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Autor

Jim Stoppani, PhD, é Doutor em Fisiologia do Exercício - Bioquí­


mica pela University of Connecticut. Realizou sua pesquisa de
pós-doutorado em parceria com o respeitado Laboratório John
B. Pierce e com o departamento de Fisiologia Celular e Molecu­
lar da Yale University School of Medicine, investigando os efei­
tos do exercício e da dieta na regulação dos genes no múscu­
lo esquelético. Por sua pesquisa inovadora, foi premiado como
Gatorade Beginning lnvestigator no Exercise Science Award, em
2002, pelo American Physiological Society. Entre 2002 e 2013,
foi editor de ciências sênior das revistas Musc/e & Fitness, Mus­
c/e & Fitness Hers e Flex. Atualmente, é proprietário da JYM
Supplement Science e da jimstoppani.com.
Stoppani escreveu centenas de artigos sobre exercício,
nutrição e saúde. É coautor de LL Coo/ J's Platinum 360 Diet
and Lifestyle (Rodale, 2010), Stronger Arms & Upper Body (Hu­
mans Kinetics, 2009) e PrayFit (Regai, 2010). Também é coau­
tor do capítulo sobre "Necessidades nutricionais para atletas
de força/potência", no livro Essentials of Sports Nutrition and
Supplements (Humana Press, 2008). É consultor pessoal sobre
nutrição e saúde de diversas celebridades, como LL Cool J, Dr.
Dre, Mario Lopez e Chris Pine.

S883e Stoppani, Jim.


Enciclopédia de musculação e força de Stoppani : 381 exercícios e 116
programas de
treinamento de força vencedores [recurso eletrônico] / Jim Stoppani;
tradução: Michel Arias
Brentano; revisão técnica: Matheus Daros Pinto, Ronei Silveira Pinto. - 2. ed. -
Porto Alegre :
Artmed, 2017.

Editado como livro impresso em 2017.


ISBN 978-85-8271-402-7

1. Educação Física. 2. Exercícios de força - Musculação. 1. Título.

CDU 796.015.52

Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo - CRB 10/2094


ENOQOPEDMDEMUSCULA(AO
, #

E fOR(A DE STOPPANI
381 exercícios e 116 programas
de treinamento de força vencedores

JIM STOPPANI

EDIÇÃO

Tradução:
Michel Arias Brentano

Revisão técnica:
Matheus Daros Pinto
Licenciado em Educação Física pela Escola de Educação Física
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Ronei Silveira Pinto
Professor Associado da Escola de Educação Física da UFRGS.
Mestre em Ciências do Movimento Humano pela UFRGS.
Doutor em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana
da Universidade de Lisboa, Portugal.

Versão impressa
desta obra: 2017

2017
Obra originalmente publicada sob o título Jim Stoppani's Encyclopedia of Muscle & Strength, 2nd Edition
ISBN 9781450459747 / 1450459749

AII rights reserved. Except for use in a review, the reproduction or utilization of this work
in any form or by any electronic, mechanical, or other means, now known or hereafter invented,
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Copyright© 2015 by Jim Stoppani


This work originally published in the English language by Human Kinetics, Champaign, IL 61825, U.S.A.

Gerente editorial - Biociências


Letícia Bispo de Lima

Colaboraram nesta edição


Coordenadora editorial
Cláudia Bittencourt
Capa
Márcio Montice/li
Leitura final
Leonardo Maliszewski da Rosa
Editoração
Bookabout - Roberto Carlos Moreira Vieira

Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à


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IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Sumário
PRINCIPIOS BASICOS DO TREINAMENTO
; ;

PARTE I
CAPÍTULO 1 Conceitos fundamentais 3
CAPÍTULO 2 Variáveis do treinamento 9
CAPÍTULO 3 Ciclos de treino 17
CAPÍTULO 4 Equipamentos do treinamento de força 25

PARTE II TREINANDO PARA O DESENVOLVIMENTO DA MASSA MUSCULAR


CAPÍTULO 5 Táticas para o aumento de massa muscular 43
CAPÍTULO 6 Programas para o aumento de massa muscular 77
CAPÍTULO 7 Ciclos de treino para o aumento da massa muscular 131

PARTE III TREINO PARA FORÇA MAXIMA


;

CAPÍTULO 8 Táticas para maximizar a força 173


CAPÍTULO 9 Programas para maximizar a força 185
CAPÍTULO 10 Ciclos de treino para aumentar a força máxima 225

PARTE IV TREINAMENTO PARA A MAXIMA PERDA DE GORDURA


;

CAPÍTULO 11 Táticas para maximizar a perda de gordura 251


CAPÍTULO 12 Treino aeróbio para maximizar a perda de gordura 255
CAPÍTULO 13 Programas para maximizar a perda de gordura 271
vi Sumário

PARTE V EXERCICIOS DE TREINO


CAPÍTULO 14 Peito 305
CAPÍTULO 15 Ombro 331
CAPÍTULO 16 Costas 361
CAPÍTULO 17 Trapézio 385
CAPÍTULO 18 Tríceps 399
CAPÍTULO 19 Bíceps 417
CAPÍTULO 20 Antebraços 437
CAPÍTULO 21 Quadríceps 445
CAPÍTULO 22 lsquiotibiais e glúteos 461
CAPÍTULO 23 Panturrilhas 469
CAPÍTULO 24 Abdominais e tronco 479
CAPÍTULO 25 Corpo inteiro 505
CAPÍTULO 26 Calistênicos 525

PARTE VI NUTRIÇÃO PARA MAXIMIZAR A MASSA MUSCULAR,


A FORÇA E A PERDA DE GORDURA
CAPÍTULO 2 7 Nutrição para maximizar a massa e a força musculares 533
CAPÍTULO 28 Nutrição para maximizar a perda de gordura 549

APÊNDICE A Equivalentes métricos para halteres e anilhas 565


APÊNDICE B Lista de alimentos alternativos 566
Glossário 568
Referências 572
Índice 577
2 Jim Stoppani

O treinamento de força existe desde o início dos tempos. mas negligenciava a componente de força do condiciona­
Em 2000 a.e., os antigos povos egípcios carregavam sa­ mento físico. Com o passar dos anos, graças ao auxílio
cos de areia visando o aumento da força para atividades de pioneiros do treinamento de força (por exemplo, Bob
como a caça e para tarefas militares. De acordo com re­ Hoffman, Joe Weider e Charles Atlas) e aos avanços na
gistros militares, os chineses, por volta de 700 a.e., tam­ pesquisa relacionada à ciência desse tipo de treinamen­
bém usavam o treinamento de força em suas guarnições. to, a força passou a ser vista como componente necessá­
No entanto, a associação histórica com a qual as pessoas rio do condicionamento físico e do desempenho esporti­
estão mais familiarizadas é com os gregos antigos. Muitos vo. Em decorrência disso, a participação em programas
dos atletas que competiam nas antigas Olimpíadas levan­ de treinamento de força aumentou mais rapidamente do
tavam pedras pesadas a fim de desenvolver força e melho­ que em qualquer outro tipo de atividade física.
rar o seu desempenho. Além dos resultados funcionais, o Com o aumento da popularidade do treinamento de
treinamento de força promovia o desenvolvimento de um força, também se incrementou a consciência de que a sua
físico musculoso. Esse físico masculino foi valorizado na prática faz parte de uma ciência complexa, o que possi­
arte grega clássica e na literatura. Na verdade, é provável bilita um maior aproveitamento dos reais benefícios da
que o culto aos músculos na antiga cultura grega tenha modalidade. Esse é o porquê de a Parte I deste livro ser
sido responsável pelo surgimento do esporte moderno tão importante para todos aqueles interessados no treina­
conhecido como fisiculturismo. Diversos atletas famosos mento de força, independentemente de seu nível. A me­
daquele período, como Milo e Hércules, frequentemente nos que se entenda claramente os princípios do treina­
realizavam grandes feitos de força e mostravam sua mus­ mento, nunca se compreenderá como implementar um
culatura aos espectadores que se reuniam para vê-los. No programa de treinamento de força efetivo.
século XIX, a admiração das massas por físicos musculo­ Portanto, antes de prosseguir para um dos progra­
sos fez com que vários homens muito fortes se tornassem mas de treino das Partes 11, Ili e IV, tenha certeza de que
celebridades. O mais famoso foi Eugen Sandow, conside­ você tem uma compreensão razoável dos fundamen­
rado o pai do fisiculturismo. tos mostrados nesses primeiros quatro capítulos. A par­
Apesar de os humanos terem uma admiração de lon­ tir desse conhecimento, é possível ter uma compreensão
ga data pela força e pela musculatura, o conceito de treina­ muito mais completa dos exercícios, das técnicas e dos
mento de força é algo com o qual poucos estão familia­ programas apresentados nos demais capítulos. Você tam­
rizados. Mesmo durante o boom do fitness nos Estados bém será mais capaz de individualizar essas técnicas a
Unidos, na década de 1970, a maioria dos norte-ame­ fim de criar programas especializados para si ou para ou­
ricanos participava de algum tipo de exercício aeróbio, tras pessoas.
Conceitos fundamentais
O treinamento de força é praticado por um grande número uma interpretação mais precisa de suas definições mos­
de pessoas e com diversas finalidades. Muitas delas es­ tra diferenças. Treinamento resistido é o mais amplo dos
tão interessadas em ganhos de força e massa muscular, três termos e refere-se a qualquer tipo de treinamento em
com concomitante perda de gordura corporal; além dis­ que o corpo se movimenta na direção contrária a algum
so, esperam que essas adaptações proporcionem melho­ tipo de força oposta, como no levantamento de pesos li­
ra no desempenho físico e nas atividades da vida diária. vres, nos exercícios em equipamentos hidráulicos ou ao
O treinamento de força pode promover essas adaptações subir um lance de escadas. O treinamento de força é um
desde que se sigam certos princípios, aqui discutidos a tipo de treinamento resistido (embora nem todos os tipos
fim de ajudá-lo a atingir seus objetivos de treino. Esses de treinamento resistido sejam de força). Especificamen­
princípios são importantes para compreender como o trei­ te, corresponde a qualquer tipo de treino que envolva a
namento de força funciona, como ele pode ser individua­ movimentação do corpo na direção contrária a uma força
lizado conforme as necessidades e os objetivos de cada que promova alteração na força muscular ou hipertrofia
pessoa e como alterá-lo para que novas adaptações ocor­ (crescimento muscular). Isso pode incluir o levantamento
ram de acordo com o seu progresso. de pesos livres e os exercícios em equipamentos hidráuli­
Além de compreender os conceitos do treinamento cos; no entanto, não inclui subir um lance de escadas. O
de força, você deve estar familiarizado com a terminologia treinamento com pesos também é um tipo de treinamen­
frequentemente utilizada em discussões relacionadas a to resistido e pode ser um tipo de treinamento de força.
essa modalidade, pois o seu entendimento e a sua utiliza­ Na verdade, a definição desse termo refere-se a qualquer
ção irão ajudá-lo na compreensão dos fundamentos des­ tipo de treino em que o corpo se move em alguma dire­
se tipo de treinamento e na comunicação com outros pra­ ção contrária a uma força oposta, gerada por algum tipo
ticantes. Para familiarizar-se com esse vocabulário, veja o de peso. Como exemplo, pode-se citar os pesos livres e as
glossário no final deste livro. máquinas, mas não equipamentos hidráulicos e subir lan­
Antes de discutirmos os princípios do treinamento ces de escadas. A Tabela 1.1 mostra uma lista de méto­
de força, devemos definir os principais termos que serão dos de treino, divididos de acordo com essas nomencla­
abordados no decorrer do livro. O primeiro e mais impor­ turas.
tante deles é treinamento de força. Se você já fez uma Este livro aborda o treinamento de força (abrangen­
pesquisa sobre o assunto - seja na Internet, em revistas do, na maioria das vezes, o treinamento com pesos), pois
ou em outros livros -, provavelmente descobriu que os é o que melhor apresenta os tipos de treinamento em que
termos treinamento de força, treinamento com pesos e estamos interessados, ou seja, exercícios que envolvem o
treinamento resistido são, com frequência, utilizados al­ movimento do corpo contra uma força com esforços que
ternadamente. Embora existam similaridades entre eles, provoquem alterações na força muscular ou hipertrofia.
4 Jim Stoppani

TABELA 1.1 Classificações e tipos de treino


Tipo de treino Exemplos

Treinamento resistido Pesos livres (incluindo objetos comuns)


Equipamentos com pesos (lineares guiados, sistemas de cabos ou polias, baseados em polias
assimétricas)
Equipamentos hidráulicos
Equipamentos pneumáticos
Equipamentos isocinéticos
Treino com o peso do corpo
Trenó de arrasto
Corrida com paraquedas*

Treinamento de força Pesos livres (incluindo objetos comuns)


Equipamentos com pesos (lineares guiados, sistemas de cabos ou polias, baseados em polias
assimétricas)
Equipamentos hidráulicos
Equipamentos pneumáticos
Treino com o peso do corpo

Treinamento com pesos Pesos livres (incluindo objetos comuns)


Equipamentos com pesos (lineares guiados, sistemas de cabos ou polias, baseados em polias
assimétricas)

DEFINIÇÕES DE FORÇA comparação da força entre atletas com dimensões corpo­


rais muito diferentes. A força relativa é determinada divi­
A definição básica de força é a quantidade máxima de es­ dindo-se 1RM pelo peso corporal da pessoa. Por exemplo,
forço que um músculo ou grupo muscular pode produzir um atleta com peso de 200 libras (91 kg) que tem 1RM
em um padrão específico de movimento realizado em de­ de 400 libras no supino (400 + 200 = 2), tem a mesma
terminada velocidade (Knuttgen e Kraemer, 1987). No en­ força relativa que um atleta com peso de 100 libras (45
tanto, sua definição não é assim tão simples, pois há di­ kg) e 1RM de 200 libras no supino (200 + 100 = 2). Esse
versas formas em que a força se manisfesta. A seguir, são tipo de força é importante para powerlifters, jogadores de
apresentadas definições de seus tipos. futebol americano e outros atletas de força que são fre­
quentemente comparados com colegas de equipe no in­
Força absoluta - É a quantidade máxima de força que um tuito de predizer o desempenho na atividade.
músculo pode gerar quando todos os mecanismos inibitó­
rios e de defesa são removidos. Por causa dessas condi­ Força explosiva - É a habilidade de movimentar o cor­
ções, é raro que uma pessoa consiga realmente demons­ po ou um objeto com rapidez. Normalmente esse termo
trar a sua força absoluta, o que pode ocorrer apenas em é mais conhecido como potência. Tal força é importante
condições extremas, como em uma emergência, em si­ para a maioria dos esportes, mas imprescindível em mo­
tuações de hipnose ou com certos auxílios ergogênicos. dalidades do atletismo como arremesso de peso, lança­
mento de dardo e salto em distância.
Força máxima - É a quantidade máxima de força que um
músculo ou grupo muscular pode produzir na repetição Força de arrancada - É a habilidade de produzir um au­
de um determinado exercício. Também é conhecida como mento abrupto na potência durante a fase inicial do mo­
uma repetição máxima ou 1RM. Estima-se que 1RM chega vimento. Esse tipo de força é importante no levantamento
a apenas 80% da força absoluta. Esse tipo de força é im­ de peso olímpico, no levantamento-terra, no boxe, nas ar­
portante para powerlifters.** tes marciais e na posição de linha ofensiva do futebol ame­
ricano, em que a força deve ser gerada de forma imediata.
Força relativa - É a razão entre a força máxima do indiví­
duo e o seu peso corporal. Tal relação é importante para a Força de Maceleração" - É a habilidade de manter a ca­
pacidade de produção de potência durante a maior parte
dos movimentos do exercício. Esse tipo de força assume
* N. de T.: Corrida com aumento da resistência dada por um pa­ papel relevante após a força de arrancada, sendo impor­
raquedas, visando aumento da força de membros inferiores. tante em esportes como judô, luta livre e "tiros" (corrida).
** N. de T.: Atletas praticantes de powerlifting, modalidade carac­
Força resistente - É a habilidade de manter a produção
terizada pela execução de três exercícios: agachamento, supino
e levantamento-terra. de força por um tempo prolongado ou durante muitas re-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 5

petições de determinado exercício. Esse tipo de força é


importante na luta livre, no ciclismo, na natação e no fisi­
culturismo. Ação concêntrica:
o músculo encurta
Considerando os diversos tipos de manifestação da
força que um indivíduo pode treinar, é fácil entender que
o termo treinamento de força engloba muitas propostas
de treino. Assim, independentemente de estar treinando Ação isométrica:
para aprimorar a força máxima, a potência ou a força re­ o comprimento
sistente, você está seguindo algum tipo de treinamento do complexo
de força. Cada um desses tipos de força é desenvolvido músculo-tendão
com alguma resistência, que pode ser pesos livres, equi­ fica inalterado
pamentos ou peso corporal. Embora este livro foque no
treinamento de força visando o ganho de massa muscu­
lar e força, assim como a perda de gordura, outras adap­ Ação excêntrica:
o músculo alonga
tações musculares podem ocorrer com esse treinamento.

FIGURA 1.1 Principais tipos de ações musculares: concêntrica,


TIPOS DE AÇÃO MUSCULAR excêntrica e isométrica.

Durante uma sessão de treinamento de força, os múscu­


los se contraem de dezenas até centenas de vezes para na tentativa de movimentar o peso; no entanto, o mús­
movimentar o corpo ou o implemento com o qual se está culo não se encurta* porque o objeto é muito pesado.
trabalhando. A estimulação neural dos músculos faz com
que as unidades contráteis musculares tentem se encur­ Existe muita discussão entre os pesquisadores da
tar. No entanto, a contração não envolve necessariamen­ área do treinamento de força a respeito da importância
te o encurtamento das fibras musculares. Dependendo de cada uma dessas ações musculares, considerando-se
da carga e da quantidade de força produzida, três diferen­ o incremento da força e da massa muscular. Por isso, es­
tes ações musculares podem ocorrer durante uma contra­ tudos têm sido realizados a fim de determinar qual des­
ção (ver Fig. 1.1): ses tipos de ação é o mais importante para esse objetivo.
Devido à maior capacidade de produção de força durante
1. Ação muscular concêntrica. Este tipo de ação ocorre ações musculares excêntricas e isométricas, especula-se
quando a força muscular supera a resistência externa, que estas sejam mais importantes que as ações concên­
resultando em movimento articular conforme o mús­ tricas para estimular modificações na força e no tamanho
culo se encurta. Em outras palavras, contrações con­ muscular.
cêntricas são aquelas em que as fibras musculares se Pesquisadores observaram que o treinamento com
encurtam ao se contraírem para levantar o peso. Isso ações musculares isométricas pode aumentar a força e
é demonstrado pela fase de subida de uma rosca di­ o tamanho muscular (Fleck e Schutt, 1985). No entanto,
reta, sendo muitas vezes chamada de fase positiva da os ganhos de força obtidos com esse tipo de treinamento
repetição. ocorrem apenas nos ângulos específicos em que os mús­
2. Ação muscular excêntrica. Ocorre quando a resistên­ culos são treinados. Em outras palavras, se alguém treina
cia externa supera a força gerada pelo músculo, re­ de forma isométrica no exercício supino no ponto médio
sultando em movimento articular conforme o múscu­ entre o início e o final do movimento, os ganhos de for­
lo se alonga. Esse tipo de ação muscular é visualizado ça ocorrerão apenas nesse ponto. Isso não se equipara
na fase de descida da rosca direta, frequentemente ao ganho de força em toda a amplitude do movimento, a
chamada de fase negativa da repetição. Mesmo que
as fibras estejam sendo alongadas, elas encontram-se
contraídas, o que permite que o peso volte à posição
inicial de forma controlada. * N. de R.T.: Durante a ação muscular isométrica, deve-se notar
3. Ação muscular isométrica. Ocorre quando o múscu­ que o comprimento total do complexo músculo-tendão (ventre
lo se contrai sem que haja movimento, gerando força muscular, tendão e unidade músculo-tendão) não é alterado e,
portanto, não há movimentação articular. Entretanto, se pudés­
enquanto o seu comprimento permanece inalterado.
semos, de maneira simplista, separar esta unidade em apenas
Esse tipo de ação muscular é observado em tentati­ tendão e ventre muscular, seria possível observar um aumento e
vas de elevar um objeto imóvel ou muito pesado para uma diminuição, respectivamente, dessas porções do complexo
ser movimentado. As fibras musculares contraem-se músculo-tendão.
6 Jim Stoppani

não ser que vários ângulos articulares entre o início e o fi­


nal do exercício também sejam treinados isometricamen­
PRINCÍPIOS DO
te. Por essa razão, mesmo que o treinamento isométrico TREINAMENTO DE FORÇA
seja benéfico, as ações concêntricas e excêntricas tam­
bém devem ser incluídas para que todas as adaptações Atualmente, inúmeros princípios do treinamento de força
musculares sejam obtidas. Para uma amostra de treino estão sendo utilizados, apesar de sua validade ser ques­
que utiliza ações musculares isométricas, ver o Treino de tionável, uma vez que poucos profissionais da área con­
Força Estático (Cap. 9). cordam com a maioria deles. No entanto, existem alguns
Devido à possibilidade de maior sobrecarga muscu­ que são aceitos por todos os profissionais do treinamen­
lar durante as contrações excêntricas, estas geram mais to de força: os princípios da especificidade, da sobrecarga
dano muscular. Apesar disso, sugere-se que uma sobre­ progressiva, da individualidade, da variabilidade, da ma­
carga maior pode promover maiores ganhos de força. Pes­ nutenção e da reversibilidade. Tais princípios são tão im­
quisas mostram que um treinamento apenas excêntrico portantes que poucos discordam da ideia de eles serem
promove aumentos de força significativos; porém, ele não considerados leis do treinamento de força.
oferece ganhos superiores a um treinamento apenas con­ Princípio da especificidade - É um dos princípios-chave
cêntrico. Portanto, para maximizar as adaptações muscu­ na elaboração de programas de treinamento de força e
lares, os programas de treinamento de força devem incor­ é frequentemente representado como SAID, sigla para
porar ações musculares concêntricas e excêntricas. Para "adaptações específicas para as demandas impostas".
tipos de programa de treino em que são utilizadas ações Em uma definição mais básica, significa treinar de forma
excêntricas, ver Repetições Negativas (Cap. 6) e Treina­ específica para produzir efeitos específicos. Por exemplo,
mento de Força com Repetições Negativas (Cap. 9). se o objetivo imediato é aumentar a força de 1RM, é ne­
O uso de ações concêntricas, excêntricas e/ou iso­ cessário treinar com amplitude de repetições, tempos de
métricas no treinamento de força provocará adaptações intervalo e frequência semanal apropriados, visando oti­
um pouco diferentes. Embora ações isométricas possam mizar ganhos de força. No entanto, se o objetivo é melho­
aumentar a força e o tamanho muscular em algum grau, rar o desempenho em determinado esporte, os exercícios
os principais incrementos ocorrem com a força estática. devem imitar os movimentos executados na modalidade,
Isso não se aplica necessariamente à força dinâmica uti­ além de ser realizados em uma velocidade similar. Esse
lizada em muitos esportes. Por essa razão, a maioria dos princípio é um dos mais importantes no treinamento de
programas de treinamento de força deve enfatizar ações força, porque, se esse não é conhecido, todos os outros
musculares concêntricas e excêntricas, as quais propor­ são anulados.
cionam incrementos superiores na força e na massa mus­
cular. Princípio da sobrecarga progressiva - É o aumento con­
Outro tipo de ação muscular que deve ser levado em tínuo da intensidade da sessão de treino conforme o
consideração é a chamada ação museu/ar voluntária má­ músculo se acostuma com o nível de intensidade atual.
xima, a qual não se refere ao tipo de movimento executa­ Isso pode ser feito aumentando a carga levantada, o nú­
do pelo músculo, mas, sim, à intensidade da carga/peso. mero de repetições realizadas ou o número total de sé­
Quando um músculo é submetido a uma ação muscular ries ou, ainda, diminuindo o tempo de descanso entre
voluntária máxima, ele se movimenta contra a maior car­ as séries. O aumento contínuo do estresse aplicado no
ga que o nível de fadiga permitir. Independentemente de músculo permite o incremento da força muscular e evi­
quantas repetições são executadas em uma série - se 1 ta a estagnação. Esse é um dos princípios mais cruciais
ou 10 -, a última repetição, quando a falha concêntrica do treinamento de força, assim como um dos mais re­
é alcançada, é considerada a ação muscular voluntária centes, desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mun­
máxima. Em outras palavras, nenhuma repetição adicio­ dial, a partir da pesquisa de Delorme (1945) e Delorme
nal pode ser executada. Isso também é conhecido como e Watkins (1948). A ausência de sobrecarga progressi­
repetição máxima (RM) e costuma ser representado com va nos músculos faz com que as adaptações muscula­
um número antes da RM. Por exemplo, 1RM representa a res contínuas cessem. Por exemplo, no início do progra­
quantidade de peso que provoca uma ação muscular vo­ ma de treinamento de força, executar três séries de 10
luntária máxima com uma repetição, enquanto uma car­ repetições com 135 libras no supino pode ser um desa­
ga para 10RM é a quantidade de peso que provoca uma fio. Após várias semanas de treinamento, realizar essa
ação muscular voluntária máxima na décima repetição. série será fácil. Nesse ponto, as adaptações provocadas
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 7

pelo treinamento cessarão, a não ser que o peso, as re­


petições ou as séries sejam aumentados ou que o inter­
AQUECENDO,ALONGANDO
valo entre as séries diminua. E VOLTANDO À CALMA
Princípio da individualidade - É a teoria de que qual­ Você pode ter problemas em encontrar tempo para des­
quer programa de treinamento deve considerar as ne­ cansar em uma sessão de treino, e muito menos para
cessidades específicas ou os objetivos e as habilida­ preocupar-se com um aquecimento apropriado preliminar
des do indivíduo para quem o programa foi elaborado. e com o alongamento após o treino. No entanto, como
Por exemplo, um fisiculturista iniciante, com o objeti­ você inicia e como você termina os seus treinos de força
vo de aumentar a massa muscular, deve ter um trei­ pode ter um grande impacto nos seus resultados e na sua
no bem diferente de um fisiculturista experiente com o qualidade de vida conforme você envelhece. Faça o má­
mesmo propósito. A diferença em seus programas de ximo para executar um aquecimento apropriado antes de
treinamento não é baseada nos efeitos desejados, mas cada sessão de treino e, ao final, faça alguns alongamen­
nas experiências de treino. O praticante avançado re­ tos para voltar à calma.
quer um volume maior de treino e a utilização de téc­ Um aquecimento geral de 5 a 10 minutos em uma
nicas mais avançadas para alcançar o mesmo objetivo esteira rolante ou bicicleta estacionária, alguns exercí­
do iniciante. Já um levantador de peso avançado com o cios calistênicos, ou, melhor ainda, alongamentos dinâ­
objetivo de aumentar a força muscular deve treinar de micos, como chutes altos e circundução dos braços, irão
maneira bastante distinta do levantador de peso avan­ aumentar a temperatura corporal o suficiente. Um estu­
çado que deseja aumentar a massa muscular. Aqui, a do de Taylor e colaboradores (2011) mostrou que um au­
diferença nos programas é baseada em seus diferen­ mento de apenas 0,3 º F na temperatura corporal permi­
tes objetivos. Em geral, o primeiro, que visa aumentar a tiu que atletas saltassem 6% mais alto e tivessem 10% a
força muscular, deve treinar com um número menor de mais de potência. Em outras palavras, um breve aqueci­
repetições, com uma carga mais pesada e com um vo­ mento faz com que você seja mais forte e tenha um me­
lume menor que o segundo, que visa aumentar a mas­ lhor desempenho na academia. Executar alongamentos
sa muscular. dinâmicos como forma de aquecimento aumenta ainda
Princípio da variabilidade - É o simples fato de que não mais a força e a potência muscular durante o aqueci­
importa o quão efetivo seja um programa de treino, ele mento. Já alongamentos estáticos antes do treino de for­
o será apenas por um curto período. Uma vez que o in­ ça podem prejudicar a força e a potência muscular du­
divíduo apresente adaptações específicas proporciona­ rante o treino.
das por determinado programa de treino, um novo es­ O mais indicado é deixar os alongamentos está­
tímulo deve ser aplicado aos músculos, ou o progresso ticos para a volta à calma e como forma de aumentar
contínuo ficará estagnado. Essa é a base da periodiza­ a sua flexibilidade. Essa forma de aquecimento é parti­
ção (ver Cap. 3), razão pela qual os ciclos de treino de­ cularmente efetiva para maximizar a flexibilidade quan­
vem ser utilizados. do realizada após as sessões de treino, momento em
que os músculos estão mais aquecidos e mais fatigados.
Princípio da manutenção - Assim que o indivíduo al­ Este livro não tem como enfoque os exercícios de alonga­
cança o seu objetivo, é necessário menos trabalho para mento. Assim, para uma boa fonte de consulta, leia Fu/1-
manter o nível de força ou massa muscular. Se ele está -Body Flexibility, Second Edition, de Jay Blahnik (Human
satisfeito com esse nível, a frequência de treino pode Kinetics, 2011).
ser reduzida. Esse costuma ser um bom período para in­
corporar outros tipos de treinamento, fazendo com que
outros componentes da aptidão física possam ser apri­
morados. RESUMO
Princípio da reversibilidade - Uma vez que o programa de Para aplicar adequadamente qualquer disciplina, você
treinamento de força é interrompido ou não é mantido em deve, em primeiro lugar, familiarizar-se com os princípios
um nível mínimo de frequência ou intensidade, as adapta­ desta. Sem um claro entendimento da base do treinamen­
ções na força ou hipertrofia obtidas com o programa não to de força, a sua aplicação não será completa. Assim
somente deixarão de progredir, como também retornarão como um atleta que não conhece a base da sua modali­
ao ponto inicial. dade esportiva será limitado na sua prática, não entender
8 Jim Stoppani

os fundamentos do treinamento de força limitará grave­ é essencial para compreender os componentes de qual­
mente o seu potencial. Independentemente de o seu ob­ quer repetição executada. Você aprenderá os conceitos a
jetivo ser aumentar a força ou a massa muscular, ter esse serem seguidos para que adaptações sejam obtidas. Es­
conhecimento afetará de forma positiva sua capacidade sas informações básicas são apenas o ponto de início, afi­
para alcançar o seu objetivo. nal, seu conhecimento básico continuará ampliando com
Primeiro, você deve entender os diferentes tipos de os conteúdos dos demais capítulos da Parte 1. Munido
força que pode treinar - absoluta, máxima, relativa, explo­ dessas informações-chave, a aplicação das técnicas de
siva, de arrancada, de "aceleração" e resistente -, pois treino e dos programas das seções subsequentes será
estar familiarizado com as diferentes ações musculares mais fácil, e os resultados, mais significativos.
Variáveis do treinamento
Um programa de treinamento de força dura, em média, TABELA 2.1 Detalhes da elaboração de um programa de
de algumas semanas a diversos meses antes de ser im­ treino
plementada uma nova fase de treino. Considerando esse Variável Particularidades
período, uma única sessão de treino pode parecer insigni­
ficante diante de todo o programa. No entanto, a elabora­ Escolha dos Exercícios principais
ção de cada sessão é tão importante quanto o programa exercícios Exercícios a uxiliares
Exercícios multia rticulares
Exercícios monoa rticulares
inteiro, afinal, elas somam-se de forma sequencial, geran­
do o programa de treino de longa duração que proporcio­ Equipa mento
nará as adaptações desejadas. Este Capítulo discutirá os
princípios envolvidos no desenvolvimento de uma única Ordem dos Exercícios principais seguidos por
sessão de treino. exercícios exercícios a uxiliares
Grupos musculares maiores seguidos
por gru pos m uscula res menores
Todas as sessões são compostas por, no mínimo,
cinco variáveis específicas que podem ser manipuladas Grupos musculares mais "atrasados "*
para modificar a sessão de treino, como: escolha e ordem são treinados pri meira mente
dos exercícios, número de séries, sobrecarga utilizada e Séries exclusivas para cada exercício
intervalo entre as séries. Você deve escolher e controlar Superséries

Número de séries Efeitos do volume


cuidadosamente essas variáveis a fim de obter uma ses­
são de treino apropriada para o nível de condicionamen­ Séries únicas
to do indivíduo e, assim, promover as adaptações dese­ Séries múltiplas
jadas. Número de séries executadas por
Embora atletas de força como levantadores de peso exercício
olímpicos, powerlifters e fisiculturistas tenham manipula­ Número de séries executadas por
gru po muscula r
Número de séries executadas por
do essas variáveis durante anos, William J. Kraemer, PhD,
sessão de treino
ganhou crédito por ter sido responsável por determinar e
registrar cientificamente o que se denominou de cinco gru­
pos específicos de variáveis agudas (ver Tab. 2.1). A al­ Resistência Porcentagem de 1RM
teração sistemática dessas variáveis resulta no programa (i ntensidade) Zona-alvo de RM
de treino periodizado. Escala de exercício resistido de OMNI

Intervalo de Depende da resistência utilizada


descanso entre Depende da adaptação muscular
ESCOLHA DOS EXERCÍCIOS as séries desejada
Depende da rota metaból ica que está
Enquanto todas as variáveis agudas de um programa de sendo treinada
treino são essenciais para a progressão do indivíduo, a Depende da técnica de treino
escolha do exercício é indiscutivelmente uma das mais Adaptada de S.J. Fleck and W.J. Kraemer, Designing resistance training
importantes. A razão por trás disso é que, se você não programs, 3rd ed . (Champaign, I L: Human Kinects}, 158-73.
treinar os grupos musculares apropriados, todas as ou­
tras variáveis perdem seu sentido. Dito de forma simples,
os músculos que não são treinados não serão beneficia­ sificados como principais ou auxiliares (na Tab. 2.2 são
dos pelo treinamento. Por esse motivo, escolher os exer­ apresentados os mais comuns). Os exercícios principais
cícios adequados para cada sessão de treino é o primeiro
passo na elaboração de um treinamento de força efetivo.
Para aqueles interessados no incremento da força * N. de T. : Refere-se aos gru pos muscu lares que o i nd ivíduo tem
muscular, os exercícios de uma sessão podem ser elas- maior dificu ldade para trei nar.
10 Jim Stoppani

TABELA 2.2 Exercícios principais e auxiliares res estarem exauridos pela execução dos exercícios prin­
Exercícios principais Exercícios i,rinci:,.;is
cipais. Uma exceção à regra de que todos os exercícios
auxiliares são monoarticulares é o treinamento para os
Power clean* Extensão de joelhos músculos do tronco (que abrange os músculos profundos
Levantamento-terra Flexão de joel hos da cavidade abdominal e da coluna lombar), que inclui
Agachamento Voador
Elevação lateral
padrões de movimento complicados que envolvem múlti­
Leg-press
Supino Rosca d ireta
plas articulações e exige que os músculos do tronco tra­
Meio desenvolvimento Tríceps na polia alta balhem para estabilizar o corpo.
Remada com barra Rosca punho Para aqueles interessados em aumentar a massa
Barra Flexão plantar muscular, todos os exercícios também podem ser dividi­
Supra-abdominal dos em multiarticulares e monoarticulares. No entanto,
os termos usados no ambiente do fisiculturismo são exer­
cícios multiarticulares e de isolamento. Por isolamento,
entende-se que o movimento monoarticular está isolan­
são os mais específicos para os objetivos do indivíduo, e
do o principal grupo muscular e forçando-o a realizar todo
devem envolver os grupos musculares em que o pratican­
o trabalho durante o exercício, sem a ajuda de outros gru­
te tem mais interesse de ganhar força. Para atletas, os
pos musculares. Um exemplo disso é a extensão de joe­
exercícios principais não devem envolver apenas os gru­
lhos. Enquanto a maior parte dos principais grupos mus­
pos musculares que são utilizados na competição, mas
culares é trabalhada tanto em exercícios multiarticulares
também alguns exercícios que imitam os movimentos exe­
quanto nos de isolamento, o bíceps braquial, o antebraço,
cutados em suas modalidades esportivas. Por exemplo,
os isquiotibiais, a panturrilha e os abdominais são treina­
os exercícios principais de um levantador de peso olímpi­
dos apenas com exercícios de isolamento. Uma lista dos
co são o "arranque" e o "arremesso"; os de um powerlif­
exercícios multiarticulares e de isolamento para os prin­
ter, são os exercícios de supino, o agachamento e o levan­
cipais grupos musculares pode ser consultada na Tabe­
tamento-terra; e os de um atacante de futebol americano
la 2.3.
são o agachamento e o supino inclinado.
O tipo de equipamento é outro fator a ser conside­
Os exercícios principais geralmente são movimen­
rado na escolha dos exercícios de uma sessão de trei­
tos multiarticulares, como no supino, no agachamento e
no. Enquanto os pesos livres são usados na maioria dos
no levantamento-terra, que requerem o uso coordenado
exercícios principais, outros equipamentos apresentam
de múltiplos grupos musculares. Logo, devido ao uso de
benefícios conforme os objetivos de cada indivíduo. Por
vários grandes grupos de músculos na execução desses
exemplo, para imitar movimentos que ocorrem predomi­
exercícios, eles tendem a ser os que possibilitam a utili­
nantemente em um plano horizontal ao se estar em pé
zação de pesos mais elevados. Por exemplo, os recordes
(como o balançar do taco de beisebol), exercícios com pe­
mundiais de levantamento-terra e de agachamento giram
sos livres mostram-se limitados, pois oferecem resistên­
em torno de 900 e 1.100 libras (408 e 499 kg), respec­
cia apenas no plano vertical. Nesse caso, o uso de equi­
tivamente; enquanto o de rosca direta com barra (embora
pamentos com cabos ou resistência elástica poderia ser
esse não seja um levantamento reconhecido por qualquer
uma boa opção. A escolha dos equipamentos mais apro­
federação de powerlifting), um exercício monoarticular (co­
priados será discutida de forma detalhada no Capítulo 4.
nhecido como um exercício auxiliar), não é muito mais
que 400 libras (181 kg). Devido à maior necessidade de
força e coordenação nos exercícios principais, estes de­
vem ser executados no início da sessão, quando os gru­ ORDEM DOS EXERCÍCIOS
pos musculares estão menos fatigados.
Os exercícios auxiliares são tipicamente monoarti­ A maneira como os exercícios específicos que compõem
culares, como, por exemplo, a rosca direta, o tríceps na uma sessão de treino são organizados não determinará
polia alta e a elevação lateral, os quais envolvem apenas apenas a eficácia da sessão, mas também as adaptações
um grupo muscular. Por utilizarem apenas um grupo mus­ específicas promovidas pelo programa de treino. Dessa
cular para o levantamento de peso, esses exercícios nor­ forma, a ordem de execução dos exercícios deve corres­
malmente envolvem cargas bem mais leves que os exercí­ ponder aos objetivos do treino.
cios principais. Para powerlifters e outros atletas de força, No treinamento que visa incrementos de força, os
os exercícios auxiliares costumam ser executados no final exercícios principais são executados antes dos auxiliares.
da sessão de treino, após os principais grupos muscula- Isso porque os exercícios principais normalmente envol­
vem vários grandes grupos musculares ao mesmo tempo
para levantar pesos relativamente altos. Portanto, esses
• N. de R. T.: Exercício clássico de desenvolvi mento da potência exercícios devem ser feitos suficientemente cedo, a fim de
muscu lar, em que o sujeito eleva a barra do solo até os ombros, evitar que a fadiga seja um problema. No início, a execu­
em um ún ico e potente movi mento. ção de exercícios monoarticulares comprometerá a quan-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 11

-
TABELA 2.3 Exercícios multiarticulares e de isolamento

Peito
Exercícios
m ultiarticul a res

Supino
Supino com
halteres
Exercícios
de isol amento

Crucifixo com
halteres
Crossover
os objetivos do indivíduo. Normalmente, grupos muscula­
res maiores (como os das pernas e das costas) são trei­
nados antes dos menores (como os dos ombros e bíceps)
pela mesma razão já mencionada: grandes grupos mus­
culares devem ser treinados antes que a fadiga seja um
problema.

Ombros Meio desenvolvimento Elevação lateral


com ba rra Elevação frontal
Remada vertical
NÚ MERO DE SÉRIES
Tríceps Supino com a pegada Tríceps na polia Uma série é um grupo de repetições seguido de um pe­
fechada alta ríodo de descanso. O número de séries executadas em
Mergulho Rosca testa uma sessão de treino é um dos fatores que afeta o vo­
Bíceps Rosca direta com
lume total (séries x repetições x carga) do exercício. Por­
barra tanto, esse parâmetro deve estar de acordo não somen­
Rosca direta te com os objetivos do indivíduo, mas também com o seu
incli nada atual nível de condicionamento.
Antebraços Rosca punho
De forma geral, aceita-se o fato de múltiplas séries
Rosca punho
serem mais benéficas para o desenvolvimento de força
invertida e massa muscular. Esse ponto de vista baseia-se nas re­
comendações da National Strength and Conditioning As­
Quadríceps Agachamento Extensão de sociation (Pearson et ai., 2000) e do American College of
Leg-press joelhos
Sports Medicine (Kraemer et ai., 2002). Séries únicas são
lsquiotibiais Agachamento Flexão de joelhos efetivas para o aumento de força em levantadores de pe­
Levantamento-terra Levantamento- sos iniciantes ou para a manutenção da força em perío­
-terra romeno dos em que seja necessária a redução do volume utiliza­
Panturrilhas Flexão plantar do. Iniciantes que começam com um programa de séries
em pé únicas devem aumentar gradualmente o número de sé­
Flexão plantar ries para que adaptações na força continuem ocorrendo.
sentado Na elaboração de uma sessão de treino, o número
Abdominais Supra-abdominal
de séries executado por exercício e por grupo muscular e
I ntra-abdom inal o número total de séries da sessão de treino devem ser le­
vados em consideração. O número de séries por exercício
normalmente varia de acordo com o programa de treina­
mento de força; por exemplo, a maior parte dos programas
tidade de peso que o indivíduo pode levantar nos exercí­ elaborados para praticantes intermediários e avançados
cios primários e até deixá-lo mais suscetível a lesão, pois incorpora entre 3 a 6 séries por exercício. Essa variação
a execução tende a ficar prejudicada quando os múscu­ é considerada ideal para incrementas na força. A quanti­
los estão fatigados. dade de séries que devem ser executadas para um grupo
Se o objetivo principal for o aumento do tamanho muscular é uma questão mais aplicável ao treinamento
muscular, então os exercícios multiarticulares devem ser de fisiculturismo, em que diversos exercícios são execu­
executados primeiro e os de isolamento, no final da ses­ tados para cada grupo muscular. Isso se opõe aos progra­
são de treino. Os exercícios multiarticulares ajudam a au­ mas de treinamento de força direcionados para indivíduos
mentar o tamanho do músculo, pois, nestes exercícios, é menos experientes, que costumam utilizar apenas um
possível treinar com cargas mais elevadas. Uma exceção exercício para cada um dos principais grupos musculares.
a tal regra é a técnica do fisiculturismo conhecida como O número de séries por grupo muscular pode variar de 3
pré-exaustão. Nela, executam-se os exercícios monoarti­ a 24, mas essa quantidade depende do número de exer­
culares antes dos multiarticulares, na tentativa de fatigar cícios executados por grupo muscular, do número de gru­
determinado grupo muscular, deixando-o desfavorecido pos musculares treinados na sessão, da intensidade usa­
no exercício multiarticular. Esse conceito é discutido de­ da e da fase em que o indivíduo se encontra em seu ciclo
talhadamente no Capítulo 6. de treino. O número de séries executadas em uma sessão
Se muitos grupos musculares são treinados em de treino pode variar entre 10 e 40, dependendo do tipo
uma sessão de treino - como nas sessões para o corpo de treino e do número de séries por exercício. Deve-se ter
inteiro - e apenas um exercício por grupo muscular é exe­ cuidado para não realizar um número total de séries exa­
cutado, então a ordem dos exercícios é determinada pe­ gerado, principalmente quando a intensidade for alta, já
los grupos musculares mais importantes, de acordo com que essas variáveis têm grande influência no trabalho to-
12 Jim Stoppani

tal. A realização de um trabalho total exagerado ao longo Se, por exemplo, 1RM de um indivíduo no supino for
do tempo estressa o corpo, levando ao overtraining. Em­ de 300 libras (136 kg), então:
bora definir o quanto seria um trabalho exagerado seja
uma tarefa difícil devido a diversos fatores, como a expe­ 300 libras x 0,80 = 240 libras
riência de treino e a genética, recomendações gerais po­
dem ser feitas. Normalmente, a execução de mais de 20 A utilização desse método requer avaliações de
séries por grupo muscular por um longo período pode le­ 1RM frequentes para garantir que uma resistência cor­
var ao overtraining. Além disso, executar mais que 40 sé­ reta esteja sendo utilizada no treino. Ele pode ser pro­
ries por sessão de treino, mesmo quando vários grupos veitoso para alguns atletas de força, pois avaliações pe­
musculares são treinados, também pode levar ao over­ riódicas costumam ser usadas na análise da progressão
training se realizadas com muita frequência ou se uma desses atletas e como um sinalizador do seu preparo
alimentação apropriada não for seguida. para a competição. Levantadores de peso olímpicos, por
Assim como qualquer outra variável aguda do trei­ exemplo, devem usar esse método com regularidade de­
namento, o número de séries deve ser manipulado a fim vido à habilidade requerida (específica) para sua ativi­
de prevenir a estagnação das adaptações ao treinamen­ dade. Levantadores de peso competitivos devem usar
to. A variável de treino que mais influencia quantas sé­ resistências precisamente avaliadas nas suas fases de
ries podem ser executadas é a intensidade (i.e., a quanti­ treino. Powerlifters também usam esse método, uma vez
dade de carga levantada). Quanto maior ela é, maior é o que o aspecto crucial dessa modalidade é a quantidade
estresse aplicado no músculo, e, assim, menor é o núme­ de peso levantado em 1RM dos exercícios supino, aga­
ro de séries que devem ser executadas. Por essa razão, o chamento e levantamento em terra. No entanto, muitos
número total de séries em um ciclo de treino deve variar powerlifters de elite treinam com porcentagens basea­
de forma inversa à intensidade. Na verdade, o treinamen­ das em 1RM que predizem levantar na competição. A
to com um número de séries exagerado pode prejudicar a desvantagem de prescrever a intensidade por porcen­
ocorrência das adaptações ao treinamento de força e le­ tagens de 1RM é que a quantidade de repetições que
var ao overtraining. se pode realizar com certa porcentagem varia de acor­
do com a experiência, com o grupo muscular treinado e
com o tipo de equipamento utilizado.
RESISTÊNCIA/CARGA Para fisiculturistas e outros entusiastas do fitness,
testes frequentes de 1RM não são convenientes ou aplicá­
O termo intensidade refere-se à quantidade de carga le­ veis, pois podem consumir muito tempo devido ao grande
vantada (ou resistência usada) em determinada série. número de exercícios normalmente utilizados. Além disso,
Muitos fisiculturistas, no entanto, relacionam esse termo em muitos dos exercícios executados, o teste de 1RM não
ao grau de dificuldade de uma série ou sessão de treino, é útil. Embora tabelas baseadas no número de repetições
sem considerar a quantidade de peso utilizada. Por exem­ executadas com certo peso sejam elaboradas para esti­
plo, um fisiculturista pode executar uma série de alta in­ mar 1RM, elas estão longe de ser precisas. Para pratican­
tensidade, envolvendo um peso muito leve, com um nú­ tes de alto nível, uma zona-alvo de RMs é a forma mais
mero de repetições extremamente alto, até que a falha fácil de monitorar a resistência do treino. Isso é represen­
muscular seja alcançada. A intensidade dessa série po­ tado por 10 ou 5RMs e refere-se à resistência que limi­
deria ser ainda mais elevada se o ajudante auxiliasse o ta a execução daquele número de repetições. Assim que
fisiculturista a realizar mais três repetições forçadas. No a força aumenta, tais praticantes simplesmente mudam
entanto, de acordo com a definição formal de intensida­ o peso para valores mais elevados, mas voltados para
de, aquela série poderia ser classificada como de baixa a mesma zona de RMs. Isso permite que eles se mante­
intensidade. Por essa razão, a fim de evitar confusões, o nham continuamente na zona de repetições visada, sem
termo resistência/carga será empregado quando consi­ a necessidade de avaliar sua 1RM. A importância de isso
derarmos a quantidade de peso utilizado. ser mencionado aqui se deve ao fato de muitos técnicos
A resistência é uma das variáveis mais importan­ de modalidades de força e cientistas do treinamento de
tes do programa de treinamento, atrás apenas da esco­ força sugerirem que as repetições (resistência) devem ser
lha dos exercícios. A quantidade de resistência utilizada mantidas de forma regular com uma pequena variação
em uma série é inversamente proporcional ao número de em qualquer sessão de treino. Eles acreditam que o mús­
repetições executadas. Ou seja, quanto maior o peso, me­ culo pode ser treinado com apenas um objetivo em qual­
nor o número de repetições que podem ser executadas. quer situação aguda. No entanto, fisiculturistas frequen­
Uma das formas mais comuns de se determinar a carga é temente treinam com uma ampla variação de repetições
por meio de porcentagens de repetições máximas (RMs). em uma mesma sessão de treino. Por exemplo, eles po­
Por exemplo, um exercício pode ser prescrito a 80% de dem realizar uma série de determinado exercício com um
sua 1RM. peso muito elevado para executar de 5 a 7 repetições e,
Enciclopéd ia de m usculação e força de Stoppani 13

em seguida, outra série com um peso leve para executar to por pesquisadores do exercício e treinadores de moda­
de 15 a 20 repetições. lidades de força. O continuum da Figura 2.2 varia de 1 a
Um método de prescrição e monitoramento da resis­ 25 repetições máximas, como no original, mas acrescen­
tência desenvolvido mais recentemente envolve a esca­ ta a adaptação de hipertrofia muscular. No início do conti­
la de exercício resistido de OMNI (Robertson et ai., 2003; nuum, ganhos de força são mais pronunciados, principal­
Robertson, 2004). Essa é uma escala subjetiva de 10 mente quando são usadas de 1 a 6 repetições máximas,
pontos (ver Fig. 2.1), que, por sua vez, é uma versão mo­ ou cerca de 80 a 100% de 1RM (O'Shea, 1966; Weiss,
dificada da escala de percepção de esforço (EPE) descri­ Coney e Clark, 1999). A hipertrofia muscular é enfatizada
ta por Borg (1982), mais utilizada no monitoramento do quando são usadas entre 8 e 12 repetições máximas, o
exercício aeróbio. Cada valor de 1 a 10 na escala de OMNI que corresponde a cerca de 70 a 80% de 1RM (Kraemer,
representa aproximadamente um aumento de 10% da re­ Fleck e Evans, 1996). lncrementos na resistência muscu­
petição máxima. Por exemplo, o uso de 100% de 1RM do lar ocorrem com 12 ou mais repetições máximas ou com
indivíduo induz a uma percepção de esforço equivalente cargas equivalentes a 70% de 1RM ou menos (Stone e
a 10 na escala de exercício resistido de OMNI, enquanto Coulter, 1994). Novas evidências sugerem que esse nú­
50% de 1RM correspondem a uma percepção de esforço mero alto de repetições também é efetivo para a hipertro­
equivalente ao número 5 da escala. A escala de exercício fia muscular por levarem à fadiga muscular (Burd, 2010;
resistido de OMNI não é uma escala quantitativa precisa. Burd, 2011; Mitchell, 2012). Essas diversas adaptações
Enquadra-se como uma escala qualitativa que determina musculares enfatizam a importância da periodização
qual a dificuldade que o praticante tem com determina­ para a ocorrência das alterações musculares almejadas,
da carga. Por essa razão, é mais bem utilizada por trei­ caso o objetivo do indivíduo seja o aumento da resistên­
nadores que estão prescrevendo um treinamento de for­ cia muscular ou da força máxima. Isso porque as adapta­
ça para iniciantes. ções são inter-relaciondas. Por exemplo, o aumento tanto
Atualmente, devido aos vários anos de "tentativa e da força máxima como da resistência muscular afeta po­
erro" dos atletas e às diversas pesquisas que confirmam sitivamente a hipertrofia. Logo, enquanto o indivíduo gas­
as tendências iniciais, está claro que certas intensida­ taria a maior parte do tempo de treino usando a zona de
des proporcionam resultados específicos. Tal informação repetições que melhor se encaixa nos seus objetivos, ci­
pode ser utilizada na elaboração de um continuum de re­ clos periódicos com outras intensidades podem aprimo­
petições máximas, como observado na Figura 2.2, que se rar esse objetivo.
trata de uma modificação do continuum elaborado por Uma importante suposição associada ao continuum
Fleck e Kraemer (2004), reconhecido como o mais acei- de repetições máximas é a de que todas as repetições

Difíc i l

Um pouco
d ifícil

Fác i l

o
Extremamente
fácil

FIGURA 2.1 Escala de exercício resistido de O M NI.


Rei mpressa, com permissão, de R .J. Robertson, 2004, Perceived exertion for practitioners (Champaign, IL: H u m a n Ki nects), 49.
14 Jim Stoppani

RM 7 8 9 10 11 2 13 14 15 16 17 18 19 2 0 21 2 2 2 3 2 4 25

Adaptação Força Hipertrofia Resistência muscular


ao treino máxima muscular e definição muscular

FIGURA 2.2 Contin uum de repetições máximas.


Mod ificada de S.J. Fleck and W.J . Kraemer, 2004, Designing resistance training programs, 3rd ed . (Champaign, I L: Human Kl nects), 167.

são executadas em velocidade moderada. No entanto, a de 2 a 3 minutos; 11 a 13RM, de 1 a 2 minutos; e acima


velocidade pode ser aumentada ou diminuída sobretudo de 13RM, aproximadamente um minuto (Kraemer, 2003).
quando são utilizadas cargas leves ou moderadas. Essa Esses intervalos garantem que o nível de fadiga no início
mudança na velocidade alterará as adaptações muscu­ da próxima série seja mínimo e que a força esteja próxima
lares de forma considerável. Em geral, altas velocidades da máxima. Da mesma maneira, se um atleta de força ou
de execução com cargas muito leves são ideais para o in­ outro atleta realizar séries curtas com alta intensidade e
cremento da força explosiva - ou potência - quando pou­ longos intervalos de descanso entre elas, ele deve ter um
cas repetições são executadas. Já velocidades lentas a intervalo de, no mínimo, três minutos.
moderadas com cargas submáximas são melhores para Quando o objetivo do treino é a hipertrofia muscu­
produzir adaptações na resistência muscular e na hiper­ lar (enfatizada entre 8 e 12 repetições), intervalos de des­
trofia, conforme o tempo de tensão muscular aumenta. canso mais curtos parecem ser os mais benéficos. Inter­
Por exemplo, utilizar um peso equivalente a cerca de 30 valos inferiores a três minutos entre as séries estressam
a 45% de 1RM e fazer três repetições o mais rápido pos­ os sistemas energéticos anaeróbios, e isso, com frequên­
sível promove aumento da força explosiva (potência); no cia, é recomendado no treinamento de fisiculturismo, pois
entanto, tem pouco ou nenhum efeito na hipertrofia ou re­ supõe-se que a fadiga, de alguma forma, auxilia no cres­
sistência muscular. cimento muscular. Uma possibilidade envolve o lactato,
que aumenta de forma drástica conforme o aumento do
número de repetições e a diminuição do intervalo de des­
PERÍODO DE DESCANSO canso entre as séries; além disso, existe uma forte rela­
ção entre os níveis de lactato e o hormônio do crescimen­
ENTRE AS SÉRIES to após uma sessão de levantamento de pesos. Níveis
aumentados desse hormônio estão associados a uma
O tempo que o praticante deve descansar entre as séries resposta anabólica mais elevada.
depende de vários fatores, que incluem a resistência uti­ Para atletas interessados em aumentar a resistên­
lizada, os objetivos do praticante e as rotas metabólicas cia muscular, uma baixa intensidade (menor que 60% de
que devem ser treinadas. O consenso é que quanto me­ 1RM), um alto número de repetições (superior a 15) e in­
nor o número de repetições executadas (i.e., com intensi­ tervalos de descanso curtos (inferiores a um minuto) pa­
dades mais elevadas), maior o tempo de descanso neces­ recem ser a melhor estratégia, permitindo um treino até
sário. Como as rotinas de treino periodizadas alteram a a fadiga, o que aumenta a capacidade corporal de usar o
intensidade, os tempos de descanso também devem ser lactato como fonte de energia e melhora a capacidade ae­
apropriadamente modificados. róbia em algum grau. Devido ao fato de a fadiga estar as­
Um indivíduo que está treinando força máxima ou sociada à hipertrofia muscular, muitos fisiculturistas com
potência deve utilizar longos períodos de descanso en­ frequência, também utilizam esse tipo de treino.
tre as séries, pois o levantamento de cargas altas com Alguns tipos de treino utilizam intervalos de descan­
poucas repetições exige o uso de energia do metabolis­ so entre séries inferiores a um minuto, sendo classifica­
mo anaeróbio, denominado sistema adenosina trifosfato­ dos como treinamentos "sem intervalo", ou seja, não há
-creatina fosfato (AT P-CP). Essa rota metabólica fornece a intervalos definidos de descanso; em vez disso, segue­
energia imediata necessária para o levantamento de car­ -se imediatamente para o próximo exercício. Esses méto­
gas elevadas ou para a execução de movimentos explo­ dos incluem o treinamento em circuito e os diversos tipos
sivos durante um curto período. Esse sistema necessita de treino com superséries, como as bisséries, trisséries e
de mais de três minutos de intervalo para a absoluta re­ séries gigantes (ver Capítulo 6 para explicações mais de­
cuperação. Por essa razão, recomenda-se descansar, no talhadas sobre esses métodos), em que um determina­
mínimo, por três minutos até períodos superiores a cinco do número de séries de diferentes exercícios é executado
minutos quando se está treinando força máxima ou po­ sem intervalo. Somente depois de se completar os exercí­
tência. As recomendações gerais são: resistências infe­ cios prescritos (que podem variar de 2 a 12), há um inter­
riores a 5RM requerem mais que cinco minutos de des­ valo de descanso. Em seguida, deve-se repetir o ciclo de
canso; 5 a 7RM requerem de 3 a 5 minutos; 8 a 10RM, 1 a 5 vezes, de acordo com o programa.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 15

FATORES ADICIONAIS lo esteja recuperado de uma sessão anterior antes de trei­


ná-lo novamente. No entanto, a recuperação muscular é
As cinco variáveis de treino discutidas anteriormente fo­ um aspecto individual, influenciado por fatores como ex­
ram classificadas e organizadas décadas atrás. Como em periência de treino, intensidade da sessão de treino e vo­
qualquer ciência, progressos têm sido feitos para o enten­ lume total. Na maior parte dos casos, é melhor utilizar um
dimento do treinamento de força. Além de determinar os intervalo de 2 a 7 dias de descanso para cada grupo mus­
melhores exercícios a serem utilizados, a ordem correta cular. Isso será determinado pela forma como os dias de
para realizá-los, a resistência apropriada, o número ideal treino são divididos - em outras palavras, em como são
de séries a serem executadas e o tempo de intervalo ne­ estabelecidas as rotinas divididas. Por exemplo, você trei­
cessário entre as séries, outros fatores devem ser consi­ na todo o corpo em todas as sessões de treino ou ape­
derados. nas 1 ou 2 grupos musculares em cada sessão? Por ra­
Outra variável aguda do treinamento que pode ser zões óbvias, quanto maior o número de sessões de treino
adicionada à lista é a velocidade de repetição, ou a quan­ necessárias para treinar todos os principais grupos mus­
tidade de tempo necessária para completá-la. De forma culares, maior será o intervalo entre as sessões que tra­
geral, a velocidade de repetição mais utilizada no treina­ balham o mesmo grupo muscular. As rotinas divididas e a
mento de força leva entre 2 e 3 segundos para comple­ frequência semanal de treino serão discutidas mais deta­
tar as fases positiva (concêntrica) e negativa (excêntrica). lhadamente nos Capítulos 5 e 8.
Esse ritmo é considerado controlado e é o mais adotado
pela maioria dos técnicos e personal trainers. No entan­
to, alguns programas baseiam-se na manipulação da ve­ RESUMO
locidade de repetição. A diminuição do tempo para com­
pletar uma repetição - aproximadamente um segundo ou A elaboração de cada sessão de treino é um componen­
menos - tem sido efetiva no aumento da potência mus­ te fundamental na estruturação de um programa de trei­
cular. (Ver Treino de Força Balístico, Cap. 9, para uma ex­ namento de força efetivo. Independentemente do obje­
plicação de como treinar com repetições rápidas.) Alguns tivo escolhido, você deve selecionar cuidadosamente as
especialistas também acreditam que o aumento do tem­ variáveis agudas para otimizar as adaptações que ocor­
po da contração - com duração entre 10 e 20 segundos rem em cada sessão. Ao elaborar um programa de treina­
- possa aumentar a resistência, assim como o tamanho mento mais efetivo para alcançar os seus objetivos, é fun­
muscular. As pesquisas nessa área são escassas; entre­ damental que se considere, com atenção, a escolha dos
tanto, alguns relatos são positivos. (Ver Treino com Repe­ exercícios, a ordem de execução, a intensidade utilizada,
tições Lentas, Cap. 6, para uma explicação de como trei­ o número de séries executadas e os intervalos de des­
nar usando repetições muito lentas, e Treino com Séries canso entre elas. Além dessas variáveis, deve-se conside­
Variando a Velocidade, também no Cap. 6.) rar a velocidade com que as repetições são executadas
Outro fator que também deve ser considerado é a e, por último, mas não menos importante, a frequência
frequência com que são treinados os grupos musculares, com que os grupos musculares são treinados. As informa­
o que pode ser mais importante do que as outras variá­ ções básicas deste capítulo ficarão mais claras após a lei­
veis agudas já discutidas. A razão disso é a recuperação. tura das especificações de treino, apresentadas nas Par­
Em geral, aceita-se que se deve esperar até que o múscu- tes 11, Ili e IV.
E s t a pág ina f o i de ixada em branco int enc i onalmente
Ciclos de treino
A periodização - termo referente à manipulação siste­ ção é representada pelo ditado "tudo funciona, mas nada
mática das variáveis agudas do treinamento (discutidas funciona para sempre". Esse é o principal tema deste livro
no Cap. 2) durante um período que pode variar de dias e a razão de ele oferecer tantos métodos de treino (como
a anos - é considerada muito importante, pois está rela­ os disponíveis nos Caps. 6 e 9) para serem utilizados du­
cionada ao calendário competitivo do atleta, garantindo rante curtos períodos e trocados continuamente em uma
que este esteja no pico de desempenho para a competi­ ordem sistemática, com a finalidade de prevenir a estag­
ção. Sua concepção inicial foi desenvolvida nos países do nação e maximizar as adaptações ao treinamento.
antigo bloco oriental* no final dos anos de 1950, a fim de Os três tipos de periodização mais utilizados por
otimizar as adaptações dos atletas submetidos ao treina­ treinadores e mais amplamente pesquisados são a clás­
mento resistido. sica de força e potência, a linear invertida e a ondulada.
A base da periodização é a síndrome da adaptação Embora existam muitos outros tipos menos conhecidos,
geral (SAG), que descreve três estágios que um organismo uma discussão incluindo os três tipos citados sustenta a
- assim como um atleta - enfrenta quando exposto a um premissa relacionada à periodização. Independentemen­
estresse (Selye, 1936). No momento em que um novo es­ te do tipo, programas de treinamento de força periodiza­
tresse é aplicado (p. ex., um treino pesado variando entre dos têm-se mostrado cientificamente mais efetivos do
3 e 5 repetições), o músculo passa pela fase de alarme, que programas não periodizados para o aumento da for­
durante a qual o atleta fica temporariamente mais fraco. ça, da potência e do desempenho esportivo de mulheres
Entretanto, com a exposição continuada ao estresse (ses­ e homens (Kraemer et ai ., 2003; Marx et ai ., 2001; Rhea
sões de treino sucessivas), o corpo entra na fase de adap­ e Alderman, 2004; Willoughby, 1993).
tação, estágio em que ele supercompensa - aumentan­
do a força muscular - para melhor suportar o estresse.
Mas se o corpo é continuamente exposto ao mesmo es­ PERIODIZAÇÃO CLÁSSICA
tresse durante muito tempo, ele pode entrar na fase de
exaustão, período em que as adaptações decorrentes do O tipo clássico é o mais associado ao termo periodização.
estresse podem diminuir. Isso pode significar que os ga­ Em sua forma mais comum, divide um longo período de
nhos de força do atleta durante a fase de adaptação ces­ treinamento chamado de macrociclo (que costuma durar
sarão, havendo a possibilidade de estagnação. Esse pro­ de seis meses a um ano, mas pode chegar a quatro anos,
cesso pode, ainda, levar à diminuição da força. Embora como no caso de atletas olímpicos) em fases menores,
essa teoria, hoje, seja considerada uma visão simplista denominadas mesocic/os (em geral, com duração de di­
da resposta corporal ao estresse, ela mantém-se verda­ versas semanas a meses), os quais, por sua vez, são sub­
deira e explica a razão pela qual a periodização é tão im­ divididos em microciclos semanais. O treinamento de for­
portante para que ocorram as adaptações inerentes ao ça progride, ao longo do macrociclo, da baixa resistência
treinamento de força. (intensidade) para a alta intensidade, ao contrário do vo­
O músculo deve ser exposto a qualquer tipo de trei­ lume total, que segue uma direção oposta, da alta para a
no somente o tempo necessário para obter os efeitos de­ baixa. Uma visão geral e esquematizada da periodização
sejados, evitando um declínio dessas adaptações. Nessa clássica de força e potência pode ser vista na Figura 3.1
fase, um novo tipo de treino deve ser introduzido, conti­ e na Tabela 3.1.
nuando o ciclo. Uma abordagem simplista da periodiza- A Figura 3.1 mostra o formato mais comum de perio­
dização utilizado para o aumento da força e da potência.
A primeira fase, ou mesociclo, é classificada como fase de
• N. de T.: Ta m bém chamado de "bloco soviético", formado pela hipertrofia, sendo realizada com uma baixa intensidade.
Un ião Soviética e pelos países com u n istas da Europa. São feitas entre 8 e 12 repetições, mas, às vezes, pode-se
18 Jim Stoppani

Volume 1---- 1 -- ><..· · · - - . _i Princi pais competições


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Treino técnico 1

Hipertrofia Força/potência Pico Repouso ativo

-
FIGURA 3.1 Period ização clássica de força e potência.
Adaptada, com permissão, de S.J. Fleck and W.J. Kraemer, 2004, Designing resistance training programs, 3rd ed. (Champaign, IL: Human Kinects), 213.

TABELA 3.1 Modelo da periodização clássica de força e potência


Fase de trei no H i pertrofia Força Pico Repouso ativo
Séries 3-5 3-5 3-5 1-3 Atividade física leve
Repetições por série 8-12 2-6 2-3 1-3

I ntensidade Baixa Moderada Alta Muito alta

Volume Muito alto Alto Moderado Baixo


Adaptada de M. H. Stone, H. 0'Bryant, and J. Garhammer, 1981, "A hypothetical model for strength training," Journal of Sports Medicine and Physical Fitness 21(4):
342-351.

chega r a 20. Esse vol u m e é considerado m u ito a lto, por­ d e menor d e exercícios por gru po m uscu l a r e m com pa ra­
q ue, com freq uência , são uti l izadas 4 ou 5 séries por exer­ ção à fase de h i pertrofia . Após a fase de força , vem a d e
cício. Em gera l , o objetivo dessa fase é preparar o atleta potência. Ela é si m i l a r à a nterior no período e m q u e a i n­
pa ra a fase de a lta i ntensidade, q u e v i rá posteriormente. tensidade é a lta (2 ou 3 repetições). O vol u m e é u m pouco
A h i pe rtrofia m usc u l a r obtida a u me nta rá os ga n hos d e menor, sendo norma l m e nte uti l izadas cerca d e três séries
força e potência do atleta nas fases segu i ntes. Apesa r por exercício. O pri ncipal obj etivo dessa fase é começa r a
d e sua denomi nação, essa fase não pode ser confu ndida tra nsformar os ga n hos d e força obtidos nas d uas fases
com um progra m a period izado q u e um fisicu ltu rista usa­ a nteriores em u m a força m a is explosiva , q u e seja úti l n a
ria ; afi n a l , a h i pe rtrofia é o pri ncipal objetivo d e um trei­ com petição.
n a m ento de fisicu ltu rismo, não sendo a lgo q u e um atleta Os dois m esociclos fi n a is prepa ra m o atleta pa ra
d esenvolve rá a penas por a lguns meses. Em d etermi na­ a com petição. A fase de pico, posterior à fase de potên­
dos progra mas d e tre i n a m ento period izados pa ra atletas, cia , é ca racterizada por ba ixo vol u me (a penas 1 a 3 séries
a fase d e h i pe rtrofia pode ser preced ida por um período por exercício) e por i ntensidade m u ito a lta (chega ndo a
con hecido como fase de preparação geral ( PG), especia l­ a penas u m a repetição por série). Essa fase d eixa o atleta
m ente i m porta nte se o i n d ivíd u o q u e está sendo trei nado pronto pa ra a com petição, maxi m iza ndo a força e a potên­
é um i n icia nte ou um atleta que esteja retornando a pós cia . Em segu ida , o atleta a ba ndona o tre i n a m e nto d e for­
u m período "fora de tem porada " , em q u e pouco ou n e­ ça e submete-se a u m período d e repouso ativo - caracte­
n h u m tre i no foi rea l izado. Essa fase, porta nto, poderia ser rizado por outras atividades d iferentes do tre i n a m e nto d e
u ma forma de prepa ro pa ra a fase de h i pe rtrofia , uti l iza n­ força , como natação, ca m i n hada ou esportes coletivos,
do i ntensidades m u ito baixas, j u nta m ente com vol u mes como basq u ete e tên is - , q u e norm a l m e nte d u ra de 1 a
moderados a a ltos. 2 sem a nas a ntes d a com petição. Isso perm ite q u e o cor­
O próximo m esociclo é a fase de força . Como o nome po se recu pere do tre i n a m ento exa ustivo, proporciona n­
já d iz, seu pri ncipal objetivo é maxi m i za r a força m uscu l a r. do mel hor d ese m pe n ho. Após a com petição, essa fase
Em gera l , ela a p resenta i ntensidades moderadas e a ltas, pod e se este n d e r por vá rias sem a nas a ntes de u m novo
com 2 a 6 repetições, visa ndo o a u me nto d a força m us­ tre i n a m e nto period izado começa r. Por essa razão, a fase
cu l a r. Além d isso, uti l iza u m vol u m e u m pou co a lto, com a de repouso ativo é freq u ente m ente c h a m a d a de fase de
execução de 3 ou 4 séries por exercício e u m a q u a ntida- transição. A m a ior pa rte dos especia l istas em força q u e
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 19

usa a periodização clássica de força e potência mantém to da força resistente do que o modelo clássico (Rhea et
os mesociclos durante um período que vai de três sema­ ai., 2003).
nas a três meses. No entanto, uma versão condensada Normalmente, o modelo linear invertido começa
desse programa envolve a mudança das fases (e, por com a fase de potência, na qual a intensidade é muito
conseguinte, mudanças na intensidade e no volume) a alta (2 ou 3 repetições por série) e o volume é baixo (três
cada semana. Então, o ciclo se repete. séries por exercício). A fase de pico, em geral, é eliminada,
Embora a periodização clássica de força e potência porque o atleta não está se preparando para uma compe­
possa promover adaptações no treinamento de força, al­ tição em que a força ou a potência sejam relevantes. Após
guns problemas precisam ser considerados nesses mo­ a fase de potência, que se estenderá por algumas sema­
delos. Primeiro: a fase de alto volume de treino pode le­ nas, inicia-se a fase de força. Esta utiliza intensidades mo­
var à fadiga se prolongada por muito tempo, tornando-se deradas e elevadas (2 a 6 repetições por série) e um volu­
um problema para atletas que competem várias vezes du­ me um pouco maior que o da fase anterior (3 ou 4 séries
rante o ano. Segundo: a hipertrofia muscular adquirida na por exercício). O objetivo dessas duas primeiras fases é
fase de hipertrofia pode não ser mantida nas fases poste­ aumentar a força e a potência, visando otimizar ganhos
riores, nas quais os volumes passam a ser consideravel­ de massa muscular ou de força resistente.
mente baixos, tornando-se um problema para fisiculturis­ Durante a fase de hipertrofia, estar apto a levantar
tas ou outros atletas preocupados com a massa muscular. cargas mais pesadas em determinado número de repe­
Por essa razão, outros tipos de periodização têm sido de­ tições pode resultar em ganhos significativos de massa
senvolvidos e testados em academias e laboratórios. muscular e de força resistente. Essa fase é a última do
programa e envolve intensidade mais baixa (8 a 12 repeti­
ções por série), assim como alto volume. Essa é a melhor
PERIODIZAÇÃO prescrição para o incremento da massa muscular. Essa
fase é uma boa estratégia para ganhar massa muscular,
LINEAR INVERTIDA o que faz desse modelo periodizado uma opção inteligen­
te para fisiculturistas (na Fig. 3.2 há um exemplo de pe­
A periodização linear invertida apresenta a ordem de exe­ riodização linear invertida visando a hipertrofia muscular).
cução invertida, se comparada à ordem da periodização Para que esse modelo seja adequado para o incre­
clássica de força e potência. Enquanto o objetivo desta úl­ mento da força resistente, a fase de potência pode ser eli­
tima é maximizar a força e a potência do atleta, o obje­ minada. Isso significa que se deve começar com a fase de
tivo do modelo linear invertido é maximizar a hipertrofia força, mudar para a de hipertrofia, seguir para a de resis­
muscular ou a força resistente conforme o número de re­ tência* (na qual as repetições variam entre 20 e 30) e, fi­
petições utilizado no programa (8 a 12 para hipertrofia e nalmente, ir para a de repouso ativo. Um diagrama desse
20 a 30 para resistência muscular). Pesquisas mostram modelo é apresentado na Figura 3.3. Como em qualquer
que esse tipo de periodização é mais efetivo no aumen- periodização, as variáveis agudas podem ser manipula-

r-------- 1

-- -----
I ntensidade 1
1

- --
1 1

-
1 1

------
1 1
i- - - 1
1 1
Volume 1 1
1 1
1 1
1 1
Fase Potência For a H i ertrofia
Séries 3 3-4 3-6
Repetições por série 2-3 2-6 8-12
1 ntensidade Muito a lta Alta Baixa
Volume Baixo Moderado Alto

FIGURA 3.2 Modelo de periodização linear invertida, utilizado para o incremento da hipertrofia muscular.

* N. de R. T.: O autor se refere à força resistente, também denomi­


nada resistência muscular localizada (RML) .
20 Jim Stoppani

1 ntensidade 1
--
-- --
-- ---·
-- -t'
-- -- -- 1
-- -- 1
1
1
1
1
Volume 1
1

Fase For a Hi ertrofia


Séries 3-4 3-6
Repetições por série 2-6 8-12 15-30
I ntensidade Alta Ba ixa M u ito ba ixa
Vol u me Moderado Alto Muito alto

FIGURA 3.3 Modelo de period ização l i near invertida, uti lizado para o i ncremento da força resistente.

das d entro d e cad a fase a fi m d e mel hora r o resu ltado do te, a sessão de tre i no que visa a força resistente pode ser
progra m a . Por exe m plo, um modelo l i near i nvertido pode feita n a segu nda-fe i ra , a d e h i pertrofi a , n a q u a rta-fe i ra , e
i n iciar com u m a fa ixa d e 8 a 10 repetições, passa r pa ra a d e força , n a sexta-fe i ra . Se o i nd ivídu o tre i n a os mem­
u ma fa ixa de 12 a 15 e, no fi n a l , ter e ntre 20 e 30 repe­ bros su periores nas segu ndas e q u i ntas-fei ras e os i nferio­
tições. res nas terças e sextas-fei ras, el e pode fazer as sessões
de tre i no de h i pe rtrofia nas segu ndas e terças-fe i ras, e as
q u e visa m a força , nas q u i ntas e sextas-fei ras. Na sema­
PERIODIZAÇÃO ONDULADA n a posterior, pode-se fazer as sessões de força resistente
nas segu ndas e terças-fe i ras, e as sessões de força nas
Como o próprio nome sugere, a period ização on du lada q u i ntas e sextas-fei ras. Após esse m esociclo d e d uas se­
segue u m modelo m enos l i n ea r q u e o esq ue m a d e pe­ m a n as, o pratica nte poderia troca r nova m ente pa ra u m a
riod ização clássico de força ( potência) ou q u e o de perio­ sessão d e tre i no d iferente e fazer o mesociclo outra vez,
d ização l i near i nvertida . Atua l mente, modelos on du lados ou d esca nsa r d u ra nte u ma sem a n a (sobretudo se hou­
estão se popu la riza ndo em sa las d e m uscu lação d evido à ver al gu ma com petição n esse período) e, e ntão, reto m a r
sua conve n iência e efetividade. o m esociclo d e 1 4 d ias.
Esse modelo costu m a segu i r um m esociclo d e 14 Um dos aspectos m a is i m porta ntes d a period ização
d ias com 3 ou 4 d iferentes ti pos d e sessões d e trei no, que on du lada é que ela precisa d e m enos orga n ização que a
são a lternados (ver Ta b. 3.2). Dessa m aneira, e m vez d e period ização l i near. Por exe m plo, se u m i nd ivíd uo se sen­
tre i n a r com a penas u m a fase d e tre i no d u ra nte a lgu m as te ca nsado ou doente (ou , ao contrá rio, sente-se excepcio­
sem a nas ou m a is, o pratica nte pode m u d a r a i ntensidade n a l m e nte motivado e forte), a sessão d e tre i no pode ser
e o vol u me d e uma sessão pa ra outra . Por exemplo, se es­ mod ificada pa ra se adeq u a r à d isposição e à sa úde física
tiver rea l iza ndo u m tre i n a m ento ú n ico pa ra todo o corpo, do pratica nte. Além d isso, se o horário for um problema
ele pode fazer u ma sessão visa ndo a força na segu nda-fei­ e o pratica nte tiver pouco tem po d isponível no momento,
ra, outra visando a força resistente na q u a rta-fei ra e u ma ele pode troca r a sessão por uma d e menor vol u m e . Em­
visa ndo a h i pe rtrofia na sexta-fe i ra . Na sema n a segu i n- bora pareça que esse sistema menos orga n izado possa ser

...
menos efetivo q u e u m sistema de tre i no com sua progres­
são orga n izada mensa l me nte, as pesq u isas revela m q u e
TABELA 3.2 Sessões de Treino Onduladas programas period izados de forma ondu lada são tão efeti­
vos q u anto os modelos l i neares nos a u me ntos de força , po­
Intervalo entre
tência e massa m uscu lar (Ma rx et a l . , 2001; Kraemer et a l . ,
Ti po de treino as séries
2000) e ta m bém mais efetivos q u e os modelos n ã o perio­
Sessão de 3-5 2-4 4-5min d izados. U m estudo de R hea , Bal i , Ph i l l i ps e Burkett (2002)
força mostrou que o treinamento period izado ondu lado apresen­
Sessão de 3-4 8-12 2-3min tou melhores resu ltados no a u mento da força q u e o mode­
hipertrofia lo period izado de forma l i near.
A n atu reza i rregu la r do program a d e tre i no o n d u la­
Sessão de força 3-4 15-30 1-2min do fu nciona como um pad rão pa ra a h i pertrofia m uscu­
resistente
la r, a força e a potência, pois a period ização é baseada
Enciclopédia de m usculação e força de Stoppani 21

no fato de um sistema fisiológico se adaptar ao estresse TABELA 3.3 Exemplo de mlcroclclo*

1111
aplicado. No entanto, se esse sistema é exposto ao mes­
mo estresse durante muito tempo, as adaptações chega­ Semana/ M icrociclo Peso -
rão a um platô e podem até ser revertidas em certo grau.
Por isso, a periodização ondulada permite que o mesmo 1: Resistência m uscular Leve 12-15
estresse (treino de força) seja aplicado durante períodos
2: Hipertrofia Moderado 8-12
de tempo muito curtos antes de ser alterado ou repetido.
Nesse modelo, os diferentes tipos de treinamento de for­ 3: Força Moderado-pesado 4-6

4: Potência Pesado 2-3


ça (pesado, leve, rápido ou qualquer outro) são ciclos que
se repetem todos os dias, o que auxilia a manter o estí­
mulo do músculo, com frequência suficiente para provo­ • Esta tabela mostra as mudanças no peso e nas janelas de repetições que
ocorrem em cada semana/microciclo quando se uti liza uma period ização li­
car adaptações progressivas. near com m icrociclos.

MICROCICLOS COMBINANDO OS
Nos modelos de periodização linear clássico e linear in­ TIPOS DE PERIODIZAÇÃO
vertido, permanecer na mesma janela de repetições du­
Não existe regra determinando que se deve escolher um
rante todo um mesociclo (que chega a durar diversas se­
(e somente um) tipo de periodização e segui-lo até o final
manas) pode ocasionar alguns inconvenientes. Certos
do programa. Uma ótima forma de aumentar o tamanho
atletas ficam entediados ao utilizar a mesma janela de
e a força muscular é utilizar programas que combinam os
repetições por várias semanas. Outro problema, aborda­
diferentes modelos de periodização.
do anteriormente, é o fato de algumas adaptações ob­
Um bom exemplo disso é o treinamento em pêndu­
tidas no mesociclo anterior serem perdidas em um me­
lo. Nesse modelo, inicia-se utilizando a periodização li­
sociclo posterior. Por exemplo, aumentos no tamanho
near clássica, normalmente com microciclos, e fazen­
muscular obtidos durante a fase de hipertrofia podem
do-se entre 8 e 12 repetições, na primeira semana. Na
ser perdidos durante as fases de força e potência, em
segunda semana, o número de repetições diminui para 6
que as repetições executadas em cada série raramen­
a 8. Na terceira semana, esse número diminui novamen­
te passam de 6.
te, para 3 a 5. Na quarta semana, a ordem muda para o
A periodização ondulada é uma forma de remediar
modelo de periodização linear invertida, em que o número
esses problemas. No entanto, usar um modelo linear, tan­
de repetições volta a ficar entre 6 e 8 e, então, na quinta
to o clássico quanto o invertido, tem o seu mérito, e os mi­
semana, passa para entre 8 e 12. Na sexta semana, retor­
crociclos podem ser um caminho ainda mais efetivo para
na-se ao modelo com progressão linear, em que o núme­
a utilização dos modelos de periodização lineares.
ro de repetições cai para 6 a 8. Esse programa continua
O termo microciclo refere-se às mudanças sema­
oscilando para trás e para frente, como um pêndulo - por
nais no peso e nas repetições utilizados. Por exemplo, na
isso o nome (ver Tab. 3.4 para um exemplo de treinamen­
periodização linear clássica, a primeira semana pode ser
to em pêndulo).
um microciclo de resistência muscular, com um núme­
ro de repetições entre 12 e 15. A segunda semana pode
ser um microciclo de hipertrofia, entre 8 e 12 repetições. TABELA 3.4 Exemplo de treinamento em pêndulo*
A terceira semana continua aumentando o peso e dimi­
nuindo as repetições, com um microciclo de força, utili­ Semana/ Janela de
zando entre 4 e 6 repetições. Então, na quarta semana, M i crociclo Peso repeti ções
que pode ser um microciclo de potência, o número de re­ 1: Hi pertrofia Moderado 8-12
petições diminui novamente, para apenas 2 a 3 por série.
Após a quarta semana, o ciclo se repete, sendo a quinta 2: Força Moderado-pesado 6-8
semana marcada pelo retorno ao microciclo de resistên­ 3: Potência Pesado 3-5
cia muscular. Esses microciclos podem ser repetidos nes­
sa ordem até que o atleta fique pronto para a competição. 4: Força Moderado-pesado 6-8
Para um praticante não competitivo, o programa é fina­ 5: Hi pertrofia Moderado 8-12
lizado após 12 semanas ou mais (ver Tab. 3.3 para um
exemplo de periodização linear que utiliza microciclos). 6: Força Moderado-pesado 6-8
Ele é muito similar ao programa "atalho para o tamanho" 7: Potência Pesado 3-5
(micromúsculo), que tem obtido grande popularidade on­
• Esta tabela mostra as mudanças no peso e nas janelas de repetições que
-line devido aos ganhos extraordinários em tamanho e for­ ocorrem em cada semana/microciclo quando se uti liza o treinamento em
ça muscular resultantes (ver Cap. 7). pêndulo.
22 Jim Stoppan i

Outra forma de combinar modelos de periodização tem obtido grande popularidade on-line, pois permite que
é utilizar tanto a periodização linear quanto a linear inver­ treinadores obtenham aumentos significativos na força e
tida de forma simultãnea. Isso funciona bem em um pro­ no tamanho muscular, apesar de conseguirem reduções
grama que treina cada grupo muscular duas vezes por se­ drásticas na gordura corporal (Cap. 13).
mana. Por exemplo, em um programa que utiliza o treino
parcelado em dois, em que "peito", "costas" e "ombro"
são treinados nos dias 1 e 3, e "pernas" e "braço" nos TIPOS DE CICLOS DE TREINO
dias 2 e 4, os treinos 1 e 2 podem seguir uma ordem li­
near usando um sistema de microciclo com aumento do Periodização é um termo usado por treinadores de força,
peso e diminuição das repetições a cada semana. Os trei­ especialistas e atletas que têm conhecimento do assun­
nos 3 e 4 podem seguir uma ordem linear invertida, em to. Raramente esse termo será utilizado em uma acade­
que o peso diminui e as repetições aumentam a cada se­ mia frequentada por fisiculturistas e powerlifters. • Esses
mana (ver Tab. 3.5). É interessante observar que quando atletas referem-se ao conceito de periodização como ci­
se considera a ordem da janela de repetições, com duas clos. Podem parecer coisas diferentes, mas "ciclos" é
janelas sendo utilizadas a cada semana, esse modelo tor­ apenas um termo mais simples. Embora os principais de­
na-se similar à periodização ondulada. Aqui, os treinos 1 talhes dos ciclos para powerlifters e fisiculturistas sejam
e 2 progridem de 9 a 11 repetições na primeira sema­ um pouco diferentes dos três modelos de periodização
na, para 6 a 8 repetições na segunda semana, e 3 a 5 re­ descritos anteriormente, eles partem da mesma premis­
petições na terceira semana. Os treinos 3 e 4 começam sa: mudar é bom.
com 12 a 15 repetições na primeira semana, então pas­ Powerlifters usam diversos tipos de ciclos visando a
sam para 16 a 20 repetições na segunda semana e, final­ preparação para uma competição (vários deles são mos­
mente, para 21 a 30 repetições na terceira semana. En­ trados nos Caps. 9 e 10). O mais comum utiliza um au­
tretanto, quando se considera a ordem dos treinos 1 e 2 mento gradual da quantidade de carga. Normalmente, o
para os treinos 3 e 4 em cada semana, as repetições se­ ciclo começa com cargas equivalentes a 50% de 1RM e
guirão esta ordem: 9 a 11, 12 a 15, 6 a 8, 16 a 20, 3 a aumenta até 100% da 1RM inicial em um período de 6 a
5, 21 a 30. Trata-se de uma ordem ondulada, muito simi­ 12 semanas (ver Tab. 3.6 para um exemplo de ciclo de 11
lar ao programa "atalho para rasgar" (1-2-3 magro), que semanas para powerlifters).

TABELA 3.5 Com binando os modelos de periodização linear e linear invertido


M ultiarticulares M o n oarticulares
Periodização linear Period ização l i near i nvertida
Aumento do peso/di m inu ição das repetições Au mento das repetições/d i m i n u ição d os pesos

M icrociclo 1/4 Segu nda: Terça : Quarta : Q u i nta : Sexta : Sábado: Domi ngo:
Peito O m b ro Costas Peito O m bro Costas Descanso
Tríceps Pernas Tra pézio Tríceps Pernas Tra pézio
Abd o m i nais Abdom i n a is Bíceps Abd om i na is Abdom i nais Bíceps

9 a 11 repetições por série 12 a 15 repetições por série

M icrociclo 2/5 Seg u n d a : Terça: Quarta : Q u i nta : Sexta : Sábado: Dom i ngo:
Peito O m bro Costas Peito O m bro Costas Descanso
Tríceps Pernas Tra pézio Tríceps Pernas Tra pézio
Abd o m i nais Abdom i n a is Bíceps Abd om i na is Abd o m i nais Bíceps

6 a 8 repetições por série 16 a 20 repetições por série

M icrociclo 3/6 Segu nda: Terça: Quarta : Q u i nta : Sexta : Sábado: Dom i ngo:
Peito O m bro Costas Peito O m bro Costas Desca nso
Tríceps Pernas Tra pézio Tríceps Pernas Tra pézio
Abd o m i nais Abdom i n a is Bíceps Abd o m i nais Abdom i nais Bíceps

3 a 5 repetições por série 21 a 30 repetições por série

Adaptada de J. Stoppani, 2013, Jim Stoppani's six-week shortcut to shred. [Online]. Disponível: www.bodybuilding.com/fu n/j im-stoppan i-six-week-shortcut-to
-shred .html [4 de setembro de 2014).

* N. de R. T. : Relativo aos leva nta mentos de potência.


Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 23

TABELA 3.6 Ciclo de força podem ser utilizados, como a linear clássica, a linear in­

ié@M·iil- vertida e a ondulada. Assim, embora qualquer um desses


tipos forneça uma variabilidade suficiente para o progra­
1 55% 5 5 ma de treino, somente a utilização de diferentes tipos de
2 60% 5 5
periodização promove variabilidade e progresso. Com o
decorrer do tempo, você deveria experimentar todos eles
3 65% 5 5 e decidir qual modelo é o mais adequado para o seu obje­
4 70% 5 5
tivo. Dessa forma, poderá usá-lo como o principal ou fre­
quentemente mudar os ciclos, considerando as variáveis
5 75% 5 5 agudas do treinamento. Você também pode combinar os
6 85% 3 3
modelos de periodização em um programa de treino, as­
sim como é feito no treino em pêndulo.
7 90% 3 3

8 95% 3 3

9 95% 2 2
TABELA 3.8 Clclo ondulado
10 100%· 2 2
PRIM EIRA SEMANA
11**

• Baseado no máximo inicial. Dia e grupos


muscu lares
•• Repouso ativo.

Segu nda-feira 8-10 3 2-3m i n


Fisiculturistas também usam diversas estratégias (peito, o m b ro,
com ciclos, que podem ser utilizadas de forma ilimitada tríceps)
(Caps. 6 e 7). Os ciclos mais comuns são similares aos Terça-feira 12-15 3 < 1min
modelos de periodização linear invertida (Tab. 3.7) e de (costas, bíceps)
periodização ondulada (Tab. 3.8). Embora esses atletas
costumem misturar os seus treinos, a prioridade é a exe­ Qua rta-feira 6-8 3 3-4 m i n
( pernas)
cução de uma faixa de repetições de moderada a alta (de
8 a 20). Eventualmente, treinam com altas cargas e me­ Qui nta-feira 12-15 3 < 1min
nos repetições; no entanto, essas fases são curtas e pou­ (peito, om bro,
co frequentes. tríceps)

Sexta-feira 6-8 3 3-4 m i n


(costas, bíceps)
R ESU MO Sábado ( pernas) 10-12 3 1-2 m i n
Independentemente de o objetivo ser o aumento da po­ SEGUNDA SEMANA
tência e da força, ou, ainda, da massa muscular, a perio­
dização (ou ciclos) é necessária para um progresso con­
tínuo. Apenas com a troca das fases de treino é possível Dia e grupos
manter o processo de adaptação muscular e prevenir a muscu lares
estagnação. Felizmente, diversos tipos de periodização Segunda-feira 6-8 3 3-4min
(peito, om bro,
tríceps)

Terça-feira 10-12 3 1-2 m i n


TABELA 3.7 Ciclo l inear (costas, bíceps)

111111111
. . - ...
1-2
.
6-8
. . . . .

3
I ntervalo entre
as séries

3-4min
Qua rta-feira
(pernas)
8-10

Quinta-feira (peito, 10-12


ombro, tríceps)
3

3
3min

1-2min

3-4 8-10 3 2-3min


Sexta-feira 8-10 3 3min
5-6 10-12 3 1-2min (costas, bíceps)

7-8 12-15 3 < 1min Sábado ( pernas) 12-15 3 < 1min


E s ta página f o i de ixada em branco int enc i ona lmente
Equipamentos do
treinamento de força
Existem muitos equipamentos que podem ser utilizados xados como uma peça única. Esses equipamentos são as­
no treinamento de força, e, embora alguns sejam mais sim chamados porque podem ser movimentados em qual­
complicados ou sofisticados do que outros, todos têm quer direção e de qualquer maneira. Tecnicamente, todo
suas vantagens e desvantagens. Independentemente de objeto pode ser considerado um peso livre; no entanto, o
quão simples ou inovador, a maior parte dos equipamen­ termo costuma dizer respeito a barras e anilhas ou halte­
tos de treino se encaixa em uma de três categorias: os res, assim como a outros itens afins, encontrados em ca­
que proporcionam resistência constante em toda a ampli­ sas ou academias.
tude de movimento; os que proporcionam resistência va­
Barra - objeto em que as anilhas são colocadas para o
riável (controlada ou não) em toda a amplitude; de movi­
treinamento. As barras geralmente medem cerca de 1,5 e
mento; e os que proporcionam uma velocidade constante
2,1 m. Existem diversos tipos de barras:
durante toda a amplitude de movimento. Alguns equipa­
mentos recentes não se encaixam nessas categorias-pa­ • Barra olímpica - É um tipo de barra especial usado no
drão, como os de vibração. Este capítulo aborda tanto os
levantamento de peso olímpico e em competições de
equipamentos de treinamento de força mais comuns como
powerlifting, assim como em academias (ver Fig. 4.1).
os menos comuns.
Pesa 20 kg (um pouco menos que 45 libras) e tem
aproximadamente 2,15 m de comprimento. Suas ex­
tremidades têm 2 polegadas (5 cm) de diâmetro para
RESISTÊNCIA SIMPLES encaixar as anilhas olímpicas, enquanto a região em
que o praticante a segura tem 1 polegada (2,5 cm)
A primeira categoria de equipamentos fornece resistên­ de diâmetro. Algumas partes dessa região apresen­
cia constante durante toda a amplitude de movimento. tam ranhuras para uma melhor empunhadura. Há
Essa é a forma mais simples de resistência, sendo com­ academias que possuem versões mais curtas dessas
posta por objetos que proporcionam sobrecarga/resistên­ barras.
cia. A massa desses objetos (como um haltere ou uma • Barra simples - Similares às barras olímpicas na re­
coluna de pesos) oferece resistência devido à gravidade. gião da empunhadura, com 1 polegada de diâmetro e
Toda vez que se tenta pegar ou deslocar um objeto, se algumas partes com ranhuras. No entanto, suas extre-
está agindo contra a força da gravidade, que o puxa para
o chão. A contração que o músculo produz na ação de le­
vantamento é denominada isotônica, o que significa, lite­
ralmente, o mesmo tônus ou tensão, pois o peso não varia
quando o objeto é erguido. Se esse objeto for muito pesa­
do para ser movimentado, o tipo de contração que o mús­
culo produz é denominada isométrica. Devido ao fato de a
massa de qualquer objeto poder ser usada como resistên­
cia, os equipamentos de musculação com resistência sim­
ples existem em maior quantidade e variedade.

Pesos Iivres
O termo pesos livres refere-se aos equipamentos que, na FIGURA 4.1 Barra e anilhas simples (esquerda) contrastan­
execução do exercício, são simplesmente elevados e abai- do com barra e anilhas olímpicas (direita).
26 Jim Stoppani

midades apresentam um diâmetro de apenas 1 pole­ vezes, 3 polegadas (5 a 8 cm) de diâmetro. O treina­
gada para o encaixe de anilhas simples. mento com elas permite um maior incremento na for­
• Barras fixas - São barras com um peso predetermina­ ça de pegada do que o realizado com barras simples
do (ver Fig. 4.2). de 1 polegada. Entretanto, pesquisas apontam que
• Barra "W" - É um tipo especial de barra, que apresen­ o emprego de barras gordas em exercícios com "pre­
ta curvas em vários pontos, lembrando um "W" alon­ ensão", como levantamento-terra, remadas e roscas,
gado (ver Fig. 4.3). Isso permite que o indivíduo faça pode limitar o peso utilizado nesses exercícios, o que
uma pegada intermediária entre a parte totalmente interferiria nos ganhos de força e hipertrofia do mús­
supinada (underhand grip) e a posição neutra. O ob­ culo de interesse.
jetivo dessa pegada é diminuir o estresse aplicado no • Barra de segurança para agachamento - É um dispo­
punho, assim como aumentar o estresse na cabeça sitivo que se assemelha a uma barra com mais duas
longa do bíceps (cabeça lateral). Às vezes, é também pequenas barras acolchoadas de cerca de 12 pole­
chamada de barra curvada. gadas (ou 30 cm), que correm perpendicularmente à
• Barra "gorda" - É uma barra ou haltere especial maior barra central. As barras acolchoadas são colocadas
em diâmetro nas regiões da empunhadura se compa­ nos ombros e permitem que o usuário as segure en­
rado à barra simples, com 1 polegada de diâmetro. quanto executa o agachamento (ver Fig. 4.4).
As barras "gordas" normalmente têm 2 e, algumas • Barra hexagonal - É uma barra com uma seção em
forma de diamante na parte central. Durante o exer­
cício, o usuário permanece dentro do diamante e se­
gura os suportes transversais presentes em ambos
os lados. É normalmente utilizada em encolhimen­
tos/elevações do ombro e levantamentos-terra (ver
Fig. 4.5).

Anilhas - São placas de ferro circulares que adicionam


peso às barras e aos equipamentos baseados em ani-

FIGURA 4.2 Barras fixas em um suporte.

FIGURA 4.4 Agachamento executado com uma barra de se­


gurança para agachamento.

FIGURA 4.3 Rosca direta com a barra "W". FIGURA 4.5 Barra hexagonal.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 27

lhas. Em geral, existem dois tipos, mas, independente­


mente deles, as anilhas estão disponíveis em pesos de
1,25, 2,5, 5, 10, 25, 35, 45 e até 100 libras:

• Anilhas olímpicas - Têm os furos centrais com 2-1/8


polegadas (cerca de 5,4 cm) de diâmetro para se en­
caixarem nas barras olímpicas.
• Anilhas simples - Têm os furos centrais com cerca de
1-1/8 polegadas (cerca de 3 cm) de diâmetro para se
encaixarem nas barras simples.
• Anilhas com bordas revestidas - São anilhas olím­
picas com uma borracha ao redor da borda, a fim de
reduzir o estrago no chão e na própria anilha nos
eventos em que o peso cai no chão. São as mais
usadas no levantamento de peso olímpico, em que
grandes cargas são elevadas acima da cabeça e,
então, soltas.
• Colar ou presilha - É o grampo usado para manter as
anilhas posicionadas de forma segura na barra ou no
haltere ajustável. Os colares utilizados no powerlifting FIGURA 4.6 Arremessando uma medicine ball.
e no levantamento de peso olímpico pesam 5,5 libras
(2,5 kg). Cinta para a cabeça - É uma tira de couro ou nylon que
• Haltere - É uma barra de pequeno comprimento, a tem uma corrente unida de um lado ao outro. Anilhas são
princípio elaborada para ser utilizada com apenas colocadas na corrente. Esse dispositivo é posto na cabeça
uma mão (exercícios unilaterais). Normalmente, tem a fim de possibilitar exercícios de fortalecimento do pes­
um comprimento total de cerca de 8 a 12 polegadas coço (ver Fig. 4.7).
(20 a 30 cm). Na maioria dos halteres, há uma parte
com ranhuras - local em que são empunhados - com Cinto de pesos - Esse equipamento assemelha-se a um
cerca de 6 polegadas (15 centímetros). Alguns são fei­ cinto que se encaixa ao redor da cintura com uma lon­
tos de aço maciço com extremidades circulares ou he­ ga corrente, presa de um lado ao outro do cinto. Anilhas
xagonais, enquanto outros usam anilhas e podem ser são colocadas na corrente e apoiadas ao redor da cintu­
ajustados com diferentes pesos. ra a fim de aumentar a carga nos exercícios que utilizam o
peso do corpo, tais como os mergulhos e barras.
Colete de peso - Esse dispositivo é um colete de nylon
Pesos livres especiais com bolsos que suportam pesos de 1 a 2 libras. O peso
total normalmente é de 2 a 40 libras (0,9 a 18 kg), embo­
Alguns pesos livres não se encaixam na classificação tra­ ra alguns poucos coletes cheguem até 80 libras ou mais.
dicional de haltere ou barra. Esses objetos singulares for­ É com frequência utilizado para aumentar a carga em
necem resistência/carga em diversos exercícios conven­ exercícios que usam o peso do corpo, como apoios e sal­
cionais e não convencionais. tos, e também em exercícios de corrida.
Medicine ba/1 - É uma bola pesada, de couro ou de bor­
racha, cujo tamanho varia entre o de uma bola de vôlei e
uma de basquete, dependendo de seu peso (de 2 a 30 li­
bras, ou de 0,9 a 14 kg). As medicine ba/ls podem ser usa­
das em exercícios de arremesso ou para simular exercícios
mais tradicionais executados com barras ou halteres (ver
Fig. 4.6).
Kettlebe/1 - Esse peso livre, feito de ferro fundido, asse­
melha-se a uma bala de canhão com uma alça sólida nela
soldada. As kettlebe/ls podem pesar de 15 a 50 libras
(cerca de 7 a 23 kg) e, com frequência, apresentam incre­
mentos de 5 ou 10 libras. Elas podem ser usadas em di­
versos exercícios, mas são predominantemente utilizadas FIGURA 4.7 Extensões de pescoço com uma cinta para a
em swings, snatches e cleans. cabeça.
28 Jim Stoppani

Sacos de areia - Esses dispositivos são tipicamente fei­


tos de lona, couro ou neoprene e são preenchidos com
areia ou "chumbinho". Isso gera um aparato pesado, que
muda a distribuição do peso dependendo de como você
o segura ou move.
Enrolador para punho - Esse dispositivo é composto por
um pequeno cabo de aço ou madeira, com uma corda de
aproximadamente 91 a 122 cm presa a ele (ver Fig. 4.8).
Na outra extremidade da corda, são colocados pesos.
Para treinar os flexores do antebraço, o praticante deve
rolar o cabo para a frente, levantando o peso do chão até
que a corda esteja totalmente enrolada no cabo. Para trei­
nar os extensores do antebraço, o praticante deve rolar o FIGURA 4.9 Rosca direita com um arm blaster.
cabo na direção contrária.
Arm blaster - Esse dispositivo de alumínio é utilizado
para prevenir movimentos dos braços durante a realiza­
ção da rosca direta.* Ele tem faixas que o suspendem a
partir dos ombros, fixando-o firmemente contra a cintura
e permitindo que a parte de trás dos braços fique apoiada
nele durante a execução do exercício (ver Fig. 4.9).
Landmine - Esse dispositivo é uma placa pesada (muitos
deles lembram a última base do beisebol, pelo formato
em diamante), com uma luva fixada que se encaixa à ex­
tremidade de uma barra. A luva é conectada à base com
um certo número de juntas que possibilitam o livre movi­
mento da barra, permitindo a sua rotação a partir da ex­
tremidade livre. Dessa forma, pode-se trabalhar os mús­
culos do tronco, bem como os da parte inferior e superior
do corpo (ver Fig. 4.10). FIGURA 4.10 Usando uma landmine na execução de levan­
tamento-terra.

Acessórios para pesos livres


Além do componente carga, durante o treinamento de for­
ça com pesos livres muitos exercícios necessitam de diver­
sos bancos e suportes para apoiar o praticante e o peso.
Bancos para pesos - Vários bancos são usados com pe­
sos livres e elaborados especificamente para certos exer­
cícios com barra. Eles têm suportes que permitem ao
usuário apoiar as barras com facilidade no final da série.
A seguir, são descritos alguns tipos de bancos:

• Banco de supino - Banco horizontal com suportes ver­


ticais para a barra.
• Banco de supino inclinado - Banco com uma inclina­
ção de aproximadamente 35 a 45º do chão, fazendo
FIGURA 4.8 Rosca punho com um enrolador para punho . com que, ao se sentar, o usuário fique com a cabeça
acima da linha dos quadris. É soldado a uma estrutura
de aço que tem suportes verticais para a barra e uma
plataforma para que um auxiliar possa observar o pra­
* N . de R .T. : O instrumento é uti lizado para dar suporte à região
ticante durante a execução do supino inclinado.
do úmero e, porta nto, evita a tendência de realização de flexão/ • Banco de supino declinado - Banco com uma decli­
extensão do ombro realizado, por exemplo, na técn ica de rou­
bada. nação entre 30 e 40º, deixando a cabeça posicionada
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 29

em um nível inferior ao dos pés. Existem suportes para • Suporte para agachamento· - Trata-se de uma estru­
a barra, para a execução do supino declinado. tura de aço que tem ganchos para apoiar a barra em
• Banco de meio desenvolvimento - Banco com assen­ diferentes alturas, permitindo que usuários de esta­
to e encosto acolchoados, deixando o tronco do usuá­ turas distintas possam facilmente retirar a barra do
rio na posição vertical, como é indicado para a exe­ apoio para fazer o agachamento ou outros exercícios
cução do meio desenvolvimento. É soldado em uma em pé. Alguns suportes para agachamento têm, na
estrutura de aço que tem suportes verticais para a sua parte frontal, duas vigas horizontais de aproxi­
barra, posicionados atrás da cabeça do usuário, per­ madamente 91 cm de altura e paralelas uma em re­
mitindo que se possa segurá-la, com facilidade, no iní­ lação à outra. Essas vigas servem como um suporte
cio da série, bem como recolocá-la no suporte sem es­ de segurança, no qual o usuário pode apoiar o peso
tressar a articulação do ombro no final da série. caso não consiga completar o agachamento (ver Fig.
• Banco Scott - Banco que contém um assento e um 4.11b).
descanso acolchoado para os braços, com um ângulo
de aproximadamente 45º em relação ao chão, voltado Objetos instáveis - Inúmeros objetos podem fornecer um
para o usuário. Em frente ao descanso, há um suporte apoio instável. Diferentemente de um banco, que tem
para a barra. O usuário senta no assento com os bra­ uma base estável para apoiar o peso corporal, esses ob­
ços apoiados no descanso, a fim de executar exercí­ jetos dificultam a execução do exercício em função da ins­
cios para o bíceps. tabilidade do apoio, o que auxilia no desenvolvimento da
força dos músculos do tronco e estabilizadores.
Bancos simples - Alguns bancos não têm apoio para bar­ • Bola suíça - também conhecida como stability ba/1,
ras, porque são utilizados predominantemente para a
essas bolas infláveis podem ser de diversos tamanhos
execução de exercícios com halteres. Eles são compostos
(de 30 a 85 cm de diâmetro). Elas oferecem uma su­
apenas por um banco acolchoado e por suportes para as
perfície que rola e dificulta a execução de exercícios
pernas, podendo ser:
com barra ou halteres na posição sentada ou deitada
• (ver Fig. 4.12). Esse dispositivo também pode ser usa­
Banco horizontal - Utilizado em exercícios na posição
do em exercícios que utilizam o peso corporal, como
sentada ou deitada, executados em decúbito ventral
abdominais e apoios.
ou dorsal. • BOSU - Esse objeto lembra a parte superior de uma
• Banco com regu/agem de inclinação - Permite a regu­
bola suíça, mas com uma base sólida e estável, ofere­
lagem do ângulo do encosto da posição horizontal até
cendo a maior parte dos seus benefícios, porém, sem
a vertical, com vários ajustes intermediários.
• Banco com regulagem de declinação - Permite decli­ rolar. Isso torna o Bosu ideal para o aumento da força
dos músculos do tronco em exercícios realizados em
nação em vários graus, posicionando a cabeça abaixo
pé (ver Fig. 4.13).
da linha dos pés. É frequentemente usado em exercí­
cios abdominais e para o peito.
• Banco com encosto curto - Tem um pequeno assento
horizontal e um encosto acolchoado curto para apoiar
a coluna lombar durante exercícios como o meio de­
senvolvimento e o tríceps francês.

Suporte para pesos - É um suporte em que se apoia uma


barra, permitindo ao praticante empunhá-la em diversas
posições. A seguir, serão citados alguns tipos de suportes.

• Power rack* - Esse dispositivo seguro é o suporte mais


versátil. É constituído por quatro vigas de aço verticais
que formam uma gaiola de aproximadamente 1,5 m
de comprimento e de largura e 2 m de altura, que têm
furos a cada 1 ou 2 polegadas, da parte inferior à su­
perior, permitindo o ajuste dos ganchos de apoio da FIGURA 4.11 (a) Agachamento em um power rack contras­
barra em alturas diferentes. Possibilitam, ainda, o en­ tando com (b) um agachamento no suporte para agacha­
caixe de barras de segurança, que podem ser usadas mento.
para segurar a barra caso o usuário não consiga le­
vantar o peso. Power racks costumam ser utilizados • N. de R .T.: Em algumas academ ias, o power rack, bem como
em agachamentos, encolhimentos/elevação dos om­ o suporte para agachamento, ta m bém são con hecidos como
bros e exercícios de empurrar (ver Fig. 4.11a). gaiola para agachamento ou simplesmente ga iola.
30 Jim Stoppani

FIGURA 4.15 Prancha de equilíbrio.

poníveis, algumas pessoas, por não terem acesso a pe­


FIGURA 4.12 Supino com halteres na bola suíça. sos livres convencionais, utilizam objetos comuns (como
latas de comida ou galões de leite) ou, então, objetos de
difícil manejo ou instáveis (como pedras e barris de cer­
• Disco instável - É um pequeno disco com cerca de 12 veja), a fim de, assim, desenvolver a força muscular. Ob­
a 14 polegadas de diâmetro (aproximadamente 30 a viamente, qualquer objeto com massa pode ser utilizado
35 cm) e 2 a 3 polegadas de altura (aproximadamen­ como ferramenta no treinamento de força - desde uma
te 5 a 7,5 cm). Semelhante a uma panqueca, é feito caneca de sopa a um balde d'água ou um bloco cilíndri­
de um plástico flexível, sobre o qual o indivíduo pode fi­ co de cimento. Rochas, troncos e aros de roda com pneu
car em pé ou sentar-se para executar exercícios de for­ são objetos comuns levantados nas competições do "ho­
ça (ver Fig. 4.14). mem mais forte" .* No entanto, por não haver uma forma
• Prancha de equilíbrio - É uma base de madeira com a clara de como manuseá-los e, até mesmo, equilibrá-los,
parte inferior arredondada, de modo a fornecer insta­ o levantamento desses objetos requer maior habilidade
bilidade quando se está sobre ela. Essas pranchas às funcional do que o levantamento de pesos livres, o que
vezes são usadas na execução de exercícios de força torna o seu manejo difícil. Apesar disso, exercícios com
em pé (ver Fig. 4.15). esses implementos auxiliam no desenvolvimento da força
do tronco e da força funcional.
lmplementos do "homem mais forte" - Durante o even­
Objetos com u ns to, os candidatos são obrigados a levantar diversos obje­
tos de difícil manejo. A maior parte das competições exi­
Muito antes de existirem halteres e barras, atletas e indi­ ge uma combinação de força e resistência muscular por
víduos que visavam melhorar a força e o condicionamen­ parte dos competidores, de modo que um supere o outro
to f ísico utilizavam objetos comuns, como, por exemplo, executando o maior número de repetições ou carregan­
pedras e sacos de areia, que serviam como pesos livres. do esses objetos o mais rápido possível em uma peque­
Ainda hoje, apesar de diversos dispositivos estarem dis- na distância. Alguns implementos do "homem mais for­
te" incluem:

• Pedra de Atlas - As pedras de Atlas são bolas gran­


des e pesadas, feitas de granito ou concreto, que o
candidato deve levantar e carregar durante a compe­
tição. Os tamanhos variam de 14 a mais de 60 pole­
gadas (36 a 152 cm) de diâmetro, enquanto os pe­
sos estão entre cerca de 140 libras e bem mais que
300 libras (64 a mais que 136 kg). Os competidores
FIGURA 4.13 BOS U . devem levantar as pedras de Atlas progressivamente,
da mais leve a mais pesada, tirando-as do chão e co­
locando-as em pedestais cada vez mais altos (até 152
cm). Quem completar a tarefa em menos tempo ven­
ce a competição.

* N . de T.: Refere-se à competição norte-a mericana denomi nada


Strongest man of the wor/d, con hecida como "o homem mais
FIGURA 4.14 Disco instável. forte do m u ndo".
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 31

• Troncos - Esses objetos de difícil manejo são comuns • Galões - Galões plásticos pesam cerca de 8 libras
nas competições do "homem mais forte". Os troncos (4 kg) quando cheios com algum líquido ou 14 libras
modificados encontrados nessas competições têm fis­ (6 kg) quando cheios de areia. Suas alças permitem
suras entalhadas para uma pegada mais fácil duran­ segurá-los de forma bem similar aos halteres (embora
te o levantamento. O peso desses implementos pode sejam mais difíceis de levantar). O peso pode ser ajus­
variar entre 200 e bem mais que 300 libras (de 91 tado alterando-se a quantidade de líquido ou de areia
a mais que 136 kg). O vencedor é aquele que levan­ dentro do galão.
tar o tronco mais pesado do chão até acima da cabe­
ça. Existem, também, troncos de alumínio, que têm as
mesmas extremidades da barra olímpica, permitindo Peso corporal
que anilhas olímpicas possam ser adicionadas para o
treinamento com pesos diferentes. Seu próprio peso corporal ou o de um companheiro de trei­
• Pneus de trator - Seu peso pode variar entre 500 e no podem ser usados como forma de resistência/carga.
mais de 900 libras (de 227 a mais que 408 kg), de­
O próprio peso corporal - Exercícios como apoios, barras
pendendo do tamanho. Nas competições do "homem
com pegada supinada, mergulhos, agachamentos e abdo­
mais forte", quem virar o pneu mais rapidamente per­
minais utilizam apenas o peso corporal. Nada mais é ne­
correndo uma distância predeterminada, vence.
cessário para a sua execução (ver Fig. 4.16).

Acessórios de treino - Alguns objetos comuns são usa­ Peso corporal do companheiro - Quando se está trei­
dos para o aumento da força na academia ou em moda­ nando com um companheiro, pode-se fazer uma série de
lidades esportivas específicas. As características únicas exercícios utilizando o peso corporal deste como resistên­
da massa do objeto (peso instável ou progressivo) ofere­ cia/carga, como nas remadas, nos supinos e nos agacha­
cem benefícios que os pesos livres não proporcionam. Es­ mentos (ver Fig. 4.17).
ses objetos são:

• Correntes - Correntes de aço podem ser presas a uma


barra olímpica a fim de promover uma resistência/car­
ga progressiva durante exercícios com barra, como o
supino ou o agachamento. O principal aspecto das
correntes é que cada elo levantado do chão proporcio­
na um aumento da carga levantada, oferecendo uma
resistência/carga progressiva durante a amplitude de
movimento.
• Barril de cerveja - Um barril de cerveja vazio pesa
aproximadamente 30 libras (14 kg). Suas alças auxi­
liam a segurá-lo, mas seu formato arredondado tor­
na difícil levantá-lo e controlá-lo. Alguns treinadores de
futebol americano, basquete, beisebol e hóquei fazem
com que seus jogadores, assim como outros atletas,
levantem barris de cerveja com o intuito de desenvol­
ver mais força funcional. FIGURA 4.16 Mergulhos.

Objetos do dia a dia - Objetos encontrados na maior par­


te das casas podem ser usados no lugar de pesos livres
quando estes não estão disponíveis para o treinamento.
Alguns dos objetos mais utilizados são:

• Canecas de sopa - O peso pode variar entre 10 on­


ças e um pouco mais que 1 libra (de 0,28 a 0,45 kg).
Esses objetos podem ser segurados com as mãos e
substituem quase qualquer exercício que seria nor­
malmente executado com halteres. Devido à limitação
do peso, as canecas são mais indicadas para pessoas
com pouca força ou para aquelas que fazem sessões
de treino com um número muito elevado de repeti­
ções. FIGURA 4.17 Remada com o peso corporal.
32 Jim Stoppani

Acessórios para exercícios com o peso corporal - Cer­ para as pernas disposto na mesma altura do banco.
tos equipamentos têm sido desenvolvidos para a execu­ Isso permite que o praticante fique em decúbito ven­
ção de exercícios que se baseiam principalmente no pró­ tral, com a pelve apoiada na parte acolchoada e os
prio peso corporal: pés sob o suporte para pernas enquanto faz exten­
sões de coluna.
• Barra para flexões - É uma barra horizontal montada • Faixas de suspensão - O T RX é responsável por fa­
de forma independente na parede, no teto, na entra­ zer do treino em suspensão uma modalidade popular.
da de uma porta ou em outro equipamento (como um Mas, muito antes dele, correntes e cordas com empu­
power rack ou um crossover), para a execução do exer­ nhaduras eram usadas. Hoje, existem diversas mar­
cício de flexões na barra. cas diferentes que seguiram os passos do T RX. O trei­
• Barras para mergulho - São barras paralelas coloca­ no em suspensão envolve faixas, em geral feitas de
das em uma altura adequada, que permita a execu­ lona ou nylon, que suspendem parte do corpo (nor­
ção de mergulhos. Também podem ser utilizadas para malmente os braços ou as pernas), permitindo que o
a execução de elevações das pernas, com o intuito de corpo do praticante seja utilizado como resistência.
fortalecer a musculatura abdominal, bem como para Por exemplo, você pode executar remadas invertidas
outros exercícios. Algumas barras são direcionadas usando faixas de suspensão, a fim de trabalhar os la­
para dentro em uma das extremidades, o que faz com tíssimos do dorso (ver Fig. 4.19).
que a distância entre elas varie. Isso permite que os
mergulhos sejam realizados com diferentes larguras
da pegada.
• Banco vertical - Esse dispositivo é composto por um
Eq u i pamentos de pesos livres
banco vertical longo e acolchoado, fixado em uma pla­ Equipamentos de pesos livres são aqueles que proporcio­
taforma metálica que tem cabos nos descansos para nam resistência/carga constante durante toda a ampli­
os braços. O praticante suspende o corpo, sustentan­ tude de movimento. Eles contêm um peso que deve ser
do o seu peso com os antebraços e empurrando as movimentado pelo praticante ao longo de um trilho (linear
costas contra a superfície acolchoada. É utilizado para guiado) ou por meio de um aparelho com cabos e polias.
elevações das pernas (ver Fig. 4.18), e ocasionalmen­
te é chamado de "cadeira do capitão". Alguns bancos
verticais têm barras para mergulho prolongadas para Equipamentos lineares guiados
frente.
• Banco de extensão dorsolombar - Trata-se de um Os equipamentos lineares guiados são formados por um
banco alto, curto e acolchoado que tem um suporte aparato que se movimenta em dois trilhos, o que propor­
ciona um movimento linear ou reto. Normalmente, reque­
rem a adição de anilhas para o aumento da resistência/
carga.
Multiforça - É um tipo de equipamento composto por uma
barra que se movimenta verticalmente ao longo de dois

FIGURA 4.18 Elevação das pernas em um banco vertical. FIGURA 4.19 Remada invertida do TRX.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 33

trilhos que servem como guias. Existem diversos supor­ pelo fato de o praticante permanecer mais em pé do que
tes de segurança em toda a extensão dos trilhos, da par­ sentado. Uma plataforma acolchoada se movimenta ao
te inferior à superior, os quais permitem que o praticante longo de dois trilhos com ângulo entre 50 e 80º. O usuá­
inicie ou termine o exercício em qualquer ponto. Costuma rio se posiciona no hack com as costas apoiadas na pla­
ser usado somente em exercícios que exijam "empurrar" taforma e com os ombros sob os suportes acolchoados.
ou "puxar" na direção vertical, como no caso de agacha­ Após desengatar as barras de segurança, ele se agacha e
mentos, supinos e remadas (ver Fig. 4.20). sobe juntamente com a plataforma.
Leg press 45º - Esse equipamento é formado por uma
plataforma que se movimenta ao longo de dois trilhos em
um ângulo de aproximadamente 45º. Tem um assento
para o usuário sentar-se enquanto apoia os pés na plata­
Equipamentos com cabos e polias
forma (ver Fig. 4.21). Depois de desengatada a barra de Equipamentos com cabos e polias são aparelhos que
segurança, essa plataforma fica livre para se movimentar apresentam um sistema simples. Em sua forma mais bá­
no trilho, tanto para baixo quanto para cima. Como o arco sica, são compostos por um cabo que se movimenta em
de movimento natural das pernas nessa posição é curvi­ uma polia ou mais e conecta-se a uma coluna de pesos.
líneo (uma combinação de curva com linha reta), alguns A polia é uma roda que gira livremente, usada para mu­
fabricantes de equipamentos de pesos livres têm desen­ dar a direção da força aplicada em um cabo, o que permi­
volvido equipamentos /eg press que seguem um percurso te que uma força possa ser aplicada em um músculo em
também curvilíneo. Esse movimento mais natural propor­ várias direções, como, por exemplo, na direção horizontal.
ciona menos estresse nos joelhos. A coluna de pesos é composta de placas especiais (em
geral, com formato retangular e pesando de 5 a 20 libras
Hack para agachamento - Esse equipamento de exercí­
cada uma), que são fixas e deslizam verticalmente nos
cios para as pernas é semelhante ao /eg press, exceto
trilhos do equipamento. Cada placa é perfurada com um
furo horizontal em que é atravessado um pino. Essa pla­
ca e todas acima dela devem então ser levantadas pela
guia móvel, que costuma estar presa a um cabo ou a um
braço de alavanca. Quando se aplica tensão ao cabo (ou
seja, quando ele é puxado), a coluna de pesos move-se
ao longo das guias, oferecendo, assim, resistência ao mo­
vimento. Alguns equipamentos domésticos, como o Blow­
Flex, usam guias flexíveis para gerar resistência, em vez
de uma coluna de pesos. Aparelhos com cabos oferecem
inúmeros benefícios para levantadores de peso, pois o
cabo pode ser puxado em diversas direções, permitindo
que uma tensão constante seja aplicada no músculo du­
rante toda a amplitude de movimento (ver Fig. 4.22).

FIGURA 4.20 Supino inclinado no multiforça.

FIGURA 4.21 Leg press. FIGURA 4.22 Crossover.


34 Jim Stoppani

Acessórios para cabos - Um manípulo para pegada deve • Barra curta - Seu formato é parecido com o da barra
ser colocado na extremidade do cabo para que um equi­ olímpica, mas seu comprimento é muito menor (cerca
pamento baseado nesse sistema possa ser utilizado. Di­ de 20 polegadas, ou 51 cm). A maior parte delas tem
versos acessórios são usados para a execução de vários uma conexão giratória. Pode ser utilizada em diversos
exercícios: exercícios, incluindo o tríceps na polia alta, as roscas,
as roscas invertidas e as remadas verticais (ver Fig.
• Mosquetão - Esse mecanismo de grampo facilita a fi­ 4.25).
xação das barras ao cabo (Fig. 4.23). • Triângulo - Esse acessório tem duas pegadas curtas
• Barra longa - Usada principalmente no treino do la­ e paralelas, conectadas a duas barras em formato de
tíssimo do dorso e de outros músculos das costas na triângulo (ver Fig. 4.26). É utilizado principalmente em
polia alta. A barra longa mais comum tem uma haste remadas e em puxadas com a pegada fechada.
prolongada, com as extremidades inclinadas para bai­ • Barra "V" - Similar a um "V" invertido, tem longas pe­
xo em ambos os lados (ver Fig. 4.24). gadas que se projetam para os lados. Devido ao seu
• Barra "T" - Tem pegadas perpendiculares à barra nas formato, pode aliviar um pouco a sobrecarga aplica­
extremidades, permitindo uma empunhadura neutra da nos punhos durante o tríceps na polia alta com car­
durante "puxadas" e "remadas" (ver Fig. 4.24). gas muito elevadas. Remadas e puxadas são outros
• Barra "W" curta - Tem o formato semelhante ao da exercícios que podem ser executados com a barra "V" .
barra "W" (ver Fig. 4.25). A maior parte dessas bar­ • Estribo - Esse acessório assemelha-se a um estribo
ras tem uma conexão que permite o giro da barra, di­ com uma pegada giratória (ver Fig. 4.27), e foi elabora­
minuindo o estresse aplicado aos punhos. Ela é geral­ do para exercícios unilaterais com cabo, como eleva­
mente usada na rosca direta com cabo e no tríceps ções laterais, remadas, roscas e tríceps na polia alta.
na polia alta. • Barra para tríceps - Similar a um V ou a um U inverti­
do, esse dispositivo é usado principalmente no exercí­
cio de tríceps na polia alta.
• Corda - Como o próprio nome indica, esse acessório

?
é literalmente uma corda grossa com uma junção ro­
tatória, onde o cabo é fixado (ver Fig. 4.28). Pode ser
utilizado na execução de vários exercícios com cabo,
como tríceps na polia alta, roscas na posição neutra e
abdominais.
• Tornozeleira - Trata-se de um bracelete largo para o
tornozelo que se prende a um cabo, permitindo que

FIGURA 4.23 Mosquetão conectado a um cabo.

FIGURA 4.24 Barra longa (acima) e barra 'T" (abaixo). FIGURA 4.26 Triângulo.

FIGURA 4.25 Barra curta (acima) e barra "W" (abaixo). FIGURA 4.27 Estribo.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 35

:, ... eia variável, que muda a resistência oferecida (sem nun­


ca mudar o peso) conforme o praticante percorre a am­
plitude de movimento do exercício. A razão pela qual a
�,,.,,.. }>'� percepção do peso precisa mudar é que cada movimento
articular tem uma curva de força associada. Ou seja, em
FIGURA 4.28 Corda.
diferentes ângulos da articulação, a força dos músculos
agonistas varia. Por exemplo, durante uma rosca direta,
exercícios para pernas possam ser executados com a força dos músculos agonistas (principalmente o bíceps)
cabos, como a extensão e a flexão do quadril (ver Fig. aumenta progressivamente até cerca de 90º de flexão do
4.29). cotovelo. Depois desse ponto, a força diminui, também de
forma progressiva, conforme o exercício continua. Isso é
conhecido como a curva ascendente e descendente da
curva de força.
RESISTÊNCIA VARIÁVEL Existem três tipos de curvas de força e, por essa ra­
Essa categoria de equipamentos de musculação produz zão, temos três formatos básicos de polias assimétricas
resistência variável, controlada ou não. Inclui aparatos correspondentes:
que propositadamente variam a resistência durante a am­
• Curva ascendente e descendente - Descrito anterior­
plitude de movimento e equipamentos que fazem o mes­
mo, porém, de forma não controlada. mente utilizando o exercício rosca direta como exem­
plo, esse tipo de curva caracteriza-se pelo aumento
da força até cerca da metade do movimento e subse­
Eq u i pamentos baseados em quente diminuição durante o resto dele. Por essa ra­
zão, é reportada como em formato de sino. O forma­
polias assimétricas (CAM) to da polia assimétrica ascendente e descendente é
semelhante a um sino ou a um "u" invertido, com o
Os equipamentos baseados em polias assimétricas são maior raio no meio (ver Fig. 4.30a).
encontrados na maior parte das academias. Eles costu­ • Curva ascendente - Na curva ascendente, a força au­
mam ser chamados de seletores, devido às colunas de menta progressivamente em toda a amplitude de mo­
pesos presentes na maioria dessas máquinas. No entan­ vimento. Um exemplo disso é o supino. Quanto mais
to, alguns desses equipamentos têm carga baseada em longe o peso fica do peito, mais forte se tornam os
anilhas. As marcas mais comuns são Cybex, Life Fitness, agonistas.* A polia assimétrica ascendente é alonga­
PreCor, Hoist e Paramount. da e circular, com o raio maior na extremidade distal
A polia assimétrica é uma elipse conectada ao bra­ (ver Fig. 4.30b).
ço de movimento do equipamento em que o cabo ou a • Curva descendente - Na curva descendente, a força
correia se movimentam. A sua função é fornecer resistên- diminui progressivamente durante toda a amplitude
de movimento, o que pode ser visto, por exemplo, du­
rante o exercício de remada: conforme o movimento é
realizado em direção ao corpo, a força realizada pelos
músculos agonistas diminui. A polia assimétrica des­
cendente é alongada e circular, com o raio maior na
extremidade proximal (ver Fig. 4.30c).

Eq u i pamentos articulados
Equipamentos articulados utilizam alavancas que servem
como contrapeso para imitar as curvas de força dos mús­
culos que estão sendo treinados. Por essa razão, de for­
ma bem semelhante aos aparelhos compostos por po­
lias assimétricas, os contrapesos mudam a resistência

* N. de R .T.: Conforme o sujeito completa a fase concêntrica do


movi mento, em que o cotovelo se encontra quase em sua exten­
são tota l, os m úsculos agonistas prod uzem mais força e, por­
FIGURA 4.29 Extensão do quadril com uma tornozeleira. ta nto, essa curva é considerada ascendente.
36 Jim Stoppani

FIGURA 4.30 Tipos de eq uipamentos com polias assimétricas: (a) ascendente e descendente; (b) ascendente; e (c) descen­
dente.

durante a amplitude de movimento pela alteração da fornecem apenas resistência ascendente, porque a resis­
quantidade de peso que contrabalança o peso levantado. tência aumenta progressivamente no decorrer da ampli­
Esses dispositivos costumam ser baseados em uma so­ tude de movimento.
brecarga dada por anilhas; no entanto, alguns usam o sis­
tema de coluna de pesos. A linha mais popular de equipa­
mentos articulados é a Hammer Strength da Life Fitness
(ver Fig. 4.31).
Molas
A mola gera uma força de restauração que tenta movi­
mentar as duas extremidades de volta para os pontos ori­
Resistência por deformação ginais de repouso quando tencionadas ou comprimidas.
Ela oferece uma resistência que depende do material e
Alguns dispositivos de exercício não se baseiam na massa do diâmetro das espirais e que muda conforme a distân­
como forma de resistência, mas na energia que o material cia em que a mola é comprimida ou tencionada, porque,
fornece. Molas, fitas e outros materiais que resistem à de­ quanto mais longe as extremidades se movimentam em
formação encaixam-se nessa categoria. Tais dispositivos relação à posição original, mais resistência será ofereci­
da. Essa característica é conhecida como "taxa da mola"
- a taxa de aumento da tensão conforme as extremida­
des se movimentam -, e torna impossível a manutenção
de um nível constante de intensidade durante a execução
do exercício.
Quando a mola é deformada, a resistência aumen­
ta, e, quando ela retorna à posição inicial, a resistência di­
minui. Por causa da "taxa da mola", os praticantes são for­
çados a selecionar uma resistência que esteja dentro da
sua capacidade de produção de força na posição mais de­
formada da mola, caso contrário, não conseguirão reali­
zar toda a amplitude de movimento. Como consequência,
durante os primeiros 50% ou mais do movimento, a re­
sistência oferecida é normalmente insuficiente para pro­
vocar muitos benefícios. O dispositivo baseado em resis­
tência com molas tem diversas configurações, incluindo
os han dheld, que foram populares nos anos 1950, como
o Bu/1 Worker, o Chest Expander e o Grip Master (ver Fig.
4.32). Embora o treinamento de força tenha evoluído
além da resistência por molas, alguns dispositivos que
utilizam esse sistema ainda são encontrados, como, por
exemplo, os hand grippers (ver Fig. 4.33), equipamentos
FIGURA 4.31 Um supino do tipo Hammer Strength. de Pilates e o Stamina Gyrotonics .
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 37

culares de contração rápida e desenvolver maior potên­


cia muscular. Devido à sua leveza e por serem portáteis,
as fitas e os tubos permitem que o usuário treine em casa
ou em qualquer outro lugar. Também podem ser adiciona­
dos a exercícios com pesos livres a fim de promover a re­
sistência isotônica, fornecida pelos pesos livres, e a linear
variável, fornecida por tais dispositivos. Pesquisas mos­
tram que esse método é capaz de produzir maiores ga­
nhos em força e potência muscular, quando comparado
com a utilização somente de pesos livres. As bandas têm
cores e códigos que representam um nível de resistência
FIGURA 4.32 Buli worker. (ver Tab. 4.1).

MÁQUINAS DE
VELOCIDADE CONTROLADA
Essa categoria de equipamentos de musculação conta
com máquinas que controlam a velocidade de movimen­
to. O tipo de contração muscular em que a velocidade per­
manece constante é denominada isocinética. Esses equi­
pamentos geram resistência pela execução do exercício
FIGURA 4.33 Hand gripper. em uma amplitude de movimento e com uma velocidade
preestabelecida, enquanto o usuário aplica a maior força
possível no braço de alavanca sem que a velocidade des­

Bandas elásticas e tubos se braço seja alterada. Devido à necessidade de o bra­


ço de alavanca ser movimentado de forma controlada, os
(thera-band) equipamentos que geram esse tipo de resistência - co­
nhecido como dinamômetros isocinéticos - são controla­
Fitas elásticas e tubos produzem uma força de restaura­ dos por computador.
ção similar à produzida pelas molas. No entanto, tal for­ Dinamômetro isocinético - Esse equipamento computa­
ça é aplicada apenas quando as extremidades do mate­ dorizado pode ser programado para movimentar-se em
rial estão sendo tracionadas, afastando-as uma da outra. várias velocidades. Em geral, são encontrados apenas em
Assim como as molas, esses dispositivos têm uma "taxa laboratórios ou clínicas de medicina do esporte como fer­
da mola"; ou seja, conforme são alongados, a resistência ramenta para a medição da quantidade de força que um
oferecida aumenta (ver Fig. 4.34). Esse tipo de resistên­ atleta pode produzir. O dinamômetro isocinético é conec­
cia é conhecido como resistência linear variável e propor­ tado a um computador não apenas para controlar a velo­
ciona inúmeros benefícios que os pesos livres não conse­ cidade de movimento, mas também para medir a força
guem. Pelo fato de a resistência aumentar conforme você
puxa as fitas, elas são ótimas para ativar as fibras mus-

TABELA 4.1 Resistência de tubos e fitas


Cor da fita/tubo Nível de resistência
Ama relo M uito leve

Verde Leve

Vermelho Média

Azul Pesad a

Preto Muito pesada

Lara nja Extremamente pesada

O s níveis de resistência são med idos a 100% de alongamento e a d uas vezes o


FIGURA 4.34 Bandas elásticas. comprimento não esticado, devendo-se evitar esticá-los além desse ponto.
38 Jim Stoppani

aplicada. Porém, tais aparatos apresentam diversas des­ que as fibras musculares se contraiam e relaxem em uma
vantagens. A primeira é o fato de serem possíveis apenas frequência extremamente alta e com uma força muito ele­
movimentos angulares. Em outras palavras, eles permi­ vada. Pesquisas revelam que a realização do treinamen­
tem somente movimentos de flexão e extensão de coto­ to com vibração por diversas semanas pode aumentar a
velo, punho, joelho ou tornozelo. Por isso, não podem ser força e a potência muscular (lssurin e Tenenbaum, 1999),
usados em exercícios de "empurrar" , como o supino, o assim como aumentar a liberação de hormônio do cresci­
meio desenvolvimento ou o agachamento. A outra des­ mento e testosterona, ambos hormônios anabólicos (Bos­
vantagem é que não existem ações musculares isocinéti­ co et ai. , 2000). Embora a maioria das pessoas não con­
cas nos movimentos da vida real. siga entender como a vibração pode ser considerada um
método de treinamento de força, ela tem sido reconheci­
da, ainda que de forma lenta, por sua habilidade no au­
EQUIPAMENTOS mento da força, da potência e, possivelmente, do tama­
nho muscular.
NÃO TRADICIONAIS
E MÁQUINAS NOVAS Eq u i pamentos eletrônicos
A última categoria de equipamentos de musculação
abrange aqueles que normalmente não se assemelham
e computadorizados
aos aparelhos mais comuns dessa modalidade. Inclui os Equipamentos eletrônicos e computadorizados fornecem
equipamentos de vibração, eletrônicos e computadoriza­ resistência por meio de engrenagens e correias ligadas a
dos, pneumáticos, hidráulicos e o Bodyblade. Todos eles um motor. Eles são programados para oferecer uma resis­
têm em comum uma nova forma de oferecer resistência. tência variável durante toda a amplitude de movimento, a
fim de acompanhar a curva de força do músculo que está
sendo treinado. A resistência pode ser aumentada com
Eq u i pamentos de vi bração incrementos tão pequenos quanto pelo toque em uma
tela, em um botão ou em um pedal. Alguns desses equi­
Equipamentos de vibração para todo o corpo normalmen­ pamentos podem ser programados para oferecer maior
te se caracterizam por serem dispositivos em que se pode resistência durante a fase excêntrica do exercício.
ficar em pé, deitado ou sentado, ou, ainda, colocar as
mãos ou qualquer outra parte do corpo para que a trans­
missão da vibração seja feita nos tecidos que se deseja Eq u i pamentos pneu máticos
estimular (ver Fig. 4.35). A maioria dessas máquinas tem
Equipamentos pneumáticos utilizam um compressor que
um tamanho similar ao de um step, e sua plataforma de
fornece ar pressurizado como resistência, o que permite
vibração tem cerca de 32 x 20 polegadas (81 x 51 cm).
que esta seja ajustada pelo praticante durante toda a am­
Seu painel de controle permite ao usuário mudar a veloci­
plitude de movimento (ver Fig. 4.36). O benefício disso é
dade (ou a frequência) e a magnitude da vibração.
que, conforme os músculos são fatigados em uma série,
A maioria desses equipamentos tem placas de vi­
bração que se movem para baixo e para cima e de um
lado para outro, enquanto os demais têm uma platafor­


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ma instável de alta velocidade. A energia da vibração me­
cânica (da placa) é transferida para o corpo, fazendo com
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FIGURA 4.35 Equipamento de vibração. FIGURA 4.36 Equipamento pneumático .


Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 39

a resistência pode ser reduzida para que mais repetições


possam ser executadas.
Tanto os equipamentos eletrônicos quanto os
pneumáticos trabalham em um plano; portanto, o mo­
vimento do usuário é predefinido. Esses dispositivos po­
dem ser menos intimidantes e mais seguros para ini­
ciantes, porque as colunas de pesos não são visíveis e
não existe a necessidade de se colocar anilhas. No en­
tanto, alguns praticantes não gostam de utilizá-los, pois
não é possível "sentir" a carga real da coluna de pesos, FIGURA 4.37 Bodyblade.
dos halteres ou da barra. Além disso, tais aparelhos po­
dem ser mais caros que outros equipamentos de muscu­
lação, além de necessitar de uma instalação elétrica es­ oscila em uma taxa média de 270 vezes por minuto. Es­
pecial ou de um esquema que acomode o compressor sas oscilações das extremidades criam uma força que
de ar e os tubos. deve ser tolerada pelo usuário para evitar que o equipa­
Devido à sua singularidade e à possibilidade de se­ mento literalmente "voe" das mãos. Nesse processo, os
rem utilizados por qualquer pessoa, os equipamentos ele­ músculos do braço e do tronco devem resistir ao movi­
trônicos e pneumáticos podem ser um excelente investi­ mento, contraindo-se. Quanto maior for a amplitude das
mento e promover grande variação do treino de força para extremidades da biade (i.e., quanto maior a deformação
todos os usuários. para cima e para baixo), mais força o usuário terá que pro­
duzir para resistir ao movimento. Pela variação da posição
do corpo ou da direção do Bodyblade, o praticante pode
Eq u i pa mentos h i d rá u l icos trabalhar grupos musculares específicos em todo o corpo.
Uma vez que o biade pode ser usado em qualquer ângulo
Como o nome sugere, equipamentos hidráulicos oferecem e posição, o principal benefício desse equipamento é que
resistência por meio da propriedade hidráulica. O seu bra­ ele pode simular os movimentos de um esporte específi­
ço de alavanca é conectado a um pistão hidráulico que co, proporcionando a especificidade necessária do treina­
gera resistência contra uma câmara cheia de óleo. Um pro­ mento. A desvantagem é o fato de ele ser utilizado prin­
blema apresentado por esses dispositivos é o fato de eles cipalmente em exercícios para os membros superiores e
permitirem apenas contrações concêntricas. Por essa para o tronco, com pouca aplicação para os músculos de
razão, a maioria possibilita o treino dois músculos, mas membros inferiores.
apenas durante a fase concêntrica. Por exemplo, o equi­
pamento hidráulico para bíceps trabalha o bíceps e o trí­
ceps, pois, após o usuário fazer a rosca direta, levantando RESU MO
o peso, ele deve pressiona-lo para baixo até a posição ini­
cial, utilizando o tríceps. Os equipamentos de musculação foram desenvolvidos
no decorrer das décadas e vão de simples pesos livres
até equipamentos complexos que oferecem resistência/
Bodyblade carga por meio de mecanismos mais novos. Isso, no en­
tanto, não significa que os equipamentos mais modernos
O Bodyblade (Fig. 4.37), é um suporte de fibra de vidro são melhores que os pesos livres. Na verdade, estes têm
com cerca de 1,5 m de comprimento que lembra um es­ muitas vantagens e poucas desvantagens. Equipamen­
qui de neve e que trabalha com base nas leis da inércia tos de musculação mais modernos, no entanto, tendem
(um objeto colocado em movimento permanece nesse es­ a ter muito mais desvantagens que aqueles baseados em
tado até que outra força aja para pará-lo ou mudar a sua pesos livres. Por todos eles oferecerem diferentes vanta­
direção de deslocamento). O usuário segura no meio do gens e serem limitados por certas desvantagens, é me­
Bodyblade, empurrando-o e puxando-o, de forma que ele lhor usar equipamentos variados em seu programa de
comece a oscilar. Durante a sua utilização, o dispositivo treinamento de força.
E s t a página f o i de ixada em branco int enc i ona lment e
42 Jim Stoppani

O crescimento muscular - conhecido cientificamente zem o crescimento muscular. Esse capítulo ensina como
como hipertrofia muscular - envolve uma integração com­ organizar sessões de treino durante a semana, com base
plexa de múltiplos fatores, dos quais, muitos são desen­ na sua experiência e no tempo disponível; traz orienta­
cadeados pelo estresse mecânico e metabólico aplicado ções para a elaboração de sessões efetivas para o ganho
nas fibras musculares por meio do treinamento de força. de massa muscular; e apresenta divisões de treino em
O estresse mecânico resulta da sobrecarga que é resis­ exercícios para cada grande grupo muscular, a fim de pro­
tida pelas fibras musculares durante a sua contração, o mover a maior hipertrofia de cada um deles.
que provoca dano muscular e uma sequência de ações O Capítulo 6 introduz o leitor às mais avançadas es­
bioquímicas que levam ao crescimento individual dessas tratégias de treino que podem ser adicionadas aos funda­
fibras. Já o estresse metabólico resulta da demanda ener­ mentos apresentados no Capítulo 5. Elas são elaboradas
gética no músculo, originada para sustentar a sua con­ a fim de exacerbar os estresses mecânico e metabólico
tração. Esse tipo de estresse desencadeia cascatas bio­ aplicados nas fibras musculares para que o crescimen­
químicas que influenciam o crescimento das fibras por to muscular ocorra. Essas estratégias são fundamentais
meio de diversos mecanismos que acarretam o aumen­ para o praticante avançado, uma vez que suas fibras es­
to da síntese de proteínas musculares. Embora os deta­ tão mais preparadas para suportar o estresse do treina­
lhes de muitas dessas cascatas bioquímicas sejam bem mento de força.
estabelecidos, a forma como esses mecanismos traba­ Já o Capítulo 7 conclui esta seção com ciclos de
lham juntos para a promoção do crescimento muscular treinamento de longa duração preparados para indiví­
ainda permanece desconhecida. No entanto, por meio de duos iniciantes, intermediários e avançados. Além dis­
"tentativa e erro" e de investigações científicas, sabemos so, os ciclos de treino são elaborados para objetivos es­
quais são as técnicas de treino e os programas (apresen­ pecíficos, como, por exemplo, enfatizar o crescimento
tados na Parte li) que mais influenciam os fatores respon­ de determinados grupos musculares. Se você é um pra­
sáveis pelo crescimento muscular. ticante iniciante ou avançado e seu objetivo é ganhar
O Capítulo 5 aborda os aspectos básicos para a cria­ mais músculos, na Parte li encontrará tudo o que preci­
ção de programas de treinamento de força que maximi- sa saber para atingi-lo.
Táticas para o aumento
de massa muscular
Independentemente de o objetivo ser a maximização da tas. Elas começam com a divisão mais fácil (treinamento
massa muscular ou da força, saber como elaborar um único) - ideal para iniciantes (com menos de seis meses
programa de treino individualizado, que mostre resul­ de treinamento de força consistente) -; progressivamen­
tados, é fundamental. Técnicas avançadas de treino - te, o treino torna-se mais intenso conforme avançam as
como as descritas no Capítulo 6 - podem ajudar na ob­ rotinas divididas do tipo "puxa-empurra" e com dois trei­
tenção de ganhos de massa muscular de forma rápida. nos - sugeridas para praticantes intermediários (com me­
No entanto, primeiro é necessário entender como orga­ nos de um ano de treinamento de força consistente) -,
nizar um programa de treino básico. Este capítulo mostra terminando em rotinas divididas com cinco treinos, ou,
como unir um programa básico, porém altamente efetivo, ainda, dois treinos por dia - direcionadas a praticantes
com métodos de treino avançados, de acordo com o pro­ avançados (com mais de um ano de treinamento de força
gresso do praticante. consistente). A escolha da divisão correta dependerá prin­
Se o principal objetivo for o ganho de massa muscu­ cipalmente da experiência de treino, mas também levará
lar, deve-se considerar diversos aspectos ao se elaborar em consideração os horários do praticante.
um programa de treinamento de força. As variáveis discu­
tidas no Capítulo 2 devem ser consideradas, como a es­
colha dos exercícios a serem feitos, a ordem em que se­ Treinamento ú n ico*
rão realizados, o número de séries que serão executadas,
o quão alto será a carga utilizada nesses exercícios, qual O treinamento único envolve sessões que trabalham to­
o intervalo utilizado entre as séries e se as contrações dos os principais grupos musculares. Em outras palavras,
serão realizadas de forma rápida ou lenta. Deve-se tam­ todo o corpo é treinado em todas as sessões de treino.
bém considerar com que frequência cada grupo muscular Devido à necessidade de serem trabalhados os 11 prin­
será treinado, como o treino será dividido e como perio­ cipais grupos musculares (peito, ombro, costas, quadrí­
dizar (ou "ciclar") o treinamento para alcançar os resulta­ ceps, isquiotibiais, bíceps, tríceps, antebraço, trapézio,
dos ideais. panturrilha e abdominais) em cada sessão, o número de
exercícios e séries que pode ser realizado por grupo é mí­
nimo. Isso permite que cada um deles seja treinado com
ROTINAS DIVIDIDAS mais frequência, uma vez que o músculo é submetido a
uma quantidade limitada de estresse por sessão de trei­
A maior parte dos levantadores de peso divide seu trei­ no. A maior parte das sessões que envolvem o corpo in­
namento em períodos semanais. Isso não é obrigatório; teiro normalmente usa 1 ou 2 exercícios por grupo mus­
no entanto, parece ser a forma mais simples de dividir os cular, e o número total de séries por grupo não excede a
dias de treino, já que nosso calendário gira em torno de seis. Compare, então, essa rotina com as divisões em 4
semanas. Todas as outras atividades de nossa vida - es­ ou 5 treinos, que permitem a execução de 3 a 6 exercícios
cola, trabalho, programas de televisão e leitura - seguem por grupo muscular e um total de 12 a 30 séries por gru­
uma organização semanal. Portanto, é coerente que a di­ po muscular. Quanto menor o número de séries aplicadas
visão do treinamento de força siga um período similar. ao grupo muscular, menor é o tempo de recuperação ne­
A forma como ele é divido influencia a frequência com que cessário para que este seja novamente treinado.
se treina cada grupo muscular por semana, e a escolha
mais vantajosa dependerá de diversos fatores: experiên­
cia, objetivos, horários e conveniência.
As sete divisões de treino apresentadas a seguir são
as mais comuns e efetivas para a maioria dos fisiculturis- • N. de R. T. : Treino para todo o corpo.
44 Jim Stoppani

Os treinamentos únicos permitem que cada grupo TABELA 5.1 Treinamento ú nico para i niciantes
muscular seja trabalhado cerca de três vezes por sema­
na. Esse é o melhor tipo de treino para iniciantes, para
Exercício
Supino inclinado com ba rra
i1%411M·i+lii
3 8-10
aqueles que querem treinar cada grupo muscular com
mais frequência e para os interessados em perder gor­ Remada com ha lteres 3 8-10
dura corporal. É considerado a escolha mais indicada Meio desenvolvimento com ba rra 3 10-12
para iniciantes porque as adaptações iniciais ao treina­ Leg press 3 8-10
mento de força envolvem o sistema nervoso; ou seja, nos Tríceps na polia alta 3 8-10
primeiros meses de treino, os principais avanços são ob­ Rosca d i reta , em pé 3 10-12
servados nas unidades motoras (as fibras nervosas que Flexão pla nta r, em pé 3 12-15
Supra-abdominal 3
suprem as células musculares), o que permite que os
15-20
músculos se contraiam de forma mais eficiente e sejam
mais bem treinados devido à ênfase nas repetições. Isso
significa que a melhor maneira de os iniciantes treina­ TABELA 5.2 Tre i n amento ú ni co avançado
rem é com um alto número de repetições e com uma fre­ SEG U N DA-FEIRA
quência elevada, a fim de "programar" o sistema nervo­
so. Deve-se usar os mesmos exercícios em cada sessão Exercício Séries Repetições
de treino para maximizar o efeito do aprendizado sobre Supino 4 8-10
o sistema nervoso. Puxada 4 8-10
O treinamento único é efetivo no desenvolvimento Elevação lateral 4 10-12
da massa muscular por duas razões. O primeiro benefí­ Agachamento 4 8-10
Rosca d i reta com barra
cio é conhecido como efeito "em escada".* Treinar cada
4 8-10
Rosca testa
grupo muscular todos os dias (ou cerca de três dias por
4 10-12
semana) permite a "soma" dos efeitos da sessão do trei­
no atual aos da sessão do treino anterior. Quando se es­ Flexão planta r sentado 4 12-15

pera muito tempo entre as sessões, perdem-se as adap­ Abdominal 4 15-20


tações - quase como se estivesse começando do ponto QUARTA-FEIRA
inicial. Alguns especialistas acreditam que o efeito "em Remada com barra 4 8-10
escada" é fundamental para a adaptação muscular. Já o
Meio desenvolvimento com ba rra 4 8-10
segundo benefício é o estímulo de uma grande parte da
massa muscular corporal, o que leva à maior produção Crucifixo i nc l i nado 4 10-12
de hormônio do crescimento e de testosterona (impor­ Extensão de joel hos 3 10-12
tante para a estimulação do crescimento muscular) do Flexão de joelhos 3 10-12
que as sessões que envolvem um número menor de gru­ Rosca testa 4 8-10
pos musculares. A melhor forma de um praticante avan­ Rosca d i reta com halteres, posição 4 10-12
çado usar o treinamento único é misturar os exercícios a inclinada
cada sessão de treino. Desse modo, atinge-se cada gru­ Flexão pla nta r, em pé 4 10-12
po muscular com vários ângulos, proporcionando melhor Abdominal invertido* 4 12-15
estímulo para a maioria das fibras musculares de cada
SEXTA-FEIRA
grupo muscular.
Supino incli nado com ha lteres 4 8-10
Quando o objetivo é a perda de gordura, nenhuma
outra sessão de treino é tão apropriada quanto o treina­ Remada com ha lteres 4 8-10
mento único, pois este acelera os processos celulares em Remada ve rtica l 4 10-12
todas as células musculares, o que aumenta a taxa me­ Leg press 4 8-10
tabólica por até 48 horas após o término da sessão. Isso Rosca Scott 4 8-10
significa que o indivíduo queimará mais calorias enquan­ Supino com a pegada fechada 4 8-10
to estiver sentado, sem fazer nada (ver Tab. 5.1 e 5.2 para Flexão pla nta r no /eg press 4 15-20
Elevação de pernas com joel hos
exemplos de treinamentos únicos para iniciantes e avan­ 4 10-12
çados). estendidos

* N . d e R . T.: Tam bém con hecido como exercício i ntra-abdominal,


e nvolve a rea l ização da flexão i nversa da coluna, ou seja, os
membros i nferiores são deslocados em d i reção aos su periores.
Em bora o termo i ntra-abdominal não seja o mais adequado, pelo
fato de o exercício não necessariamente ativa r mais a região i n­
* N. de R. T.: Ta mbém denominado efeito cumulativo. tra-abdomi n a l , ele é o mais utilizado.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 45

Treino d ividido em membros namento único. Em comparação a este tipo, o treino de


membros superiores e inferiores tem a vantagem de per­
su periores e i nferiores mitir o uso de um volume maior para cada grupo muscu­
lar. Como são treinados poucos grupos em uma sessão,
O treino de membros superiores e inferiores é uma divi­ podem ser feitos mais exercícios e, consequentemente,
são que simplesmente separa o corpo em membros su­ um número maior de séries por grupo. Assim, tem-se a
periores (peito, costas, ombro, trapézio, bíceps, tríceps) possibilidade de realizar um treino mais intenso· de cada
e inferiores (quadríceps, isquiotibiais, panturrilha e, fre­ grupo do que durante o treino único. No entanto, os mús­
quentemente, abdominais, a fim de limitar o volume de culos precisarão de mais descanso em uma rotina dividi­
trabalho realizado nas sessões para membros superio­ da de membros superiores e inferiores. Por essa razão,
res). Dessa forma, pode-se treinar cada grupo muscular 2 a maioria dos fisiculturistas que realizam esse tipo de di­
ou 3 vezes por semana, fazendo com que, de acordo com visão de treino exercita-se quatro dias por semana (Tab.
a disponibilidade de tempo, sejam realizadas entre 4 e 6 5.3), o que permite a cada grupo muscular um interva­
sessões de treino semanais. Considera-se o modelo de lo de 2 ou 3 dias entre as sessões, além de possibilitar a
quatro sessões de treino por semana um bom progresso execução de exercícios diferentes para cada um desses
para o iniciante que está avançando em relação ao trei- grupos ao longo das sessões.

TABELA 5.3 Treino dividido em membros inferiores e superiores


ME M BROS SUPERIORES (SEGUNDA-FEIRA) MEMBROS SUPERIORES (QUINTA-FEIRA)
Grupo Grupo
muscu lar Exercício Séries Repetições muscu lar Exercício Séries Repetições
Peito Supi no inclinado 3 6-8 Peito Supino com halteres 3 8-10
Crucifixo com halteres 3 8-10 Crucifixo inclinado com 3 8-10
Costas Flexão na ba rra 3 6-8 halteres
Remada com halteres 3 8-10 Costas Remada com barra 3 6-8
O m b ros Meio desenvolvimento 3 6-8 Puxad a com pegada 3 8-10
com halteres su pinada
Elevação lateral 3 10-12 O m bros Meio desenvolvi mento 3 6-8
Tra pézio Encolh i m ento d e om bros 3 6-10 com ba rra
no m ultiforça •• Remada vertical 3 10-12
Bíceps Rosca direta com barra 3 8-10 Tra pézio Encolhimento de 3 8-10
Rosca Scott 2 10-12 ombros com halteres
Tríceps S u p i no com pegada 3 8-10 B íceps Rosca d i reta com halte- 3 8-10
fechada res, posição inclinada
Tríceps na polia alta 2 10-12 Rosca d i reta na polia baixa 2 10-12
Tríceps Rosca testa 3 8-10
ME MBROS IN FERIORES (TERÇA-FEIRA)
Mergulho 2 8-10
Quadríceps Leg press 3 6-8
M E M BROS I NFERIORES (SEXTA-FEIRA)
Extensão de joelhos 3 10-12
lsquiotibiais Flexão de joelhos, 3 10-12 Qua d r íceps Agachamento 3 6-8
sentado Passad a à frente com 3 10-12
halteres
Pantu rri I has Flexão planta r no 3 15-20
leg press lsquiotibiais Levantamento-ter ra 3 8-10
Flexão planta r, sentado 3 15-20 romeno

Abdom inais Elevação das pernas com 3 10-12 Panturrilhas Flexão planta r, sentad o 3 15-20
joelhos estend idos Flexão planta r, em pé 3 15-20
Abdom inal 3 15-20 Abdom inais Abdom inal na polia alta 3 10-12
Abdom inal invertido 3 15-20

* N. de R. T.: O termo "mais i ntenso" faz referência à rea lização


de exercícios com ma ior carga e volume tota l para u m determ i­
nado grupo muscular em uma sessão de treinamento quando
com parado a uma sessão seguindo o princípio d o modelo de
treinamento único.
•• N. de R . T. : Exercício de elevação da cintura escapular (om bros).
46 Jim Stoppani

Rotina d ivid ida em dois treinos em uma sessão para peito, costas, ombros, trapézio e ab­
dominais e outra para quadríceps, isquiotibiais, panturri­
A rotina dividida em dois treinos é muito similar à rotina lhas, bíceps e tríceps. Os benefícios dessa divisão de trei­
dividida em membros superiores e inferiores. A diferença no são os mesmos da divisão em membros superiores e
é que alguns grupos musculares de membros superiores inferiores. Porém, a vantagem da rotina de dois treinos é
são treinados junto com as pernas (ver Tab. 5.4), porque o melhor equilíbrio entre o número de grupos muscula­
os membros superiores são compostos por mais grupos res treinados em cada sessão. Pode-se usar essa rotina
musculares do que os inferiores. Muitos levantadores de para cada grupo muscular a fim de treinar tanto 2 quan­
peso usam um modelo parecido com a rotina dividida em to 3 vezes por semana, dependendo da disponibilidade e
membros superiores e inferiores. No entanto, treinam bí­ da quantidade de tempo necessária para a recuperação
ceps e tríceps junto com as pernas, o que divide o treino muscular.

TABELA 5.4 Rotina d ividida em dois treinos


SEGUNDA-FEIRA QUI NTA-FEIRA

G ru po G ru po
muscular Exercício Séries Repetições muscular Exercício Séries Repetições

Peito Supino declinado 3 6-8 Peito Supino inclinado com 3 8-10


Crucifixo inclinado na 3 8-10 ha lteres
polia baixa Voador 3 10-12
Costas Puxada com pegada 3 8-10 Costas Remada sentada na 3 8-10
fechada 3 8-10 polia baixa
Remada no multiforça Puxada com pegada 3 8-10
aberta
Ombros Meio desenvolvimento 3 6-8
no m ultiforça Ombros Meio desenvolvimento 3 8-10
Elevação lateral no 3 10-12 com ha lteres
crossover Elevação frontal com 3 10-12
barra
Trapézio Encolhimento de 3 6-8
ombros com barra Trapézio Encolhimento de 3 8-10
ombros com a barra
Abdominais Elevação das pernas 3 10-12 atrás das costas
com joel hos
estendidos Abdominais Vela 3 15-20
Abdominal oblíquo 3 15-20 Supra-a bdominal na 3 15-20
bola
TERÇA-FEIRA

Quadríceps Agachamento no
SEXTA-FEIRA
3 6-10
multiforça Quadríceps Leg press 3 6-8
Extensão de joelhos 3 12-15 Passada à frente com 3 10-12
unilatera l ha lteres

lsquiotibiais Levantamento-terra 3 8-10 lsquiotibiais Flexão de joelhos, 3 10-12


romeno com halteres deitado

Panturrilhas Flexão pla ntar donkey 3 15-20 Panturril has Flexão plantar, sentado 3 15-20
Flexão pla ntar, sentado 3 15-20 Flexão plantar no /eg 3 15-20
press
Bíceps Rosca d i reta com ba rra 3 8-10
Rosca concentrada na 2 10-12 Bíceps Rosca alternada com 3 8-10
polia baixa ha lteres
Rosca Scott 2 10-12
Tríceps Rosca testa, sentado 3 8-10
Tríceps na polia alta 2 10-12 Tríceps Mergulho 3 6-10
Rosca testa 2 8-10
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 47

Rotina d ivid ida em três treinos dias de intervalo entre as sessões. A maioria dos fisi­
culturistas que usam esse sistema treina cada grupo
A rotina dividida em três treinos é bastante utilizada muscular 1 ou 2 vezes por semana. Quando os grupos
por fisiculturistas para separar os principais grupos musculares são treinados apenas uma vez por sema­
musculares em três sessões de treino diferentes. Em­ na, a rotina é feita nas segundas, quartas e sextas-fei­
bora não seja fundamental a forma como agrupá-los, é ras (Tab. 5.5). Embora os treinos não precisem ser rea­
comum dividi-los do seguinte modo: uma sessão para lizados necessariamente nesses dias, é importante ter
pernas (quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas); uma um dia de intervalo entre as sessões. No entanto, se
com os movimentos de "empurrar" (peito, ombros e trí­ não houver disponibilidade, é correto treinar em 2 ou
ceps); e uma com os movimentos de "puxar" (costas e até 3 dias consecutivos. A rotina dividida em três trei­
bíceps). Grupos musculares como os abdominais po­ nos é conveniente para fisiculturistas que treinam com
dem ser treinados na primeira e na terceira sessões alta intensidade ou alto volume, devido ao período de
(caso se esteja treinando cada grupo uma vez por se­ descanso proporcionado. Para aqueles interessados
mana) ou na segunda sessão (caso se esteja treinando em treinar cada grupo muscular duas vezes por sema­
cada grupo muscular duas vezes por semana). Reali­ na, essa rotina pode ser feita nas segundas, terças e
zando-se essa divisão, é possível aumentar ainda mais quartas-feiras, sendo repetida nas quintas, sextas e sá­
o volume normalmente usado nos dois exemplos ante­ bados. Um volume mais baixo deve ser utilizado para
riores de rotina dividida. O modelo de três treinos per­ a maioria dos grupos musculares quando trabalhados
mite que cada grupo muscular tenha entre três e sete com essa frequência.

TABELA 5.5 Rotina divid ida em três treinos


SEGUNDA-FEIRA SEXTA-FEIRA

G ru po G ru po
muscul a r Exercício Séries l',t �etiçies muscul a r Exercício Séries l',t �etiçies

Peito Supino 3 8-10 Costas Barra 3 6-10


Su pino inclinado com 3 8-10 Remada com barra 3 6-8
halteres Remada com pegada 3 8-10
Crossover 3 10-12 aberta na polia baixa
Extensão de om bro na 3 10-12
Ombros Meio desenvolvimento 3 8-10 polia alta
com halteres
Remada vertical 3 8-10 Bíceps Rosca d ireta com barra 3 8-10
Crucifixo invertido 3 10-12 Rosca Scott 3 8-10
Trapézio Encolhimento de ombros 3 6-8 Antebraços Rosca punho 3 10-12
com halteres
Abdominais Abdom inal na polia alta 3 10-12
Tríceps Rosca testa, sentado 3 8-10 Abdom inal invertido 3 12-15
Tríceps corda 3 10-12
Abdominais Elevação das pernas com 3 10-12
joelhos estendidos

QUARTA-FEIRA

Quad ríceps Agachamento 3 8-10


Leg press 3 6-8
Extensão de joelhos 3 10-12
lsquiotibiais Flexão de joelhos, 3 10-12
deitado

Panturrilhas Flexão plantar, em pé 3 10-12


Flexão plantar, sentado 3 12-15
48 Jim Stoppani

Rotina d ivid ida em quatro treinos nos (ou auxiliares) como, por exemplo, peitorais com trí­
ceps. O tríceps auxilia os músculos do peito (peitorais)
A rotina dividida em quatro treinos separa todos os maio­ em todos os exercícios de "empurrar", como o supino.
res grupos musculares do corpo em quatro diferentes dias A lógica por trás dessa técnica é que o treino de pei­
de treino, o que permite trabalhar menos grupos muscu­ to também trabalha o tríceps. Com isso em mente, faz
lares em cada sessão. Dessa forma, pode-se aumentar o sentido continuar a sessão com outros exercícios es­
volume e a intensidade das sessões. Esses dois fatores pecíficos para tríceps. O mesmo ocorre com a união de
são importantes para se conseguir um progresso contí­ costas, bíceps e antebraços, assim como quadríceps, is­
nuo conforme a experiência de treino aumenta. A maio­ quiotibiais e panturrilhas. Seguindo esse raciocínio, tam­
ria dessas rotinas costuma ser feita nas segundas, ter­ bém é possível unir peito com ombros e trapézio, pois os
ças, quintas e sextas-feiras, com dias de descanso nas músculos do ombro (deltóides) auxiliam o peito duran­
quartas-feiras, sábados e domingos. Uma forma comum te os exercícios em que este é ativado. A regra mais im­
de separar os grupos musculares é exercitando peito, trí­ portante de se lembrar é que os grandes grupos muscu­
ceps e abdominais nas segundas-feiras; quadríceps, is­ lares são treinados antes dos grupos menores que os
quiotibiais e panturrilhas nas terças; ombro, trapézio e ab­ auxiliam. Isso porque, caso os grupos menores sejam
dominais nas quintas; e costas, bíceps e antebraços nas treinados primeiro, eles estarão cansados quando o gru­
sextas (Tab. 5.6). po muscular maior for trabalhado, limitando os níveis de
A rotina dividida em quatro dias de treino une gru­ força dos exercícios direcionados a este grupo.
pos musculares grandes com grupos musculares peque-

TABELA 5.6 Rotina d ividida em quatro dias com grupos musculares sinergistas
SEGUNDA-FEIRA QUI NTA-FEIRA

G ru po G ru po
muscul a r Exercício Séries ��;,�tições muscul a r Ex�rcíci > Séries ��;,�tições

Peito Supino inclinado 3 8-10 Ombros Meio desenvolvimento 3 8-10


Supino com halteres 3 8-10 com barra
Crucifixo inclinado 3 10-12 Elevação lateral 3 10-12
Crossover 3 10-12 Elevação frontal 2 10-12
Crucifixo invertido no 2 10-12
Tríceps Mergulho 3 6-10 crossover
Rosca testa 3 8-10
Rosca testa no crossover 3 10-12 Trapézio Encol himento de ombros 4 8-10
com corda com a barra atrás das
costas
Abdominais Elevação das pernas com 3 10-12
joelhos estend idos Abdom inais Vela 3 12-15
Abdom inal 3 15-20 Abdom inal na polia alta 3 12-15
TERÇA-FEIRA SEXTA-FEIRA

Quadríceps Agachamento no multi- 4 8-10 Costas Puxada pela frente com a 3 8-10
força pegada aberta
Passada à frente 3 8-10 Serrote 3 8-10
Extensão de joelhos 3 10-12 Remada com a barra T 3 8-10
Puxada com pegada 3 10-12
lsquiotibiais Flexão de joelhos, 3 10-12 supinada
deitado
Levantamento-terra 3 8-10 Bíceps Rosca d ireta com a barra 3 8-10
romeno w
Rosca concentrada com 3 10-12
Panturrilhas Flexão plantar, em pé 3 10-12 haltere
Flexão plantar, sentado 3 12-15 Rosca neutra alternada 3 8-10
Antebraços Rosca punho com hal- 3 10-12
teres 3 10-12
Rosca punho invertida
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 49

Obviamente, essa não é a única opção de união de ra, bíceps, tríceps, antebraço e abdominais (Tab. 5.7). As
grupos musculares. Outro ponto de vista sobre essa ques­ sessões das segundas e das sextas-feiras são as que me­
tão é a separação dos grupos musculares que trabalham lhor exemplificam essa estratégia de treino. Trabalhar pei­
de forma sinérgica, porque o grupo menor é frequente­ to e costas na mesma sessão permite exercitar dois mús­
mente fatigado após o treino do grupo maior, o que limi­ culos que não fadigam um ao outro. O mesmo pode ser
ta a sua força e causa fadiga precoce durante a execução dito sobre o treino que une bíceps e tríceps. Cada grupo
dos exercícios específicos para os músculos menores, po­ muscular realiza um movimento oposto ao do outro grupo
dendo acarretar, como consequência, uma limitação do que está sendo trabalhado na sessão. O bíceps flexiona o
crescimento muscular. A proposta seria dividir os grupos, cotovelo enquanto o tríceps promove a extensão. Esse ar­
separando-os em conjuntos que realizam funções anta­ tifício não apenas ajuda a prevenir a fadiga do segundo
gônicas. Por exemplo, na segunda-feira, treina-se peito e grupo treinado, mas também pode aumentar a força mus­
costas; na terça, ombros, trapézio e abdominais; na quin­ cular com a técnica conhecida como treino "agonista/an­
ta, quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas; e na sexta-fei- tagonista" (ver Cap. 9).

... .. •..
TABELA 5.7 Rotina dividida em quatro dias com grupos musculares antagônicos
SEGUNDA-FEIRA QUI NTA-FEIRA

Ili
Peito
Exercício

S u pino no mu ltiforça 3 8-10


Exercício

Quad ríceps Agachamento 3 6-8


Su pino incli nado com 3 8-10 Leg press 3 8-10
halteres Step 3 8-10
Crucifixo com ha lteres 3 10-12 Extensão de joelhos 3 10-12
Voador 3 10-12
lsquioti biais Flexão d e joel hos, em pé 3 10-12
Costas Ba rra 3 6-10
Remada com barra e 3 6-8 Pa ntu rri I has Flexão planta r no multi- 3 10-12
pegada su pi nada força
Remada sentada na polia 3 8-10 Flexão pla ntar, sentado 3 12-15
ba ixa
SEXTA-FEI RA
Puxad a com a pegada 3 10-12
a berta B íceps Rosca alternada com 3 8-10
halteres
TERÇA-FEIRA
Rosca d i reta na polia 3 8-10
O m b ros Meio d esenvolvi mento 3 8-10 baixa , deitad o
c o m halteres Rosca Scott com halteres 3 8-10
Remada vertical no 3 8-10 10-12
Antebraços Rosca punho invertid a 3
multiforça
Rosca punho por trás das 3 10-12
Elevação lateral u n ilate ral 3 10-12
costas
na polia baixa
Crucifixo i nvertido 3 10-12 Tríceps Su pino com a pegada 3 6-10
fechada
Tra pézio Encolh i m ento de om bros 4 6-8 8-10
Tríceps na polia alta 3
com barra
Tríceps f rancês unilateral 3 10-12
Abd o m i n a is Abdo m i nal i nclinado 3 12-15
Abdom inais Abdom inal na bola 3 10-12
Abdom inal oblíq uo 3 12-15
Abdom inal invertido 3 12-15
50 Jim Stoppani

Rotina d ivid ida em cinco treinos de costas na quarta; de ombro e trapézio na quinta; e de
braços (tríceps, bíceps e antebraços) na sexta. Abdomi­
A rotina dividida em cinco treinos possibilita que mais nais podem ser feitos em qualquer dia, como, por exem­
grupos musculares sejam treinados isoladamente, o que plo, na segunda ou na quinta-feira (ver Tab. 5.8). Tem-se,
permite priorizar um grande grupo por sessão. Com esse assim, dias de descanso no fim de semana, os quais são
tipo de rotina, pode-se aumentar radicalmente a inten­ uma questão de agenda. Quando se repousará não é o
sidade e o volume total do treino, pois cada grande gru­ aspecto mais importante, porque se pode descansar em
po muscular é trabalhado quando encontra-se recupera­ dois dias da semana. Isto é, se os treinos durante o fim
do e com o seu nível de força restabelecido. Um exemplo de semana não são um problema, então treine no sába­
poderia ser o treino de peito na segunda-feira; de per­ do e no domingo, mas tire dois dias de descanso duran­
nas (quadríceps, isquiotibiais e panturrilhas) na terça; te a semana.

TABELA 5.8 Rotina dividida em cinco dias


SEGUNDA-FEIRA QUINTA-FE I RA
G rupo Grupo
muscular Exercício Séries Repetições muscular Exercício Séries Repetições

Peito S u p i n o i n c l i nado no 4 6-10 O m bros Meio desenvolvime nto 3 6-8


multiforça com ba rra
S u p i n o com ha lte res 3 8-10 Meio desenvolvimento 3 8-10
Su pino dec l i nado com 3 8-10 com ha lteres
halte res Remada vertical na polia 3 8-10
Crucifixo i n c l i nado com 3 10-12 ba ixa
ha lteres Elevação lateral com 3 10-12
Crucifixo no crossover 3 10-12 ha lteres, sentado
Voad or i nvertido 3 10-12
Abd om i na is Elevação das pernas com 3 12-15
joelhos estend idos Tra pézio Encol h i mento d e o m b ros 3 6-8
Abd o m i n a l oblíq u o 3 12-15 no multiforça
Abdom inal na pol i a alta 3 10-12 Encol h i mento de o m b ros 3 8-10
com ha lteres
TERÇA-FEIRA
Abdom i nais Abd o m i n a l i nvertido 3 12-15
Quadríceps Agachamento 4 6-10 Abd o m i n a l na pol i a a lta , 3 10-12
Agachamento no rack 3 8-10 em pé
Passada à frente 3 8-10 Ca n ivete 3 12-15
Extensão de joel hos 3 10-12
SEXTA-FEIRA
lsq u i oti biais Leva nta mento-terra 3 8-10
romeno Tríceps Rosca testa 3 8-10
Flexão de joel hos, deitado 3 10-12 Tríceps na polia a lta com 3 8-10
pegada supi nada
Pa nturr i l has Flexão pla ntar, em pé 3 10-12 Tríceps fra ncês 3 8-10
Flexão pla nta r donkey 3 12-15 "Coice" com ha lteres 2 12-15
Flexão pla nta r, sentado 3 15-20
Bíceps Rosca d ireta com barra 3 8-10
QUARTA-FE I RA Rosca Scott com ba rra W 3 8-10
Rosca d ireta com halteres, 3 8-10
Costas Barra 3 6-10
posição inclinada
Remada com ba rra 3 6-8
Rosca neutra , sentado 2 10-12
Serrote 3 8-10
Puxad a com pegada 3 10-12 Antebraços Rosca pun h o com halteres 3 10-12
supi nada Rosca pun h o i nvertida com 3 10-12
Extensão d e o m b ro na 3 10-12 halteres
pol i a a lta
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 51

Dois treinos por dia pos musculares do corpo em 3 ou 4 dias. Assim, tem-se
3 ou 4 dias de descanso toda semana se cada grupo for
Exigente, a rotina de dois treinos por dia oferece diver­ treinado uma vez por semana. No entanto, se as respos­
sas vantagens para os fisiculturistas mais avançados. tas forem melhores com um treino mais frequente, esse
Como o nome já diz, trata-se de um treinamento dividido método permite que se trabalhe cada grupo muscular até
em duas sessões no mesmo dia. Normalmente, a maio­ duas vezes por semana. Outra forma de utilizar o modelo
ria dos fisiculturistas que utilizam esse método trabalha com duas sessões de treino por dia é seguindo uma roti­
um grupo muscular no início e outro no final do dia (ver na dividida em cinco treinos, que incorpora uma mudan­
Tab. 5.9). O intervalo entre essas sessões é de, no míni­ ça não muito comum: exercitar o mesmo grupo muscu­
mo, seis horas. Dependendo do objetivo, pode-se treinar lar duas vezes por dia. De acordo com as pesquisas, essa
com maior frequência ou conseguir mais dias de descan­ pode ser uma forma benéfica de treino. Para maiores de­
so. Com essa rotina, é possível exercitar os principais gru- talhes sobre esse método, veja o Capítulo 6.

TABELA 5.9 Dois treinos por dia


SEGUNDA-FEIRA (8H) QUINTA-FEI RA (8H)
Grupo Grupo
muscular Exercício Séries Repetições muscu lar Exercício Séries Repetições

Peito Supino 3 8-10 O m bros Meio desenvolvimento 4 8-10


Supino i n c l i nado com 3 8-10 com ba rra
h alteres Remada vertical com 3 8-10
Crucifixo inclinado com 3 10-12 halteres
halteres Elevação late ral com 3 10-12
Crossover 3 10-12 halteres
Elevação latera l inclinado 3 10-12
SEGUNDA-FEI RA (18H)
QUINTA-FEIRA (18H)
Tríceps Mergulho 3 6-10
Rosca testa com halteres 3 8-10 Tra pézio Encolhimento d e 3 6-8
Tríceps na polia alta 2 10-12 om bros com ba rra no
Tríceps fra ncês 2 10-12 multiforça
Encolhimento de ombros 3 8-10
Abdominais Elevação das pernas 10-12 com halteres, sentado
com joelhos este n-
didos Abdominais Vela 3 12-15
Abdominal na polia alta 3 10-12 Abdominal na bola 3 12-15

TERÇA-FEIRA (8H) SEXTA-FEIRA (8H)


Quad ríceps Leg press 4 6-8 Costas Puxada pela frente com 4 8-10
Agachamento no 4 8-10 pegada a be rta
multiforça Remada com barra 4 8-10
Step 3 8-10 Puxada fechada 3 10-12
Extensão de joelhos 4 12-15 Remada baixa na polia 3 8-10
u nilate ral baixa

TERÇA-FEIRA (18H) SEXTA-FEIRA (18H)


lsq u iotibiais Leva ntame nto-terra 3 8-10 B íceps Rosca direta com barra 3 8-10
romeno Rosca direta i nclinada, 3 10-12
Flexão d e joelhos deitado 3 10-12 com halteres
I nversor 2 12-15 Rosca concentrada na 2 10-12
polia baixa
Pa ntur rilhas Flexão planta r, em pé 4 10-12 Rosca neutra 2 8-10
Flexão pla nta r, sentado 4 12-15
Antebraços Rosca pun h o 3 10-12
Rosca pun h o invertida 3 10-12
52 Jim Stoppani

TREINAMENTO POR cargas mais elevadas. Devido ao fato de esse hormônio


estar envolvido com o crescimento muscular, maximizar
GRU POS MUSCU LARES a sua liberação após a sessão de treino pode ser funda­
mental. Um número maior de repetições também aumen­
Agora você deve estar familiarizado com as melhores for­ ta a capilarização das fibras musculares, ou seja, há um
mas de treinar cada grupo muscular de acordo com a ro­ aumento na quantidade de capilares que suprem os mús­
tina dividida escolhida, que influenciará fatores como o culos, o que provoca um aumento da disponibilidade de
número de exercícios executados e o número total de sé­ sangue para a fibra muscular. Com o maior fluxo de san­
ries por grupo. No entanto, de forma generalizada, o tipo gue nas fibras, o fornecimento de nutrientes fundamen­
de rotina não influencia na seleção dos exercícios, na tais para a produção de energia e para o crescimento
quantidade de carga utilizada, no número de repetições muscular, como os carboidratos, os aminoácidos das pro­
ou na quantidade de intervalo entre as séries. Por essa teínas e a gordura, também aumenta. Além disso, há uma
razão, existem algumas regras gerais que devem ser le­ maior oferta de oxigênio, essencial tanto para a restaura­
vadas em consideração durante a elaboração de um pro­ ção energética muscular entre as séries quanto para dimi­
grama de treinamento de força, independentemente do nuir a lesão provocada por uma sessão de levantamento
tipo de rotina dividida adotado. de pesos. Outro benefício do aumento do fluxo sanguíneo
Se o objetivo for maximizar a massa muscular, a re­ nas fibras é a maior disponibilidade de hormônios anabó­
gra mais importante é executar todas as séries até a fa­ licos, como a testosterona e o hormônio do crescimento,
lha muscular. Embora o número de repetições considera­ para os músculos.
do "certo" para o crescimento muscular seja entre 8 e 12, A ordem em que as janelas de repetições se "ci­
novas pesquisas da McMaster University, no Canadá, su­ clam" pode não ser fundamental. Modelos periodizados
gerem que a quantidade de peso e a janela de repetições se utilizam modelos lineares, lineares invertidos e ondula­
utilizadas podem não ser tão importantes como anterior­ dos têm se mostrado efetivos na promoção do crescimen­
mente proposto, desde que as séries promovam a falha to muscular. Desse modo, diversos programas periodiza­
muscular. Um dos estudos mostrou que participantes que dos que "ciclam" uma variedade de janelas de repetições
treinaram durante 10 semanas com pesos que permi­ e levam cada série até a falha muscular parecem ser a
tiam completar entre 20 e 30 repetições, levando à falha melhor tática para enfatizar o crescimento muscular.
muscular, ganharam a mesma quantidade de massa que Outra consideração importante para o aumento da
aqueles cujos pesos permitiam 8 a 12 repetições por sé­ massa envolve o período de descanso utilizado entre as
rie, também chegando à falha (Burd et ai., 2010). Outros séries. A maioria dos fisiculturistas usa períodos curtos,
estudos realizados por esse grupo demonstram que jane­ com cerca de 1 a 2 minutos. Intervalos menores - com
las com um alto número de repetições (20 a 30) e pesos dois minutos ou menos - também apresentam incremen­
leves, atingindo-se a falha muscular, aumentam a síntese tos nas concentrações de hormônio do crescimento após
de proteínas musculares em uma quantidade equivalen­ a sessão de treino. Períodos mais curtos de recuperação
te ou até maior do que janelas com um baixo número de também aumentam a capilarização dos músculos, assim
repetições (4 a 5 repetições) que também atinjam a fa­ como a atividade das enzimas envolvidas no fornecimen­
lha (Burd et ai., 2011). Portanto, a forma mais inteligen­ to de energia. Um estudo mostrou que indivíduos que par­
te de agir é utilizar um número variado de janelas de re­ ticiparam de um programa de treinamento de força de 8
petições, desde o mais baixo (3 a 5 por série) com pesos semanas, com diminuição do período de descanso entre
elevados, até o mais alto (20 a 30 ou mais por série) com as séries em 15 segundos a cada semana, tiveram maio­
pesos baixos, bem como uma enorme variedade de jane­ res ganhos de massa muscular do que aqueles que man­
las entre esses dois extremos, como, por exemplo, 6 a 8, tiveram esses períodos em 2 minutos (Souza-Junior et ai .,
9 a 11 e 12 a 15 por série. Assim, obtém-se os benefí­ 2011) (ver Cap. 6 para mais informações sobre os progra­
cios que cada janela proporciona, além da influência dire­ mas que diminuem o tempo de intervalo ao longo do trei­
ta na síntese de proteínas musculares. Por exemplo, ses­ namento).
sões de treino com cargas mais elevadas têm promovido A escolha dos exercícios e a ordem em que serão
maiores incrementos nos níveis de testosterona (impor­ executados são outros aspectos importantes a serem
tante hormônio anabólico que inicia o processo de cresci­ considerados para o aumento da massa. Para os grandes
mento muscular) do que sessões com cargas mais leves. grupos musculares, como peito, costas, ombros e pernas,
Entretanto, um número maior de repetições (p. ex., de 15 executam-se exercícios multiarticulares no início da ses­
ou mais) está associado a uma maior taxa de liberação são de treino, quando o músculo está "mais forte". Então,
do hormônio do crescimento do que sessões envolvendo complementa-se com os exercícios auxiliares, que envol-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 53

vem o movimento de apenas uma articulação e isolam No entanto, existe alguma controvérsia sobre o volume
melhor o grupo de interesse. Essa sugestão deve-se ao ideal - ou a quantidade total de séries - a ser utilizado
fato de os exercícios multiarticulares terem o auxílio de para otimizar o ganho de massa muscular. Um dos moti­
outros grupos musculares para a execução do movimen­ vos pode ser o fato de não existir um número ideal de sé­
to. O grupo alvo do exercício é considerado o motor pri­ ries para o aumento da massa. Normalmente, iniciantes
mário, enquanto os grupos auxiliares são considerados devem começar com poucas séries e aumentar esse nú­
músculos sinergistas. Por exemplo, no supino, um exercí­ mero conforme adquire experiência de treino. Entretanto,
cio multiarticular para o peito, os peitorais são os motores se considerarmos fisiculturistas experientes, existe pouco
primários, enquanto os músculos do ombro, o tríceps e os consenso sobre qual é o volume mais adequado. Alguns
dorsais são os sinergistas. Como os exercícios multiarti­ treinam com um volume muito baixo (de 6 a 10 séries por
culares envolvem a sinergia de diversos grupos muscula­ grupo muscular), enquanto outros usam um volume extre­
res, é possível levantar cargas mais elevadas durante sua mamente alto (de 20 a 30 séries por grupo) - como fazia
execução. Aconselha-se realizar primeiro os exercícios em Arnold Schwarzenegger, o fisiculturista mais famoso de to­
que se consegue levantar mais carga, pois todos os mús­ dos os tempos. Um pequeno conselho para os praticantes
culos usados estarão descansados e, dessa forma, po­ experientes é "ciclar" o volume de treino com períodos
derão ajudar a levantar a maior quantidade de peso de que envolvam desde volumes baixos até volumes altos.
que se é capaz. Usar cargas mais altas promove maior Isso dependerá da intensidade do treino, assim como da
sobrecarga no músculo de interesse, o que pode levar a sua frequência.
uma maior hipertrofia ao longo do tempo. Por isso, é uma Lembre-se de que essas são normas gerais para a
boa ideia inverter essa regra ocasionalmente e utilizar a construção de uma base sólida para o programa de trei­
técnica de treino conhecida como pré-exaustão, em que no. Muitos dos métodos abordados no Capítulo 6 contra­
se executam os exercícios monoarticulares de um grupo dizem essas normas, por serem utilizados por pratican­
muscular no início da sessão e os exercícios multiarticula­ tes com experiência de treino entre moderada e alta. Para
res, no final. Para mais informações sobre a pré-exaustão, praticantes experientes, a mudança periódica do que se
sobre o porquê ela funciona e sobre programas que a uti­ realiza normalmente permite um melhor crescimento
lizam, veja o Capítulo 6. muscular devido à alteração abrupta no programa de trei­
Para ganhos na força, especialistas concordam namento.
que um menor número de séries tende a ser o melhor.

M ud a n d o a sua rotina d ivid ida


I nd e pendentemente da rotina dividida mais adequada pa ra você no momento, d eve-se sempre considerar uma muda nça , a fim
de oferecer ao corpo alguma va riação na forma como ele é treinado. Assim como mud a r ca rga , repetições ou tem po de i nterva­
lo entre as séries, altera r a rotina dividida ma ntém o progresso contínuo das ada ptações ao treinamento e evita a estagnação.
Pa ra inicia ntes, inicia r com um treino ú n ico e passa r de forma lenta e progressiva pa ra rotinas que permita m a execução de um
m a ior volume é uma necessidade. O bserve a ta bela para uma sugestão de progressão das roti nas divididas com base na expe­
riência de tre i no. Comece com a rotina correspondente ao seu n ível de experiência e ava nce para o próximo modelo ass i m que
alca nçar um novo n ível d e experiência .

Experiência de treino (meses) Roti n a dividida i d ea l

1a3 Treinamento ú nico

4a9 Treino divid ido em membros inferiores e superiores


Rotina dividida em dois treinos

10 a 18 Rotina dividida em três treinos

19 ou m a is Rotina dividida em q uatro ou cinco treinos


54 Jim Stoppani

Peito xiliares ou de isolamento são semelhantes ao movi­


mento de "voar", em que há o movimento dos braços,
O termo peito refere-se ao grupo muscular conheci­ mas sem qualquer alteração na articulação do cotove­
do como peitoral maior, que é formado por uma parte lo, como pode ser visto no crucifixo com halteres, no
superior (clavicular) e por uma parte inferior (esterno­ crossover e no voador. As porções superior e inferior do
costal) (ver Fig. 5.1). Os músculos peitorais executam peito são trabalhadas diferentemente nos vários exer­
movimentos como adução horizontal* dos membros su­ cícios para a região. Por isso, o mais importante no trei­
periores, vista no crucifixo (ver Cap. 14 para uma des­ no de peito é garantir a inclusão de exercícios para as
crição detalhada dos exercícios para o peito). Exercí­ porções superior, média e inferior do peitoral. A Tabela
cios básicos e multiarticulares para a região envolvem 5.10 apresenta algumas normas gerais para a elabora­
os movimentos de empurrar, como o supino, o supino ção de uma sessão de treino para o peito com base em
inclinado com halteres e o apoio. Já os exercícios au- rotinas divididas.

FIGURA 5.1 M úsculo peitoral: (a) a parte superior é exercitada no supino inclinado; (b) a média, no supino horizontal; e (c) a
inferior, no supino declinado.

* N. de R. T. : Movimento tam bém denomi nado flexão horizonta l


de ombro.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 55

111111
TABELA 5.10 Recomendações para o trei no de peito com base em roti nas d ivididas

N ú mero
Roti n a dividida de exercícios Ordem dos exercícios

Treinamento ú nico 1 Alterne exercícios de empu rrar e do ti po crucifixo em todas as 3-6


sessões de treino.
Alterne exercícios nos bancos horizontal e inclinado em todas as
sessões de treino.

Membros superiores 2 Escolha um exercício no banco horizontal e outro no banco inclina- 6-8
e i nferiores ou dois do em cada sessão de treino.
treinos Primeiro: Um exercício de empurrar*
Segu ndo: Um exercício do tipo crucifixo
Alterne o exercício de empu rrar com o do tipo crucifixo, no banco
incli nado, em cada sessão de treino.
Execute um exercício declinado ou no crossover uma vez por
semana, no m ínimo.

Três treinos 3 Primeiro: Um exercício com barra* 6-12


Segu ndo: Um exercício com halteres
Tercei ro: Um exercício do ti po crucifixo
Alterne os bancos horizontal e inclinado nos dois primeiros exercí­
cios em cada sessão de treino.
O terceiro exercício deve ter o mesmo ti po de incli nação usado no
pri meiro.
Execute um exercício declinado ou no crossover uma vez por
semana, no m ínimo.

Quatro treinos 4 Primeiro: Um exercício com barra* 8-16


Segu ndo: Um supino com halteres
Tercei ro: Um crucifixo com halteres
Quarto: Um exercício em máquina ou baseado em cabos
Alterne os bancos horizontal e inclinado nos dois primeiros exercí­
cios em cada sessão de treino.
O terceiro exercício deve ter o mesmo ti po de incli nação usado no
pri meiro.
Execute um exercício declinado ou no crossover uma vez por
semana, no m ínimo.

Ci nco treinos 4-5 Primeiro: Um exercício com barra* 10-20


Segu ndo: Um supino com barra ou halteres
Tercei ro: Um supino com halteres, se você estiver fazendo um total
de ci nco exercícios; se você estiver fazendo um total de quatro
exercícios, o terceiro deve ser um crucifixo
Quarto: Um exercício com halteres, máquina ou do ti po crucifixo
Qui nto: Um exercício em máq u ina ou do tipo crucifixo
Alterne os bancos horizontal, decli nado e incli nado nos três pri­
mei ros exercícios em cada sessão de treino.
O q uarto exercício deve ter o mesmo ti po de inclinação usado no
pri meiro.

Dois treinos por dia 4 Primeiro: Um exercício com barra* 8-16


Segu ndo: Um supino com halteres
Tercei ro: Um crucifixo com halteres
Quarto: Um exercício em máquina ou do tipo crucifixo
Alterne os bancos inclinado e horizontal nos dois primeiros exercí­
cios em cada sessão de treino.
O terceiro exercício deve ter o mesmo ti po de incli nação usado no
pri meiro exercício.
Execute um exercício declinado ou no crossover uma vez por
semana, no m ínimo.

• Pode s e r feito no multiforça .


56 Jim Stoppani

Om bros mente de acordo com o exercício (ver Fig. 5.2). Por isso, é
importante estruturar as sessões de treino para o ombro
Os músculos dos ombros são os deltoides, encontrados com movimentos multiarticulares básicos (como o meio
no topo do braço. O deltoide é composto por três cabeças desenvolvimento), que trabalhem as três cabeças, assim
que se originam em diferentes pontos da cintura escapu­ como com exercícios auxiliares (como a elevação frontal
lar e que convergem para um tendão comum, inserido no para a cabeça anterior, a elevação lateral ou a remada
úmero (osso do braço). Essas cabeças são denominadas vertical para a cabeça média, e o crucifixo invertido para
anterior (parte clavicular); média (parte acromial); e pos­ a cabeça posterior) (ver Cap. 15 para descrições detalha­
terior (parte espinal).* Embora trabalhem juntas para er­ das de todos os exercícios para o ombro). Observe, na Ta­
guer o braço no nível da articulação do ombro, como na bela 5.11, normas para a elaboração de uma sessão de
elevação lateral, cada uma delas é estressada diferente- treino para o ombro com base em rotinas divididas.

FIGURA 5.2 M úsculo deltoide: (a) a cabeça anterior é trabalhada na elevação frontal; (b) a cabeça média, na elevação lateral;
e c) a cabeça posterior, no crucifixo invertido.

* N. de R. T.: Segundo a Terminologia Anatôm ica da Sociedade


Brasileira de Anatomia, o deltoide é d ivido nas partes clavicu­
lar (anterior), acromial (média) e espi nal (posterior). No entanto,
seguindo uma denomi nação com u m , são empregadas aqui as
expressões cabeça anterior, média e posterior para as respec­
tivas divisões.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 57

1111
TABELA 5.11 Recomendações para o trein o de ombro com base em roti nas d ivididas

N ú mero
Roti n a dividida de exercícios Ordem dos exercícios .

Treinamento ú n ico 1 Alterne exercícios de empu rrar e de isolamento em cada sessão de 3-6
treino.
Alterne period icamente os exercícios de empu rrar, executando-os com
barra* ou halteres.
Alterne period icamente entre remadas verticais e elevações laterais.
Tente executar um exercício auxiliar para a parte posterior do deltoide
uma vez por mês, no mínimo.

Membros superiores 2 Escolha um exercício de empu rrar e um auxi liar em cada sessão de 6-8
e i nferiores ou treino.
dois trei nos Pri meiro: Um exercício de empu rrar*
Segu ndo: Um exercício auxi liar
Alterne, em cada sessão de treino, os exercícios de empurrar entre
aq ueles realizados com barra* e aq ueles executados com halteres.
Alterne period icamente exercícios auxi liares por meio do revezamento
com elevações laterais, elevações frontais, remadas verticais e crucifi-
xos invertidos.

Três trei nos 3 Pri meiro: Um exercício de empu rrar* 6-12


Segu ndo: Uma elevação lateral ou uma remada vertical
Terceiro: Uma elevação frontal ou um crucifixo invertido
Alterne, em cada sessão de treino, os exercícios de empurrar entre
aq ueles realizados com barra* e aq ueles executados com halteres.
Alterne exercícios de remada vertical e elevação lateral em cada sessão
de treino.
Alterne exercícios de elevação frontal e crucifixo invertido em cada ses-
são de treino.

Quatro trei nos 4 Pri meiro: Um exercício de empu rrar* 8-16


Segu ndo: Uma elevação lateral ou uma remada vertical
Terceiro: Uma elevação frontal
Quarto: Um crucifixo invertido
Alterne, em cada sessão de treino, os exercícios de empurrar entre
aq ueles realizados com barra* e aq ueles executados com halteres.
Alterne exercícios de remada vertical e elevação lateral em cada sessão
de treino.

Ci nco trei nos 4 Pri meiro: Um exercício de empu rrar* 8-16


Segu ndo: Uma elevação lateral ou uma remada vertical
Terceiro: Uma elevação frontal
Quarto: Um crucifixo invertido
Alterne, em cada sessão de treino, os exercícios de empurrar entre
aq ueles realizados com barra* e aq ueles executados com halteres.
Alterne exercícios de remada vertical e elevação lateral em cada sessão
de treino.

Dois treinos por dia 4 Pri meiro: Um exercício de empu rrar* 8-16
Segu ndo: Uma elevação lateral ou uma remada vertical
Terceiro: Uma elevação frontal
Quarto: Um crucifixo invertido
Alterne, em cada sessão de treino, os exercícios de empurrar entre
aq ueles realizados com barra* e aq ueles executados com halteres.
Alterne exercícios de remada vertical e elevação lateral em cada sessão
de treino.

• Pode ser feito no multiforça .


58 Jim Stoppani

Costas cícios para costas). Observe, na Tabela 5.12, as normas


básicas para a elaboração de uma sessão de treino para
Os músculos referentes às costas constituem a parte pos­ costas com base em rotinas divididas.
terior do tronco. Embora o termo costas refira-se princi­ O termo costas também se refere à musculatura da
palmente ao músculo Iatíssimo do dorso (ou dorsais), que região lombar, que sustenta a coluna e permitem sua ex­
vai dos braços até as nádegas (ver Fig. 5.3), ele também tensão, por exemplo, ao se reclinar em uma cadeira. Essa
pode incluir o redondo maior, os romboides e as porções musculatura consiste de fibras profundas, como os ere­
média e inferior do trapézio - músculos que são frequen­ tores da espinha, que são formados pelo longuíssimo do
temente ativados na execução dos exercícios para costas. tórax, pelo iliocostal lombar e pelo espinal torácico. Os
Os dois tipos de exercícios para dorsais mais importantes exercícios que treinam a região lombar são as extensões
são os de puxar (que incluem as barras e as puxadas) e lombares e os "bom-dias".*
as remadas (que incluem as remadas curvada com bar­
ra, com barra T e sentada na polia baixa). Os exercícios
de barra e puxada tendem a enfatizar a parte superior e
externa dos dorsais, assim como o redondo maior. Já as
remadas tendem a enfatizar a parte média e inferior dos
dorsais, bem como os músculos romboides e a parte mé­
dia do trapézio. Outros tipos de exercícios para os dorsais
são o pul/over e a extensão de ombros na polia alta (ver
Cap. 16 para uma descrição detalhada de todos os exer-

FIGURA 5.3 Musculatura das costas: (a) as partes superior e externa dos dorsais são trabalhadas na puxada, e (b) as partes
inferior e média são trabalhadas na remada (curvada) com barra.

* N. de R. T.: Referente ao exercício good morning.


Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 59

TABELA 5.12 Recomendações para o treino das costas com base em rotinas divididas

Roti n a dividida

Treinamento único
N ú mero d e
exercícios

1
Ordem dos exercícios

Alterne exercícios de puxar e remadas em cada sessão de treino.


1111
3-6
Ao menos uma vez por mês, inclua o pullover ou a extensão de ombro
na polia alta.
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.

Membros superiores 2 Escolha uma puxada e uma remada em cada sessão de treino (alterne 6-8
e inferiores ou dois a ordem de execução todas as semanas).
trei nos Ocasionalmente, substitua a puxada pela extensão de ombro na polia
alta ou pelo pullover.
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.

Três treinos 3 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 6-12
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
O terceiro exercício pode ser uma extensão de ombro na polia alta ou
u m pullover.
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.

Quatro trei nos 4 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 8-16
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
Terceiro: Uma puxada ou uma remada (alterne a ordem de execução
todas as semanas)
Quarto: Uma extensão de ombro na polia alta ou um pullover
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.

Cinco treinos 4-5 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 10-20
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
Terceiro: Uma puxada ou uma remada (alterne a ordem de execução
todas as semanas)
Quarto: Uma extensão de ombro na polia alta ou um pullover
Quinto: Um exercício para a região lom bar

Dois trei nos por dia 4 Escolha uma puxada e uma remada como os primeiros exercícios 8-16
em cada sessão de treino (alterne a ordem de execução todas as
semanas).
Terceiro: Uma puxada ou uma remada (alterne a ordem de execução
todas as semanas)
Quarto: Uma extensão de ombro na polia alta ou um pullover
Também é prudente incluir um exercício para a região lom bar uma vez
por semana.
60 Jim Stoppani

Trapézio
a
O trapézio é um grande músculo em forma de diamante,
localizado na parte superior das costas. Tem uma porção
superior (parte descendente), uma porção média (parte
transversa) e uma porção inferior (parte descendente),
cada uma delas com funções específicas (ver Fig. 5.4). b
A porção superior eleva e rota as escápulas para cima
quando se encolhe os ombros (como nos encolhimentos);
a média aproxima as escápulas (como na remada alta na
polia alta); e a inferior rota as escápulas para baixo (como
quando se eleva uma barra acima da cabeça em um "ar­
ranco"). O treino de trapézio pode ser unido com o treino
de ombro ou costas. A maioria dos fisiculturistas exercita
o trapézio após trabalhar ombro, porque seu interesse é o
desenvolvimento da porção superior do trapézio, que está
envolvida na maior parte dos exercícios para o deltoide.
Assim, esse grupo muscular estará suficientemente aque­
cido depois do treinamento de ombro. No entanto, por ser
considerado um músculo das costas e auxiliar na maioria
dos exercícios para essa região, o trapézio costuma ser
treinado com as costas. Muitos praticantes escolhem um
ou dois exercícios para trapézio em uma sessão de treino
e executam entre 3 e 8 séries. Se forem realizados exercí­
cios para o trapézio utilizando barra e halteres na mesma
sessão, o exercício com barra deve ser executado primei­
ro (ver Cap. 17 para uma descrição detalhada dos exercí­
cios para o trapézio).

FIGURA 5.4 Músculo trapézio: (a) a porção superior é trabalhada no encolhimento de ombros com barra; (b) a porção média,
na remada alta na polia alta; e (c) a porção inferior, na elevação frontal em decúbito ventral.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 61

Tríceps Os dois tipos de exercícios para tríceps são os com­


plexos* e os auxiliares. Os complexos envolvem a exten­
O tríceps é formado por três cabeças musculares localiza­ são do cotovelo e a movimentação da articulação do
das na parte posterior do braço, que são: a cabeça lateral, ombro. Incluem os supinos com a pegada fechada e os
a cabeça longa e a cabeça medial (Fig. 5.5). Cada uma de­ mergulhos. Já os auxiliares envolvem a extensão do co­
las tem uma inserção distinta na extremidade superior, tovelo sem a movimentação de outra articulação, como o
mas todas se unem em um tendão comum que passa "coice" com halteres. Ao escolher os exercícios para trí­
pelo cotovelo e se insere na ulna. A contração do tríceps ceps, deve-se incluir alguns exercícios complexos, benéfi­
resulta na extensão do cotovelo, de forma semelhante ao cos para o aumento geral da massa muscular da região,
movimento do braço quando se realiza uma martelada. além de uma boa variedade de exercícios auxiliares.

FIGURA 5.5 Tríceps: (a) a cabeça longa do tríceps é trabalhada no tríceps francês; (b) a cabeça lateral, no "coice" com halteres;
e (c) a cabeça medial, no tríceps na polia alta com pegada supinada.

* N. de R. T.: Também denominados exercícios multiarticulares


ou primários.
62 Jim Stoppani

Os exercícios auxiliares escolhidos devem trabalhar zão, os exercícios executados com os braços acima da
as três cabeças do tríceps. Enquanto não for possível fa­ cabeça, como o tríceps francês (com halteres, barra ou
zer isso em todas as sessões de treino, dependendo da cabo), causam maior estresse na cabeça longa do tríceps,
rotina dividida, pode-se alternar a seleção de exercícios e aqueles nos quais os braços ficam na frente do corpo,
de uma sessão para outra, visando a ênfase nas diferen­ como o tríceps testa (com halteres, barra ou cabo) tam­
tes cabeças. bém trabalham a cabeça longa em algum grau. Os exercí­
Embora todos os exercícios para tríceps trabalhem cios em que os braços ficam posicionados ao lado do cor­
as três cabeças em certo grau, alguns são melhores do po com pegada neutra· ou pronada - como no tríceps na
que outros devido à biomecânica envolvida. Como a ca­ polia alta e no "coice" - trabalham a cabeça lateral do trí­
beça longa do tríceps se insere na escápula, ela é mais ceps. Os mesmos exercícios feitos com a pegada supina­
intensamente contraída nos exercícios em que os braços da parecem estressar a cabeça medial (ver Cap. 18 para
são colocados acima da cabeça ou na frente do corpo. uma descrição detalhada de todos os exercícios de uma
Isso acontece porque, dessa forma, a cabeça é alongada sessão de treino para tríceps). Observe, na Tabela 5.13,
- músculos produzem uma contração mais intensa quan­ as normas básicas para a elaboração de uma sessão de
do alongados até a posição mais distendida. Por essa ra- treino para tríceps, com base em rotinas divididas.

TABELA 5.13 Recomendações para o treino de tríceps com base em rotinas divididas

Roti na d ividida

Treinamento único
N ú mero de
exercícios

1
Ordem dos exercícios

Alterne exercícios complexos e auxiliares em cada sessão de treino.


Alterne os exercícios auxiliares a fim de enfatizar todas as três cabeças
do tríceps.
..
2-4
.

Membros superiores 2 Escolha um exercício complexo e um exercício auxiliar em cada sessão 4-8
e inferiores ou de treino.
dois treinos Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e
mergul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Um exercício auxil iar (alterne os exercícios auxiliares a fim de
enfatizar todas as três cabeças do tríceps)

Três treinos 3 Escolha um exercício complexo e dois exercícios auxil iares em cada 6-12
sessão de trei no.
Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e
mergul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Tríceps francês ou tríceps testa (alterne esses exercícios em
cada sessão)
Terceiro: Um exercício com os braços ao lado do corpo (alterne as
pegadas pronada, neutra e supinada nas diferentes sessões de treino)

Quatro treinos 3-4 Escolha um exercício complexo e dois ou três exercícios auxil iares em 6-16
cada sessão de trei no.
Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e
mergul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Tríceps francês ou tríceps testa (alterne esses exercícios em
cada sessão de trei no)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, um tríceps
francês ou tríceps testa (caso o segundo exercício seja o tríceps
francês, o terceiro deve ser o tríceps testa, e vice-versa); se você
estiver fazendo apenas três exercícios, o terceiro exercício deve ser o
tríceps na polia alta
Quarto: Um exercício com os braços ao lado do corpo (alterne as pegadas
pronada, neutra e supinada nas d iferentes sessões de treino)
(Continua)

• N. de R . T.: O autor se refere à empun hadura da barra com a


articu lação radioulnar na posição neutra ..
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 63

TABELA 5.13 Recomendações para o treino do tríceps com base em rotinas divididas (continuação)
N ú mero de
Roti n a d ividida

Cinco treinos
exercícios

3-4
Ordem dos exercícios

Escolha um exercício complexo e dois ou três exercícios auxiliares em


11111
6-16
cada sessão de treino.
Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e mer­
gul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Tríceps francês ou tríceps testa (alterne esses exercícios em
cada sessão de treino)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, um trí­
ceps francês ou tríceps testa (caso o segundo exercício seja o tríceps
francês, o terceiro deve ser o tríceps testa, e vice-versa); se você
estiver fazendo apenas três exercícios, o terceiro exercício deve ser o
tríceps na polia alta
Quarto: Um exercício com os braços ao lado do corpo (alterne as pega­
das pronada, neutra e supinada nas diferentes sessões de treino)

Dois treinos por dia 3-4 Escolha um exercício complexo e dois ou três exercícios auxiliares em 6-16
cada sessão de treino.
Primeiro: Um exercício complexo (alterne exercícios de empurrar e mer­
gul hos em cada sessão de trei no)
Segundo: Tríceps francês ou tríceps testa (alterne esses exercícios em
cada sessão de treino)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, um trí­
ceps francês ou tríceps testa (caso o segundo exercício seja o tríceps
francês, o terceiro deve ser o tríceps testa, e vice-versa); se você
estiver fazendo apenas três exercícios, o terceiro exercício deve ser o
tríceps na polia alta
Quarto: Um exercício com os braços ao lado do corpo (alterne as pega­
das pronada, neutra e supinada nas diferentes sessões de treino)

Bíceps costas. Por essa razão, a maior parte dos exercícios para
o bíceps são monoarticulares ou auxiliares. No entan­
O bíceps é formado por duas cabeças musculares que to, os exercícios escolhidos devem estressar as cabeças
percorrem a parte anterior do braço, denominadas bíceps longa e curta, assim como o braquial, que ajuda o bíceps
braquial (ver Fig. 5.6): a cabeça longa (cabeça externa) e a parecer maior (sobretudo a parte inferior) quando de­
a cabeça curta (cabeça interna). A maior diferença entre senvolvido adequadamente (ver Cap. 19 para uma des­
elas é o local de inserção na escápula; o tendão da ca­ crição detalhada de todos os exercícios para o bíceps).
beça longa se insere mais atrás da escápula do que o da A Tabela 5.14 apresenta as normas básicas para a ela­
cabeça curta. Por isso, são chamadas longa e curta. Am­ boração de uma sessão de treino para o bíceps com
bas convergem para um tendão próximo ao cotovelo, que base em rotinas divididas. A maioria dos exercícios de
se insere no rádio para realizar a flexão do cotovelo quan­ uma sessão deve ter uma pegada supinada, como a ros­
do os músculos se contraem, por exemplo, em uma ros­ ca direta com barra, a rosca direta com halteres e a ros­
ca com halteres. ca Scott. Nas roscas com barra, é aconselhável mudar
Para realizar esse movimento, o bíceps braquial re­ periodicamente as pegadas, a fim de estressar as ca­
cebe a ajuda de músculos auxiliares, como o braquial, beças do bíceps de diferentes maneiras. A execução do
que fica sob o bíceps, começa no úmero (osso do braço) exercício com a pegada mais fechada (largura do quadril
e se insere na ulna. Seu volume é menor do que o do bí­ ou menor) aplica maior estresse na cabeça longa - par­
ceps e fornece grande auxílio durante os primeiros 30º te responsável pelo pico observado quando um fisicultu­
de flexão do cotovelo. O braquial também é muito envol­ rista flexiona o cotovelo. Deve também ser considerada
vido na pegada pronada. O braquiorradial, embora con­ a alternância na utilização das barras retas e "W". Esta
siderado um músculo do antebraço, também auxilia no última posiciona as mãos entre a pegada supinada e a
início da flexão do cotovelo, sendo muito utilizado duran­ neutra, dando maior ênfase à cabeça longa. Por essa ra­
te a pegada neutra, por exemplo, na rosca com pegada zão, a execução da rosca neutra (usando uma pegada
neutra. neutra) com halteres ou com uma corda enfatiza essa
Com exceção das flexões na barra com pegada su­ região do bíceps, bem como os músculos braquial e bra­
pinada, não existem exercícios complexos para o bíceps. quiorradial (músculo da parte externa do antebraço). Ou­
Ainda assim, esse é considerado um exercício para as tro exercício que trabalha o braquial, o braquiorradial e,
64 Jim Stoppani

em menor grau, o bíceps, é a rosca invertida, na qual se


utiliza uma pegada pronada. Outra forma de dar maior
ênfase à cabeça longa é fazer a rosca direta em um ban­
co reclinado, de forma que as costas fiquem apoiadas
em um ângulo de 30 e 60º, o que possibilita alongar
essa região do bíceps, colocando-o em uma posição que
permita uma contração mais forte.
Para enfatizar a cabeça curta, pode-se fazer o opos­
to da rosca direta no banco reclinado, executando o exer­
cício em um banco Scott. Assim, coloca-se os braços na
frente do corpo, o que encurta a cabeça longa do bíceps
e reduz a sua capacidade de produção de força. Outras
formas de estressar essa região são a realização de ros­
cas com uma pegada mais aberta (largura do ombro ou
maior) ou de supinação durante a rosca direta com hal­
teres. A supinação requer o movimento da mão, da posi­
ção neutra para a supinada, durante o movimento. A or­
dem em que se executam os exercícios de bíceps não é
tão importante quanto a utilização de vários movimentos
que enfatizem ambas as cabeças, bem como o múscu­
lo braquial.
Devido ao fato de o braquiorradial e os outros mús­
culos do antebraço estarem envolvidos no auxílio da

FIGURA 5.6 Bíceps: (a) a cabeça longa é trabalhada com a barra "W"; (b) a cabeça curta, na rosca Scott; e (c) o braquial, loca­
lizado sob o bíceps, na rosca invertida.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 65

Roti n a dividida

Treinamento único
..
TABELA 5.14 Recomendações para o treino de bíceps com base em rotinas divididas

1
• Ordem dos exercícios

A maior parte dos exercícios escolhidos deve ser roscas básicas supina­
das.
Altere periodicamente o tipo de rosca a fim de trabalhar cada cabeça do
..
2-4

bíceps, assim como o branquial, de d iferentes maneiras.

Membros superiores 2 Primeiro: Uma " rosca" básica supinada (alterne em todas as sessões de 4-8
e inferiores ou dois treino para d iversificar)
treinos Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Period icamente, troque o segundo exercício por um exercício para o
braq uial.

Três treinos 3 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-12
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Um exercício para braquial

Quatro treinos 3-4 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-16
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, faça um
exercício q ue trabalhe a cabeça longa ou a curta (oposto ao que o
segundo exercício enfatizou); se estiver fazendo apenas três exercícios,
o terceiro deve trabalhar o m úsculo braquial
Quarto: Um exercício para braq uial

Cinco treinos 3-4 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-16
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, faça um
exercício q ue trabalhe a cabeça longa ou a curta (oposto ao que o
segundo exercício enfatizou); se estiver fazendo apenas três exercícios,
o terceiro deve trabalhar o m úsculo braquial
Quarto: Um exercício para braq uial

Dois treinos por dia 3-4 Primeiro: Uma rosca básica supinada (alterne em todas as sessões de 6-16
treino para d iversificar)
Segundo: Deve-se trabalhar a cabeça longa ou a curta (alterne entre
exercícios para a cabeça longa e para a curta)
Terceiro: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, faça um
exercício q ue trabalhe a cabeça longa ou a curta (oposto ao que o
segundo exercício enfatizou); se estiver fazendo apenas três exercícios,
o terceiro deve trabalhar o m úsculo braquial
Quarto: Um exercício para braq uial

maioria dos exercícios para bíceps, é sensato treinar o an­ sessão é uma forma inteligente de transição de treino de
tebraço após treinar o bíceps. Executar a rosca direta com bíceps para o de antebraço. Esses exercícios envolvem o
pegada neutra e a rosca com pegada invertida no final da braquial e o bíceps, além do braquiorradial.
66 Jim Stoppani

Antebraço
O antebraço é composto pelos músculos que constituem
toda a parte inferior do braço. Apesar de não ser necessá­
rio se familiarizar com todos os diferentes músculos des­
sa região (Fig. 5.7), deve-se reconhecer a diferença entre
os flexores e os extensores do punho. O flexor é compos­
to pelos músculos do antebraço que fazem a flexão do
punho - o movimento da palma para a parte anterior do
antebraço, por exemplo, durante a rosca punho. Os exten­
sores, por sua vez, estão envolvidos na execução da ex­
tensão do punho - o movimento do dorso da mão para a
parte posterior do antebraço, por exemplo, ao se girar o
acelerador de uma motocicleta. Sugere-se treinar os an­
tebraços depois do bíceps, por se envolverem fortemente
nos exercícios para bíceps. Com frequência, a escolha de
uma rosca punho (flexão) e de uma rosca punho invertida
(extensão) é suficiente para o trabalho dos músculos do
antebraço, sobretudo se forem realizadas a rosca inverti­
da ou a rosca neutra. Se a força da pegada* for um fator
limitante nos exercícios para costas e bíceps, um exercí­
cio específico para pegada pode ser incluído. Tal exercício
deve ser feito antes da rosca punho e da rosca punho in­
vertida (ver Cap. 20 para uma lista completa e descrição

FIGURA 5.7 M úsculos do antebraço: (a) os músculos flexores são trabalhados na rosca punho, e (b) os extensores, na rosca
punho invertida.

* N. de R. T.: Aqui, o autor refere-se à força de preensão das


mãos.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 67

Roti n a dividida

Treinamento único
..
TABELA 5.15 Recomendações para o treino de antebraço com base em rotinas divididas

1
• Ordem dos exercícios

Alterne os exercícios de rosca punho e rosca punho invertida em cada


sessão de treino.
..
2-4
.

Membros superiores 1 Alterne os exercícios de rosca punho e rosca punho invertida em cada 2-4
e inferiores ou dois sessão de treino.
treinos

Três treinos 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.

Quatro treinos 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.

Cinco trei nos 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.

Dois treinos por dia 2 Escolha um exercício de rosca punho e um de rosca punho invertida em 4-8
cada sessão de treino; alterne a ordem dos exercícios em cada sessão.
Mude period icamente o tipo de exercício de rosca punho e de rosca
punho invertida.

detalhada de todos os exercícios para o antebraço). Quan­ volve na flexão do quadril, como quando se eleva a per­
do se fizer um treinamento único, uma rotina dividida em na.* Embora todos os quatro músculos trabalhem juntos
membros superiores e inferiores ou uma rotina dividida para estabilizar o joelho, certos exercícios são melho­
em dois treinos, deve-se considerar a ausência de um tra­ res para enfatizar partes específicas do quadríceps. Por
balho específico para o antebraço, com base no fato de exemplo, a execução da extensão de joelho enfatiza o
os músculos dessa região serem utilizados nos exercícios trabalho do reto femoral. Porém, ao se executar a exten­
para costas e bíceps. Normas básicas para a elaboração são com os dedos dos pés voltados para dentro, promo­
de uma sessão de treino para o antebraço com base em ve-se maior estresse na parte externa (vasto lateral); e,
rotinas divididas podem ser observadas na Tabela 5.15. executando-se a extensão com os dedos voltados para
fora, enfatiza-se mais a parte interna (vasto medial).
O leg press trabalha os quatro músculos, mas algumas
Quadríceps pesquisas mostram que existe ênfase no vasto medial.
Já o agachamento no rack tende a enfatizar mais a par­
O quadríceps é formado pelos quatro músculos que com­ te externa do quadríceps (vasto lateral). O agachamen­
põem a parte anterior da coxa, os quais se originam em to e a passada à frente, no entanto, trabalham os quatro
pontos diferentes da coxa e do quadril. São eles: o vas­ músculos na mesma proporção, junto com os adutores
to lateral, o vasto medial, o vasto intermédio e o reto fe­ da perna, os isquiotibiais, o glúteo máximo, entre outros
moral. Todos convergem para um tendão comum, a fim músculos (ver Cap. 21 para uma descrição detalhada de
de realizar a extensão do joelho, como quando se chuta todos os exercícios para quadríceps).
uma bola (ver Fig. 5.8). Devido ao fato de o reto femoral Para maximizar o tamanho muscular, a sessão
originar-se no osso do quadril, e não no fêmur (osso da de treino para quadríceps deve ser iniciada com um ou
coxa), como os outros três músculos, ele também se en- dois exercícios de agachamento (com barra, multiforça

* N. de R. T.: O autor refere-se ao movi mento de flexão do quadril


com o joelho estend ido.
68 Jim Stoppani

ou halteres) ou /eg press , dependendo do tipo de rotina mo (poderosos extensores do quadril). Devido ao fato
dividida escolhida. Esses são exercícios complexos que de trabalharem juntos na execução do exercício, esses
envolvem a extensão do quadril e do joelho; por isso, grandes grupos musculares produzem muita força. Por
também são utilizados os isquiotibiais e o glúteo máxi- isso, os exercícios devem ser feitos no início da sessão

d -----+­

b -----tt

FIGURA 5.8 Músculo quadríceps: (a) o vasto medial é trabalhado no /eg press; (b) o vasto lateral, no agachamento no rack; (c)
o vasto intermédio, localizado sob o reto femoral, no agachamento; e (d) o reto femoral, na extensão de joelhos.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 69

de treino. Esses músculos devem ser trabalhados quan­ Isso se deve ao ângulo articular na posição sentada do
do estão descansados para que uma quantidade maior dispositivo, que mantém os quadris flexionados em 90º
de peso possa ser usada, possibilitando mais estímulo quando as pernas estão totalmente estendidas. Como os
para o crescimento muscular. isquiotibiais e o glúteo máximo estão envolvidos na exten­
No /eg press e no agachamento, deve-se alterar ro­ são do quadril durante movimentos complexos das per­
tineiramente a posição dos pés, a fim de mudar um pou­ nas, o seu empenho fica minimizado no /eg press.
co as fibras musculares utilizadas durante o exercício. É importante incluir alguma forma de passada ou
Embora os agachamentos trabalhem os quatro músculos step para treinar as pernas unilateralmente. Por serem
do quadríceps da mesma maneira, uma pequena ênfa­ movimentos complexos executados com uma perna de
se pode ser dada a certos músculos ao se alterar o afas­ cada vez, esses exercícios exigem muita estabilização, ge­
tamento dos pés. Por exemplo, o agachamento feito com rada por grupos musculares grandes e pequenos. Isso sig­
os pés próximos dá um pequeno enfoque à parte exter­ nifica que a maior parte dos músculos das pernas, incluin­
na do quadríceps, se comparado ao agachamento com o do o quadríceps, os isquiotibiais, os glúteos, os adutores
afastamento dos pés na largura do ombro. Porém, quan­ e os abdutores, são utilizados. Além de ajudar no desen­
do executado com um afastamento dos pés maior do que volvimento muscular, o step ou a passada incrementam a
a largura dos ombros, é dada mais ênfase à parte inter­ força funcional, que pode ser transferida para outros exer­
na do quadríceps e aos adutores. Entretanto, um estudo cícios, como o agachamento.
observou pouca diferença na utilização dos vastos (me­ O único tipo de exercício auxiliar para o quadríceps
dial e lateral) em diferentes afastamentos dos pés (Pao­ são as extensões de joelho, em que o único movimento
li, A., et ai., 2009). O agachamento no multiforça ou no que ocorre é a extensão do joelho. Isso acarreta um ótimo
rack permite mudar tanto o afastamento dos pés quanto estresse no músculo reto femoral, embora seja possível
o posicionamento à frente em relação aos quadris. Nes­ provocar maior envolvimento do vasto lateral ou do vasto
ses exercícios, são aplicadas as mesmas regras a respei­ medial alterando-se o posicionamento dos pés, como des­
to do afastamento dos pés. É também possível diminuir a crito anteriormente. É aconselhável fazer extensões de
ênfase no quadríceps e aumentá-la nos isquiotibiais e no joelho no final da sessão de treino para quadríceps, após
glúteo máximo, afastando mais os pés do quadril. Assim, os exercícios complexos e exigentes terem sido executa­
quanto mais à frente dos quadris os pés forem posiciona­ dos. No entanto, alguns fisiculturistas preferem aquecer o
dos, maior a ênfase nos isquiotibiais e no glúteo máximo quadríceps antes de fazer os exercícios mais complexos,
e menor a ênfase no quadríceps. executando várias séries leves de extensão de joelho. Nor­
O leg press, por outro lado, reduz a quantidade de mas básicas para a elaboração de uma sessão de treino
estresse nos isquiotibiais e no glúteo máximo e a maxi­ para o quadríceps com base em rotinas divididas podem
miza no quadríceps, enfatizando o músculo vasto medial. ser observadas na Tabela 5.16.

Roti n a dividida

Treinamento
único
..
TABELA 5.16 Recomendações para o treino do quadríceps com base em rotinas divididas

1
• Ordem dos exercícios

Alterne os exercícios de agachamento, /eg press ou agachamento no m ultiforça,


passada à frente ou step e extensões de joelho em cada sessão de treino.
Ili
3-6
.

Membros superio- 2 Escolha um exercício complexo (como agachamento, /eg press, agachamento no 6-8
res e inferiores m ultiforça, passada à frente ou step) e um exercício de extensão de joelhos
ou dois treinos em cada sessão de trei no.
Primei ro: Um exercício complexo (alterne exercícios d iferentes em cada sessão
de treino)
Segundo: Um exercício auxiliar

Três treinos 3 Escolha dois exercícios complexos e um exercício de extensão de joelhos em 9-12
cada sessão de treino.
Primei ro: Um agachamento
Segundo: Um /eg press, um agachamento no multiforça, uma passada à frente
ou um step
Terceiro: Uma extensão de joel hos
(Conti nua)
70 Jim Stoppani

TABELA 5.16 Recomendações para o treino do quadríceps com base em rotinas divididas (continuação)

Rotina d ividida
Quatro treinos
..

4
• Ordem dos exercícios
Escolha três exercícios complexos e um exercício de extensão de joelhos em
cada sessão de treino.
Primeiro: Um agachamento
..
12-16

Segundo: Um exercício de /eg press ou um agachamento no multiforça


Terceiro: Uma passada à frente ou um step
Quarto: Uma extensão de joelhos
Cinco treinos 4-5 Escolha três exercícios complexos e um exercício de extensão de joelhos em 12-20
cada sessão de treino.
Primeiro: Um agachamento
Segundo: Se você estiver fazendo um total de quatro exercícios, faça um /eg
press ou um agachamento no multiforça; se estiver fazendo um total de cinco
exercícios, o segundo exercício pode ser outro agachamento ou um /eg press
Terceiro: Se você estiver fazendo apenas quatro exercícios, faça uma passada
à frente ou um step; se estiver fazendo cinco exercícios e o segundo é um
agachamento, o terceiro pode ser um /eg press; se estiver fazendo cinco
exercícios e o segundo é um /eg press, o terceiro pode ser um agachamento
no multiforça ou uma passada à frente
Quarto: Se você estiver fazendo apenas quatro exercícios, faça uma extensão de
joelhos; se estiver fazendo cinco exercícios e o terceiro é um /eg press ou um
agachamento no multiforça, o quarto pode ser uma passada à frente ou um
step; se estiver fazendo cinco exercícios e o terceiro é uma passada à frente,
o quarto pode ser um step
Quinto: Uma extensão de joelhos
Dois treinos por 4 Escolha três exercícios complexos e um de extensão de joelhos em cada sessão 12-16
d ia de treino.
Primeiro: Um agachamento
Segundo: Um /eg press ou um agachamento no multiforça
Terceiro: Uma passada à frente ou um step
Quarto: Uma extensão de joelhos

lsq u ioti biais e gl úteo máxi mo lho e da extensão do quadril, exercícios específicos en­
fatizam melhor cada um deles. O levantamento-terra
Os isquiotibiais são os músculos da parte de trás da coxa. romeno ativa todos os isquiotibiais em conjunto com
São compostos pelo bíceps femoral, pelo semitendíneo e os glúteos, devido à extensão do quadril que ocorre no
pelo semimembranáceo. O glúteo máximo, também conhe­ exercício. O bíceps femoral é mais enfatizado na flexão de
cido como glúteo, é o músculo das nádegas. Ele está en­ joelhos, tanto na posição deitada como em pé. O semiten­
volvido na extensão das pernas para trás (como quando díneo e o semimembranáceo, por sua vez, são mais tra­
ficamos em pé, a partir da posição sentada) e na hiperex­ balhados na flexão de joelhos na posição sentada. Por
tensão. Os isquiotibiais não fazem apenas a flexão do joe­ essa razão, uma sessão de treino completa para isquio­
lho, mas também trabalham em conjunto com os glúteos tibiais deve incluir um exercício que envolva a exten­
para estender as pernas ao nível do quadril (ver Fig. 5.9). são do quadril (como o levantamento-terra romeno) e
Embora exercícios complexos como o agachamento, a flexão do joelho (ver Cap. 22 para uma lista comple­
o agachamento no rack, a passada à frente e o step sejam ta e descrição detalhada de todos os exercícios para
normalmente indicados para os quadríceps, eles também isquiotibiais). Ao fazer um treinamento único, pode­
envolvem os glúteos e os isquiotibiais. Por essa razão, a se deixar de fazer exercícios específicos para a região,
maior parte dos fisiculturistas faz menos exercícios para pois os complexos para quadríceps também estressam
isquiotibiais do que para quadríceps, a fim de prevenir o fortemente os isquiotibiais e os glúteos. Recomenda­
overtraining desses músculos. ções básicas para a elaboração de uma sessão de trei­
Mesmo que os isquiotibiais sejam três músculos no com base em rotinas divididas podem ser observa­
que trabalham juntos na realização da flexão do joe- das na Tabela 5.17.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppan i 71

FIGURA 5.9 Os isquioti biais e os gl úteos: (a) o bíceps femora l é enfatizado na flexão de joel hos, na posição deitada (decú bito
frontal); (b) o semitend íneo e o semimem bra náceo, na flexão de joel hos, na posição sentada; e (c) os glúteos, no leva nta mento­
-terra romeno.

TABELA 5.17 Recomendações para o treino dos isquiotibiais e dos glúteos com base em rotinas divididas

Roti na d ividida

Treinamento ú n ico
Ili
1
• Ordem d os exercícios

Alterne exercícios de extensão d o quad ril e d e flexão de joel hos em cada


Ili
2-4
-

sessão d e treino.

Membros superiores 2 Pri m e i ro: U m exercício d e extensão d o q uad ril 4-8


e i nferiores ou dois Segundo: U m exercício de flexão de joelhos
treinos Mude period ica mente o tipo de exe rcício d e extensão d o quad ril e de
flexão d e joelhos.

Três trei nos 2 Pri m e i ro: U m exercício d e extensão d o quad ril 4-8
Segu ndo: Um exercício de flexão d e joelhos
M ude period ica mente o tipo de exe rcício d e extensão d o quad ril e de
flexão de joelhos.

(Conti nua)
72 Jim Stoppani

..
TABELA 5.17 Recomendações para o treino dos isquiotibiais e dos glúteos com base em rotinas divididas (continuação)

Rotina d ivid ida

Quatro trei nos 2-3


• Ordem dos exercícios

Pri meiro: Um exercício de extensão do quadril


Ili
4-12
-

Segu ndo: U m exercício de flexão de joelhos (fazendo 2 ou 3 exercícios)


Terceiro: Outro exercício de flexão de joelhos
Mude period ica m e nte o tipo de exercício d e extensão do quadril e de
flexão de joel hos.

Ci nco trei nos 2-3 Primeiro: U m exercício d e extensão do quadril 4-12


Segu ndo: U m exercício de flexão de joel hos (fazendo 2 o u 3 exercícios)
Tercei ro: Outro exercício com flexão de joel hos
Mude period ica m ente o tipo de exercício de extensão do quadril e de
flexão de joel hos.

Dois treinos por d ia 2-3 Pri m eiro: U m exercício de extensão do quadril 4-12
Segu ndo: U m exe rcício de flexão de joelhos (fazendo 2 ou 3 exercícios)
Terceiro: Outro exercício com flexão de joelhos
Mude period ica m ente o tipo de exercício d e extensão do quadril e de
flexão de joel hos.

Pa ntu rri lha beça para baixo) e o sóleo (localizado sob o gastrocnê­
mio) (Fig. 5.10). Ambos fazem a extensão do tornozelo,
A panturrilha é formada por dois músculos da perna: o por exemplo, quando se fica na ponta dos pés.
gastrocnêmio (músculo em formato de um coração de ca-

FIGURA 5.10 M úscu los da panturri lha: (a) o gastrocnêmio é exercitado na flexão planta r, em pé, e (b) o sóleo, na flexão planta r,
sentado.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 73

Certos exercícios são melhores do que outros para nam as pernas duas vezes por semana; isso porque a
o trabalho dos músculos da panturrilha (ver Cap. 23 para panturrilha (sobretudo o sóleo) é formada por uma por­
uma descrição detalhada de todos os exercícios específi­ centagem alta de fibras musculares de contração len­
cos para a região). A flexão plantar em pé, ou qualquer fle­ ta, que são muito resistentes à fadiga e recuperam-se
xão plantar em que o joelho esteja totalmente estendido, mais rápido do que as fibras de contração rápida. Essa
concentra o estresse no gastrocnêmio. O sóleo, por sua também é a razão pela qual muitos fisiculturistas trei­
vez, é enfatizado com a flexão plantar na posição sentada nam a panturrilha com um número muito alto de repeti­
ou em qualquer flexão plantar executada com o joelho fle­ ções (de 20 a 30 por série). No entanto, a melhor forma
tido em cerca de 90º . de exercitá-la é com um programa de treinamento perio­
A melhor forma de treinar a panturrilha é incluin­ dizado que "cicla" o número de repetições executadas.
do um ou dois exercícios para o gastrocnêmio e um que Normas básicas para a elaboração de uma sessão de
enfatize o sóleo. A maior parte dos fisiculturistas a tra­ treino para a panturrilha com base em rotinas divididas
balha depois da coxa. Alguns incluem uma segunda ou podem ser observadas na Tabela 5.18.
terceira sessão de treino para a região quando não trei-

TABELA 5.18 Recomendações para o treino de panturrilha com base em rotinas divididas

Roti n a dividida

Treinamento único

Membros superio-
-(i.
1

2
Ordem dos exercícios

Alterne exercícios para o gastrocnêmio e para o sóleo em cada sessão de treino.

Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de


-
3-6
6-10
res e inferiores exercício)
ou dois treinos Segundo: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício
primei ro)

Três treinos 2 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-10
exercício)
Segundo: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício
primei ro)

Quatro trei nos 2-3 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-12
exercício)
Segundo: Se você estiver fazendo apenas dois exercícios, faça um exercício
para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício primeiro); se estiver fazendo
três exercícios, o segundo pode ser um exercício para o gastrocnêm io
Tercei ro: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício pri-
meiro ou como segu ndo)

Cinco trei nos 2-3 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-12
exercício)
Segundo: Se você estiver fazendo apenas dois exercícios, faça um exercício
para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício primeiro); se estiver fazendo
três exercícios, o segundo pode ser um exercício para o gastrocnêm io
Tercei ro: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício pri-
meiro ou como segu ndo)

Dois treinos por 2-3 Pri meiro: Um exercício para o gastrocnêmio (m ude period icamente o tipo de 6-12
dia exercício)
Segundo: Se você estiver fazendo apenas dois exercícios, faça um exercício
para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício primeiro); se estiver fazendo
três exercícios, o segundo pode ser um exercício para o gastrocnêm io
Tercei ro: Um exercício para o sóleo (eventualmente, faça esse exercício pri-
meiro ou como segu ndo)
74 Jim Stoppani

Abdominais a flexão da parte inferior da coluna, levando os joelhos em


direção ao peito, como no abdominal invertido. Ambos os
O termo abdominais refere-se aos quatro músculos lo­ oblíquos internos e externos são acentuados nos exercícios
calizados na parte central do tronco: o reto do abdome, que envolvem a flexão da coluna para a esquerda e para
o oblíquo externo; o oblíquo interno; e o transverso do a direita, como na flexão lateral, e também são trabalha­
abdome (ver Fig. 5.11). O melhor programa para abdomi­ dos em exercícios com flexão da coluna associada à rota­
nais usa exercícios que trabalham todas as suas áreas ção para a direita ou para a esquerda, como, por exemplo,
supraumbilical, infraumbilical, oblíquos interno e externo, no abdominal oblíquo. O músculo profundo transverso do
e transverso do abdome. abdome é mais bem treinado em exercícios para o tronco
A região supraumbilical é mais enfatizada com o exer­ que forçam a sua contração (levando o umbigo na direção
cício abdominal tradicional, que envolve a flexão da par­ da coluna), a fim de estabilizar a coluna e a pelve (ver Cap.
te superior da coluna, levando os ombros na direção dos 24 para uma lista completa e uma descrição detalhada de
quadris. A região infraumbilical é mais bem treinada com todos os exercícios para os abdominais).

FIGURA 5.11 Músculos abdominais: (a) o reto do abdome é trabalhado no abdominal tradicional; (b) os oblíquos internos e
externos, na flexão lateral; e (c) o transverso do abdome, localizado fundo sob o reto do abdome e os oblíquos, na prancha.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 75

A maioria dos fisiculturistas treina os abdominais grossa, é essencial que esses músculos sejam treinados
com mais frequência e com um maior número de repeti­ como qualquer outro grupo muscular. O desenvolvimento
ções em relação a outros grandes grupos musculares. da musculatura da região aumenta a definição quando a
Por serem músculos posturais que permanecem contraí­ gordura corporal é baixa e também ajuda a aumentar a for­
dos por longos períodos para sustentar a coluna, tendem ça do tronco, o que pode auxiliar no ganho de força geral.
a ter mais fibras de contração lenta do que outros grupos A melhor forma de treinar os abdominais é pela es­
musculares. Muitos fisiculturistas treinam os abdominais, colha de quatro exercícios que enfatizem uma área dife­
no mínimo, três vezes por semana, e alguns os treinam to­ rente em cada sessão de treino. No entanto, se a opção
dos os dias. Para a maior parte das pessoas, treinar essa for um treinamento único, uma rotina dividida em mem­
musculatura em dois ou três dias por semana, não conse­ bros superiores e inferiores ou uma rotina dividida em
cutivos, é suficiente. Como a região é normalmente traba­ dois treinos, não haverá tempo para a realização de qua­
lhada sem outra resistência além do peso corporal do in­ tro exercícios abdominais diferentes. Nesse caso, deve-se
divíduo, costuma-se realizar entre 15 e 30 repetições. No escolher um ou dois exercícios que trabalhem uma área
entanto, mesmo o treinamento abdominal deve ser periodi­ abdominal e alterar a região treinada em todas as ses­
zado para alterar o número de repetições utilizado. Embo­ sões de treino. Normas básicas para a elaboração de uma
ra muitas pessoas tenham medo que pesos elevados nos sessão de treino para abdominais com base em rotinas
exercícios para abdominais possam deixar a cintura mais divididas podem ser observadas na Tabela 5.19.

iWli•i01
TABELA 5.19 Recomendações para o treino dos abdominais com base em rotinas divididas

Roti n a dividida

Treinamento único 1
Ordem dos exercícios

Alterne exercícios para as regiões supra e infraumbilical, para os oblíquos e


Ili
3-4
para o tronco em cada sessão de treino.

Membros superiores 2 Escolha dois exercícios que trabal hem uma área da região abdominal e ai- 6-8
e inferiores ou teme exercícios para as regiões supra e infraumbilical, para os oblíquos
dois treinos e para o tronco em cada sessão de treino.

Três treinos 3 Primeiro: Um exercício para a região infra (mude periodicamente o tipo de 6-10
exercício)
Segundo: Um exercício para a região supra (mude period icamente o tipo de
exercício)
Terceiro: Um exercício oblíquo
Em todas as outras sessões para abdominais, faça primeiro um exercício
para o tronco e não faça o exercício para os oblíquos.

Quatro treinos 3-4 Se você estiver fazendo apenas três exercícios: 6-16
Primeiro: Um abdom inal para a região infra
Segundo: Um abdom inal para a região supra
Terceiro: Um abdominal para os oblíq uos
Em todas as outras sessões para abdominais, faça primeiro um exercício
para o tronco e não faça o exercício para os oblíquos.
Se você estiver fazendo quatro exercícios:
Primeiro: Um exercício para o tronco
Segundo: Um abdom inal para a região infra
Terceiro: Um abdominal para a região supra
Quarto: Um abdom inal para os oblíq uos

Cinco treinos 4 Primeiro: Um exercício para o tronco 8-16


Segundo: Um abdom inal para a região infra
Terceiro: Um abdominal para a região supra
Quarto: Um abdom inal para os oblíq uos

Dois treinos por dia 4 Primeiro: Um exercício para o tronco 8-16


Segundo: Um abdom inal para a região infra
Terceiro: Um abdominal para a região supra
Quarto: Um abdom inal para os oblíq uos
E s ta pág ina f o i de ixada em branco int enc i ona lment e
Programas para o aumento
de massa muscular
Para aumentar a massa muscular, são necessários con­ Cada método de treino apresenta um exemplo
sistência e tempo dentro de uma academia. No entanto, de programa a ser seguido. Em alguns deles, há deta­
a consistência pode apresentar um problema relaciona­ lhes relativos à escolha dos exercícios, à faixa de repe­
do à rápida adaptação dos músculos a um tipo de treino, tições, ao número total de séries e à frequência a se­
quando este é realizado durante muito tempo. Com o ob­ rem seguidos. No entanto, outros métodos apresentam
jetivo de evitar a estagnação das adaptações musculares, apenas a figura de determinada sessão ou de um ci­
é preciso expor, com frequência, os músculos a diferen­ clo. Esses são apenas modelos, e você é encorajado a
tes métodos de treino, o que permite haver continuamen­ substituir seus exercícios a fim de garantir a manuten­
te novos estímulos para um crescimento muscular otimi­ ção da diversidade.
zado. Este capítulo apresenta os métodos mais efetivos Embora não seja preciso utilizar todos os métodos
para maximizar a massa muscular. listados neste capítulo, quem tem mais de um ano de ex­
Tais métodos são classificados segundo o tipo de periência de treino deve, eventualmente, experimentar a
variável aguda manipulada em cada sessão de treino. maior parte deles para verificar quais funcionam melhor.
Além disso, cada um deles é classificado em uma escala Dessa forma, pode-se ciclar esses métodos ao longo dos
de 1 a 5, em quatro áreas críticas: programas básicos abordados no Capítulo 5, a fim de criar
um programa periodizado que dê os resultados desejados
1. Tempo - É o período que a sessão leva para ser exe­ e que previna a estagnação das adaptações musculares.
cutada. Auxilia a determinar se o método se encaixa O Capítulo 7 aborda planejamentos periodizados para o
na agenda: quanto maior o número, maior o tempo ne­ ganho de massa muscular utilizando os programas e os
cessário para completar a sessão. métodos dos Capítulos 5 e 6. Nesses programas, os pe­
2. Duração - É o período necessário para os resultados sos são dados em libras; por favor, observe as conversões
serem notados ao se seguir o método de treino de for­ métricas no apêndice.
ma consistente. Auxilia a prever se há a predisposi­
ção necessária para manter determinado programa
até os resultados aparecerem. Quanto maior o núme­ PROGRAMAS QUE
ro, maior o período para se obter resultados.
3. Dificuldade - É a quantidade de experiência de trei­
MANIPU LAM AS SÉRIES
no necessária para se utilizar o método de forma efeti­ Os seguintes métodos de treino alteram as séries execu­
va. Ajuda a determinar se o praticante tem experiência tadas na sessão de treino. Isso pode ser feito aumentan­
para utilizar certos métodos de treino. Quanto maior o do-se o número de exercícios executados que constituem
número, maior a experiência que se deve ter antes de uma série ou o número de séries executadas por exercí­
tentar utilizar determinado método. cio em certo tempo, ou, ainda, limitando-se o número de
4. Resultados - Aponta o quão efetivo o programa é para séries executadas por grupo muscular. Todas essas alter­
o ganho de massa muscular na maior parte das pes­ nativas são formas efetivas de aumentar a intensidade
soas e ajuda a estimar o quanto de massa se pode ga­ do treino.
nhar com cada método de treino. Quanto maior o nú­
mero, maiores ganhos podem ser esperados.
78 Jim Stoppani

Treino de su perséries
O treino de superséries é um método que reúne dois do. Deve-se utilizar intervalos de descanso curtos entre
exercícios para grupos musculares agonistas e anta­ as superséries (de 1 a 2 minutos).
gonistas - por exemplo, bíceps e tríceps - e envolve
CLASSIFICAÇÃO
a execução de uma série para cada grupo, uma após
a outra, sem intervalo entre os exercícios (observe um
modelo de dois exercícios organizados na Tab. 6.1). Tem po 1 2 3 4 5
Os treinos com superséries normalmente consistem Duração 1 2 3 4 5
em 2 ou 3 pares de exercícios para cada grupo mus­
cular (ver Tab. 6.2 para um exemplo de sessão de trei­ Dificuldade 1 2 3 4 5
no para bíceps e tríceps). Esse método oferece diver­ Resultados 1 2 3 4 5
sas vantagens em relação ao treinamento tradicional.
A vantagem mais óbvia é o tempo, pois, devido ao in­
TABELA 6.1 Pares de exercícios em superséries
tervalo limitado entre os exercícios, os treinos com su­
perséries, em geral, são executados em menos tempo
do que outros métodos que permitem períodos de des­ Par de m úscu l os Exercícios
canso entre as séries e entre os exercícios. Outra van­ Peito e costas Supino e remada com barra
tagem é que, conforme pesquisas têm demonstrado,
um músculo torna-se mais forte se precedido imediata­ O m bros e costas Meio desenvolvi mento e flexões
mente de uma contração do seu antagonista ou do gru­ na barra
po muscular que a ele se opõe. Por exemplo, quando Bíceps e tríceps Rosca d ireta com ba rra e
se faz uma supersérie de roscas diretas com barra e de tríceps na pol ia a lta
roscas testa, nessa ordem, tem-se mais força nos exer­
Quadríceps e isquioti biais Extensão d e joel hos e flexão de
cícios de tríceps, e vice-versa. Isso acontece porque o
joel hos
músculo que se está treinando normalmente é limita­
do por seu antagonista. Em um treino tradicional, por
exemplo, quando se está fazendo o supino, os múscu­
TABELA 6.2 Superséries para bíceps e tríceps

ii%4114HMH4i
los das costas inibem a contração de seus peitorais em
um certo nível. No entanto, fazer uma série de rema­ Exercício
das logo antes diminuirá esse efeito inibitório, permitin­
Rosca d ireta com barra 3 8-10
do que os peitorais se contraiam mais vigorosamente.
Como resultado, o praticante torna-se capaz de treinar Supersérie com tríceps na polia 3 8-10
com mais peso, ficando maior e mais forte. Outro bene­ a lta
fício do treino com superséries é uma recuperação me­ Rosca Scott 3 8-12
lhorada. Quando cada série de tríceps é alternada com
uma de bíceps, há um incremento do fluxo sanguíneo Supersérie com rosca testa, 3 8-10
para esses músculos, pois, quando é realizada a flexão deitado
do cotovelo, o tríceps ainda está sendo contraído, o que Rosca d ireta com halteres, sentado 3 8-12
aumenta o fluxo sanguíneo para esses músculos e auxi­
lia a recuperação. Isso ajuda na remoção dos produtos Supersérie com tríceps no 3 8-12
banco
residuais e na regeneração do tecido muscular lesiona-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 79

Treino com séries com postas


O treino com séries compostas é semelhante ao treino forçar um grupo específico além da zona confortável ou
com superséries, exceto pelo fato de que os dois exercí­ para quando se tem pouco tempo. Devido ao fato de o
cios que são feitos - um imediatamente após o outro - treino com séries compostas ser muito intenso, ele não
visam o mesmo grupo muscular. Por exemplo, para os deve ser usado com frequência e, quando realizado, que
ombros, o praticante deve realizar uma série de meio de­ seja por curtos períodos, porque é possível ocorrer over­
senvolvimento e, logo depois, uma de elevação lateral, training se utilizado por muito tempo. Um exemplo de uma
sem intervalo. Após terminar esta última série, ele deve­ sessão de treino com séries compostas para ombro pode
rá descansar por alguns minutos e começar novamente o ser observado na Tabela 6.3.
meio desenvolvimento. Isso deve ser feito duas ou três ve­
CLASSIFICAÇÃO
zes. A série composta pode, então, ser seguida de outros
exercícios para ombro executados tanto da forma tradicio­
nal como organizados em outras séries compostas. Ape­ Te mpo 1 2 3 4 5
sar da escolha dos exercícios não ser tão fundamental, Duração 1 2 3 4 5
duas estratégias costumam ser utilizadas nesse método
de treino. Os exercícios podem tanto trabalhar diferentes Dificuldade 1 2 3 4 5
partes do grupo muscular de interesse (p. ex., meio de­
Resultados 1 2 3 4 5
senvolvimento com halteres e crucifixo invertido) quanto
uma parte semelhante (p. ex., meio desenvolvimento com
halteres e meio desenvolvimento na máquina). Os princi­
TABELA 6.3 Série composta para ombro
pais benefícios das séries compostas são a intensidade
e o tempo. Treinar dois exercícios para determinado gru­
po muscular, sem qualquer intervalo, aumenta significati­
Exercício
•·@Mt+iM
Meio d esenvolvimento com halteres 3 6-8
vamente a intensidade da sessão e exige mais das fibras
musculares que estão sendo treinadas, assim como de Série composta com elevação 3 10-12
todo o corpo. Isso resulta em maior resposta do hormô­ latera l
nio do crescimento após a sessão, o que auxilia no cresci­ Elevação frontal 3 10-12
mento muscular posterior. Esse método também diminui
de forma drástica o período necessário para treinar um Série composta com remada 3 8-10
vertical
grupo muscular, o que faz deste um ótimo método para

Treino com trisséries


O treino com trisséries consiste em uma série compos­ CLASSIFICAÇÃO
ta estendida que usa três exercícios - em vez de apenas Te mpo 1 2 3 4 5
dois - para o mesmo grupo muscular, um imediatamente
após o outro, sem intervalos. Para grupos menores, como Duração 1 2 3 4 5
o bíceps, o tríceps e o deltoide, um conjunto de trisséries Dificuldade 1 2 3 4 5

1
executado em 2, 3 ou 4 séries é, em geral, suficiente para
treinar efetivamente o grupo muscular. Quando a escolha Resultados 1 2 3 4 5
dos exercícios é acertada, todas as áreas da maior par­
te dos principais grupos podem ser trabalhadas de for­
ma adequada. Assim como no treino com séries compos­ TABELA 6.4 Trissérie para o tríceps

IID•ilii+iii
tas, os benefícios mais significativos das trisséries são a
maior intensidade de treino e o menor tempo necessá­ Exercício
rio para o seu término. É claro, isso também significa que Tríceps na polia a lta 3 8-10
esse método não deve ser utilizado com frequência, sen­
do aconselhável o seu uso apenas por curtos períodos, Tríceps fra ncês, sentado 3 6-8
a fim de evitar o overtraining. Um exemplo de sessão de Tríceps no ba nco 3 8-12
treino com trisséries para o tríceps pode ser observado
na Tabela 6.4.
80 Jim Stoppani

Treino com séries gigantes


O treino com séries gigantes é semelhante às séries com­ CLASSIFICAÇÃO
postas e às trisséries, já que diversos exercícios são fei­ Tem po 1 2 3 4 5
tos para um mesmo grupo muscular, um imediatamente
após o outro, sem intervalo de descanso. A diferença está D u ração 1 2 3 4 5
no número de exercícios executados, pois as séries gigan­ Dificu ldade 1 2 3 4 5
tes incorporam quatro ou mais exercícios. Assim como as
trisséries, são uma ótima forma de trabalhar rapidamen­ Resu ltados 1 2 3 4 5
te qualquer grupo muscular em diversos ângulos. Os be­
nefícios desse tipo de treino são parecidos com aqueles
obtidos nas séries compostas e nas trisséries. Um exem­ TABELA 6.5 Série gigante para abdominais
plo de sua aplicação na execução de abdominais pode ser
observado na Tabela 6.5.
Exercício

Elevação das pernas com os


Eiii414:i+i+i41
3 15
joelhos flexionados
Sem qualquer intervalo de descanso, execute uma
série de cada exercício listado. Então, descanse por al­
guns minutos e siga a mesma ordem novamente. Abdominal oblíquo 3 20
Abdominal invertido 3 15
Abdominal na polia alta 3 12

High-intensity training
O high-intensity training (HIT) é um método baseado na Não existem pesquisas que suportem a teoria do
concepção da série única, popularizada por Arthur Jo­ HIT, e os relatos existentes são variados. Alguns indiví­
nes (fundador da Nautilus) e pelo fisiculturista profissio­ duos obtiveram ganhos consideráveis de força e massa
nal Mike Mentzer. Caracteriza-se por envolver um volume muscular; entretanto, para a maioria, o progresso rápido
muito baixo e uma intensidade muito alta. A maior parte leva a uma estagnação. O problema pode estar no fato de
dos praticantes desse método faz poucas séries, chegan­ o volume ser uma variável aguda que não é manipulada
do a apenas uma por exercício, e realiza de 1 a 3 exercí­ nesse método. Portanto, seguir o HIT por 4 a 6 semanas
cios por grupo muscular (observe a Tab. 6.6). A intensida­ pode ser uma forma inteligente de utilizá-lo. Depois des­
de característica não se dá somente pelo peso utilizado, se tipo de treino, uma boa opção é mudar para um pro­
mas também pelo treino além do ponto da falha mus­ grama que utilize um volume bastante alto. O exemplo do
cular.* Cada série deve ser executada além da falha por método HIT mostrado na Tabela 6.6 é uma rotina dividi­
meio de repetições forçadas, treinos excêntricos e repe­ da em dois treinos semanais. Nesse programa, cada sé­
tições parciais (em que a amplitude do movimento é fei­ rie deve ser precedida por uma série curta de aquecimen­
ta até que o peso não possa mais ser movimentado). De to antes de cada exercício, utilizando aproximadamente
acordo com o HIT, se múltiplas séries de um exercício são 50% do peso da série principal. São realizadas entre 4 e
executadas, elas não poderão ser feitas com intensidade 6 repetições com esse peso mais leve. Depois, deve-se fa­
máxima. Por outro lado, ao se fazer apenas uma série de zer uma série até a falha, tendo um companheiro para au­
um exercício, tem-se mais chance de treinar com intensi­ xiliar na execução de 3 ou 4 repetições forçadas após che­
dade máxima. gar à falha muscular. Sugere-se que o praticante resista
Nesse método, o volume é mantido baixo a fim de durante a fase negativa das repetições forçadas, a fim de
minimizar o tempo gasto na academia. Assim, permite-se aumentar a intensidade, e considere a tentativa de fazer
que o praticante siga um treinamento único ou uma roti­ algumas repetições parciais no final da série.
na dividida em dois treinos, dependendo de quantas ve­
zes quiser treinar cada grupo muscular, podendo ser 2 ou CLASSIFICAÇÃO
3 vezes por semana. Tem po 1 2 3 4 5

D u ração 1 2 3 4 5

* N. de R. T.: Também denom inada de "falha concêntrica", ocorre Dificu ldade 1 2 3 4 5


quando o praticante não consegue realizar o movimento comple­ Resu ltados
to na fase concêntrica da repetição.
1 2 3 4 5
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 81

TABELA 6.6 Sessões de trei n o com H IT

SEG U NDA E QUINTA-FEI RA TERÇA E SEXTA-FEIRA

Exercício Séries Repetições Exercício Séries Repetições

Supi no i ncli nado com ba rra 1 8-10 Agachamento 1 8-10


Pullover com halteres 1 8-10 Extensão de joelhos 1 8-10
Crucifixo com halteres 1 8-10 Flexão de joelhos 1 8-10
Meio d esenvolvi mento com barra 1 8-10 Flexão pla nta r, em pé 1 8-12
Elevação lateral com halteres 1 8-10 Rosca d i reta com barra 1 8-10
Encolh imento de ombros com 1 8-10 Rosca d i reta no banco i n clinado 1 8-10
halte res
Mergulho 1 8-10
Remada com ba rra 1 8-10
Tríceps na polia a lta 1 8-10
Elevação das pernas com os 1 10-15
joelhos flexionados

Método N u bret pro-set


Esse método - nomeado por Serge Nubret, um fisicultu­ CLASSIFICAÇÃO
rista profissional francês da Federação Internacional de Tempo 1 2 3 4 5
Fisiculturismo e Fitness - incorpora uma forma de pro­
gressão que aumenta o número de séries de um exer­ Du ração 1 2 3 4 5
cício em cada sessão de treino, e requer que isso seja Dificuldade 1 2 3 4 5
feito no mesmo tempo da sessão anterior. Por exemplo,
se em uma sessão são feitas três séries de 10 repeti­ Resultados 1 2 3 4 5
ções na rosca direta em cinco minutos, deve-se tentar fa­
zer quatro séries de 10 repetições em cinco minutos nas
sessões seguintes. A única forma de fazer mais séries no TABELA 6.7 Método Nubret pro-set
mesmo período é reduzindo o tempo de intervalo. Logo,
esse método aumenta a força e a massa muscular pelo ,11,,;;,;y-
1 3
Repetições

10
•M::i+lfi@i
Smin
incremento da habilidade dos músculos se recuperarem
entre as séries. A melhor forma de usá-lo é o empregan­ 2 2 10 Smin
do no início da sessão de treino com um exercício para
cada grupo muscular. Um exemplo da progressão do Nu­ 1 8
bret pro-set, em que o praticante precisa de quatro se­ 1 6
manas para aumentar o seu trabalho total de três séries
de 10 repetições, em cinco minutos, para quatro de 10, 3 3 10 Smin
no mesmo tempo, pode ser visto na Tabela 6.7. 1 8
4 4 10 Smin
82 Jim Stoppani

PROGRAMAS QUE mente alto de repetições; a divisão das repetições duran­


te o dia; a alteração da amplitude de movimento de repe­
MANIPU LAM AS REPETIÇÕES tições específicas; a execução de repetições com auxílio
extra depois de os músculos estarem fatigados; a mudan­
Embora a repetição seja a menor parte da sessão de trei­ ça da velocidade em que as repetições são executadas;
no, manipulá-la pode levar a grandes ganhos de massa ou a ênfase em determinada parte da repetição. Todas
muscular. Os métodos a seguir alteram as repetições exe­ essas alternativas servem para acelerar o crescimento
cutadas em cada sessão. Isso pode ser feito usando-se muscular.
faixas de repetições específicas; um número extrema-

Treino 5-10-20
O programa 5-10-20 é, na verdade, uma versão avan­ carem uma tensão contínua nos músculos durante toda
çada do treino com trisséries (ver p. 79), no qual, em a amplitude de movimento.
sua maior parte, realiza-se um número igual de repeti­ Devido ao fato de esse programa ser muito desgas­
ções nos três exercícios. No entanto, o 5-10-20 usa zo­ tante para todo o corpo, usar um intervalo longo levará
nas de repetições muito específicas em cada exercício. a uma ótima recuperação. Permita que cada grupo mus­
O primeiro da trissérie é feito com apenas cinco repe­ cular trabalhado com o método 5-10-20 tenha um inter­
tições, um bom número para aumentar a força muscu­ valo de, pelo menos, cinco dias antes de exercitá-los no­
lar. O segundo é feito com 10, ideal para aumentar a vamente. Sugere-se o treino de cada grupo uma vez por
massa muscular. O último exercício é feito com 20 re­ semana (Tab. 6.9). É preciso lembrar que esses exercí­
petições. Esse número aumenta a resistência muscu­ cios podem ser substituídos por qualquer um dos indi­
lar e, também, promove a hipertrofia. A combinação des­ cados na Tabela 6.8. Faça uma série de cada um de­
ses três números oferece um programa que trabalha os les, descansando apenas o suficiente para passar para o
músculos em todos os aspectos necessários para deixá­ próximo. Depois de executar o último, descanse dois mi­
-los grandes, magros e fortes. nutos e repita-os na mesma ordem. Faça um total de 2
A escolha dos exercícios exerce um papel importan­ a 4 trisséries. Siga esse programa por não mais do que
te no treino 5-10-20 por causa das repetições utilizadas. 6 semanas, pois se trata de um regime muito cansativo
O primeiro exercício deve ser básico, utilizando-se, de pre­ para ser mantido por períodos maiores. No entanto, não
ferência, uma barra. Devido ao baixo número de repeti­ se deve treinar todas as partes do corpo com o 5-10-20.
ções nessa atividade, que visa aumentar a força, mul­ Escolha apenas uma ou algumas partes que mereçam
tiarticulares com barra são os mais indicados (ver Tab. mais atenção para treinar com esse programa para, as­
6.8 para um exemplo dos tipos de exercício, de acordo sim, nivelá-las com o resto do corpo.
com a ordem de execução). O segundo exercício é feito
com um número moderado de repetições, visando o ta­
manho muscular; logo, outra tarefa básica deve ser uti­ CLASSIFICAÇÃO
lizada (similar à primeira), mas executada com halteres Tem po 1 2 3 4 5
ou em um equipamento. Já o terceiro exercício é feito
Duração 1 2 3 4 5
com um alto número de repetições. Portanto, os melho­
res exercícios nessa etapa são os auxiliares, monoarticu­ Dificu ldade 1 2 3 4 5
lares. Eles podem ser feitos com halteres, porém cabos
Resultados 1 2 3 4 5
ou equipamentos são as opções mais indicadas por apli-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 83

TABELA 6.8 Escolhendo 5, 10, 20


PRIMEIRO EXERCÍCIO
Grupo m u scular Opções de exercícios

Peito Supino com barra , supino inclinado com ba rra , supino decli nado com ba rra

Deito ides Meio desenvolvimento com ba rra (sentado ou em pé)

Costas Remada com barra, ba rra com a pegada aberta

Coxas Agachamento

Tríceps Supino com a pegada fechada, mergu lho

Bíceps Rosca d i reta com ba rra

SEGUNDO EXERCÍCIO
Peito Supino com ha lteres, supino na máq u i na (versões reto, i ncl i nado ou decl i nado)

Deito ides Meio desenvolvimento com ha lte res, meio desenvolvi mento na máq u i na

Costas Remada com halteres, remada na polia baixa , remada na máquina, puxada (vá rias pegadas)

Coxas Leg press, passada à frente, step com ha lteres


Tríceps Rosca testa , deitado ou sentado

Bíceps Rosca d i reta com ha lteres (em pé, sentado ou i nc l i nado)

TERCEIRO EXERCÍCIO
Peito Crucifixo com halteres ou na polia ba ixa (incli nado, reto ou d ecli nado), crossover, voador

Deito ides Elevação lateral com halteres (na polia ba ixa ou na máquina), crucifixo i nvertido, elevação fronta l

Costas Extensão do ombro na polia alta

Coxas Extensão de joelhos, flexão de joelhos (deitado, sentado o u em pé)

Tríceps Tríceps na polia alta , rosca testa na máq u i na

Bíceps Rosca concentrada na pol ia ba ixa ou na máq u i na

TABELA 6.9 Blocos de 5-10-20


COXAS PEITO
Exercício
Agachamento com ba rra
11%41®.Wfi+i+i
4 5
Exercício
S u pino i n c l i nado
i¼iii41W@lt+i+i
3 5
Passada à frente com ha lteres 4 10 S u p i no com ha lteres 3 10
Flexão de joelhos 4 20 Crossover 3 20
COSTAS TRÍCEPS
Remada curvada com barra 3 5 Mergulho 2 5
Puxada 3 10 Rosca testa 2 10
Extensão do ombro na polia alta 3 20 Tríceps na polia alta 2 20
BÍCEPS
Rosca d ireta com barra 2 5
Rosca d ireta com halteres, inclinado 2 10
Rosca Scott na máquina 2 20
84 Jim Stoppani

Programa finish pump


O programa finish pump envolve treinos com exercícios CLASSIFICAÇÃO
básicos e pesos elevados no início da sessão. Por exem­ Tem po 1 2 3 4 5
plo, uma sessão de peito poderia começar com um exer­
cício de supino, com séries entre 6 e 8 repetições; conti­ D u ração 1 2 3 4 5
nuar com o supino com halteres, realizando-se entre 8 e Dificu ldade 1 2 3 4 5
10 repetições; e, então, finalizar com o crucifixo com hal­

-
teres, em séries de 12 a 15 repetições, e com o crossover, Resu ltados 1 2 3 4 5
entre 15 e 20 repetições. Esse método tem a vantagem
de aumentar o fluxo sanguíneo (em decorrência das altas
repetições), trazer mais água (que entra no músculo para TABELA 6.10 Flnlsh pump para o quadríceps
criar o inchaço), oxigênio, nutrientes e hormônios anabó­ Exercício

Agachamento
licos para os músculos. Além disso, ajuda a retirar os me­
3 6-8
tabólitos do músculo no final da sessão de treino, o que
melhora a recuperação e estimula o hormônio do cresci­ Leg press 3 8-10
Passada à frente
mento. Um exemplo de sessão finish pump pode ser vis­
3 12-15
to na Tabela 6.10.
Extensão de joel hos 3 15-20

Treino de hundreds
O treino de hundreds é um método extremamente difí­ tenha a técnica do exercício como descrito no Capítulo
cil que incorpora um número muito alto de repetições 19, bem como as repetições moderadamente ritmadas
- 100 por série, para ser exato. O peso que se usa para e sob controle. Se você escolheu o peso correto, chegará
completar tais repetições é cerca de 20 a 30% do usado à falha muscular momentânea entre 60 e 70 repetições.
para completar 10 repetições. Por exemplo, caso se utili­ Nesse ponto, faça um intervalo, respeitando apenas a
ze halteres de 50 libras para fazer 10 repetições na ros­ quantidade de segundos equivalente ao número de re­
ca direta, usa-se halteres de 10 a 15 libras no treino de petições que faltaram. Em outras palavras, descanse um
hundreds. Sugere-se os halteres de 10 libras para come­ segundo para cada repetição que falta ser completada.
çar "pegando leve", e não "pesado". O objetivo é com­ Se você concluiu 65 repetições, então descanse 35 se­
pletar ao menos 70 repetições antes de um rápido inter­ gundos e tente fazer as 35 restantes. Se não conseguir
valo. Ou seja, deve-se cansar antes de alcançar as 100 fazer as 35 repetições finais, use o mesmo método -
repetições. Caso se consiga fazer todas as 100 com de­ descanse um segundo para cada uma que restou até al­
terminado peso, sem parar, então este é muito leve e cançar a marca de 100 repetições. Parece simples até
deve ser aumentado na próxima sessão. Deve-se encon­ você realmente tentar. Esse método serve para aqueles
trar um peso que permita fazer de 60 a 70 repetições com, no mínimo, um ano de experiência de treinamento
sem parar. A sinalização de que o peso deve ser aumen­ de força consistente.
tado é quando 70 repetições ou mais podem ser realiza­ O benefício desse método está na forma como as­
das sem intervalo. socia as fibras musculares. Pelo fato de o peso ser mui­
Vamos analisar um exemplo de série de rosca di­ to leve e o número de repetições muito alto, as fibras
reta, em pé, usando o método de hundreds. Segure os de contração lentas são completamente treinadas no
halteres com a carga apropriada e faça o exercício como início da série. Todos os músculos são compostos por
normalmente é feito, mas com um peso mais alto. Man- dois tipos principais de fibras - as de contração lenta e
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 85

as de contração rápida. As de contração lenta tendem CLASSIFICAÇÃO


a ser utilizadas em atividades que envolvem resistên­ Te m po 1 2 3 4 5
cia - um número maior de repetições tende a treiná-las
melhor. As de contração rápida, por sua vez, são usa­ Duração 1 2 3 4 5
das em atividades que exigem mais potência - são mais
bem trabalhadas com pesos elevados e poucas repeti­
Dificuldade 1 2 3 4 5
1
ções ou com movimentos rápidos e explosivos. A maior Resultados 1 2 3 4 5
parte dos músculos tem cerca de 50% de fibras de con­
TABELA 6.11 Sessões de treino de Hundreds
tração lenta e 50% de contração rápida, o que signifi­
ca ser uma boa ideia usar técnicas que treinem ambos
os tipos. No método hundreds, as fibras de contração SESSÃO DE TREINO 1
Grupo
lenta serão priorizadas nas primeiras 60 repetições, ou
muscu lar Exercício Séries Repetições
mais. Após isso, os músculos devem recrutar as fibras
de contração rápida para auxiliar as de contração len­
ta fatigadas. A execução de muitas repetições provoca Peito Supino 1 100
mudanças bioquímicas no músculo, as quais auxiliam Crucifixo i ncli nado com 1 100
ha lteres
no crescimento muscular, e também leva a um cresci­
Crossover 1 100
mento dos capilares sanguíneos que suprem as fibras
musculares, aumentando o fornecimento de sangue, Costas Puxad a com a pegada 1 100
oxigênio, nutrientes e hormônios às células muscula­ a berta
res. Esse ambiente aumenta o potencial de crescimen­ Remada com cabo , sentado 1 100
Extensão do om bro na polia 1 100
to das fibras.
alta
A melhor maneira de usar o treino de hundreds é
trabalhando cada grupo muscular duas vezes por se­ O m b ros Meio d esenvolvimento no 1 100
mana. Seguir uma rotina dividida em membros supe­ m ultiforça
riores e inferiores ou em dois treinos é ideal para esse Elevação lateral com 1 100
h a lte res
método. A única diferença é que se pode fazer até três
exercícios para os grandes grupos musculares (peito, Tra pézio Encolh imento de om bros 1 100
costas e quadríceps), porque há apenas uma série por com halteres
exercício nesse tipo de treino. Utilize-o por cerca de 2 a
Abd o m i n a is Abd o m i nal na polia alta 1 100
4 semanas; ele é muito intenso e será difícil mantê-lo
por mais tempo. Então, parta para um treino mais bási­ SESSÃO DE TREINO 2
co, que utilize altas cargas e poucas repetições. Outra
Quad ríceps Agachamento no multiforça 1 100
forma de usá-lo é exercitando um grupo muscular espo­ Leg press 1 100
radicamente ou o corpo inteiro em apenas 1 ou 2 ses­ Extensão de joe l hos 1 100
sões, a fim de mudar o estilo de treino e "impactar" os
músculos para aumentar seu crescimento (um exemplo lsquiotibiais Flexão de joelhos, deitado 1 100
de regime com o hundreds é observado na Tab. 6.11). Panturrilhas Flexão pla nta r, em pé 1 100
Cada uma das sessões desse programa deve ser feita Flexão pla ntar, sentado 1 100
duas vezes por semana. Por exemplo, pode-se realizar
Bíceps Rosca d i reta com barra 1 100
a sessão 1 na segunda e na quinta-feira, e a 2 na ter­
Rosca Scott 1 100
ça e na sexta-feira. Além disso, pode haver um dia de
descanso entre cada treino, sendo a sessão 1 realiza­ Tríceps Rosca testa , de itado 1 100
da na segunda e na sexta-feira e a 2, na quarta-feira e Tríceps na pol i a a lta 1 100
no sábado.
86 Jim Stoppani

Método 50-50
O método 50-50 auxilia no aumento do desenvolvimento programa por não mais do que oito semanas, a fim de se
de músculos atrasados.* Basicamente, envolve a execu­ observar resultados consideráveis e evitar a estagnação.
ção de 100 repetições por dia em um exercício para qual­ Pode-se, no entanto, trocar o grupo muscular e continuar
quer parte do corpo que se considere ter o crescimento com o método.
atrasado. Esse método é diferente do treino de hundreds
porque não são feitas 100 repetições de uma vez; elas CLASSIFICAÇÃO
são realizadas todos os dias, durante oito semanas, fo­
1
Tem po 1 2 3 4 5
cando um determinado grupo muscular. Fazendo tantas
repetições todos os dias, a capacidade aeróbia do mús­ D uração 1 2 3 4 5
culo, que é facilitada por um incremento da sua densida­ Dific uldade 1 2 3 4 5
de capilar, é aumentada. A densidade capilar, por sua vez,
refere-se ao número de capilares (pequenos vasos san­ Resultados 1 2 3 4 5
guíneos em que os nutrientes e as trocas gasosas se dão
entre o sangue e as células musculares) que suprem o
TABELA 6.12 Exercícios para o 50-50

Ili
músculo. A hipertrofia muscular tende a diminuir tal den­
sidade por causa da maior quantidade de músculo pre­
sente.** Isso também ocorre no treino com poucas repeti­ Mel hor escol ha dos exercícios
ções e cargas elevadas, por forçar o músculo a usar mais
Peito S upino com ha lteres (reto ou inclinado)
a energia fornecida pela célula muscular do que a for­ Crucifixo com ha lteres (reto ou inclinado)
necida pelo sangue. Fazendo o método 50-50, pode-se Apoio d e frente
aumentar a densidade capilar e, consequentemente, o
fornecimento de nutrientes, hormônios anabólicos e oxi­ Deltoides Meio desenvolvimento (em pé ou sentado)
Elevação latera l com ha lteres
gênio ao músculo. Além disso, eleva-se a remoção dos
Remada vertical com halteres
metabólitos bioquímicos do músculo. Esse processo re­ Crucifixo invertido
sulta em músculos com maior inchaço, com uma recupe­
ração mais rápida e, por fim, com maior potencial para o Costas Remada com ha lteres ou com ba rra
crescimento. Puxada
Extensão do om bro na polia a lta
Para fazer o método 50-50, elege-se o grupo mus­
cular que se quer nivelar com os outros. Em seguida, Tríceps Tríceps na polia a lta
escolhe-se um exercício para ele. É esse exercício que Tríceps testa
será feito todos os dias, mesmo naqueles em que nor­
Bíceps Rosca direta (em pé, sentado ou inclinado)
malmente não é treinado (ver, na Tab. 6.12, a lista dos
melhores exercícios para serem usados no método). De­ Antebraço Rosca pun ho (com ha lteres ou com ba rra)
ve-se, então, executar 100 repetições por dia, em dois Rosca p un ho invertida (com ha lteres ou com
segmentos. Isso significa que serão executadas 50 re­ barra)
petições por vez, separadas por cerca de 8 a 12 ho­ Quadríceps Agachamento
ras, com uma carga considerável, mas não pesada o Extensão de joel hos
suficiente para se atingir a fadiga na 50ª repetição. Por
lsq uiotibiais Flexão de joel hos (deitado, sentado, em pé)
exemplo, para trabalhar o bíceps, serão feitas 50 repe­
Leva nta mento-terra romeno (com halteres
tições da rosca direta com halteres pela manhã - diga­ ou com ba rra)
mos que às 9 horas - e novamente à noite - às 21 ho­
ras. A carga usada é fundamental para o sucesso. Se for Panturril has Flexão pla nta r, em pé
muito pesada, é provável que leve ao overtraining. Uma Flexão pla nta r donkey
boa dica é, ao completar a 50ª repetição, sentir se será Abdominais Abdominal
possível completar mais 10 repetições. Segue-se esse

* N. de R . T.: O autor se refere a músculos que não apresentaram


resposta hipertrófica adequada em relação ao treino de força.
** N. de R. T.: O autor refere-se à densidade capilar relativa.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 87

21 repetições
O treino de 21 repetições é um método avançado que de­ o músculo que está sendo trabalhado na posição mais
safia o grupo muscular trabalhado em três amplitudes alongada. As sete repetições do "meio" são as mais pro­
de movimento dentro de uma série. Em cada série, faz­ dutivas no que se refere ao desenvolvimento e ao cresci­
-se um total de 21 repetições - motivo pelo qual o méto­ mento muscular, pois o praticante dispõe de mais força
do se chama assim -, separadas em séries de sete. Co­ nessa etapa do movimento e pode, ao final, aumentar a
meça-se da posição inicial, realizando-se sete repetições contração, chegando ao máximo. As últimas sete repeti­
na primeira metade da amplitude de movimento (ver Tab. ções servem essencialmente para "queimar" os múscu­
6.13). Depois de completas, são feitas mais sete repeti­ los, o que é ótimo para iniciar o novo crescimento.
ções da outra metade do movimento. Quando essas fo­ Para utilizar esse método em sua rotina atual, faça
rem concluídas, são executadas mais sete com toda a três séries no primeiro exercício para determinada parte
amplitude de movimento. Usando a rosca direta com bar­ do corpo (após um aquecimento apropriado, é claro) e,
ra, por exemplo, inicia-se com os braços completamen­ em seguida, volte às séries tradicionais em todos os ou­
te estendidos, segurando uma barra na posição transver­ tros exercícios para aquela parte. Ou, então, faça entre 1
sal, na frente das coxas. Primeiro, leva-se os braços sete e 3 séries de 21 repetições no último exercício de deter­
vezes até o ponto em que fiquem paralelos ao chão. En­ minada parte do corpo, a fim de estressá-la ao máximo.
tão são realizadas sete repetições desse ponto até o pon­ Para evitar o overtraining, diminui-se o volume de treino
to em que os braços se encontram próximos aos ombros. da parte na qual o método está sendo utilizado, fazendo
Depois, conclui-se com sete repetições-padrão com toda um exercício a menos para a região exercitada nessa ses­
a amplitude de movimento. são. Por exemplo, se no dia de peito você normalmente
Teoricamente, o método de 21 repetições pode ser faz entre 3 e 4 exercícios, faça 2 ou 3 se estiver fazendo
feito com qualquer exercício, mas é mais prático com os três séries de 21 repetições. Os iniciantes devem come­
auxiliares, monoarticulares. Exercícios multiarticulares, çar com apenas uma série desse método - é importante
como o supino e o agachamento, envolvem diversos mús­ lembrar que essa é uma técnica avançada. Pode-se au­
culos secundários e estabilizadores que são treinados de mentar de 2 para 3 séries após algumas semanas. Se­
forma mais efetiva em séries tradicionais (um exemplo gue-se esse programa por cerca de 4 a 8 semanas, e não
do que pode ser utilizado é observado na Tab. 6.13). In­ mais que isso, pois ele perde a sua efetividade depois de
dependentemente do exercício, deve-se usar uma carga aproximadamente oito semanas.
mais leve que a usual. já que os músculos não estão acos­
tumados ao aumento do número de repetições. Utilizar
cabos ou máquinas para esse tipo de treino é uma exce­
lente forma de manter uma tensão contínua no músculo, CLASSIFICAÇÃO
o que é extremamente importante, pois a tensão aplicada Tempo 1 2 3 4 5
é, em geral, diminuída na extensão completa, quando são
Duração 1 2 3 4 5
usados pesos livres.
Com o método de 21 repetições, pode-se trabalhar Dificuldade 1 2 3 4 5
efetivamente a flexibilidade articular nas primeiras sete re­
Resultados 1 2 3 4 5
petições, desde que se comece cada repetição deixando
88 Jim Stoppani

TABELA 6.:1.3 Distribuição do treino de 21. repetições


G ru po m uscu lar Exercício Técnica de q uebra do trei no de 21 repeticões
Peito Crossover A técnica desse exercício é a mesma do crossover convencional, descrito no ca pítulo
14.
Primeiras sete repetições: Comece com as mãos nos lados dos ombros e contraia o
peito até que os braços fiquem em um ângulo de aproximadamente 45º com o tronco.
Próximas sete repetições: Vá da posição de 45º para a posição com as mãos unidas,
mantendo o mesmo ângulo do cotovelo, e, em seguida, aperte o peito.
Últimas sete repetições: Com bine os dois tipos de repetições anteriores e complete
mais sete repetições.
Costas Puxada pela frente A técnica desse exercício é a mesma da puxada convenciona l, descrita no Capítulo 16.
Primeiras sete repetições: Puxe a barra em direção à parte de cima do peito, manten­
do os cotovelos voltados para fora até que fiquem em aproxi madamente 90º.
Próximas sete repetições: Comece nos 90º e puxe a barra até a pa rte de cima do
peito.
Últimas sete repetições: Com bine os dois tipos de repetições anteriores e complete
mais sete repetições com amplitude completa.
Ombros Elevação latera l na A técnica desse exercício é a mesma da elevação lateral convencional, descrita no
polia baixa Ca pítulo 15.
Primeiras sete repetições: Eleve o braço para cima e para fora, mantendo o cotovelo
travado em uma posição levemente flexionada até que o braço fique em 45º com o
chão.
Próximas sete repetições: Comece com cerca de 45º e puxe os pesos para cima, até
que o braço fique para lelo ao chão.
Últimas sete repetições: Com bine os dois tipos de repetições anteriores.
Quadríceps Extensão de A técnica desse exercício é a mesma da extensão de joelhos convenciona l, descrita no
joel hos Ca pítulo 21.
Primeiras sete repetições: Estenda os joelhos até que as pernas fiquem em 45º com
o chão.
Próximas sete repetições: Comece no ângulo de 45° , estenda as pernas e contraia
vigorosamente o quad ríceps no final do movimento.
Últimas sete repetições: Com bine os dois tipos de repetições anteriores.
lsquiotibiais Flexão de joelhos, A técnica desse exercício é a mesma da flexão de joelhos convencional, descrita no
deitado (tam­ Ca pítulo 22.
bém pode ser Primeiras sete repetições: Flexione os joelhos até que as pernas fiquem quase perpen­
feito na posição diculares ao chão.
sentada) Próximas sete repetições: A amplitude fi nal caracteriza-se por levar o apoio dos pés
para perto das nádegas o máximo possível.
Últimas sete repetições: Com bine os dois tipos de repetições anteriores.
Tríceps Tríceps na polia Devido ao fato de a amplitude de movi mento do tríceps na polia alta ser relativamente
alta pequena (ver Cap. 18), aumente-a quando fizer o treino de 21 repetições, começa n­
do com as mãos no nível da pa rte de cima do peito. Comece com os antebraços a
cerca de 30º acima de uma linha horizontal, apesa r de normalmente eles ficarem
paralelos ao chão. Fixe os braços e os cotovelos ao lado do corpo.
Primeiras sete repetições: Estenda os braços até que os cotovelos passem um pouco
de uma linha pa ralela ao chão.
Próximas sete repetições: Comece próximo da posição para lela ao chão, estenda os
braços até que os cotovelos fiquem travados por completo, e contraia vigorosa men­
te o tríceps.
Últimas sete repetições: Com bine os dois tipos de repetições anteriores.
Bíceps Rosca direta com A técnica desse exercício é a mesma da rosca d ireta com cabo unilateral convencio­
cabo, unilateral nal, descrita no Capítulo 19.
Primeiras sete repetições: Eleve o peso até que o antebraço fique quase paralelo ao
chão.
Próximas sete repetições: Comece próximo da posição para lela ao chão, eleve o peso
até que o cotovelo chegue na flexão com pleta , e contra ia vigorosamente o bíceps no
final do movimento.
Últimas sete repetições: Com bine os dois tipos de repetições anteriores.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 89

Sistema de q uatro repetições


O sistema de quatro repetições envolve quatro exercícios
diferentes para cada grupo muscular. Cada exercício é
elaborado para trabalhar o músculo em diversos ângulos
e lhe proporcionar um estímulo único. Depois do aqueci­
mento, realiza-se um exercício básico (ver Tab. 6.14), exe­
cutado em três séries de quatro repetições, o que ofe­

TABELA 6.1.4 Quatro para crescer

Peito
Exercícios

Supino inclinado
Supino com halteres
Crucifixo d eclinado
•..
3
3
3
4
8
12
Voador d ireto
rece um estímulo para ganhos na força. Em sequência,
3 16
pode ser feito outro exercício básico, preferencialmente
com halteres, ou um auxiliar que minimize a ação dos gru­ Ombros Meio d esenvolvi mento com 3 4
pos musculares auxiliares. Fazendo três séries de oito re­ barra, sentado
Elevação latera l com halteres 3 8
Remada vertical
petições, haverá um melhor estímulo para o crescimento
3 12
Meio d esenvolvi mento com
muscular. O próximo deve ser um exercício auxiliar, exe­
3 16
cutado em três séries de 12 repetições, o que proporcio­ halteres
nará um potente estímulo para o crescimento muscular
e estimulará alterações bioquímicas no músculo, que au­ Tríceps Supino com pegada fechada 3 4
Mergulho 3 8
Rosca testa
mentarão seu crescimento e sua resistência (a habilida­
3 12
Tríceps na polia alta
de de fazer mais repetições com determinado peso). O úl­ 16
3
timo exercício deve ser executado em três séries de 16
repetições a fim de proporcionar um inchaço significativo Costas Remada curvada 3 4
do músculo. Isso conduzirá mais fluidos para dentro das Puxada 3 8
Extensão do ombro na polia 3 12
alta
células musculares, e acredita-se que o seu consequen­
Remada com barra
te estiramento estimule o crescimento. Este último exer­ 16
3
cício também pode ser auxiliar ou básico, dependendo do
segundo exercício. Bíceps Rosca d ireta com barra 3 4
Devido ao alto volume envolvido nesse programa, Rosca d ireta com ha lteres, 3 8
posição inclinada
Rosca concentrada
deve-se dividir o treino em três regiões do corpo sepa­
3 12
Rosca Scott
radas. Por exemplo, a sessão de treino 1 pode ser para 3 16
peito, ombros, tríceps e abdominais; a sessão 2 pode en­
volver costas e bíceps; e a 3, coxas, panturrilhas e abdo­ Pernas Agachamento 3 4
minais. Conforme sua capacidade de recuperação, você Levantamento-terra romeno 3 8
Extensão de joel hos 3 12
Leg press
pode realizar o treino de cada grupo apenas uma vez por
3 16

• •..
semana. Uma forma alternativa é fazer quatro séries de
cada exercício: a primeira com quatro repetições; a segun­
da, com oito; a terceira, com 12; e a última, com 16. Faça TABELA 6.1.5 Sistema de quatro repetições alternativo
isso em 2 ou 3 exercícios por grupo muscular. Um exem­
plo de treino para costas e bíceps utilizando o sistema
de quatro repetições alternativo pode ser visto na Tabe­
la 6.15. Costas Remada curvada 4 4, 8, 12, 16
Puxada 4 4, 8, 12, 16
CLASSIFICAÇÃO Extensão d e ombro na polia 4 4, 8, 12, 16
alta
Tempo 1 2 3 4 5 Remada com halteres 4 4, 8, 12, 16
D u ração 1 2 3 4 5 Bíceps Rosca d ireta com barra 4 4, 8, 12, 16
Dificuldade 4 Rosca d ireta com halteres, 4 4, 8, 12, 16
posição inclinada
1 2 3 5
Resu ltados 1 2 3 4 5 Rosca concentrada 4 4, 8, 12, 16
90 J i m Stoppani

Repetições forçadas
As repetições forçadas permitem que mais repetições se­ forçadas. Eles descobriram que até três dias após a ses­
jam realizadas em uma série com o auxílio de alguém são, os músculos treinados não estavam totalmente recu­
que ajude a terminá-la após ser alcançada a falha. Isso perados. Por essa razão, quando esse método for usado,
leva os músculos ao seu limite (bem como além dele), o é preciso deixar os grupos musculares treinados descan­
que é importante para estimular o crescimento muscu­ sarem, no mínimo, quatro dias ou até sete dias antes de
lar. Após chegar à falha, o ajudante pode auxiliar na exe­ treiná-los novamente. Deve-se usar as repetições força­
cução de 2 ou 3 repetições extras que não seriam possí­ das por não mais do que quatro semanas para qualquer
veis sem ajuda. Fazer repetições forçadas na última série grupo muscular.
de um exercício é necessário para dar um salto no cresci­
mento muscular. Um estudo com 16 atletas do sexo mas­ CLASSIFICAÇÃO
culino demonstrou que, após uma sessão, esse tipo de Tem po 1 2 3 4 5
treino aumenta os níveis do hormônio do crescimento -
um importante hormônio anabólico envolvido no estímu­ D u ração 1 2 3 4 5
lo dos processos que levam ao crescimento muscular - D ificu ldade 1 2 3 4 5
quase três vezes mais do que o treino tradicional (Fig.
6.1) (Ahtianen, Pakarinen, Kraemer e Hakkinen, 2003). Resu ltados 1 2 3 4 5
Ahtianen e colaboradores (2003) também estudaram a
recuperação muscular depois de sessões com repetições

80.000
70.000
60.000

� 50.000 �
s.. 40.000
30.000 #

20.000
10.000

Pré Leg press Leg press Agachamento Extensão Pós 30


(2 séries) (4 séries) (2 séries) de joel hos
(2 séries)

FIGURA 6.1 Este gráfico descreve a resposta aumentada do hormônio do crescimento - observada quando indivíduos reali­
zam um treino com repetições forçadas - comparada a um trei no convencional. * Significativamente diferente ( * = p<0,05, * *
= p<0,01, * * * = p<0,001) do valor correspondente ao pré-exercício. # Diferença estatisticamente significativa (# = p<0,05, ##
= p<0,01) entre as repetições máximas (R Ms) versus as repetições forçadas (RFs) .
De J.P Ahtianen, A. Pa karinen, W.J . Kraemer, and K. Hakklnen, "Acute hormonal and neuromuscu lar responses and recovery to forced vs. maxi m u m
repetitions multi p i e resista nce exercises, • l nternational Journal o f Sports Medicine, 2003; 24: 410-418. Adaptada c o m perm issão.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 91

Repetições negativas
Assim como as repetições forçadas, as repetições negati­ tivas no programa de treino é aplicá-las 1 ou 2 vezes em
vas que visam o aumento do tamanho são mais bem utili­ um grupo muscular e, depois, parar. Então, faça uma pau­
zadas no final da série, quando os músculos alcançaram sa por, no mínimo, dois meses. Será preciso executar ape­
a falha. Ao não se conseguir completar essa fase positi­ nas 2 ou 3 repetições negativas no final da última série
va da repetição com determinado peso, diversas repeti­ de cada exercício, sendo necessário 1 ou 2 ajudantes -
ções negativas ainda podem ser feitas, pois os músculos dependendo da quantidade de peso utilizado - para auxi­
são muito mais fortes nessa fase do exercício. O treino liar na fase positiva de cada repetição. Durante a fase ne­
com esse tipo de repetição é uma forma de tirar van­ gativa, deve-se tentar resistir ao peso, permitindo que ele
tagem disso. Logo, o método pode estimular um novo desça lentamente. Na fase excêntrica, não se pode de­
crescimento muscular quando realizado de tempos em morar menos do que três segundos para abaixar o peso.
tempos. Sua utilização para acelerar o crescimento é di­ Se não for possível resistir por, no mínimo, três segundos,
ferente de sua utilização para o incremento da força (ver sugere-se não realizar mais repetições negativas e termi­
Cap. 9 para saber como usar as repetições negativas a nar a série.
fim de melhorar a força). Resistir à descida do peso na
fase excêntrica ou na negativa provoca dano muscular.
Quando as fibras musculares sofrem o dano, ocorre uma CLASSIFICAÇÃO
sequência de passos que levam ao crescimento e ao de­ Te m po 1 2 3 4 5
senvolvimento de uma proteção para sobrecargas excên­
tricas futuras. Por isso, essa técnica não deve ser usada Duração 1 2 3 4 5
com frequência. Uma vez que se tenha criado uma tole­ Dificuldade 1 2 3 4 5
rância à lesão, esta se torna muito menor. Portanto, a for­
ma mais interessante de incorporar as repetições nega- Resultados 1 2 3 4 5

Treino com repetições lentas


O treino com repetições lentas consiste em uma técnica nefícios desse tipo de treino o tornam efetivo para o ga­
em que as repetições são feitas com uma velocidade mui­ nho de massa muscular. Ele minimiza o torque promovido
to lenta. Embora o termo abranja diversas possibilidades, pelo peso (resistência) e maximiza a força aplicada pelo
o método mais comum é conhecido como treino super­ músculo que está sendo treinado, bem como auxilia o de­
lento. Este requer a diminuição da velocidade das repeti­ senvolvimento da conexão entre a mente e o músculo,
ções, chegando a 10 segundos na fase positiva e a mais pois os movimentos lentos fazem com que o indivíduo se
10 na fase negativa. Usa-se um peso de aproximadamen­ concentre na contração muscular. Além disso as repeti­
te 50 a 70% do peso que se costuma usar e tenta-se com­ ções lentas fadigam progressivamente todas as fibras do
pletar de 5 a 10 repetições por série. Devido à natureza músculo envolvido, minimizam o risco de lesão decorren­
intensa das contrações lentas, deve-se fazer apenas 2 ou te da má execução dos movimentos e reduzem o estresse
3 exercícios por grupo muscular e somente duas séries aplicado nas articulações.
por exercício. Também deve haver um intervalo de des­
canso de 5 a 7 dias para os principais grupos treinados
com o método. Recomenda-se utilizá-lo por 4 a 6 sema­ CLASSIFICAÇÃO
nas antes de mudar para uma rotina diferente, que utilize Tem po 1 2 3 4 5
uma velocidade normal. Outra forma de incorporar repe­
Duração 1 2 3 4 5
tições lentas ao programa de treino é usando-as nos trei­
nos de cada grupo ou fazendo uma série de superlento Dificuldade 1 2 3 4 5
em cada sessão de todos os grupos musculares - tanto
Resultados 1 2 3 4 5
no início como no final da sessão de treino. Os vários be-
92 Jim Stoppani

Treino com séries variando a velocidade


Pela combinação d e repetições rápidas, lentas e com ve­ timos, recomenda-se incorporar equipamentos, especial­
locidade normal na mesma série, pode-se fazer três coi­ mente o multiforça, que também permite a realização de
sas: aumentar a força; aumentar a massa muscular e movimentos explosivos nas repetições rápidas.
diminuir a gordura. As repetições rápidas, assim como to­ Esse método é ideal para treinar músculos opostos
dos os movimentos explosivos, aprimoram a potência ou na mesma sessão de treino, agrupando peito com costas,
a habilidade de gerar força muito rapidamente. As lentas bíceps com tríceps, ombro com panturrilha, e perna com
aprimoram a força, pois mantêm os músculos tensiona­ abdominais. Assim, busca-se garantir que cada grupo
dos por um maior período. Quanto mais tempo eles têm muscular seja beneficiado integralmente. Pelo fato de o
de sustentar o peso, mais dano é causado e, portanto, número de repetições ser alto e a técnica, difícil, pode-se
maior massa muscular é desenvolvida. No final de cada facilmente fatigar o "tríceps" enquanto se treina peito,
série, repetições com a velocidade normal, aumentam a re­ sendo impossível trabalhar esses dois grupos musculares
sistência. Observe um exemplo de "séries variando a velo­ no mesmo dia com esse tipo de treino.
cidade" na Tabela 6.16. Comece fazendo duas séries por exercício duran­
Cada série tem 15 repetições. As repetições 1 a 5 te as duas primeiras semanas. Depois, aumente para
são as explosivas, executadas muito rápido. As repetições três séries nas semanas 3 e 4. O tempo de intervalo en­
de 6 a 10 são dolorosamente lentas, durando 5 segundos tre as séries deve ficar entre 1 e 2 minutos. Faça o treino
na fase positiva e outros 5 na negativa. As repetições de por, no máximo 4 semanas e, então, retorne a um mode­
11 a 15 são executadas na velocidade normal (cerca de 1 lo normal.
a 2 segundos para cada fase de movimento). Devido à in­
tensidade desse sistema, utiliza-se um peso no qual seja
possível executar de 20 a 25 repetições. CLASSIFICAÇÃO
Deve-se evitar exercícios unilaterais (com braços ou Tem po 1 2 3 4 5
pernas). Realizar 15 repetições (5 delas super lentas) por
Duração 1 2 3 4 5
série leva muito tempo; por isso, ao fazer algo como "re­
mada com halteres" ou "supino com halteres" de forma Dificu ldade 1 2 3 4 5
unilateral, há o risco de se colocar muita tensão nos mús­
Resu ltados 1 2 3 4 5
culos estabilizadores e do tronco. Para preservar estes úl-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 93

TABELA 6.16 Treino com séries variando a velocidade

TREINO 1 (SEGUNDA-FEIRA): PERNA + ABDOMI NAIS TREINO 3 (QUI NTA-FEIRA): OM BRO + PANTU R R I LHA

Séries Séries
Semanas 1-2/ Semanas 1-2/
Exercício semanas 3-4 Repetições Exercício semanas 3-4 Repetições

PERNA OM BRO

Agachamento no multiforça* 2/3 15 Meio d esenvolvimento n o 2/3 15


m u ltiforça*
Leg press 2/3 15
Remanda vertica l no 2/3 15
Extensão de joel hos 2/3 15 m u ltiforça
Flexão de joel hos 2/3 15 Elevação latera l com 2/3 15
ha lteres**
ABDO MI NAIS**

Elevação das pernas


PANTUR R I LHA
2/3 15
Flexão plantar, em pé
Abdominal, supra··· 2/3 15 2/3 15

• Agachamento com a barra por trás ou pela frente. Flexão plantar, sentado 2/3 15
•• Podem ser utilizados pesos nos exercícios abdominais. Se optar pela utili­ • Ou na máquina de meio desenvolvimento.
zação apenas do peso corporal, podem ser realizadas mais do que cinco re­
petições na velocidade normal no final da série, atingindo a fadiga. •• Ou na máquina de elevação lateral.
••• Ou na máquina para abdominal.
TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): TRÍCEPS + BÍCEPS

Séries
TREINO 2 (TERÇA-FEI RA): PEITO + COSTAS

Séries Sema nas 1-2/


Sema nas 1-2/ Exercício semanas 3-4 Repetições
Exercício semanas 3-4 Repetições
TRÍCEPS

Supino com a pegada


PEITO
2/3 15
Supino incli nado no m u i- 2/3 15 fechada, no multiforça
tiforça*
Tríceps na polia alta* 2/3 15
S u pino com ha lteres·· 2/3 15 BÍCEPS
Crossover··· 2/3 15 Rosca direta com barra 2/3 15
Rosca Scott··
COSTAS
2/3 15
Puxada 2/3 15 • Ou na máquina para tríceps.
•• Ou na máquina para rosca direta.
Remada 2/3 15
Extensão de ombros 2/3 15
* Ou na máquina de supino inclinado .
.. Ou na máquina de supino .
... Ou na máquina de voador.
94 Jim Stoppani

Quatro m i nutos para o m úsculo


Para o treino de quatro minutos para o músculo, esco­ pletar 10 repetições com halteres de 70 libras, espera-se
lhe-se um peso que permita a execução de 15 a 19 repe­ que você consiga realizar de 12 a 15 repetições com o
tições antes de chegar à fadiga. Levanta-se esse peso du­ mesmo peso. Isso também significa que você estará apto
rante quatro minutos, fazendo pequenos intervalos cada a utilizar halteres mais pesados (75 ou 80 libras) para as
vez que se atinge a falha muscular. O objetivo é ver quan­ mesmas 10 repetições.
tas repetições podem ser completadas em quatro minu­ São diversas as razões pelas quais esse programa
tos e aumentar, de forma progresiva, o número de repeti­ entrega tantos benefícios. Para os iniciantes, o fato de se
ções executadas ao longo das diversas semanas. Deve-se realizar um exercício durante quatro minutos com o mí­
estar apto a completar pelo menos 40 repetições na pri­ nimo de intervalo entre as séries proporciona um gasto
meira semana utilizando esse sistema, e espera-se que de calorias muito maior do que as séries convencionais
seja possível é completar 60 repetições após quatro ou com dois a três minutos de intervalo. Isso também signi­
seis semanas. fica que haverá um gasto maior de calorias quando o trei­
Na semana anterior ao início do método, deve-se no já tiver acabado, pois tal processo leva a uma grande
encontrar um peso que permita a execução de, no míni­ queima de gordura. Treinar dessa forma também coloca
mo, 15, e, no máximo, 19 repetições em todos os exercí­ os músculos sob um grande estresse metabólico, o que
cios selecionados. O peso escolhido é fundamental para o produzirá metabólitos, como o lactato. Os metabólitos es­
sucesso. Um peso exagerado, que permita realizar menos timularão uma maior liberação de hormônios anabólicos,
que 15 repetições, impossibilitará a execução de 60 repe­ tais como o hormônio do crescimento, a testosterona e o
tições em seis semanas. Um peso aquém do necessário, fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1), que,
que permita mais de 19 repetições, possibilitará a execu­ por sua vez, estimularão o crescimento muscular. Além
ção das 60 repetições em um período inferior a quatro se­ disso, o corpo também estará sendo trabalhado para li­
manas. É aconselhável fazer apenas o número de séries dar com esses metabólitos (disponibilidade x metaboli­
suficiente para determinar o peso do exercício; após, pas­ zação). Isso aumentará a resistência muscular, levando
sa-se para o próximo da lista. Realiza-se todos os exercí­ ao aumento da força. Os quatro minutos com um mínimo
cios da sessão de treino, conforme a ordem estabelecida. de intervalo também aplica um grande estresse mecâni­
Uma estratégia inteligente para "cadenciar" o trei­ co nos músculos (dano), que resultará em ganhos ainda
no é estabelecer um período de intervalo entre as séries. maiores no tamanho muscular. Treinar dessa forma é algo
Ao realizá-lo pela primeira vez, deve-se descansar duran­ tão único, comparado com a forma que você treinava an­
te 20 segundos cada vez que se atingir a fadiga muscu­ teriormente, que irá simplesmente levar seus músculos a
lar. Faz-se isso novamente na segunda semana. Então, na um "choque", fazendo com que eles cresçam ainda mais
terceira semana, diminui-se o intervalo para 15 segundos e fiquem mais fortes. Esse é o princípio conhecido como
cada vez que se atingir a fadiga, mantendo esse mesmo confusão muscular. Observe, na Tabela 6.17, um progra­
intervalo na quarta semana. Caso o objetivo das 60 repe­ ma completo de quatro minutos de mutilação muscular.
tições não seja alcançado na quarta semana, diminui-se Faz-se esse programa durante quatro a seis sema­
o intervalo entre as séries para 10 segundos na quinta e nas. Após, descansa-se por cerca de dois a três minutos
na sexta semanas. Assim, deve-se chegar às 60 repeti­ entre as séries.
ções, ou muito próximo disso.
Não se preocupe se você não atingir a marca das 60
repetições ao final das seis semanas em todos os exercí­ CLASSIFICAÇÃO
cios. Isso não é fundamental para os resultados que se­ Tem po 1 2 3 4 5
rão obtidos, Espera-se que, em quatro a seis semanas,
Duração 1 2 3 4 5
atinja-se maior tamanho muscular, menor gordura corpo­
ral e aumento da resistência muscular. Resistência mus­ Dificuldade 1 2 3 4 5
cular significa conseguir executar mais repetições com
Resultados 1 2 3 4 5
determinado peso. Por exemplo, se você consegue com-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 95

TABELA 6.1.7 Quatro minutos de mutilação muscular


TREINO 1 (SEGUNDA-FEI RA): PEITO, BÍCEPS E ABDOMI NAIS

G r u po muscu l a r Exercício Tempo/repeti ções-alvo: sema n a 1: sema n a 4

Peito Supino no m ultiforça 4min/40; 60


Supino com halteres 4min/40; 60
Crucifixo inclinado com halteres 4min/40; 60
Crossover 4min/40; 60

Bíceps Rosca d ireta com barra 4min/40; 60


Rosca direta, inclinada 4min/40; 60
Rosca Scott 4min/40; 60

Antebraços Rosca punho com barra 4min/40; 60

TREINO 2 (TERÇA-FEIRA): COSTAS E TRÍCEPS

Costas Puxada* 4min/40; 60


Remada* 4min/40; 60
Puxada* 4min/40; 60
Extensão de ombros 4min/40; 60

Tríceps Tríceps no multiforça 4min/40; 60


Tríceps na polia alta 4min/40; 60
Tríceps francês na polia baixa 4min/40; 60

Abdominais Elevação das pernas/joelhos** 4min/40; 60


Supra-abdominal na polia alta 4min/40; 60

TREINO 3 (QU I NTA-FEI RA): OMBROS E TRAPÉZIO

Ombros Meio desenvolvimento no multiforça 4min/40; 60


Elevação lateral com halteres 4min/40; 60
Meio desenvolvimento com halteres 4min/40; 60
Crucifixo invertido na polia alta 4min/40; 60

Trapézio Encolhimento no multiforça* 4min/40; 60


Encolhimento com halteres* 4min/40; 60

TREINO 4 (SEXTA-FEIRA): PER NAS, PANTUR R I LHAS E ABDOMI NAIS

Pernas Agachamento no m ultiforça 4min/40; 60


Leg press 4min/40; 60
Extensão de joelhos 4min/40; 60
Levantamento-terra romeno* 4min/40; 60
Flexão de joelhos deitado 4min/40; 60

Panturrilhas Flexão plantar em pé 4min/40; 60


Flexão plantar sentado 4min/40; 60

Abdominais Supra-abdominal declinado, com peso 4min/40; 60


I ntra-abdominal 4min/40; 60
• Uti lize faixas para os punhos nesses exercícios .
.. Se você não consegu i r realizar 15 repetições com as pernas estend idas, faça-as com os joelhos flexionados; se você consegui r mais do que 15 repetições, se­
gure um haltere ou uma medicine bali entre os seus pés ou joelhos.
96 Jim Stoppani

PROGRAMAS QUE treino é alterar a quantidade de peso utilizado. Os progra­


mas a seguir têm isso em foco - manipular a carga ou a
MANIPU LAM O PESO resistência. Para tanto, pode-se alterar séries com cargas
altas e leves dentro de uma mesma sessão de treino. Al­
Devido ao fato de o treinamento de força envolver o levan­ gumas dessas técnicas alteram o peso durante uma sé­
tamento de pesos ou a resistência, a mudança mais im­ rie. Independentemente da linha do tempo, o resultado vi­
portante que pode ser feita para manipular o programa de sado é a maior massa muscular.

Método pesado e leve


O método pesado e leve simplesmente incorpora diversas des devem ser realizadas em rotinas divididas em 3 ou 4
séries pesadas de determinado exercício seguidas por vá­ treinos. Por exemplo, o treino 1 pode ser de ombros e co­
rias séries leves do mesmo exercício. A teoria é que as sé­ xas; o 2, de peito, costas e abdominais; e o 3, para com­
ries pesadas estimularão mais as fibras musculares de pletar a rotina, com bíceps, tríceps e panturrilhas.
contração rápida, enquanto as leves promoverão a capila­
rização dos músculos e induzirão a fadiga. Esse método,
com frequência, é realizado em apenas um exercício (Tab. CLASSIFICAÇÃO
6.18). Fisiculturistas mais experientes às vezes fazem Tem po 1 2 3 4 5
dois exercícios, mas com um número total de séries me­
Duração 1 2 3 4 5
nor em cada um. Assim, o primeiro exercício (que normal­
mente é básico ou multiarticular) é executado com pesos Dificuldade 1 2 3 4 5
elevados e poucas repetições, enquanto o segundo (em
Resultados 1 2 3 4 5
geral, auxiliar) é feito com pesos muito leves e altas repe­
tições (ver Tab. 6.19). Em ambos os programas, as ativida-

...
TABELA 6.18 Exemplo do método pesado e leve TABELA 6.19 Exemplo do método pesado e leve com
com um exercício vários exercícios

Ili ... ..
1

Exercício
O m b ros Meio desenvolvi mento 4 5 O m bros Meio desenvolvimento 4 5
4 12 Elevação lateral 4 15
Pernas Agachamento 5 4 Pernas Agachamento 5 4
1 15 Leg Press 5 15
Peito Supino 5 5 Peito Supino 5 4
2 12 Crucifixo incli nado 4 15
Costas Remada com barra 4 4 Costas Remada com ba rra 5 4
3 15 Puxada 5 15
Abd o m i n a i s Abd o m i n a l na pol i a a lta 3 10 Abd om i nais Abdom i n a l na pol i a a lta 3 10
3 25 Abd o m i n a l i nvertid o 3 25
B íceps Rosca d ireta com barra 4 5 B íceps Rosca d i reta com ba rra 4 5
4 15 Rosca Scott 3 15
Tríceps Rosca testa 4 5 Tríceps Rosca testa 4 5
5 15 Tríceps na polia a lta 3 15
Pa nturril has Flexão pla nta r, em pé 4 8 Panturrilhas Flexão pla ntar, em pé 3 8
6 25 Flexão pla ntar, sentado 3 25
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 97

Método triangular
O método triangular é um sistema básico de treino de pi­ CLASSIFICAÇÃO
râmide - termo utilizado para se referir ao aumento ou à Te m po 1 2 3 4 5
diminuição gradativa da carga em cada série do exercício.
Esse método começa com 3 ou 4 séries ascendentes. As Duração 1 2 3 4 5
primeiras 2 ou 3 séries de aquecimento não são feitas até Dificuldade 1 2 3 4 5
a falha. A terceira ou quarta séries normalmente usam
um peso que permite a execução de 4 a 6 repetições. Em Resultados 1 2 3 4 5
seguida, o peso é diminuído de forma progressiva e as
repetições aumentam por outras 2 ou 3 séries (ver Tab.
6.20 para um exemplo de sessão com o método triangu­ TABELA 6.20 Método triangular para peito com o supino
inclinado
lar). Entre os benefícios adquiridos, está o fato de o mús­
culo de interesse ser lentamente preparado, para cargas
muito pesadas. Isso auxilia na prevenção de lesões. Além
1111
1
Peso (libras)
135
Repetições
10 2min
disso, o método oferece um número de repetições varia­
do, o que proporciona estímulos diferentes aos músculos 2 185 8 3min
treinados. 3 225 6 3min
4 245 4 3min
5 185 7 3min
6 165 8

Método pirâm ide rack


O método pirâmide foi criado depois do aparecimen­ rece um treino intenso, o que é bom para o início do cres­
to dos suportes para halteres, por ser mais bem utiliza­ cimento muscular. Devido ao fato de ser um sistema mais
do com halteres de pesos predeterminados, encontrados cansativo para os músculos, é importante não usá-lo com
na maior parte das academias. Assim como no método frequência. Ele é melhor quando aplicado em uma ses­
triangular, começa-se com um peso bem leve, executan­ são de treino para estimular o crescimento de um grupo
do 10 repetições, que servirão como aquecimento. Então, muscular defasado. É benéfico utilizá-lo em um exercício
aumenta-se gradualmente os pesos de cada série, com por grupo. Os melhores exercícios para esse método são
os menores incrementos disponíveis (em geral, cinco li­ os básicos com halteres, bem como os auxiliares (ver Tab.
bras em cada haltere), até ser feita apenas uma repeti­ 6.21). A Tabela 6.22 fornece um exemplo do método pirâ­
ção. Depois disso, se o praticante estiver realmente pron­ mide rack na rosca direta com halteres.
to para castigar os músculos, deve-se inverter a ordem e
diminuir o peso, (com a menor redução possível), até che­
gar ao ponto inicial. O intervalo entre as séries deve ser CLASS!F!CAÇÃO
mínimo - cerca de 1 a 2 minutos. Os benefícios são simi­
lares aos do método triangular no que se refere ao aque­
Tem po 1 2 3 4 5
1
Duração 1 2 3 4 5
cimento apropriado para preparar o músculo para o trei­
no intenso que virá depois. Por oferecer um número bem Dificuldade 1 2 3 4 5
amplo de repetições, o método pirâmide rack proporciona
Resultados 1 2 3 4 5
estímulos de treino variados ao músculo. Além disso, ofe-
98 Jim Stoppani

TABELA 6.21 Melhores exercícios para o método pirâmide TABELA 6.22 Pirâmide rack com a rosca direta
rack
Grupo muscu lar Exercício
-·iiHiij·iMl·é·i+iiW-11111
1 30 10 1min
Peito S u pino com halteres (reto, i ncli nado,
dec l i nado) 2 35 10 1min
Crucifixo com halteres (reto, i nclinado, 3 40 10 1min
dec l i nado)
4 45 8 2 min
O m b ros Meio desenvolvimento com halteres
Elevação com halteres (frontal, lateral, 5 50 6 2 min
crucifixo invertido)
Remada vertical com halteres 6 55 3 2 min

Costas Remada com halteres 7 60 1 2 min

Tra pézio Encol himento d e o m b ros com halteres 8 55 2 2 min

Coxas Passad a à frente com halteres 9 50 3 2 min

Tríceps Rosca testa com halteres 10 45 5 2 min


Tríceps f rancês com halteres
11 40 6 2 min
B íceps Rosca direta com halteres (em pé,
12 35 7 2 min
sentado, inclinado)
13 30 8 2min

Pi râm ide i nvertida


A pirâmide invertida é oposta ao método triangular. N ela, CLASSIFICAÇÃO
inicia-se o treino com uma intensidade muito elevada; em Tem po 1 2 3 4 5
seguida, diminui-se o peso e, depois, aumenta-se de novo.
Devido à grande dificuldade, esse é um dos métodos pi­ Duração 1 2 3 4 5
ramidais menos utilizado. Um exemplo é o usado pelo fi­
siculturista Dean Tornabane. Inicia-se com um peso que
Dificuldade 1 2 3 4 5
1
permita a execução de 6 a 10 repetições em um exercício Resultados 1 2 3 4 5
à escolha. Realiza-se, então, mais duas séries, diminuin­
do o peso apenas o suficiente para trabalhar o mesmo
número de repetições da primeira série. Após a terceira
série, executa-se mais duas, fazendo os mesmos incre­
mentos utilizados para diminuir os pesos anteriormente. TABELA 6.23 Pirâmide i nvertida
Devido à fadiga, é provável que as duas últimas séries te­ Use o meio desenvolvimento depois d e 2 ou 3 séries de
aquecimento
nham um número baixo de repetições (entre 2 e 4), que
trabalharão em sinergismo com as altas repetições das Série Peso ( l i b ras) Repetições I ntervalo
outras séries, proporcionando o aumento do crescimen­
1 185 8 2min
to muscular. Um exemplo da pirâmide invertida pode ser
visto na Tabela 6.23. Esse sistema pode ser usado com 2 175 8 2min
qualquer exercício e para a maior parte dos grupos mus­
3 160 8 2min
culares, mas é mais bem aplicado no início da sessão de
treino e em um exercício básico, como, por exemplo, o su­ 4 175 4 2min
pino, o meio desenvolvimento, o agachamento, a rosca di­
5 185 2
reta com halteres ou a rosca testa. O mais indicado é que
um desses exercícios seja seguido por 1 ou 2 exercícios
auxiliares para cada grupo muscular.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 99

Método Oxford
O método de pirâmide descendente Oxford usa a metade terizado pelo uso de 10 repetições por série, ele também
final do método triangular. Seu benefício é permitir o uso pode ser usado com outros números de repetições, como,
do peso mais alto na primeira série, antes que os mús­ por exemplo, 6, 8, 12 ou até 15 por série (ver Tab. 6.24 para
culos estejam fatigados por séries anteriores realizadas um exemplo de programa que usa a técnica piramidal des­
com pesos mais leves. N essa técnica, a primeira série é cendente Oxford). O método pode, ainda, ser aplicado por
feita com 100% de 10 repetições máximas (RMs) até a fa­ 4 a 6 semanas antes de mudar para outro diferente.
lha. Obviamente, isso deve ser precedido de 1 ou 2 sé­
ries leves de aquecimento. Na segunda e terceira séries, CLASSIFICAÇÃO
o peso é diminuído apenas o suficiente para que se com­
plete 10 repetições até a falha. Esse método parece fun­ Te m po 1 2 3 4 5
cionar bem para o ganho de massa, pois cada série é Duração 1 2 3 4 5
feita até a falha muscular, importante para induzir o cres­
cimento muscular ao estimular a liberação do hormônio Dificuldade 1 2 3 4 5
do crescimento (GH) e do fator de crescimento semelhan­ Resultados 1 2 3 4 5
te à insulina 1 (IGF-1). Embora o método Oxford seja carac-

TABELA 6.24 Oxford de massa


SEGUNDA-FEIRA: PEITO E TRÍCEPS TERÇA-FEIRA: PERNAS (continuação)
Repetições Repetições
Exercício Série Peso (até a fal ha) Exercício Série Peso (até a falha)
Supi n o i ncli nado 1 100% 10RMs 10 Exte nsão de 1 100% 10RMs 10
2 < 100% 10RMs* 10 joelhos 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10

Supino com 1 100% 10RMs 10 Flexão de joel hos 1 100% 10RMs 10


halteres 2 < 100% 10RMs 10 2 < 100% 10R M s 10
3 < 100% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10

Crucifixo i ncli- 1 100% 10RMs 10 QUINTA-FE IRA: OM BROS


nado 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 Meio d esenvol- 1 100% 10RMs 10
vimento com 2 < 100% 10RMs 10
Tríceps na polia 1 100% 10RMs 10 halteres 3 < 100% 10RMs 10
alta 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 Elevação latera l 1 100% 10RMs 10
2 < 100% 10RMs 10
Tríceps francês, 1 100% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10
sentado 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 Crucifixo inver- 1 100% 10RMs 10
tido 2 < 100% 10RMs 10
TERÇA-FEIRA: PERNAS 3 < 100% 10RMs 10

Agachamento 1 100% 10RMs 10 Encolh i m e nto de 1 100% 10RMs 10


com a barra 2 < 100% 10RMs 10 o m b ros com 2 < 100% 10RMs 10
pela f rente 3 < 100% 10RMs 10 ha lte res 3 < 100% 10RMs 10

Leg press 1 100% 10RMs 10 (Continua)


2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10

• Na segunda e terceira séries de cada exercício, d i minua o peso somente o suficiente para permitir que 10 repetições sejam completadas.
Lembrete: Os abdom inais podem ser feitos no fi nal de qualquer uma dessas sessões de treino.
100 Jim Stoppani

TABELA 6.24 Oxford de massa (continuação)


SEXTA-FEIRA: COSTAS E BÍCEPS SEXTA-FEIRA: COSTAS E BÍCEPS (continuação)

Repetições Repetições
Exercício Série Peso (até a fal ha) Exercício Série Peso (até a fal ha)

Puxad a 1 100% 10RMs 10 Rosca Scott 1 100% 10RMs 10


2 < 100% 10RMs 10 2 < 100% 10R Ms 10
3 < 100% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10

Remada com 1 100% 10RMs 10 Rosca a lternada 1 100% 10RMs 10


ha lteres 2 < 100% 10RMs 10 com halteres 2 < 100% 10R Ms 10
3 < 100% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10

Extensão d o 1 100% 10RMs 10 Rosca i nvertida 1 100% 10RMs 10


om bro n a 2 < 100% 10RMs 10 2 < 100% 10RMs 10
polia a lta 3 < 100% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10
• Na segunda e na terceira série de cada exercício, diminua o peso somente o suficiente para permitir que 10 repetições sejam completadas.
Lembrete: Os abdom inais podem ser feitos no final de qualquer uma dessas sessões de treino.

Breakdown
A técnica breakdown foi desenvolvida por Fred Hatfield, CLASSIFICAÇÃO
PhD, e usada com sucesso pelo fisiculturista Mike Quinn. Tem po 1 2 3 4 5
Ela envolve três diferentes faixas de repetições em cada
uma das três séries executadas. A primeira série é feita Duração 1 2 3 4 5
com um peso alto, que limita a realização em 4 a 6 repeti­ Dificuldade 1 2 3 4 5
ções por série, a fim de trabalhar as fibras musculares de
contração rápida. A segunda, com 15 a 20% menos peso Resultados 1 2 3 4 5

.-... ...-
que a primeira, faz com que sejam realizadas cerca de
10 a 15 repetições, incrementando o ambiente bioquími­
co dentro das células musculares e estimulando, assim, TABELA 6.25 Breakdown para aumentar o tríceps
o crescimento muscular. A última série é feita com cerca
de 50% menos peso que a primeira, de forma que sejam Exercício - - --.-
executadas de 25 a 30 repetições para o treino das fibras
Supino com a pegada 265 1 4
musculares de contração lenta. Os intervalos de repou­ fechada 215 2 12
so entre as séries devem ser de, aproximadamente, 2 a 3 135 3 27
minutos. Um exemplo de sessão de breakdown para o trí­
ceps é observado na Tabela 6.25. Rosca testa 135 1 6
105 2 15
65 3 30

Tríceps na pol i a a lta 100 1 6


80 2 12
50 3 25
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 101

Treino drop-set
O treino drop-set envolve uma redução imediata da quan­ CLASSIFICAÇÃO
tidade de peso utilizada, com o objetivo de continuar fa­ Te m po 1 2 3 4 5
zendo mais repetições em determinado exercício. Por
exemplo, quando se consegue fazer 10 repetições em uma Duração 1 2 3 4 5
rosca direta com barra com 100 libras, primeiro deve-se Dificuldade 1 2 3 4 5
completar as 10 repetições e, em seguida, colocar a barra
no suporte para, rapidamente, retirar cerca de 20 a 30% do Resultados 1 2 3 4 5
peso (20-30 libras). Logo após, realiza-se o maior núme­
ro de repetições possível com o novo peso, antes de co­
locar a barra mais uma vez no suporte e retirar 10 a 20% TABELA 6.26 Drop-set para deltoides
do peso para fazer mais repetições. Esse processo pode
ser repetido quantas vezes for desejado, embora a maior M EIO DESENVOLVIMENTO COM HALTERES
parte dos fisiculturistas faça 1 ou 3 retiradas a cada série Série Peso ( l i b ras) Repetições Intervalo
de drop-set. Mesmo que sejam feitas diversas retiradas
na série, elas são contadas como apenas uma série. Em 1 65 10 Nenhum
45 7 Nenhum
geral, os fisiculturistas fazem cerca de 2 ou 3 drop-sets por
30 5 2min
exercício. Deve-se escolher dois exercícios por grupo mus­
cular (normalmente um complexo e outro auxiliar) e fazer 2 65 9 Nenhum
três drop-sets em cada um. Outra forma de usar o méto­ 45 6 Nenhum
do é realizando a última série de cada exercício com um 30 4 2min
drop-set. O benefício desse tipo de treino é similar ao do 3 60 10 Nenhum
com repetições forçadas, já que os músculos são trabalha­ 40 6 Nenhum
dos além de seus limites. Forçar os músculos a continuar 30 3
se contraindo com o uso de cargas mais leves provocará
ELEVAÇÃO LATERAL
uma resposta elevada do hormônio do crescimento e do
IGF-1. O truque é manter o menor intervalo entre as retira­ 1 35 12 Nenhum
das. É uma boa ideia ter um ajudante para auxiliar com os 25 8 Nenhum
pesos ou usar halteres para retiradas de peso mais rápi­ 15 7 2min
das. Um exemplo de esquema com o treino drop-set para 2 30 12 Nenhum
ombros, usando o meio desenvolvimento com halteres e 20 7 Nenhum
a elevação lateral, pode ser visto na Tabela 6.26. Essa é 10 6 2min
uma boa forma de terminar uma sessão de treino de om­
3 30 10 Nenhum
bros caso esta seja precedida por séries de meio desen­ 20 6 Nenhum
volvimento e remada vertical. Siga um planejamento se­ 10 4
melhante para os outros grupos musculares.
102 Jim Stoppani

PROGRAMAS QUE MANIPULAM cogênio) de que necessitam durante as séries e para se


recuperarem entre elas. As substâncias químicas produzi­
OS INTERVALOS DE DESCANSO das pela utilização de diferentes combustíveis podem es­
timular certas rotas bioquímicas envolvidas no processo
Poucos fisiculturistas percebem que uma forma efetiva de crescimento muscular. Os programas a seguir alteram
de alterar os programas de treinamento para a manuten­ os intervalos de descanso entre as séries com o intuito de
ção do progresso envolve a manipulação dos intervalos estimular esse crescimento, o que pode ser feito pela di­
de descanso entre as séries, pois isso altera as adapta­ minuição do intervalo entre as séries de uma sessão de
ções bioquímicas a que os músculos são submetidos ao treino para a outra ou limitando-se o intervalo entre elas.
mudar o tipo de combustível (ATP, creatinafosfato ou gli-

Intervalo regressivo
No intervalo regressivo, o tempo de intervalo entre as sé­ CLASSIFICAÇÃO
ries é reduzido em cerca de 15 segundos a cada sessão Tem po 1 2 3 4 5
de treino. O programa começa com períodos de descan­
so de três minutos e, de forma progressiva, diminui para D u ração 1 2 3 4 5
aproximadamente 15 segundos ao longo de 12 semanas. Dificuldade 1 2 3 4 5
O objetivo é usar o mesmo peso para o mesmo número
de repetições a cada semana. Apesar de não parecer um Resultados 1 2 3 4 5
progresso quando se analisa a carga utilizada e as repeti­
ções executadas, observa-se um avanço importante ao se
considerar as reduções drásticas do intervalo de descan­ TABELA 6.27 Intervalo regressivo
so. Tais reduções treinam as rotas bioquímicas do mús­ Semana I nterva lo d e descanso entre as séries

1 3min
culo, que permitem uma recuperação mais rápida e um
número maior de repetições com determinado peso. A ca­
pacidade de fazer o mesmo número de repetições com 2 2min45s

3 2min30s
o mesmo peso e com um intervalo menor de descanso
entre as séries leva a um crescimento muscular maior.
Na verdade, conforme discutido no Capítulo 5, pesquisas 4 2min15s
mostram que indivíduos que seguem um programa de 8
5 2min
semanas, com diminuição do intervalo em 15 segundos a
cada semana, têm maior incremento de massa muscular 6 1mi n45s
do que aqueles que mantêm os intervalos fixos em 2 mi­
7 1mi n30s
nutos (Souza-Junior et ai., 2011). Deve-se permanecer no
mesmo intervalo caso se consiga completar até duas re­ 8 1m i n 15s
petições a menos do que as predeterminadas. Um exem­
9 1min
plo de progressão semanal do método de intervalo regres­
sivo para um atleta que treina cada parte do corpo uma 10 45s
vez por semana pode ser visto na Tabela 6.27. Fisiculturis­
11 30s
tas frequentemente usam esse modelo de treino na pre­
paração para competições. Acredita-se que esse método 12 15s
ajude na definição muscular e na diminuição da gordura
corporal, por assemelhar-se a uma sessão com caracte­
rística aeróbia.
Enciclopédia de m usculação e força de Stoppani 103

Sistema de descanso-pausa alternado


O sistema de descanso-pausa é uma forma única de trei­ Na última série de cada exercício, sugere-se fazer
nar braços e pernas de forma unilateral. Enquanto se a maior quantidade possível de repetições após o último
trabalha um lado do corpo, o lado oposto descansa. Em "descanso" (1 repetição). Além da intensidade dessa sé­
seguida, muda-se de um lado para o outro. Para isso, de­ rie, tal artifício também serve para medir se o peso utili­
ve-se escolher um peso que permita completar de 6 a 8 zado está apropriado. Caso seja possível realizar mais do
repetições. Tendo a rosca direta unilateral como exemplo, que uma repetição após o "descanso" final, aumenta-se
são feitas 3 repetições com o braço direito; logo após, tro­ o peso em 5 a 10 libras no próximo treino. Se for possível
ca-se para o braço esquerdo, sendo feitas 3 repetições realizar apenas uma repetição após o "descanso", então
com esse braço. Então, volta-se para o braço direito e exe­ o peso está perfeito. Se não for possível realizar uma re­
cuta-se mais 3 repetições. Deve-se continuar dessa ma­ petição após o "descanso" final, diminui-se o peso em 5 a
neira, "descansando" durante 3 repetições, depois du­ 10 libras no próximo treino.
rante 2 e, finalmente, durante 1 repetição. No final, serão Siga o sistema de descanso-pausa alternado mos­
completadas 14 repetições por série com um peso que trado na Tabela 6.28 durante quatro semanas e, então,
permita executar apenas 6 a 8 repetições. Basicamente, mude para um novo modelo de treino.
dobra-se a quantidade de repetições realizadas com de­
terminado peso. Isso acelera não somente o crescimen­
to, mas também a força muscular. Pelo fato de utilizar um
segmento de cada vez, há maior produção de força do CLASSIFICAÇÃO
que com os segmentos ao mesmo tempo. Ou seja, quan­ Tem po 1 2 3 4 5
D u ração
do são realizados exercícios unilaterais, como a rosca di­
1 2 3 4 5
reta unilateral, é possível carregar mais peso do que a
metade utilizada em uma rosca direta com barra, em que Dificuldade 1 2 3 4 5
Resu ltados
se utilizam os dois braços ao mesmo tempo. Isso leva a
1 2 3 4 5
um ganho ainda maior na força muscular.

TABELA 6.28 Sistema de descanso-pausa alternado


SEGUNDA-FEI RA: PEITO, TRÍCEPS E ABDOM I NAIS TERÇA-FEIRA: PERNAS

Grupo Grupo
m uscu l a r Exercício Séries Repetições m uscu l a r Exercício Séries Repetições

Peito Supino com halteres, 3 3, 3, 3, 2 , Pernas Leg press unilateral 3 3, 3, 3, 2 ,


unilateral* 2, 1 2, 1
Supino inclinado no 3 3, 3, 3, 2 , Passada a fundo no 3 3, 3, 3, 2 ,
m ultiforça, unila- 2, 1 multiforça 2, 1
teral Step com halteres 3 3, 3, 3, 2 ,
Crossover na polia 3 3, 3, 3, 2 , 2, 1
ba ixa, unilateral 2, 1 Extensão de joelhos 3 3, 3, 3, 2 ,
Crossover unilateral 3 3, 3, 3, 2 , unilateral 2, 1
2, 1 Flexão de joelhos 3 3, 3, 3, 2 ,
unilateral 2, 1
Tríceps Tríceps na polia alta, 3 3, 3, 3, 2 ,
unilateral 2, 1 Panturrilha Flexão plantar em pé, 3 3, 3, 3, 2 ,
Tríceps testa 3 3, 3, 3, 2 , unilateral 2, 1
unilateral 2, 1 Flexão plantar sentado, 3 3, 3, 3, 2 ,
3, 3, 3, 2 , unilateral 2, 1
Tríceps francês 3 2, 1
unilateral

Abdominais*
• Faça o treino normal de abdominais.
(Continua)
104 Jim Stoppani

TABELA 6.28 Sistema de descanso-pausa alternado (continuação)


QUINTA-FEIRA: OMBROS, TRAPÉZIO, ABDOMINAIS SEXTA-FEIRA: COSTAS E BÍCEPS
Grupo Grupo
m uscu lar Exercício Séries Repetições muscular Exercício Séries Repetições

O m b ros Meio desenvolv im en- 3 3, 3, 3, 2 , Costas Remada potente com 3 3, 3 , 3, 2,


t o c o m halteres, 2, 1 halteres 2, 1
u n ilate ral Puxada u n i l ateral 3 3, 3 , 3, 2,
Remada vertical no 3 3, 3, 3, 2 , 2, 1
m ultiforça , 2, 1 Remada na polia 3 3, 3, 3, 2,
u n ilate ral ba ixa , un ilateral 2, 1
Elevação lateral na 3 3, 3, 3, 2 , Extensão de om bros, 3 3, 3, 3, 2,
polia baixa , 2, 1 un ilateral 2, 1
u n ilate ral
Crucifixo i nvertido 3 3, 3, 3, 2 , Bíceps Rosca d ireta com 3 3, 3, 3, 2,
c o m halteres, 2, 1 halteres, u n ilateral 2, 1
u n ilateral Rosca d i reta i ncli nada 3 3, 3, 3, 2,
com ha lteres, 2, 1
Tra pézio Encolh imento no mui- 3 3, 3, 3, 2, u n ilateral
tiforça , u n ilateral 2, 1 Rosca Scott com 3 3, 3, 3, 2,
halteres, u n ilateral 2, 1
Abdominais*
• Faça o treino normal de abdominais.

Treino de qualidade
O treino de qualidade é um sistema que realiza intervalos exemplo de sessão com treino de qualidade para tríceps
de descanso de 1 minuto ou menos entre as séries, inde­ é visto na Tabela 6.29.
pendentemente do exercício ou da carga. Muitos fisicul­
CLASSIFICAÇÃO
turistas seguem essa técnica para ganhar massa muscu­
lar e, por isso, sempre mantêm os intervalos de descanso
abaixo de um minuto, sem considerar o peso do treino. Do Tem po 1 2 3 4 5
ponto de vista fisiológico, existem algumas evidências que Duração 1 2 3 4 5
suportam esses relatos. Intervalos de descanso em valo­
res mínimos fazem com que os níveis de lactato alcancem Dificuldade 1 2 3 4 5
índices muito altos. Uma vez que os níveis de lactato es­ Resultados 1 2 3 4 5
tão associados aos níveis de GH, as respostas deste e do

-
IGF-1 (associadas aos níveis de GH) serão elevadas. Um

TABELA 6.29 Sessão com treino de qualidade para o tríceps


Exercício Repetições Intervalo de descanso entre as séries

Supino com a pegada fechada 3 8-10 60s

Tríceps na polia a lta 3 8-12 30-45s

Tríceps fra ncês u n ilateral 3 10-15 O tem po suficiente para term i na r com o outro braço

Power circuit training


O power circuit training envolve movimentos básicos do sem um intervalo. Em vez de fazer várias séries de um
treino de potência, mas com pesos elevados, uma vez que exercício, é feita apenas uma série antes de passar para o
o treino em circuito convencional utiliza equipamentos e outro. No final, várias séries de cada exercício são comple­
pesos muito leves. O que esses dois métodos têm em co­ tadas após se realizar o circuito diversas vezes.
mum é o objetivo de mudar de um exercício para o outro
Enciclopédia de m usculação e força de Stoppa n i 105

Os circuitos de potência são elaborados para au­ A ordem dos exercícios afetará o nível de fadiga
mentar a força e o tamanho muscular e diminuir a gor­ muscular alcançado durante o circuito de potência. É sen­
dura corporal. O movimento contínuo desse tipo de treino sato alternar trabalhos de membros superiores com os de
mantém o metabolismo elevado durante toda a sessão. membros inferiores, a fim de permitir que os músculos
Estudos mostram que intervalos de descanso abaixo de se recuperem, adiando a fadiga (ver Tab. 6.30). Sempre
30 segundos ajudam a queimar mais calorias, indepen­ que for possível, exercícios de empurrar e de puxar tam­
dentemente do peso utilizado e de quantas repetições fo­ bém podem ser alternados. Por exemplo, se o circuito de
ram executadas. Pesquisas também sugerem que o uso potência começar com um exercício de puxar (p. ex., uma
de gordura pelo corpo depois do exercício é mais incre­ puxada) e depois passar para um de quadríceps (como
mentado em circuitos de potência do que no treinamento o /eg press), o próximo exercício para membros superio­
com pesos tradicional. Nos circuitos de potência, o prati­ res pode ser, então, um de empurrar (como o supino), e
cante faz cerca de 30 repetições para cada parte do corpo o exercício para membros inferiores pode ser uma flexão
com um peso de cerca de 75 a 85% de uma repetição má­ de joelhos, para os isquiotibiais. Em condições normais,
xima (ou um peso que possa ser levantado de 8 a 10 ve­ o circuito deve ser completado em menos de 25 minutos.
zes). Nesse tipo de circuito, sugere-se estar com um com­ Circuitos de potência para todo o corpo podem ser feitos
panheiro de treino que possa controlar o relógio ou com duas vezes por semana com, no mínimo, dois dias de des­
um cronômetro, a fim de monitorar o tempo. Cada exercí­ canso entre as sessões.
cio é realizado durante 15 segundos. O objetivo é comple­
tar o maior número de repetições possível antes de pas­
sar para o próximo exercício, sem intervalo. Quando um CLASSIFICAÇÃO
total de 30 repetições tiver sido completado em um exer­ Te m po 1 2 3 4 5
cício, este será excluído do circuito, e um período de des­
canso de 15 segundos será colocado em seu lugar nas D u ração 1 2 3 4 5
próximas passagens. Por exemplo, ao completar 17 repe­ D ificu ldade 1 2 3 4 5
tições na primeira passagem do circuito e 13 na segunda,
em vez de se fazer mais flexões plantares na terceira pas­ Resu ltados 1 2 3 4 5
sagem, deve-se parar e descansar por 15 segundos antes
de iniciar o próximo exercício.

TABELA 6.30 Sessão com power clrcult traln/ng


CI RCU ITO 1 CI RCUITO l i CI RCU ITO I l i •
Tom� Tom� Tom� Tom�
Exercício (segundos) Repetições' (segundos) Repetições' (segundos) Repetições' (segundos) Repetições'
Remada cu rvada 15 8 15 8 15 8 15 6
Leg press 15 8 15 8 15 8 15 6
Supino 15 8 15 8 15 8 15 6
Flexão de joe l h os 15 10 15 8 15 6 15 6
Rosca d i reta com 15 10 15 10 15 10 15 o
ba rra

Flexão pla nta r, 15 15 15 15 15 o 15 o


em pé

Meio d esenvolvi- 15 8 15 8 15 8 15 6
m ento, em pé

Exte nsão de 15 10 15 8 15 6 15 6
col u n a

Rosca testa 15 10 15 10 15 10 15 o
Descanse 2 m i n Desca n se 2 m i n Desca nse 2 m i n

'As repetições listadas são uma sugestão d e objetivo; faça o máximo que puder e m 1 5 segu ndos e passe pelo circuito tantas qua ntas forem a s vezes necessá-
rias até chega r a um tota l de 30 repetições em cada exercício.
Lembrete: Nos exercícios com a n i l has, use um peso de cerca de 75 a 85% de 1RM (ou um peso que possa ser levantado de 8 a 10 vezes no exercício). Por exem-
pio, se você consegue fazer uma repetição no supino com 200 libras, pode-se carrega r a barra no circuito com 150 a 170 l i bras.
106 Jim Stoppani

PROGRAMAS QUE MANIPULAM manipulando a escolha dos exercícios. Tal manipulação


pode ser feita mudando-se a ordem dos exercícios com­
A ESCOLHA DOS EXERCÍCIOS plexos e dos auxiliares de determinado grupo muscular,
alterando-se a forma como são executados (mudanças na
Existem centenas de exercícios de força que podem ser pegada ou no afastamento dos pés), limitando-se a ses­
executados (uma lista completa dos mais comuns é apre­ são de treino em um tipo de equipamento ou realizan­
sentada na Parte V). Com tantas opções a serem esco­ do-se exercícios que treinem apenas um lado do corpo.
lhidas para cada grupo muscular, faz sentido pensar que Todos esses métodos podem ser meios efetivos para au­
uma forma de elaborar um programa de treinamento é mentar o tamanho muscular.

Treino de pré-exaustão
O treino de pré-exaustão envolve a execução de um exer­ rie de 10 a 15 repetições no primeiro exercício e, logo de­
cício monoarticular antes de um multiarticular para de­ pois, uma série de 6 a 10 no segundo exercício. Deve-se
terminado grupo muscular. O objetivo é fatigar o múscu­ descansar por cerca de 2 a 3 minutos e repetir o proces­
lo que está sendo treinado com o exercício monoarticular, so duas vezes. Independentemente do método escolhido,
de modo que fique fraco para o exercício multiarticular. Por os pares de pré-exaustão são realizados com outros exer­
exemplo, um grupo muscular pequeno como o deltóide é cícios para o mesmo grupo muscular, executados na for­
fatigado (ou pré-exaurido) com um trabalho monoarticular, ma tradicional.
como a elevação lateral com halteres, antes de ser treina­
do com um movimento mais complexo e pesado, como o CLASSIFICAÇÃO
meio desenvolvimento com halteres. Isso porque o exercí­ Tem po 1 2 3 4 5
cio complexo envolve o músculo de interesse, além de, no
mínimo, um músculo sinergista. Por exemplo, no meio de­ D u ração 1 2 3 4 5
senvolvimento, o deltoide é auxiliado pelo tríceps. Enquan­ Dificu ldade 1 2 3 4 5
to esse sinergismo ajuda a levantar mais peso no exer­
cício complexo, ele pode limitar a fadiga do músculo de Resu ltados 1 2 3 4 5
interesse - isso ocorre especificamente quando o múscu­
lo sinergista é muito mais fraco do que o que está sendo
enfatizado. Se isso, de fato, acontece, então o exercício TABELA 6.31 Exemplo de pares de exercícios para o treino
de pré-exaustão

Ili
termina quando o músculo sinergista e não o que se está
tentando priorizar - encontra-se exaurido.
A pré-exaustão causa a fadiga do grupo muscular Exercício auxi l i a r Exercício m u ltiarticul a r

Peito Voador Supino


principal por meio do exercício auxiliar, de forma que ele
pode ser ainda mais fatigado no exercício complexo que Crucifixo inclinado Supino inclinado
virá a seguir. É claro que a força do músculo que está sen­ Crossover Supino declinado
do trabalhado fica comprometida no segundo exercício, o
Ombros Elevação lateral Meio desenvolvimento
com halteres com halteres
que impede o uso regular do treino de pré-exaustão pela
Elevação frontal Meio desenvolvimento
maior parte dos fisiculturistas. No entanto, alguns o utili­
zam para restringir a quantidade de peso que conseguem com barra
usar no exercício complexo. Se um fisiculturista tem uma
lesão que pode ser agravada por determinado exercício Costas Extensão do ombro Puxada, barra, remada
complexo, o treino de pré-exaustão limitará a quantidade na polia alta com barra
de peso que ele pode usar na série e, consequentemente, Tríceps Tríceps na polia alta Mergulho
o estresse aplicado no músculo ou na articulação lesio­ Tríceps francês Supino com a pegada
nada. Esse tipo de treino pode ser mantido por 4 a 6 se­ fechada

Bíceps Rosca Scott Barra com a pegada


manas ou feito para cada parte do corpo a cada 4 a 6 se­
manas. A Tabela 6.31 mostra boas opções de exercícios fechada
para um treino de pré-exaustão. Pode-se realizar normal­
mente três séries de 10 a 15 repetições no primeiro exer­ Pernas Extensão de joelhos Leg press
Flexão de joelhos Agachamento no m u i-
tiforça
cício, e três de 6 a 10 repetições no segundo, ou utilizar
esse sistema como uma série composta, fazendo uma sé-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 107

Treino com séries estendidas


O treino com séries estendidas é um método incompa­ 15 segundos antes de executá-los. Já entre as séries es­
rável que usa diversas variações de um exercício, as tendidas, deve-se descansar entre 3 e 4 minutos. Reali­
quais são ordenadas da mais difícil para a mais fácil. za-se de 1 a 3 séries de cada série estendida, dependen­
Isso pode ser exemplificado pelo supino com halteres. do do número de exercícios utilizado e da experiência do
A sua versão mais difícil é no banco inclinado, regula­ praticante.
do entre 30 e 45º . O mesmo exercício em um banco ho­ Esse é um método de treino extremamente avança­
rizontal é mais fácil do que no banco inclinado, porém do, pois envolve pesos elevados com pouco intervalo de
mais difícil do que no banco declinado. Assim, um trei­ descanso. Essas duas técnicas normalmente se opõem
no no supino com halteres pode ser realizado com uma uma a outra, uma vez que se treina ou pesado ou rápido,
série de supino inclinado, seguida imediatamente por sendo raro ver ambas juntas - até agora.
uma de supino no banco horizontal, e finalizada com Para a maior parte dos fisiculturistas, fazer uma sé­
uma de supino declinado, todas com o mesmo peso. rie estendida é suficiente. Isso depende da quantidade
Devido ao intervalo mínimo entre cada ajuste do ban­ de exercícios incluída em cada série e da experiência
co, esses três exercícios podem ser considerados uma de treino. Algumas dessas séries incluem apenas dois
série estendida. exercícios (como nos encolhimentos), enquanto outras
Nesse tipo de treino, cada ajuste coloca o corpo incluem até nove (como a série estendida para bíceps)
em uma posição "mais forte" do que a anterior. Isso (ver Tab. 6.32). Quanto mais exercícios por série, menor
faz com que o peso se torne mais fácil de ser levanta­ o número necessário de séries estendidas. A maior par­
do em cada mudança sucessiva de posição, permitindo te dos praticantes precisa de aproximadamente 2 a 3 sé­
um número maior de repetições se comparado à condi­ ries estendidas para o treino de trapézio, enquanto mui­
ção em que a mudança não é providenciada. Tal méto­ tos outros vão lutar para terminar uma série estendida
do não permite apenas que se treine com maior inten­ para o bíceps.
sidade; alterar a posição do corpo também aumenta o Há várias maneiras de incorporar esse método no
número de fibras musculares trabalhadas em cada gru­ treino. Pode-se fazer uma série estendida por grupo mus­
po muscular. cular junto com outras séries tradicionais para o mesmo
Para executar as séries estendidas, primeiro esco­ grupo, ou uma série gigante estendida, ou, ainda, esco­
lhe-se um peso que limite a execução em 4 ou 5 repeti­ lher duas séries estendidas diferentes para cada grupo -
ções no primeiro exercício. Em cada mudança de movi­ isso por que elas complementam uma à outra, já que não
mento, tenta-se fazer 2 a 4 repetições. Não se deve fazer utilizam os mesmos exercícios. O treinamento em séries
mais do que quatro repetições em qualquer um dos exer­ estendidas pode ser seguido por cerca de 4 a 6 semanas;
cícios, exceto no último da série estendida. Pode-se traba­ então, passa-se para um programa que utilize séries con­
lhar até a falha no último exercício de todas as séries. Se vencionais com um número maior de repetições, como,
houver 3 ou 4 mudanças por série, será atingido um total por exemplo, o método finish pump ou o método triangu­
de aproximadamente 7 a 16 repetições. Em resumo, será lar. Não se deve voltar para o treino com séries estendi­
utilizado um peso para cada exercício que é melhor para das antes de, no mínimo, 12 semanas. Existem motivos
o ganho de força, mas, no final da série estendida, o to­ para isso. O primeiro é o fator intensidade, como descrito
tal de repetições executadas por determinado grupo mus­ anteriormente. O segundo é a ordem dos exercícios, pois,
cular corresponde a uma faixa que otimiza o crescimen­ nesse treino, muitos dos exercícios básicos são treinados
to muscular. mais para o final da série estendida - ordem inversa à do
O primeiro exercício deve ser um em que o corpo treino típico de fisiculturismo.
encontre-se mais fraco se comparado a todos os outros
exercícios da série estendida. Cada exercício posterior
deve ser um em que o corpo fique mais forte se compa­
rado com o exercício anterior, e mais fraco em relação ao
próximo. Os intervalos entre as séries deverão ser sem­
CLASSIFICAÇÃO
pre mínimos, mas podem ser variados, dependendo da Tem po 1 2 3 4 5
vantagem mecânica adquirida na série seguinte. Alguns
Duração 1 2 3 4 5
exercícios serão bem mais fáceis do que o anterior; nes­
ses casos, o intervalo deve ser apenas o suficiente para Dificuldade 1 2 3 4 5
mudar a posição do corpo. Outros fornecem uma vanta­
Resultados 1 2 3 4 5
gem mecânica mínima; portanto, deve-se descansar até
108 Jim Stoppani

TABELA 6.32 Ganhos estendidos


Grupo m uscu lar Exercício Variacões
Peito Crucifixo com halteres 1. Crucifixo inclinado: 3-4 repetições
Descanse somente o suficiente para ajustar o banco.
2. Crucifixo reto: 2-4 repetições
Descanse somente o suficiente para ajustar o banco.
3. Crucifixo declinado: 2-4 repetições
Supino com halteres 1. Supino inclinado: 3-4 repetições
Descanse somente o suficiente para ajustar o banco.
2. Supino reto: 2-4 repetições
Descanse somente o suficiente para ajustar o banco.
3. Supino declinado: 2-4 repetições
Crossover 1. Crossover na polia baixa: 3-4 repetições
Descanse somente o suficiente para ajustar a polia.
2. Crossover na polia alta: 2-4 repetições
Mude imed iatamente o exercício, sem intervalo.
3. Supino no crossover. 2-4 repetições
Supino com barra 1. Supino com a barra na altura do pescoço: 3-4 repetições
Mude imed iatamente de exercício, sem intervalo.
2. Supino com a barra na altura dos mamilos: 2-4 repetições
Descanse somente o suficiente para colocar a barra no suporte e mudar a
posição do corpo.
3. Supino com a barra na parte inferior do peito (pés no banco, nádegas para
cima e para fora do banco)
Série declinada estendida final para o peito: faça o crucifixo com halteres e o supino com halteres como uma série estendida,
usando o mesmo peso.
Costas Puxada e barra 1. Puxada por trás da cabeça ou barra com a pegada aberta: 3-4 repetições
Traga a barra imed iatamente para a frente da cabeça e continue.
2. Puxada com a pegada aberta ou barra pela frente: 2-4 repetições
Descanse durante 15 segundos.
3. Puxada com a pegada fechada ou barra pela frente: 2-4 repetições
Descanse somente o suficiente para trocar a pegada.
4. Puxada supinada ou barra com a pegada fechada: 2-4 repetições
Remada (com barra 1. Remada com a pegada aberta (além da largura dos ombros): 3-4 repetições
ou com cabo) Descanse durante 15 segundos.
2. Remada com a pegada fechada (na largura dos ombros) ou pegada neutra:
2-4 repetições
Descanse somente o suficiente para trocar a pegada ou o acessório.
3. Remada com a pegada supinada: 2-4 repetições
Ombros Barra 1. Remada vertical com a pegada aberta: 3-4 repetições
Descanse somente o suficiente para colocar a barra no suporte e mudar a
posição do corpo.
2. Meio desenvolvimento com a barra por trás da cabeça: 2-4 repetições
Mude imed iatamente para o exercício seguinte.
3. Meio desenvolvimento com a barra pela frente da cabeça: 2-4 repetições
Elevação lateral com 1. Elevação lateral com os braços estendidos e halteres ao lado: 3-4 repetições
halteres Mude imed iatamente de exercício, sem intervalo.
2. Elevação lateral com os braços estendidos e os halteres na frente das coxas:
2-4 repetições
Mude imed iatamente de exercício, sem intervalo.
3. Elevação lateral com os braços flexionados em 90 º
(Continua)
Enciclopédia de m usculação e força de Stoppani 109

TABELA 6.32 Ganhos estendidos (continuação)


G r u po muscu l a r Exercício Variações

Ombros Treino completo para 1. Crucifixo invertido: 3-4 repetições


(continuação) deltoides Mude imed iatamente de exercício, sem intervalo.
2. Elevação frontal: 2-4 repetições
Mude imed iatamente de exercício, sem intervalo.
3. Elevação lateral: 2-4 repetições
Mude imed iatamente de exercício, sem intervalo.
4. Remada vertical: 2-4 repetições
Mude imed iatamente de exercício, sem intervalo.
5. Meio desenvolvimento com halteres, em pé: 2-4 repetições

Trapézio Encol himento de om­ 1. Encol himento com a barra por trás das costas: 3-4 repetições
bros com barra Descanse somente o suficiente para mudar a posição do corpo e a pegada.
2. Encol himento com barra: 2-4 repetições

Pernas Agachamento 1. Agachamento com a barra pela frente com pequeno afastamento dos pés (na
largura dos q uadris ou menos): 3-4 repetições
Não coloque a barra no suporte, apenas ajuste o afastamento dos pés e
continue.
2. Agachamento com a barra pela frente com amplo afastamento dos pés (mais
afastados do que a largura dos ombros): 2-4 repetições
Coloque a barra no suporte e descanse somente o suficiente para trocar a
posição da barra.
3. Agachamento com a barra por trás com um peq ueno afastamento dos pés: 2-4
repetições
Não coloque a barra no suporte, apenas ajuste o afastamento dos pés e
continue.
4. Agachamento com a barra pela frente com amplo afastamento dos pés: 2-4
repetições
Leg press 1. Leg press unilateral: 3-4 repetições com cada perna
Coloque a plataforma no suporte e descanse somente 15 segundos.
2. Leg press com os pés unidos: 2-4 repetições
Coloque a plataforma no suporte somente o tempo necessário para trocar a
posição dos pés.
3. Leg press com os pés afastados (além da largura dos ombros): 2-4 repetições

Bíceps Rosca invertida com 1. Rosca invertida, posição inclinada (cerca de 45"): 3-4 repetições
halteres 2. Rosca invertida, sentado: 2-4 repetições
3. Rosca invertida, em pé: 2-4 repetições
Faça todos os 3 movimentos sucessivamente, sem intervalo e sem colocar os
halteres no chão.
Rosca direta com 1. Rosca direta, posição inclinada (cerca de 45"): 3-4 repetições
halteres 2. Rosca direta, sentado: 2-4 repetições
3. Rosca direta, em pé: 2-4 repetições
Faça todos os 3 movimentos sucessivamente, sem intervalo e sem colocar os
halteres no chão.
Rosca neutra 1. Rosca neutra, posição inclinada (cerca de 45"): 3-4 repetições
2. Rosca neutra, sentado: 2-4 repetições
3. Rosca neutra, em pé: 2-4 repetições
Faça todos os 3 movimentos sucessivamente, sem intervalo e sem colocar os
halteres no chão.

Rosca com barra 1. Rosca invertida: 3-4 repetições


Descanse somente o suficiente para trocar a pegada.
2. Rosca d ireta com a pegada aberta (2-4 polegadas além da largura dos om­
bros): 2-4 repetições
Descanse durante 15 segundos.
3. Rosca d ireta com a pegada fechada (na largura dos quad ris): 2-4 repetições

Série estendida final para o bíceps: faça todas as três séries estendidas com halteres tendo apenas 15 segu ndos de intervalo
entre cada uma delas.
(Conti nua)
110 Jim Stoppani

TABELA 6.32 Ganhos estendidos (continuação)


G r u po muscu l a r Exercício Variações

Tríceps Rosca testa 1. Rosca testa até a parte frontal da cabeça: 3-4 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
2. Rosca testa até o nariz: 2-4 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
3. Rosca testa até o queixo (deixe que os cotovelos fiquem um pouco voltados
para fora): 2-4 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
4. Supino com a pegada fechada: 2-4 repetições

Tríceps na polia alta 1. Tríceps na polia alta com pegada supinada: 3-4 repetições
Descanse apenas o suficiente para trocar a pegada e a posição do corpo.
2. Tríceps francês (na polia alta): 2-4 repetições
Descanse apenas o suficiente para trocar a pegada e a posição do corpo.
3. Tríceps na polia alta: 2-4 repetições

Abdominais I ntra-abdominal 1. Elevação das pernas com os joelhos estendidos: cerca de 10-15 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
2. Elevação das pernas com os joelhos flexionados: cerca de 5-10 repetições
Descanse apenas o suficiente para assumir a nova posição.
3. Intra-abdom inal com as pernas estendidas: cerca de 10-15 repetições
Sem intervalo, vá para o próximo exercício.
4. Intra-abdom inal com as pernas flexionadas: cerca de 5-10 repetições

Supra-abdom inal 1. Supra-abdominal no banco declinado: cerca de 10-15 repetições


Descanse apenas o suficiente para trocar a posição do corpo.
2. Supra-abdominal: cerca de 10-15 repetições
Descanse apenas o suficiente para assumir a nova posição.
3. Supra-abdominal, em pé: cerca de 10-15 repetições
Descanse apenas o suficiente para trocar a posição do corpo.
4. Supra-abdominal na polia alta: cerca de 10-15 repetições

Devido ao fato de a musculatura abdom inal ser um grupo muscular com características particulares, quando se fala de treinamen­
to de força, o número de repetições das séries estend idas será bem mais alto do que o usado para outros grupos musculares.
No entanto, assim como com os outros grupos musculares, deve-se fazer cada exercício abdom inal quase até a falha.

Treino com peq uena variação angular


O treino com pequena variação angular tem uma concep­ não ser usadas e apenas acompanham o movimento exe­
ção similar à da série estendida. Ele usa diversas varia­ cutado. O uso da fibra depende não só da quantidade
ções de um exercício para garantir que todas as fibras de resistência, mas também do ângulo do exercício e da
musculares de um músculo sejam treinadas adequada­ amplitude de movimento. Se o ângulo (como no supino
mente. reto vs. supino inclinado) e a amplitude de movimento
Para entender a concepção dos ângulos nos exer­ (como movimentos parciais vs. movimentos com ampli­
cícios, é preciso conhecer a estrutura básica do múscu­ tude de movimento completa) não estimulam uma deter­
lo. Um fato importante, mas surpreendente, é que as fi­ minada fibra muscular durante o movimento, não ocor­
bras raramente cobrem todo o comprimento do músculo. rerá qualquer crescimento dessa fibra. Para garantir o
Na verdade, eles são compostos por uma sequência de trabalho de cada fibra muscular e o estímulo para o seu
segmentos de fibras ligadas de 1 a 4 polegadas (de 2,5 a crescimento, deve-se usar diversos exercícios. Além dis­
10 centímetros). Por essa razão, não se pode pensar nas so, mesmo em um exercício específico, é preciso haver
fibras musculares como sinônimo do músculo como um variação. Por exemplo, no supino com halteres, pode-se
todo. Isso é fundamental, pois o crescimento de cada fi­ ajustar o banco desde um ângulo de 30 º de declive até
bra muscular depende dos estímulos recebidos em de­ 45 º de inclinação, usando o máximo de ajustes permiti­
terminado exercício. Em vários casos, elas continuam a dos pelo banco.
Enciclopéd ia de musculação e força de Stoppani 111

Um exemplo de treino com pequena variação an­ CLASSIFICAÇÃO


gular pode ser observado na Tabela 6.33. Esse pro­
grama investe em pequenas mudanças nos ângulos
Tem po 1 2 3 4 5
1
usados, a fim de trabalhar os principais grupos mus­ D u ração 1 2 3 4 5
culares. Cada grupo deve ser treinado apenas uma vez Dificuldade 1 2 3 4 5

1
por semana.
Resultados 1 2 3 4 5

TABELA 6.33 Treino com pequena variação angular


SESSÃO DE TREINO 1
PEITO
N ú mero
Exercício d a série Repetições Especificações do exercício

Supino reto· Aquecimento 10 Pegada na largura dos ombros


Aquecimento 10 Pegada 6-8 polegadas além da largura dos ombros
1 6-8 Pegada normal (a pegada mais confortável)
2 6-8 Pegada na largura dos ombros
3 6-8 Pegada 2 polegadas além da largu ra dos ombros
4 4-8 Pegada 4 polegadas além da largu ra dos ombros
5 4-8 Pegada 6 polegadas além da largu ra dos ombros
6 4-8 Pegada 8 polegadas além da largu ra dos ombros
·eomo a lternativa, faça o supino inclinado com a mesma progressão de pegadas.

Crucifixo com halteres 1 8-10 Declinado em 45 a 60º


2 8-10 Declinado em 15 a 30º
3 8-10 Reto
4 6-10 I nclinado em 15 a 30º
5 6-10 I nclinado em 45º

Como alternativa pa ra o crucifixo, tente esta progressão no crossover.

Crossover 1 8-10 Na parte de baixo


2 8-10 Na metade da d istância entre a parte de baixo e a altura
dos ombros
3 8-10 Na altura dos ombros
4 8-10 Na parte de cima

TRÍCEPS
Rosca testa ou tríceps na polia alta Aquecimento 10 Tríceps francês, sentado (com haltere)
Aquecimento 10 Tríceps na polia alta, sentado
1 8-10 Tríceps francês, sentado (com haltere)
2 6-8 Tríceps francês, sentado (com haltere)
3 8-10 Rosca testa, acima da parte de cima da cabeça (os
braços ficam em ângulo de 45º)
4 8-10 Rosca testa até a parte frontal da cabeça
5 8-10 Tríceps na polia com o tronco um pouco inclinado para
a frente
6 8-10 Tríceps na polia alta com o tronco ereto com corda
7 6-8 Tríceps na polia alta com o tronco ereto com a barra
curta

Mergulho 1 6-10 Nas barras paralelas


2 6-10 No banco
(Conti nua)
112 Jim Stoppani

TABELA 6.33 Treino com pequena variação angular (continuação)


SESSÃO DE TREINO 1 (continuação)
ABDOMINAIS
N ú mero
Exercício d a série Repeticões Especificacões do exercíci o

Elevação das pernas para os lados, 1 15-20


com os joelhos flexionados

Elevação das pernas com os joelhos 2 15-20


flexionados

Abdominal no banco, declinado 3 15-20

canivete 4 15-20

Abdominal oblíquo 5 15-20

Abdominal 6 15-20

Faça todos os exercícios com um intervalo mínimo entre as séries.

SESSÃO DE TREINO 2
COSTAS
Puxada ou remada, com cabo Aquecimento 10 Puxada por trás da cabeça
Aquecimento 10 Puxada até a parte superior do peito
1 8-10 Puxada por trás da cabeça
2 8-10 Puxada até a parte superior do peito, com a pegada
aberta
3 6-10 Puxada até a parte superior do peito, com a pegada
fechada
4 6-8 Puxada frontal com cotovelos estend idos ou remada em
pé, na polia alta
5 6-8 Remada em pé, na polia (ao nível do peito), ou remada
com cabo, sentado
6 6-8 Remada em pé, na polia baixa

Remada com barra Aquecimento 10 Pegada normal (a pegada mais confortável)


1 6-8 Pegada normal
2 6-8 Pegada 8 polegadas além da la rgura dos ombros
3 6-8 Pegada 6 polegadas além da la rgura dos ombros
4 6-8 Pegada 4 polegadas além da la rgura dos ombros
5 6-8 Pegada 2 polegadas além da la rgura dos ombros
6 6-8 Pegada na largu ra dos ombros

BÍCEPS
Rosca direta Aquecimento 10 Deitado
Aquecimento 10 Em pé
1 8-10 Deitado
2 8-10 Inclinado em 15º
3 8-10 Inclinado em 30°
4 8-10 Inclinado em 45°
5 8-10 Inclinado em 60°
6 8-10 Inclinado em 75°
7 8-10 Rosca alternada, em pé
8 8-10 Rosca Scott
9 8-10 Rosca Scott, apoiado
10 8-10 Rosca invertida (na polia baixa)

Como alternativa para trabalhar o bíceps, tente esta progressão de rosca d ireta com barra:

Rosca direta com barra Aquecimento 10 Pegada aberta


Aquecimento 10 Pegada na largu ra dos ombros
(Continua)
Enciclopéd ia de musculação e força de Stoppani 113

TABELA 6.33 Treino com pequena variação angular (continuação)


SESSÃO DE TREINO 2 (continuação)
BÍCEPS

N ú mero
Exercício d a série Repetições Especificações do exercício
Rosca d ireta com ba rra (continuação) 1 8-10 Pegada neutra (a mais confortável)
2 8-10 Pegada 6 polegadas além da largura dos ombros
3 6-10 Pegada 4 polegadas além da largura dos ombros
4 6-10 Pegada 2 polegadas além da largura dos ombros
5 6-10 Pegada na largura dos ombros
6 6-10 Pegada fechada (uma mão afastada da outra, cerca de
4 polegadas)
SESSÃO DE TREINO 3
OM BROS
Meio desenvolvimento com halteres Aquecimento 10 Arnold press
Aquecimento 10 Palmas das mãos voltadas para a frente
1 6-8 Arnold press
2 6-8 Pegada neutra
3 6-8 Palmas das mãos voltadas para a frente
4 4-8 Palmas das mãos voltadas para a frente
Elevação com halteres 1 8-10 Elevação frontal (com pegada neutra; faça um braço por vez)
2 8-10 Elevação frontal em 45º*
3 8-10 Elevação lateral
4 8-10 Elevação lateral
5 8-10 Crucifixo invertido em 30º**
6 8-10 Crucifixo invertido
7 8-10 Crucifixo invertido
·Execute de forma similar à elevação latera l, mas eleve o braço até o ponto médio entre a elevação frontal e a latera l.
.. Execute de forma similar à elevação latera l, mas eleve o braço até 30 º atrás da elevação lateral.

ABDO M I NAIS

Elevação das pernast com os joel hos 1 15-20


flexionados
Abdominal cruzado, declinado 2 15-20
Abdominal, declinado 3 15-20
Pu/1 in na bola suíça 4 15-20
Abdominal invertido 5 15-20
Abdominal cruzado (oblíq uo) 6 15-20
Faça todos os exercícios com um intervalo m ínimo entre as séries.
SESSÃO DE TREINO 4
PERNAS
Agachamento* Aquecimento 10 Pés afastados
Aquecimento 10 Pés próximos
1 6-10 Pés na largura dos ombros
2 6-10 Pés na largura dos ombros
3 6-10 Pés na largura dos quad ris
4 6-10 Pés 4 polegadas mais afastados do que a largura dos quadris
5 6-10 Pés 6 polegadas mais afastados do que a largura dos quadris
6 6-10 Pés 8 polegadas mais afastados do que a largura dos
quad ris
7 6-10 Pés 10 polegadas mais afastados do que a largu ra dos
quad ris
8 6-10 Pés 12 polegadas mais afastados do que a la rgura dos
quad ris
·eomo a lternativa, faça no /eg press ou no agachamento no hack (mesmo que você possa ser limitado pela la rgura da plataforma para os pés).
(Conti nua)
t N. de R.T. : O autor se refere à realização da flexão do quad ril.
114 Jim Stoppani

TABELA 6.33 Treino com pequena variação angular (conti nuação)


SESSÃO DE TREINO 4 (continuação)
PERNAS

Como alternativa ao agachamento, ao /eg press ou ao agachamento no hack, tente a seguinte progressão no exercício
de passada à frente:

Exercício
Passada à frente 1
Ili
10-15
Especificações do exercício
Passada à frente
2 10-15 Passada à frente em 45º*
3 6-10 Passada para o lado
4 6-10 Passada para trás em 45º**
5 6-10 Passada para trás
*Faça como um meio-termo entre a passada para a frente e a passada para o lado. O pé deve ficar no ponto méd io entre esses dois exercícios.
**Faça como um meio-termo entre a passada para o lado e a passada para trás. O pé deve fica r no ponto médio entre esses dois exercícios.

Extensão de joelhos 1 10-12 Dedos dos pés voltados para cima


2 10-12 Dedos dos pés voltados para cima
3 8-12 Dedos dos pés voltados para fora
4 8-12 Dedos dos pés voltados para dentro
Stiff 1-3 10-12 Deixe que a barra passe um pouco dos joelhos
Flexão de joelhos, deitado* 1 10-12 Dedos dos pés voltados para baixo
2 10-12 Dedos dos pés voltados para dentro
3 8-12 Dedos dos pés voltados para fora
·como alternativa , faça em um aparelho de flexão de joelhos, sentado ou em pé.

Flexão plantar, em pé* 1 10-15 Dedos dos pés voltados para a frente
2 10-15 Dedos dos pés voltados para fora
3 10-15 Dedos dos pés voltados para dentro
·como alternativa , faça no leg press, em um aparelho donkey, ou em um aparelho para panturrilhas.

Flexão plantar, sentado 1 10-15 Dedos dos pés voltados para a frente
2 10-15 Dedos dos pés voltados para fora
3 8-15 Dedos dos pés voltados para dentro
Lembrete: 1 polegada = 2,54 centímetros.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 115

Barbei/ blasting
A proposta barbei/ blasting é limitar todas as opções de por não mais do que três semanas consecutivas e, de­
exercícios àqueles executados com barra, utilizando diver­ pois, alterado para um programa que ofereça maior va­
sos deles para estimular cada grupo muscular em vários riedade de exercícios. Também pode-se usar esse méto­
ângulos. É uma boa forma de complicar um pouco o trei­ do de forma esporádica em uma sessão de treino, a fim
no, enquanto se inova os exercícios realizados com uma de fazer algumas variações, ou quando a academia está
barra. Também é importante não utilizar halteres ao trei­ cheia e poucas opções restam para além de uma barra ou
nar em casa. um power rack disponível.
Uma forma de usar o método é executar todos os
exercícios em um power rack, o que poupará tempo e CLASSI FICAÇÃO
dará segurança, especialmente para aqueles que treinam Tem po 1 2 3 4 5
sozinhos. Um exemplo de aplicação nos principais grupos
musculares, em uma rotina dividida em três treinos, pode Duração 1 2 3 4 5
ser observado na Tabela 6.34. Esse programa pode ser Dificuldade 1 2 3 4 5
feito 1 ou 2 vezes por semana. Independentemente da
frequência semanal, o barbei/ blasting deve ser seguido Resultados 1 2 3 4 5

TABELA 6.34 Tenha um "blasr


SESSÃO DE TREINO 1: PEITO E TRÍCEPS SESSÃO DE TREINO 2: PERNAS, OMBROS E TRAPÉZIO
Repetições
(continuação)
Exercício Séries
Exercício Séries Repetições
Supino inc l i nado com ba rra (pegada 2 8-10
na la rgura d os om bros) Remada vertica l com barra ( pegada 3 8-10
a berta)
Supino inc l i nado com barra (pegada 2 8-10
a berta ) Remada vertica l com barra ( pegada 3 8-10
fechada)
Supino dec l i nado com ba rra 3 6-8
Enco l h i m ento de o m b ros com ba rra 2 6-8
Supino reto com ba rra 3 6-8
Enco l h i m ento de o m b ros com a 2 8-10
Supino com ba rra e pegada i nvertid a 2 8-10 barra por trás das costas
Supino com ba rra e pegada fechada 2 6-8
SESSÃO DE TREINO 3: COSTAS, BÍCEPS E ANTEBRAÇO
Tríceps f ra ncês com barra , sentado 2 10-12
Remada c u rvada com ba rra ( pegada 3 8-10
Rosca testa 2 8-10 pronada, na la rgu ra d os ombros)

SESSÃO DE TREINO 2: PERNAS, OM BROS E TRAPÉZIO Remada curvada com ba rra ( pegada 3 8-10
pronada, a berta )
Agachamento com a barra pela frente 3 8-10
Remada curvada com ba rra ( pegada 3 8-10
Agachamento com a ba rra por trás 3 6-8 supinada)

Agachame nto com barra , no hack 3 6-8 Pullover com barra, declinado 3 10-12

Passada à frente com ba rra 3 8-10 Rosca d i reta com barra 3 8-10

Leva nta mento-te rra romeno com 3 10-12 Rosca d i reta com apoio i n c l i nado 3 10-12
ba rra
Rosca Scott com ba rra 3 10-12
Flexão planta r com barra, em pé 3 10-12
Rosca i nvertid a 2 10-12
Flexão planta r com ba rra , sentado 3 15-20
Rosca pun ho com barra 2 10-12
Meio d esenvolvimento com barra , 3 8-10
em pé Rosca pun ho i nvertida com barra 2 10-12

Elevação fronta l com barra 3 10-12


116 Jim Stoppa ni

Treino u n i latera l
O treino unilateral usa exercícios que enfatizam apenas e os mesmos músculos do lado direito, treinados em ou­
um lado do corpo. A maior parte dos programas de treina­ tro. O programa (Tab. 6.35) consiste de quatro sessões de
mento negligencia esse método; no máximo, incluem es­ treino por semana, que servem para trabalhar o corpo in­
poradicamente um exercício com uma perna ou um bra­ teiro. A sessão de treino 1 consiste em peito, ombro, tra­
ço, como, por exemplo, a rosca concentrada e o Jeg press pézio, tríceps, costas e bíceps do lado direito. A sessão 2
unilateral, o que pode levar a desequilíbrios no desenvol­ envolve peito, ombro, trapézio, tríceps, costas e bíceps do
vimento e na força muscular. lado esquerdo. Na sessão 3, exercita-se o quadríceps, os
Pesquisas mostram que é possível produzir mais isquiotibiais e a panturrilha do lado direito. A sessão 4 en­
força em cada lado do corpo ao se realizar exercícios uni­ cerra o treino de todo o corpo trabalhando o quadríceps,
laterais do que ao executar exercícios bilaterais, como o os isquiotibiais e a panturrilha do lado esquerdo. Os abdo­
supino com barra. Além disso, pelo fato de existirem efei­ minais podem ser exercitados no final da primeira e da úl­
tos cruzados decorrentes do treino de um músculo de tima sessão de treino.
um lado do corpo, o sistema unilateral pode proporcio­ O volume de trabalho feito por cada grupo muscular
nar maior crescimento muscular no lado não treinado. é muito pequeno (dois exercícios por grupo e 2 ou 3 sé­
Ou seja, o lado que fica em repouso também recebe esti­ ries por exercício), porque esse tipo de treino intensifica a
mulação nervosa a partir do aumento do fluxo sanguíneo solicitação do sistema nervoso. Logo, utiliza-se um peso
que ocorre ao se exercitar os músculos do lado oposto do leve o suficiente para permitir a execução de 10 a 12 re­
corpo. Isso eleva o fornecimento de oxigênio, nutrientes e petições por série. Esse treinamento deve ser seguido por
hormônios aos músculos que estão em repouso, ao mes­ apenas 2 a 4 semanas antes de se voltar a treinar bilate­
mo tempo em que ajuda a levar embora os metabólitos ralmente, e não se deve realizá-lo mais de uma vez em um
das sessões de treino anteriores. O resultado é uma me­ período de 4 a 6 meses.
lhor regeneração e um maior crescimento muscular. Além dos exercícios dados no exemplo de treino,
Outro benefício do treino unilateral é o exercício dos existem muitos outros exercícios unilaterais que podem
músculos do tronco (os músculos superficiais e profundos ser feitos para cada grupo muscular. A Tabela 6.36 con­
do abdome e da coluna lombar), importantes para uma tém uma lista de opções.
melhor base da força geral. No entanto, o maior benefício
do treino unilateral é a grande inovação de estímulos da­
dos ao sistema nervoso e às fibras musculares, que acon­ CLASSIFICAÇÃO
tecem de uma forma diferente da de outros programas de Tem po 1 2 3 4 5
D u ração
treino. Esses novos estímulos podem levar a ganhos na
1 2 3 4 5
força e na massa muscular.
Esse método de treino separa as sessões em um Dificu ldade 1 2 3 4 5
1
Resu ltados
dia para o lado direito e outro para o lado esquerdo. Em
1 2 3 4 5
outras palavras, os músculos do lado esquerdo do cor­
po (como o bíceps e o tríceps) são treinados em um dia,

TABELA 6.35 Treino unilateral


TREINO 1.: M EMBRO SUPERIOR DO LADO DIREITO TREINO :1: MEM BRO SUPERIOR DO LADO DIREITO
(PEITO, OM BRO, TRAPÉZIO, TRÍCEPS, COSTAS E BÍCEPS) (PEITO, OM BRO, TRAPÉZIO, TRÍCEPS, COSTAS E BÍCEPS)
(continuação)
Grupo
muscu lar Exercício Séries Repetições Grupo
muscu lar Exercício Séries Repetições
Peito Supino unilateral com 3 10
haltere 3 12 Tríceps "Coice· com haltere 2 12
Crucifixo unilateral na Tríceps francês unilateral 2 12
polia alta
Costas Remada com haltere 3 10
Ombro Meio desenvolvimento 3 10 Puxada unilateral 3 12
unilateral com haltere
Bíceps Rosca Scott unilateral
3 12
Elevação lateral unilateral
2 12
Rosca concentrada com
na polia baixa
2 12
haltere
Trapézio Encolhimento de ombros 3 10
unilateral no m ultiforça
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 117

TABELA 6.35 Treino unilateral (continuação)


TREINO 2: MEM BRO SUPERIOR DO LADO ESQUERDO TREINO 3: M EM BRO I N FERIOR DO LADO DIREITO
(PEITO, OMBRO, TRAPÉZIO, TRÍCEPS, COSTAS E BÍCEPS) (QUADRÍCEPS, ISQUIOTIBIAIS, GLÚTEO E PANTURRILHA)
Grupo Grupo
muscular Exercício Séries Repetições muscular Exercício Séries Repetições
Peito Supi n o u n i latera l com 3 10 Perna Leg press u n i l ateral 3 10
ha ltere Exte nsão de joel hos 3 12
Crucifixo u n i late ra l na 3 12 u n i l atera l
polia a lta Leva nta mento-terra 3 10
romeno u n i lateral
O m b ro Meio d esenvolvimento 3 10
Flexão de joelhos unilateral 3 12
uni latera l com haltere 3 12
Flexão pla nta r no /eg
Elevação latera l unilateral
press , u n i l atera l 2 12
na polia ba ixa
Flexão planta r sentado,
Tra pézio Enco l h i mento de o m b ros 3 10 u n i l ateral 2 12
uni latera l no multiforça
TREINO 4: MEM BRO IN FERIOR DO LADO ESQUERDO
Tríceps " Coice" com haltere 2 12 (QUADRÍCEPS, ISQUIOTIBIAIS, GLÚTEO E PANTURRILHA)
Tríceps f rancês 2 12
uni latera l Perna Leg press u n i l ateral 3 10
Extensão de joelhos 3 12
Costas Remada com ha ltere 3 10 u n i l atera l
Puxada uni latera l 3 12 Leva nta mento-te rra 3 10
Bíceps Rosca Scott u n i latera l 2 12 romeno unilatera l
Rosca concentrada com Flexão de joelhos u n ilateral 3 12
ha ltere 2 12 Flexão planta r no leg 2 12
press, u n i l ateral
Flexão pla nta r sentado, 2 12
u n i l ateral

TABELA 6.36 Exercícios unilaterais


Grupo muscular Exercício Grupo muscular Exercício
Peito Su pino i n c l i nado u n i l ate ral com ha ltere Costas Remada com ca bo u n i latera l , sentado
Su pino declinado unilateral com ha lte re Extensão d o o m b ro uni latera l , na pol i a
Crucifixo uni latera l com ha ltere (reto, a lta
incl i nado, d ec l i nado) "Coice" com o braço estendido
Crossover u n i l ateral
B íceps Rosca conce ntrada com cabo, u n i l atera l
O m b ros Elevação f ronta l u n i latera l com haltere Rosca d i reta unilateral (sentado, i n c l i na-
Elevação l ateral u n i lateral com haltere do, em pé)
Crucifixo i nvertido u n i l atera l (com haltere Rosca d i reta uni latera l , na polia a lta
ou na pol i a ba ixa )
Remada vertical uni latera l c o m haltere Quad ríceps Step
Passad a à f rente
Tra pézio Enco l h i mento u n i latera l com h altere Agachamento

Tríceps " Coice" na polia ba ixa


Tríceps na polia a lta (com estribo ou corda)
Rosca testa u n i l atera l
118 Jim Stoppani

Treino pareado
Os treinos pareados (Tab. 6.37) têm o mesmo exercício tará muito mais o dano muscular. Em seguida, realiza-se
no início e no final da sessão. Fazer um exercício duas ve­ mais duas séries de 12 a 15 repetições. Essa janela de re­
zes extrai todos os benefícios que ele pode proporcionar, petições maior levará os músculos ao limite da fadiga. Os
que incluem o aumento do tamanho e da força muscular, tempos de intervalo entre essas três séries serão manti­
além da perda de gordura. dos em 1 minuto, a fim de realmente exaurir os músculos.
Fazer esses exercícios no início e no final do treino, A fadiga também é fundamental para o crescimento de­
maximiza o crescimento muscular e a força. Isso porque vido aos metabólitos bioquímicos produzidos nas células
fazer o primeiro exercício, quando se está descansado e musculares, decorrentes da "queima" de glicose e gordu­
mais forte maximiza a força e a sobrecarga mecânica apli­ ra para o fornecimento da energia necessária para a con­
cada nos músculos. Quando no início do treino, utiliza-se tração muscular. Esses metabólitos sinalizam o aumento
cargas altas e poucas repetições (6 a 8 por série). Essa dos hormônios anabólicos e dos fatores de crescimen­
janela de repetições é a melhor para aprimorar a força e to, como o hormônio do crescimento (GH) e os fatores de
a massa muscular, devido à aplicação das cargas mais crescimento semelhantes à insulina do tipo 1 (IGF-1). Os fa­
elevadas nos músculos, o que maximiza o dano muscu­ tores anabólicos, juntamente com a testosterona, influen­
lar e, consequentemente, os ganhos de força e o cresci­ ciam o incremento muscular por meio do crescimento de
mento muscular. Quando as fibras são lesionadas, elas novas fibras - que substituirão as fibras lesionadas - e
são substituídas por novas, maiores e mais fortes, em um aumentam a síntese de proteínas. A síntese de proteínas
esforço para se adaptar à sobrecarga aplicada. Mas essa musculares, por sua vez, tem o papel de incrementar to­
é apenas uma forma dos músculos crescerem. Tal janela das as fibras musculares pelo fornecimento de mais pro­
também estimula a produção de hormônios anabólicos, teínas. Já que essas fibras são constituídas de proteínas,
como a testosterona. mais proteínas significam fibras maiores.
Quando se realiza o mesmo exercício no final do trei­
no, o praticante já está pré-exaurido pelos exercícios an­
teriores. Isso maximiza a fadiga aplicada aos músculos e CLASSIFICAÇÃO
interfere na faixa de repetições a ser utilizada. Serão fei­
tas três séries. Na primeira, usa-se o mesmo peso utili­ Tem po 1 2 3 4 5
zado no início do treino, a fim de aumentar ainda mais o D u ração 1 2 3 4 5
dano muscular provocado no início da sessão, ao forçar
os músculos a movimentar o mesmo peso quando já fati­ Dificu ldade 1 2 3 4 5
gados. Por causa disso, será possível realizar apenas al­ Resu ltados 1 2 3 4 5
gumas poucas repetições, mas cada uma delas aumen-

TABELA 6.37 Sessões de treino pareado


TREINO 1: PEITO, BÍCEPS E ABDOM I NAIS

G rupo m uscu lar Exercício Series/repetições Intervalo

Peito Supino reto 3/6-8 2-3min


Supino inclinado com halteres 3/8-10 2min
Crucifixo inclinado com halteres 3/10-12 1-2min
Crossover 2/12-15 1-2min
Supino reto 1/até a fal ha1 1min
2/12-15 1min

Bíceps Rosca d i reta com barra 3/6-8 2-3min


Rosca d i reta inclinada, com halteres 3/8-10 2min
Rosca concentrada na polia baixa 3/10-12 1min
Rosca d i reta com barra 1/até a falha1 1min
2/12-15 1min
(Continua)
Enciclopéd ia de musculação e força de Stoppani 119

TABELA 6.37 Sessões de treino pareado (continuação)


TREINO 1: PEITO, BÍCEPS E ABDO M I NAIS (Continuação)

G ru po m uscu lar Exercício Series/repetições Intervalo

Abdominais l nfra-abdominal 2 2/6-8 1-2min


Supra-abdom inal 3/até a falha 1min
I ntra-abdom inal 1/até a falha 1min
2jaté a falha i.3 1min

TREINO 2: PERNAS E PANTU R R I LHAS

Pernas Agachamento 3/6-8 2-3min


Leg press 3/8-10 2min
A fundo com halteres 3/10-12 1-2min
Extensão de joelhos 3/12-15 1min
Flexão de joelhos, deitado 3/12-15 1min
Agachamento 1/até a falha i 1min
2/12-15 1min

Panturrilhas Flexão plantar em pé 3/6-8 1-2min


Flexão plantar sentado 3/15-10 1min
Flexão plantar em pé 1/até a falha i 1min
2/12-15 1min

TR EINO 3: OM BROS, TRAPÉZIO E ABDOMI NAIS

Om bros Meio desenvolvimento com barra 3/6-8 2-3min


Remada vertical com halteres 2/8-10 2min
Elevação lateral na polia baixa 3/10-12 1-2min
Crucifixo invertido 3/12-15 1min
Meio desenvolvimento com barra 1/até a falha i 1min
2/12-15 1min

Trapézio Encolhimento com barra 3/6-8 2-3min


Encolhimento com barra por trás do corpo 2/10-12 1-2min
Encolhimento com barra 1/até a falha i 1min
2/12-15 1min

Abdominais Supra-abdom inal na polia alta 2/6-8 1-2min


I ntra-abdom inal 3/até a falha 1min
Supra-abdom inal na polia alta 1/até a falha i 1min
2/12-15 1min

TREINO 4: COSTAS E TRÍCEPS

Costas Remada com barra 3/6-8 2-3min


Flexões na barra com a pegada aberta 3/até a falha 2min
Remada com cabo, sentado 3/10-12 1-2min
Extensão de ombros, unilateral 3/12-15 1min
Remada com barra 1/até a falha i 1min
2/12-15 1min

Tríceps Supino com a pegada fechada 3/6-8 2-3min


Tríceps na polia alta 3/8-10 2min
Tríceps francês na polia alta 3/10-12 1min
Supino com a pegada fechada 1/até a falha i 1min
2/12-15 1min
1 Use o mesmo peso uti lizado na última série desse exercício.
2 Segure um haltere ou uma medicine bali entre os pés.
3 Use somente o peso corpora l.
120 Jim Stoppani

Treino de puxar e empurrar com exercícios angulares


O treino de puxar e empurrar (mostrado no Cap. 8) é um dos os principais grupos musculares somente com exercí­
dos sistemas mais simples e efetivos que já foi elabora­ cios de isolamento (monoarticulares).
do. Ele tem sido usado por fisiculturistas competitivos e Um dia de treino angular enfoca o peito, as pernas,
outros atletas de alto rendimento. O conceito envolve a os ombros e o tríceps; enquanto o outro dia enfoca as cos­
categorização de todos os exercícios de força em um dos tas, o bíceps, os antebraços e os abdominais. Assim, trei­
dois tipos - movimentos de empurrar e movimentos de na-se cada grupo muscular duas vezes na semana, uma
puxar - e a sua separação em sessões específicas. Um com movimentos compostos (de empurrar ou puxar) e ou­
treino típico de empurrar inclui exercícios para peito, om­ tra com exercícios de isolamento (dia angular). Dessa for­
bros, quadríceps e tríceps, porque esses são considera­ ma, pode-se focar em um dia de treino básico e pesado
dos os músculos que empurram. Um treino típico de pu­ para cada grupo muscular, usando um número baixo de
xar inclui exercícios para costas, bíceps, isquiotibiais e repetições, e em outro dia, nos exercícios de isolamento,
trapézio. Mas essa organização não é assim tão simples. com cargas mais leves e um alto número de repetições.
Para a maioria dos grupos musculares, pode-se fa­ Dessa forma haverá estímulos diversos para o aumento
zer alguns exercícios que não se encaixam na definição de da força e da massa muscular. Ainda, cada músculo será
"empurrar" ou "puxar", como, por exemplo, a extensão de treinado com maior frequência e com diferentes tipos de
joelhos, a flexão de joelhos, a rosca direta, o tríceps na po­ estresse (pesado e leve) em cada semana. Separar esses
lia alta, a elevação lateral e o voador, que, tecnicamente, dois tipos de exercício em dois treinos para cada parte do
não envolvem esses movimentos. Tais exercícios são, na corpo será uma mudança bem-vinda para os músculos,
verdade, o que se pode considerar como movimentos an­ resultando em maior hipertrofia e ganhos de força.
gulares. Os seja, o movimento não segue uma linha reta, Siga o treino de puxar e empurrar com exercícios an­
mas sim um movimento em arco. Esses são sempre exer­ gulares sugerido na Tabela 6.38 durante quatro semanas.
cícios de isolamento, por envolverem apenas uma articu­ Sinta-se à vontade para utilizá-lo por um período maior.
lação. Por sua vez, puxar ou empurrar um peso em uma Entretanto, após quatro semanas com esse modelo, cer­
linha reta envolve várias articulações trabalhando juntas. tifique-se de fazer alguma mudança como, por exemplo,
Assim, atividades que contemplem esses movimentos substituí-lo pelos exercícios listados na Tabela 6.39. Outra
são sempre multiarticulares. opção é mudar as janelas de repetições e os tempos de
O treino de puxar e empurrar funciona bem para intervalo, dependendo do objetivo de treino. A rotina mos­
powerlifters e atletas de força que raramente fazem exer­ trada na Tabela 6.38 é uma combinação de força e hiper­
cícios angulares (de isolamento). Entretanto, pelo fato de trofia, usando um número de repetições baixo (4 a 7), mo­
fisiculturistas dependerem desses movimentos, alterei o derado (8 a 12) e alto (15 a 20)
"treino de puxar e empurrar" para o "treino de puxar e em­
purrar com exercícios angulares" . Nele, encontra-se um CLASSIFICAÇÃO
treino de empurrar em que se dá ênfase ao peito, às per­ Tem po 1 2 3 4 5
nas, aos ombros, ao tríceps e à panturrilha por meio de
exercícios multiarticulares, bem como um treino de pu­ Duração 1 2 3 4 5
xar com ênfase em costas, trapézio, bíceps e abdominais, Dificu ldade 1 2 3 4 5
também com exercícios multiarticulares. Por fim, realiza-se
dois dias de treino "angulares" que, juntos, enfatizam to- Resultados 1 2 3 4 5
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 121

TABELA 6.38 Treino de puxar e empurrar com exercícios angulares


DIA DE "EMPURRAR" (SEGU NDA-FEI RA)
Grupo muscular Exercício Séries Repetições Intervalo
Peito Supi n o com barra 3 4-6 2min
Supi n o incl i nado c o m ha lteres 3 6-8 2min
Supi n o declinado no multiforça 3 8-10 2min

Pernas Agachamento com ba rra 3 4-6 2min


Agachamento c o m a ba rra pela frente, no mu ltiforça 3 6-8 2min
Leg press 3 8-10 2min

O m b ros Meio desenvolvi m ento com ba rra 4 4-6 2min


M e i o desenvolvi m ento c o m ha lteres 4 6-8 2min

Tríceps Supi n o com a pegada fechada 3 6-8 2min


Mergulho 3 8-10 2min

Pa ntu rri I has Flexão pla ntar em pé 3 8-10 lmin

DIA DE "PUXAR" (TERÇA-FEIRA)


Costas Levanta mento-terra 3 4-6 2min
Remada curvada c o m ba rra 3 6-8 2min
Puxada p e l a frente 3 8-10 2min

Costas e bíceps Flexão na barra com a pegad a aberta e i nvertida 3 6-8 2min
Rosca d i reta c o m ba rra 3 8-10 2min

Tra pézio Encol h i mento com ba rra 3 6-8 2min


Encol h i mento c o m h alteres 3 8-10 2min

Abd o m i n a is Elevação das pernas com os joelhos fletidos 2 10-12 lmin


Supra-abod o m i n a l na pol i a a lta 2 10-12 lmin

DIA ANGULAR 1 (QU INTA-FEI RA)


Peito Crucifixo incl i nado com halteres 3 10-12 lmin
Crossover 3 12-15 lmin
Voador 3 15-20 lmin

Quad ríceps Extensão de joelhos 4 15-20 lmin

lsquiotibiais Flexão de joelhos, deitado 4 15-20 lmin

O m b ros Elevação late ra l na polia ba ixa 3 10-12 lmin


Elevação fronta l c o m barra 2 12-15 lmin
Crucifixo i nvertido c o m ha lteres 2 15-20 lmin

Tríceps Tríceps na polia a lta 3 10-12 lmin


Tríceps fra ncês com ha lteres 3 12-15 lmin

DIA ANGULAR 2 (SEXTA-FEIRA)


Costas Pullover decl i nado com halteres 4 10-12 lmin
Extensão de om bros na pol i a a lta 4 12-15 1min

B íceps Rosca d i reta i n c l i nada, com barra 3 10-12 lmin


Rosca d i reta c o m ha lteres 3 12-15 lmin

Antebraços Rosca pun h o com ba rra 3 12-15 lmin

Abdom i nais I ntra-abdom i n a l 3 15-20 lmin


Supra-abdom i na l 3 20-25 lmin
122 Jim Stoppani

Exercícios angulares de empu rrar-puxar


A Tabela 6.39 lista cada exercício de puxar, de empurrar e angular para as principais partes do corpo. Use este ca­
tálogo para substituir os outros exercícios do exemplo de rotina dividida desse modelo, mostrado anteriormente.

TABELA 6.39 Exercícios angulares de empurrar-puxar


G r u po muscul a r Empurrar Puxar Angul a r

Peito Supino reto com barra, inclinado ou Não há Crucifixo reto com halteres,
declinado inclinado ou declinado
Supino reto com halteres, inclinado Crucifixo reto na polia, inclinado
ou declinado ou declinado
Supino reto no multiforça, inclinado Crucifixo na máquina
ou declinado Crossover (na polia alta ou baixa)
Qualquer outro supino na máquina Voador
Apoio Pullover

Costas Não há Remada curvada com barra, Extensão de ombros


com halteres, no m ultiforça Pullover
ou na polia
Remada com cabo, sentado
Levantamento-terra
Flexões da barra com a pegada
aberta
Remada com barra T
Remada na polia alta

Ombros Meio desenvolvi mento com barra, Remada vertical com barra, Elevação lateral com halteres,
com halteres ou no m ultiforça com halteres, no m ultiforça cabo ou máquina
ou na polia baixa* Elevação frontal com halteres,
cabo ou máquina
Crucifixo invertido com halteres
ou na polia
Voador invertido

Tríceps Supino fechado com barra, com Não há Tríceps na polia alta
halteres ou no m ultiforça Tríceps testa com barra ou halteres
Tríceps francês com halteres,
barra ou na polia
Coice com halteres ou na polia
Tríceps na máquina

Bíceps Não há Flexões na barra com a pegada Rosca Scott com barra, halteres,
aberta e invertida barra ·w·ou na polia
Rosca d ireta móvel Rosca d i reta, inclinada
Rosca concentrada
Rosca d ireta na máquina

Quadríceps Agachamento com barra ou no Não há Extensão de joel hos


multiforça Agachamento sissy
Leg press
Agachamento no hack
Agachamento com a barra pela frente
ou no multiforça
Agachamento na máquina
Passada com barra ou halteres
(Conti nua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 123

TABELA 6.39 Exercícios angulares de empurrar-puxar (continuação)


G rupo muscular Empurrar Puxar Angul a r

lsquioti biais Agachamento com ba rra ou no Não há Flexão de joelhos deitado, sentado
multiforça ou em pé
Agachamento na máquina Levantamento-terra romeno
Passada com barra ou halteres
Panturrilhas Flexão plantar em pé ou sentado, Não há Não há
donkey ou no /eg press
Abdominais Não há Não há Supra-abdominal
l nfra-abdominal
Abdominal oblíquo
Elevação das pernas com os joe­
lhos fletidos ou estendidos
Supra-abdominal na polia alta
Trapézio Não há Não há Encolhimento com barra, com
halteres ou no m ultiforça
Remada vertical com barra, com
halteres, no m ultiforça ou na
polia
• A remada de pegada a berta com ba rra , no multiforça, com ha lteres ou na polia baixa é o ú nico exercício de ombros que de fato rea liza um movi mento de
puxar. Mesmo que seja, do ponto de vista técn ico, inconsistente com a d ivisão de empu rra r e puxa r em atividades angulares, si nta-se livre para executar
remadas verticais no dia angular 1.

Treino com banda elástica


Conforme discutido no Capítulo 4, bandas elásticas ou TABELA 6.40 Treino com banda elástica
bandas de resistência oferecem um tipo de resistência 1ª SEMANA
específico, denominado resistência linear variável. Ela re­ TREINO 1 (SEGUNDA-FEIRA): PEITO, TRÍCEPS E ABDOM INAIS
fere-se ao aumento progressivo da resistência durante a Grupo Séries/
execução do movimento. Usando o supino com barra e m uscu lar Exercício repetições Intervalo
Peito Supino com banda elástica 3/15-20 2min
banda elástica como exemplo, conforme a barra é empur­
rada para longe do peito, a resistência fica progressiva­ Supino inclinado em pé 3/15-20 2min
mente maior, até a extensão dos cotovelos. Esse aumento com banda elástica
na resistência faz com que uma maior quantidade de for­ Crucifixo incli nado unilate- 3/15-20 2min
ça seja aplicada ao final do movimento, diminuindo a ne­ ral com banda elástica
cessidade de desacelerar a execução, o que normalmen­ Crucifixo unilateral com 3/15-20 2min
te ocorre para parar o peso no exercício convencional. banda elástica
As bandas elásticas também são excelentes para Tríceps Supino fechado com banda 3/15-20 2min
elástica
Tríceps francês com banda 3/15-20 2min
viajar, pois pesam pouco e proporcionam resistência va­
elástica
riada. O treino com banda elástica (Tab. 6.40) é uma óti­
ma alternativa, mesmo se houver pesos livres disponíveis. Coice com banda elástica 3/15-20 2min
Abdomi- Supra-abdominal em pé, 2/15-20 1min
Isso porque as bandas trabalharão os músculos de forma
diferenciada, justamente pela resistência oferecida por nais com banda elástica
elas ser única. Elevação das pernas com 2/15-20 1min
os joel hos fletidos, com
CLASSIFICAÇÃO banda elástica
Rotação do tronco com 2/15-20 1min
Tem po 1 2 3 4 5 banda elástica
Du ração 1 2 3 4 5 TREINO 2 (TERÇA-FEIRA): COSTAS E BÍCEPS
Costas Remada com ba rra e ban- 3/15-20 2min
Dificuldade 3
da elástica
1 2 4 5

Resu ltados 1 3 Puxada com banda elástica 3/15-20 2min


Remada em pé com banda 3/15-20 2min
2 4 5

elástica
(Conti nua)
124 Jim Stoppani

TAB E LA 6.40 Treino com banda elástica (continuação)


1ª SEMANA (continuação) 2 ª SEMANA
TREINO 2 (TERÇA-FEIRA): COSTAS E BÍCEPS (continuação) TREINO 1 (SEGUNDA-FEIRA): PEITO, TRÍCEPS E ABDO M I NAIS

Grupo Séries/ G ru po Séries/


m uscu lar Exercício repetições I ntervalo muscular Exercício repetições I ntervalo

Costas Extensão de om bros com 3/15-20 2min Peito Supino com banda elástica 3/ 12-15 2min
banda elástica Supino i n c l i nado em pé, 3/ 12-15 2min
com banda e lástica
Bíceps Rosca d ireta com ba rra e 3/15-20 2min Crucifixo i nc l i nado u n i l ate- 3/ 12-15 2min
banda elástica ra l com banda elástica
Rosca d ireta por trás das 3/15-20 2min Crucifixo un i latera l com 3/ 12-15 2min
costas, c o m ba nda ba nda elástica
elástica
Rosca d ireta a lta com 3/15-20 2min Tríceps Supino fechado com ba nda 3/12-15 2min
b a n d a elástica elástica
Tríceps fra ncês com banda 3/ 12-15 2min
TREINO 3 (QUINTA-FEI RA): OM BROS, TRAPÉZIO E ABDOMI NAIS elástica
O m b ros Meio d esenvolvimento com 3/15-20 2min Coice com banda elástica 3/ 12-15 2min
ba rra e banda elástica Abd o m i- Supra-abd o m i n a l em pé 2/ 12-15 1min
Elevação latera l com banda 3/15-20 2min nais c o m b a n d a e lástica
elástica Elevação das pernas com 2/ 12-15 1min
Meio d esenvolvimento com 3/15-20 2min o s joel hos fletidos, com
banda elástica ba nda elástica
Crucifixo i n vertido com 3/15-20 2min Rotação do tronco com 2/ 12-15 1min
banda elástica b a n d a elástica
Tra pézio Enco l h i mento com barra e 3/15-20 2min TREINO 2 (TERÇA-FEIRA): COSTAS E BÍCEPS
banda elástica
Encolh i m ento com a ba rra 3/15-20 2min Costas Remada com barra e 3/ 12-15 2min
por trás d a s costas e banda elástica
banda elástica Puxad a com banda e lástica 3/ 12-15 2min
Remada em p é com banda 3/ 12-15 2min
Abdomi- Elevação das pernas com 2/15-20 1min elástica
nais joelhos fletidos e banda Extensão de om bros com 3/ 15-20 2min
elástica ba n d a elástica
Rotação do tronco com 2/15-20 1min
banda elástica B íceps Rosca d i reta com barra e 3/ 12-15 2min
Oblíquo em pé com banda 2/15-20 1min banda elástica
elástica Rosca d i reta por trás das 3/ 12-15 2min
costas, com banda
TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): PERNAS elástica
(QUADRÍCEPS E !SQU !OTI BIAIS) E PA!l!TUR R !LHAS Rosca d i reta a lta com 3/ 12-15 2min
Quad rí- Agachamento com barra e 3/15-20 2min ba nda elástica
ceps banda elástica TREINO 3 (QUI NTA-FEIRA): OMBROS, TRAPÉZIO E ABDOMINAIS
Step com ba nda elástica 3/15-20 2min
Extensão de joel hos em pé, 3/15-20 1min O m bros Meio d esenvolvimento com 3/ 12-15 2min
com ba nda elástica ba rra e banda elástica
Elevação latera l com banda 3/ 12-15 2min
lsquioti- Leva ntamento-terra romeno 3/15-20 2min elástica
biais com ba nda elástica Meio d esenvolvimento com 3/ 12-15 2min
Flexão de joelhos em pé 3/15-20 1min ba nda elástica
c o m ba nda elástica Crucifixo i nvertido com 3/ 12-15 2min
Pa nturri- Flexão plantar em pé com 3/15-20 1min ba nda elástica
lhas ba rra e b a n d a elástica Tra pézio Enco l hi m e nto com ba rra e 3/ 12-15 2min
Flexão pla ntar sentado, 3/15-20 1min banda elástica
c o m barra e banda Enco l hi m e nto com a barra 3/12-15 2min
elástica por trás d a s costas e
banda elástica

(Continua}
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 125

TABELA 6.40 Treino com banda elástica (continuação)


2ª SEMANA (continuação) 3 ª SEMANA (continuação)
TREINO 3 (QUINTA-FEI RA): OM BROS, TRAPÉZIO E ABDOMINAIS TREINO 2 (TERÇA-FEI RA): COSTAS E BÍCEPS

Grupo Séries/ Grupo Séries/


m uscu lar Exercício repetições Interval o m uscu lar Exercício repetições Interval o

Abdom i- Elevação das pernas com 2/12-15 1min Costas Remada com barra e banda 3/8-12 2-3min
nais joelhos fletidos e banda elástica
elástica Puxada com banda elástica 3/8-12 2-3min
Rotação do tronco com 2/12-15 1min Remada em pé com banda 3/8-12 2-3min
banda elástica elástica
Oblíquo em pé com banda 2/12-15 1min Extensão de om bros com 3/8-12 2-3min
elástica banda elástica

TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): PERNAS Bíceps Rosca direta com barra e 3/8-12 2-3min
(QUADRÍCEPS E ISQUIOTI BIAIS) E PANTU RRILHAS banda elástica
Rosca direta por trás 3/8-12 2-3min
Quadrí- Agachamento com barra e 3/12-15 2min das costas com banda
ceps banda elástica elástica
Step com banda elástica 3/12-15 2min Rosca direta alta com 3/8-12 2-3min
Extensão de joelhos em pé, 3/12-15 1min banda elástica
com banda elástica

lsquioti- Levantamento-terra romeno 3/12-15 2min


TREINO 3 (QUI NTA-FEI RA):

biais com banda elástica


OM BROS, TRAPÉZIO E ABDO M I NAIS

Flexão de joelhos em pé 3/12-15 1min Om bros Meio desenvolvimento com 3/8-12 2-3min
com banda elástica barra e banda elástica
Elevação lateral com banda 3/8-12 2-3min
Panturri- Flexão plantar em pé, com 3/12-15 1min elástica
l has barra e banda elástica Meio desenvolvimento com 3/8-12 2-3min
Flexão plantar sentado, 3/12-15 1min banda elástica
com barra e banda Crucifixo invertido com 3/8-12 2-3min
elástica banda elástica
3ª SEMANA Trapézio Encolhi mento com barra e 3/8-12 2-3min
TREINO 1 (SEGUNDA-FEI RA): PEITO, TRÍCEPS E ABDOMI NAIS banda elástica
Encolhi mento com a barra 3/8-12 2-3min
Grupo Séries/
por trás das costas e
m uscu lar Exercício repetições Interval o
banda elástica
Peito Supino com banda elástica 3/8-12 2-3min Abdomi­ Elevação das pernas com 3/10-12 1min
Supino inclinado em pé 3/8-12 2-3min nais joelhos fletidos e banda
com banda elástica elástica
Crucifixo inclinado unilateral 3/8-12 2-3min Rotação do tronco com 3/10-12 1min
com banda elástica banda elástica
Crucifixo unilateral com 3/8-12 2-3min Oblíquo em pé com banda 3/10-12 1min
banda elástica elástica
Tríceps Supino fechado com banda 3/8-12 2-3min
elástica
TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): PERNAS

Tríceps francês com banda 3/8-12 2-3min


(QUADRÍCEPS E ISQUIOTIBIAIS) E PANTURRILHAS

elástica Quadrí­ Agachamento com barra e 3/8-12 2-3min


Coice com banda elástica 3/8-12 2-3min ceps banda elástica
Step com banda elástica 3/8-12 2-3min
Abdom i- Supra-abdominal em pé 3/10-12 1min Extensão de joelhos em pé, 3/8-12 2min
nais com banda elástica com banda elástica
Elevação das pernas com 3/10-12 1min
os joelhos fletidos, com lsquioti­ Levantamento-terra rome- 3/8-12 2-3min
banda elástica biais no com banda elástica
Rotação do tronco com 3/10-12 1min Flexão de joelhos em pé 3/8-12 2min
banda elástica com banda elástica
(Conti nua)
126 Jim Stoppani

TAB E LA 6.40 Treino com banda elástica (conti n uação)


3 ª SEMANA (continuação) 4ª SEMANA (continuação)
TR EINO 4 (SEXTA-FEIRA): PERNAS TREINO 3 (QUINTA-FEIRA): OM BROS, TRAPÉZIO E ABDOMINAIS

Grupo Séries/
(QUADRÍCEPS E ISQU IOTIBIAIS) E PANTU RRI LHAS

Grupo Séries/ m uscu lar Exercício r�11et'cies Interval o


m uscu lar Exercício repetições Interval o
Ombros Meio desenvolvimento 3/5-8 3min
Panturri­ Flexão plantar em pé com 3/10-12 1min com barra e banda
l has barra e banda elástica elástica 3/5-8 3min
Flexão plantar sentado, 3/10-12 1min Elevação lateral com
com barra e banda ba nda elástica 3/5-8 3min
elástica Meio desenvolvimento
com banda elástica 3/5-8 3min
4ª SEMANA Crucifixo invertido com
TREINO 1 (SEGUNDA-FEIRA): PEITO, TRÍCEPS E ABDOMINAIS ba nda elástica
Grupo Séries/ Trapézio Encolhimento com barra e 3/5-8 3min
m uscu lar Exercício repetições Interval o ba nda elástica
Encolhimento com a barra 3/5-8 3min
Peito Supino com banda elástica 3/5-8 3min
por trás das costas e
Supino inclinado em pé, 3/5-8 3min
ba nda elástica
com banda elástica
Crucifixo inclinado unilate- 3/5-8 3min Abdomi­ Elevação das pernas com 3/8-10 1m i n
ral com banda elástica nais joel hos fletidos e banda
Crucifixo uni lateral com 3/5-8 3min elástica
banda elástica Rotação do tronco com 3/8-10 1m i n
ba nda elástica
Tríceps Supino fechado com banda 3/5-8 3min
Oblíquo em pé com ba nda 3/8-10 1m i n
elástica
elástica
Tríceps francês com banda 3/5-8 3min
elástica TREINO 4 (SEXTA-FEI RA): PERNAS
Coice com banda elástica 3/5-8 3min (QUADRÍCEPS E ISQUIOTIBIAIS) E PANTU RRI LHAS
Abdomi- Su pra-abdominal em pé, 3/8-10 1min Quadrí­ Agachamento com barra e 3/5-8 3min
nais com banda elástica ceps ba nda elástica
Elevação das pernas com 3/8-10 1min Step com banda elástica 3/5-8 3min
os joel hos fletidos, com Extensão de joelhos em pé, 3/5-8 3min
banda elástica com banda elástica
Rotação do tronco com 3/8-10 1min
banda elástica lsquioti­ Leva ntamento-terra 3/5-8 3min
biais romeno com banda
TREINO 2 (TERÇA-FEIRA): COSTAS E BÍCEPS elástica
Flexão de joel hos em pé 3/5-8 3min
Costas Remada com barra e ban- 3/5-8 3min
com banda elástica
da elástica
Puxada com banda elástica 3/5-8 3min Panturri- Flexão plantar em pé, 3/8-10 1m i n
Remada em pé com banda 3/5-8 3min lhas com barra e banda
elástica elástica
Extensão de ombros com 3/5-8 3min Flexão plantar sentado, 3/8-10 1m i n
banda elástica com barra e banda
elástica
Bíceps Rosca d i reta com barra e 3/5-8 3min
banda elástica
Rosca d i reta por trás das 3/5-8 3min
costas, com ba nda
elástica
Rosca d i reta alta com 3/5-8 3min
banda elástica
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 127

Treino somente com máq ui nas


É claro que o treino somente com máquinas não melhora forma de quebrar a rotina. As articulações terão algum re­
a força dos músculos estabilizadores. Entretanto, os equi­ pouso das altas cargas que normalmente são utilizadas
pamentos oferecem diversos benefícios: nos exercícios com pesos livres, e o crescimento muscu­
lar será estimulado devido à tensão constante aplicada
1. A faci l idade e conveniência fazem com que as máqui­ nas fibras musculares. Ou, ainda, quando houver pouco
nas sejam uma ótima opção quando se dispõe de pou­ tempo para um dia de peito ou braço, escolha esse trei­
co tempo. no para o grupo que é necessário treinar de forma rápida.
2. Tensão con stante: com máquinas, o estresse (ou ten­ Esse método é vantajoso pela facilidade em se trocar
são) da resistência aplicada no músculo nunca é per­ os pesos das máquinas em séries como drop sets, além de
dida. (Por exemplo, compare o crucifixo com halteres possibilitar segurança em treinos além da falha muscular,
ao crucifixo na máquina. Neste, o estresse aplicado no como nas repetições forçadas. Experimente, e você nunca
músculo não é perdido quando as mãos são aproxima­ mais pensará que máquinas são para iniciantes.
das - final do movimento -, o que ocorre no exercício Utilize tempos de intervalo mínimos entre as séries
com halteres.) (1 a 2 minutos).
3. Fad iga : todos os músculos podem ser treinados de
forma segura até a falha muscular, com ou sem um CLASSIFICAÇÃO
ajudante, ou até mesmo com repetições forçadas, so­ Te m po 1 2 3 4 5

D u ração
zinho, dependendo do equipamento.
1 2 3 4 5

O treino somente com máquinas (Tab. 6.41) não foi Dificuldade 1 2 3 4 5

Resu ltados
elaborado para ser seguido por um período de tempo es­
1 2 3 4 5
pecífico. Tente fazê-lo por uma ou duas semanas, como

TABELA 6.41 Treino somente com máqui nas

TR EINO 1: PEITO, OM BROS, TRÍCEPS E ABDO MI NAIS TREINO 2: QUADRÍCEPS, ISQUIOTI BIAIS E PANTURRILHAS

Grupo Séries/
(continuação)

muscu lar Exercício repetições Grupo Séries/


muscu lar Exercício repetições
Peito Supino na máquina' 3/8-102
Supino inclinado na máquina' 3/8-103 lsquiotibiais Flexão de joel hos, deitado 3/12-152
Voador4 3/12-153 Flexão de joel hos, sentado 3/12-152

Ombros Meio desenvolvi mento na 3/8-102 Panturrilhas Flexão flantar donkey 3/15-203
máquina' 3/10-123 Flexão plantar no /eg press 3/10-123
Remada vertical no multiforça 3/12-153
Elevação lateral na máquina4 TREINO 3: COSTAS, TRAPÉZIO, BÍCEPS E ABDOMI NAIS

Tríceps Mergu lho na máquinas Costas Remada curvada no multiforça 3/8-103


Flexões na barra com a pegada
3/8-102
Tríceps francês na máquina4 3/12-153 3/10-122
abertas 3/10-123
Abdominais Supra-abdominal na máquina 3/12-153 Remada na máquina4

TREINO 2: QUADRÍCEPS, ISQUIOTI BIAIS E PANTU RRILHAS Trapézio Encolhi mento no multiforça 3/8-103

Quad ríceps Agachamento na máquina' 3/8-103 Bíceps Rosca Scott na máquinas 3/8-102
Leg press 3/8-102 Rosca d ireta na máquina4 3/10-123
Extensão de joelhos
Abdominais Intra-abdominal na máquinas
3/12-152
3/12-153
1 Se a academia não for equipada com essa máquina, faça o exercício no multiforça.
2
Na última série, faça duas ou três repetições forçadas a pós chega r à falha muscular.
3
Na última série, depois de chegar à fa lha, faça um drop set red uzindo a carga em, aproxi madamente, 30% e conti nue até a fa lha.
4 Se a academia não for equipada com essa máquina, faça o exercício na polia.
5
Se a academia não for equipada com essa máquina, faça o exercício com pesos livres.
128 Jim Stoppani

PROGRAMAS DE TREINO façam com que a lesão muscular decorrente da sessão


de treino anterior seja reparada e que as reservas ener­
QUE MANIPULAM A géticas depletadas sejam reestabelecidas. No entanto,
quando necessário, ir contra o pensamento convencional
FREQUÊNCIA SEMANAL sobre recuperação pode ser uma vantagem para o ganho
de massa muscular. Faz-se isso exercitando grupos simi­
O método de treino padrão para ganhos no tamanho mus­ lares em dias consecutivos ou até duas vezes no mesmo
cular permite um intervalo de, no mínimo, 48 horas en­ dia. Aumentar a frequência de treino durante curtos pe­
tre as sessões de treino de determinado grupo muscular. ríodos pode levar a um crescimento muscular mais ex­
Esse período permite que os processos de recuperação pressivo.

Treino consecutivo
O treino consecutivo trabalha um grupo muscular em dois CLASSIFICAÇÃO
dias seguidos. Ele também é referido por alguns fisicultu­ Tem po 1 2 3 4 5
ristas como treinos alimentadores, porque a ideia é exer­
citar o grupo novamente no dia seguinte, mas com um D u ração 1 2 3 4 5

Dificu ldade
peso muito leve, com um número maior de repetições e 1 2 3 4 5
menor de séries, e com uma intensidade muito baixa, a
fim de aumentar o fluxo de sangue no tecido muscular. Resu ltados 1 2 3 4 5
Esse aumento supre a recuperação das células muscu­
lares com mais nutrientes, como aminoácidos e glicose
(ambos fundamentais para o crescimento muscular e o
aumento da força), hormônios anabólicos (como o hormô­ TABELA 6.42 Treino consecutivo para costas
nio do crescimento e a testosterona) e oxigênio (para uma Os trei nos 1 e 2 são realizados em dias consecutivos.
recuperação mais rápida). O processo também ajuda a TREIN0 1
remover os metabólitos e as células deterioradas na ses­
são de treino anterior, e aumenta o fluxo de água do san­ Exercício Séries Repetições
gue para o músculo - a causa do inchaço -, o que, em te­ Barra com a pegada aberta 3 6-10·
oria, estimula as rotas de crescimento do músculo devido
ao estiramento da célula muscular provocado pela sobre­ Remada com barra 4 6-10 ..
carga de volume. Apesar de não existirem pesquisas que Remada com cabo, sentado 4 6-10 ..
tenham observado diretamente esse efeito no crescimen­
to muscular, um estudo concluiu que a resposta do corti­ Puxada supinada 4 6-10 ..
sol na segunda sessão de treino é significativamente me­ TREIN0 2
nor e que os níveis de testosterona são um pouco mais
elevados (Pullinen et ai., 2002). Isso significa que um am­ Puxada com a pegada aberta 2 15-20
biente anabólico maior é criado dentro dos músculos, o Remada com barra 2 15-20
que pode aumentar a força e o potencial de crescimen­
to muscular. Remada com cabo, sentado 1 15-20
A primeira sessão utilizando esse modelo de treino Puxada supinada 1 15-20
deve ser muito intensa. A falha muscular deve ser alcan­
• Faça 2 ou 3 repetições forçadas no final de cada série.
çada em todas as séries e seguida por repetições força­ •• Faça cada série até a fa lha concêntrica . No final de cada série, retire
das ou drop-sets. O volume também deve ser alto (de 12 cerca de 30% do peso e faça o maior número de repetições possível.
a 16 séries por grupo, a fim de garantir que o músculo fi­ Então, retire mais 30%, ou aproximadamente isso, e faça mais repetições
até a lcançar a fa lha.
que fatigado por completo. Já a segunda sessão deve ter
volume e intensidade mais baixos. São realizadas apenas
de 6 a 8 séries por grupo e de 15 a 20 repetições, nunca
alcançando a falha muscular. Um exemplo desse método
de treino é observado na Tabela 6.42.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 129

Treino com duas sessões por dia


Semelhante ao treino consecutivo, o treino com duas ses­ tar o tédio. O número de repetições de ambas as sessões
sões diárias trabalha o mesmo grupo muscular duas ve­ deve ser alto (por volta de 12 a 20), a fim de evitar o es­
zes no mesmo dia. O programa baseia-se em pesquisas tímulo excessivo dos músculos trabalhados e depletar as
que mostram que, quando os músculos são treinados reservas de glicogênio muscular. O intervalo de repouso
nessa frequência, a quantidade de glicogênio muscular entre as séries não deve ser maior que 60 segundos, de
aumenta quase duas vezes em relação aos valores nor­ forma a proporcionar maior depleção das reservas de gli­
mais. Como o glicogênio traz água para dentro das célu­ cogênio e maior incremento do gasto calórico, bem como
las musculares, essas tornam-se mais cheias (inchadas). facilitar a perda de gordura.
Isso causa o seu estiramento, o que, teoricamente, acio­ As sessões devem ser separadas por, no mínimo,
na o crescimento muscular. três, e não mais que oito horas de repouso. Se não hou­
O treino com duas sessões diárias também estimula ver tempo de intervalo suficiente, a resposta da testoste­
o aumento da capilarização do tecido muscular e da den­ rona, que ocorre com o treino, pode ser menos intensa, e
sidade de substratos metabolizados na mitocôndria den­ os níveis de cortisol podem aumentar significativamente.
tro das células musculares. Ambos os processos auxiliam Os músculos devem receber cerca de 3 a 7 dias de repou­
a assimilação de nutrientes pelo músculo. Além disso, o so antes de serem treinados de novo. Utilize esse método
método serve para aumentar o metabolismo de repouso por não mais que seis semanas, pois usá-lo durante mais
após a sessão de treino, o que pode estimular a perda de tempo pode atrapalhar o progresso. Um exemplo do trei­
gordura durante os períodos de intervalo do treino. no com duas sessões por dia é observado na Tabela 6.43.
Nesse sistema, os mesmos exercícios devem ser fei­
tos em duas sessões, pois exercícios diferentes estres­ CLASSIFICAÇÃO
sam fibras musculares diferentes, e é essencial estressar
as mesmas fibras na segunda sessão de treino da mesma Tem po 1 2 3 4 5
forma como foram estressadas na primeira. No entanto, a Duração 1 2 3 4 5
ordem dos exercícios não é fundamental. Por isso, alguns
fisiculturistas começam a primeira sessão com movimen­ Dificuldade 1 2 3 4 5
tos complexos e terminam com exercícios auxiliares; na Resu ltados 1 2 3 4 5
segunda sessão, fazem a ordem inversa. Isso ajuda a evi-

TABELA 6.43 Sessões de treino duas vezes ao dia


TREINO DE PEITO 1. TREINO DE OM BROS 2

Exercício Séri�s l'l.e11 etiçies Exercício Séri�s l'l.e11 etiçies

Supino inclinado com barra 3 12-15 Elevação lateral com halteres 3 15


Supino com halteres 3 12-15 Remada vertical com a pegada aberta 3 12-15
Crucifixo inclinado com halteres 3 15 Meio desenvolvimento com halteres 3 12-15
TREINO DE PEITO 2 TREINO DE COSTAS 1.

Crucifixo inclinado com halteres 3 15 Remada com barra 3 12-15


Supino com halteres 3 12-15 Puxada com a pegada aberta 3 12-15
Supino inclinado com barra 3 12-15 Extensão do ombro na polia alta 3 15
TREINO DE OM BROS 1. TREINO DE COSTAS 2

Meio desenvolvimento com halteres 3 12-15 Extensão do ombro na polia alta 3 15


Remada vertical com a pegada aberta 3 12-15 Puxada com a pegada aberta 3 12-15
Elevação lateral com halteres 3 15 Remada com barra 3 12-15

(Conti nua)
130 Jim Stoppani

TABELA 6.43 Sessões de treino duas vezes ao dia (continuação)


TREINO DE PERNAS 1. TREINO DE BÍCEPS 1.

Exercício Séri es Repetições Exercício Séries Repetições

Agachamento 3 15-20 Rosca d i reta com barra 2 12-15

Leg press 3 15-20 Rosca d i reta , posição incli nada 2 12-15

Extensão de joelhos 3 15-20 Rosca concentrada 2 15

Flexão de joel hos, deitado 3 15-20 TREI NO DE BÍCEPS 2

Flexão pla nta r, em pé 3 20 Rosca concentrada 2 15

Flexão pla nta r, sentado 3 20 Rosca d i reta , posição incli nada 2 12-15

TREINO DE PERNAS 2 Rosca d i reta com barra 2 12-15

Flexão de joelhos, deitado 3 15-20 TREINO DE TRÍCEPS 1.

Extensão de joelhos 3 15-20 Supino com a pegada fechada 2 12-15

Leg press 3 15-20 Rosca testa 2 12-15

Agachamento 3 15-20 Tríceps na polia alta 2 15

Flexão planta r, sentado 3 20 TREINO DE TRÍCEPS 2

Flexão planta r, em pé 3 20 Tríceps na polia alta 2 15

Rosca testa 2 12-15

Supino com a pegada fechada 2 12-15


Ciclos de treino para o
aumento da massa muscular
Uma vez familiarizado com os fundamentos do treina­ frequente de suas sessões de treino é tão fundamental
mento de força, com as orientações e recomendações bá­ para o progresso quanto a das variáveis agudas.
sicas para a elaboração de um programa para o aumento Elaborar um ciclo básico que norteará o treinamen­
da massa muscular e com as diversas técnicas avança­ to durante os próximos seis meses ou um ano é como
das para a hipertrofia, é hora de considerar a aplicação uma apólice de seguros que protege o progresso. O mo­
desse conhecimento em um programa de treinamento de delo aqui apresentado servirá como um guia básico para
longa duração, pois essa é a única forma de alcançar os orientação ao longo da jornada para ganhar mais múscu­
objetivos desejados. Se você é praticante iniciante, inter­ los. Um iniciante deve segui-lo em seus primeiros seis me­
mediário ou avançado e almeja apenas adicionar mas­ ses de treino sério. Os praticantes intermediários (de 6 a
sa muscular à sua estrutura, perder gordura corporal en­ 12 meses de experiência) e avançados (mais de um ano
quanto ganha massa ou priorizar o ganho de massa em de experiência de treino contínuo) têm um guia com du­
grupos musculares específicos, este capítulo tem um pro­ ração de um ano. No entanto, neste nível, pode-se ado­
grama ideal para você. tar alguns caminhos secundários ou, ainda, permanecer
no esquema de treino o tempo que parecer necessário.
Por fim, deve-se lembrar de que tudo funciona, mas não
PROGRAMAS PARA O para sempre.

AUMENTO DE MASSA
Embora se saiba que determinados exercícios, ordens
Programa para i n iciantes
de exercício, volumes, cargas e intervalos entre as séries
sejam melhores do que outros para o desenvolvimento
(pri meiros seis meses)
de massa muscular, é aconselhável não usar essas re­ O programa de seis meses é dividido em seis segmentos
comendações durante muito tempo, pois isso pode atra­ de quatro semanas (ver Tab. 7.1). Nos primeiros três seg­
palhar o progresso. Essa é a base da periodização (abor­ mentos, com treinos três vezes por semana, trabalha-se
dada no Cap. 3). Por exemplo, embora o continuum de todo o corpo em cada sessão de treino. Nas primeiras
repetições máximas indique que realizar entre 6 e 12 re­ quatro semanas, deve-se fazer um exercício por grupo
petições por série seja o melhor para a hipertrofia, perma­ muscular; os exercícios realizados são os mesmos em
necer dentro desses limites pode levar à estagnação do todas as sessões, com 15 repetições por série e interva­
crescimento muscular. Por essa razão, enquanto a maior los de repouso de 2 a 3 minutos, o que ajuda a "treinar"
parte do treinamento deve ser feita dentro desse número o sistema nervoso durante essa fase introdutória. O se­
de repetições, ocasionalmente é preciso trabalhar tanto gundo ciclo de quatro semanas conta com a adição de
em uma faixa de repetições maior como em uma menor. um segundo exercício para cada grupo muscular, a fim
A questão é, então, como e quando fazer isso. É preciso de aumentar o volume e diversificar a forma como os
considerar que esse raciocínio também é aplicado às ou­ músculos são trabalhados. Os exercícios são os mesmos
tras variáveis agudas de treinamento. Logo, para garantir em todas as sessões, com 12 a 15 repetições por série
que os ganhos de massa sejam otimizados e contínuos, e intervalos de 2 a 3 minutos. No terceiro ciclo, os exer­
fisiculturistas experientes entendem que uma "ciclagem" cícios são alterados a cada sessão. Isso permite que se-
132 Jim Stoppani

TABELA 7.1 Programa básico para iniciantes


SEMANAS 1-4: SEGUNDA, QUARTA E SEXTA-FEIRA SEMANAS 9-12: SEXTA-FE I RA
Exercício Séri es Repetições Passada à frente 4 12
Leg press 3 15 Crucifixo i ncli nado com ha lteres 4 12
Supino 3 15 Puxada 4 12
Remada sentada na polia ba ixa 3 15 Elevação lateral com halteres 4 12
Meio desenvolvimento com halteres 3 15 Rosca d i reta , i ncli nada 4 12
Rosca d ireta com barra 3 15 Rosca testa 4 12
Tríceps na polia a lta 3 15 Flexão pla nta r no /eg press 4 15
Flexão pla nta r, em pé 3 15 Abdom i nal oblíq u o 4 15
Su pra-a bdom inal 3 15 SEMANAS 13-16: SEGUNDA E QUINTA-FEIRA
SEMANAS 5-8: SEGU NDA, QUARTA E SEXTA-FEIRA (PEITO, OMBROS, TRAPÉZIO, COSTAS E ABDOM I NAIS)
G rupo
muscular Exercício Séries Repetições
Leg press 2 12-15
Passad a à frente 2 15
Peito S u p i n o i ncli nado 2 8-10
Supino 2 12-15 Supi n o i ncli nado 2 8-10
Crucifixo i n c l i nado com ha lteres 2 15 Crossover 2 8-10
Remada sentada na polia ba ixa 2 12-15 O m bros Meio desenvolv i m ento 2 8-10
Puxada 2 15 com barra
Elevação lateral na polia 2 8-10
Meio desenvolv i mento com halteres 2 12-15
ba ixa
Elevação lateral com halteres 2 15 Crucifixo i nvertido com 2 8-10
Rosca d ireta com barra 2 12-15 halteres
Rosca direta , posição i ncli nada 2 15 Tra pézio Encolh i m e nto de om bros 3 8-10
Rosca testa 2 12-15 com barra
Costas Flexões na barra 2 8-10
Tríceps na polia alta 2 15
Remada com halteres 2 8-10
Flexão pla nta r, em pé 2 15 Puxada com a pegada 2 8-10
Flexão pla nta r, sentado 2 15 s u p i nada
Elevação de pernas com joelhos 2 15 Abd o m i nais Elevação de pernas com 3 10-15
fletidos joelhos flexionados
Su pra-abdom inal 2 15 Abd o m i nal, decli nado 3 8-10

SEMANAS 9-12: SEGUNDA-FEIRA SEMANAS 13-16: TERÇA E SEXTA-FEIRA


(PERNAS, PANTU RRI LHAS, TRÍCEPS, BÍCEPS E ANTEBRAÇOS)
Leg press 4 10-12
Pernas Agachamento 2 8-10
Supino 4 10-12 Leg press 2 8- 10
Remada sentada na polia ba ixa 4 10-12 Extensão de joelhos 2 8-10
Meio desenvolvimento com halteres 4 10-12 Flexão de joelhos, deitado 2 8-10
Rosca d ireta com barra 4 10-12 Pa nturrilhas Flexão pla ntar, em pé 3 8-10
Flexão pla ntar, sentado 2 8- 10
Tríceps na polia a lta 4 10-12
Tríceps Supi n o com a pegada 2 8-10
Flexão pla nta r, em pé 4 10-12 fechada
Su pra-a bdom inal 4 15 Tríceps n a polia alta 2 8-10
SEMANAS 9-12: QUARTA-FEIRA Bíceps Rosca d ireta com ba rra 3 8- 10
Agachamento 4 10-12 Rosca Scott 2 8-10
S u p i n o decli nado com halteres 4 10-12 Antebraços Rosca p u n h o 2 8-10
Rosca p u n h o i nvertida 2 8-10
Extensão de o m b ros na polia alta 4 10-12
Crucifixo i nvertido 4 10-12
Rosca Scott 4 10-12
Tríceps fra ncês, sentado 4 10-12
Flexão pla nta r, sentado 4 10-12
Elevação de pernas com joel hos 4 15
estendidos
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 133

TABELA 7.1 Programa básico para iniciantes (continuação)


SEMANAS 17-20: SEGUNDA-FEIRA SEMANAS 17-20: SEXTA-FEI RA (PERNAS, PANTURRILHAS,
(PEITO, OMBROS, TRAPÉZIO, COSTAS E ABDOMINAIS) TRÍCEPS, BÍCEPS E ANTEBRAÇOS)
G rupo Pernas Agachamento 3 10-12
muscu lar Exercício Séries Repetições Agachamento no hack 3 10-12
Extensão de joelhos 2 10-12
Peito Supi no 3 10-12
Crucifixo i n c l i nado com 3 10-12 u n i late ra l
halteres Levantamento-terra romeno 2 10-12

O m b ros Meio desenvolvi mento 3 10-12 Pa nturri l has Flexão plant a r donkey 3 10-12
com ha lteres Flexão pla nta r, sentado 3 10-12
Remada vertica l com 3 10-12 Tríceps Tríceps na pol i a a lta 3 10-12
pegad a a berta Rosca testa com halteres 2 10-12
Tra pézio Enco l h i m ento d e o m b ros 4 10-12 B íceps Rosca d i reta com barra 3 10-12
com barra Rosca Scott 3 10-12
Costas Puxad a 3 10-12 Antebraços Rosca pun h o 2 8-10
Remada com barra 'T' 3 10-12 Rosca pun h o i nvert ida 2 8-10
Abd o m i na is Vela 3 10-15 SEMANAS 21-24: SEGUNDA E QUINTA-FEIRA
Abd o m i n a l na bola 3 10-15 (PEITO, OM BROS, TRAPÉZIO, COSTAS E ABDOMINAIS)
SEMANAS 17-20: TERÇA-FEIRA Peito Supino 3 6-8
(PERNAS, PANTU RRI LHAS, TRÍCEPS, BÍCEPS E ANTEBRAÇOS) Supino decli nado 3 6-8
Pernas Agachamento no 10-12 Crucifixo i n c l i nado com 2 6-8
3
multiforça halteres
Passad a à f rente 3 10-12 Ombros Meio desenvolvimento 3 6-8
Extensão de joel hos 2 10-12 com ha lteres
Flexão de joe l hos, 2 10-12 Elevação lateral com 2 6-8
decúbito fronta l h alteres
Pa ntu rri I has Flexão pla nta r, em pé 10-12 Crucifixo i nvertido no 2 6-8
3
Flexão pla nta r, sentado 3 10-12 crossover
Tríceps Mergu l h o 3 10-12 Trapézio Encol h i mento d e ombros 3 6-8
Tríceps na pol i a a lta 2 10-12 com ba rra
Encol h i mento de ombros 3 6-8
Bíceps Rosca d ireta com barra "W" 3 10-12 com ha lteres
Rosca concentrada 3 10-12
Costas Flexões na ba rra 3 6-8
Antebraços Rosca pun ho com barra 2 10-12 Remada com ba rra 3 6-8
Rosca pun ho i nvertida, 2 10-12
Extensão de ombro na 3 6-8
em pé polia a lta
SEMANAS 17-20: QUI NTA-FEIRA Abdominais Elevação d e pernas com 3 10-12
(PEITO, OMBROS, TRAPÉZIO, COSTAS E ABDOMINAIS) joel hos flexionados
Peito S u p i no decl i nado 3 10-12 Abd o m i n a l dec l i nado 3 10-12
Crucifixo i n c l i nado com 3 10-12 SEMANAS 21-24: TERÇA E SEXTA-FEIRA
halteres (PER NAS, PANTU RRI LHAS, TRÍCEPS, BÍCEPS E ANTEBRAÇOS)
Ombros Meio desenvolvi mento 3 10-12 Pernas Leg press 3 6-8
com ba rra Extensão d e joelhos 3 6-8
Elevação lateral na pol i a 3 10-12 Leva nta mento-terra 3 6-8
baixa romeno
Trapézio Enco l h i m ento d e o m b ros 4 10-12 Pa ntu rri I has Flexão pla nta r, e m pé 3 6-8
com ha lteres Flexão pla nta r, sentado 3 10-12
Costas Flexões na barra 3 10-12 Tríceps Tríceps na pol i a a lta 3 6-8
Remada no multiforça 3 10-12 3 6-8
Rosca testa
Abdom i na is Elevação de pernas com 3 10-12 B íceps Rosca d i reta com ba rra 3 6-8
joel hos flexionados Rosca Scott com ha lteres 3 6-8
Abd o m i n a l no banco 3 10-12
dec l i nado Antebraços Rosca pun h o 2 8-10
Rosca pun h o i nvertida 2 8-10
134 Jim Stoppani

jam realizados três exercícios diferentes para cada gru­


po em cada semana, na tentativa de trabalhar todas as
Programa i ntermed iário
fibras musculares desses grupos. Por exemplo, os exer­ (de seis meses a um ano)
cícios para peito incluem supino horizontal, crucifixo in­
clinado com halteres e supino declinado com halteres, Um praticante intermediário está em um nível diferencia­
que enfatizam as fibras das partes inferior, média e su­ do, pois já adquiriu os rápidos ganhos de força que um
perior dos peitorais. Executa-se, então, apenas um exer­ iniciante experimenta com o treino neuromuscular. Ape­
cício por grupo em cada sessão de treino, mas com au­ sar disso, ainda não chegou ao platô de ganhos relaciona­
mento do número de séries. As repetições são reduzidas dos ao crescimento das fibras musculares, mas tem um
para 10 a 12, enquanto os intervalos de repouso perma­ conhecimento considerável sobre treinamento de força.
necem os mesmos, (entre 2 e 3 minutos). Essa é uma fase em que um programa de treino específi­
Nos últimos três segmentos, treina-se com uma ro­ co não é fundamental para se continuar obtendo ganhos,
tina dividida em dois treinos, com um total de quatro ses­ desde que se mantenha um programa periodizado.
sões por semana. Durante as primeiras quatro semanas, O praticante intermediário deve seguir um programa
os exercícios de cada grupo serão os mesmos nas duas básico que envolva uma rotina dividida em 3 ou 4 treinos
sessões feitas a cada semana. Os principais grupos serão (Cap.5). Fazer alterações periódicas dos exercícios permi­
treinados com três exercícios, em um total de seis séries te que as fibras de um músculo sejam estressadas em vá­
por grupo, com exceção das pernas, que serão treinadas rios ângulos. No entanto, a mudança mais importante de­
com quatro exercícios, e dos grupos menores, como o bí­ ve-se ao tipo de resistência (ou peso), usado e ao número
ceps e o tríceps, que serão trabalhados com apenas dois de repetições realizadas por série.
exercícios por sessão. Durante o segundo ciclo de qua­ O programa com duração de um ano encontrado na
tro semanas, os exercícios voltam a ser apenas dois por Tabela 7.2 esboça a faixa de repetições que deve ser uti­
grupo, mas as séries são aumentadas para três em cada lizada durante o ano, a fim de chegar à classificação de
exercício. Os intervalos de repouso durante toda essa fase praticante avançado. Algumas pesquisas mostram que os
diminuem para 1 a 2 minutos entre as séries. Cada grupo programas periodizados que duram de, no mínimo, 8 a,
é treinado com diferentes exercícios em cada sessão. No no máximo, 20 semanas, são mais benéficos (Rhea e Al­
último ciclo, ocorre um aumento no número de exercícios derman, 2004). Por isso, o programa intermediário con­
(aproximadamente três) e de séries (três por exercício) siste de um ciclo linear de 20 semanas, seguido por um
para os principais grupos musculares. Depois de comple­ microciclo de oito semanas, e termina com um ciclo on­
tar essa fase, o indivíduo estará qualificado para o progra­ dulado de 20 semanas (considerando-se a utilização de
ma intermediário. uma rotina dividida em quatro treinos). Cada fase do pro-

TABELA 7.2 Programa intermediário avançado


FASE 1: LIN EAR FASE 2: M ICRO

Semana Faixa de repeti ções Semana Faixa de repeti ções

1-4 4-6 22 8-10

5-8 6-8 23 5-8


9-12 8-10 24 3-5

13-16 10-12 25 12-15

17-20 12-15 26 3-5

21 Repouso ativo 27 5-8


28 8-10

29 10-12

30 Repouso ativo
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 135

TABELA 7.2 Programa intermediário avançado (continuação)


FASE 3: ONDULADA FASE 3: ONDULADA (Continuação)

Semana Faixa de repetições Semana Faixa de repetições

31 Sessão 1 8-10 42 Sessão 1 8-10


Sessão 2 12-15 Sessão 2 12-15
Sessão 3 6-8 Sessão 3 6-8
Sessão 4 12-15 Sessão 4 12-15

32 Sessão 1 6-8 43 Sessão 1 10-12


Sessão 2 10-12 Sessão 2 8-10
Sessão 3 8-10 Sessão 3 12-15
Sessão 4 12-15 Sessão 4 10-12

33 Sessão 1 8-10 44 Sessão 1 3-5


Sessão 2 3-5 Sessão 2 10-12
Sessão 3 6-8 Sessão 3 12-15
Sessão 4 12-15 Sessão 4 6-8

34 Sessão 1 10-12 45 Sessão 1 8-10


Sessão 2 8-10 Sessão 2 10-12
Sessão 3 6-8 Sessão 3 12-15
Sessão 4 12-15 Sessão 4 3-5

35 Sessão 1 3-5 46 Sessão 1 6-8


Sessão 2 10-12 Sessão 2 12-15
Sessão 3 6-8 Sessão 3 10-12
Sessão 4 8-10 Sessão 4 8-10

36 Sessão 1 12-15 47 Sessão 1 12-15


Sessão 2 10-12 Sessão 2 6-8
Sessão 3 6-8 Sessão 3 8-10
Sessão 4 3-5 Sessão 4 10-12

37 Sessão 1 8-10 48 Sessão 1 3-5


Sessão 2 12-15 Sessão 2 10-12
Sessão 3 6-8 Sessão 3 12-15
Sessão 4 10-12 Sessão 4 6-8

38 Sessão 1 12-15 49 Sessão 1 8-10


Sessão 2 8-10 Sessão 2 12-15
Sessão 3 3-5 Sessão 3 6-8
Sessão 4 12-15 Sessão 4 10-12

39 Sessão 1 6-8 50 Sessão 1 12-15


Sessão 2 10-12 Sessão 2 8-10
Sessão 3 12-15 Sessão 3 12-15
Sessão 4 8-10 Sessão 4 6-8

40 Sessão 1 10-12 51 Sessão 1 3-5


Sessão 2 12-15 Sessão 2 10-12
Sessão 3 6-8 Sessão 3 8-10
Sessão 4 3-5 Sessão 4 12-15

41 Repouso ativo 52 Repouso ativo

grama permite uma semana de recuperação ativa (em de se "pular" as semanas com intervalo ativo, caso se de­
que outras atividades físicas que não a musculação são seje passar adiante.
estimuladas) antes de se passar para a próxima fase, jun­ O praticante intermediário que estiver interessado
to com uma semana de repouso ativo durante a fase on­ em ganhos gerais de massa muscular deve seguir as re­
dulada, em um programa de 52 semanas que manterá a comendações básicas do Capítulo 5 na escolha dos exer­
continuidade dos ganhos musculares. Mas há a liberdade cícios. Os intervalos de repouso entre os exercícios de-
136 Jim Stoppani

vem ser de 2 a 3 minutos, mas é possível manipular essa repetições e podem ser abandonadas, se desejado. Por
variável. Por exemplo, em uma fase com um número baixo exemplo, tente o treino com velocidade reduzida durante
de repetições (4 a 6), pode-se permitir que o intervalo seja as semanas 5 a 8, o treinamento negativo na semana 23,
de 4 minutos entre as séries. Em uma fase com um núme­ e o treino somente com barras e anilhas na semana 26;
ro alto de repetições (mais que 12), o intervalo deve ser li­ utilize um treinamento com superséries e com repetições
mitado a 1 minuto. Para todas as outras faixas de repeti­ forçadas, quando desejar, entre as semanas 31 e 51.
ções, o descanso é mantido entre 2 e 3 minutos. "Ciclar"
os períodos de intervalo proporcionará o aumento dos ga­
nhos de massa muscular.
Para se obter ganho muscular e perda de gordura,
Programa avançado
os intervalos devem ser limitados a menos de 1 minuto. (mais de um ano)
As pesquisas mostram que, mantendo-os nessa duração,
pode haver um aumento do número de calorias gastas Um praticante avançado está no nível mais difícil para
durante e após uma sessão de treinamento de força, in­ estimular o maior crescimento muscular, por já ter mui­
dependentemente da faixa de repetições (Falvo et ai., to tempo de treino e, portanto, estar perto de chegar ao
2005). Também é sensato usar o maior número possível platô genético de crescimento. Por essa razão, deve trei­
de exercícios complexos, pois eles envolvem mais grupos nar frequentemente com técnicas avançadas de alta in­
musculares que os exercícios auxiliares e, por essa razão, tensidade, a fim de ajudar no estímulo para o crescimen­
ajudam a gastar mais calorias. É claro que realizar um to muscular. O programa avançado de um ano (Tab. 7.3)
treinamento aeróbio ao mesmo tempo que um de força, cicla as técnicas apresentadas no Capítulo 6 com rotinas
bem como uma dieta adequada que limite a ingesta ca­ divididas básicas, de modo a oferecer períodos de bai­
lórica, é fundamental para a perda de gordura corporal. xa intensidade para que os músculos possam se recupe­
(Para mais informações sobre como maximixar a queima rar antes da próxima técnica avançada iniciar. É possível
de gordura enquanto aumenta a força e a massa muscu­ substituir alguma técnica por outra que seja mais adequa­
lares, ver a Parte IV). da às necessidades momentâneas. O mesmo pode ser
Caso se queira utilizar técnicas de treino mais avan­ dito sobre as rotinas divididas. Nem as técnicas específi­
çadas, estas podem ser encontradas no Capítulo 6 e uti­ cas, nem as rotinas divididas são críticas nesse programa
lizadas dentro do número de repetições apropriado. Di­ de um ano. O importante é ciclar 4 a 6 semanas de técni­
versas técnicas que manipulam a escolha das séries, dos cas avançadas com 4 a 6 semanas de um programa bási­

-
exercícios e das repetições não dependem da faixa de co de treino, que é menos intenso.

TABELA 7.3 Programa avançado de crescimento muscular


Técn i ca Observações

1-4 Rotina d ivid ida em 4 ou 5 treinos Rep.: 10-12; intervalo: 2-3min

5-8 5-10-20 Siga a rotina divid ida de cinco treinos

9-12 Treino único avançado Rep.: 12-15; intervalo: 1-2min

13-16 Superséries Siga a rotina divid ida de 2 ou 3 treinos, fazendo-a duas vezes por
semana
Rotina d ivid ida em três treinos:
Sessões 1 e 4: peito/costas, ombros/costas
Sessões 2 e 5: bíceps/tríceps
Sessões 3 e 6: pernas (quad ríceps e isquiotibiais)
Rotina d ivid ida em dois trei nos:
Sessões 1 e 3: peito/costas, ombros/costas
Sessões 2 e 4: bíceps/tríceps, pernas (quad ríceps e isquioti biais)
Rep.: 8-10

17 Repouso ativo

18-21 Rotina d ivid ida em 4 ou 5 treinos Rep.: 6-8; intervalo: 2-3min

22-25 Drop set Siga a rotina divid ida de cinco treinos


Rep.: 10-12 no início de cada drop set; intervalo: 2-3min
(Continua)
-
Enciclopéd ia de musculação e força de Stoppani 137

TABELA 7.3 Programa avançado de crescimento muscular (Continuação)


Técnica Observações

26-29 Rotina d ivid ida em dois treinos Escolha exercícios d iferentes para as sessões 1 e 2, bem como para
as sessões 3 e 4
Rep.: 8-10; intervalo: 2-3min

30-31 Power circuit Fazer d uas vezes por semana

32 Trisséries Siga uma rotina d ividida de quatro treinos


Duas trisséries para peito, ombros, costas e pernas
Uma trissérie para bíceps, tríceps, trapézio, antebraço, panturrilha e
abdominais
Rep.: 8-10; três séries por trissérie; intervalo: 2-3min entre as trisséries

33 Série gigante Siga uma rotina d ividida de cinco treinos


Faça uma série gigante para todos os gru pos musculares
Faça q uatro séries para peito, ombros, costas e pernas
Faça três séries para bíceps, tríceps, trapézio, antebraço, panturri­
lha e abdomi nais
Rep.: 10-12; intervalo: 2-3min entre as séries

34 Repouso ativo

35-38 Treino com repetições lentas Siga uma rotina d ividida de três treinos; treine uma vez por semana
Rep.: 5-10; intervalo: 2-3min

39-42 Rotina d ivid ida em 2 ou 3 treinos Treine duas vezes por semana
Rep.: 12-15; intervalo: 1-2min

43-46 Treino pesado e leve Siga uma rotina d ividida de quatro treinos
I ntervalo: 2-3min

47 Hundreds Siga uma rotina d ividida de dois treinos; treine d uas vezes por
semana

48-49 Rotina d ivid ida em cinco treinos Rep.: 3-6

50-51 Treino unilateral Siga a rotina d ivid ida fornecida na pági na 136

52 Repouso ativo

PROGRESSÃO DOS OBJETIVOS prio com base no conhecimento que adquiriu por meio
da leitura deste livro.
Os programas de longa duração recém-apresentados são
um bom começo para qualquer um, independentemen­
te do nível de treinamento. No entanto, com a progres­ " Magro e grande"
são do praticante, seus objetivos tendem a ser mais espe­
cíficos. Aquele que treina força pode desejar maximizar Quem está interessado no fisiculturismo ou no treinamen­
massa a muscular e a força, bem como ficar magro e to de força visa apenas o aumento de massa muscular,
grande, ou, ainda, desenvolver um grupo muscular es­ sem aumento da gordura corporal, pois esta esconde o
pecífico. Um praticante intermediário ou avançado inte­ formato e as estriações de músculos bem-desenvolvidos.
ressado em objetivos específicos deve seguir um progra­ Embora uma dieta apropriada e um grande volu­
ma que manipule as variáveis de treino apropriadas, a me de treinamento aeróbio sejam ferramentas importan­
fim de alcançar suas metas. Esta parte do capítulo tem tes para auxiliar na queima de gordura enquanto se ga­
ciclos detalhados compatíveis com os objetivos mais co­ nha músculos, certos programas de treinamento de força
muns da maior parte dos fisiculturistas. É bem provável são melhores do que outros quando o objetivo é ganho de
que qualquer objetivo relacionado ao treinamento de for­ massa magra. O programa "magro e grande" é compos­
ça para ganhos de massa muscular esteja listado aqui. to por três fases de quatro semanas que enfatizam movi­
Tente um dos seguintes programas ou elabore o seu pró- mentos complexos (ver Tab. 7.4), as quais usam a maior
138 Jim Stoppani

TAB E LA 7.4 Programa "magro e grande"

FASE 1: SEMANAS 1-4 FASE 1: SEMANAS 1-4


SESSÃO 1: PEITO E TRÍCEPS SESSÃO 4: COSTAS, BÍCEPS,

G ru po
ANTEBRAÇOS E ABDO M I NAIS (Continuação)

muscul a r Exercício Séries Repetições G ru po


muscul a r Exercício Séries Repetições
Peito Supino inclinado 2 6
2 12 Antebraços Rosca punho 2 12
Supino com halteres 2 6 Rosca punho invertida 2 12
2 12
Crucifixo inclinado 4 12 Abdomi nais Abdom inal invertido 4 15
Abdom inal na polia alta 4 12
Tríceps Mergulho 2 6
2 12 FASE 2: SEMANAS &8
Supino com a pegada 2 6 SESSÃO 1: PEITO E TRÍCEPS
fechada
G ru po
2 12
Tríceps francês com
muscul a r Exercício Séries Repetições
2 12
halteres

SESSÃO 2: PERNAS, PANTU RRILHAS E ABDOMI NAIS Peito Supino 2 5


3 15
Pernas Agachamento 2 6 Supino inclinado com 2 5
2 12 halteres 3 15
Leg press 2 6 Crucifixo declinado 4 15
Tríceps Supino com a pegada
2 12
Extensão de joelhos 2 5
fechada no multiforça 3
4 12
Flexão de joelhos 15
Mergulho
4 12
2 5
Panturrilhas Flexão plantar, em pé 4 12 3 15
Flexão plantar, sentado 4 12 Rosca testa 2 15
Abdominais Elevação de pernas com 4 12 SESSÃO 2: PERNAS, PANTU RRI LHAS E ABDO M I NAIS
joelhos estendidos
Abdominal Pernas Agachamento no 2 5
multiforça
4 12
3 15
SESSÃO 3: OM BROS E TRAPÉZIO Passada à frente 2 5
3 15
Ombros Meio desenvolvimento 2 6 Extensão de joel hos 4 15
com barra 2 12 Levantamento-terra 4 15
Meio desenvolvimento 2 6 romeno
com halteres, sentado 2 12
Elevação lateral 4 12 Panturril has Flexão plantar no /eg press 4 15
Flexão plantar, sentado 4 15
Trapézio Encolh imento de om- 2 6
bros* com barra 2 12 Abdomi nais Vela 4 15
Encolh imento de ombros 2 6 Abdom inal oblíquo 4 15
com halteres 2 12
SESSÃO 3: OM BROS E TRAPÉZIO

Ombros Meio desenvolvimento


SESSÃO 4: COSTAS, BÍCEPS, ANTEBRAÇOS E ABDOMI NAIS
2 5
Costas Levantamento-terra 4 6 com halteres 3 15
Remada com barra 2 6 Meio desenvolvimento 2 5
2 12 no m ultiforça 3 15
Puxada 2 6 Remada vertical com a 4 15
2 12 pegada aberta
Extensão de ombro na
Trapézio Encolhimento de ombros
4 12
polia alta 2 5
com barra 3 15
Bíceps Rosca direta com barra 2 6 Encolhimento de ombros 2 5
2 12 com halteres 3 15
Rosca direta, inclinada 2 6
2 12
Rosca com pegada 2 6
neutra 2 12
(Continua)
* N. de R. T.: Exercício de elevação da cintura escapular (ombros).
Enciclopéd ia de musculação e força de Stoppani 139

TABELA 7.4 Programa magro e grande (continuação)


FASE 2: SEMANAS 5-8 FASE 3: SEMANAS 9-12
SESSÃO 4: COSTAS, BÍCEPS, ANTEBRAÇOS E ABDO M INAIS SESSÃO 3: OM BROS E TRAPÉZIO

G rupo G rupo
muscular Exercício Séries Repetições muscular Exercício Séries Repetições

Costas Levantamento-terra 5 5 Ombros Meio desenvolvimento 3 4


Remada com halteres 2 5 com halteres, em pé 3 20
3 15 Meio desenvolvimento 3 4
Puxada com a pegada 2 5 com barra, em pé 3 20
supinada 3 15 Elevação lateral na polia 4 20
Extensão de ombro na 4 15 baixa
polia alta
Trapézio Encolhimento de ombros 3 4
Bíceps Rosca d i reta com barra 2 5 com barra 3 20
3 15 Encolhimento de ombros 2 4
Rosca Scott 2 5 com halteres 3 20
3 15
Rosca invertida 2 5 SESSÃO 4: COSTAS, BÍCEPS, ANTEBRAÇOS E ABDOMI NAIS

Costas Levantamento-terra
2 15 5 4
Antebraços Rosca pu nho 2 15 Remada com a barra "T" 3 4
Rosca pu nho invertida 2 15 3 20
Puxada pela frente 3 4
Abdominais Abdominal invertido 4 15 3 20
Abdominal na bola 4 15 Extensão de ombro na 4 20
polia alta
FASE 3: SEMANAS 9-12
SESSÃO 1: PEITO E TRÍCEPS Bíceps Rosca direta com barra 3 4
3 20
G rupo Rosca concentrada 3 4
muscul a r Exercício Séries Repetições 3 20
Rosca neutra com corda 2
Peito Supino com halteres
4
3 4 2 20
3 20
Supino inclinado no 3 4 Antebraços Rosca punho com 2 20
m ultiforça 3 20 halteres 2 20
Crossover 4 20 Rosca invertida, em pé
Tríceps Supino com halteres e 3 4 Abdominais Abdominal invertido 4 20
pegada fechada 3 20 Abdominal oblíquo 4 20
Tríceps francês com 2 4
halteres 3 20
Tríceps na polia alta 2 20
SESSÃO 2: PERNAS, PANTU RRI LHAS E ABDOMI NAIS

Pernas Agachamento 3 4
3 20
Leg press unilateral 3 4
3 20
Extensão de joelhos 4 20
Levantamento-terra 4 20
romeno

Panturrilhas Flexão plantar, em pé 4 20


Flexão plantar, sentado 4 20
Abdominais Elevação de pernas com 4 20
joelhos flexionados
Abdominal declinado 4 20
140 Jim Stoppani

parte das fibras musculares e, por essa razão, gastam força e massa muscular de forma simultânea - e por uma
mais calorias. boa razão. Normalmente, conforme a força dos músculos
O treinamento com cargas mais pesadas e pou­ aumenta, o seu tamanho também aumenta. Apesar de
cas repetições (de 4 a 6) mantém o metabolismo eleva­ não existir uma correlação definida entre a força e o ta­
do após a sessão. Já com um número alto de repetições manho muscular, é razoável pensar que, ao levantar mais
(de 12 a 20), a maioria das calorias é gasta durante a peso ou executar uma quantidade maior de repetições
sessão. Assim, o treinamento de alta intensidade, junta­ com determinada quantidade de peso, o crescimento é
mente com um número elevado de repetições, tem maior estimulado. Isso segue o princípio da sobrecarga.
efeito na queima calórica. Essa é a razão pela qual esse O programa de seis meses "grande e forte" cicla
programa utiliza cargas elevadas na primeira metade das duas técnicas piramidais - a pirâmide ascendente de
séries e cargas baixas nas séries finais na maioria dos Delorme (abordada no Cap. 9) e a pirâmide descendente
exercícios. O tempo entre as séries também é fundamen­ de Oxford (abordada no Cap. 6) (ver a Tab. 7.5). Na pirâmi­
tal, pois intervalos menores levam a maior queima. Esse de ascendente de Delorme, a primeira série é executada
programa utiliza repousos de 30 a 60 segundos entre as com cerca de 50% das 10 repetições máximas (10RMs)
séries e uma rotina dividida de quatro treinos. No entan­ em determinado exercício, em apenas 10 repetições. Na
to, pode-se treinar seis vezes por semana a fim de maxi­ segunda série, aumenta-se a carga para cerca de 75%
mizar o gasto calórico, o que significa que é possível repe­ das 10RMs e, novamente, para-se nas 10 repetições. Na
tir a rotina de quatro treinos (feitos em dias consecutivos), terceira série, eleva-se a carga para 100% das 10RMs
com um dia de intervalo entre a quarta e a primeira ses­ e executa-se o maior número possível de repetições até
são, em um total de seis vezes. Por exemplo, inicia-se a chegar à fadiga. O número de repetições máximas não é
primeira sessão na segunda-feira; a segunda, na terça; a fundamental, porque muitos powerlifters usam esse mé­
terceira, na quarta; a quarta, na quinta. Por fim, descan­ todo com 3RMs, 4RMs, 5RMs e 6RMs para treinar for­
sa-se na sexta-feira e continua-se o ciclo no sábado, fa­ ça. Na verdade, na segunda metade do programa, usa-se
zendo a primeira sessão. 6RMs durante o treinamento com Delorme. Na pirâmide
Na Fase 1, treina-se com seis repetições nas séries pe­ descendente de Oxford, a primeira série é feita com 100%
sadas e 12 nas leves. São realizadas duas séries pesadas das 10RMs. Na segunda e terceira séries, o peso é redu­
e duas leves na maior parte dos exercícios. Nessa fase, os zido o suficiente para que seja possível completar cerca
intervalos de repouso entre as séries são de 60 segundos. de 10 repetições. Mais uma vez, o número de repetições
Na Fase 2, as repetições das séries pesadas caem máximas não é o fator mais importante, porque com fre­
para cinco por série, enquanto as das séries leves aumen­ quência são adotadas 6RMs, 8RMs, 12RMs e 15RMs. Na
tam para 15. As séries leves também sobem para 3 por segunda metade do programa, as repetições por série au­
exercício, a fim de aumentar o volume e o número total de mentam para 12 (ver Tab.7.5).
calorias gastas durante a sessão. Os intervalos de repou­ O método Delorme tende a ser melhor no desenvol­
so devem ser reduzidos para 30 segundos, de modo a ele­ vimento da força, enquanto o Oxford é melhor para o estí­
var ainda mais o gasto calórico durante e após a sessão. mulo do crescimento muscular (Fish et ai., 2003). Isso de­
Na Fase 3, as repetições das séries pesadas caem corre da quantidade de vezes que se chega à fadiga em
para quatro por série, e as das séries leves aumentam cada exercício. No Delorme, a fadiga é alcançada apenas
para 20. As séries pesadas, por sua vez, são aumenta­ uma vez. Já o método Oxford a induz em todas as três sé­
das para três. Os intervalos de repouso devem permane­ ries. Pesquisadores australianos mostraram que o treino
cer em 30 segundos. com fadiga em apenas uma série incrementa mais a força
No final da Fase 3, pode-se continuar o programa de do que quando a fadiga é induzida em um número maior
12 semanas se houver mais gordura corporal para perder. de séries (Drinkwater et ai., 2005). Entretanto, ela parece
É recomendado ficar uma semana fora da academia, fa­ ser importante para induzir o crescimento muscular, pois
zendo um repouso ativo, em que outras atividades sejam estimula, de forma mais adequada, a liberação de hormô­
realizadas pelo menos seis vezes por semana. Então, rei­ nios anabólicos como o hormônio do crescimento (GH) e o
nicia-se o programa, pulando a Fase 1. do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1).
Essa é a razão pela qual esse programa cicla ambos os
métodos. Assim, obtém-se maior incremento da força e
"Grande e forte" do crescimento muscular.
Com o programa "grande e forte" , faz-se uma pirâ­
Para alguns praticantes, ficar "maior" não é o único obje­ mide ascendente em todos os exercícios da primeira até
tivo. Eles estão preocupados com o desenvolvimento de a sexta semana e, novamente, da 13ª até a 18ª. A diferen-
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 141

TABELA 7.5 Programa progressivo e regressivo para força e tamanho


SEMANAS 1-6: FASE DE FORÇA COM 1ORMS DE DELORME SEMANAS 1-6: FASE DE FORÇA COM 1ORMS DE DELORME
SEGUNDA E QUINTA-FEIRA: PEITO, OMBROS E TRÍCEPS TERÇA E SEXTA-FEIRA: PERNAS, COSTAS E BÍCEPS
(continuação)
Exercício Série Peso Repetições
Exercício Série Peso Repetições
S u pi n o i n c l i nado 1 50% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 Leva nta mento-terra 1 50% 10R Ms 10
3 100% 10R M s 10* romeno 2 75% 10R Ms 10
3 100% 10R M s 10*
S u p i n o com hal- 1 50% 10RMs 10
teres 2 75% 10RMs 10 Flexão pla nta r, em 1 50% 10R Ms 10
3 100% 10R M s 10* pé 2 75% 10R Ms 10
3 100% 10R M s 10*
Meio d esenvolvi- 1 50% 10RMs 10
mento com barra 2 75% 10RMs 10 Flexão pla nta r, 1 50% 10R Ms 10
3 100% 10R M s 10* sentado 2 75% 10R Ms 10
3 100% 10R M s 10*

Remada vertica l 1 50% 10RMs 10 SEMANAS 7-1.2: FASE DE MASSA COM 1ORMS DE OXFORD
2 75% 10RMs 10 SEGUNDA-FEIRA: PEITO E TRÍCEPS
3 100% 10R M s 10*
Exercício Série Peso Repetições
Enco l h i mento de 1 50% 10RMs 10
o m b ros com 2 75% 10RMs 10 Su pino i n c l i nado 1 100% 10R M s 10
ba rra 3 100% 10R M s 10* com halteres 2 < 100% 10RMs** 10
3 < 100% 10R Ms 10
S u p i n o com pegada 1 50% 10RMs 10
fechada 2 75% 10RMs 10 S u pi no no m u lti- 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* força 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Tríceps na pol i a a lta 1 50% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 Crucifixo i n c l i nado 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* 2 < 100% 10 RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
TERÇA E SEXTA-FEIRA: PERNAS, COSTAS E BÍCEPS
Tríceps na pol i a a lta 1 100% 10R M s 10
Remada com ba rra 1 50% 10RMs 10 2 < 100% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10
3 100% 10R Ms 10*
Tríceps fra ncês, 1 100% 10R M s 10
Puxada pela frente 1 50% 10RMs 10 sentado 2 < 100% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 3 < 100% 10RMs 10
3 100% 10R Ms 10*
TERÇA-FEIRA: PERNAS
Rosca d i reta com 1 50% 10RMs 10
ba rra 2 75% 10RMs 10 Agachamento no 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* m u ltiforça 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Rosca neutra com 1 50% 10RMs 10
ha lte res 2 75% 10RMs 10 Passada à frente 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Agachamento 1 50% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 Extensão d e joel hos 1 100% 10R M s 10
3 100% 10RMs 10* 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10
Leg press 1 50% 10RMs 10
2 75% 10RMs 10 Flexão de joel hos 1 100% 10R M s 10
3 100% 10R M s 10* 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10

Lembrete: Os a bdominais podem ser feitos no fi nal de qualquer uma dessas sessões de treino.
• Até a fad iga .
•• Nessa fase, na segunda e na terceira série de cada exercício, red uza a carga somente o necessário para completar 10 repetições
(Continua)
142 Jim Stoppani

TABELA 7.5 Programa progressivo e regressivo para força e tamanho (conti n u ação)
SEMANAS 7-12: FASE DE MASSA COM 1ORMS DE OXFORD SEMANAS 13-18: PIRÂM IDE DE FORÇA
QUINTA-FEIRA: OMBROS COM 6RMS DE DELORME
SEGUNDA E QUINTA-FEIRA: PEITO, OMBROS E TRÍCEPS
Exercício Série Peso Repetições (continuação)
Meio desenvolvi- 1 100% 10RMs 10 Exercício Série Peso Repetições
mento 2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 Meio desenvolvi- 1 50% 6 R M s 6
mento com ba rra 2 75% 6RMs 6
Elevação lateral 1 100% 10RMs 10
3 100% 6RMs 6*
2 < 100% 10RMs 10
3 < 100% 10RMs 10 Remada vertical 1 50% 6RMs 6
2 75% 6RMs 6
Crucifixo i nvertido 1 100% 10RMs 10
2 < 100% 10RMs 10
3 100% 6 R Ms 6*
3 < 100% 10RMs 10 Encol h i m e nto de 1 50% 6RMs 6
Encol h i m ento com 1 100% 10RMs 10 ombros com 2 75% 6RMs 6
halteres 2 < 100% 10RMs 10 barra 3 100% 6 R Ms 6*
3 < 100% 10RMs 10
Supino com a pega- 1 50% 6RMs 6
SEXTA-FEIRA: COSTAS E BÍCEPS da fechada 2 75% 6RMs 6
3 100% 6 R Ms 6*
Puxad a 1 100% 10RMs 10
2 < 100% 10RMs 10 Tríce ps na polia alta 1 50% 6RMs 6
3 < 100% 10RMs 10 2 7 5% 6RMs 6
3 100% 6 R Ms 6*
Remada com barra 1 100% 10RMs 10
"T" 2 < 100% 10RMs 10 TERÇA E SEXTA-FEIRA: PERNAS, COSTAS E BÍCEPS
3 < 100% 10RMs 10
Remada com barra 1 50% 6RMs 6
Extensão do ombro 1 100% 10RMs 10 2 75% 6RMs 6
na polia alta 2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R M s 6*
3 < 100% 10RMs 10
Puxada p e l a frente 1 50% 6RMs 6
Rosca d ireta , 1 100% 10RMs 10 2 75% 6 R M s 6
i nclinada 2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R M s 6*
3 < 100% 10RMs 10
Rosca d ireta com 1 50% 6 R M s 6
Rosca Scott 1 100% 10RMs 10 ba rra 2 7 5% 6RMs 6
2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R M s 6*
3 < 100% 10RMs 10
Rosca neutra com 1 50% 6 R M s 6
Rosca i nvertida 1 100% 10RMs 10 halteres 2 75% 6RMs 6
2 < 100% 10RMs 10 3 100% 6 R Ms 6*
3 < 100% 10RMs 10
Agacha mento 1 50% 6RMs 6
SEMANAS 13-18: PIRÂM IDE DE FORÇA 2 75% 6RMs 6
COM 6RMS DE DELORME 3 100% 6 R Ms 6*

Leg press
SEGUNDA E QUINTA-FEIRA: PEITO, OMBROS E TRÍCEPS
1 50% 6RMs 6
Exercício Série Peso Repetições 2 7 5% 6 R M s 6
3 100% 6 R Ms 6*
Supino i n c l i nado 1 50% 6RMs 6
2 7 5% 6RMs 6 Levanta me nto-terra 1 50% 6RMs 6
3 100% 6RMs 6* romeno 2 7 5% 6RMs 6
3 100% 6 R Ms 6*
Supino com hal- 1 50% 6RMs 6
teres 2 75% 6RMs 6
3 100% 6RMs 6*
Lembrete: Os abdominais podem ser feitos no final de qualquer uma dessas sessões de treino.
• Até a fad iga .
•• Nessa fase, na segunda e na terceira série de cada exercício, red uza a carga somente o necessário para completar 10 repetições
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 143

TABELA 7.5 Programa progressivo e regressivo para força e tamanho (continuação)


SEMANAS 13-18: PIRÂMIDE DE FORÇA COM 6RMS DE DELORME SEMANAS 19-24: FASE DE MASSA COM 12RMS DE OXFORD
TERÇA E SEXTA-FEIRA: PERNAS, COSTAS E BÍCEPS TERÇA-FEIRA: PERNAS (continuação)
(continuação)
Exercício Série Peso Repetições
Exercício Série Peso Repetições
Flexão de joel hos 1 100% 12RMs 12
Flexão plantar, em 1 50% 6 R Ms 6 2 < 100% 12 RMs 12
pé 2 75% 6 R Ms 6 3 < 100% 12 RMs 12
3 100% 6RMs 6*
QUINTA-FEIRA: OMBROS
Flexão planta r, 1 50% 6 R Ms 6
sentado 2 75% 6 R Ms 6 Meio d esenvol- 1 100% 12RMs 12
3 100% 6RMs 6* vimento com 2 < 100% 12R M s 12
ha lteres 3 < 100% 12 RMs 12
SEMANAS 19-24: FASE DE MASSA COM 12RMS DE OXFORD
SEGUNDA-FEI RA: PEITO E TRÍCEPS Elevação l atera l 1 100% 12RMs 12
2 < 100% 12 RMs 12
Exercício Série Peso Repetições 3 < 100% 12 RMs 12

Supi no incl inado 1 100% 12RMs 12 Crucifixo invertido 1 100% 12RMs 12


com h alteres 2 < 100% 12RMs** 12 2 < 100% 12 RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 3 < 100% 12 RMs 12

Supino no 1 100% 12RMs 12 Encol himento de 1 100% 12RMs 12


multiforça 2 < 100% 12RMs 12 o m b ros com 2 < 100% 12 RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 ha lteres 3 < 100% 12 RMs 12

Crucifixo inclinado 1 100% 12RMs 12 SEXTA-FEIRA: COSTAS E BÍCEPS


com h alteres 2 < 100% 12RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 Puxad a pela fre nte 1 100% 12R M s 12
2 < 100% 12 RMs 12
Tríceps na polia a lta 1 100% 12R Ms 12 3 < 100% 12 RMs 12
2 < 100% 12RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 Remada com barra 1 100% 12RMs 12
"T" 2 < 100% 12RMs 12
Tríceps francês, 1 100% 12R M s 12 3 < 100% 12 RMs 12
sentado 2 < 100% 12RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 Extensão d e o m b ro 1 100% 12RMs 12
n a polia a lta 2 < 100% 12 RMs 12
TERÇA-FEIRA: PERNAS 3 < 100% 12 RMs 12

Agacham ento no 1 100% 12RMs 12 Rosca di reta , 1 100% 12RMs 12


multiforça 2 < 100% 12RMs 12 i nclinada 2 < 100% 12 RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 3 < 100% 12 RMs 12

Passada à f rente 1 100% 12RMs 12 Rosca Scott 1 100% 12RMs 12


2 < 100% 12RMs 12 2 < 100% 12 RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 3 < 100% 12 RMs 12

Exte nsão de joel hos 1 100% 12RMs 12 Rosca i n vertida 1 100% 12RMs 12
2 < 100% 12RMs 12 2 < 100% 12 RMs 12
3 < 100% 12RMs 12 3 < 100% 12RMs 12

Lembrete: Os a bdominais podem ser feitos no fi nal de qualquer uma dessas sessões de treino.
*Até a fad iga .
.. Nessa fase, na segunda e na terceira série de cada exercício, red uza a carga somente o necessário para completar 10 repetições.
144 Jim Stoppani

ça dessas duas fases é a quantidade de peso utilizada na fase), volta-se para a janela com 9 a 11 repetições por sé­
última série de cada exercício. Da primeira à sexta sema­ rie. Na sétima semana (terceira da segunda fase), a car­
na, termina-se com um peso que permita a execução de ga aumenta mais uma vez, permitindo a execução de 6
10 repetições. Já da semana 13 à 18, finaliza-se com um a 8 repetições por série. Na semana 8 (quarta da segun­
peso que possibilite a execução de seis repetições. Du­ da fase), a carga aumentará mais uma vez para que se­
rante essas fases do programa, cada grupo muscular é jam executadas 3 a 5 repetições. Esse é o fim da segun­
treinado duas vezes por semana, pois é necessário um da fase. Na nona semana, inicia-se a fase final (terceira
período menor de recuperação entre as sessões, uma vez fase), voltando para a janela de 12 a 15 repetições por
que há menos trabalho por sessão e treina-se até a fadi­ série e repetindo os microciclos até que se chegue ao nú­
ga em apenas uma série por exercício. mero de 3 a 5 repetições novamente. Nessa fase, serão
Os ganhos de força obtidos até então podem ser­ utilizadas 5 a 20 libras a mais do que na segunda fase e
vir para utilizar cargas mais pesadas durante as sema­ até 10 a 40 libras (4,5 a 18 kg) a mais do que na primei­
nas 7 a 12 e 19 a 24, em que se faz uma pirâmide des­ ra fase. Essa é a maneira de deixá-lo mais forte - muito
cendente, diminuindo a carga em cada série de todos os mais forte - durante esse programa.
exercícios. Nessas fases, cada grupo muscular é treina­ O aumento constante da carga toda semana e a "re­
do uma vez por semana devido à necessidade de um pe­ ciclagem" dessas quatro fases leva a ganhos de força im­
ríodo mais longo de recuperação, já que o trabalho total pressionantes. Os microciclos também levam à hipertrofia,
por grupo é maior. Além disso, treina-se até a fadiga em devido à mudança da janela de repetições em cada sema­
todas as séries. na. Outra razão para tais ganhos reside no fato de que as
cargas são pré-definidas em cada exercício e em todas as
séries, de modo que o praticante é forçado a completar o
Programa "atal ho" número mínimo de repetições da janela específica.
Maiores ganhos de força e massa muscular são ga­
para o tamanho" rantidos com o programa, e alguns resultados impressio­
nantes têm sido observados. Em homens, há ganhos aci­
Um dos programas mais populares é o de 1 2 semanas ma de 90 libras no agachamento e de 50 libras no supino.
de duração "atalho para o tamanho", que foi destaque Em relação à hipertrofia, muitos homens ganham mais de
no bodybuilding.com e pode ser visto detalhadamente na 20 libras de musculatura pura, enquanto diminuem a gor­
Tabela 7.6. Mais de um milhão de pessoas completaram dura corporal. Quanto à gordura corporal, quando o obje­
esse programa, e muitos ganharam até 20 libras (9 qui­ tivo é maximizar essa perda, com esse treino e uma dieta,
los) de massa muscular. Os ganhos de força também são alguns homens perdem mais de 20 libras. Mulheres tam­
fenomenais. bém têm ganhos de força e massa muscular impressio­
O programa é baseado na periodização linear, utili­ nantes, juntamente com perda de gordura corporal. Elas
zando microciclos (ver Cap.3). Na primeira semana, a ja­ apresentam ganhos acima de 60 libras no agachamento
nela será de 12 a 15 repetições. Na segunda semana, as e de 30 libras no supino. Além disso, são observados ga­
cargas são aumentadas e as séries diminuídas para 9 a nhos de massa acima de 10 libras e diminuição da gordu­
11. Na terceira semana, a carga aumenta novamente em ra corporal no mesmo valor.
cada exercício e a janela de repetições cai para 6 a 8. Na O primeiro exercício a ser feito para cada grupo mus­
quarta semana, as cargas aumentam pela última vez e as cular (exceto abdominais e panturrilha) será sempre o
repetições caem para 3 a 5 por série. Tem-se, então, qua­ mesmo durante as 12 semanas, de forma a priorizar o ga­
tro microciclos que serão repetidos. Assim, na quarta se­ nho de força. A maioria dos exercícios auxiliares que vem
mana, a primeira fase terá sido finalizada. Na quinta se­ depois será mudada em cada fase. Para os abdominais,
mana, as cargas são diminuídas (como no início) e serão muda-se os movimentos a cada semana, de acordo com
realizadas 12 a 15 repetições por série. Entretanto, agora as janelas de repetições, pois alguns exercícios para a re­
é possível executar cada janela com 5 a 20 libras a mais gião são mais fáceis de executar em um alto número de
(de um pouco menos que 2,5 a até 9 kg) do que na primei­ repetições. Assim, foram selecionados os melhores exer­
ra fase. Na sexta semana (segunda semana da segunda cícios abdominais para as janelas prescritas.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 145

TABELA 7.6 Programa "atalho para o tamanho ff


FASE 1: SEMANA 1 FASE 1: SEMANA 2
TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTU RRI LHAS TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTU R R I LHAS
Exercício Séries x repetições Exercício Séries x repetições
Supino 4 x 12-15 Supi no 4 x 9-11
Supi n o i ncli nado 3 X 12-15 Supino i ncli nado 3 X 9-11
Crucifixo i ncli nado 3 X 12-15 Crucifixo i ncli nado 3 X 9-11
Crossover 3 X 12-15 Crossover 3 X 9-11

Tríceps na polia alta 3 X 12-15 Tríceps na polia a lta 3 X 9-11

Tríceps testa 3 X 12-15 Tríceps testa 3 X 9-11

"Coice" na polia baixa 3 X 12-15 "Coice" na polia ba ixa 3 X 9-11


Flexão pla nta r, em pé 4 x 15-20
Flexão pla ntar, em pé 4 x 25-30
Flexão pla nta r, sentado 4 x 15-20
Flexão pla nta r, sentado 4 x 25-30
TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOM I NAIS
TR EINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOM INAIS
Remada curvada com halteres 4 x 9-11
Remada curvada com halteres 4 x 12-15
Puxad a com a pegada a berta 3 X 9-11
Puxada com a pegada a berta 3 X 12-15
Puxad a em pé 3 X 9-11
Puxada em pé 3 X 12-15
Extensão d e o m b ros n a polia alta 3 X 9-11
Extensão de o m b ros na polia alta 3 X 12-15
Rosca d i reta com ba rra 4 X 9-11
Rosca d i reta com ba rra 3 X 12-15
Rosca d i reta incli nada, com halteres 3 X 9-11
Rosca d i reta i ncli nada, com halteres 3 X 12-15
Rosca d i reta un ilateral na polia alta 3 X 9-11
Rosca d i reta un ilatera l na polia alta 3 X 12-15
Elevação de pernas com joelhos 3 X 15-192
Elevação do quad ril 3 X 20-301 estend idos
Supra-a bdo m i nal 3 X 20-301 Supra-a bdo m i nal com a n ilha 3 x 15-19
1
Abd o m i nal oblíquo 3 X 20-30 Flexão lateral com halte res, em pé 3 x 15-19
TREINO 3: OM BROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS TREINO 3: OMBROS, TRAPÉZIO E PANTU RRILHAS
Meio d esenvolvimento com halteres 4 x 12-15 Meio d esenvolvimento com halteres 4 x 9-11
Elevação latera l com halteres 3 X 12-15 Elevação lateral com halteres 3 X 9-11
Elevação frontal unilateral na polia baixa 3 X 12-15 Elevação frontal unilateral na polia ba ixa 3 X 9-11
Crucifixo invertido no crossover 3 X 12-15 Crucifixo i nvertido no crossover 3 X 9-11
Encolh i mento de om bros com halteres 4 x 12-15 Enco l h i m ento de ombros com halteres 4 x 9-11
Flexão planta r, sentado 4 x 25-30 Flexão pla nta r, sentado 4 x 15-20
Flexão pla nta r no /eg press 4 x 25-30 Flexão pla nta r no /eg press 4 x 15-20
TREINO 4: PERNAS E ABDO MI NAIS TREINO 4: PERNAS E ABDOMI NAIS
Agachamento 4 x 12-15 Agachamento 4 x 9-11
Leg press u n ilateral 3 X 12-15 Leg press u n ilateral 3 X 9-11
Extensão de joel hos 3 X 12-15 Extensão d e joelhos 3 X 9-11
Leva nta mento-terra romeno 4 x 12-15 Leva nta mento-terra romeno 4 x 9-11
Flexão de joel hos, deitad o 3 X 12-15 Flexão de joel hos, deitad o 3 X 9-11

Elevação do quad ril 3 X 20-30 1 Elevação de pernas com joelhos 3 X 15-192


estend idos
Supra-a bd o m i nal 3 X 20-301
Su pra-a bdo m i nal com a n ilha 3 x 15-19
Prancha 3 x 1 m i nuto
Prancha lateral 3 x 1 m i nuto
1 Faça de 20 a 30 repetições, mas, se consegu ir mais, continue até chegar à fa lha (fad iga). Se não consegui r completa r 20 repetições, faça qua ntas puder,
tentando chegar o mais próximo possível das 20.
2 Se não consegu i r completar 15 repetições, faça quantas puder, tentando chega r o mais próximo possível das 15.
3 Faça a elevação de quadril segurando uma medicine bali ou um haltere entre os pés, ou use ca neleiras.
(Continua)
146 Jim Stoppani

TABELA 7.6 Programa "atalho para o tamanho"(continuação)


FASE 1: SEMANA 3 FASE 1: SEMANA 4
TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTIJ RRI LHAS TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTIJ RRILHAS
Exercício Séries x repetições Exercício Séries x repetições
Supino 4 x 6-8 Supino 4 x 3-5
S u p i n o i n c l i nado 3 x 6-8 S u p i n o i n c l i nado 3 x 3-5
Crucifixo i n c l i nado 3 x 6-8 Crucifixo i n c l i nado 3 X 3-5
Crossover 3 x 6-8 Crossover 3 X 3-5
Tríceps na pol i a a lta 3 x 6-8 Tríceps na pol i a a lta 3 X 3-5
Tríceps testa 3 x 6-8 Tríceps testa 3 X 3-5
"Coice" na pol i a ba ixa 3 x 6-8 "Coice" na pol i a ba ixa 3 X 3-5
Flexão pla nta r, em pé 4 x 10-14 Flexão pla nta r, em pé 4 x 6-9
Flexão pla nta r, sentado 4 x 10-14 Flexão pla nta r, sentado 4 x 6-9
TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDO M I NAIS TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOMI NAIS
Remada cu rvada com h a lteres 4 x 6-8 Remada curvada com ha lteres 4 x 3-5
Puxad a com a pegada a berta 3 x 6-8 Puxada com a pegada a berta 3 X 3-5
Puxad a em pé 3 x 6-8 Puxada em pé 3 X 3-5
Extensão de o m b ros na pol ia a lta 3 x 6-8 Extensão de om bros na pol i a a lta 3 X 3-5
Rosca d ireta com barra 4 x 6-8 Rosca d ireta com barra 4 x 3-5
Rosca d ireta i n c l i na d a , com ha lteres 3 x 6-8 Rosca d ireta incl i na d a , com ha lte res 3 X 3-5
Rosca d ireta u n i latera l na pol i a a lta 3 x 6-8 Rosca d ireta u n i l atera l na polia a lta 3 X 3-5
Elevação do q uadril com peso3 3 X 10-14 Elevação do quadril no m u ltiforça 3 X 6-9
Su pra-a bdom i n a l na pol i a a lta 3 X 10-14 Su pra-a bdom i n a l na máq u i na 3 X 6-9
Abd o m i n a l oblíq uo na pol i a 3 X 10-14 Rotação do tronco com banda elástica 3 X 6-9
TREINO 3: O M B ROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS TREINO 3: O M B ROS, TRAPÉZIO E PANTU R R ILHAS
Meio desenvolvi mento com halteres 4 x 6-8 Meio desenvolvimento com ha lteres 4 x 3-5
Elevação lateral com ha lteres 3 x 6-8 Elevação lateral com ha lteres 3 X 3-5
Elevação fronta l u n i latera l na polia ba ixa 3 x 6-8 Elevação fronta l u n i l ateral na polia ba ixa 3 x 3-5
Crucifixo i nvertido no crossover 3 x 6-8 Crucifixo i nvertido no crossover 3 x 3-5
Enco l h i mento de o m b ros com ha lteres 4 x 6-8 Encol h i mento de o m b ros com ha lteres 4 x 3-5
Flexão pla nta r, sentado 4 x 10-14 Flexão pla nta r, sentado 4 x 6-9
Flexão pla nta r no /eg press 4 x 10-14 Flexão pla nta r no /eg press 4 x 6-9
TREINO 4: PERNAS E ABDO M I NAIS TREINO 4: PERNAS E ABDOMI NAIS
Agachamento 4 x 6-8 Agachamento 4 x 3-5
Leg press u n i latera l 3 x 6-8 Leg press u n i lateral 3 X 3-5
Extensão de joelhos 3 x 6-8 Extensão d e joelhos 3 X 3-5
Leva nta mento-terra romeno 4 x 6-8 Leva nta mento-terra romeno 4 x 3-5
Flexão de joe l hos, deitado 3 x 6-8 Flexão d e joelhos, deitado 3 X 3-5
3
Elevação do q uadril com peso 3 X 10-14 Elevação d o quadril no m ultiforça 3 X 6-9
Su pra-a bdom i n a l na pol i a a lta 3 X 10-14 Su pra-a bdom i n a l na máq u i na 3 X 6-9
Lenhador na pol i a a lta 3 X 10-14 Pra ncha 3 x 75 segu ndos
1 Faça de 20 a 30 repetições, mas, se consegui r ma is, conti nue até chegar à falha (fad iga). Se não conseguir completa r 20 repetições, faça quantas puder,
tenta ndo chegar o mais próximo possível das 20.
2 Se não conseguir completa r 15 repetições, faça qua ntas puder, tenta ndo chegar o mais próximo possível das 15.
3 Faça a elevação de quadril segurando uma medicine ba/1 ou um ha ltere entre os pés, ou use ca neleiras.
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 147

TABELA 7.6 Programa "atalho para o tamanho ff (continuação)


FASE 2: SEMANA 1 FASE 2: SEMANA 2
TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTU R R I LHAS TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTU R R I LHAS
Exercício Séries x repetições Exercício Séries x repetições
S u pi n o 4 X 12-15 S u pino 4 x 9-11
S u pi n o i ncli nado 3 X 12-15 Su pino i ncli nado 3 X 9-11
Crucifixo incli nado 3 X 12-15 Crucifixo i ncli nado 3 X 9-11
Crossover 3 X 12-15 Crossover 3 X 9-11
Tríceps na polia alta 3 X 12-15 Tríceps na polia a lta 3 X 9-11
Tríceps testa 3 X 12-15 Tríceps testa 3 X 9-11
" Coice" na polia ba ixa 3 X 12-15 "Coice" n a polia baixa 3 X 9-11
Flexão pla ntar, em pé 4 x 25-30 Flexão pla nta r, em pé 4 x 15-20
Flexão pla nta r, sentado 4 x 25-30 Flexão pla nta r, sentado 4 x 15-20
TR EINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDO MI NAIS TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOM I NAIS
Remada cu rvada com halteres 4 X 12-15 Remada c u rvada com ha lteres 4 X 9-11
Puxada com a pegada a berta 3 X 12-15 Puxada com a pegada a berta 3 X 9-11
Puxada e m pé 3 X 12-15 Puxada em pé 3 X 9-11
Extensão de om bros na polia alta 3 X 12-15 Extensão de om bros n a polia alta 3 X 9-11

Rosca d i reta com ba rra 4 X 12-15 Rosca d i reta com barra 4 x 9-11

Rosca d i reta i ncli nad a , com halteres 3 X 12-15 Rosca d i reta i n c l i nada, com halteres 3 X 9-11

Rosca d i reta u n i latera l na polia alta 3 X 12-15 Rosca d i reta u n ilateral na polia alta 3 X 9-11

Elevação do q uad ril 3 X 20-301 Elevação de pernas com joel hos 3 X 15-19 1
estendidos
S u p ra-a bd o m i nal 3 X 20-30 1
Su pra-a bd o m i nal com a n ilha 3 X 15-19
Abdominal oblíquo 3 X 20-301
Flexão lateral com halteres, em pé 3 X 15-19
TREINO 3: OM BROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS
TREINO 3: O M B ROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS
Meio d esenvolvimento com halteres 4 X 12-15
Meio desenvolvimento com halteres 4 X 9-11
Elevação lateral com halteres 3 X 12-15
Elevação lateral com halteres 3 X 9-11
Elevação frontal unilateral na polia baixa 3 x 12-15 Elevação fronta l u n ilateral na polia baixa 3 x 9-11
Crucifixo i nvertido no crossover 3 X 12-15 Crucifixo i nvertido no crossover 3 X 9-11
Encolh i m e nto com halteres 4 X 12-15 Enco l h i m ento com ha lte res 4 x 9-11
Flexão pla nta r, sentado 4 x 25-30 Flexão pla nta r, sentado 4 x 15-20
Flexão pla nta r no leg press 4 x 25-30 Flexão pla nta r no leg press 4 x 15-20
TREINO 4: PERNAS E ABDO MI NAIS TR EINO 4: PERNAS E ABDOMI NAIS
Agach a m ento 4 X 12-15 Agachamento 4 x 9-11
Leg press u n ilateral 3 X 12-15 Leg press u n ilateral 3 X 9-11
Extensão de joelhos 3 X 12-15 Extensão d e joelhos 3 X 9-11
Leva nta mento-terra romeno 4 X 12-15 Leva nta mento-terra romeno 4 x 9-11
Flexão de joelhos, deitado 3 X 12-15 Flexão de joel hos, deitad o 3 X 9-11
Elevação do q uad ril 3 X 20-30 1 Elevação de pernas c o m joelhos 3 X 15-191
estendidos
S u p ra-a bd o m i nal 3 X 20-30 1
Su pra-a bdom i nal com a n ilha 3 X 15-19
Pra ncha 3 x 75 segu nd os
Prancha lateral 3 x 75 segundos
1 Faça de 20 a 30 repetições, mas, se consegu ir mais, continue até chegar à fa lha (fadiga). Se não consegui r completa r 20 repetições, faça qua ntas puder,
tentando chegar o mais próximo possível das 20.
2 Se não consegu ir completar 15 repetições, faça quantas puder, tentando chega r o mais próximo possível das 15.
3 Faça a elevação de quadril segurando uma medicine bali ou um haltere entre os pés, ou use ca neleiras.
(Continua)
148 Jim Stoppani

TABELA 7.6 Programa "atalho para o tamanho"(continuação)


FASE 2: SEMANA 3 FASE 2: SEMANA 4
TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTIJ RRI LHAS TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTIJ RRILHAS
Exercício Séries x repetições Exercício Séries x repetições
Supino 4 x 6-8 Supino 4 X 3-5
S u p i n o i n c l i nado 3 x 6-8 S u p i n o i n c l i nado 3 X 3-5
Crucifixo i n c l i nado 3 x 6-8 Crucifixo i n c l i nado 3 x 3-5
Crossover 3 x 6-8 Crossover 3 X 3-5
Tríceps na pol i a a lta 3 x 6-8 Tríceps na pol i a a lta 3 X 3-5
Tríceps testa 3 x 6-8 Tríceps testa 3 X 3-5
"Coice" na pol i a ba ixa 3 x 6-8 "Coice" na pol i a ba ixa 3 X 3-5
Flexão pla nta r, em pé 4 x 10-14 Flexão pla nta r, em pé 4 x 6-9
Flexão pla nta r, sentado 4 x 10-14 Flexão pla nta r, sentado 4 x 6-9
TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDO M I NAIS TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOMI NAIS
Remada cu rvada com h a lteres 4 x 6-8 Remada curvada com ha lteres 4 x 3-5
Puxada com a pegada a berta 3 x 6-8 Puxada com a pegada a berta 3 X 3-5
Puxada em pé 3 x 6-8 Puxada em pé 3 X 3-5
Extensão de o m b ros na pol ia a lta 3 x 6-8 Extensão de om bros na pol i a a lta 3 X 3-5
Rosca d ireta com barra 4 x 6-8 Rosca d ireta com barra 4 x 3-5
Rosca d ireta i n c l i na d a , com ha lteres 3 x 6-8 Rosca d ireta incl i na d a , com ha lte res 3 X 3-5
Rosca d ireta u n i latera l na pol i a a lta 3 x 6-8 Rosca d ireta u n i l atera l na polia a lta 3 X 3-5
Elevação do q uadril com peso3 3 x 10-14 Elevação do quadril no m u ltiforça 3 X 6-9
Su pra-a bdom i n a l na pol i a a lta 3 x 10-14 Su pra-a bdom i n a l na máq u i na 3 X 6-9
Abd o m i n a l oblíq uo na pol i a 3 x 10-14 Rotação do tronco com banda elástica 3 X 6-9
TREINO 3: O M B ROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS TREINO 3: O M B ROS, TRAPÉZIO E PANTU R R ILHAS
Meio desenvolv im ento com halteres 4 x 6-8 Meio desenvolvimento com ha lteres 4 x 3-5
Elevação lateral com ha lteres 3 x 6-8 Elevação lateral com ha lteres 3 X 3-5
Elevação fronta l u n i lateral na polia baixa 3 x 6-8 Elevação fronta l u n i l ateral na polia ba ixa 3 x 3-5
Crucifixo i nvertido no crossover 3 x 6-8 Crucifixo i nvertido no crossover 3 X 3-5
Enco l h i mento com ha lteres 4 x 6-8 Encol h i mento com halteres 4 x 3-5
Flexão pla nta r, sentado 4 X 10-14 Flexão pla nta r, sentado 4 x 6-9
Flexão pla nta r no /eg press 4 x 10-14 Flexão pla nta r no /eg press 4 x 6-9
TREINO 4: PERNAS E ABDO M I NAIS TREINO 4: PERNAS E ABDOMI NAIS
Agachamento 4 x 6-8 Agachamento 4 x 3-5
Leg press u n i latera l 3 x 6-8 Leg press u n i lateral 3 X 3-5
Extensão de joelhos 3 x 6-8 Extensão d e joelhos 3 X 3-5
Leva nta mento-terra romeno 4 x 6-8 Leva nta mento-terra romeno 4 x 3-5
Flexão de joe l hos, deitado 3 x 6-8 Flexão d e joelhos, deitado 3 X 3-5
3
Elevação do q uadril com peso 3 X 10-14 Elevação d o quadril no m ultiforça 3 X 6-9
Su pra-a bdom i n a l na pol i a a lta 3 X 10-14 Su pra-a bdom i n a l na máq u i na 3 X 6-9
Lenhador na pol i a a lta 3 X 10-14 Pra ncha 3 x 90 segu ndos
1
Faça de 20 a 30 repetições, mas, se conseguir mais, continue até chegar à falha (fad iga). Se não conseguir completar 20 repetições, faça quantas puder,
tentando chegar o mais próximo possível das 20.
2
Se não conseguir completar 15 repetições, faça quantas puder, tentando chegar o mais próximo possível das 15.
3
Faça a elevação de quadril segurando uma medicine ba/1 ou um haltere entre os pés, ou use caneleiras.
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 149

TABELA 7.6 Programa "atalho para o tamanho ff (continuação)


FASE 3: SEMANA 1 FASE 3: SEMANA 2
TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTU RRI LHAS TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTU RRI LHAS
Exercício Séries x repetições Exercício Séries x repetições
Supino 4 x 12-15 Su pino 4 x 9-11
Supino i ncli nado com halteres e 3 X 12-15 Supi no i ncli nado com halteres e 3 X 9-11
pegada i nvertida pegada i nvertid a
Crucifixo i ncli nado 3 X 12-15 Crucifixo i ncli nado 3 x 9-11
Crossover 3 X 12-15 Crossover 3 X 9-11

Tríceps na polia alta 3 X 12-15 Tríceps na polia a lta 3 X 9-11

Tríceps testa 3 X 12-15 Tríceps testa 3 X 9-11

Supino com a pegada fechada 3 X 12-15 S u pi no com a pegada fechada 3 X 9-11


Flexão pla nta r, em pé 4 x 15-20
Flexão pla ntar, em pé 4 x 25-30
Flexão pla nta r, sentado 4 x 15-20
Flexão pla nta r, sentado 4 x 25-30
TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDO M I NAIS
TR EINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOM INAIS
Remada curvada com ha lteres 4 X 9-11
Remada curvada com halteres 4 X 12-15
Puxad a com a pegada a berta 3 X 9-11
Puxada com a pegada a berta 3 X 12-15
Extensão de ombros n a polia alta 3 X 9-11
Exte nsão de om bros na polia alta 3 X 12-15
Remada com cabo, sentado 3 X 9-11
Remada com cabo, sentado 3 X 12-15
Rosca d i reta com barra 4 x 9-11
Rosca d i reta com barra 4 x 12-15
Rosca d i reta i ncli nada, com halteres 3 X 9-11
Rosca d i reta i ncli nada, com halteres 3 X 12-15
Rosca concentrada com halteres 3 X 9-11
Rosca concentrada com ha lteres 3 X 12-15
Elevação do quadril 3 X 15-192
Elevação do quad ril 3 X 20-301
Supra-a bdo m i nal 3 x 15-19
Supra-a bdo m i nal 3 X 20-301
Abd o m i nal oblíquo 3 x 15-19
Abdomi nal oblíquo 3 X 20-301
TREINO 3: OMBROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS
TREINO 3: OM BROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS
Meio desenvolvimento com halteres 4 x 9-11
Meio d esenvolvimento com halteres 4 x 12-15
Elevação lateral com halteres 3 x 9-11
Elevação latera l com halteres 3 X 12-15 Remada vertical com halteres 3 x 9-11
Remada vertical com halte res 3 X 12-15 Crucifixo i nvertido com halteres 3 x 9-11
Crucifixo i nvertido com halteres 3 X 12-15 Encolh imento de ombros un ilateral no 4 x 9-11
Encolh i m e nto de o m b ros un ilateral no 4 x 12-15 mu ltiforça
m ultiforça Flexão pla nta r, sentado 4 x 15-20
Flexão pla nta r, sentado 4 X 25-30 Flexão pla nta r no /eg press 4 x 15-20
Flexão pla nta r no /eg press 4 x 25-30 TREINO 4: PERNAS E ABDO M I NAIS
TREINO 4: PERNAS E ABDOM INAIS Agachamento 4 x 9-11
Agachamento 4 x 12-15 Leg press 3 X 9-11
Leg press 3 X 12-15 Extensão de joel hos 3 X 9-11
Extensão de joelhos 3 X 12-15 Leva nta mento-terra romeno 4 X 9-11
Leva nta mento-te rra romeno 4 X 12-15 Flexão de joel hos, deitado 3 X 9-11
Flexão de joel hos, deitado 3 X 12-15 Elevação de pernas com joelhos 3 X 15-192
Elevação do quad ril 3 X 20-30 1 estendidos

Supra-a bd o m i nal 3 X 20-301 Supra-a bdom inal com a n ilha 3 x 15-19

Pra ncha 3 x 90 segundos Pra n cha lateral 3 x 90 segu ndos


1 Faça de 20 a 30 repetições, mas, se consegu ir mais, continue até chegar à fa lha (fadiga). Se não consegui r completa r 20 repetições, faça qua ntas puder,
tentando chegar o mais próximo possível das 20.
2 Se não consegu i r completar 15 repetições, faça quantas puder, tentando chega r o mais próximo possível das 15.
3 Faça a elevação de quadril segurando uma medicine bali ou um haltere entre os pés, ou use ca neleiras.
(Continua)
150 J i m Stoppani

TABELA 7.6 Programa "atalho para o tamanho"(continuação)


FASE 3: SEMANA 3 FASE 3: SEMANA 4
TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTIJRRILHAS TREINO 1: PEITO, TRÍCEPS E PANTIJRRILHAS
Exercício Séries x repetições Exercício Séries x repetições
Supino 4 x 6-8 Supino 4 x 3-5
S u p i n o i n c l i nado com ha lteres e pegada 3 x 6-8 S u p i n o i n c l i nado com ha lteres e pegada 3 x 3-5
i nvertida invertida
Crucifixo i n c l i nado 3 x 6-8 Crucifixo i n c l i nado 3 x 3-5
Crossover 3 x 6-8 Crossover 3 X 3-5
Tríceps na polia a lta 3 x 6-8 Tríceps na pol i a a lta 3 x 3-5
Tríceps testa 3 x 6-8 Tríce ps testa 3 X 3-5
S u p i n o com a pegada fechada 3 x 6-8 Supino com a pegada fechada 3 x 3-5
Flexão pla nta r, em pé 4 x 10-14 Flexão pla nta r, em pé 4 x 6-9
Flexão pla nta r, sentado 4 x 10-14 Flexão pla nta r, sentado 4 x 6-9
TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOMINAIS TREINO 2: COSTAS, BÍCEPS E ABDOMI NAIS
Remada cu rvada com ha lteres 4 x 6-8 Remada curvada com ha lteres 4 x 3-5
Puxada com a pegada a berta 3 x 6-8 Puxada com a pegad a a berta 3 x 3-5
Extensão de o m b ros na polia a lta 3 x 6-8 Extensão de om bros na pol i a a lta 3 x 3-5
Remada com cabo, sentado 3 x 6-8 Remada com cabo, sentado 3 X 3-5
Rosca d ireta com barra 4 x 6-8 Rosca d ireta com barra 4 x 3-5
Rosca direta inclinada, com ha lteres 3 x 6-8 Rosca d i reta incl i nada, com ha lte res 3 X 3-5
Rosca concentrada com halteres 3 x 6-8 Rosca concentrada com ha lteres 3 x 3-5
Elevação do q uadril com carga 3 X 10-14 Elevação do q uadril no m u ltiforça 3 x 6-9
S u pra-a bdom i n a l 3 X 10-14 Su pra-a bdom i n a l 3 x 6-9
Abd o m i n a l oblíq uo 3 X 10-14 Abd o m i n a l o b l íq uo 3 x 6-9
TREINO 3: OM BROS, TRAPÉZIO E PANTU RRI LHAS TREINO 3: OM BROS, TRAPÉZIO E PANTURRILHAS
Meio desenvolvi mento com halteres 4 x 6-8 Meio desenvolvimento com ha lteres 4 x 3-5
Elevação latera l com ha lteres 3 x 6-8 Elevação lateral com ha lteres 3 x 3-5
Remada vertical com halteres 3 x 6-8 Remada vertical com halteres 3 x 3-5
Crucifixo i nvertido com ha lteres 3 x 6-8 Crucifixo i nvertido com ha lteres 3 x 3-5
Enco l h i mento de o m b ros u n i l atera l no 4 x 6-8 Enco l h i mento de o m b ros u n i l atera l no 4 x 3-5
mu ltiforça m ultiforça
Flexão pla nta r, sentado 4 x 10-14 Flexão pla nta r, sentado 4 x 6-9
Flexão planta r no /eg press 4 x 10-14 Flexão pla nta r no /eg press 4 x 6-9
TREINO 4: PERNAS E ABDOMINAIS TREINO 4: PER NAS E ABDOMI NAIS
Agachamento 4 x 6-8 Agachamento 4 X 3-5
Leg press 3 x 6-8 Leg press 3 x 3-5
Extensão de joel hos 3 x 6-8 Extensão de joel hos 3 X 3-5
Leva nta mento-terra romeno 4 x 6-8 Leva nta mento-terra romeno 4 x 3-5
Flexão de joe l hos, deitado 3 x 6-8 Flexão d e joel hos, deitado 3 x 3-5
Elevação do quadril com peso 3
3 X 10-14 Elevação d o quadril no m u ltiforça 3 x 6-9
Su pra-a bdom i n a l na pol i a a lta 3 X 10-14 Su pra-a bdom i n a l na máq u i n a 3 x 6-9
Lenhador na pol i a a lta 3 X 10-14 Pra ncha 3 x 105 segundos
1 Faça de 20 a 30 repetições, mas, se consegui r mais, conti nue até chegar à falha (fad iga). Se não consegui r completa r 20 repetições, faça quantas puder,
tenta ndo chegar o mais próximo possível das 20.
2 Se não conseguir completa r 15 repetições, faça qua ntas puder, tenta ndo chegar o mais próximo possível das 15.
3 Faça a elevação de quadril segurando uma medicine ba/1 ou um ha ltere entre os pés, ou use ca neleiras.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 151

Como mencionado anteriormente, esse programa mitando o quão rápido se consegue andar. Por exemplo,
funciona bem para três principais objetivos: aumentar a durante o supino, a força dos peitorais é um pouco refrea­
força muscular, aumentar o tamanho muscular e perder da pela contração dos dorsais. Fazer uma série de rema­
gordura. Ainda, é possível priorizar um desses objetivos e das antes do supino, entretanto, irá diminuir esse efei­
obter os outros benefícios. to inibitório, permitindo que os peitorais contraiam com
Descanse por 3 minutos ou mais entre as séries. mais força. Robbins e colaboradores (2010) mostraram
O importante é executar o maior número possível de re­ que, quando participantes fizeram três séries de remadas
petições dentro da janela prescrita. Mais repetições sig­ e supinos utilizando carga para 4RMs nos dois exercícios,
nificam um maior trabalho realizado em cada sessão de eles conseguiram realizar mais repetições na segunda e
treino, o que proporciona maior incremento da força ao terceira séries do que quando treinando de forma conven­
longo do tempo. Nas semanas 1 e 2 de cada fase do pro­ cional. Isso pode ocorrer devido a um maior efeito inibitó­
grama, sugere-se fazer uma série de "pausa" na última rio dos músculos antagonistas, mas também pelo maior
série de cada exercício. Para isso, chegue à fadiga na úl­ intervalo para cada grupo muscular. Quando se está trei­
tima série e, então, descanse por 15 segundos. Depois, nando o grupo oposto, o outro grupo tem um intervalo adi­
continue até chegar à fadiga. Durante as semanas 3 e 4, cional. Assim, quando se combinam os intervalos entre
em todas as fases será realizado um "dropset" na última as superséries, tem-se um maior tempo de intervalo to­
série de cada exercício - quando chegar à fadiga na últi­ tal para cada grupo. Por exemplo, se são realizadas três
ma série, imediatamente diminua a carga em 20 a 30% séries do supino, com um minuto de intervalo entre elas,
e continue até chegar mais uma vez à fadiga. haverá apenas um minuto de intervalo entre cada série
desse exercício. Por outro lado, se são realizadas super­
séries de remada e supino e se estabelece um minuto de
Treino su per-homem (superman) intervalo entre as superséries, então não há apenas um
minuto entre as séries do supino, mas, sim, esse minu­
O treino super-homem usa superséries que pareiam ações to e mais o tempo necessário para a execução da rema­
musculares opostas. Isso é um pouco diferente de parear da. Em alguns casos, pode-se dobrar a quantidade de in­
grupos musculares opostos (antagonistas), porque, nes­ tervalo para cada grupo. Independentemente disso, estar
se caso, tem-se movimentos que se opõem. Por exemplo, apto a completar mais repetições com determinado peso
une-se o supino para o peito com a remada curvada para acarretará em maior força e crescimento muscular ao lon­
o Iatíssimo. No entanto, quando se faz a puxada para o Ia­ go do tempo.
tíssimo, esta não será unida a um exercício para peito. Em Um segundo benefício do treino com superséries
vez disso, faz-se um meio desenvolvimento para os deltoi­ antagonistas é a maior queima de gordura corporal. Um
des, já que esses dois exercícios se opõem melhor, consi­ estudo da Syracuse University (Kelleher et ai ., 2010) ob­
derando o padrão de movimento. servou que participantes que realizavam superséries de
O primeiro benefício de superséries realizadas des­ peito e costas, bíceps e tríceps, e quadríceps e isquioti­
sa forma é o maior ganho de força e potência. Pesquisas biais, queimavam 35% mais calorias tanto durante como
mostram que um músculo irá se contrair com mais força após o treino, em relação ao treinamento tradicional (sé­
e potência se precedido por contrações do seu antago­ ries susessivas de um mesmo exercício). A grande novi­
nista. Por exemplo, quando se faz uma supersérie de re­ dade é o maior gasto de calorias após o exercício. Afinal,
mada seguida de supino, produz-se mais força no supino. uma sessão de treino dura entre uma e duas horas; logo,
Baker e Newton (2005) mostraram que, quando atletas muitas calorias extras podem ser gastas após o treino.
realizavam remadas antes do arremesso de barra no su­ Gastar 35% a mais de calorias após o treino, quando se
pino, eles produziam significativamente mais potência no está próximo do repouso no restante do dia, é o que real­
supino do que quando as remadas não eram realizadas mente pode fazer a diferença. Essa é a mesma razão pela
primeiro. Pesquisadores (Ebben et ai ., 2011) da Universi­ qual o treino intervalado de alta intensidade (ou HIIT) exi­
ty of Wisconsin em Parkside (Kenosha), observaram que, ge um esforço acima do steady-state cardiovascular usual,
quando indivíduos realizaram contrações isométricas de o que auxilia a perder gordura muito mais rápido. O trei­
seis segundos (flexão de joelhos) para fatigar os isquios­ no com superséries possibilita uma maior queima de ca­
tibiais, antes de realizar saltos verticais, a força do qua­ lorias e de gordura durante o resto do dia, o que pode pro­
dríceps aumentou quase 15% se comparado com o salto mover uma grande diminuição das reservas de gordura
sem as flexões de joelhos prévias. Esse fenômeno pode corporal.
ocorrer devido a maior inibição da musculatura antagonis­ Um terceiro benefício de se fazer superséries é a for­
ta, que normalmente limita um pouco o músculo que está ma como alguns músculos que costumam ser negligen­
sendo treinado, muito semelhante a um freio de carro li- ciados são trabalhados. Quando foi a última vez em que
152 Jim Stoppani

o tibial anterior ou o trapézio inferior foram treinados? seguindo o programa "atalho para o tamanho", cada gru­
Provavelmente nunca! Isso auxilia não apenas no aprimo­ po muscular está sendo treinado apenas uma vez por se­
ramento de músculos enfraquecidos e no equilíbrio do mana (exceto os abdominais e a panturrilha), que é o que
desenvolvimento muscular, mas também no restabele­ ocorre com a maioria das pessoas que fazem outro pro­
cimento do equilíbrio muscular e na remoção de dese­ grama. No programa super-homem, cada grupo muscular
quilíbrios na força que podem prejudicar o desempenho será treinado duas vezes por semana. A maior frequên­
e predispor à lesão. cia ajudará a estimular um novo crescimento muscular,
Um quarto benefício desse tipo de supersérie é o os ganhos de força e a perda de gordura.
manejo do tempo. É possível completar muito mais sé­ No topo de todas as mudanças previamente cita­
ries, em menos tempo: cerca de 40 a 50 em cada sessão das, está a variação nas janelas de repetições sema­
de treino. Sim, você leu certo: 40 a 50 séries, o que leva­ nais, ao longo de cinco semanas. O programa mostrado
ria de duas a aproximadamente três horas para finalizar na Tabela 7. 7 usa uma periodização em forma de pên­
tanto trabalho, se fosse realizado em um treino conven­ dulo. As semanas 1 a 3 serão realizadas com uma pe­
cional. Com o programa super-homem, serão necessários riodização linear, em que os pesos são aumentados e o
somente 60 a 90 minutos. Isso realmente aumentará a número de repetições diminuído. Inicia-se com 12 a 15
queima de gordura e o crescimento muscular. repetições por série na maioria dos exercícios da sema­
Um quinto benefício desse tipo de treino é a mudan­ na 1. Então, na semana 2, a carga será aumentada para
ça. Um dos principais lemas é "a mudança é boa" . Mu­ limitar o número de repetições entre 8 e 10 por série. Na
danças são fundamentais para ficar "mais forte e maior" semana 3, a carga é aumentada novamente, limitando
de forma contínua. Esse é o motivo pelo qual tantas op­ o número de repetições em 4 a 6 por série. A semana 3
ções de diferentes programas são oferecidas. Assim, o também é o início da próxima fase do programa, porque
treino pode ser modificado para que se fique maior, mais agora o padrão das cargas será invertido para a periodi­
forte, mais magro e melhor. Mudar o treino dessa maneira zação linear invertida. São realizadas 4 a 6 repetições
é o que o corpo precisa para, finalmente, quebrar o platô nessa semana. Na semana 4, volta-se para 8 a 10 repe­
que costuma deixá-lo estagnado. Quando foi a última vez tições por série. Na semana 5, retorna-se ao início, com
que foram feitas superséries para todos os grupos mus­ 12 a 15 repetições por série. Entretanto, subitamente, fi­
culares, em todas as sessões de treino? Ou, ainda, quan­ cará perceptível que se está mais forte durante as sema­
do foi a última vez que foram feitas superséries em que nas 4 e 5, se comparado com as semanas 1 e 2. Essa é
todos os exercícios envolveram o movimento exatamente a mágica da periodização.
contrário ao do outro? Provavelmente nunca! Mas não se Provavelmente o praticante gostará de estar maior,
está falando apenas sobre a mudança que esse tipo de mais forte e mais magro após as cinco semanas desse
supersérie proporciona. Alterar as rotinas divididas utili­ programa. Assim, se ele desejar continuar com esse pla­
zadas também é importante. Com esse programa, todo o no de superséries, pode-se realizar mais uma rodada, es­
corpo será treinado em apenas dois dias. Portanto, have­ tendendo o treino super-homem para um período de nove
rá uma mudança na frequência de treino. Se você estiver semanas.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 153

TABELA 7.7 Treino super-homem


SEMANA 1 TREINO 3: PEITO/COSTAS/OMBROS/TRAPÉZIO
TREINO 1: PEITO/COSTAS/OMBROS, TRAPÉZIO, Exercício Séries Repetições I ntervalo
PANTU RRILHAS/TIBIAL ANTERIOR
Supino com a pegada invertida 4 12-15
Exercício Séries Repetições I ntervalo
Supersérie com remada com 4 12-15 1min
Remada curvada com ba rra 4 12-15 barra e pegada i nvertida
Supersérie com supino 4 12-15 1min Elevação lateral com ha lteres 2 12-15
Puxada 4 12-15 Supersérie com crucifixo 2 12-15 1min
Supersérie com meio desen- 4 12-15 1min decli nado
volvimento c o m halteres Remada vertical com halteres 2 12-15
Crucifixo i n clinado com 2 12-15 Supersérie com mergulho 2 12-15* 1min
ha lte res
Arnold press 4 12-15
Supersérie com crucifixo 2 12-15 1min
Supersérie com puxada com a 4 12-15 1min
i nvertido c o m halteres
pegada invertida (su pinada)
Crossover 2 12-15
Encolh i m ento de o m b ros no 4 12-15
Supersérie com elevação 2 12-15 1min mu ltiforça com barra po r
lateral na polia ba ixa trás das costas
Encolh i m e nto de o m b ros 4 12-15 Supersérie com mergulho 4 12-15 1min
com halteres no multiforça c o m braços
estend idos e ba rra por
Supersérie com mergulho 4 12-15 1min
trás das costas
c o m braços extendidos
4 Dorsiflexão com halteres, 4 12-15
Flexão pla ntar, em pé 12-15
sentado
Supersérie com dorsoflexão, 4 12-15 1min
Supersérie com flexão pla n- 4 12-15 1min
em pé
ta r, sentado
TREINO 2: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO TREINO 4: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO
Agachamento 4 12-15
Rola mento com ba rra 4 Até a fad i ga
Supersérie com elevação 4 12-15* 1min
Supersérie com 4 12-15 1min
d e pernas c o m joelhos leva nta mento-terra
fletidos
Supra-a bdo m i nal na cad e i ra 4 12-15*
Leva nta mento-terra romeno 4 12-15 rom a na
Supersérie com supra- 4 12-15 1min Supersérie c o m extensão da 4 12-15 1min
-abdom i nal coluna
Exte nsão de joel hos 4 12-15 Flexão de joelhos 4 12-15
Supersérie com flexão de 4 12-15 1min Supersérie com extensão de 4 12-15 1min
joelhos joel hos
Prancha lateral com eleva- 3 Até a fad iga Abdom i nal oblíquo 3 Até a fadiga
ção do braço
Rosca concentrada na polia 4 12-15
Tríceps na polia alta 4 12-15 baixa
Supersérie com rosca d i reta 4 12-15 1min Supersérie com rosca testa 4 12-15 1min
c o m ba rra c o m cabo, deitado
Tríceps f ra ncês na polia 3 12-15 Rosca d i reta com halteres, 3 12-15
ba ixa i ncli nado
Supersérie com rosca d i reta 3 12-15 1m i n Supersérie com mergulho 3 12-15 1min
na polia ba ixa
Rosca pun ho com a ba rra 3 12-15
Rosca pu n h o inve rtid a com 3 12-15 por trás das costas (flexão
ba rra (exte nsão do pu nho) do punho)
Supersérie com rosca pu nho 3 12-15 1min Supersérie com rosca punho 3 12-15 1min
c o m ba rra (flexão d o invertida c o m barra , em p é
punho) (extensão do p u nho)
• Se não consegu i r completar o nú mero de repetições prescrito, faça a maior quantidade possível até a fa lha (fad iga).
•• Não descanse entre os lados, fazendo todas as repetições do lado d ireito e, depois, do lado esquerdo. Siga alternando os lados até que todas as três séries se­
jam completadas nos dois lados.
(Continua)
154 J i m Stoppani

TABELA 7.7 Treino super-homem (continuação)


SEMANA 2 TREINO 3: PEITO/COSTAS/OM BROS/TRAPÉZIO
TREINO 1: PEITO/COSTAS/OM BROS, TRAPÉZIO, Exercício Séries Repetições Intervalo
PANTU RRI LHAS/TIBIAL ANTERIOR
Remada com ba rra e 4 8-10
Exercício Séries Repetições I ntervalo pegada i nvertida
Supino 4 8-10 Su persérie com s u p i n o com 4 8-10 1min
S u persérie com remada 4 8-10 1min a pegada i nvertida
c u rvada c o m barra Crucifixo i n c l i nado 2 8-10
Meio desenvolvi mento com 4 8-10 2 1min
Su persérie com e levação 8-10
halteres l ateral c o m ha lteres
Supersérie com meio puxada 4 8-10 1min Mergu l ho 2 8-10*
Crucifixo i nvertido com 2 8-10 Supersérie com remada 2 8-10 1min
halteres vertica l c o m ha lteres
Supersérie com crucifixo 2 8-10 1min 4
Puxada com a pegada 8-10
incl i nado c o m ha lteres i nvertida
Elevação lateral na pol ia 2 8-10 Supersérie com Arnold press 4 8-10 1min
baixa
Mergu l ho no m ultiforça com 4 8-10
Su persérie com crossover 2 8-10 1min braços este nd idos e ba rra
Mergu lho c o m braços 4 8-10 por trás das costas
estendidos Su persérie com Arnold press 4 8-10 1min
S upersé rie com enco l h i- 4 8-10 1min S u persérie c o m encolhi men- 4 12-15
mento de o m b ros com to no m u ltiforça com ba rra
ha lteres
por trás das costas
Dorsiflexão, em pé 4 8-10
Supersérie de d orsiflexão 4 12-15 1min
S upersé rie com flexão 4 8-10 1min c o m ha lteres, sentado
pla ntar, em pé TREINO 4: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO
TREINO 2: PERNAS/ABDOM INAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO Leva ntamento-terra 4 8-10
Elevação de pernas com 4 8-10* Supersérie de rol a m ento 4 Até a fad i ga 1 m i n
joel hos fletidos
com ba rra
S upersé rie com agacha- 4 8-10 1min Extensão da col u n a 4 8-10
mento
Su persérie c o m s u p ra-a bdo- 4 8-10* 1min
S upra-a bd o m i n a l 4 8-10 m i n a i na cade i ra romana
Su persé rie com leva nta m en - 4 8-10 1min Extensão d e joel hos 4 8-10
to-terra romeno
Supersérie com flexão de 4 8-10 1min
Flexão d e joel hos 4 8-10 joel hos
Supersérie com extensão de 4 8-10 1min Abd o m i n a l oblíquo 3 Até a fad iga
joel hos
Rosca testa com cabo, 4 8-10
Prancha latera l com eleva- 3 Até a fad iga deitado
ção do braço
Su persérie com rosca con- 4 8-10 1min
Rosca d i reta com ba rra 4 8-10
centrada na polia baixa
Su persérie com tríceps na 4 8-10 1min Merg u l ho 3 8-10
pol i a a lta
Supersérie com rosca d i reta 3 8-10 1min
Tríceps fra ncês na polia ba ixa 3 8-10 com ha lteres, i n c l i nado
Su persérie com rosca con- 3 8-10 1min Rosca p u n h o i nvertid a com 3 8-10
centrada na polia baixa
barra, em pé (extensão do
Rosca p u n ho com barra 3 8-10 p u n ho)
(flexão do p u n ho) Supersérie com rosca p u n h o 3 8-10 1min
S upersérie com rosca p u n ho 3 8-10 1min c o m a barra p o r trás das
i nvertid a c o m ba rra (ex- costas (flexão d o p u n ho)
tensão do p u n ho)
• S e não conseguir completa r o número de repetições prescrito, faça a ma ior quantidade possível até a fa lha (fad iga).
, • , .
•• Não descanse entre os lados, fazendo todas as repetições do lado d i reito e, depois, do lado esquerdo. Siga a lternando os lados ate que todas as tres senes se­
jam completadas aos dois lados. (Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 155

TABELA 7.7 Treino super-homem (continuação)


SEMANA 3 TREINO 3: PEITO/COSTAS/OM BROS/TRAPÉZIO
TREINO 1: PEITO/COSTAS/OM BROS, TRAPÉZIO,
Exercício Séries Repetições I ntervalo
PANTU RRILHAS/TIBIAL ANTERIOR
Su pino com a pegada 4 4-6
Exercício Séries Repetições I ntervalo i nvertida
Remada curvad a com ba rra 4 4-6
S u persérie com remada com 4 4-6 1min
S u persérie com supino 4 4-6 1min barra e pegada invertida
Puxada 4 4-6 Elevação lateral com ha lteres 2 4-6
S u persérie com meio desen- 4 4-6 1min S u persérie com crucifixo 2 4-6 1m i n
volv i mento com ha lteres declinado
Crucifixo inclinado com 2 4-6 Remada vertical com halteres 2 4-6
halte res S u persérie com mergulho 2 4-6* 1min
Su persérie com crucifixo 2 4-6 1min 4 4-6
Arnold press
invertido c o m halteres
Su persérie com puxada com 4 4-6 1min
Crossover 2 4-6
a pegada i nvertida
S u persérie com elevação 2 4-6 1min Encol himento de o m b ros no 4 4-6
lateral na polia ba ixa m u ltiforça com a ba rra
Encolhimento de o m b ros 4 4-6 por trás das costas
com h alteres 4 4-6
S u persérie com mergulho 1min
S u persérie com mergulho 4 4-6 1min no m ultiforça c o m braços
c o m braços extendidos estendidos e ba rra por
Flexão pla nta r, em pé 4 4-6 trás das costas

4 4-6 Flexão pla nta r, sentado 4 4-6


S u persérie com dorsiflexão, 1min
em p é S u persérie com flexão 4 4-6 1min
TREINO 2 : PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO pla nta r, sentado

Agachamento 4 4-6 TREINO 4: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO

4 4-6* 1min Rola mento com ba rra 4 Até a fadiga


S u persérie com elevação
d e pernas c o m joelhos S u persérie com 4 4-6 1min
fletidos leva nta mento-te rra
Leva nta mento-terra romeno 4 4-6 S u pra-a bdominal na cad e i ra 4 4-6*
Su persérie com su pra-a b- 4 4-6 1min rom a na
dominai Su persérie c o m extensão da 4 4-6 1min
Extensão de joel hos 4 4-6 colu na

S u persérie com flexão de 4 4-6 1min Flexão de joel hos 4 4-6


joelhos S u persérie com extensão de 4 4-6 1min
Pra ncha lateral com eleva- 3 Até a fad iga joel hos
ção do braço Abdominal oblíq u o 3 Até a fadiga
Tríceps na polia alta 4 4-6 Rosca concentrada na polia 4 4-6
S u persérie com rosca d i reta 4 4-6 1min baixa
c o m ba rra S u persérie com rosca testa 4 4-6 1m i n
Tríceps f rancês na polia 3 4-6 c o m cabo, deitado
ba ixa Rosca di reta com halteres, 3 4-6
S u persérie com rosca d i reta 3 4-6 1min i n clinado
na polia ba ixa S u persérie com mergulho 3 4-6 1min
Rosca p u n h o invertida com 3 4-6 Rosca p u n ho c o m a ba rra 3 4-6
ba rra (exte nsão do pu n ho) por trás das costas
S u persérie com rosca punho 3 4-6 1min Su persérie com rosca punho 3 4-6 1min
c o m ba rra (flexão d o invertida c o m barra , em p é
p u n ho)

• S e não consegu i r completar o nú mero de repetições prescrito, faça a maior quantidade possível até a fa lha (fad iga).
•• Não descanse entre os lados, fazendo todas as repetições do lado d ireito e, depois, do lado esquerdo. Siga alternando os lados até que todas as três séries se­
jam completadas nos dois lados. (Continua)
156 J i m Stoppani

TABELA 7.7 Treino super-homem (continuação)


SEMANA 4 TREINO 3: PEITO/COSTAS/OM BROS/TRAPÉZIO
TREINO 1: PEITO/COSTAS/OM B ROS, TRAPÉZIO, Exercício Séries Repetições Intervalo
PANTU RRILHAS/TIBIAL ANTERIOR
Remada com a pegada 4 8-10
Exercício Séries Repetições I ntervalo invertida, com ba rra
Supino 4 8-10 Su persérie com s u p i n o com 4 8-10 1min
Su persérie com remada 4 8-10 1min a pegada i nvertida
curvada c o m barra Crucifixo i n c l i nado 2 8-10
Meio desenvolvi mento com 4 8-10
Supersérie com e levação 2 8-10 1min
halteres latera l c o m ha lteres
Supersérie com meia puxada 4 8-10 1min Mergu l ho 2 8-10*
Crucifixo i nvertido com 2 8-10 2 8-10 1min
Su persérie com remada
halteres vertical c o m ha lteres
S upersé rie com crucifixo 2 8-10 1min
Puxada com a pegad a 4 8-10
incl i nado c o m halteres i nvertida
Elevação lateral na pol ia 2 8-10 Su persérie com Arnold press 4 8-10 1min
ba ixa
Mergu l ho no m u ltiforça com 4 8-10
S upersé rie com crossover 2 8-10 1min braços estend idos e ba rra
Mergu lho c o m braços exten- 4 8-10 por trás das costas
d id os Su persérie com enco l h i m en- 4 8-10 1min
Su persérie com encolhimen- 4 8-10 1min to d e o m b ros no m u ltifor-
t o d e ombros c o m halteres ça com a barra por trás
4 das costas
Dorsiflexão, em pé 8-10
Su persérie com flexão 4 8-10 1min
Flexão pla nta r, sentado 4 12-15
pa nta r, em pé Su persérie com d orsiflexão 4 12-15 1min
TREINO 2: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO c o m ha lteres, sentado

Elevação de pernas com 4 8-10* TREINO 4: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO


joel hos fletidos Leva nta mento-terra 4 8-10
Su persérie com agacha- 4 8-10 1min Supersérie com rola mento 4 Até a fad iga 1 m i n
menta c o m ba rra
Su pra-a bdom i n a l 4 8-10 Extensão da col u n a 4 8-10
S upersé rie com leva ntamen- 4 8-10 1min Supersérie com s u p ra-abdo- 4 8-10* 1min
to-terra romeno m i n a i na cadeira romana
Flexão d e joel hos 4 8-10 Extensão d e joel hos 4 8-10
Su persérie com extensão de 4 8-10 1min Supersérie com flexão d e 4 8-10 1min
joe l hos joelhos
Prancha latera l com eleva- 3 Até a fadiga Abd o m i n a l obl íq u o 3 Até a fad iga
ção do braço Rosca testa com cabo, 4 8-10
Rosca d ireta com barra 4 8-10 deitado
S upersé rie com tríceps na 4 8-10 1min Supersérie com rosca con- 4 8-10 1min
pol i a a lta centrad a na p o l i a ba ixa
Tríceps fra ncês na polia ba ixa 3 8-10 Mergu l ho 3 8-10
S upersérie com rosca 3 8-10 1min Su persérie com rosca d ireta 3 8-10 1min
concentrada na pol i a c o m ha lteres, i n c l i nado
ba ixa
Rosca punho i nvertida com 3 8-10
Rosca p u n ho com barra 3 8-10 barra, em pé (extensão d o
(flexão do p u n ho) p u n ho)
S upersérie com rosca p u n ho 3 8-10 1min Su persérie com rosca punho 3 8-10 1min
i nvertida c o m ba rra (ex- com a barra por trás das
tensão do p u n ho) costas (flexão do p u n ho)
• Se não conseguir completar o número de repetições prescrito, faça a maior q uantidade possível até a fa lha (fadiga).
•• Não descanse entre os lados, fazendo todas as repetições do lado d i reito e, depois, do lado esquerdo. Siga alternando os lados até que todas as três séries se­
jam completadas nos dois lados.
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 157

TABELA 7.7 Treino super-homem (continuação)


SEMANA S TREINO 3: PEITO/COSTAS/OMBROS/TRAPÉZIO
TREINO 1: PEITO/COSTAS/OM BROS, TRAPÉZIO,
Exercício Séries Repetições I ntervalo
PANTU R R I LHAS/TIBIAL ANTERIOR
Supino com a pegada invertida 4 12-15
Exercício Séries Repetições I ntervalo
Supersérie com remada 4 12-15 1min
Remada cu rvada com ba rra 4 12-15 com ba rra e pegada
S upersérie com s u p ino 4 12-15 1min i n vertida
Puxada 4 12-15 Elevação lateral com halteres 2 12-15
S upersérie com meio d esen- 4 12-15 1min Su persérie com crucifixo 2 12-15 1min
volvimento com halteres decli nado
Crucifixo i n clinado com 2 12-15 Remada vertical com halteres 2 12-15
halteres Su persérie com mergu lho 2 12-15* 1min
Su persé rie com crucifixo 2 12-15 1min Arnold press 4 12-15
i nvertido com halteres
Supersérie com puxada com 4 12-15 1min
Crossover 2 12-15 a pegada i nvertida
S upersé rie com elevação 2 12-15 1min Encolhimento d e ombros no 4 12-15
latera l na p o l i a baixa m ultiforça com a barra por
Encol h i mento de o m b ros 4 12-15 trás das costas
com halteres Su persérie com mergu l h o 4 12-15 1min
Su persérie com me rgulho 4 12-15 1min no m ultiforça com braços
com braços extend idos estend idos e ba rra po r
trás das costas
Flexão planta r, em pé 4 12-15
Dorsiflexão com halteres, 4 12-15
Su persérie com dorsiflexão, 4 12-15 1min sentado
em pé
Su persérie com flexão 4 12-15 1min
TREINO 2: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO planta r, sentado
Agachamento 4 12-15 TREINO 4: PERNAS/ABDOMINAIS, BÍCEPS/TRÍCEPS, ANTEBRAÇO
S upersé rie com elevação 4 12-15* 1min Rolame nto com ba rra 4 Até a fadiga
de pernas com j oelhos
Supersérie com 4 12-15 1min
fletidos
leva nta mento-terra
Leva ntamento-terra romeno 4 12-15
S u p ra-abdom inal na cad e i ra 4 12-15*
Su persérie com 4 12-15 1min roma n a
supra-abd o m i nal
Supersérie c o m extensão da 4 12-15 1min
Extensão de joelhos 4 12-15 coluna
S upersérie com flexão d e 4 12-15 1min Flexão d e joelhos 4 12-15
joelhos
Supersérie com exte nsão de 4 12-15 1min
Prancha latera l com 3 Até a fad iga joelhos
elevação do braço
Abdom inal oblíq u o 3 Até a fadiga
Tríceps na polia alta 4 12-15 Rosca concentrad a na polia 4 12-15
Supersé rie com rosca d i reta 4 12-15 1min baixa
c o m barra Supersérie com rosca testa 4 12-15 1min
Tríceps francês na pol ia 3 12-15 c o m cabo, deitado
ba ixa Rosca d i reta com halteres, 3 12-15
S upersérie com com rosca 3 12-15 1min i ncli nado
d i reta na polia ba ixa S u pe rsérie com mergulho 3 12-15 1min
Rosca p u n h o i nvertid a com 3 12-15 Rosca p u n h o c o m a ba rra 3 12-15
ba rra (extensão do p u n ho) por trás das costas (flexão
S upersé rie com rosca p u n ho 3 12-15 1min do punho)
com ba rra (flexão d o Supersérie com rosca punho 3 12-15 1min
punho) i nvertida c o m barra , em pé
(extensão do punho)
• Se não consegu i r completar o nú mero de repetições prescrito, faça a maior quantidade possível até a fa lha (fad iga).
•• Não descanse entre os lados, fazendo todas as repetições do lado d ireito e, depois, do lado esquerdo. Siga alternando os lados até que todas as três séries se­
jam completadas nos dois lados.
158 J i m Stoppani

"Su peri nchaço"* cionamento do sangue para a região. Durante o progra­


ma "superinchaço", as sessões de treino enfatizam ape­
O principal objetivo dos fisiculturistas na maioria das nas 1 ou 2 grupos musculares por sessão (ver Tab. 7.8).
sessões de treino é o inchaço muscular, que nada mais Cada grupo será treinado apenas uma vez por semana,
é que a rápida expansão do tamanho muscular duran­ com um número alto de repetições e séries múltiplas. As
te uma sessão. Trata-se, na verdade, do enchimento das sessões enfatizam os exercícios de isolamento e os ba­
células musculares com água. Quando se treina, produz­ seados em cabos, devido à tensão constante, e emprega
-se metabólitos nessas células. Esses metabólitos resul­ técnicas como preexaustão, superséries, trisséries e drop
tam da utilização de substratos como glicose e gordura sets. Utiliza-se intervalos entre as séries de até 90 segun­
para o abastecimento das contrações musculares. Duran­ dos ou os especificados em cada protocolo de treino. Esse
te a recuperação desses substratos nas células muscu­ programa deve ser seguido por não mais que seis sema­
lares, ocorre a sucção de água (do sangue dos capilares nas antes de se passar para outro que use cargas mais
que alimentam o músculo e da área que rodeia as célu­ elevadas e menor número de repetições. Após isso, po­
las) para dentro das células musculares. Da mesma for­ de-se voltar ao "superinchaço", a fim de maximizar o in­
ma que um balão, quanto mais água o músculo retém, chaço muscular durante a sessão, desenvolvendo, assim,
maior é o inchaço. Esse inchaço promove um estiramento um crescimento muscular em longo prazo.
da célula muscular, que não deixa apenas o músculo mo­
mentaneamente maior, mas também inicia rotas bioquí­
micas que sinalizam o crescimento da célula. ÊNFASE MUSCULAR
O treinamento com um número muito alto de repeti­
ções acarreta em um maior fluxo de sangue nos músculos Muitos fisiculturistas preocupam-se com o desenvolvi­
exercitados. É a contração muscular que estimula o dire- mento de determinados grupos musculares, como bíceps,

TAB E LA 7.8 Programa "superi nchaçow


SEG UN DA-FEI RA: PEITO E PANTU RRI LHAS TERÇA-FEIRA: COSTAS E ABDO M I NAIS

Exercício Séries Repetições Observacões Exercício Séries Repetições Observacões

Crucifixo incli- 4 12 Faça cada série até a Extensão de 3 12-15 Faça cada série até a
nado com falha. ombro na falha.
halteres polia a lta

Supino incli- 4 12-15 Drop set na última Remada com 4 12-15 Drop set na última
nado série. Retire 30% barra série. Retire 30%
da carga e continue da carga e continue
até a falha. até a falha.

Supino com 4 12-15 Drop set na última Puxada com 4 12-15 Faça esses exercícios
halteres série. Retire 30% a pegada como uma série
da carga e continue aberta e composta.
até a falha. puxada com
a pegada
Voador 4 20-30 Mantenha um supinada
interva lo inferior a
30 segu ndos entre Extensão de 4 20-30 Mantenha u m
as séries. ombro na interva lo inferior a
polia a lta 30 segundos entre
Flexão plan- 5 20-30 Mantenha um as séries.
tar, em pé interva lo inferior a
30 segu ndos entre Elevação de 4 12-15 Mantenha u m
as séries. pernas com interva lo inferior a
os joelhos 30 segundos entre
Flexão 5 20-30 Mantenha um estendidos as séries.
plantar, interva lo inferior a
sentado 30 segu ndos entre Abdom inal 4 15-25 Mantenha u m
as séries. interva lo inferior a
30 segundos entre
as séries.

• N. de R. T.: O autor refere-se ao edema que acontece dura nte e


a pós a sessão de treino de força .
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 159

TABELA 7.8 Programa �superinchaço" (continuação)


QUARTA-FEI RA: QUADRÍCEPS, ISQUIOTIBIAIS E PANTURRILHAS QUI NTA-FEI RA: OM BROS, TRAPÉZIO E ABDOMI NAIS
(continuação)
Exercício Séries Repetições Observações
Exercício Séries Repetições Observações
Extensão de 4 12-15 Faça como u m a
joelhos e supersérie. Encolh i mento 4 12-15 Drop set na última
flexão de de o m b ros série. Retire 30%
joelhos com da carga e conti nue
ha lteres até a falha.
Agachamento 4 12-15 Drop set na ú lti ma
no m ulti- série. Retire 30% Enco l h i m ento 4 12-15 Faça esses exercícios
força da ca rga e conti nue de o m b ros como uma série
até a falha . pela frente e com posta .
por trás, no
Leg press 4 12-15 Drop set na ú ltima mu ltiforça
série. Reti re 30%
da ca rga e conti nue Abdominal 4 15-20 M a nten ha um
até a falha . i nvertido i ntervalo i nferior a
30 segundos entre
Extensão de 4 20-30 Faça como uma as séries.
joelhos e supersérie.
leva nta- Abdominal 4 15-20 M a nten ha um
mento-terra interva lo i nferior a
romeno 30 segundos entre
as séries.
Flexão 5 20-30 M a nten h a um
pla nta r, i ntervalo i nferior a SEXTA-FEI RA: TRÍCEPS, BÍCEPS E ANTEBRAÇOS
sentado 30 segundos entre
as séries. "Coice" com 4 12-15 Faça cada série até a
halteres falh a .
Flexão pla ntar 5 20-30 Ma ntenha um
no /eg i ntervalo i nferior a Supino com 4 12-15 Drop set na ú lti ma
press 30 segu ndos entre a pegada série. Reti re 30%
as séries. fechada da carga e continue
até a falha.
QUINTA-FEIRA: OMBROS, TRAPÉZIO E ABDOMI NAIS
Tríceps testa 4 20-30 Ma nten ha um interva-
Crucifixo 3 12-15 Faça como u m a com corda lo i nferior a 30
i nvertido, trissérie segundos e ntre as
elevação séries.
frontal e
elevação Rosca d i reta , 4 12-15 Ma nte n ha um
lateral com posição i ntervalo i nferior a
halteres i ncli nada 30 segundos entre
as séries.
Meio d esen- 4 12-15 Drop set na ú ltima
volvimento série. Reti re 30% Rosca d i reta 4 12-15 Drop set na últi ma
com halte- da ca rga e conti nue com ba rra série. Reti re 30%
res até a falha. da carga e conti nue
até a fa l ha.
Remada ver- 4 12-15 Drop set na últi ma
tica l com série. Retire 30% Rosca d i reta 4 20-30 Ma nte n ha um
a pegada d a ca rga e continue unilateral i nterva lo i nferior a
a berta até a falha. no crosso- 30 segundos entre
ver as séries.
Elevação 4 20-30 M a nten h a um
lateral i nterva lo i nferior a Rosca p u n ho 4 15-20 M a nten ha um
un ilateral 30 segu ndos entre i nvertida i ntervalo i nferior a
na polia as séries. com ba rra 30 segundos entre
ba ixa (extensão) as séries.

Rosca pun ho 4 15-20 M a nten ha um


com barra i nterva lo i nferior a
(flexão) 30 segundos entre
as séries.
160 Jim Stoppani

peito e ombros. Alguns fazem isso devido a um desequilí­ peito duas vezes por semana, enquanto os outros grupos
brio do desenvolvimento muscular - com frequência cau­ são treinados apenas uma vez. Para isso, usa-se uma roti­
sado por aspectos genéticos ou por treinamento inade­ na dividida em quatro treinos, em que peito e abdominais
quado. Outros simplesmente desejam desenvolver certos são trabalhados na segunda e na sexta-feira; ombros e trí­
grupos o máximo possível (em geral, o bíceps). Quando ceps, na terça; costas, bíceps e abdominais, na quarta; e
esse é o caso, deve-se usar um dos seguintes programas pernas e panturrilha na quinta. Nas semanas 2, 4, 6, 8, 10,
específicos para cada grupo muscular. Todo programa é 12, 14 e 16, treina-se peito uma vez por semana usando
testado e aprovado pela prática e pelos resultados. uma rotina dividida em cinco treinos, na qual peito e abdo­
minais são treinados na segunda-feira; pernas e panturri­
lha na terça; ombros e abdominais, na quarta; costas, na
Progra ma " peitora is quinta; e bíceps, tríceps e abdominais, na sexta.
A Fase 1 visa a hipertrofia muscular e a força; por isso,
desenvolvidos" envolve predominantemente exercícios complexos executa­
dos com poucas repetições. Já a Fase 2 visa o tamanho
Peitorais desenvolvidos são a marca de u m fisiculturista muscular e a separação, por meio do aumento do número
experiente. Se o peito é um ponto fraco do corpo, o pro­ de exercícios auxiliares e do número de repetições por sé­
grama "peitorais desenvolvidos", (Tab. 7.9), pode ser se­ rie. A Fase 3 tem como objetivo dar forma e definir os mús­
guido. Trata-se de um programa de 16 semanas, dividido culos adquiridos nas primeiras oito semanas, aumentando
em quatro diferentes fases que alteram os exercícios es­ novamente o número de repetições e incorporando séries
colhidos, as técnicas de treino utilizadas, a carga, e a fai­ compostas. A Fase 4 (final), é uma combinação das três
xa de repetições, o número de séries e, inclusive, os inter­ fases anteriores. Ela utiliza apenas exercícios de "empur­
valos de repouso. rar" com cargas elevadas em duas sessões de treino du­
Nele, alterna-se entre as rotinas divididas em 4 e 5 rante as semanas 13 e 15, realizados. Exercícios auxiliares
treinos. Nas semanas 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13 e 15, treina-se com cargas mais baixas são feitos nas outras duas sessões

TABELA 7.9 Programa "peitorais desenvolvidos"


FASE 1: SEMANAS 1-4 FASE 4: SEMANAS 13-16
I nterva lo de 60 a 120 segu ndos entre as séries I ntervalo de 60 segundos entre as séries nas semanas 13
e 15; intervalo de 2 m i n utos entre as séries nas sema nas
Exercício Repetições
14 e 16
Crossover (pré-fadiga ) 1 25
SESSÃO DE SEGUNDA-FEIRA (SEMANAS 13 E 15)
S u pino inclinado com ba rra 3 6
Exercício Séries Repetições
S u pino com halteres 4 6 S u pino 4 4-6
S u pino declinado com barra 4 6 S u pino i n c l i nado 4 6-8
Pullover com halteres 3 6 Supino d eclinado 4 8-10
FASE 2: SEMANAS 5-8 SESSÃO DE SEXTA-FEI RA (SEMANAS 13 E 15)
I nterva lo de 60 segu ndos entre as séries Crucifixo inclinado 4 12-15
Apoio declinado ( p ré-fad iga) 1 25 Crucifixo 4 12-15
S u pino declinado com ha lteres 3 8-10 Voador 4 12-15
S u pino inclinado com ha lteres 4 8-10 SESSÃO DE SEGUNDA-FEIRA (SEMANAS 14 E 16)
Crucifixo com halteres 4 8-10 Crucifixo i n c l i nado com 4 10-12
halteres
Crossover 3 8-10
Série de pré-exaustão com 4 8-10
FASE 3: SEMANAS 9-12
s u pino i nclinado
I nterva lo de 30 a 60 segu ndos entre as séries
Voad or 4 12-15
Voador 1 25
Série co m posta com su p i no 4 10-12
S u pino com halteres 3 12-15
Crucifixo incl inado com halteres 3 12-15
Série composta com crossover 3 12-15
S u pino declinado com barra 3 12-15
Série com posta com pullover 3 12-15
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 161

de treino nas mesmas duas semanas, e séries compostas TABELA 7.10 Programa "pernas grossas"
com um maior volume são executadas nas sessões únicas FASE 1: SEMANAS 1-4
de peito, das semanas 14 e 16.
Exercício Séries Repetições
Extensão de joelhos 1 10-12

Programa "pernas grossas" Agachamento no multiforça 1 6-8


Leg press 1 6-8
Agachamento no hack
Pernas grandes aparentam ser o último item da lista de 1 6-8
muitos fisiculturistas. A metade inferior do corpo parece ser
Leva nta mento-terra romeno 1 6-8
negligenciada em um esforço para priorizar o treino de gru­
pos musculares da parte superior, como os dos braços e Flexão de joelhos, deitado 1 10-12
os do peito. Se se tem negligenciado o treino de perna, ou Flexão de joel hos, sentado 1 10-12
se se é sensato o suficiente para perceber que os múscu­
Flexão pla nta r, em pé 1 12-15
los das pernas são tão importantes quanto os de grupos da
parte superior do corpo, a fim de manter um físico equili­ Flexão pla nta r, sentado 1 12-15
brado, deve-se testar o programa "pernas grossas" para ga­ Flexão pla nta r no /eg press 1 12-15
nhos de massa muscular no quadríceps e nos isquiotibiais. FASE 2: SEMANAS 5-8
O programa dura 16 semanas (ver Tab. 7.10) e é di­
Extensão de joelhos 5 20
vidido em quatro fases de quatro semanas. A Fase 1 inicia
com um high-intensity training (HIT) para pernas, utilizan­ Su persérie com flexão de joelhos , 5 20
do-se cargas altas. Como discutido no capítulo 6, esse mé­ deitado
todo utiliza altas intensidades e baixo volume. Cada série é Agachamento 5 20
precedida por uma série curta de aquecimento com apro­ Leg press 5 20
ximadamente 50% da carga que será utilizada e deve ser
Leva nta mento-terra romeno 5 20
executada até a falha (fadiga). Além disso, é preciso ter um
ajudante que auxilie a fazer mais 3 ou 4 repetições força­ FASE 3: SEMANAS 9-12
das após atingir a fadiga. Deve-se resistir à fase negativa Agachamento 4 10-12
de cada repetição forçada. A sessão HIT para pernas é rea­ Agachamento no hack 4 10-12
lizada na segunda e na sexta-feira (acrescentando-se abdo­
Extensão de joelhos 3 21 segundos
minais depois da sessão de sexta). Peito, costas e abdomi­
nais são treinados na terça-feira; ombros, bíceps e tríceps, Flexão de joelhos, deitado 4 10-12
na quarta; e descansa-se na quinta. Flexão pla nta r, em pé 4 10-12
Na Fase 2, volta-se a uma sessão de treino por se­ 4 10-12
Série composta com a flexão
mana, já que o volume e as repetições aumentam de for­ pla ntar don key
ma considerável. Também são utilizadas superséries e
FASE 4: SEMANAS 13-16
técnicas de pré-exaustão, a fim de manter a intensidade MANHÃ: QUADRÍCEPS
alta. Essa fase deve ser feita com uma rotina dividida de
cinco treinos, trabalhando pernas na segunda-feira; peito Exten são de joelhos 3 8-10
e abdominais, na terça; ombros e trapézio, na quarta; cos­ Agachamento 3 8-10
tas, na quinta; e bíceps, tríceps e panturrilha, na sexta. Ini­ Leg press 3 8-10
Agachamento no hack
cia-se o método 50-50 no agachamento com halteres (ver
3 8-10
Cap. 6 para maiores detalhes), que deve continuar até a
Fase 3, em um total de oito semanas. Com halteres leves, Passada à f rente (caminha ndo) 3 20
faz-se uma série de 50 repetições de agachamento pela Exten são de joelhos u nilateral 3 8-10
manhã e à noite, todos os dias. NOITE: ISQU IOTIBIAIS E PANTU RRILHAS
Durante a Fase 3, ocorre a diminuição do número
Flexão de joel hos, deitado 3 8-10
de repetições para 10 a 12 em cada série, com exceção
da extensão de joelhos, em que serão feitas três séries de Leva nta mento-terra romeno 3 8-10
21 (ver Cap. 6 para maiores detalhes). O treino de pernas Flexão de joel hos, em pé 3 8-10
volta a ser realizado duas vezes por semana, e retoma-se
Flexão de joelhos, sentado 3 8-10
a mesma rotina dividida das semanas 1 a 4.
Na Fase 4, volta-se a exercitar as pernas uma vez Flexão pla ntar, sentado 3 8-10
por semana, mas o treino é dividido em duas sessões diá­ Flexão pla nta r donkey 3 8-10
rias, com o quadríceps na manhã, e os isquiotibiais e a Flexão pla nta r, em pé 3 8-10
Flexão pla nta r no /eg press
panturrilha na noite de segunda-feira. Por causa disso, o
3 8-10
volume é muito alto, com vários exercícios para cada gru-
162 Jim Stoppani

po muscular. Segue-se a mesma rotina dividida da Fase TABELA 7.11 Programa "panturrilhas de vaqueiro"
2. As repetições diminuem para 8 a 10 por série, a fim de FASE 1: SEMANAS 1-4
proporcionar ótimos ganhos musculares.
Exercício Séries Repetições

Flexão pla nta r, em pé 3 2 5-30


Progra ma " pantu rri l has Flexão pla nta r, sentado 3 2 5-30

de vaq ueiro" FASE 2: SEMANAS 5-8

A panturrilha parece ser um grupo muscular da parte in­ Flexão pla nta r no /eg press 4 15-20
ferior do corpo que poucos fisiculturistas desenvolvem de Flexão pla nta r, sentado 4 15-20
forma satisfatória apesar de ser o que a maior parte deles
quer desenvolver. Infelizmente, quando não se tem pre­ Flexão pla nta r, em pé 4 15-20
disposição genética para panturrilhas grandes, é preciso FASE 3: SEMANAS 9-12
treinar muito forte para obter um pequeno incremento.
O programa "panturrilhas de vaqueiro" (ver Tab. 7.11) ser­ Flexão pla nta r, em pé 4 12-15
ve para aqueles que precisam trabalhar a panturrilha de
Flexão pla nta r donkey 4 12-15
forma intensa e persistente.
Esse programa é dividido em quatro fases de quatro Flexão pla nta r no /eg press 4 12-15
semanas que alteram a faixa de repetições, o peso utilizado,
Série com posta com flexão pla ntar, 4 12-15
o volume e a frequência de treino em um padrão específico. sentado
Em cada fase, a frequência com que se treina a pan­
turrilha é reduzida, assim como o número de repetições. FASE 4: SEMANA 13-16
No entanto, o volume (número de séries e exercícios exe­ Flexão pla nta r, sentado (pés pa ra 2 8-10·
cutados) e os pesos utilizados aumentam. fora)
A Fase 1 começa com treinos de panturrilha cinco ve­
Flexão pla nta r, sentado (pés pa ra 2 8-10*
zes por semana. Utiliza-se um treinamento único e básico, e
dentro)
treina-se a panturrilha no final de todas as sessões. O núme­
ro de repetições é extremamente alto, mas o volume é bas­ Flexão pla nta r, sentado ( pés para 2 8-10*
tante baixo. A Fase 2 aumenta o número de exercícios e as a frente)
séries executadas passam para quatro por exercício. No en­
Flexão pla nta r, em pé ( pés para a 2 8-10*
tanto, a frequência de treino reduz a quatro sessões por se­ frente)
mana. Nessa fase, pode-se usar uma rotina dividida em 4 ou
5 treinos. O número de repetições cai para 15 a 20 por série. Flexão pla nta r, em pé ( pés para 2 8-10*
Na Fase 3, a frequência de treino vai para três sessões por fora)
semana. Entretanto, além de serem usadas séries compos­ Flexão pla nta r, em pé ( pés para 2 8-10*
tas, é adicionado mais um exercício para a panturrilha. O nú­ dentro)
mero de repetições também diminui, ficando entre 12 e 15
Flexão planta r no /eg press ( pés 2 8-10*
por série. Pode-se usar uma rotina dividida de 3, 4 ou 5 trei­
para a frente)
nos. Por fim, na Fase 4, a panturrilha é treinada apenas duas
vezes por semana. Parece simples, mas ocorre um aumento Flexão pla nta r no /eg press (pés 2 8-10*
do número de exercícios e inclui-se drop sets nas últimas sé­ para fora)
ries de todos os exercícios. Depois de se chegar à fadiga na Flexão pla nta r no /eg press (pés 2 8-10*
última série, retira-se uma carga de aproximadamente 30%, para dentro)
repetindo o processo duas vezes. Essa fase pode ser feita
·orop sets.
com qualquer tipo de rotina dividida.

do treino (o quão frequente os braços são treinados du­


"Seis semanas pa ra rante a semana), começando em uma vez por semana,
braços enormes" na primeira semana; duas vezes, na segunda semana; e
três vezes, da terceira até a quinta semana. Na última se­
Independentemente da fase de treino em que o pratican­ mana, retorna-se para apenas um treino por semana. En­
te se encontra, esse programa de seis semanas aumen­ tretanto, há um método para se realizar essa insanidade.
tará de forma considerável seus braços. Espera-se um Na primeira semana, o bíceps e o tríceps serão
incremento de uma polegada (:::: 2,5 cm) ou mais. Esse "destruídos". Utiliza-se o treino com repetições negativas
programa é uma progressão que aumenta a frequência a fim de "destruir" cada fibra muscular desses músculos.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 163

Será necessária uma semana para a recuperação apro­ vidade do gene será aumentada novamente em 100%. En­
priada. A semana seguinte envolve pesos leves e um alto tretanto, se uma sessão de treino for realizada no segundo
número de repetições. O volume dessas sessões de trei­ dia após a primeira, então a atividade do gene aumentará
no será baixo devido à recuperação da semana anterior. a partir de um valor 50% acima do original. Assim, pode-se
Essas sessões ajudarão na recuperação da semana ante­ potencializar a atividade para 150% acima dos valores ori­
rior e servirão como preparação para as três semanas in­ ginais, o que pode levar a ganhos na força e no crescimen­
sanas que virão a seguir. Nas semanas 3, 4 e 5, os braços to muscular ainda maiores do que se o mesmo treino fos­
serão treinados três vezes por semana. Se isso soa como se realizado no quarto dia ou em um prazo superior, como,
overtraining, está correto. Entretanto, o overtraining não por exemplo, uma semana. Essa é uma das razões pelas
ocorre imediatamente. O termo técnico para o treino que quais treinar um grupo muscular a cada 48 horas pode le­
leva ao overtraining é overreaching. O interessante so­ var a maiores ganhos na força e no tamanho muscular do
bre o overreaching que as pesquisas mostram é que, se a que treinar a cada 7 dias.
dieta for adequada em calorias, proteínas e carboidratos, Evidentemente esse programa não trata apenas de
assim como os suplementos utilizados forem corretos, o frequência de treino. Essa estratégia pode auxiliar no au­
overreaching pode ser uma forma de ficar maior e mais mento adicional da massa muscular dos braços, mas,
forte. Mas não é preciso preocupar-se. Há planos com die­ para que isso de fato aconteça de forma definitiva, todos
tas e suplementação que possibilitam alcançar diferen­ os limites devem ser ultrapassados. Assim, técnicas mais
tes objetivos com o treino. Alguns estudos da University intensas, como drop sets, repetições forçadas, repetições
of Connecticut (Ratamess et ai., 2003; Kraemaer et ai., negativas e superséries, são essenciais para estimular
2006) têm mostrado que, quando os participantes atin­ o crescimento. Essas técnicas, além de proporcionarem
gem o overreaching por algumas semanas, nas duas se­ maior estresse no músculo, são conhecidas por aumenta­
manas seguintes, eles crescem significativamente mais, rem os níveis do hormônio do crescimento (GH). Na verda­
bem como ficam mais fortes, enquanto treinando mais de, um estudo finlandês (Ahtiainen et ai., 2003) mostrou
leve. O ponto-chave é terminar o overreaching logo antes que os participantes que realizaram repetições forçadas
de ele se tornar um overtraining. Essa é a razão pela qual tiveram aumento nos níveis de GH três vezes superior ao
os braços são treinados três vezes por semana, da tercei­ daqueles que finalizaram a série somente ao chegar na
ra até a quinta semana, e realiza-se apenas um treino por falha muscular. Esse maior incremento dos níveis de GH
semana na sexta semana. Sugere-se que, na semana se­ é interessante para o início da recuperação e crescimento
guinte à sexta, os braços também sejam treinados de for­ muscular. Yarrow e colaboradores (2007) mostraram que
ma moderada, apenas uma vez por semana, antes de se o treino com repetições negativas promove altos níveis de
voltar para qualquer outro programa avançado de treino. GH. Outro elemento-chave desse programa é a mudança
Não é apenas o treino com três sessões semanais constante das cargas e das janelas de repetições utiliza­
frequentes e intensas para os braços que causa overrea­ das em cada sessão de treino (periodização ondulada) a
ching. Entretanto, ele é vantajoso pelo efeito em escada fim de manter um crescimento contínuo dos braços.
para o crescimento muscular. Ou seja, pelo fato de que o Pelo fato de os braços serem muito treinados duran­
treino ativa os genes das fibras musculares que são res­ te vários dias, nas semanas 3, 4 e 5, pode surgir a preocu­
ponsáveis pela ocorrência de diversas adaptações, como pação com a possibilidade de eles ainda estarem doloridos
o crescimento muscular e o aumento da força. Por exem­ em cada sessão de treino. Essa preocupação não é neces­
plo, o treino consistente ativa certos genes que resultam sária. Nosaka e Newton (2002) mostraram que, quando os
na formação de proteínas da fibra muscular, o que significa participantes treinam de forma intensa, visando provocar
mais tamanho e força. Esses genes normalmente são ati­ dor muscular, e treinam novamente após dois dias e, nova­
vados durante algumas poucas horas, sendo que alguns mente, após quatro dias, quando o músculo ainda está do­
permanecem ativados durante dias. Sessões de treino con­ lorido, a recuperação não é prejudicada. Na verdade, isso
secutivas, se espaçadas adequadamente, podem levar a pode até auxiliar no crescimento muscular. Pullinen e cola­
um nível de ativação ainda maior e, assim, proporcionar boradores (2002) mostraram que, quando os participantes
mais crescimento muscular. Isso é conhecido como "efeito treinaram o mesmo grupo muscular apenas em dois dias,
em escada". Em outras palavras, vamos dizer que um de­ o hormônio catabólico cortisol teve níveis mais baixos. Uma
terminado gene envolvido com o crescimento muscular é vez que o cortisol compete com a testosterona, seus níveis
ativado por uma sessão de treino, ao ponto que sua ativi­ mais baixos durante e após a sessão de treino podem criar
dade é incrementada em 100% depois dessa sessão. En­ um ambiente mais anabólico, permitindo que a testostero­
tão, lentamente, sua atividade diminui nos dias seguintes, na promova um maior crescimento muscular.
de forma que, um dia após a sessão de treino, ela ainda Para enfatizar os braços adequadamente durante es­
esteja em 75%; no segundo dia, esteja em 50%; no tercei­ sas seis semanas, a rotina dividida deve ser alternada. Em
ro dia, em 25%; e, no quarto dia após a sessão de treino, a cada semana deve-se usar a rotina dividida em quatro ses­
atividade retorne ao valor original. Se uma sessão de trei­ sões de treino. Entretanto, de acordo com a semana e o nú­
no for realizada no quarto dia após a primeira, então a ati- mero de vezes que os braços são treinados, as quatro ses-
164 Jim Stoppani

sões terão diferentes grupos musculares agrupados a cada


semana. As rotinas divididas apresentadas na Tabela 7.12
Progra ma " m a is la rgo é mel hor"
devem ser utilizadas em cada semana do programa "seis Costas largas impressionam tanto de frente como de cos­
semanas para braços enormes" (ver Tab. 7.13). tas. Além disso, é importante o desenvolvimento de força

TABELA 7.12 Trei nos de seis semanas para braços enormes

SEMANA 1. SEMANAS 3-5


USE ESTA ROTINA DIVIDIDA DU RANTE A SEMANA 1 USE ESTA ROTINA DIVI DIDA DURANTE AS SEMANAS 3, 4 E 5

Dia Grupos muscu lares Dia Grupos musculares


Segunda-feira Peito, tríceps, bíceps Segunda-feira Peito, tríceps, bíceps
Terça-fei ra Pernas, pa nturrilhas Terça-feira O m bros, tra pézio, a bdominais
Quarta-feira Descanso Quarta-fei ra Costas, bíceps, tríceps
Q u inta-feira Costas, a bdom inais Quinta-fei ra Descanso
Sexta-feira O m bros, tra pézio Sexta-fe i ra Bíceps, tríceps, pernas, a bdo minais
Sábado Descanso Sábado Descanso
Domingo Descanso Domingo Descanso

SEMANA 2 SEMANA 6
USE ESTA ROTINA DIVIDIDA DU RANTE A SEMANA 2 USE ESTA ROTINA DIVI DIDA DU RANTE A SEMANA 6

Dia Grupos muscu lares Dia Grupos musculares


Segunda-feira Peito, tríceps, bíceps Segunda-feira Peito, a bd ominais
Terça-feira Pernas, pa nturrilhas Terça-feira Costas, panturrilhas
Quarta-feira Descanso Quarta-feira Descanso
Quinta-feira Costas, bíceps, tríceps Quinta-fei ra O m bros, tra pézio
Sexta-feira O m bros, tra pézio, a bdominais Sexta-te i ra Tríceps, bíceps, pernas
Sábado Descanso
Domingo Descanso

TABELA 7.1.3 Trei nos de seis semanas para braços enormes

SEMANA 1. SEMANA 1.
SEGU NDA-FEI RA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS SEGU N DA-FEI RA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS (Conti nuação)

Exercício
Supino
Séries Repetições Intervalo
3 8-10 1-2min
Exercício
Rosca direta com barra
Séries Repetições
3 3-5
iMMii&i
2-3min
(repetições negativas) 1
Supino com a pegada 3 8-10 1-2 min
invertida Rosca direta com barra 32 6-8 2-3min
Crucifixo inclinado com 3 8-10 1-2m in Rosca d ireta com h alteres, 3* 6-8 2-3min
h a lte res inclinado
Crossover 3 10-12 1-2min TERÇA-FEI RA: PERNAS, E PANTURRILHAS
Supino com a pegada fecha- 3 3-5 2-3min Agachamento 3 8-10 1-2 m i n
da (repetições negativas) 1
Leg press 3 10-12 1-2 min
Su pino com a pegada 32 6-8 2-3min
fechada Extensão de joel hos 3 12-15 1-2 m i n

Tríceps fra ncês com ha lteres, 3* 6-8 2-3min Levantamento-terra romeno 3 8-10 1-2 min
sentado Flexão de joe l hos deitado 3 12-15 1-2 m i n
Tríceps na polia a lta 3* 6-8 2-3min Flexão planta r em pé 4 12-15 1min
Flexão planta r sentado 4 12-15 1min
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 165

TABELA 7.13 Treinos de seis semanas para braços enormes (continuação)

QUINTA-FEIRA: COSTAS E ABDOMINAIS QUI NTA-FEIRA: COSTAS, BÍCEPS E TRÍCEPS


Exercício Séries Repetições Intervalo Exercício Séries Repetições Intervalo
Remada curvad a com barra 3 8-10 1-2min Flexões na barra 3 Até a falha 1-2min
Puxada com a pegada a berta 3 8-10 1-2 m i n Remada unilateral, com 3 8-10 1-2min
haltere
Puxada c o m a pegada 3 8-10 1-2min
invertida Puxad a com a pegada a berta 3 10-12 1-2min
Remada na pol ia baixa , 3 10-12 1-2 m i n
Extensão de o m b ros 3 10-12 1-2 m i n
sentado
Remada na polia baixa , 3 10-12 1-2min
Extensão de om bros 3 12-15 1-2min
sentado
Rosca d i reta com ba rra W 3 20-25 1min
Elevação das pernas com os 3 Até a falha 1min
joelhos estendidos Rosca d i reta na polia alta 3 20-25 1min
Rosca d i reta por trás das 3 20-25 1
Supra-abdominal na polia alta 3 10-12 1min
costas, na polia ba ixa
SEXTA-FEIRA: OMBRO E TRAPÉZIO Mergulho 3 Até a falha 1min
Meio dese nvolvimento com 4 8-10 1-2min Tríceps francês na polia baixa 3 20-25 1min
barra 20-25
Tríceps na polia alta , com 3 1min
Remada vertical com halteres 3 8-10 1-2m i n corda
Elevação lateral com halteres 3 10-12 1-2m i n SEXTA-FEIRA: OM BRO, TRAPÉZIO E ABDOMINAIS
Crucifixo i nvertido com 3 10-12 1-2min Meio d esenvolvimento com 3 8-10 1-2min
halteres halteres
Encolh imento dos o m b ros 4 8-10 1-2 m i n Elevação lateral na máquina 3 12-15 1-2min
c o m barra
Remada vertical no multiforça 3 12-15 1-2min
SEMANA 2
Crucifixo invertido na máquina 3 12-15 1-2min
SEGUNDA-FEIRA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS
Encolhimento dos om bros 4 10-12 1-2min
Supino inclinado 3 8-10 1-2 m i n
com halteres
Supino inclinado com a pega- 3 8-10 1-2min
I ntra-a bdom i n a l 3 Até a falha
d a i nvertida , com halteres
Crucifixo 3 12-15 1-2min Supersérie com 3 Até a falha 1min
supra-a bdominal
Crucifixo declinado 3 12-15 1-2 m i n
Tríceps n a polia alta 15-20 1m i n
SEMANA 3
3
SEGUNDA-FEIRA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS
Tríceps testa 3 15-20 1min
Crossover 3 15-20 1-2min
Tríceps francês 3 15-20 1min
Rosca d ireta inclinada, com 15-20 1min Supino 3 15-20 1-2min
3
halteres Crucifixo i n clinado com 3 15-20 1-2min
Rosca Scott com ha lte res 3 15-20 1min halteres

Rosca neut ra com halteres 3 15-20 1min Supino i nclinado com halteres 3 15-20 1-2min

TERÇA-FEIRA: PERNAS E PANTURRILHAS Supino com a pegada fecha- 3 3-5 2-3min


d a (repetições negativas) 1
Agachamento com a ba rra 3 8-10 1-2min
Supino com a pegada fechada 32 4-6 2-3min
pela frente
Agachamento no hack 3 8-10 1-2m i n Tríceps francês com haltere, 33 4-6 2-3min
sentado
Extensão de joelhos 3 8-10 1-2min
Tríceps na polia alta 33 4-6 2-3min
Flexão de joelhos, sentado 3 8-10 1-2min
Rosca d i reta ( repetições 3 3-5 2-3min
Leva ntamento-terra romeno, 3 8-10 1-2min
negativas) 1
com ha lteres
Flexão plantar sentado 4 20-25 1min Rosca d i reta 32 4-6 2-3min

Flexão plantar no /eg press 4 15-10 1min Rosca d i reta inclinada 33 4-6 2-3min
Rosca Scott com barra W 33 4-6 2-3min
166 Jim Stoppani

TABELA 7.13 Trei nos de seis semanas para braços enormes (continuação)

TERÇA-FEI RA: OM BRO, TRAPÉZIO E ABDOMI NAIS SEMANA 4


SEGUNDA-FEIRA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS
Exercício Séries Repetições I ntervalo
Exercício Séries Repetições Intervalo
Elevação lateral na polia baixa 3 15-20 1-2 min
Meio d esenvo lvimento com a 3 15-20 1-2min S u pino inclinado com a 3 10-12 1-2 m in
ba rra por trás da ca beça , pegada invertida
no multiforça Su pino com ha lteres 3 10-12 1-2 min
Remada vertical no multiforça 3 15-20 1-2m in Crucifixo na máquina 3 10-12 1-2 m in
Remada alta na polia alta 3 15-20 1-2 min Crossover na polia baixa 3 10-12 1-2 m in
Encolhimento dos om bros 4 15-20 1-2 min S u pino com a pegada fecha- 3 3-5 2-3min
com halteres d a ( repetições negativas) 1
Su pra-a bdominal com 3 Até a falha 1min Supino com a pegada fechada 3 2 10-12 2-3min
pedalada Tríceps francês com haltere, 33 10-12 2-3min
Abdom i nal oblíquo com os 3 Até a falha 1min sentado
braços estendidos Tríceps na polia a lta 33 10-12 2-3min
QUARTA-FEI RA: COSTAS, B ÍCEPS E TRÍCEPS Rosca direta com barra 3 3-5 2-3min
(repetições negativas) 1
Extensão de o m b ros barra 3 15-20 1-2min
Rosca direta com barra 32 10-12 2-3min
Puxada com a pegada a berta 3 15-20 1-2min
Rosca direta com halteres, 33 10-12 2-3min
Remada curvada com ba rra 3 15-20 1-2 min
inclinado
Remada na polia baixa , 3 15-20 1-2 min
Rosca Scott com barra W 33 10-12 2-3min
sentado
Rosca concentrada na polia 3 10-12 1-2min TERÇA-FEI RA: OM BRO, TRAPÉZIO E ABDO M I NAIS
ba ixa Meio desenvolvimento com 3 10-12 1-2 min
Rosca d i reta por trás das 3 10-12 1-2m in halteres
costas, na polia ba ixa Remada vertical na polia ba ixa 3 10-12 1-2 m in
Rosca d i reta na máquina 3 10-12 1-2min Elevação lateral na polia baixa 3 10-12 1-2 m in
Tríceps francês unilateral, 3 10-12 1-2 min Crucifixo invertido com 3 10-12 1-2 min
com haltere halteres
Tríceps na polia alta 3 10-12 1-2min Encol himento do om bro 4 10-12 1-2 m in
Mergu l h o 3 10-12 1-2min unilateral, no m u ltiforça

SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS, PERNAS E PANTUR R ILHAS Elevação de pernas com 3 Até a falha
joe l hos estendidos
Tríceps testa 4 8-10
Trissérie com a bdominal 3 Até a falha
Su persérie com rosca d i reta 4 8-10 1-2 min oblíquo
com barra
Trissérie com infra-a bdominal 3 Até a falha 1min
Tríceps na polia alta 4 8-10
QUARTA-FEI RA: COSTAS, BÍCEPS E TRÍCEPS
Supersérie com rosca d i reta 4 8-10 1-2 min
na polia alta Flexão de braços na ba rra 3 10-12 1-2 m in
Extensão de joe l hos 3 15-20 1-2 min Remada unilateral com 3 10-12 1-2 m in
Agachamento 3 15-20 1-2min ha ltere
Puxad a com a pegada 3 10-12 1-2 m in
Leg press 3 15-20 1-2min
invertida
Flexão de joelhos deitado 3 15-20 1-2min
Extensão d e o m b ros 3 10-12 1-2 m in
Levanta mento-terra romeno 3 15-20 1-2 min
Rosca direta por trás das 3 15-20 1min
Flexão planta r sentado 4 20-25 1min costas, na polia ba ixa
Flexão plantar no /eg press 4 15-20 1min Rosca direta na polia alta 3 15-20 1min
Rosca direta com corda 3 15-20 1min
Tríceps na polia a lta 3 15-20 1min
Tríceps francês na polia baixa 3 15-20 1min
Tríceps na polia a lta com 3 15-20 1min
pegada invertida
(Continua)
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 167

TABELA 7.13 Treinos de seis semanas para braços enormes (continuação)

SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS, PERNAS E PANTURRILHAS TERÇA-FEI RA: OMBROS, TRAPÉZIO E ABDO M INAIS
Exercício Séries Repetições Intervalo Exercício Séries Repetições Intervalo
Tríceps testa 3 25-30 Meio d esenvolvimento com 3 4-6 2-3min
Supersérie com su pino com 3 25-30 1-2 m i n ba rra
a pegada fechada Meio d esenvolvi mento com 3 4-6 2-3min
Tríceps n a polia alta 3 25-30 halteres, em pé
(com corda) Elevação latera l com halteres 3 12-15 1-2 m i n
Supersérie com tríceps 3 25-30 1-2min
Crucifixo invertido na máquina 3 12-15 1-2min
fra ncês na polia baixa
Rosca d ireta com halteres, 3 25-30 Encolh imento dos o m b ros no 2 4-6 1-2min
inclinado multiforça
Supersérie com rosca 3 25-30 1-2 m i n Encollhimento dos o m b ros 2 12-15 1-2min
alternada c o m halteres por trás das costas, no
Rosca d ireta na polia baixa , 3 25-30 multiforça
com cord a Supra-a bdominal com 3 Até a falha 1-2min
Supersérie c o m rosca direta 3 25-30 1-2m i n pedalada
na polia baixa (com a ba rra Len hador n a polia alta 3 15-20 1-2min
curta )
QUARTA-FEIRA: COSTAS, BÍCEPS E TRÍCEPS
Tríceps testa 4 8-10
Su persérie com rosca direta 4 8-10 1-2min Remada curvada com barra 3 4-6 2-3min
com barra Puxada com a pegada a be rta 3 4-6 2-3min
Tríceps na polia alta 4 8-10 1 Puxada com a pegada invertida 3 12-15 1-2min
Supersérie com rosca direta 4 8-10 1-2min Exte nsão de o m b ros 3 12-15 1-2min
na polia alta
Rosca Scott 3 20-25 lmin
Agachamento com a ba rra 3 10-12 1-2min
pela frente Rosca d i reta com halteres, 3 20-25 lmin
Step com halteres 3 10-12 1-2min inclinada
Leg press 3 10-12 1-2min Rosca neutra com halteres 3 20-25 lmin
Extensão de joelhos 3 10-12 1-2min Tríceps na polia alta 3 20-25 lmin
Flexão de joelhos, deitado 3 10-12 1-2 m i n Tríceps na máquina 3 20-25 lmin
Flexão pla ntar n o /eg press 4 10-12 lmin Tríceps fra ncês com haltere 3 20-25 lmin
Flexão plantar sentado 4 10-12 lmin
SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS, PERNAS E PANTURRILHAS
SEMANA S
Supino com a pegada fechada 3 12-15
SEGUNDA-FEIRA: PEITO, TRÍCEPS E BÍCEPS
Série gigante com tríceps testa 3 12-15
Exercício Séries Repetições Intervalo
Série giga nte com tríceps 3 12-15
Supino 3 4-6 2-3min fra ncês com haltere
Supino inclinado com halteres 3 4-6 2-3min Série giga nte com mergulho 3 12-15 2-3min
Crucifixo com halteres 3 12-15 1-2 m i n no ba nco
Crossover c o m a polia na 3 12-15 1-2min Rosca d i reta com halteres, 3 12-15
posição m édia posição i n clinada
Supino com a pegada fecha- 3 3-5 2-3m i n Série giga nte com rosca 3 12-15
d a (repetições negativas) 1 direta , posição inclinada
Supi n o com a pegada 32 8-10 2-3min
Série giga nte com rosca 3 12-15
fechada direta com barra W
Tríceps fra ncês com haltere, 33 8-10 2-3 m i n
Série giga nte com rosca 3 12-15 2-3min
sentado
neutra com halteres
Tríceps n a polia alta 33 8-10 2-3 m i n
Agachamento 3 4-6 2-3min
Rosca direta com ba rra 3 3-5 2-3m in
(repetições negativas) 1 Leg press 3 4-6 2-3min
Rosca d ireta com ba rra 32 8-10 2-3min Extensão de joel hos 3 12-15 1-2min
Rosca d ireta com halteres, 33 8-10 2-3min Leva nta mento-terra romeno 3 4-6 2-3min
inclinado Flexão de joelhos sentado 3 12-15 1-2min
Rosca Scott com ba rra W 33 8-10 2-3min Flexão pla ntar em pé 4 12-15 lmin
Flexão pla ntar sentado 4 20-25 lmin
168 Jim Stoppani

TABELA 7.13 Trei nos de seis semanas para braços enormes (continuação)

SEMANA 6 QUINTA-FEI RA: OMBROS E TRAPÉZIO


SESSÃO DE TREINO MAIS LEVE PARA BRAÇOS: MAIS
REPETIÇÕES OU U M N Ú M ERO MODERADO DE REPETIÇÕES Exercício Séries Repetições Intervalo
SEG U N DA-FEI RA: PEITO, ABDO M I NAIS Meio desenvolvimento com 3 8-10 1-2 min
ba rra
Exercício Séries Repetições I ntervalo
Su pino 3 8-10 1-2min Elevação latera l com 3 8-10 1-2 m i n
halteres
Su pino i n c l i nado com a pega- 3 8-10 1-2 m i n
d a i nvertida , com ha lteres Crucifixo invertido com 3 15-20 1-2min
Crucifixo inclinado 3 15-20 1min halteres
Su pino no m u ltiforça 3 15-20 1-2min Meio desenvolvimento n a 3 15-20 1-2 min
Elevação de perna com 3 Até a fa lha 1min máq u i n a
joelhos estend idos
Encol h i mento dos ombros 4 8-10 1-2 m i n
S u p ra-a bdomin a l na polia 3 15-20 1min
com ba rra
a lta
Abdominal oblíq uo na pol ia 3 15-20 1min Encol h i mento por trás das 2 12-15 1-2 m i n
a lta costas, n o m u ltiforça

TERÇA-FEI RA: COSTAS E PANTU RRI LHAS SEXTA-FEIRA: TRÍCEPS, BÍCEPS E PERNAS
Remada c u rvad a com ba rra 3 8-10 1-2min S u pino com pegada 3 8-10 1-2 min
Puxada com pegada a berta 3 8-10 1-2min fechada
Extensão d e om bros 3 15-20 1-2min Tríceps f ra ncês com ha ltere 3 8-10 1-2 min
Remada na polia baixa , 3 15-20 1-2min
sentado Tríceps na polia a lta 3 8-10 1-2 min

Flexão pla ntar sentado 3 15-20 Rosca d i reta com ba rra 3 8-10 1-2 m i n
Su persérie com flexão plan- 3 6-20 1min
Rosca direta , incl i nada 3 8-10 1-2 min
ta r u n i l atera l em pé (peso
corpora l) Rosca neutra com ha lteres 3 8-10 1-2 min

Agachamento 3 8-10 1-2 m i n

Leg press 3 8-10 1-2 min

Extensão de joelhos 3 15-20 1min

Agachamento no m u ltiforça 3 15-20 1min

Levanta mento-terra romeno 3 8-10 1-2 m i n

Flexão de joel hos sentado 3 15-20 1min


1
Para realizar repetições negativas, deve ser uti lizada uma carga de aproximadamente 20% acima da carga de 1RM e haver um aj udante para auxiliar durante a fase
positiva da repetição. A fase negativa deve ser realizada durante 3 a 5 segundos.
2
São real izados dois intervalos na última série, com descanso du rante 15 segundos quando se chega na falha m uscular. Então, a série continua e, ao chegar a
uma nova falha muscular, descansa-se du rante mais 15 segundos e, então, a série continua mais uma vez.
3
Fazer um drop set na últi ma série, red uzindo imediatamente a carga entre 20 e 30% e conti nuando a série.

em todos os exercícios. O programa "mais largo é melhor", os ganhos de força. O volume também é baixo porque se
com duração de 16 semanas, pode ajudar a aprimorar faz a sessão de treino duas vezes por semana (na segun­
costas fracas (ver Tab. 7.14). A Fase 1 utiliza um aqueci­ da e na sexta-feira), juntamente com o treino dos abdomi­
mento com flexões na barra e exercícios como levanta­ nais. Treina-se peito, ombros e panturrilha na terça-feira;
mento-terra, remadas e "bom-dias"* para construir costas bíceps, tríceps e abdominais na quarta; e pernas na quin­
fortes. O número de repetições é baixo, a fim de enfatizar ta. Na Fase 2, ocorre um aumento do volume e uma dimi­
nuição da frequência semanal para apenas uma sessão.
Treina-se peito, ombros e abdominais na segunda-feira.
* N. de R. T.: O a utor refere-se ao exercício good morning, no q u a l As séries compostas adicionam um outro nível de dificul­
o tronco é deslocado à f rente (com flexão dos quadris) com u m a dade, o que significa que os músculos das costas preci­
barra colocada na altura dos ombros. sam de uma semana de recuperação durante essa fase.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 169

TABELA 7.1.4 Programa "mais largo é melhor"


FASE 1: SEMANAS 1-4 FASE 3: SEMANAS 9-1.2

Exercício Séries Repetições


SEGUNDA-FEIRA

Exercício Séries Repetições


Flexões na barra 3 8-10
Remada com barra
Levantamento-terra
4 6-8
3 4-6
Remada com halteres
Remada curvada com barra
4 6-8
3 4-6
Remada na polia baixa
Puxada pela frente
4 6-8
3 4-6
"Bom-dia" com ba rra
SEXTA-FEI RA
3 8-10
Barra 2 8-10
FASE 2: SEMANAS 5-8
Puxada pela frente (pegada aberta)
Flexões na barra
2 10-12
2 10-12
Puxada pela frente (pegada fechada)
Remada com barra
2 10-12
3 8-10
Puxada pela frente (pegada supinada)
Série com posta com puxada pela
2 10-12
3 8-10
frente FASE 4: SEMANAS 1.3-16

Remada com barra "T" 3 8-10 Puxada pela frente 4 12-15

Série com posta com a extensão do 3 8-10 Remada na polia alta, inclinada 4 12-15
ombro na polia alta
Remada na polia baixa 4 12-15
Extensão lombar 3
Remada curvada unilateral na polia
8-10
4 12-15
baixa

Extensão lombar 3 12-15

Na Fase 3, são feitos dois treinos por semana com a mes­ qualquer ângulo. O programa "deltoides volumosos" (ver
ma rotina dividida da Fase 1, mas as sessões de segun­ Tab. 7.15) visa o crescimento das três cabeças que com­
da e de sexta-feira são diferentes. A de segunda-feira en­ põem o deltoide, a fim de construir uma musculatura for­
fatiza as remadas, executadas com cargas mais elevadas te e equilibrada. A Fase 1 inicia com um programa básico
e poucas repetições, enquanto a de sexta enfoca as bar­ de força e massa muscular realizado duas vezes por se­
ras e as puxadas com cargas mais leves e com um maior mana (na segunda e na sexta-feira), junto com trapézio e
número de repetições. Essas sessões devem consistir abdominais. A sessão de segunda consiste de um treino
de uma série gigante, feita duas vezes. A Fase 4 é com­ só com barras e anilhas, e a de sexta é feita com a utiliza­
posta de um programa que enfoca os dorsais em diver­ ção de halteres em todos os exercícios. Treina-se pernas
sos ângulos, com todos os seus exercícios baseados em e panturrilhas na terça-feira; peito, tríceps e abdominais
movimentos com cabos. Isso mantém a tensão máxima na quarta; e costas e bíceps na quinta. Os treinos des­
aplicada nos músculos durante toda a amplitude de mo­ sa fase envolvem baixas repetições e baixo volume. Na
vimento. O número de repetições é maior, e deve-se fa­ Fase 2, ocorre a diminuição na frequência de treino para
zer drop sets na última série de cada exercício com cabo. uma vez por semana, com aumento da intensidade, altas
Essa sessão é realizada uma vez por semana com uma repetições, alto volume e técnicas de pré-exaustão. Trei­
rotina dividida semelhante à usada durante a Fase 2. No na-se peito, tríceps e abdominais na segunda-feira; om­
final da Fase 4, pode-se mudar para um treino de costas bros e trapézio na quarta; pernas na quinta; e costas, bí­
mais básico, utilizando-se a rotina dividida normalmente ceps e abdominais na sexta. Na Fase 3, divide-se o treino
utilizada. em uma sessão de empurrar na segunda-feira, e em outra
sessão de elevações com trisséries, na sexta. Faça isso
com a mesma rotina dividida da Fase 1. A Fase 4 finali­
Progra ma "deltoides vol u mosos" za o trabalho com um microciclo contendo uma sessão
de treino por semana - que fadiga os deltoides com o au­
Assim como as costas, ter ombros grandes, redondos e mento das repetições - além de drop sets na última série
musculosos pode fazer com que o físico pareça maior de de cada exercício.
170 Jim Stoppani

TABELA 7.15 Programa "deltoides vol umosos n


FASE 1: SEMANAS 1-4 FASE 2:
SEGUNDA-FEIRA SEMANAS 5-8 (continuação)

Exercício

Push press com barra


-lilHlll·IM
4 3-5
Exercício

Elevação lateral com ha lteres


mlé·i+iM
4 10-12
Meio desenvolvimento com barra, 4 4-6 Meio desenvolvimento com halteres 4 8-10
sentado
Crucifixo invertido 4 10-12
Remada vertical com a pegada a berta 4 4-6
Encol himento de o m b ros com 4 8-10
Elevação frontal com ba rra 4 6-8 halteres, u n ilate ral*

Encolhimento de o m b ros com ba rra 4 6-8 FASE 3: SEMANAS 9-12


SEG U N DA-FEIRA
SEXTA-FEIRA
Meio desenvolvimento com barra , 4 8-10
Meio desenvolvi mento com halteres, 3 6-8 em pé
em pé
Meio desenvolvimento com halteres, 4 8-10
Elevação lateral u nilateral 3 6-8 sentado
Crucifixo invertido 3 6-8 Meio desenvolvimento no m ultiforça 4 8-10
Elevação f ro ntal alternada, com 3 6-8 Encolhimento de o m b ros com ba rra 4 8-10
halteres por trás das costas
Encolhimento de o m b ros com 3 6-8 SEXTA-FEI RA
halteres
Crucifixo invertido 4 15-20
FASE 2: SEMANAS 5-8
Elevação lateral com halteres 4 15-20
Elevação frontal na polia baixa 4 12-15
Elevação f ro ntal com ha lteres 4 15-20
Meio desenvolvi mento com barra 4 8-10
Encol h i mento de o m b ros com 4 10-12
halteres, sentado

FASE 4: SEMANAS 13-1.6.

SEMANA 1.3 SEMANA 1.4 SEMANA 1.5 SEMANA 1.6

Exercício Séries Repetições Séries Repetições Séries Repetições Séries Repetições

Meio desenvolvimento 4 6 4 10 4 15 4 20
com ba rra

Meio desenvolvimento 4 6 4 10 4 15 4 20
com halteres

Remada vetical com 4 6 4 10 4 15 4 20


halteres

Elevação lateral na 4 6 4 10 4 15 4 20
polia ba ixa

Crucifixo invertido no 4 6 4 10 4 15 4 20
crossover

Encolhimento de 4 6 4 10 4 15 4 20
ombros com halteres

• Alterne os braços di reito e esq uerdo, sem intervalo, até completar quatro séries.
172 Jim Stoppani

O treino para incrementar a força máxima é muito diferen­ to é o fato de que ambos, por tentativa e erro, têm sido
te daquele que visa ganhos de massa muscular. Do pon­ definidos como os mais adequados para o aumento da for­
to de vista do treinamento, o volume total e as repetições ça, tanto nas academias quanto nos laboratórios de inves­
realizadas em cada série tendem a ser menores quando tigação. A Parte Ili aborda o treinamento visando a força
se treina força máxima do que ao se treinar com foco no máxima. O Capítulo 8 apresenta modelos básicos de ses­
aumento de massa. Do ponto de vista fisiológico, o cres­ sões de treino para o aumento da força. Começa-se ensi­
cimento muscular costuma ser mais influenciado pelos nando as rotinas divididas semanais ótimas para o incre­
efeitos posteriores do treinamento, enquanto o treino que mento da força, independentemente da organização de
visa incrementos da força conta ainda com um compo­ treino. A partir daí, existe uma progressão de recomenda­
nente de aprendizado que se desenvolve durante as ses­ ções gerais para o treinamento. Por fim, o capítulo mos­
sões. Mesmo que os estresses mecânico e metabólico se­ tra dicas de treino e estratégias para maximizar a força
jam importantes no desenvolvimento da força, existe um nos três principais exercícios (supino, agachamento e le­
elemento fundamental para esse aprimoramento, que se vantamento-terra), assim como normas para o treinamen­
baseia no treinamento do sistema nervoso. to do tronco.
Os motoneurônios que "correm" pela medula espinal O Capítulo 9 introduz métodos de treino avançados
até as fibras musculares são responsáveis pelo início das que permitem o levantamento de mais peso em menos
contrações musculares. O treinamento de força a aumenta tempo. Essas técnicas servem para aumentar os estres­
em decorrência de diversas adaptações que ocorrem nos ses mecânico e metabólico, a taxa de ativação e o sincro­
motoneurônios. Há um mecanismo que os treina para ati­ nismo das unidades motoras.
var as fibras de forma mais rápida, permitindo que estas se O Capítulo 10 mostra ciclos periodizados de treino
contraiam com mais força. O treinamento de força também de longa duração que são elaborados para aumentar con­
exercita os motoneurônios para ativar as fibras durante um tinuamente os níveis de força sem chegar a um platô. Co­
maior período de tempo, sem chegar à fadiga, possibilitan­ meça-se ensinando como testar a força máxima, um com­
do a execução de mais repetições com certa quantidade de ponente crítico para saber qual o progresso do praticante
peso. Outro mecanismo que leva ao aumento da força é a durante qualquer ciclo de treino de força. A partir daí, po­
sincronização das unidades motoras. Isso se refere à habi­ de-se utilizar o ciclo que melhor se adaptar à experiência
lidade de diferentes motoneurônios - que controlam dife­ do praticante e seguir os ciclos seguintes. Também é pos­
rentes fibras dentro de um mesmo músculo - em ativar as sível seguir um ciclo específico de um exercício em que se
fibras em um momento específico, acarretando na maior deseja aumentar a força. Independentemente do nível de
produção de força no músculo. treinamento ou dos objetivos envolvendo a força muscu­
A semelhança entre os programas que visam maxi­ lar, esta seção aborda tudo o que se precisa saber para
mizar a força e aqueles que visam maximizar o crescimen- desenvolver a força.
Táticas para maximizar a força
O primeiro passo para aumentar a força é aprender como de peso e demais interessados em treinar força frequen­
elaborar sessões e programas básicos de treino com esse temente testam sua 1RM nos três exercícios principais.
objetivo em mente. As variáveis a serem consideradas na Devido ao fato de o treino para força máxima envol­
elaboração dos treinos (ver Cap. 2) são a escolha dos exer­ ver esses três exercícios - o que o difere do treino com
cícios que serão executados, sua ordem de execução, o nú­ vários grupos musculares -, ele tende a ser menos usa­
mero de séries que serão realizadas, a carga que será uti­ do na organização das rotinas. Isso não significa que exis­
lizada e o intervalo que será empregado entre as séries. ta um número limitado de maneiras de dividir um progra­
Além disso, deve-se considerar a frequência com que cada ma para esse fim. As rotinas apresentadas a seguir são
grupo muscular será trabalhado e o tipo de rotina a ser im­ as mais bem aceitas pela maior parte dos especialistas
plementado. em força e atletas.
Este capítulo aborda as rotinas mais comuns entre
os praticantes interessados em maximizar a força muscu­
lar, ajudando a determinar qual a melhor organização se­ Treino ú n ico
manal a ser seguida. Volta-se a enfatizar as variáveis de
cada sessão de treino, descrevendo minuciosamente os O treino único baseia-se em uma única sessão de treino
exercícios específicos. Cada passo fornece mais detalhes que estressa a maioria dos principais grupos musculares
a respeito das normas, dos métodos e das dicas para al­ do corpo. Essa rotina permite treinos três vezes por sema­
cançar esse objetivo. na - normalmente segunda, quarta e sexta-feira. Muitos
especialistas creem que a frequência é importante para
o incremento da força. Na verdade, diversos técnicos fa­
DIVISÃO SEMANAL DO TREINO zem com que seus atletas sigam um sistema de treino
único não só por acreditarem na importância da frequên­
Independentemente de a meta ser desenvolver força ou cia de treino, mas também por acharem que, devido ao
massa muscular, a forma mais fácil de dividir o treino é corpo trabalhar como uma unidade, este deve ser treina­
trabalhando dentro de períodos de uma semana. Embo­ do de forma apropriada. Além disso, um treinamento úni­
ra o corpo não siga com especificidade um ciclo de sete co visando a força pode ser um meio efetivo de aumen­
dias, para fins práticos, esse ciclo de treino se adéqua ao tar a força geral.
calendário e aos compromissos dos praticantes. Todas as A frequência semanal proposta para esse tipo de
rotinas apresentadas a seguir são voltadas para o desen­ treino também é benéfica para iniciantes. Como discuti­
volvimento de força e seguem um ciclo de sete dias, en­ do no Capítulo 5, isso se dá porque as adaptações iniciais
caixando-se na agenda e no nível de experiência de qual­ decorrentes do treinamento de força envolvem o treina­
quer indivíduo. mento do sistema nervoso. A melhor forma de os inician­
Tais rotinas têm um denominador comum: enfati­ tes se exercitarem para aumentar a força é empregando
zar o treino dos três principais levantamentos - o supino um número de repetições ligeiramente mais alto do que
(um marcador da força dos membros superiores), o aga­ o utilizado por indivíduos treinados e uma maior frequên­
chamento (um marcador da força dos membros inferio­ cia semanal dos mesmos exercícios, a fim de "programar"
res) e o levantamento-terra (um marcador da força do cor­ o sistema nervoso.
po inteiro). Eles também são utilizados em competições Os treinos únicos, em geral, incluem um exercício
de powerlifting. Em geral, a resistência usada nesses três para cada grande grupo muscular. Os exercícios escolhidos
exercícios é expressa como uma porcentagem de uma re­ normalmente envolvem o supino, o agachamento e o levan­
petição máxima (1RM) do atleta, enquanto todos os ou­ tamento-terra, ou outros que os imitem, além de exercícios
tros exercícios são expressos em uma zona-alvo de RMs auxiliares que ajudam no aumento da força nos exercícios
- resistência que limita o praticante a um número espe­ principais. A maior parte dos praticantes que usam o trei­
cífico de repetições. Isso ocorre porque os levantadores no único não exercita grupos pequenos (como trapézio, an-
174 Jim Stoppani

tebraço e panturrilha), de modo a concentrar os estímulos


nos músculos diretamente envolvidos no supino, no aga­
Rotina d ivid ida
chamento e no levantamento-terra. em e m p u rra r e puxar
Enquanto se realiza um treinamento único, o primeiro
exercício da sessão deve alternar entre o supino, o agacha­ Essa rotina apresenta sessões de treino divididas em exer­
mento e o levantamento-terra. Dessa forma, cada um dos cícios de empurrar e de puxar. Os exercícios de empurrar
principais exercícios de força é treinado uma vez por sema­ incluem qualquer exercício em que a fase positiva do mo­
na quando o corpo está descansado. Alguns powerlifters vimento (concêntrica) envolva pressionar ou empurrar o
também incluem um exercício auxiliar extra para o exercício peso para longe do corpo (como no supino e no meio de­
que está sendo priorizado na sessão (ver Tab. 8.1 - o /eg senvolvimento) ou empurrar o corpo para longe do chão ou
press é acrescentado ao agachamento na segunda-feira). de uma plataforma (como no agachamento). Os exercícios
de puxar incluem qualquer exercício em que a fase positiva
do movimento (concêntrica) envolva puxar o peso na dire­
TABELA 8.1 Trei no único para força ção do corpo (como na rosca direta, na remada com barra
SESSÃO DE TREINO 1: SEG UNDA-FEIRA ou na flexão de joelhos) ou puxar o corpo na direção de um
(ÊNFASE NO AGACHAM ENTO) objeto fixo (como na flexão na barra com pegada aberta).
% 1R M ou Alguns praticantes dividem o treino em sessões de
Exercício Séries repetições puxar e empurrar pois esses exercícios envolvem grupos
Agachamento 4 85%
musculares similares na sua execução. Por exemplo, os
músculos do peitoral, deltoide e tríceps são usados em di­
Leg press 3 8-10
ferentes graus no meio desenvolvimento.
Su pino inclinado 4 6-8 Esse tipo de rotina possibilita que cada sessão de
Meio desenvolvimento com halteres 3 6-8 treino seja feita duas vezes por semana, ou seja, em qua­
Remada com barra 3 6-8 tro sessões semanais (Tab. 8.2). No dia de "empurrar",
Stiff 3 6-8
S upino com a pegada fechada 3 6-8
TABELA 8.2 Rotina d ividida em empurrar e puxar
Rosca direta com barra 3 8-10
Elevação de pernas com joel hos 3 10-12 SESSÃO DE TREINO 1: SEGUNDA E QUI NTA-FEIRA'
estendidos (TREINO DE E M PU R RAR)

SESSÃO DE TR EINO 2: QUARTA-FEI RA (ÊNFASE NO SU PI NO) % 1R M ou


Exercício Séries repetições
S u pino 4 85%
Su pino com halteres 3 8-10 Agachamento* 4 90%

Agachamento com barra 3 6-8 Leg press 3 8-10


Meio desenvolvimento com barra 3 6-8 Extensão de joelhos 3 8-10
Levantamento-terra 3 80% S u p ino· 4 75%
Remada com halteres 3 8-10 S u p i n o inclinado com ha lteres 3 8-10
Mergulho 3 8-10
Meio desenvolvimento com halteres 4 6-8
Rosca direta com barra 3 6-8
Su pino com a pegada fechada 4 6-8
Lenhador na polia alta 3 20
Flexão planta r, em pé 4 8-10
SESSÃO DE TREINO 3: SEXTA-FEI RA
(ÊNFASE NO LEVANTAM ENTO-TERRA) SESSÃO DE TREINO 2: TERÇA E SEXTA-FEIRA
(TREINO DE PUXAR)
Leva nta m ento-terra 4 85%
Levanta mento-terra un ilateral com 3 8-10 Levantamento-terra 4 90%
halteres Flexão de joelhos, deitado 3 8-10
S u pino 3 8-10 Remada com barra 4 6-8
Remada vertical 3 6-8
Puxada pela frente 3 8-10
Puxada pela frente 3 8-10
Rosca direta com barra 4 6-8
Rosca testa 3 6-8
Abdominal com a n i l has 4 8-10
Rosca Scott 3 8-10
• Na qui nta-feira, faça o supino e o supino inclinado com halteres antes do
Extensão lom bar 3 15-20 agacha mento.
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 175

é aconselhável alternar o supino e o agachamento como TABE LA 8.3 Rotina de powerllft/ng dividida em exercícios
exercício inicial. para membros superiores e inferiores
SESSÃO DE TREINO PARA MEM BROS SUPERIORES 1:
SEGUNDA-FEIRA (SUPINO E EXERCÍCIOS DE EMPURRAR)
Rotina de powerlifting d ividida Séries
% 1RM ou
repetições
Exercício
em exercícios para membros S u pi no 4 90%

su periores e i nferiores S u pi no com ha lteres 3 4-6


Meio d esenvolvimento com barra 3 4-6
Nessa rotina, as sessões de treino são divididas em um dia Remada vertica l 3 6-8
para membros superiores e em outro para inferiores. Os exer­ S u pi no com a pegada fechada 3 4-6
cícios para membros superiores envolvem todos aqueles Mergu l h o 3 6-8
para os principais grupos da parte superior do corpo, en­
Abdominal, em pé 3 8-10
quanto os exercícios para membros inferiores envolvem to­
dos aqueles para os principais grupos da parte inferior. SESSÃO DE TREINO PARA M E MBROS IN FERIORES 1:
TERÇA-FEIRA (AGACHAMENTO E EXERCÍCIOS PARA QUADRÍCEPS)
Assim como a rotina dividida em exercícios de em­
purrar e puxar, a divisão em membros superiores e infe­ Agacha mento 5 90%
riores permite que cada sessão seja feita duas vezes por Leg press 3 4-6
semana, em um total de quatro sessões semanais (ver Extensão de joel hos 3 6-8
Tab. 8.3). A maior parte dos powerlifters que seguem Flexão pla nta r, em pé 4 8-10
esse tipo de divisão usa os dois treinos de membros su­
SESSÃO DE TREINO PARA M E MBROS SUPERIORES 2:
periores para enfatizar o supino. Além disso, pode-se QUINTA-FEIRA (SUPINO E EXERCÍCIOS DE PUXAR)
usar uma sessão para enfatizar os músculos que aju­
S u p i no 5 75%
dam a empurrar (como ombros e tríceps) e outra para os
músculos que auxiliam a puxar (como costas e bíceps). Puxada pela frente 3 6-8
Nas sessões para membros inferiores, a maioria dos Remada com barra 3 6-8
powerlifters dedica uma sessão para ênfase em agacha­ Rosca d i reta com barra 4 6-8
mento e em exercícios auxiliares para quadríceps, e ou­ G i ro russo 3 20
tra para ênfase em levantamento-terra e em exercícios
SESSÃO DE TREINO PARA M E MBROS INFERIORES 2:
auxiliares para os isquiotibiais. SEXTA-FEIRA (LEVANTAMENTO-TERRA
E EXERCÍCIOS PARA ISQUIOTIBIAIS)
Leva nta mento-terra 5 90%
Rotina d ivid ida em esforço Leva nta mento-terra romeno 3 6-8

máxi mo e esforço d i nâmico Flexão de joel hos, deitad o 3 6-8


"Bom-d i a " 3 8-10
Basicamente, a rotina dividida em esforço máximo e es­ Flexão pla nta r, sentado 4 10-12
forço dinâmico é uma versão modificada da rotina de
powerlifting com exercícios para membros superiores e
inferiores. Essa divisão treina o corpo inteiro em dois dias,
em um total de quatro sessões semanais. A principal dife­ Nas duas últimas sessões da semana, a carga usa­
rença é a carga utilizada (maiores detalhes são apresen­ da no supino, no agachamento e no levantamento-terra
tados no Cap. 9). As primeiras duas sessões são feitas é de apenas 50 a 60% de 1RM. Embora a maior parte
utilizando-se o sistema de esforço máximo (ver Tab. 8.4), das pessoas consiga levantar essa carga para fazer 20
o que leva a um aumento gradual da carga em cada sé­ repetições, essas séries terminam entre 3 e 5 repetições.
rie do supino, do agachamento ou do levantamento-terra, O ponto-chave está na velocidade com que essas repeti­
até serem atingidos 90 a 95% de 1RM. Alguns praticantes ções são executadas. Nas sessões de esforço dinâmico,
chegam a 100% em algumas sessões de treino. elas são feitas o mais rápido possível.
176 Jim Stoppani

TABELA 8.4 Rotina d ividida em esforço máximo e esforço d i nâmico


TREINO PARA M E M BROS IN FERIORES 1 TREINO PARA M E M BROS IN FERIORES 2
SEG UN DA-FEIRA - ESFORÇO MÁXIMO QUI NTA-FEIRA - ESFORÇO DI NÂM ICO

Exercício Séries Repetições % 1RM Exercício Séries Repetições % 1RM

Agachamento 1 5 10% Agachamento 2 5 10%


1 5 20% 1 5 20%
1 5 30% 1 3 30%
1 3 40% 1 3 40%
1 3 50% 8 3 50%
1 3 60%
1 1 70% Leva ntamento-terra 2 5 10%
1 1 80% 1 5 20%
1 1 90% 1 3 30%
1 1 95% 1 3 40%
1 1 100% 8 3 50%

Leva nta mento-terra 1 5 10% Leva ntamento-terra 3 8-10 75%


1 5 20% romeno
1 5 30%
" Bom-d ia" com ba rra 3 8-10 75%
1 3 40%
1 3 50% G i ro russo 3 15-20 Peso cor-
1 3 60% pora l
1 1 70%
1 1 80% TREINO PARA M E M B ROS SUPERIORES 2
1 1 90% SEXTA-FEIRA - ESFORÇO DINÂMICO
1 1 95%
1 1 100% Supino 2 5 10%
1 5 20%
Leva nta mento-terra 3 4-6 85% 1 3 30%
romeno 1 3 40%
8 3 50%
" Bom-d ia" com barra 3 6-8 80%
Supino com halteres 3 8-10 75%
Ro/1-out na bola suíça 3 12-15 Peso cor-
pora l Meio desenvolvimento 3 8-10 75%
com ba rra
TREINO PARA M E M BROS SUPERIORES 1
TERÇA-FEIRA - ESFORÇO MÁXIMO Supino com a pegada 3 8-10 75%
fechada
Supino 1 5 10%
1 5 20% Remada com barra 3 8-10 75%
1 5 30%
1 3 40% Rosca d ireta com ba rra 3 8-10 75%
1 3 50% 12
Abd o m i n a l declinado 3 Peso cor-
1 3 60% pora l
1 1 70%
1 1 80%
1 1 90%
1 1 95%
1 1 100%
Supino com halteres 3 4-6 85%
Meio desenvolvi mento 3 4-6 85%
com ba rra

Supino com a pegada 3 4-6 85%


fechada

Remada com barra 3 4-6 85%


Rosca d ireta com barra 3 6-8 80%
Elevação de pernas com 3 10 Peso cor-
joelhos flexionados pora l
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 177

Rotina d ivid ida em TABE LA 8.5 Rotina dividida em agachamento, supino e


levantamento-terra
agachamento,su pino e SESSÃO DE TREINO 1: DIA DO AGACHAM ENTO

levantamento-terra (SEG U N DA-FEI RA)

Exercício Séries Repeti ções


Alguns praticantes dividem o treinamento em três ses­
sões por dia com diferentes enfoques: agachamento, su­ Agachamento 4 85%
pino e levantamento-terra. Dessa forma, cada um dos Leg press 3 6-8
principais exercícios é priorizado em um tempo de treino
equivalente. Considerando-se o período de uma semana, Extensão de joel hos 3 8-10

normalmente se realiza primeiro a sessão de agachamen­ Flexão planta r, em pé 3 8-10


to, a fim de dar um longo tempo de recuperação antes da
sessão de levantamento-terra, que também usa bastante Lenhador na polia a lta 3 20
os músculos das pernas. A sessão de agachamento cos­ SESSÃO DE TREINO 2: DIA DO SUPINO (QUARTA-FEI RA)
tuma ser acompanhada por exercícios auxiliares que trei­
nam o quadríceps, os isquiotibiais e, às vezes, os múscu­ Supi no 4 85%
los da panturrilha. A segunda sessão (realizada 48 horas Supi no inclinado com halteres 3 6-8
após a sessão de agachamento) é, em geral, a sessão de
supino, que normalmente envolve exercícios auxiliares de Meio desenvolvimento com barra 4 6-8
empurrar que enfatizam peito, ombros e tríceps. Já a ter­ Supi no com a pegada fechada 4 6-8
ceira sessão (realizada em não menos que 48 horas após
a de supino) é a de levantamento-terra. Além deste, é co­ Abdominal, em pé 4 8-10
mum que sejam incluídos exercícios auxiliares de puxar SESSÃO DE TREINO 3: DIA DO LEVANTAMENTO-TERRA
que treinam costas e bíceps. Um exemplo da rotina divi­ (SEXTA-FEI RA)
dida em agachamento, supino e levantamento-terra é ob­
Levantamento-terra 4 85%
servado na Tabela 8.5.
"Bom-d ia" 3 6-8

Flexão de joelhos, deitado 3 8-10


M u dando a orga n i zação Remada com barra 4 6-8
d a sua rotina de tre i n o
Rosca d i reta com barra 4 6-8
As roti nas q u e visa m o a u mento d a força , a bordadas na
seção a nterior, apresenta m poucas d iferenças e ntre si.
Todas enfatizam o treino dos três exercícios principa is e
têm u m segu ndo o bjetivo, q u e é a execução de exercícios para que se tenha sucesso, garantindo um treino ideal
a uxi l i a res. Em fu nção d isso, mud a r a rotina a cada perío­ para ganhos de força. Aqui são abordados os três princi­
do de poucos meses é uma manei ra de esta belecer ou­ pais exercícios de forma detalhada, porque não é possível
tra forma de va riação do treino. No entanto, a ma ior par­
aumentar a força sem se estar familiarizado com a técni­
te dos powerlifters com petitivos segue u m a roti na d ividida
d u ra nte u m ano. Porta nto, ao encontra r u m tipo de rotina
ca correta de cada um deles. Por último, mas não menos
que seja melhor pa ra a progra mação adotada, pode-se importante, o capítulo aborda o treino de tronco. Um tron­
uti l izá-la por tem po indeterm inado. co forte é necessário para transferir força aos membros.
Com o conhecimento desses fundamentos do treinamen­
to de força, pode-se avançar para as técnicas de aumen­
to da força (Cap. 9).

PRINCÍPIOS DOS
Regras gerais do treinamento
PROGRAMAS DE FORÇA
O treino para massa muscular utiliza os exercícios com a
O tipo de divisão de treino adotado não é um fator tão finalidade de chegar a um resultado. O treino que visa a
fundamental para a obtenção de ganhos de força quan­ força máxima, por sua vez, não os usa como meras fer­
to a escolha e a ordem dos exercícios, a carga/intensida­ ramentas; em vez disso, busca-se a melhora do desem­
de e o volume. Além disso, independentemente da divisão penho de determinados exercícios. A maior parte dos le­
utilizada, existem certas regras que devem ser seguidas vantadores de peso treina o supino, o agachamento e o
178 Jim Stoppani

levantamento-terra. Logo, a primeira e mais óbvia regra é do aumento da força. De qualquer forma, como diz o
incluir esses três exercícios no programa. Também devem velho ditado, regras são feitas para serem quebradas.
ser incluídos exercícios auxiliares para ajudar a aumen­ Tão importante quanto segui-las, quebra-las de vez em
tar a força nesses três exercícios. Tal seleção pode envol­ quando pode ser uma forma efetiva de aumentar a for­
ver exercícios multiarticulares complexos quando houver ça, por exemplo, durante os platôs, em que o treino pa­
necessidade. drão não funciona. As estratégias de treino do Capítulo
A ordem também é importante - o supino, o aga­ 9 desafiam as regras de tentativa e erro que a maioria
chamento e o levantamento-terra devem ser feitos no iní­ dos atletas de força tem adotado como recomendações
cio da sessão de treino, uma vez por semana. Depois do de treino padrão. Saber como e quando usá-las faz uma
exercício principal, são executados os auxiliares. O segun­ enorme diferença nos ganhos que se pode esperar de
do exercício deve ser complexo, a fim de enfatizar o prin­ um programa de treino.
cipal grupo muscular usado em cada um dos três exer­
cícios principais. Qualquer outro exercício que vier logo
após deve trabalhar os grupos que auxiliam na execução
do exercício principal.
Treino do supino
A quantidade de carga usada é de extrema impor­ Para muitas pessoas, força é tudo quando se trata de su­
tância para ganhos de força. Os três exercícios principais pino. Raramente um atleta muito bem treinado pergun­
normalmente expressam a resistência como um percen­ ta quanto você faz no agachamento. A questão que todos
tual de 1RM. Isso é conveniente, porque os interessados querem saber é quanto você faz no supino. A masculini­
em aumentar a força máxima costumam testar 1RM des­ dade com frequência é associada a uma musculatura da
ses exercícios. Para incrementos na força, maior parte do parte superior do corpo forte e bem desenvolvida, e o su­
tempo de treino deve ser gasto usando cargas entre 85 pino é o marcador dessa força. Esse exercício desenvolve
e 95% de 1RM. Claro, é interessante ciclar as cargas de os principais músculos da parte superior do corpo - peito,
treino, a fim de fazer com que os ganhos continuem. Na ombros, tríceps e um pouco de costas.
verdade, cargas leves como as de 50% de 1RM são, com É possível, também, que tantas pessoas asso­
frequência, utilizadas por levantadores de peso para incre­ ciem a força apenas ao supino pelo fato de, dos três
mentar a potência, o que ajuda a aumentar a força. A car­ exercícios principais de força, este ser o mais fácil de
ga dos exercícios auxiliares em geral é expressa como um executar. Quase todos podem ir a uma academia e fa­
número de repetições máximas (RMs) específico. Ela nor­ zê-lo com relativa tranquilidade e segurança. Qualquer
malmente corresponderá a um percentual de 1RM . Por que seja a razão, o supino é o exercício de força que
exemplo, se o agachamento está sendo treinado com mais se destaca.
85% de 1RM, o /eg press pode ser realizado em uma fai­ Quando falamos de estratégias de treino para au­
xa de 4 a 6 repetições. Independentemente do exercício, mentar a força no supino sem considerar a rotina utiliza­
a falha muscular deve ser alcançada no máximo em uma da, a escolha e a ordem dos exercícios são fatores fun­
série por exercício. Muitos powerlifters de vez em quando damentais. A força não pode ser aumentada de forma
(ou nunca) treinam até a falha. No entanto, uma pesqui­ ótima se o exercício não for realizado com regularidade;
sa realizada na Austrália sugere que o treino até a falha isso é conhecido como princípio da especificidade. Nos
uma única vez em uma série por exercício é melhor para dias de treino com supino, deve-se fazê-lo primeiro, en­
ganhos de força do que não treinar até a falha ou treinar quanto as fibras musculares estão totalmente recupe­
até a falha duas ou mais vezes por exercício (Drinkwater radas de qualquer exercício anterior, pois isso garante
et ai., 2005). que os músculos possam suportar a carga máxima em
O volume por sessão normalmente é baixo quan­ um número específico de repetições prescrito na sessão
do se visa aumentos na força. Nos exercícios principais, de treino.
são realizadas de 3 a 8 séries por exercício, enquanto Depois, deve-se fazer um exercício auxiliar de em­
os auxiliares, com frequência, são executados em 3 ou purrar para o peito, como, por exemplo, o supino incli­
4 séries por exercício. Na sessão inteira, o volume total nado ou declinado, com barra ou com halteres (reto, in­
pode ser tão baixo quanto 12 séries, podendo, no entan­ clinado ou declinado). De forma ocasional, podem ser
to, chegar a até 30 séries ou mais, dependendo da roti­ realizados exercícios auxiliares monoarticulares. No
na utilizada e da fase do treino. entanto, por não imitarem o movimento de empurrar
Quando falamos de regras, em nenhum outro tipo do supino, esses raramente são utilizados, a não ser
de treino elas são tão importantes quanto em um trei­ que o levantador de peso esteja na fase de hipertro­
namento para força máxima. Pesquisas e anos de expe­ fia. Os exercícios de peito são, em geral, seguidos por
riência corroboram que um estreito espectro de exercí­ um exercício de ombros ou de tríceps, os quais são pre­
cios, a sua ordem de execução, a resistência, o volume ferencialmente complexos, como, por exemplo, o meio
e até os intervalos de descanso são efetivos na busca desenvolvimento ou a remada vertical para os ombros,
Enciclopédia de musculação e força de Stoppani 179

o mergulho e o supino com a pegada fechada para o TABELA 8.6 Dia do supino
tríceps . Às vezes, os exercícios de ombros e tríceps po­ Essa sessão de treino é para um powerlifter que tenha um valor
dem ser auxiliares (monoarticulares). Dependendo da no supino de, no mín i mo, 495 libras, e que esteja treinando
rotina utilizada, um exercício de costas e outro de bí­ com 90% do seu máxi mo.
ceps podem concluir a sessão, ou pode-se treinar es­ Peso
ses grupos musculares em dias de puxar separados (a