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A antropologia cultural é o estudo do ser humano ou a respeito dele, no que tange à sua
cultura, crenças, sistema político, ética e moral. Assim estuda-se o modus operandis de
cada comunidade.
A antropologia, enquanto ciência, relaciona-se com outras ciências, pois isso faz com
que o leque de visão seja ampliado. Assim é possível analisar uma cultura, um povo, de
forma muito mais ampla.
A antropologia que surge da fé cristã tem por pressuposto de que o ser humano (e todas
as coisas) foram criadas por Deus. Assim, o ser humano assume uma transcendência no
que se refere à sua responsabilidade no impacto social.
A antropologia cultural pode ser bem aproveitada no grande chamado de Jesus. Quando
Ele convoca todos os seus discípulos a irem pelo mundo anunciando as boas novas do
Evangelho, estes alcançariam outros povos e, consequentemente, outras culturas. Nessas
outras realidades é preciso conhecer a cultura, os costumes, crenças, sistemas políticos,
enfim, diversas características para que a mensagem anunciada seja clara e assertiva.
Resumo:
Cultura: A cultura se entende por tudo aquilo que é produzido pelo homem, tudo o que
ele por meio de sua inteligência consegue executar, e que possui significado para ele
próprio. Assim é possível afirmar que todos os povos possuem cultura, pois mais
tradicional e arcaica que ela seja.
Quando comparado o ser humano aos demais animais (não mamíferos), percebe-se
características diferentes. Os animais tendem a agir (ou reagir) sempre de uma mesma
maneira. Se o meio mudar e/ou as condições alterarem, eles não agem diferente, mas
instintivamente agem de forma padrão. Esses impulsos não possuem reflexão necessária
para a formação e transformação do meio onde estão inseridos.
Já os humanos tendem a refletir antes de cada tomada de decisão. Por meio de sua
inteligência pensam e agem de acordo com o que pensam, podendo assim interferir de
forma intencional no meio onde vivem. Conseguem prever alterações nas condições e
modificar o curso de determinado projeto que havia feito.
Assim, os animais mamíferos não humanos são bem parecidos com os humanos. São
organizados e criam grupos complexos com características próprias visando a
sobrevivência. No entanto, quando se comparado as construções humanas das dos
animais não humanos é possível ver uma grande diferença entre um e outro.
O humano interfere no meio por intermédio de coisas não óbvias, usando do próprio
meio para criar outras coisas que não estão imediatamente ao seu redor (flechas,
prédios, enfim). Assim reflete, cria e pensa sobre o que reflete. O humano tem também
a capacidade de gerar símbolos, e, com esses, elaborar outras formas de sentido ao
grupo em que se situa.
O ser humano usa da linguagem para se comunicar. Ele cria símbolos que permitem que
o permite exercer um diálogo inteligente e racional com outros indivíduos. Ao contrário
disso estão os animais que não conhecem símbolos. Eles conhecem índices e são por
eles guiados. Se criasse um macaco junto de uma criança, os primeiros meses deixariam
os dois praticamente idênticos, mas logo depois disso o menino humano deixaria claro
sua diferença, pois começaria a formar símbolos, ou seja, começaria a se comunicar.
O ser humano também pode se comunicar com os animais, mas como não entendem
símbolos, não será uma comunicação clara. Os animais agem de maneira fixa e
adestrada. Os animais apenas conhecem os índices. Quando os animais se comunicam
entre si é simplesmente para uma adaptação específica.
O ser humano modifica o ambiente onde vive por meio trabalho, pelo qual também gera
a cultura. O trabalho, no entanto, não muda apenas o ambiente, mas também o próprio
ser humano. Ao passar do tempo, com a revolução industrial, o trabalho se tornou
mercadoria e objeto de negócio.
Ao mesmo tempo que o animal não se modifica, o ser humano se modifica por meio do
trabalho, porque o trabalho altera o próprio individuo. Essa alteração se dá porque o
trabalho estabelece relações mutáveis que por sua vez alteram a maneira de perceber,
pensar e sentir.
Resumo:
Teoria do Progresso Circular: É a história humana sempre voltando para seu período
inicial após um tempo.
Resumo:
Para o funcionalismo, a cultura/sociedade não deve ser analisada pelo seu passado ou a
partir dele, mas com base nos fatos que se veem no presente. Ao funcionalismo não
interessava explicar o presente pelo passado, mas o passado pelo presente. Estudava-se
a cultura pela própria cultura, por meio de seu funcionalismo, por meio da lógica de
cada cultura.
Para Malinowski (BM) a cultura deve ser obervada por seu funcionalismo, mas
abordando a cultura e natureza humana como coisas que se completam. A cultura pode
até ser um mundo artificial criado pelo homem, mas também é uma extensão do mundo
natural, ou seja, da natureza humana.
Para uma análise da cultura deve-se avaliar aspectos como (funcionalidades) educação,
controle social, economia, crença e moralidade, arte e afins. BM afirmava que para
compreender a cultura era preciso saber como as instituições (que são construídas pelo
próprio homem) interagia com as pessoas enquanto uma criação cultural (o homem faz
a cultura). A construção do funcionalismo de BM trazia traços do positivismo, em que
via de modo estático o corpo social.
Para Radcliffe-Brown (RB) a análise da cultura deve ser pelo funcionalismo, mas os
conceitos por ele abordado (diferentemente de BM) é a estrutura (relações entre
entidades como política e religião, p. ex.) e função (tarefa, trabalha para a manutenção
da continuidade estrutural). Assim a cultura precisa, por exemplo, criar leis para
repressão, mas também criar incentivos com compensações e oportunidades de
expansão emotiva.
Resumo:
Para Ferdinand de Saussure é possível entender uma cultura a partir de seus traços. Os
traços materiais podem ser objetos como cadeira, mesa, brinco, colar, machado, roupas,
carro, habitação. Os traços não materiais compreendem atitudes, comunicação e
habilidades.
Culturas inteiras podem ser percebidos nos complexos culturais, que são os traços
inteiramente agrupados. Como exemplo da cultura do Brasil se tem o complexo cultural
no carnaval, que por sua vez possui inúmeros traços, como carros alegóricos, música,
dança, instrumentos musicais, desfile, organização, etc.
Os complexo cultural (parte de uma cultura, como carnaval p. ex.) que é formado pelos
traços/elementos culturais, acaba gerando padrões culturais (como receitas para tal viés
cultural) que são apropriados pelos indivíduos que passam a agir da maneira que lhes foi
passado. Um complexo cultural pode interferir significativamente na vida e escolha de
cada indivíduo.
Estruturalismo: Pressupõe que o ser humano reage ao que se percebe nas estruturas já
existentes e, sendo assim, não se comporta apenas dentro de seus limites e livres
escolhas, mas de acordo com uma lógica social externa, que é por vezes mais poderosa
do que a vontade individual. Teoria de Lévi-Strauss.
Para Lévi-Strauss existem regras de estrutura cultural na mente humana. Essas regras
permitem a construção de pares de oposição (estrutural social e consciência individual)
capazes de organizar o sentido. Assim é possível dizer que as estruturas mentais
inconscientes (pares de oposição) seriam universais e estariam por trás de todas as
culturas.
No final das contas, Lévi-Strauss está afirmando que todos os povos têm as regras
estruturantes na sua mente. Tais regras possibilitam pares em si, ou seja, não há
necessidade de hierarquizar nenhum povo. A estrutura social é constante em toda
comunidade e consciência individual é presente em cada indivíduo.
Resumo:
A religião pode ser vista como parte da cultura (funcional) ou como a própria cultura
(estrutural).
A Religião é vista como um escape por parte das sociedades, que, em busca de tentar
explicar o inexplicável, correm atrás de algo que os faça relacionar com o meio em que
estão. Assim se fundem as religiões, que procuram por meio de símbolos e
comportamentos éticos, criar coesão entre todas as partes do sistema, a saber o humano
e o não humano.
As formas de tiruais nos cultos podem ser objetivas (oferendas) e subjetivas (orações,
preces).
O culto e os rituais acontecem nos santuários (que pressupõe uma resposta à divindade,
uma vez que é um local sagrado por ser um local onde se realizam as cerimônias) e os
lugares sagrados (que pressupõe uma comunicação do sobrenatural com o humano,
pelas vias geográficas e materiais tidos como morada de Deus).
Funções da Religião: Explanatória (busca responder aos porquês humanos num âmbito
geral) e Interpretativa (que interpreta os comportamentos sociais, políticos, moais, etc.
sob sua ótica).
A religião pode ser vista como um fenômeno psicológico, em que se tem como base os
sentimentos e emoções das pessoas; e sociológico, que vê a religião como um fenômeno
coletivo que contribui para a ordem social.
Diferença entre religião e magia: A religião é um fenômeno coletivo que implica na
crença em seres espirituais, sendo a oração a forma de se comunicar com eles, e o culto
a forma de responder a essa percepção divina, por meio de símbolos e rituais. Já magia
consiste na arrogância de tentar manipular os poderes espirituais, interferindo no curso
dos acontecimentos.
Tanto a religião como a cultura podem ser vistas como complementares em si mesmas.
Resumo:
A Bíblia inicia seu texto a partir de Gênesis, o qual narra sob uma perspectiva religiosa,
que a humanidade (assim como todas as coisas) procede de Deus. Quando, no entanto,
faz o homem/mulher, o faz à sua Imagem e Semelhança. Assim, está presente no
homem a responsabilidade de atuar sobre todas as coisas (dominar/cuidar - natureza),
como Deus age.
É importante frisar a ação divina: ele decide e faz o homem à sua Imagem e
Semelhança. Assim o homem é um ser que cria, constrói, age; ele é um imitador de
Deus. Também é importante frisar que a missão do homem na Terra é dada ao casal,
sendo assim os dois são inteiramente responsáveis pelo que Deus lhes direcionou. A
ordem foi de “encher, multiplicar e dar nome” (cunho familiar e social), “sujeitar
cultivar e guardar” (cunho ecológico e econômico) e “dominar e dar nome” (cunho
governamental).
O homem tem a obrigação de se envolver socialmente por meio de suas obras. Deus em
nós nos torna em seres sociais.
O homem governava sobre tudo, mas com base numa moralidade. A partir do pecado
essa moralidade se perdeu, não por completo, mas o suficiente para o mal adentrar na
humanidade e na cultura. Assim o humano fica fora dos parâmetros de Deus, pois está
corrompido. Só existe humanidade, de fato, quando Deus é referencia, e o homem o
imita e o escuta.
Agora a relação do homem consigo mesmo, com Deus, com o próximo e com seu meio
passa a ser conturbado, diferente, no sentido de ruim. A comunhão com Deus que antes
era de comunhão e amizade agora é alterada e o medo se torna fator preponderante.
Resumo:
Essa plenitude é acessível àqueles que se renderam à graça salvadora. Esse processo
recebe o nome de Conversão, que significa mudar de religião, mudar o comportamento
moral; refere-se à consciência do pecado, da necessidade de salvação e enfim se render
à graça salvadora. Ao aceitar a dádiva, o ser humano passa a experimentar as virtudes
da nova vida recebida.