel hos fletidos, com
banda elástica ba nda elástica
Crucifixo i n vertido com 3/15-20 2min Rotação do tronco com 2/ 12-15 1min
banda elástica b a n d a elástica
Tra pézio Enco l h i mento com barra e 3/15-20 2min TREINO 2 (TERÇA-FEIRA): COSTAS E BÍCEPS
banda elástica
Encolh i m ento com a ba rra 3/15-20 2min Costas Remada com barra e 3/ 12-15 2min
por trás d a s costas e banda elástica
banda elástica Puxad a com banda e lástica 3/ 12-15 2min
Remada em p é com banda 3/ 12-15 2min
Abdomi- Elevação das pernas com 2/15-20 1min elástica
nais joelhos fletidos e banda Extensão de om bros com 3/ 15-20 2min
elástica ba n d a elástica
Rotação do tronco com 2/15-20 1min
banda elástica B íceps Rosca d i reta com barra e 3/ 12-15 2min
Oblíquo em pé com banda 2/15-20 1min banda elástica
elástica Rosca d i reta por trás das 3/ 12-15 2min
costas, com banda
TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): PERNAS elástica
(QUADRÍCEPS E !SQU !OTI BIAIS) E PA!l!TUR R !LHAS Rosca d i reta a lta com 3/ 12-15 2min
Quad rí- Agachamento com barra e 3/15-20 2min ba nda elástica
ceps banda elástica TREINO 3 (QUI NTA-FEIRA): OMBROS, TRAPÉZIO E ABDOMINAIS
Step com ba nda elástica 3/15-20 2min
Extensão de joel hos em pé, 3/15-20 1min O m bros Meio d esenvolvimento com 3/ 12-15 2min
com ba nda elástica ba rra e banda elástica
Elevação latera l com banda 3/ 12-15 2min
lsquioti- Leva ntamento-terra romeno 3/15-20 2min elástica
biais com ba nda elástica Meio d esenvolvimento com 3/ 12-15 2min
Flexão de joelhos em pé 3/15-20 1min ba nda elástica
c o m ba nda elástica Crucifixo i nvertido com 3/ 12-15 2min
Pa nturri- Flexão plantar em pé com 3/15-20 1min ba nda elástica
lhas ba rra e b a n d a elástica Tra pézio Enco l hi m e nto com ba rra e 3/ 12-15 2min
Flexão pla ntar sentado, 3/15-20 1min banda elástica
c o m barra e banda Enco l hi m e nto com a barra 3/12-15 2min
elástica por trás d a s costas e
banda elástica
(Continua}
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 125
Abdom i- Elevação das pernas com 2/12-15 1min Costas Remada com barra e banda 3/8-12 2-3min
nais joelhos fletidos e banda elástica
elástica Puxada com banda elástica 3/8-12 2-3min
Rotação do tronco com 2/12-15 1min Remada em pé com banda 3/8-12 2-3min
banda elástica elástica
Oblíquo em pé com banda 2/12-15 1min Extensão de om bros com 3/8-12 2-3min
elástica banda elástica
TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): PERNAS Bíceps Rosca direta com barra e 3/8-12 2-3min
(QUADRÍCEPS E ISQUIOTI BIAIS) E PANTU RRILHAS banda elástica
Rosca direta por trás 3/8-12 2-3min
Quadrí- Agachamento com barra e 3/12-15 2min das costas com banda
ceps banda elástica elástica
Step com banda elástica 3/12-15 2min Rosca direta alta com 3/8-12 2-3min
Extensão de joelhos em pé, 3/12-15 1min banda elástica
com banda elástica
Flexão de joelhos em pé 3/12-15 1min Om bros Meio desenvolvimento com 3/8-12 2-3min
com banda elástica barra e banda elástica
Elevação lateral com banda 3/8-12 2-3min
Panturri- Flexão plantar em pé, com 3/12-15 1min elástica
l has barra e banda elástica Meio desenvolvimento com 3/8-12 2-3min
Flexão plantar sentado, 3/12-15 1min banda elástica
com barra e banda Crucifixo invertido com 3/8-12 2-3min
elástica banda elástica
3ª SEMANA Trapézio Encolhi mento com barra e 3/8-12 2-3min
TREINO 1 (SEGUNDA-FEI RA): PEITO, TRÍCEPS E ABDOMI NAIS banda elástica
Encolhi mento com a barra 3/8-12 2-3min
Grupo Séries/
por trás das costas e
m uscu lar Exercício repetições Interval o
banda elástica
Peito Supino com banda elástica 3/8-12 2-3min Abdomi Elevação das pernas com 3/10-12 1min
Supino inclinado em pé 3/8-12 2-3min nais joelhos fletidos e banda
com banda elástica elástica
Crucifixo inclinado unilateral 3/8-12 2-3min Rotação do tronco com 3/10-12 1min
com banda elástica banda elástica
Crucifixo unilateral com 3/8-12 2-3min Oblíquo em pé com banda 3/10-12 1min
banda elástica elástica
Tríceps Supino fechado com banda 3/8-12 2-3min
elástica
TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): PERNAS
Grupo Séries/
(QUADRÍCEPS E ISQU IOTIBIAIS) E PANTU RRI LHAS
D u ração
zinho, dependendo do equipamento.
1 2 3 4 5
Resu ltados
elaborado para ser seguido por um período de tempo es
1 2 3 4 5
pecífico. Tente fazê-lo por uma ou duas semanas, como
TR EINO 1: PEITO, OM BROS, TRÍCEPS E ABDO MI NAIS TREINO 2: QUADRÍCEPS, ISQUIOTI BIAIS E PANTURRILHAS
Grupo Séries/
(continuação)
Ombros Meio desenvolvi mento na 3/8-102 Panturrilhas Flexão flantar donkey 3/15-203
máquina' 3/10-123 Flexão plantar no /eg press 3/10-123
Remada vertical no multiforça 3/12-153
Elevação lateral na máquina4 TREINO 3: COSTAS, TRAPÉZIO, BÍCEPS E ABDOMI NAIS
TREINO 2: QUADRÍCEPS, ISQUIOTI BIAIS E PANTU RRILHAS Trapézio Encolhi mento no multiforça 3/8-103
Quad ríceps Agachamento na máquina' 3/8-103 Bíceps Rosca Scott na máquinas 3/8-102
Leg press 3/8-102 Rosca d ireta na máquina4 3/10-123
Extensão de joelhos
Abdominais Intra-abdominal na máquinas
3/12-152
3/12-153
1 Se a academia não for equipada com essa máquina, faça o exercício no multiforça.
2
Na última série, faça duas ou três repetições forçadas a pós chega r à falha muscular.
3
Na última série, depois de chegar à fa lha, faça um drop set red uzindo a carga em, aproxi madamente, 30% e conti nue até a fa lha.
4 Se a academia não for equipada com essa máquina, faça o exercício na polia.
5
Se a academia não for equipada com essa máquina, faça o exercício com pesos livres.
128 Jim Stoppani
Treino consecutivo
O treino consecutivo trabalha um grupo muscular em dois CLASSIFICAÇÃO
dias seguidos. Ele também é referido por alguns fisicultu Tem po 1 2 3 4 5
ristas como treinos alimentadores, porque a ideia é exer
citar o grupo novamente no dia seguinte, mas com um D u ração 1 2 3 4 5
Dificu ldade
peso muito leve, com um número maior de repetições e 1 2 3 4 5
menor de séries, e com uma intensidade muito baixa, a
fim de aumentar o fluxo de sangue no tecido muscular. Resu ltados 1 2 3 4 5
Esse aumento supre a recuperação das células muscu
lares com mais nutrientes, como aminoácidos e glicose
(ambos fundamentais para o crescimento muscular e o
aumento da força), hormônios anabólicos (como o hormô TABELA 6.42 Treino consecutivo para costas
nio do crescimento e a testosterona) e oxigênio (para uma Os trei nos 1 e 2 são realizados em dias consecutivos.
recuperação mais rápida). O processo também ajuda a TREIN0 1
remover os metabólitos e as células deterioradas na ses
são de treino anterior, e aumenta o fluxo de água do san Exercício Séries Repetições
gue para o músculo - a causa do inchaço -, o que, em te Barra com a pegada aberta 3 6-10·
oria, estimula as rotas de crescimento do músculo devido
ao estiramento da célula muscular provocado pela sobre Remada com barra 4 6-10 ..
carga de volume. Apesar de não existirem pesquisas que Remada com cabo, sentado 4 6-10 ..
tenham observado diretamente esse efeito no crescimen
to muscular, um estudo concluiu que a resposta do corti Puxada supinada 4 6-10 ..
sol na segunda sessão de treino é significativamente me TREIN0 2
nor e que os níveis de testosterona são um pouco mais
elevados (Pullinen et ai., 2002). Isso significa que um am Puxada com a pegada aberta 2 15-20
biente anabólico maior é criado dentro dos músculos, o Remada com barra 2 15-20
que pode aumentar a força e o potencial de crescimen
to muscular. Remada com cabo, sentado 1 15-20
A primeira sessão utilizando esse modelo de treino Puxada supinada 1 15-20
deve ser muito intensa. A falha muscular deve ser alcan
• Faça 2 ou 3 repetições forçadas no final de cada série.
çada em todas as séries e seguida por repetições força •• Faça cada série até a fa lha concêntrica . No final de cada série, retire
das ou drop-sets. O volume também deve ser alto (de 12 cerca de 30% do peso e faça o maior número de repetições possível.
a 16 séries por grupo, a fim de garantir que o músculo fi Então, retire mais 30%, ou aproximadamente isso, e faça mais repetições
até a lcançar a fa lha.
que fatigado por completo. Já a segunda sessão deve ter
volume e intensidade mais baixos. São realizadas apenas
de 6 a 8 séries por grupo e de 15 a 20 repetições, nunca
alcançando a falha muscular. Um exemplo desse método
de treino é observado na Tabela 6.42.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 129
(Conti nua)
130 Jim Stoppani
Flexão pla nta r, sentado 3 20 Rosca d i reta , posição incli nada 2 12-15
AUMENTO DE MASSA
Embora se saiba que determinados exercícios, ordens
Programa para i n iciantes
de exercício, volumes, cargas e intervalos entre as séries
sejam melhores do que outros para o desenvolvimento
(pri meiros seis meses)
de massa muscular, é aconselhável não usar essas re O programa de seis meses é dividido em seis segmentos
comendações durante muito tempo, pois isso pode atra de quatro semanas (ver Tab. 7.1). Nos primeiros três seg
palhar o progresso. Essa é a base da periodização (abor mentos, com treinos três vezes por semana, trabalha-se
dada no Cap. 3). Por exemplo, embora o continuum de todo o corpo em cada sessão de treino. Nas primeiras
repetições máximas indique que realizar entre 6 e 12 re quatro semanas, deve-se fazer um exercício por grupo
petições por série seja o melhor para a hipertrofia, perma muscular; os exercícios realizados são os mesmos em
necer dentro desses limites pode levar à estagnação do todas as sessões, com 15 repetições por série e interva
crescimento muscular. Por essa razão, enquanto a maior los de repouso de 2 a 3 minutos, o que ajuda a "treinar"
parte do treinamento deve ser feita dentro desse número o sistema nervoso durante essa fase introdutória. O se
de repetições, ocasionalmente é preciso trabalhar tanto gundo ciclo de quatro semanas conta com a adição de
em uma faixa de repetições maior como em uma menor. um segundo exercício para cada grupo muscular, a fim
A questão é, então, como e quando fazer isso. É preciso de aumentar o volume e diversificar a forma como os
considerar que esse raciocínio também é aplicado às ou músculos são trabalhados. Os exercícios são os mesmos
tras variáveis agudas de treinamento. Logo, para garantir em todas as sessões, com 12 a 15 repetições por série
que os ganhos de massa sejam otimizados e contínuos, e intervalos de 2 a 3 minutos. No terceiro ciclo, os exer
fisiculturistas experientes entendem que uma "ciclagem" cícios são alterados a cada sessão. Isso permite que se-
132 Jim Stoppani
O m b ros Meio desenvolvi mento 3 10-12 Pa nturri l has Flexão plant a r donkey 3 10-12
com ha lteres Flexão pla nta r, sentado 3 10-12
Remada vertica l com 3 10-12 Tríceps Tríceps na pol i a a lta 3 10-12
pegad a a berta Rosca testa com halteres 2 10-12
Tra pézio Enco l h i m ento d e o m b ros 4 10-12 B íceps Rosca d i reta com barra 3 10-12
com barra Rosca Scott 3 10-12
Costas Puxad a 3 10-12 Antebraços Rosca pun h o 2 8-10
Remada com barra 'T' 3 10-12 Rosca pun h o i nvert ida 2 8-10
Abd o m i na is Vela 3 10-15 SEMANAS 21-24: SEGUNDA E QUINTA-FEIRA
Abd o m i n a l na bola 3 10-15 (PEITO, OM BROS, TRAPÉZIO, COSTAS E ABDOMINAIS)
SEMANAS 17-20: TERÇA-FEIRA Peito Supino 3 6-8
(PERNAS, PANTU RRI LHAS, TRÍCEPS, BÍCEPS E ANTEBRAÇOS) Supino decli nado 3 6-8
Pernas Agachamento no 10-12 Crucifixo i n c l i nado com 2 6-8
3
multiforça halteres
Passad a à f rente 3 10-12 Ombros Meio desenvolvimento 3 6-8
Extensão de joel hos 2 10-12 com ha lteres
Flexão de joe l hos, 2 10-12 Elevação lateral com 2 6-8
decúbito fronta l h alteres
Pa ntu rri I has Flexão pla nta r, em pé 10-12 Crucifixo i nvertido no 2 6-8
3
Flexão pla nta r, sentado 3 10-12 crossover
Tríceps Mergu l h o 3 10-12 Trapézio Encol h i mento d e ombros 3 6-8
Tríceps na pol i a a lta 2 10-12 com ba rra
Encol h i mento de ombros 3 6-8
Bíceps Rosca d ireta com barra "W" 3 10-12 com ha lteres
Rosca concentrada 3 10-12
Costas Flexões na ba rra 3 6-8
Antebraços Rosca pun ho com barra 2 10-12 Remada com ba rra 3 6-8
Rosca pun ho i nvertida, 2 10-12
Extensão de ombro na 3 6-8
em pé polia a lta
SEMANAS 17-20: QUI NTA-FEIRA Abdominais Elevação d e pernas com 3 10-12
(PEITO, OMBROS, TRAPÉZIO, COSTAS E ABDOMINAIS) joel hos flexionados
Peito S u p i no decl i nado 3 10-12 Abd o m i n a l dec l i nado 3 10-12
Crucifixo i n c l i nado com 3 10-12 SEMANAS 21-24: TERÇA E SEXTA-FEIRA
halteres (PER NAS, PANTU RRI LHAS, TRÍCEPS, BÍCEPS E ANTEBRAÇOS)
Ombros Meio desenvolvi mento 3 10-12 Pernas Leg press 3 6-8
com ba rra Extensão d e joelhos 3 6-8
Elevação lateral na pol i a 3 10-12 Leva nta mento-terra 3 6-8
baixa romeno
Trapézio Enco l h i m ento d e o m b ros 4 10-12 Pa ntu rri I has Flexão pla nta r, e m pé 3 6-8
com ha lteres Flexão pla nta r, sentado 3 10-12
Costas Flexões na barra 3 10-12 Tríceps Tríceps na pol i a a lta 3 6-8
Remada no multiforça 3 10-12 3 6-8
Rosca testa
Abdom i na is Elevação de pernas com 3 10-12 B íceps Rosca d i reta com ba rra 3 6-8
joel hos flexionados Rosca Scott com ha lteres 3 6-8
Abd o m i n a l no banco 3 10-12
dec l i nado Antebraços Rosca pun h o 2 8-10
Rosca pun h o i nvertida 2 8-10
134 Jim Stoppani
29 10-12
30 Repouso ativo
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 135
grama permite uma semana de recuperação ativa (em de se "pular" as semanas com intervalo ativo, caso se de
que outras atividades físicas que não a musculação são seje passar adiante.
estimuladas) antes de se passar para a próxima fase, jun O praticante intermediário que estiver interessado
to com uma semana de repouso ativo durante a fase on em ganhos gerais de massa muscular deve seguir as re
dulada, em um programa de 52 semanas que manterá a comendações básicas do Capítulo 5 na escolha dos exer
continuidade dos ganhos musculares. Mas há a liberdade cícios. Os intervalos de repouso entre os exercícios de-
136 Jim Stoppani
vem ser de 2 a 3 minutos, mas é possível manipular essa repetições e podem ser abandonadas, se desejado. Por
variável. Por exemplo, em uma fase com um número baixo exemplo, tente o treino com velocidade reduzida durante
de repetições (4 a 6), pode-se permitir que o intervalo seja as semanas 5 a 8, o treinamento negativo na semana 23,
de 4 minutos entre as séries. Em uma fase com um núme e o treino somente com barras e anilhas na semana 26;
ro alto de repetições (mais que 12), o intervalo deve ser li utilize um treinamento com superséries e com repetições
mitado a 1 minuto. Para todas as outras faixas de repeti forçadas, quando desejar, entre as semanas 31 e 51.
ções, o descanso é mantido entre 2 e 3 minutos. "Ciclar"
os períodos de intervalo proporcionará o aumento dos ga
nhos de massa muscular.
Para se obter ganho muscular e perda de gordura,
Programa avançado
os intervalos devem ser limitados a menos de 1 minuto. (mais de um ano)
As pesquisas mostram que, mantendo-os nessa duração,
pode haver um aumento do número de calorias gastas Um praticante avançado está no nível mais difícil para
durante e após uma sessão de treinamento de força, in estimular o maior crescimento muscular, por já ter mui
dependentemente da faixa de repetições (Falvo et ai., to tempo de treino e, portanto, estar perto de chegar ao
2005). Também é sensato usar o maior número possível platô genético de crescimento. Por essa razão, deve trei
de exercícios complexos, pois eles envolvem mais grupos nar frequentemente com técnicas avançadas de alta in
musculares que os exercícios auxiliares e, por essa razão, tensidade, a fim de ajudar no estímulo para o crescimen
ajudam a gastar mais calorias. É claro que realizar um to muscular. O programa avançado de um ano (Tab. 7.3)
treinamento aeróbio ao mesmo tempo que um de força, cicla as técnicas apresentadas no Capítulo 6 com rotinas
bem como uma dieta adequada que limite a ingesta ca divididas básicas, de modo a oferecer períodos de bai
lórica, é fundamental para a perda de gordura corporal. xa intensidade para que os músculos possam se recupe
(Para mais informações sobre como maximixar a queima rar antes da próxima técnica avançada iniciar. É possível
de gordura enquanto aumenta a força e a massa muscu substituir alguma técnica por outra que seja mais adequa
lares, ver a Parte IV). da às necessidades momentâneas. O mesmo pode ser
Caso se queira utilizar técnicas de treino mais avan dito sobre as rotinas divididas. Nem as técnicas específi
çadas, estas podem ser encontradas no Capítulo 6 e uti cas, nem as rotinas divididas são críticas nesse programa
lizadas dentro do número de repetições apropriado. Di de um ano. O importante é ciclar 4 a 6 semanas de técni
versas técnicas que manipulam a escolha das séries, dos cas avançadas com 4 a 6 semanas de um programa bási
-
exercícios e das repetições não dependem da faixa de co de treino, que é menos intenso.
13-16 Superséries Siga a rotina divid ida de 2 ou 3 treinos, fazendo-a duas vezes por
semana
Rotina d ivid ida em três treinos:
Sessões 1 e 4: peito/costas, ombros/costas
Sessões 2 e 5: bíceps/tríceps
Sessões 3 e 6: pernas (quad ríceps e isquiotibiais)
Rotina d ivid ida em dois trei nos:
Sessões 1 e 3: peito/costas, ombros/costas
Sessões 2 e 4: bíceps/tríceps, pernas (quad ríceps e isquioti biais)
Rep.: 8-10
17 Repouso ativo
26-29 Rotina d ivid ida em dois treinos Escolha exercícios d iferentes para as sessões 1 e 2, bem como para
as sessões 3 e 4
Rep.: 8-10; intervalo: 2-3min
34 Repouso ativo
35-38 Treino com repetições lentas Siga uma rotina d ividida de três treinos; treine uma vez por semana
Rep.: 5-10; intervalo: 2-3min
39-42 Rotina d ivid ida em 2 ou 3 treinos Treine duas vezes por semana
Rep.: 12-15; intervalo: 1-2min
43-46 Treino pesado e leve Siga uma rotina d ividida de quatro treinos
I ntervalo: 2-3min
47 Hundreds Siga uma rotina d ividida de dois treinos; treine d uas vezes por
semana
50-51 Treino unilateral Siga a rotina d ivid ida fornecida na pági na 136
52 Repouso ativo
PROGRESSÃO DOS OBJETIVOS prio com base no conhecimento que adquiriu por meio
da leitura deste livro.
Os programas de longa duração recém-apresentados são
um bom começo para qualquer um, independentemen
te do nível de treinamento. No entanto, com a progres " Magro e grande"
são do praticante, seus objetivos tendem a ser mais espe
cíficos. Aquele que treina força pode desejar maximizar Quem está interessado no fisiculturismo ou no treinamen
massa a muscular e a força, bem como ficar magro e to de força visa apenas o aumento de massa muscular,
grande, ou, ainda, desenvolver um grupo muscular es sem aumento da gordura corporal, pois esta esconde o
pecífico. Um praticante intermediário ou avançado inte formato e as estriações de músculos bem-desenvolvidos.
ressado em objetivos específicos deve seguir um progra Embora uma dieta apropriada e um grande volu
ma que manipule as variáveis de treino apropriadas, a me de treinamento aeróbio sejam ferramentas importan
fim de alcançar suas metas. Esta parte do capítulo tem tes para auxiliar na queima de gordura enquanto se ga
ciclos detalhados compatíveis com os objetivos mais co nha músculos, certos programas de treinamento de força
muns da maior parte dos fisiculturistas. É bem provável são melhores do que outros quando o objetivo é ganho de
que qualquer objetivo relacionado ao treinamento de for massa magra. O programa "magro e grande" é compos
ça para ganhos de massa muscular esteja listado aqui. to por três fases de quatro semanas que enfatizam movi
Tente um dos seguintes programas ou elabore o seu pró- mentos complexos (ver Tab. 7.4), as quais usam a maior
138 Jim Stoppani
G ru po
ANTEBRAÇOS E ABDO M I NAIS (Continuação)
G rupo G rupo
muscular Exercício Séries Repetições muscular Exercício Séries Repetições
Costas Levantamento-terra
2 15 5 4
Antebraços Rosca pu nho 2 15 Remada com a barra "T" 3 4
Rosca pu nho invertida 2 15 3 20
Puxada pela frente 3 4
Abdominais Abdominal invertido 4 15 3 20
Abdominal na bola 4 15 Extensão de ombro na 4 20
polia alta
FASE 3: SEMANAS 9-12
SESSÃO 1: PEITO E TRÍCEPS Bíceps Rosca direta com barra 3 4
3 20
G rupo Rosca concentrada 3 4
muscul a r Exercício Séries Repetições 3 20
Rosca neutra com corda 2
Peito Supino com halteres
4
3 4 2 20
3 20
Supino inclinado no 3 4 Antebraços Rosca punho com 2 20
m ultiforça 3 20 halteres 2 20
Crossover 4 20 Rosca invertida, em pé
Tríceps Supino com halteres e 3 4 Abdominais Abdominal invertido 4 20
pegada fechada 3 20 Abdominal oblíquo 4 20
Tríceps francês com 2 4
halteres 3 20
Tríceps na polia alta 2 20
SESSÃO 2: PERNAS, PANTU RRI LHAS E ABDOMI NAIS
Pernas Agachamento 3 4
3 20
Leg press unilateral 3 4
3 20
Extensão de joelhos 4 20
Levantamento-terra 4 20
romeno
parte das fibras musculares e, por essa razão, gastam força e massa muscular de forma simultânea - e por uma
mais calorias. boa razão. Normalmente, conforme a força dos músculos
O treinamento com cargas mais pesadas e pou aumenta, o seu tamanho também aumenta. Apesar de
cas repetições (de 4 a 6) mantém o metabolismo eleva não existir uma correlação definida entre a força e o ta
do após a sessão. Já com um número alto de repetições manho muscular, é razoável pensar que, ao levantar mais
(de 12 a 20), a maioria das calorias é gasta durante a peso ou executar uma quantidade maior de repetições
sessão. Assim, o treinamento de alta intensidade, junta com determinada quantidade de peso, o crescimento é
mente com um número elevado de repetições, tem maior estimulado. Isso segue o princípio da sobrecarga.
efeito na queima calórica. Essa é a razão pela qual esse O programa de seis meses "grande e forte" cicla
programa utiliza cargas elevadas na primeira metade das duas técnicas piramidais - a pirâmide ascendente de
séries e cargas baixas nas séries finais na maioria dos Delorme (abordada no Cap. 9) e a pirâmide descendente
exercícios. O tempo entre as séries também é fundamen de Oxford (abordada no Cap. 6) (ver a Tab. 7.5). Na pirâmi
tal, pois intervalos menores levam a maior queima. Esse de ascendente de Delorme, a primeira série é executada
programa utiliza repousos de 30 a 60 segundos entre as com cerca de 50% das 10 repetições máximas (10RMs)
séries e uma rotina dividida de quatro treinos. No entan em determinado exercício, em apenas 10 repetições. Na
to, pode-se treinar seis vezes por semana a fim de maxi segunda série, aumenta-se a carga para cerca de 75%
mizar o gasto calórico, o que significa que é possível repe das 10RMs e, novamente, para-se nas 10 repetições. Na
tir a rotina de quatro treinos (feitos em dias consecutivos), terceira série, eleva-se a carga para 100% das 10RMs
com um dia de intervalo entre a quarta e a primeira ses e executa-se o maior número possível de repetições até
são, em um total de seis vezes. Por exemplo, inicia-se a chegar à fadiga. O número de repetições máximas não é
primeira sessão na segunda-feira; a segunda, na terça; a fundamental, porque muitos powerlifters usam esse mé
terceira, na quarta; a quarta, na quinta. Por fim, descan todo com 3RMs, 4RMs, 5RMs e 6RMs para treinar for
sa-se na sexta-feira e continua-se o ciclo no sábado, fa ça. Na verdade, na segunda metade do programa, usa-se
zendo a primeira sessão. 6RMs durante o treinamento com Delorme. Na pirâmide
Na Fase 1, treina-se com seis repetições nas séries pe descendente de Oxford, a primeira série é feita com 100%
sadas e 12 nas leves. São realizadas duas séries pesadas das 10RMs. Na segunda e terceira séries, o peso é redu
e duas leves na maior parte dos exercícios. Nessa fase, os zido o suficiente para que seja possível completar cerca
intervalos de repouso entre as séries são de 60 segundos. de 10 repetições. Mais uma vez, o número de repetições
Na Fase 2, as repetições das séries pesadas caem máximas não é o fator mais importante, porque com fre
para cinco por série, enquanto as das séries leves aumen quência são adotadas 6RMs, 8RMs, 12RMs e 15RMs. Na
tam para 15. As séries leves também sobem para 3 por segunda metade do programa, as repetições por série au
exercício, a fim de aumentar o volume e o número total de mentam para 12 (ver Tab.7.5).
calorias gastas durante a sessão. Os intervalos de repou O método Delorme tende a ser melhor no desenvol
so devem ser reduzidos para 30 segundos, de modo a ele vimento da força, enquanto o Oxford é melhor para o estí
var ainda mais o gasto calórico durante e após a sessão. mulo do crescimento muscular (Fish et ai., 2003). Isso de
Na Fase 3, as repetições das séries pesadas caem corre da quantidade de vezes que se chega à fadiga em
para quatro por série, e as das séries leves aumentam cada exercício. No Delorme, a fadiga é alcançada apenas
para 20. As séries pesadas, por sua vez, são aumenta uma vez. Já o método Oxford a induz em todas as três sé
das para três. Os intervalos de repouso devem permane ries. Pesquisadores australianos mostraram que o treino
cer em 30 segundos. com fadiga em apenas uma série incrementa mais a força
No final da Fase 3, pode-se continuar o programa de do que quando a fadiga é induzida em um número maior
12 semanas se houver mais gordura corporal para perder. de séries (Drinkwater et ai., 2005). Entretanto, ela parece
É recomendado ficar uma semana fora da academia, fa ser importante para induzir o crescimento muscular, pois
zendo um repouso ativo, em que outras atividades sejam estimula, de forma mais adequada, a liberação de hormô
realizadas pelo menos seis vezes por semana. Então, rei nios anabólicos como o hormônio do crescimento (GH) e o
nicia-se o programa, pulando a Fase 1. do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1).
Essa é a razão pela qual esse programa cicla ambos os
métodos. Assim, obtém-se maior incremento da força e
"Grande e forte" do crescimento muscular.
Com o programa "grande e forte" , faz-se uma pirâ
Para alguns praticantes, ficar "maior" não é o único obje mide ascendente em todos os exercícios da primeira até
tivo. Eles estão preocupados com o desenvolvimento de a sexta semana e, novamente, da 13ª até a 18ª. A diferen-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 141
Remada vertica l 1 50% 10RMs 10 SEMANAS 7-1.2: FASE DE MASSA COM 1ORMS DE OXFORD
2 75% 10RMs 10 SEGUNDA-FEIRA: PEITO E TRÍCEPS
3 100% 10R M s 10*
Exercício Série Peso Repetições
Enco l h i mento de 1 50% 10RMs 10
o m b ros com 2 75% 10RMs 10 Su pino i n c l i nado 1 100% 10R M s 10
ba rra 3 100% 10R M s 10* com halteres 2 < 100% 10RMs** 10
3 < 100% 10R Ms 10
S u p i n o com pegada 1 50% 10RMs 10
fechada 2 75% 10RMs 10 S u pi no no m u lti- 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* força 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Tríceps na pol i a a lta 1 50% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 Crucifixo i n c l i nado 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* 2 < 100% 10 RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
TERÇA E SEXTA-FEIRA: PERNAS, COSTAS E BÍCEPS
Tríceps na pol i a a lta 1 100% 10R M s 10
Remada com ba rra 1 50% 10RMs 10 2 < 100% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10
3 100% 10R Ms 10*
Tríceps fra ncês, 1 100% 10R M s 10
Puxada pela frente 1 50% 10RMs 10 sentado 2 < 100% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10
3 100% 10R Ms 10*
TERÇA-FEIRA: PERNAS
Rosca d i reta com 1 50% 10RMs 10
ba rra 2 75% 10RMs 10 Agachamento no 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* m u ltiforça 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Rosca neutra com 1 50% 10RMs 10
ha lte res 2 75% 10RMs 10 Passada à frente 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Agachamento 1 50% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 Extensão d e joel hos 1 100% 10R M s 10
3 100% 10RMs 10* 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Leg press 1 50% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 Flexão de joel hos 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Lembrete: Os a bdominais podem ser feitos no fi nal de qualquer uma dessas sessões de treino.
• Até a fad iga .
•• Nessa fase, na segunda e na terceira série de cada exercício, red uza a carga somente o necessário para completar 10 repetições
(Continua)
142 Jim Stoppani
TABELA 7.5 Programa progressivo e regressivo para força e tamanho (conti n u ação)
SEMANAS 7-12: FASE DE MASSA COM 1ORMS DE OXFORD SEMANAS 13-18: PIRÂM IDE DE FORÇA
QUINTA-FEIRA: OMBROS COM 6RMS DE DELORME
SEGUNDA E QUINTA-FEIRA: PEITO, OMBROS E TRÍCEPS
Exercício Série Peso Repetições (continuação)
Meio desenvolvi- 1 100% 10RMs 10 Exercício Série Peso Repetições
mento 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 Meio desenvolvi- 1 50% 6 R M s 6
mento com ba rra 2 75% 6RMs 6
Elevação lateral 1 100% 10RMs 10
3 100% 6RMs 6*
2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 Remada vertical 1 50% 6RMs 6
2 75% 6RMs 6
Crucifixo i nvertido 1 100% 10RMs 10
2 < 100% 10RMs 10
3 100% 6 R Ms 6*
3 < 100% 10RMs 10 Encol h i m e nto de 1 50% 6RMs 6
Encol h i m ento com 1 100% 10RMs 10 ombros com 2 75% 6RMs 6
halteres 2 < 100% 10RMs 10 barra 3 100% 6 R Ms 6*
3 < 100% 10RMs 10
Supino com a pega- 1 50% 6RMs 6
SEXTA-FEIRA: COSTAS E BÍCEPS da fechada 2 75% 6RMs 6
3 100% 6 R Ms 6*
Puxad a 1 100% 10RMs 10
2 < 100% 10RMs 10 Tríce ps na polia alta 1 50% 6RMs 6
3 < 100% 10RMs 10 2 7 5% 6RMs 6
3 100% 6 R Ms 6*
Remada com barra 1 100% 10RMs 10
"T" 2 < 100% 10RMs 10 TERÇA E SEXTA-FEIRA: PERNAS, COSTAS E BÍCEPS
3 < 100% 10RMs 10
Remada com barra 1 50% 6RMs 6
Extensão do ombro 1 100% 10RMs 10 2 75% 6RMs 6
na polia alta 2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R M s 6*
3 < 100% 10RMs 10
Puxada p e l a frente 1 50% 6RMs 6
Rosca d ireta , 1 100% 10RMs 10 2 75% 6 R M s 6
i nclinada 2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R M s 6*
3 < 100% 10RMs 10
Rosca d ireta com 1 50% 6 R M s 6
Rosca Scott 1 100% 10RMs 10 ba rra 2 7 5% 6RMs 6
2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R M s 6*
3 < 100% 10RMs 10
Rosca neutra com 1 50% 6 R M s 6
Rosca i nvertida 1 100% 10RMs 10 halteres 2 75% 6RMs 6
2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R Ms 6*
3 < 100% 10RMs 10
Agacha mento 1 50% 6RMs 6
SEMANAS 13-18: PIRÂM IDE DE FORÇA 2 75% 6RMs 6
COM 6RMS DE DELORME 3 100% 6 R Ms 6*
Leg press
SEGUNDA E QUINTA-FEIRA: PEITO, OMBROS E TRÍCEPS
1 50% 6RMs 6
Exercício Série Peso Repetições 2 7 5% 6 R M s 6
3 100% 6 R Ms 6*
Supino i n c l i nado 1 50% 6RMs 6
2 7 5% 6RMs 6 Levanta me nto-terra 1 50% 6RMs 6
3 100% 6RMs 6* romeno 2 7 5% 6RMs 6
3 100% 6 R Ms 6*
Supino com hal- 1 50% 6RMs 6
teres 2 75% 6RMs 6
3 100% 6RMs 6*
Lembrete: Os abdominais podem ser feitos no final de qualquer uma dessas sessões de treino.
• Até a fad iga .
•• Nessa fase, na segunda e na terceira série de cada exercício, red uza a carga somente o necessário para completar 10 repetições
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 143
Exte nsão de joel hos 1 100% 12RMs 12 Rosca i n vertida 1 100% 12RMs 12
2 < 100% 12RMs 12 2 < 100% 12 RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 3 < 100% 12RMs 12
Lembrete: Os a bdominais podem ser feitos no fi nal de qualquer uma dessas sessões de treino.
*Até a fad iga .
.. Nessa fase, na segunda e na terceira série de cada exercício, red uza a carga somente o necessário para completar 10 repetições.
144 Jim Stoppani
ça dessas duas fases é a quantidade de peso utilizada na fase), volta-se para a janela com 9 a 11 repetições por sé
última série de cada exercício. Da primeira à sexta sema rie. Na sétima semana (terceira da segunda fase), a car
na, termina-se com um peso que permita a execução de ga aumenta mais uma vez, permitindo a execução de 6
10 repetições. Já da semana 13 à 18, finaliza-se com um a 8 repetições por série. Na semana 8 (quarta da segun
peso que possibilite a execução de seis repetições. Du da fase), a carga aumentará mais uma vez para que se
rante essas fases do programa, cada grupo muscular é jam executadas 3 a 5 repetições. Esse é o fim da segun
treinado duas vezes por semana, pois é necessário um da fase. Na nona semana, inicia-se a fase final (terceira
período menor de recuperação entre as sessões, uma vez fase), voltando para a janela de 12 a 15 repetições por
que há menos trabalho por sessão e treina-se até a fadi série e repetindo os microciclos até que se chegue ao nú
ga em apenas uma série por exercício. mero de 3 a 5 repetições novamente. Nessa fase, serão
Os ganhos de força obtidos até então podem ser utilizadas 5 a 20 libras a mais do que na segunda fase e
vir para utilizar cargas mais pesadas durante as sema até 10 a 40 libras (4,5 a 18 kg) a mais do que na primei
nas 7 a 12 e 19 a 24, em que se faz uma pirâmide des ra fase. Essa é a maneira de deixá-lo mais forte - muito
cendente, diminuindo a carga em cada série de todos os mais forte - durante esse programa.
exercícios. Nessas fases, cada grupo muscular é treina O aumento constante da carga toda semana e a "re
do uma vez por semana devido à necessidade de um pe ciclagem" dessas quatro fases leva a ganhos de força im
ríodo mais longo de recuperação, já que o trabalho total pressionantes. Os microciclos também levam à hipertrofia,
por grupo é maior. Além disso, treina-se até a fadiga em devido à mudança da janela de repetições em cada sema
todas as séries. na. Outra razão para tais ganhos reside no fato de que as
cargas são pré-definidas em cada exercício e em todas as
séries, de modo que o praticante é forçado a completar o
Programa "atal ho" número mínimo de repetições da janela específica.
Maiores ganhos de força e massa muscular são ga
para o tamanho" rantidos com o programa, e alguns resultados impressio
nantes têm sido observados. Em homens, há ganhos aci
Um dos programas mais populares é o de 1 2 semanas ma de 90 libras no agachamento e de 50 libras no supino.
de duração "atalho para o tamanho", que foi destaque Em relação à hipertrofia, muitos homens ganham mais de
no bodybuilding.com e pode ser visto detalhadamente na 20 libras de musculatura pura, enquanto diminuem a gor
Tabela 7.6. Mais de um milhão de pessoas completaram dura corporal. Quanto à gordura corporal, quando o obje
esse programa, e muitos ganharam até 20 libras (9 qui tivo é maximizar essa perda, com esse treino e uma dieta,
los) de massa muscular. Os ganhos de força também são alguns homens perdem mais de 20 libras. Mulheres tam
fenomenais. bém têm ganhos de força e massa muscular impressio
O programa é baseado na periodização linear, utili nantes, juntamente com perda de gordura corporal. Elas
zando microciclos (ver Cap.3). Na primeira semana, a ja apresentam ganhos acima de 60 libras no agachamento
nela será de 12 a 15 repetições. Na segunda semana, as e de 30 libras no supino. Além disso, são observados ga
cargas são aumentadas e as séries diminuídas para 9 a nhos de massa acima de 10 libras e diminuição da gordu
11. Na terceira semana, a carga aumenta novamente em ra corporal no mesmo valor.
cada exercício e a janela de repetições cai para 6 a 8. Na O primeiro exercício a ser feito para cada grupo mus
quarta semana, as cargas aumentam pela última vez e as cular (exceto abdominais e panturrilha) será sempre o
repetições caem para 3 a 5 por série. Tem-se, então, qua mesmo durante as 12 semanas, de forma a priorizar o ga
tro microciclos que serão repetidos. Assim, na quarta se nho de força. A maioria dos exercícios auxiliares que vem
mana, a primeira fase terá sido finalizada. Na quinta se depois será mudada em cada fase. Para os abdominais,
mana, as cargas são diminuídas (como no início) e serão muda-se os movimentos a cada semana, de acordo com
realizadas 12 a 15 repetições por série. Entretanto, agora as janelas de repetições, pois alguns exercícios para a re
é possível executar cada janela com 5 a 20 libras a mais gião são mais fáceis de executar em um alto número de
(de um pouco menos que 2,5 a até 9 kg) do que na primei repetições. Assim, foram selecionados os melhores exer
ra fase. Na sexta semana (segunda semana da segunda cícios abdominais para as janelas prescritas.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 145
Rosca d i reta com ba rra 4 X 12-15 Rosca d i reta com barra 4 x 9-11
Rosca d i reta i ncli nad a , com halteres 3 X 12-15 Rosca d i reta i n c l i nada, com halteres 3 X 9-11
Rosca d i reta u n i latera l na polia alta 3 X 12-15 Rosca d i reta u n ilateral na polia alta 3 X 9-11
Elevação do q uad ril 3 X 20-301 Elevação de pernas com joel hos 3 X 15-19 1
estendidos
S u p ra-a bd o m i nal 3 X 20-30 1
Su pra-a bd o m i nal com a n ilha 3 X 15-19
Abdominal oblíquo 3 X 20-301
Flexão lateral com halteres, em pé 3 X 15-19
TREINO 3: OM BROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS
TREINO 3: O M B ROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS
Meio d esenvolvimento com halteres 4 X 12-15
Meio desenvolvimento com halteres 4 X 9-11
Elevação lateral com halteres 3 X 12-15
Elevação lateral com halteres 3 X 9-11
Elevação frontal unilateral na polia baixa 3 x 12-15 Elevação fronta l u n ilateral na polia baixa 3 x 9-11
Crucifixo i nvertido no crossover 3 X 12-15 Crucifixo i nvertido no crossover 3 X 9-11
Encolh i m e nto com halteres 4 X 12-15 Enco l h i m ento com ha lte res 4 x 9-11
Flexão pla nta r, sentado 4 x 25-30 Flexão pla nta r, sentado 4 x 15-20
Flexão pla nta r no leg press 4 x 25-30 Flexão pla nta r no leg press 4 x 15-20
TREINO 4: PERNAS E ABDO MI NAIS TR EINO 4: PERNAS E ABDOMI NAIS
Agach a m ento 4 X 12-15 Agachamento 4 x 9-11
Leg press u n ilateral 3 X 12-15 Leg press u n ilateral 3 X 9-11
Extensão de joelhos 3 X 12-15 Extensão d e joelhos 3 X 9-11
Leva nta mento-terra romeno 4 X 12-15 Leva nta mento-terra romeno 4 x 9-11
Flexão de joelhos, deitado 3 X 12-15 Flexão de joel hos, deitad o 3 X 9-11
Elevação do q uad ril 3 X 20-30 1 Elevação de pernas c o m joelhos 3 X 15-191
estendidos
S u p ra-a bd o m i nal 3 X 20-30 1
Su pra-a bdom i nal com a n ilha 3 X 15-19
Pra ncha 3 x 75 segu nd os
Prancha lateral 3 x 75 segundos
1 Faça de 20 a 30 repetições, mas, se consegu ir mais, continue até chegar à fa lha (fadiga). Se não consegui r completa r 20 repetições, faça qua ntas puder,
tentando chegar o mais próximo possível das 20.
2 Se não consegu ir completar 15 repetições, faça quantas puder, tentando chega r o mais próximo possível das 15.
3 Faça a elevação de quadril segurando uma medicine bali ou um haltere entre os pés, ou use ca neleiras.
(Continua)
148 Jim Stoppani
Como mencionado anteriormente, esse programa mitando o quão rápido se consegue andar. Por exemplo,
funciona bem para três principais objetivos: aumentar a durante o supino, a força dos peitorais é um pouco refrea
força muscular, aumentar o tamanho muscular e perder da pela contração dos dorsais. Fazer uma série de rema
gordura. Ainda, é possível priorizar um desses objetivos e das antes do supino, entretanto, irá diminuir esse efei
obter os outros benefícios. to inibitório, permitindo que os peitorais contraiam com
Descanse por 3 minutos ou mais entre as séries. mais força. Robbins e colaboradores (2010) mostraram
O importante é executar o maior número possível de re que, quando participantes fizeram três séries de remadas
petições dentro da janela prescrita. Mais repetições sig e supinos utilizando carga para 4RMs nos dois exercícios,
nificam um maior trabalho realizado em cada sessão de eles conseguiram realizar mais repetições na segunda e
treino, o que proporciona maior incremento da força ao terceira séries do que quando treinando de forma conven
longo do tempo. Nas semanas 1 e 2 de cada fase do pro cional. Isso pode ocorrer devido a um maior efeito inibitó
grama, sugere-se fazer uma série de "pausa" na última rio dos músculos antagonistas, mas também pelo maior
série de cada exercício. Para isso, chegue à fadiga na úl intervalo para cada grupo muscular. Quando se está trei
tima série e, então, descanse por 15 segundos. Depois, nando o grupo oposto, o outro grupo tem um intervalo adi
continue até chegar à fadiga. Durante as semanas 3 e 4, cional. Assim, quando se combinam os intervalos entre
em todas as fases será realizado um "dropset" na última as superséries, tem-se um maior tempo de intervalo to
série de cada exercício - quando chegar à fadiga na últi tal para cada grupo. Por exemplo, se são realizadas três
ma série, imediatamente diminua a carga em 20 a 30% séries do supino, com um minuto de intervalo entre elas,
e continue até chegar mais uma vez à fadiga. haverá apenas um minuto de intervalo entre cada série
desse exercício. Por outro lado, se são realizadas super
séries de remada e supino e se estabelece um minuto de
Treino su per-homem (superman) intervalo entre as superséries, então não há apenas um
minuto entre as séries do supino, mas, sim, esse minu
O treino super-homem usa superséries que pareiam ações to e mais o tempo necessário para a execução da rema
musculares opostas. Isso é um pouco diferente de parear da. Em alguns casos, pode-se dobrar a quantidade de in
grupos musculares opostos (antagonistas), porque, nes tervalo para cada grupo. Independentemente disso, estar
se caso, tem-se movimentos que se opõem. Por exemplo, apto a completar mais repetições com determinado peso
une-se o supino para o peito com a remada curvada para acarretará em maior força e crescimento muscular ao lon
o Iatíssimo. No entanto, quando se faz a puxada para o Ia go do tempo.
tíssimo, esta não será unida a um exercício para peito. Em Um segundo benefício do treino com superséries
vez disso, faz-se um meio desenvolvimento para os deltoi antagonistas é a maior queima de gordura corporal. Um
des, já que esses dois exercícios se opõem melhor, consi estudo da Syracuse University (Kelleher et ai ., 2010) ob
derando o padrão de movimento. servou que participantes que realizavam superséries de
O primeiro benefício de superséries realizadas des peito e costas, bíceps e tríceps, e quadríceps e isquioti
sa forma é o maior ganho de força e potência. Pesquisas biais, queimavam 35% mais calorias tanto durante como
mostram que um músculo irá se contrair com mais força após o treino, em relação ao treinamento tradicional (sé
e potência se precedido por contrações do seu antago ries susessivas de um mesmo exercício). A grande novi
nista. Por exemplo, quando se faz uma supersérie de re dade é o maior gasto de calorias após o exercício. Afinal,
mada seguida de supino, produz-se mais força no supino. uma sessão de treino dura entre uma e duas horas; logo,
Baker e Newton (2005) mostraram que, quando atletas muitas calorias extras podem ser gastas após o treino.
realizavam remadas antes do arremesso de barra no su Gastar 35% a mais de calorias após o treino, quando se
pino, eles produziam significativamente mais potência no está próximo do repouso no restante do dia, é o que real
supino do que quando as remadas não eram realizadas mente pode fazer a diferença. Essa é a mesma razão pela
primeiro. Pesquisadores (Ebben et ai ., 2011) da Universi qual o treino intervalado de alta intensidade (ou HIIT) exi
ty of Wisconsin em Parkside (Kenosha), observaram que, ge um esforço acima do steady-state cardiovascular usual,
quando indivíduos realizaram contrações isométricas de o que auxilia a perder gordura muito mais rápido. O trei
seis segundos (flexão de joelhos) para fatigar os isquios no com superséries possibilita uma maior queima de ca
tibiais, antes de realizar saltos verticais, a força do qua lorias e de gordura durante o resto do dia, o que pode pro
dríceps aumentou quase 15% se comparado com o salto mover uma grande diminuição das reservas de gordura
sem as flexões de joelhos prévias. Esse fenômeno pode corporal.
ocorrer devido a maior inibição da musculatura antagonis Um terceiro benefício de se fazer superséries é a for
ta, que normalmente limita um pouco o músculo que está ma como alguns músculos que costumam ser negligen
sendo treinado, muito semelhante a um freio de carro li- ciados são trabalhados. Quando foi a última vez em que
152 Jim Stoppani
o tibial anterior ou o trapézio inferior foram treinados? seguindo o programa "atalho para o tamanho", cada gru
Provavelmente nunca! Isso auxilia não apenas no aprimo po muscular está sendo treinado apenas uma vez por se
ramento de músculos enfraquecidos e no equilíbrio do mana (exceto os abdominais e a panturrilha), que é o que
desenvolvimento muscular, mas também no restabele ocorre com a maioria das pessoas que fazem outro pro
cimento do equilíbrio muscular e na remoção de dese grama. No programa super-homem, cada grupo muscular
quilíbrios na força que podem prejudicar o desempenho será treinado duas vezes por semana. A maior frequên
e predispor à lesão. cia ajudará a estimular um novo crescimento muscular,
Um quarto benefício desse tipo de supersérie é o os ganhos de força e a perda de gordura.
manejo do tempo. É possível completar muito mais sé No topo de todas as mudanças previamente cita
ries, em menos tempo: cerca de 40 a 50 em cada sessão das, está a variação nas janelas de repetições sema
de treino. Sim, você leu certo: 40 a 50 séries, o que leva nais, ao longo de cinco semanas. O programa mostrado
ria de duas a aproximadamente três horas para finalizar na Tabela 7. 7 usa uma periodização em forma de pên
tanto trabalho, se fosse realizado em um treino conven dulo. As semanas 1 a 3 serão realizadas com uma pe
cional. Com o programa super-homem, serão necessários riodização linear, em que os pesos são aumentados e o
somente 60 a 90 minutos. Isso realmente aumentará a número de repetições diminuído. Inicia-se com 12 a 15
queima de gordura e o crescimento muscular. repetições por série na maioria dos exercícios da sema
Um quinto benefício desse tipo de treino é a mudan na 1. Então, na semana 2, a carga será aumentada para
ça. Um dos principais lemas é "a mudança é boa" . Mu limitar o número de repetições entre 8 e 10 por série. Na
danças são fundamentais para ficar "mais forte e maior" semana 3, a carga é aumentada novamente, limitando
de forma contínua. Esse é o motivo pelo qual tantas op o número de repetições em 4 a 6 por série. A semana 3
ções de diferentes programas são oferecidas. Assim, o também é o início da próxima fase do programa, porque
treino pode ser modificado para que se fique maior, mais agora o padrão das cargas será invertido para a periodi
forte, mais magro e melhor. Mudar o treino dessa maneira zação linear invertida. São realizadas 4 a 6 repetições
é o que o corpo precisa para, finalmente, quebrar o platô nessa semana. Na semana 4, volta-se para 8 a 10 repe
que costuma deixá-lo estagnado. Quando foi a última vez tições por série. Na semana 5, retorna-se ao início, com
que foram feitas superséries para todos os grupos mus 12 a 15 repetições por série. Entretanto, subitamente, fi
culares, em todas as sessões de treino? Ou, ainda, quan cará perceptível que se está mais forte durante as sema
do foi a última vez que foram feitas superséries em que nas 4 e 5, se comparado com as semanas 1 e 2. Essa é
todos os exercícios envolveram o movimento exatamente a mágica da periodização.
contrário ao do outro? Provavelmente nunca! Mas não se Provavelmente o praticante gostará de estar maior,
está falando apenas sobre a mudança que esse tipo de mais forte e mais magro após as cinco semanas desse
supersérie proporciona. Alterar as rotinas divididas utili programa. Assim, se ele desejar continuar com esse pla
zadas também é importante. Com esse programa, todo o no de superséries, pode-se realizar mais uma rodada, es
corpo será treinado em apenas dois dias. Portanto, have tendendo o treino super-homem para um período de nove
rá uma mudança na frequência de treino. Se você estiver semanas.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 153
• S e não consegu i r completar o nú mero de repetições prescrito, faça a maior quantidade possível até a fa lha (fad iga).
•• Não descanse entre os lados, fazendo todas as repetições do lado d ireito e, depois, do lado esquerdo. Siga alternando os lados até que todas as três séries se
jam completadas nos dois lados. (Continua)
156 J i m Stoppani
Crucifixo incli- 4 12 Faça cada série até a Extensão de 3 12-15 Faça cada série até a
nado com falha. ombro na falha.
halteres polia a lta
Supino incli- 4 12-15 Drop set na última Remada com 4 12-15 Drop set na última
nado série. Retire 30% barra série. Retire 30%
da carga e continue da carga e continue
até a falha. até a falha.
Supino com 4 12-15 Drop set na última Puxada com 4 12-15 Faça esses exercícios
halteres série. Retire 30% a pegada como uma série
da carga e continue aberta e composta.
até a falha. puxada com
a pegada
Voador 4 20-30 Mantenha um supinada
interva lo inferior a
30 segu ndos entre Extensão de 4 20-30 Mantenha u m
as séries. ombro na interva lo inferior a
polia a lta 30 segundos entre
Flexão plan- 5 20-30 Mantenha um as séries.
tar, em pé interva lo inferior a
30 segu ndos entre Elevação de 4 12-15 Mantenha u m
as séries. pernas com interva lo inferior a
os joelhos 30 segundos entre
Flexão 5 20-30 Mantenha um estendidos as séries.
plantar, interva lo inferior a
sentado 30 segu ndos entre Abdom inal 4 15-25 Mantenha u m
as séries. interva lo inferior a
30 segundos entre
as séries.
peito e ombros. Alguns fazem isso devido a um desequilí peito duas vezes por semana, enquanto os outros grupos
brio do desenvolvimento muscular - com frequência cau são treinados apenas uma vez. Para isso, usa-se uma roti
sado por aspectos genéticos ou por treinamento inade na dividida em quatro treinos, em que peito e abdominais
quado. Outros simplesmente desejam desenvolver certos são trabalhados na segunda e na sexta-feira; ombros e trí
grupos o máximo possível (em geral, o bíceps). Quando ceps, na terça; costas, bíceps e abdominais, na quarta; e
esse é o caso, deve-se usar um dos seguintes programas pernas e panturrilha na quinta. Nas semanas 2, 4, 6, 8, 10,
específicos para cada grupo muscular. Todo programa é 12, 14 e 16, treina-se peito uma vez por semana usando
testado e aprovado pela prática e pelos resultados. uma rotina dividida em cinco treinos, na qual peito e abdo
minais são treinados na segunda-feira; pernas e panturri
lha na terça; ombros e abdominais, na quarta; costas, na
Progra ma " peitora is quinta; e bíceps, tríceps e abdominais, na sexta.
A Fase 1 visa a hipertrofia muscular e a força; por isso,
desenvolvidos" envolve predominantemente exercícios complexos executa
dos com poucas repetições. Já a Fase 2 visa o tamanho
Peitorais desenvolvidos são a marca de u m fisiculturista muscular e a separação, por meio do aumento do número
experiente. Se o peito é um ponto fraco do corpo, o pro de exercícios auxiliares e do número de repetições por sé
grama "peitorais desenvolvidos", (Tab. 7.9), pode ser se rie. A Fase 3 tem como objetivo dar forma e definir os mús
guido. Trata-se de um programa de 16 semanas, dividido culos adquiridos nas primeiras oito semanas, aumentando
em quatro diferentes fases que alteram os exercícios es novamente o número de repetições e incorporando séries
colhidos, as técnicas de treino utilizadas, a carga, e a fai compostas. A Fase 4 (final), é uma combinação das três
xa de repetições, o número de séries e, inclusive, os inter fases anteriores. Ela utiliza apenas exercícios de "empur
valos de repouso. rar" com cargas elevadas em duas sessões de treino du
Nele, alterna-se entre as rotinas divididas em 4 e 5 rante as semanas 13 e 15, realizados. Exercícios auxiliares
treinos. Nas semanas 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13 e 15, treina-se com cargas mais baixas são feitos nas outras duas sessões
de treino nas mesmas duas semanas, e séries compostas TABELA 7.10 Programa "pernas grossas"
com um maior volume são executadas nas sessões únicas FASE 1: SEMANAS 1-4
de peito, das semanas 14 e 16.
Exercício Séries Repetições
Extensão de joelhos 1 10-12
po muscular. Segue-se a mesma rotina dividida da Fase TABELA 7.11 Programa "panturrilhas de vaqueiro"
2. As repetições diminuem para 8 a 10 por série, a fim de FASE 1: SEMANAS 1-4
proporcionar ótimos ganhos musculares.
Exercício Séries Repetições
A panturrilha parece ser um grupo muscular da parte in Flexão pla nta r no /eg press 4 15-20
ferior do corpo que poucos fisiculturistas desenvolvem de Flexão pla nta r, sentado 4 15-20
forma satisfatória apesar de ser o que a maior parte deles
quer desenvolver. Infelizmente, quando não se tem pre Flexão pla nta r, em pé 4 15-20
disposição genética para panturrilhas grandes, é preciso FASE 3: SEMANAS 9-12
treinar muito forte para obter um pequeno incremento.
O programa "panturrilhas de vaqueiro" (ver Tab. 7.11) ser Flexão pla nta r, em pé 4 12-15
ve para aqueles que precisam trabalhar a panturrilha de
Flexão pla nta r donkey 4 12-15
forma intensa e persistente.
Esse programa é dividido em quatro fases de quatro Flexão pla nta r no /eg press 4 12-15
semanas que alteram a faixa de repetições, o peso utilizado,
Série com posta com flexão pla ntar, 4 12-15
o volume e a frequência de treino em um padrão específico. sentado
Em cada fase, a frequência com que se treina a pan
turrilha é reduzida, assim como o número de repetições. FASE 4: SEMANA 13-16
No entanto, o volume (número de séries e exercícios exe Flexão pla nta r, sentado (pés pa ra 2 8-10·
cutados) e os pesos utilizados aumentam. fora)
A Fase 1 começa com treinos de panturrilha cinco ve
Flexão pla nta r, sentado (pés pa ra 2 8-10*
zes por semana. Utiliza-se um treinamento único e básico, e
dentro)
treina-se a panturrilha no final de todas as sessões. O núme
ro de repetições é extremamente alto, mas o volume é bas Flexão pla nta r, sentado ( pés para 2 8-10*
tante baixo. A Fase 2 aumenta o número de exercícios e as a frente)
séries executadas passam para quatro por exercício. No en
Flexão pla nta r, em pé ( pés para a 2 8-10*
tanto, a frequência de treino reduz a quatro sessões por se frente)
mana. Nessa fase, pode-se usar uma rotina dividida em 4 ou
5 treinos. O número de repetições cai para 15 a 20 por série. Flexão pla nta r, em pé ( pés para 2 8-10*
Na Fase 3, a frequência de treino vai para três sessões por fora)
semana. Entretanto, além de serem usadas séries compos Flexão pla nta r, em pé ( pés para 2 8-10*
tas, é adicionado mais um exercício para a panturrilha. O nú dentro)
mero de repetições também diminui, ficando entre 12 e 15
Flexão planta r no /eg press ( pés 2 8-10*
por série. Pode-se usar uma rotina dividida de 3, 4 ou 5 trei
para a frente)
nos. Por fim, na Fase 4, a panturrilha é treinada apenas duas
vezes por semana. Parece simples, mas ocorre um aumento Flexão pla nta r no /eg press (pés 2 8-10*
do número de exercícios e inclui-se drop sets nas últimas sé para fora)
ries de todos os exercícios. Depois de se chegar à fadiga na Flexão pla nta r no /eg press (pés 2 8-10*
última série, retira-se uma carga de aproximadamente 30%, para dentro)
repetindo o processo duas vezes. Essa fase pode ser feita
·orop sets.
com qualquer tipo de rotina dividida.
Será necessária uma semana para a recuperação apro vidade do gene será aumentada novamente em 100%. En
priada. A semana seguinte envolve pesos leves e um alto tretanto, se uma sessão de treino for realizada no segundo
número de repetições. O volume dessas sessões de trei dia após a primeira, então a atividade do gene aumentará
no será baixo devido à recuperação da semana anterior. a partir de um valor 50% acima do original. Assim, pode-se
Essas sessões ajudarão na recuperação da semana ante potencializar a atividade para 150% acima dos valores ori
rior e servirão como preparação para as três semanas in ginais, o que pode levar a ganhos na força e no crescimen
sanas que virão a seguir. Nas semanas 3, 4 e 5, os braços to muscular ainda maiores do que se o mesmo treino fos
serão treinados três vezes por semana. Se isso soa como se realizado no quarto dia ou em um prazo superior, como,
overtraining, está correto. Entretanto, o overtraining não por exemplo, uma semana. Essa é uma das razões pelas
ocorre imediatamente. O termo técnico para o treino que quais treinar um grupo muscular a cada 48 horas pode le
leva ao overtraining é overreaching. O interessante so var a maiores ganhos na força e no tamanho muscular do
bre o overreaching que as pesquisas mostram é que, se a que treinar a cada 7 dias.
dieta for adequada em calorias, proteínas e carboidratos, Evidentemente esse programa não trata apenas de
assim como os suplementos utilizados forem corretos, o frequência de treino. Essa estratégia pode auxiliar no au
overreaching pode ser uma forma de ficar maior e mais mento adicional da massa muscular dos braços, mas,
forte. Mas não é preciso preocupar-se. Há planos com die para que isso de fato aconteça de forma definitiva, todos
tas e suplementação que possibilitam alcançar diferen os limites devem ser ultrapassados. Assim, técnicas mais
tes objetivos com o treino. Alguns estudos da University intensas, como drop sets, repetições forçadas, repetições
of Connecticut (Ratamess et ai., 2003; Kraemaer et ai., negativas e superséries, são essenciais para estimular
2006) têm mostrado que, quando os participantes atin o crescimento. Essas técnicas, além de proporcionarem
gem o overreaching por algumas semanas, nas duas se maior estresse no músculo, são conhecidas por aumenta
manas seguintes, eles crescem significativamente mais, rem os níveis do hormônio do crescimento (GH). Na verda
bem como ficam mais fortes, enquanto treinando mais de, um estudo finlandês (Ahtiainen et ai., 2003) mostrou
leve. O ponto-chave é terminar o overreaching logo antes que os participantes que realizaram repetições forçadas
de ele se tornar um overtraining. Essa é a razão pela qual tiveram aumento nos níveis de GH três vezes superior ao
os braços são treinados três vezes por semana, da tercei daqueles que finalizaram a série somente ao chegar na
ra até a quinta semana, e realiza-se apenas um treino por falha muscular. Esse maior incremento dos níveis de GH
semana na sexta semana. Sugere-se que, na semana se é interessante para o início da recuperação e crescimento
guinte à sexta, os braços também sejam treinados de for muscular. Yarrow e colaboradores (2007) mostraram que
ma moderada, apenas uma vez por semana, antes de se o treino com repetições negativas promove altos níveis de
voltar para qualquer outro programa avançado de treino. GH. Outro elemento-chave desse programa é a mudança
Não é apenas o treino com três sessões semanais constante das cargas e das janelas de repetições utiliza
frequentes e intensas para os braços que causa overrea das em cada sessão de treino (periodização ondulada) a
ching. Entretanto, ele é vantajoso pelo efeito em escada fim de manter um crescimento contínuo dos braços.
para o crescimento muscular. Ou seja, pelo fato de que o Pelo fato de os braços serem muito treinados duran
treino ativa os genes das fibras musculares que são res te vários dias, nas semanas 3, 4 e 5, pode surgir a preocu
ponsáveis pela ocorrência de diversas adaptações, como pação com a possibilidade de eles ainda estarem doloridos
o crescimento muscular e o aumento da força. Por exem em cada sessão de treino. Essa preocupação não é neces
plo, o treino consistente ativa certos genes que resultam sária. Nosaka e Newton (2002) mostraram que, quando os
na formação de proteínas da fibra muscular, o que significa participantes treinam de forma intensa, visando provocar
mais tamanho e força. Esses genes normalmente são ati dor muscular, e treinam novamente após dois dias e, nova
vados durante algumas poucas horas, sendo que alguns mente, após quatro dias, quando o músculo ainda está do
permanecem ativados durante dias. Sessões de treino con lorido, a recuperação não é prejudicada. Na verdade, isso
secutivas, se espaçadas adequadamente, podem levar a pode até auxiliar no crescimento muscular. Pullinen e cola
um nível de ativação ainda maior e, assim, proporcionar boradores (2002) mostraram que, quando os participantes
mais crescimento muscular. Isso é conhecido como "efeito treinaram o mesmo grupo muscular apenas em dois dias,
em escada". Em outras palavras, vamos dizer que um de o hormônio catabólico cortisol teve níveis mais baixos. Uma
terminado gene envolvido com o crescimento muscular é vez que o cortisol compete com a testosterona, seus níveis
ativado por uma sessão de treino, ao ponto que sua ativi mais baixos durante e após a sessão de treino podem criar
dade é incrementada em 100% depois dessa sessão. En um ambiente mais anabólico, permitindo que a testostero
tão, lentamente, sua atividade diminui nos dias seguintes, na promova um maior crescimento muscular.
de forma que, um dia após a sessão de treino, ela ainda Para enfatizar os braços adequadamente durante es
esteja em 75%; no segundo dia, esteja em 50%; no tercei sas seis semanas, a rotina dividida deve ser alternada. Em
ro dia, em 25%; e, no quarto dia após a sessão de treino, a cada semana deve-se usar a rotina dividida em quatro ses
atividade retorne ao valor original. Se uma sessão de trei sões de treino. Entretanto, de acordo com a semana e o nú
no for realizada no quarto dia após a primeira, então a ati- mero de vezes que os braços são treinados, as quatro ses-
164 Jim Stoppani
SEMANA 2 SEMANA 6
USE ESTA ROTINA DIVIDIDA DU RANTE A SEMANA 2 USE ESTA ROTINA DIVI DIDA DU RANTE A SEMANA 6
SEMANA 1. SEMANA 1.
SEGU NDA-FEI RA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS SEGU N DA-FEI RA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS (Conti nuação)
Exercício
Supino
Séries Repetições Intervalo
3 8-10 1-2min
Exercício
Rosca direta com barra
Séries Repetições
3 3-5
iMMii&i
2-3min
(repetições negativas) 1
Supino com a pegada 3 8-10 1-2 min
invertida Rosca direta com barra 32 6-8 2-3min
Crucifixo inclinado com 3 8-10 1-2m in Rosca d ireta com h alteres, 3* 6-8 2-3min
h a lte res inclinado
Crossover 3 10-12 1-2min TERÇA-FEI RA: PERNAS, E PANTURRILHAS
Supino com a pegada fecha- 3 3-5 2-3min Agachamento 3 8-10 1-2 m i n
da (repetições negativas) 1
Leg press 3 10-12 1-2 min
Su pino com a pegada 32 6-8 2-3min
fechada Extensão de joel hos 3 12-15 1-2 m i n
Tríceps fra ncês com ha lteres, 3* 6-8 2-3min Levantamento-terra romeno 3 8-10 1-2 min
sentado Flexão de joe l hos deitado 3 12-15 1-2 m i n
Tríceps na polia a lta 3* 6-8 2-3min Flexão planta r em pé 4 12-15 1min
Flexão planta r sentado 4 12-15 1min
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 165
Rosca neut ra com halteres 3 15-20 1min Supino i nclinado com halteres 3 15-20 1-2min
Flexão plantar no /eg press 4 15-10 1min Rosca d i reta inclinada 33 4-6 2-3min
Rosca Scott com barra W 33 4-6 2-3min
166 Jim Stoppani
TABELA 7.13 Trei nos de seis semanas para braços enormes (continuação)
SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS, PERNAS E PANTUR R ILHAS Elevação de pernas com 3 Até a falha
joe l hos estendidos
Tríceps testa 4 8-10
Trissérie com a bdominal 3 Até a falha
Su persérie com rosca d i reta 4 8-10 1-2 min oblíquo
com barra
Trissérie com infra-a bdominal 3 Até a falha 1min
Tríceps na polia alta 4 8-10
QUARTA-FEI RA: COSTAS, BÍCEPS E TRÍCEPS
Supersérie com rosca d i reta 4 8-10 1-2 min
na polia alta Flexão de braços na ba rra 3 10-12 1-2 m in
Extensão de joe l hos 3 15-20 1-2 min Remada unilateral com 3 10-12 1-2 m in
Agachamento 3 15-20 1-2min ha ltere
Puxad a com a pegada 3 10-12 1-2 m in
Leg press 3 15-20 1-2min
invertida
Flexão de joelhos deitado 3 15-20 1-2min
Extensão d e o m b ros 3 10-12 1-2 m in
Levanta mento-terra romeno 3 15-20 1-2 min
Rosca direta por trás das 3 15-20 1min
Flexão planta r sentado 4 20-25 1min costas, na polia ba ixa
Flexão plantar no /eg press 4 15-20 1min Rosca direta na polia alta 3 15-20 1min
Rosca direta com corda 3 15-20 1min
Tríceps na polia a lta 3 15-20 1min
Tríceps francês na polia baixa 3 15-20 1min
Tríceps na polia a lta com 3 15-20 1min
pegada invertida
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 167
SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS, PERNAS E PANTURRILHAS TERÇA-FEI RA: OMBROS, TRAPÉZIO E ABDO M INAIS
Exercício Séries Repetições Intervalo Exercício Séries Repetições Intervalo
Tríceps testa 3 25-30 Meio d esenvolvimento com 3 4-6 2-3min
Supersérie com su pino com 3 25-30 1-2 m i n ba rra
a pegada fechada Meio d esenvolvi mento com 3 4-6 2-3min
Tríceps n a polia alta 3 25-30 halteres, em pé
(com corda) Elevação latera l com halteres 3 12-15 1-2 m i n
Supersérie com tríceps 3 25-30 1-2min
Crucifixo invertido na máquina 3 12-15 1-2min
fra ncês na polia baixa
Rosca d ireta com halteres, 3 25-30 Encolh imento dos o m b ros no 2 4-6 1-2min
inclinado multiforça
Supersérie com rosca 3 25-30 1-2 m i n Encollhimento dos o m b ros 2 12-15 1-2min
alternada c o m halteres por trás das costas, no
Rosca d ireta na polia baixa , 3 25-30 multiforça
com cord a Supra-a bdominal com 3 Até a falha 1-2min
Supersérie c o m rosca direta 3 25-30 1-2m i n pedalada
na polia baixa (com a ba rra Len hador n a polia alta 3 15-20 1-2min
curta )
QUARTA-FEIRA: COSTAS, BÍCEPS E TRÍCEPS
Tríceps testa 4 8-10
Su persérie com rosca direta 4 8-10 1-2min Remada curvada com barra 3 4-6 2-3min
com barra Puxada com a pegada a be rta 3 4-6 2-3min
Tríceps na polia alta 4 8-10 1 Puxada com a pegada invertida 3 12-15 1-2min
Supersérie com rosca direta 4 8-10 1-2min Exte nsão de o m b ros 3 12-15 1-2min
na polia alta
Rosca Scott 3 20-25 lmin
Agachamento com a ba rra 3 10-12 1-2min
pela frente Rosca d i reta com halteres, 3 20-25 lmin
Step com halteres 3 10-12 1-2min inclinada
Leg press 3 10-12 1-2min Rosca neutra com halteres 3 20-25 lmin
Extensão de joelhos 3 10-12 1-2min Tríceps na polia alta 3 20-25 lmin
Flexão de joelhos, deitado 3 10-12 1-2 m i n Tríceps na máquina 3 20-25 lmin
Flexão pla ntar n o /eg press 4 10-12 lmin Tríceps fra ncês com haltere 3 20-25 lmin
Flexão plantar sentado 4 10-12 lmin
SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS, PERNAS E PANTURRILHAS
SEMANA S
Supino com a pegada fechada 3 12-15
SEGUNDA-FEIRA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS
Série gigante com tríceps testa 3 12-15
Exercício Séries Repetições Intervalo
Série giga nte com tríceps 3 12-15
Supino 3 4-6 2-3min fra ncês com haltere
Supino inclinado com halteres 3 4-6 2-3min Série giga nte com mergulho 3 12-15 2-3min
Crucifixo com halteres 3 12-15 1-2 m i n no ba nco
Crossover c o m a polia na 3 12-15 1-2min Rosca d i reta com halteres, 3 12-15
posição m édia posição i n clinada
Supino com a pegada fecha- 3 3-5 2-3m i n Série giga nte com rosca 3 12-15
d a (repetições negativas) 1 direta , posição inclinada
Supi n o com a pegada 32 8-10 2-3min
Série giga nte com rosca 3 12-15
fechada direta com barra W
Tríceps fra ncês com haltere, 33 8-10 2-3 m i n
Série giga nte com rosca 3 12-15 2-3min
sentado
neutra com halteres
Tríceps n a polia alta 33 8-10 2-3 m i n
Agachamento 3 4-6 2-3min
Rosca direta com ba rra 3 3-5 2-3m in
(repetições negativas) 1 Leg press 3 4-6 2-3min
Rosca d ireta com ba rra 32 8-10 2-3min Extensão de joel hos 3 12-15 1-2min
Rosca d ireta com halteres, 33 8-10 2-3min Leva nta mento-terra romeno 3 4-6 2-3min
inclinado Flexão de joelhos sentado 3 12-15 1-2min
Rosca Scott com ba rra W 33 8-10 2-3min Flexão pla ntar em pé 4 12-15 lmin
Flexão pla ntar sentado 4 20-25 lmin
168 Jim Stoppani
TABELA 7.13 Trei nos de seis semanas para braços enormes (continuação)
TERÇA-FEI RA: COSTAS E PANTU RRI LHAS SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS E PERNAS
Remada c u rvad a com ba rra 3 8-10 1-2min S u pino com pegada 3 8-10 1-2 min
Puxada com pegada a berta 3 8-10 1-2min fechada
Extensão d e om bros 3 15-20 1-2min Tríceps f ra ncês com ha ltere 3 8-10 1-2 min
Remada na polia baixa , 3 15-20 1-2min
sentado Tríceps na polia a lta 3 8-10 1-2 min
Flexão pla ntar sentado 3 15-20 Rosca d i reta com ba rra 3 8-10 1-2 m i n
Su persérie com flexão plan- 3 6-20 1min
Rosca direta , incl i nada 3 8-10 1-2 min
ta r u n i l atera l em pé (peso
corpora l) Rosca neutra com ha lteres 3 8-10 1-2 min
em todos os exercícios. O programa "mais largo é melhor", os ganhos de força. O volume também é baixo porque se
com duração de 16 semanas, pode ajudar a aprimorar faz a sessão de treino duas vezes por semana (na segun
costas fracas (ver Tab. 7.14). A Fase 1 utiliza um aqueci da e na sexta-feira), juntamente com o treino dos abdomi
mento com flexões na barra e exercícios como levanta nais. Treina-se peito, ombros e panturrilha na terça-feira;
mento-terra, remadas e "bom-dias"* para construir costas bíceps, tríceps e abdominais na quarta; e pernas na quin
fortes. O número de repetições é baixo, a fim de enfatizar ta. Na Fase 2, ocorre um aumento do volume e uma dimi
nuição da frequência semanal para apenas uma sessão.
Treina-se peito, ombros e abdominais na segunda-feira.
* N. de R. T.: O a utor refere-se ao exercício good morning, no q u a l As séries compostas adicionam um outro nível de dificul
o tronco é deslocado à f rente (com flexão dos quadris) com u m a dade, o que significa que os músculos das costas preci
barra colocada na altura dos ombros. sam de uma semana de recuperação durante essa fase.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 169
Série com posta com a extensão do 3 8-10 Remada na polia alta, inclinada 4 12-15
ombro na polia alta
Remada na polia baixa 4 12-15
Extensão lombar 3
Remada curvada unilateral na polia
8-10
4 12-15
baixa
Na Fase 3, são feitos dois treinos por semana com a mes qualquer ângulo. O programa "deltoides volumosos" (ver
ma rotina dividida da Fase 1, mas as sessões de segun Tab. 7.15) visa o crescimento das três cabeças que com
da e de sexta-feira são diferentes. A de segunda-feira en põem o deltoide, a fim de construir uma musculatura for
fatiza as remadas, executadas com cargas mais elevadas te e equilibrada. A Fase 1 inicia com um programa básico
e poucas repetições, enquanto a de sexta enfoca as bar de força e massa muscular realizado duas vezes por se
ras e as puxadas com cargas mais leves e com um maior mana (na segunda e na sexta-feira), junto com trapézio e
número de repetições. Essas sessões devem consistir abdominais. A sessão de segunda consiste de um treino
de uma série gigante, feita duas vezes. A Fase 4 é com só com barras e anilhas, e a de sexta é feita com a utiliza
posta de um programa que enfoca os dorsais em diver ção de halteres em todos os exercícios. Treina-se pernas
sos ângulos, com todos os seus exercícios baseados em e panturrilhas na terça-feira; peito, tríceps e abdominais
movimentos com cabos. Isso mantém a tensão máxima na quarta; e costas e bíceps na quinta. Os treinos des
aplicada nos músculos durante toda a amplitude de mo sa fase envolvem baixas repetições e baixo volume. Na
vimento. O número de repetições é maior, e deve-se fa Fase 2, ocorre a diminuição na frequência de treino para
zer drop sets na última série de cada exercício com cabo. uma vez por semana, com aumento da intensidade, altas
Essa sessão é realizada uma vez por semana com uma repetições, alto volume e técnicas de pré-exaustão. Trei
rotina dividida semelhante à usada durante a Fase 2. No na-se peito, tríceps e abdominais na segunda-feira; om
final da Fase 4, pode-se mudar para um treino de costas bros e trapézio na quarta; pernas na quinta; e costas, bí
mais básico, utilizando-se a rotina dividida normalmente ceps e abdominais na sexta. Na Fase 3, divide-se o treino
utilizada. em uma sessão de empurrar na segunda-feira, e em outra
sessão de elevações com trisséries, na sexta. Faça isso
com a mesma rotina dividida da Fase 1. A Fase 4 finali
Progra ma "deltoides vol u mosos" za o trabalho com um microciclo contendo uma sessão
de treino por semana - que fadiga os deltoides com o au
Assim como as costas, ter ombros grandes, redondos e mento das repetições - além de drop sets na última série
musculosos pode fazer com que o físico pareça maior de de cada exercício.
170 Jim Stoppani
Exercício
Meio desenvolvimento 4 6 4 10 4 15 4 20
com ba rra
Meio desenvolvimento 4 6 4 10 4 15 4 20
com halteres
Elevação lateral na 4 6 4 10 4 15 4 20
polia ba ixa
Crucifixo invertido no 4 6 4 10 4 15 4 20
crossover
Encolhimento de 4 6 4 10 4 15 4 20
ombros com halteres
• Alterne os braços di reito e esq uerdo, sem intervalo, até completar quatro séries.
172 Jim Stoppani
O treino para incrementar a força máxima é muito diferen to é o fato de que ambos, por tentativa e erro, têm sido
te daquele que visa ganhos de massa muscular. Do pon definidos como os mais adequados para o aumento da for
to de vista do treinamento, o volume total e as repetições ça, tanto nas academias quanto nos laboratórios de inves
realizadas em cada série tendem a ser menores quando tigação. A Parte Ili aborda o treinamento visando a força
se treina força máxima do que ao se treinar com foco no máxima. O Capítulo 8 apresenta modelos básicos de ses
aumento de massa. Do ponto de vista fisiológico, o cres sões de treino para o aumento da força. Começa-se ensi
cimento muscular costuma ser mais influenciado pelos nando as rotinas divididas semanais ótimas para o incre
efeitos posteriores do treinamento, enquanto o treino que mento da força, independentemente da organização de
visa incrementos da força conta ainda com um compo treino. A partir daí, existe uma progressão de recomenda
nente de aprendizado que se desenvolve durante as ses ções gerais para o treinamento. Por fim, o capítulo mos
sões. Mesmo que os estresses mecânico e metabólico se tra dicas de treino e estratégias para maximizar a força
jam importantes no desenvolvimento da força, existe um nos três principais exercícios (supino, agachamento e le
elemento fundamental para esse aprimoramento, que se vantamento-terra), assim como normas para o treinamen
baseia no treinamento do sistema nervoso. to do tronco.
Os motoneurônios que "correm" pela medula espinal O Capítulo 9 introduz métodos de treino avançados
até as fibras musculares são responsáveis pelo início das que permitem o levantamento de mais peso em menos
contrações musculares. O treinamento de força a aumenta tempo. Essas técnicas servem para aumentar os estres
em decorrência de diversas adaptações que ocorrem nos ses mecânico e metabólico, a taxa de ativação e o sincro
motoneurônios. Há um mecanismo que os treina para ati nismo das unidades motoras.
var as fibras de forma mais rápida, permitindo que estas se O Capítulo 10 mostra ciclos periodizados de treino
contraiam com mais força. O treinamento de força também de longa duração que são elaborados para aumentar con
exercita os motoneurônios para ativar as fibras durante um tinuamente os níveis de força sem chegar a um platô. Co
maior período de tempo, sem chegar à fadiga, possibilitan meça-se ensinando como testar a força máxima, um com
do a execução de mais repetições com certa quantidade de ponente crítico para saber qual o progresso do praticante
peso. Outro mecanismo que leva ao aumento da força é a durante qualquer ciclo de treino de força. A partir daí, po
sincronização das unidades motoras. Isso se refere à habi de-se utilizar o ciclo que melhor se adaptar à experiência
lidade de diferentes motoneurônios - que controlam dife do praticante e seguir os ciclos seguintes. Também é pos
rentes fibras dentro de um mesmo músculo - em ativar as sível seguir um ciclo específico de um exercício em que se
fibras em um momento específico, acarretando na maior deseja aumentar a força. Independentemente do nível de
produção de força no músculo. treinamento ou dos objetivos envolvendo a força muscu
A semelhança entre os programas que visam maxi lar, esta seção aborda tudo o que se precisa saber para
mizar a força e aqueles que visam maximizar o crescimen- desenvolver a força.
Táticas para maximizar a força
O primeiro passo para aumentar a força é aprender como de peso e demais interessados em treinar força frequen
elaborar sessões e programas básicos de treino com esse temente testam sua 1RM nos três exercícios principais.
objetivo em mente. As variáveis a serem consideradas na Devido ao fato de o treino para força máxima envol
elaboração dos treinos (ver Cap. 2) são a escolha dos exer ver esses três exercícios - o que o difere do treino com
cícios que serão executados, sua ordem de execução, o nú vários grupos musculares -, ele tende a ser menos usa
mero de séries que serão realizadas, a carga que será uti do na organização das rotinas. Isso não significa que exis
lizada e o intervalo que será empregado entre as séries. ta um número limitado de maneiras de dividir um progra
Além disso, deve-se considerar a frequência com que cada ma para esse fim. As rotinas apresentadas a seguir são
grupo muscular será trabalhado e o tipo de rotina a ser im as mais bem aceitas pela maior parte dos especialistas
plementado. em força e atletas.
Este capítulo aborda as rotinas mais comuns entre
os praticantes interessados em maximizar a força muscu
lar, ajudando a determinar qual a melhor organização se Treino ú n ico
manal a ser seguida. Volta-se a enfatizar as variáveis de
cada sessão de treino, descrevendo minuciosamente os O treino único baseia-se em uma única sessão de treino
exercícios específicos. Cada passo fornece mais detalhes que estressa a maioria dos principais grupos musculares
a respeito das normas, dos métodos e das dicas para al do corpo. Essa rotina permite treinos três vezes por sema
cançar esse objetivo. na - normalmente segunda, quarta e sexta-feira. Muitos
especialistas creem que a frequência é importante para
o incremento da força. Na verdade, diversos técnicos fa
DIVISÃO SEMANAL DO TREINO zem com que seus atletas sigam um sistema de treino
único não só por acreditarem na importância da frequên
Independentemente de a meta ser desenvolver força ou cia de treino, mas também por acharem que, devido ao
massa muscular, a forma mais fácil de dividir o treino é corpo trabalhar como uma unidade, este deve ser treina
trabalhando dentro de períodos de uma semana. Embo do de forma apropriada. Além disso, um treinamento úni
ra o corpo não siga com especificidade um ciclo de sete co visando a força pode ser um meio efetivo de aumen
dias, para fins práticos, esse ciclo de treino se adéqua ao tar a força geral.
calendário e aos compromissos dos praticantes. Todas as A frequência semanal proposta para esse tipo de
rotinas apresentadas a seguir são voltadas para o desen treino também é benéfica para iniciantes. Como discuti
volvimento de força e seguem um ciclo de sete dias, en do no Capítulo 5, isso se dá porque as adaptações iniciais
caixando-se na agenda e no nível de experiência de qual decorrentes do treinamento de força envolvem o treina
quer indivíduo. mento do sistema nervoso. A melhor forma de os inician
Tais rotinas têm um denominador comum: enfati tes se exercitarem para aumentar a força é empregando
zar o treino dos três principais levantamentos - o supino um número de repetições ligeiramente mais alto do que
(um marcador da força dos membros superiores), o aga o utilizado por indivíduos treinados e uma maior frequên
chamento (um marcador da força dos membros inferio cia semanal dos mesmos exercícios, a fim de "programar"
res) e o levantamento-terra (um marcador da força do cor o sistema nervoso.
po inteiro). Eles também são utilizados em competições Os treinos únicos, em geral, incluem um exercício
de powerlifting. Em geral, a resistência usada nesses três para cada grande grupo muscular. Os exercícios escolhidos
exercícios é expressa como uma porcentagem de uma re normalmente envolvem o supino, o agachamento e o levan
petição máxima (1RM) do atleta, enquanto todos os ou tamento-terra, ou outros que os imitem, além de exercícios
tros exercícios são expressos em uma zona-alvo de RMs auxiliares que ajudam no aumento da força nos exercícios
- resistência que limita o praticante a um número espe principais. A maior parte dos praticantes que usam o trei
cífico de repetições. Isso ocorre porque os levantadores no único não exercita grupos pequenos (como trapézio, an-
174 Jim Stoppani
é aconselhável alternar o supino e o agachamento como TABE LA 8.3 Rotina de powerllft/ng dividida em exercícios
exercício inicial. para membros superiores e inferiores
SESSÃO DE TREINO PARA MEM BROS SUPERIORES 1:
SEGUNDA-FEIRA (SUPINO E EXERCÍCIOS DE EMPURRAR)
Rotina de powerlifting d ividida Séries
% 1RM ou
repetições
Exercício
em exercícios para membros S u pi no 4 90%
PRINCÍPIOS DOS
Regras gerais do treinamento
PROGRAMAS DE FORÇA
O treino para massa muscular utiliza os exercícios com a
O tipo de divisão de treino adotado não é um fator tão finalidade de chegar a um resultado. O treino que visa a
fundamental para a obtenção de ganhos de força quan força máxima, por sua vez, não os usa como meras fer
to a escolha e a ordem dos exercícios, a carga/intensida ramentas; em vez disso, busca-se a melhora do desem
de e o volume. Além disso, independentemente da divisão penho de determinados exercícios. A maior parte dos le
utilizada, existem certas regras que devem ser seguidas vantadores de peso treina o supino, o agachamento e o
178 Jim Stoppani
levantamento-terra. Logo, a primeira e mais óbvia regra é do aumento da força. De qualquer forma, como diz o
incluir esses três exercícios no programa. Também devem velho ditado, regras são feitas para serem quebradas.
ser incluídos exercícios auxiliares para ajudar a aumen Tão importante quanto segui-las, quebra-las de vez em
tar a força nesses três exercícios. Tal seleção pode envol quando pode ser uma forma efetiva de aumentar a for
ver exercícios multiarticulares complexos quando houver ça, por exemplo, durante os platôs, em que o treino pa
necessidade. drão não funciona. As estratégias de treino do Capítulo
A ordem também é importante - o supino, o aga 9 desafiam as regras de tentativa e erro que a maioria
chamento e o levantamento-terra devem ser feitos no iní dos atletas de força tem adotado como recomendações
cio da sessão de treino, uma vez por semana. Depois do de treino padrão. Saber como e quando usá-las faz uma
exercício principal, são executados os auxiliares. O segun enorme diferença nos ganhos que se pode esperar de
do exercício deve ser complexo, a fim de enfatizar o prin um programa de treino.
cipal grupo muscular usado em cada um dos três exer
cícios principais. Qualquer outro exercício que vier logo
após deve trabalhar os grupos que auxiliam na execução
do exercício principal.
Treino do supino
A quantidade de carga usada é de extrema impor Para muitas pessoas, força é tudo quando se trata de su
tância para ganhos de força. Os três exercícios principais pino. Raramente um atleta muito bem treinado pergun
normalmente expressam a resistência como um percen ta quanto você faz no agachamento. A questão que todos
tual de 1RM. Isso é conveniente, porque os interessados querem saber é quanto você faz no supino. A masculini
em aumentar a força máxima costumam testar 1RM des dade com frequência é associada a uma musculatura da
ses exercícios. Para incrementos na força, maior parte do parte superior do corpo forte e bem desenvolvida, e o su
tempo de treino deve ser gasto usando cargas entre 85 pino é o marcador dessa força. Esse exercício desenvolve
e 95% de 1RM. Claro, é interessante ciclar as cargas de os principais músculos da parte superior do corpo - peito,
treino, a fim de fazer com que os ganhos continuem. Na ombros, tríceps e um pouco de costas.
verdade, cargas leves como as de 50% de 1RM são, com É possível, também, que tantas pessoas asso
frequência, utilizadas por levantadores de peso para incre ciem a força apenas ao supino pelo fato de, dos três
mentar a potência, o que ajuda a aumentar a força. A car exercícios principais de força, este ser o mais fácil de
ga dos exercícios auxiliares em geral é expressa como um executar. Quase todos podem ir a uma academia e fa
número de repetições máximas (RMs) específico. Ela nor zê-lo com relativa tranquilidade e segurança. Qualquer
malmente corresponderá a um percentual de 1RM . Por que seja a razão, o supino é o exercício de força que
exemplo, se o agachamento está sendo treinado com mais se destaca.
85% de 1RM, o /eg press pode ser realizado em uma fai Quando falamos de estratégias de treino para au
xa de 4 a 6 repetições. Independentemente do exercício, mentar a força no supino sem considerar a rotina utiliza
a falha muscular deve ser alcançada no máximo em uma da, a escolha e a ordem dos exercícios são fatores fun
série por exercício. Muitos powerlifters de vez em quando damentais. A força não pode ser aumentada de forma
(ou nunca) treinam até a falha. No entanto, uma pesqui ótima se o exercício não for realizado com regularidade;
sa realizada na Austrália sugere que o treino até a falha isso é conhecido como princípio da especificidade. Nos
uma única vez em uma série por exercício é melhor para dias de treino com supino, deve-se fazê-lo primeiro, en
ganhos de força do que não treinar até a falha ou treinar quanto as fibras musculares estão totalmente recupe
até a falha duas ou mais vezes por exercício (Drinkwater radas de qualquer exercício anterior, pois isso garante
et ai., 2005). que os músculos possam suportar a carga máxima em
O volume por sessão normalmente é baixo quan um número específico de repetições prescrito na sessão
do se visa aumentos na força. Nos exercícios principais, de treino.
são realizadas de 3 a 8 séries por exercício, enquanto Depois, deve-se fazer um exercício auxiliar de em
os auxiliares, com frequência, são executados em 3 ou purrar para o peito, como, por exemplo, o supino incli
4 séries por exercício. Na sessão inteira, o volume total nado ou declinado, com barra ou com halteres (reto, in
pode ser tão baixo quanto 12 séries, podendo, no entan clinado ou declinado). De forma ocasional, podem ser
to, chegar a até 30 séries ou mais, dependendo da roti realizados exercícios auxiliares monoarticulares. No
na utilizada e da fase do treino. entanto, por não imitarem o movimento de empurrar
Quando falamos de regras, em nenhum outro tipo do supino, esses raramente são utilizados, a não ser
de treino elas são tão importantes quanto em um trei que o levantador de peso esteja na fase de hipertro
namento para força máxima. Pesquisas e anos de expe fia. Os exercícios de peito são, em geral, seguidos por
riência corroboram que um estreito espectro de exercí um exercício de ombros ou de tríceps, os quais são pre
cios, a sua ordem de execução, a resistência, o volume ferencialmente complexos, como, por exemplo, o meio
e até os intervalos de descanso são efetivos na busca desenvolvimento ou a remada vertical para os ombros,
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 179
o mergulho e o supino com a pegada fechada para o TABELA 8.6 Dia do supino
tríceps . Às vezes, os exercícios de ombros e tríceps po Essa sessão de treino é para um powerlifter que tenha um valor
dem ser auxiliares (monoarticulares). Dependendo da no supino de, no mín i mo, 495 libras, e que esteja treinando
rotina utilizada, um exercício de costas e outro de bí com 90% do seu máxi mo.
ceps podem concluir a sessão, ou pode-se treinar es Peso
ses grupos musculares em dias de puxar separados (a