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Roncó, Camarinha, Recolhimento  

Roncó/Camarinha e Recolhimento podem ser


considerados sinônimos. Na Umbanda, não existe o Roncó
feito fcom sangue, com o objetivo de feitura de santo
(Orixá). Afinal, na Umbanda não existe o uso de sangue
em qualquer um de seus rituais. Outro ponto importante, é
que geralmente, quando se faz a feitura do Orixá, a pessoa
fica recolhida por 21 dias (ou 7 ou 42, dependendo da
casa) e esse ritual é caro, pois muitos elementos (inclusive
animais) são utilizados.
Diferentemente do que ocorre em alguns terreiros de
Umbanda, onde se tem um quarto (chamado de roncó
devido apenas à comparação com o Candomblé), em que a
pessoa ficarecolhida, geralmente por 3 dias, passando por
um ritual com o uso de ervas (banhos, defumações, etc.) e
orações. Esse recolhimento não tem o objetivo de assentar
o Orixá, ou "fazer a cabeça", ou "fazer o Orixá". Isso
compete ao Candomblé (ou Omoloco).
Lembro-lhes que não são todos os terreiros que têm essa
prática.
Fazendo uma análise sobre o tema, acredito ser no mínimo
essencial esse recolhimento, que volto a esclarecer, É
PRÁTICA SIM DE VÁRIOS TERREIROS DE
UMBANDA.
É durante esse período de recolhimento, que o médium
ficará em seu estado de "pureza espiritual", orando,
fazendo seus banhos, recebendo o amaci (que também é
ritual de Umbanda), se energizando, não comendo
alimentos pesados, conversando com seus amigos
espirituais.
Independentemente de ser um ritual dessa ou daquela
religião (vimos que ambas fazem, porém de maneiras
diferentes, com finalizades diferentes, compartilhando até
"erroneamente" o mesmo nome), a oração, a boa
alimentação, as ervas de purificação, etc. são práticas
essenciais para a "limpeza" espiritual.
Quero ousar a dizer que será nesse período de
recolhimento, que o médium sentirá as energias mais sutis,
em sua penitude.
Muitas casas não fazem esse ritual com seus médiuns.
Porém, na Umbanda, cada casa é uma casa diferente das
outras. Outras o fazem e nem por isso são melhores ou
piores.
O que nunca podemos nos esquecer é que não devemos
(sequer podemos) julgar sem sequer conhecer sobre o
assunto. Estudar é básico. Pesquisar, imprescindível.
Porém só conseguiremos obter agum parco conhecimento,
se estudarmos com o coração e mente abertos para esses
conceitos. Sem isso, estaremos sendo radicais,
preconceituosos, taxativos, orgulhos e ignorantes. Para
que ouvidos se não queremos ouvir?!
Certamente não quero ver meus irmãos de Umbanda
tropeçando em seus próprios passos. E certamente não
tomaria qualquer atitude leviana, sem antes ter refletido,
questionado, estudado pesquisado, escutado.

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