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Buenos Aires:
Fund. Centro Integral Comunicación, Cultura y Sociedad – CICCUS, 2005.
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- “Getino assume ortodoxa e coerentemente sua ideologia como o sempre o fez. E desde
esta perspectiva ideológica historia a problemática dos meios de comunicação
argentinos e sua dependência” (p.8)
- “[...] o projeto de liberação do cinema feito pelo Ente de Calificación ia além. [...]
Seus assessores não eram as habituais Ligas de pais e mães de família, de tias virgens
ou de sobrinhas frígidas, mas eram trabalhadores da área, psicólogos, sociólogos,
assistentes sociais e gente representativa da cultura” (p.8)
- “Em 1974, particularmente após a morte de Perón, o autoritarismo – pese a ser tão
velho como a própria sociedade argentina – galopava, talvez mais que nunca, em todos
os campos da vida nacional, incluídos os da comunicação social, da cultura e do
cinema” (p.9)
1. Historia y Dependencia
- “A história do cinema não começa no cinema mesmo, mas na vida social dos povos. É
a partir dela que o cinema pode explicar-se e compreender-se” (p.12)
- “No fim do século XIX, o controle da Inglaterra sobre a economia era quase total. […]
Em 1900 se inaugurou a primeira sala cinematográfica, o Salão Nacional; [...] O
primeiro filme dramatizado se estreou em 1908. Se tratava de El fusilamiento de
Dorrego, um tema histórico inspirado no êxito de L’Assassination du Duc de Guise, e
dirigido pelo italiano Mario Gallo, chegado pouco antes o país como maestro de coros
líricos” (p.12-13)
- “As bases da atividade cinematográfica estiveram consolidadas ao finalizar esta
primeira etapa. Seu momento culminante o estabeleceu o êxito rotundo de um filme,
Nobleza gaucha, que encheria de satisfações econômicas a seus produtores e
incentivaria novos investimentos industriais” (p.12)
- “Um cinema dedicado a abordar uma temática sentida pelas grandes massas,
encontrou precisamente nestas, o suporte econômico adequado para estimular o
desenvolvimento dos investimentos na produção e na indústria, embora tal estímulo não
tenha tido naqueles anos [...] A Argentina iniciou então um estágio político diferente; os
setores médios urbanos ou rurais encontrados na União Cívica Radical, a festa de
Hipólito Yrigoyen, uma espécie de símbolo” (p.14)
- “Nobleza Gaucha surgiu precisamente como uma prévia desse processo e foi lançado
um ano antes de Yrigoyen triunfar com amplo apoio popular nas eleições de 1916”
(p.14)
- “No que foi sua maior demonstração de força – e a última de importância antes de ser
amplamente absorvido por outras forças políticas – o anarquismo lançou uma
insurreição em 1919, durante o governo Yrigoyen, em resposta a uma repressão
realizada pela polícia contra os trabalhadores em greve. A tentativa insurrecional
tropeçou não só com a ação das Forças Armadas, já mais fortes do que o próprio
Yrigoyen, mas também com a recusa da social-democracia. Esta tinha sido fragmentada
em diferentes grupos, um dos quais, o “Socialismo Internacional”, criado em 1918,
daria mais tarde vida, em 1921, ao Partido Comunista” (p.15)
- “A década aberta em 1930 – aberta com o golpe do general Uriburu que derrubou o
segundo governo Yrigoyen – foi umas das mais humilhantes da história argentina. O
país deixou sua situação de dependência e retornou abertamente a época neocolonial”
(p.16)
- “Um dos exemplos, quem sabe o mais representativo, foi Angel Mentasti, chamado o
“ás do cinema argentino”, que, através de sua empresa, Argentina Sono Film, imporia
uma nova linha de trabalho. Mentasti organizou industrialmente seu negócio mediante
a produção ininterrupta de filmes para enfrentar ou negociar em melhores condições
com a exibição; se um filme fracassava, tinha outro para compensar os déficits. Era a
tentativa mais avançada de uma burguesia que dentro do cinema, se apropriava dos
modelos de produção dominantes e neles encontrava sua possibilidade, e ao mesmo
tempo seus limites, dadas as diferentes circunstâncias históricas que existiam entre o
país neocolonial e a metrópole imperial” (p.17)
- “Em 1931, Mentasti funda a Sono Film como produtor, conjuntamente com Favre e
Ramos, seus sócios capitalistas. Dois anos depois [1933], a Sono começa a operar em
seus primeiros estudos” (p.17)
- “O primeiro governo militar e depois o de Perón – surgido nas eleições de 1946 – não
se destacou precisamente pelo que teria sido mais desejável em termos de uma visão
abrangente do problema cinematográfico. Permitiram o livre empreendedorismo
industrial, cuja incapacidade era manifesta, recusando-se a tomar medidas que seriam
indispensáveis, como a consolidação de infraestruturas atualizadas, estimulando o
investimento de capital fixo e estável; a elevação dos níveis de produção cultural,
ideológica e estética, favorecendo a renovação dos estabelecimentos técnicos e
performáticos; o estabelecimento de circuitos permanentes de produção-
distribuição-comercialização em nível nacional e latino-americano, somente viável
em um país dependente quando houver uma gestão estatal direta e resoluta” (p.22)
- “O governo [Perón entre 1946-1955] não exigiu dos industriais uma produção que
ilustrasse o processo de transformações do país. E mais: os próprios produtores se
vangloriavam em 1955, depois do golpe militar que derrubou Perón, fato que – com
exceção da propaganda governamental veiculada no noticiário – era totalmente
verdadeiro. […] Nem a política oficial se ocupou de promover a aparição de uma
corrente de cineastas com visão descolonizadora como aconteciam nas grandes maiores
populares” (p.22)
- “Durante os dez anos do governo peronista, os empresários – agora satisfeitos com
a “intervenção” estatal – nem precisaram que as produções interessassem a alguém;
o protecionismo era tal que o investimento era frequentemente assegurado antes
do início da comercialização” (p.22)
- “Diante dos inúmeros e lucrativos filmes da Sono Film, agora nas mãos dos herdeiros
do falecido Angel Mentasti, e Luis César Amadori – pilares da produção industrial da
época – pouquíssimos cineastas, como os já citados, soube aproveitar as circunstâncias
protecionistas do setor para salvar a dignidade da cinematografia nacional” (p.23)
- “[…] a figura mais destacada durante esse processo foi a do realizador Leopoldo
Torre Nilsson, convertido em representante do cinema argentino para qualquer evento
internacional durante a etapa desenvolvimentista. […] Estudioso do cinema europeu,
Nilsson se destaca sobre os integrantes do “nuevo cine” devido a sua maior experiência
no meio; essa o fez merecer a confiança da velha indústria. Foi a Sono Film quem
produziu seus primeiros filmes: Para vestir santos (1955), Graciela (1956), El crimen
de Oribe (1957)” (26)
- “Com maior rigor e clareza intelectual outros cineastas, como Fernando Birri, estava
na frente desse processo. Em 1956 havia organizado a Escuela de Cine de Santa Fe
(Universidad del Litoral), no marco de um trabalho concreto: Tire dié, um media-
metragem documental que influiria notavelmente em muitos realizadores jovens da
Argentina, e em alguns latino-americanos. [...] Personagens e imagens de um subúrbio
popular apareciam em frente ao espectador, referindo com sensibilidade e sem retórica
alguma situação que viviam. O filme buscava documentar em termos objetivos e reais
uma situação de tal modo que o público se incumbisse do trabalho de reflexão” (27)
- “[...] o cinema comercial tem também novas esperanças. E o faz não tanto através das
jovens gerações, como dos realizadores da indústria tradicional. É o caso de Torre
Nilson, Ayala, Olivera, etc...” (29)
- “Antes mesmo do governo de Onganía, quando agonizava a tentativa dos radicais com
Arturo Illia, começou a realização de um dos filmes mais significativos desta época: La
hora de los Hornos, dirigida por Fernando Solanas e da qual participei como coautor.
Ela foi uma espécie de antecipação do que aconteceria posteriormente, construída nos
momentos finais de Illia e ao longo do todo governo militar de Onganía, o filme se
inseria conceitualmente no processo que estava operando nas camadas médias e no
proletariado. O filme adiantou de alguma forma a noção de uma etapa de profundas
transformações na consciência das massas, assim como as metodologias de ação que
boa parte delas assumiriam para enfrentar os poderes dominantes. Com La hora...
nasceu também o Grupo Cine Liberación, primeiro antecedente de outros grupos
similares nas áreas do trabalho artístico ou profissional de então. [...] Antes do que
competir com a atividade cinematográfica dominante, Cine Liberación, integrado
inicialmente por Fernando Solanas e pelo autor deste trabalho, se propôs a experimentar
um modo de uso diferente no cinema, tomando como antecedente a obra dos
realizadores que haviam sabido expressar a níveis mais elevados a fisionomia do país.
[...] Mas a circunstância que possibilitava um filme como La hora... dificilmente
houvesse existido de não mediar outra coisa que importantes antecedentes
cinematográficos ou atitudes progressistas de alguns realizadores. Foi a própria
realidade nacional e a existência de grandes massas no processo de organização e
ofensiva, estruturadas por sua vez como potencial circuito de difusão, totalmente
diferenciado dos circuitos convencionais. [...] Não se tratava somente de “testemunhar”,
mas de aprofundar um processo incorporando uma atitude, ao menos tentativamente,
militante. La hora... – apontamos –, antes que um filme, é um ato; um ato para a
liberação. Uma obra inconclusa, aberta para incorporar o diálogo e para o encontro de
vontades revolucionárias. Obra marcada pelas limitações próprias de nossa sociedade e
de nós, mas chega também de possibilidades de nossa realidade e de nós mesmo. [...] La
hora... abriu um circuito de exibição clandestina, mas em um espaço relativamente
seguro, controlado pelas organizações populares em ascensão. Ali se multiplicaram as
cópias e se descentralizou seu uso. Cada exibição se adequo as características daquelas a
organizavam e a aqueles que foram seus receptores. A liberdade do “exibidor” ou do
“público” foi assim muito mais respeitada que a do “autor”, dissolvida e a serviço
daquela outra” (30-31)
- “Em maio de 1973, quando Héctor Cámpora assumiu o governo argentino, com o 50%
do eleitorado a seu favor [...] Meses depois, quando Perón assume diretamente a
presidência com quase dois terços do eleitorado a seu favor [...]” (32-33)
- “Este Antiprojeto, que foi enviado a Câmera de Deputados para sua aprovação poucos
dias depois da morte de Perón, seria posteriormente arquivado pelo governo que o
sucedeu. No entanto, ainda que por pouco tempo, pode se experimentar uma política de
mudanças particularmente em matéria de censura, interpretando através de uma ótica
ideológica diferente, a mesmo Lei que havia ditado o governo do general Onganía. [...]
É assim que a intervenção do Ente de Calificación designou um Conselho Assessor
integrado pelos especialistas em matéria de cinema, cultura, pedagogia, psicologia,
sociologia, religião e também representantes da classe trabalhadora organizada,
Confederación General de Trabajo y Sindicato de la Industria Cinematográfica
(SICA). Esse conselho substituía o que havia sido tradicionalmente formado por
anônimos integrantes de ligas e grupos “moralistas” (“Padres de Familia”, “Madres de
família”, “Ligas de Protección de la Infancia”, etc...). [...] Ademais de liberar todos os
filmes prohibidos por razões ideológicas ou políticas, o Ente aprovou os projetos mais
desenvolvidos que encarava a indústria, e iniciou uma política de “classificação em
público”, que consistia em levar os momentos de classificação de alguns filmes a certos
âmbitos populares, como ser escola, sindicatos, etc., para estimular os debates com o
público – que tinha entrada livre – a fim de tender a aclarar a profunda relação existente
entre a censura e dependência” (34)
- “Nunca em tão curto tempo se fez tanto no cinema nacional; tampouco, nunca se
conseguiu um nível de destruição como o que se inaugurou posteriormente” (35)
- “Quer dizer, a indústria se reduziu a seus níveis mais míseros, sustentada apenas pelo
cinema publicitário” (36)
- “Dos realizadores jovens pouco pode se falar... seus filmes não tiveram tido maior
repercussão e estiveram dominadas, em termos gerais, por uma hibridez compreensível
nos difíceis momentos que vivia o país. [...] Outros cineastas filmavam com
pseudônimo. Por exemplo, Mário Sábato convertido em “Adrián Quiroga” em Los
superagentes y el tesoro maldito (1978), quem pouco depois assumiu seu nome real em
El poder de las tinieblas (1979) e em Tiro al aire (1980). [...] A partir de 1978 o
governo militar intentou uma reativação da produção cinematográfica mediante diversos
estímulos a atividade industrial que serviriam, no marco da censura repressiva, a um
incremento de filmes claramente comerciais, carentes em quase sua totalidade de
valores culturais relevantes. Basta recordar a produção argentina difundida fora do país,
dominada por insípidos e aculturizantes “musicais” ou as subdesenvolvidas e grosseiras
imitações de uma cinema “erótica-humorístico”. [...] O maior número de filmes
produzidos em 1979, que chegou a 31 filmes, frente a média de 20 filmes estreados
entre 1976 e 1978, não traduziu outra coisa que uma vã tentativa de favorecer certos
grupos empresariais de cinema nacional, sem que se incentivasse o mínimo do
desenvolvimento da qualidade temática, estética ou cultural dos filmes produzidos” (36)
- “[...] alguns industriais argentinos, apesar suas contradições estimuladas pela situação
que o país atravessava, acentuaram sua posição crítica a política governamental,
buscando obter uma porção maior na divisão das atividades, à custa das grandes massas
de trabalhadores. [...] Um dos produtores mais importantes do país, Héctor Olivera,
coproprietário da empresa Aries – a de maior atividade nesses anos – se formulava em
1980 algumas perguntas no semanário Heraldo de cine, em que sustentava que “nós não
somos homens de esquerda enfrentando a um governo de direita, mas cidadãos
progressistas que apoiam ao governo das forças armadas e desejam que tenham êxitos
em sua gestão”” (37)
- “O primeiro termo, cabe apontar que é o aumento dos recursos disponíveis no Instituto
Nacional de Cinematografia para “fomentar” a atividade industrial proveio do custo das
localidades a níveis nunca visto na história do cinema argentino, e sem dúvida os mais
elevados nesse então, do mercado que fala espanhol” (37)
- “Se isto aparecia como parte do custo social e ideológico experimentado pelo falso
“auge” da indústria, haveria agregar a ele, já no plano especificamente cultural
cinematográfico, a degradação da produção, situação que se expressava repassando
simplesmente a quase totalidade dos títulos dos filmes produzidos nos últimos anos da
ditadura. A expulsão do povo das salas de cinema foi simultânea da expulsão do povo e
do país real dos filmes argentinos, situação totalmente congruente com a negação à
maioria do povo argentino de seus direitos políticos, econômicos, sociais e culturais.
[...] A concentração econômica e o domínio dos monopólios e oligopólios
experimentados nos últimos anos do “Proceso” para prejuízo da pequena e média
empresa, encontrou no cinema argentino diversos grupos que foram privilegiados com
essa situação, de igual modo que sucedeu nas outras atividades da indústria e as
finanças, principalmente aquelas mais promovidas pela política econômica da ditadura e
de seu ministro Martínez de Hoz” (37-38)
- “[...] convém destacar que o maior dano exercido a cinematografia argentina não tem
sido a expatriação, perseguição ou inclusive assassinato de alguns cineastas, mas a
destruidora paralização de sua indústria, que deixou numerosos técnicos e profissionais
sem trabalho, empresários sem ânimo de investir, a trabalhadores da cultura sem
possibilidade de se expressar, e ao país inteiro impedindo de ver a si mesmo nas
próprias produções nacionais [...]” (38)
- “Se entre 1976 e 1980 a indústria havia suportado a agressão de uma política destinada
a reduzir ao máximo suas possibilidades integrais, o fracasso dessa política no contexto
nacional permitiria um renascimento das esperanças a partir de 1981. Quem mais
haviam crescido com a tentativa de desmantelamento industrial haviam sido as grandes
empresas distribuidoras e as cadeias principais de exibição; o custo das localidades, que
haviam chegado a 5 dólares o ingresso no início do ano 1981, converteu o mercado
argentino em um dos mais lucrativos da região, de tal maneira que as utilidades do setor
comercial se duplicaram em relação a dois anos atrás. [...] No entanto, o primeiro
grande impacto inflacionário que se produziu em 1981, e que implicava o surto do plano
econômico das forças armadas (e do capital financeiro internacional e local), assustou
aqueles que haviam obtido ganhos impensáveis nos últimos anos. A recessão começou a
golpear as portas dos distribuidores e exibidores. Apareceram as complicações
econômicas e financeiras, o incremento dos custos operativos, a obrigada renegociação
dos contratos, a redução vertiginosa desvalorização do peso frente ao dólar, com o qual
se desvalorizou o preço real das entradas e se reduziu o volume de espectadores. A
guerra das Malvinas assentou por sua parte uma espécie de golpe final na pretensão de
uma política que com o pretexto de derrotar a “subversão” havia subvertido, sem
necessidade de pretextos, as possibilidades do desenvolvimento nacional, afundando o
país em uma situação com poucos ou nenhum precedente” (38-39)
- “No terreno do cinema a prova estava a vista: 1982 foi um dos anos em que a
produção cinematográfica argentina chegou a seu volume mais baixo, apenas 17 filmes.
Porém, esta deterioração estimulou no terreno da política nacional e no cinema o
desenvolvimento de tentativas de mudança. Elas vinham insinuando tempo atrás com
algunas produções, entre elas se destacou Tiempo de revancha (1980), de Adolfo
Aristarain, uma lúcida alegoria da situação de violência e repressão padecida no país;
junto com ele, o filme demonstrava um inteligente e maduro tratamento narrativo. O
mesmo Aristarain dirigiu Últimos días de la víctima (1982), outro importante filme,
baseado na novela de José Pablo Feinmann. […] Fernando Ayala realizou Plata Dulce
(1982), descrevendo a situação experimentada em alguns setores nos anos recentes,
dedicados a sobreviver ou se aproveitar da corrupção financeira imposta pela ditadura.
Também outro jovem realizador, David Lipszyc, se incorporou a produção com outro
filme, Volver (1982), voltada ao enfoque de problemas sentidos no último período, com
resultados cinematográficos que estiveram sob as intenções político-culturais do
realizador” (39)
- “Até aquí os filmes com maiores arrecadações da época haviam sido de corte
estritamente comerciais: Qué linda es mi família, de Palito Ortega, e La playa del amor,
de Mário Sábato (Adrián Quiroga) em 1981, com mais de um milhão de espectadores;
Los fierecillos indomables, de Enrique Carreras, em 1982, com mais de um milhão de
espectadores, e Los extraterrestres y los fierecillos se divierten, ambas de Enrique
Carreras, também com um milhão ou mais de ingressos vendidos. Mas em 1984, será
Camila, de Maria Luisa Bemberg, o filme que, com mais de dois milhões de
espectadores [...] põem de novo em primeiro plano um tipo de produção mais próxima
ao chamado “cinema de qualidade” que os de corte comercial” (42)
- “En ese sector se ubicó la producción más acomodaticia del que alguna vez fue un
verdadero proyecto industrial, y si en la época del Proceso debieron lisojear con alguna
de sus películas a los representantes de la dictadura (Comandos azules de Noberto
Vieyra, Brigada en acción, de Palito Ortega) tratarían ahora de adaptarse a nuevas
circunstancias. Su mérito mayor en cualquier época, fue no perder nunca de vista el
mercado como objeto principal de sus inversiones y afanes. Un hecho que la mayor
parte de los directores-productores subestimaron, con la consiguinte y obligada
dependencia de los favores de las subverciones gubernamentales” (p.85)
- “En los inicios de 1976, la cantidad de espectadores necesaria para amortizar los
costos de producción de un largometraje era de más de un millón; sin embargo, el
promedio de concurrencia a películas argentinas – muy superior entonces al de los
filmes extranjeros – no excedia los 400 mil espectadores. Muy pocos titulos – salvo
algunas excepciones – superaban la cantidad necesaria para cubrir los costos [...]”
(p.165)
- “Recordamos, por ejemplo, que en 1973 y 1974 los filmes argentinos ocupaban la
mayor parte de los primeros puestos en materia de recaudaciones. Según datos del
Instituto Nacional de Cine, en 1974, diz de las quince películas más taquilleras eran
argentinas; entre ellas figuraban: La Patagonia rebelde (Olivera), La tregua (Renan),
Boquitas pintadas (Torre Nilson), La Mary (Tinayre), La madre María (Demare), etc.
Três años después en 1977, por la repressión y la censura de la política dominante, de
las diez películas más taquilleras, no existia un solo título argentino [...]” (p.165)
- “La actividad cinematográfica, sin embargo, nunca experimentó acción alguna del
Estado en matéria de producción directa de largometrajes, o de control de circuitos
de distribución o de salas de exhibición. El empresariado – incluyendo el de la
producción – se opuso simpre a ese tipo de ingerencias, oposición que tuvo en los
exhibidores y en la distribución a sus principales portavoces” (p.167)
- “La crisis del cine argentino, entonces, al margen de las causas que ya se han
enumerado, tiene también otro responsable concreto: el proprio empresariado de la
producción, incapaz de articular un proyecto de desarrollo proprio, para incrementar el
potencial industrial. Temió tanto a las eventuales ingerencias estatales en este terreno
(simpre de carater tentativo y excepcional) que prefirió someterse a la “protección” del
empresariado exhibidor, y por lo tanto, a las fuerzas externas associadas a aquél”
(p.167)
- “La politica del “Proceso” en relación al cine, formó parte de la misma concepción con
que se manejó, no tanto a la economia en general, sino a los medios de comunicación
que habían quedado bajo el control militar, es decir, la televisión, la radio y la
información [...] en los medios de comunicación hizo predominar el interés politico a fin
de sostener los mismos al férreo control de las Fuerzas Armadas” (p.174)
- “Fue esa una politica que no estuvo sólo a cargo del estado gasteril, sino que contó
también con la presencia, legítima o no, de algunos cineastas locales [...] el comodoro
Bellio, director del INC, junto con el coronel Sanchez de la SIP, y los capitanes Mare y
Lopez, representaban a la dictadura en la Muestra de Cine de Puenta del Este,
acompañados por conocidas figuras de nuestro cine y de nuestra cultura [...]” (p.175)
[Cita o anuário do Abel]
- “Entre 1983 y 1994, el promedio de películas producidas por año fue de 22, una cifra
parecida a la anterior, aunque muy distante de la media de 42 titulos anuales que tuvo
nuestro cine en sus mejores momentos productivos (años 1944-55)” (p.177)
- “Esa producción cayó abruptamente entre 1989 y 1994, siendo este último año uno de
los peores de la história del cine nacional, con sólo 5 largometrajes producidos y 10
estrenados. El promedio en ese período descendió a 12 titulos anuales” (p.177)
- “[La Iglesia y la censura] Podríamos afirmar que la Iglesia Católica fue, y continúa de
algún modo siendo, la institución que mayor interés puso en la Argentina en el estudio,
el análisis y la política de orientación ideológica para la producción y difusión de
películas. Mientras que el interés del Estado se redujo esencialmente al control de los
problemas industriales y comerciales para el fomento de la actividad privada, la Iglesia
tuvo especial injerencia, no sólo na defición de orientaciones ideológicas generales, sino
que controló, directa o indirectamente, las estruturas oficiales ocupadas de determinar
aquello que los argentinos podían o no ver” (p.235)
- “En la época del “Proceso”, la necesidad del gobierno militar de ofrecer uma imagen
más “favorable” en el plano internacional, llevó al Instituto Nacional de Cine a fomentar
una mayor producción del filmes y al Ente de Calificación a ser algo más “flexible”,
aunque tal flexibilidad sólo alcanzó a parte de la producción extranjera” (p.256)
- “La politica gubernamental que se instaló con la dictadura del Processo, tuvo su
correlato inmediato y directo en la actividad cinematográfica. A diferencia de lo que
ocurría con otras industrias, condenadas por el régimen a sua desmantelamiento, la del
cine prosiguió sus actividades, aunque bajo el férreo control de las FFAA” (p.256)
- “Una de las primeras medidas tomadas tras el golpe militar del ´76, fue la
confirmación de Miguel Paulino Tato en la dirección del Ente de Calificación
Cinematográfica, en septiembre de 1974, por el gobierno de Isabel Martínez de Perón y
Jose López Rega. Durante su renovada gestión, ejecuto en el terreno del cine la misma
política represiva que los militares desarollaban en el resto de la sociedad” (p.256)
- “La censura que apareció con el gobierno de Isabel Perón estuvo además claramente
relacionada con la inmoralidad y la hipocresía, adelantándose a lo que proseguiria en la
epoca de la dictadura” (p.257)