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PEDAGOGIA – 1º SEMESTRE

MARIANA GABRIELA MARIA SOARES

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDICIPLINAR


DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE
GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR.

VERA
2019
MARIANA GABRIELA MARIANA SOARES
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDICIPLINAR
DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE
GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR.

Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da


UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as
disciplinas Psicologia da Educação e da Aprendizagem,
Ética, Política e Sociedade, Políticas Públicas da
Educação Básica, Educação e Diversidade, Práticas
Pedagógicas: Gestão da Aprendizagem.
Professores: Mayra Campos Francica dos Santos
Jose Adir Lins Machado
Natalia Gomes dos Santos
Natalia Germano Gejao Diaz
Renata de Souza Franca Bastos de Almeida
Tutora a distância: Fernanda Silva Camargo

VERA
2019
Sumário

Sumário.........................................................................................................................3
INTRODUÇÃO..............................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO..................................................................................................5
Histórico da desigualdade de Gênero...........................................................................5
Questões de Gênero no ambiente escolar...................................................................6
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................10
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje não se telara mais nenhum tipo de preconceito, por
isso a discussão sobre a igualdade de gênero tem sido um assunto muito debatido,
apesar de a legislação assegurar o direito a igualdade há muitas barreiras e
paradigmas a ser quebrados. Em uma escola pública a professora Alessandra vem
enfrentando um problema referente a desigualdade de gênero, as alunas querem
jogar futebol, porém os meninos não querem dividir a quadra e alguns professores
dizem que futebol é coisa de menino. Diante dessa situação a professora
Alessandra juntamente com a equipe pedagógica fará uma formação docente
abordando o tema desafios e possibilidades da igualdade de gênero no espaço
escolar. A professora Alessandra terá um grande desafio já que ficou encarregada
de conduzi a conversa com os outros professores.
DESENVOLVIMENTO

Breve histórico
A desigualdade de gênero é um problema antigo na civilização
ocidental, na Grécia antiga o pensamento que vigorava era o de que as mulheres
somente tinham direito a um corpo e uma mente, porém não os dois mesmo tempo,
sendo assim a mulher nunca poderia gerar a razão.
Dizia ARISTOTELES “a força de um homem consiste em se impor, a
de uma mulher em vencer a dificuldade de obedecer” (1991 p. 31). Diante disse se
construíram mitos que justificavam a inferioridade e fragilidade feminina.
Durante a idade média com a expansão do cristianismo pelo império
romano a ideia de inferioridade e submissão feminina tornou-se ainda mais
dominante, apesar da valorização do ser humano contida nos ensinos do Novo
Testamento.
Com fim da idade média e o inicio do pensamento humanista e
antropocêntrico desde a modernidade as quebras de paradigmas religiosos
proporcionou condições para que mais tarde na contemporaneidade a questão da
desigualdade de gênero também fosse considerada digna de revisão.
No século XVIII o Iluminismo como movimento filosófico que visava a
autonomia, alcance da liberdade e emancipação por meio da racionalidade, auxiliou
o acesso da mulher a educação formal, por causa disso a revolução francesa é por
muitos considerada o berço do feminismo moderno.
Nos anos 70 do século XX, graças Á influência do feminismo houve um
olhar mais crítico em relação ao discurso filosófico relacionado às questões de
gênero e dignidade da pessoa.
Ao longo dos anos na história do Brasil as mulheres tiveram grandes
conquistas como o direito ao voto, a licença maternidade, acesso a educação,
proibição do trabalho noturno, leis de combate a violência contra a mulher, entre
outros, porém apesar de todo esse avanço e conquistas, a sociedade brasileira
ainda vive muitos problemas relacionados a desigualdade de gênero.
Notas-se, entretanto na pratica que a mulher ainda sofre com diversos
problemas cotidianos, tais como jornada dupla no trabalho e no lar. Cuidado quase
que exclusivo com os filhos, remuneração inferior a recebida pelos trabalhadores do
sexo masculino, questionamento quanto as suas capacidades e competências.
As mulheres também são por vezes desestimuladas a investirem em
sua formação profissional e carreira acadêmica para se dedicarem a maternidade e
os afazeres domésticos.
Por conta disso muitas mulheres ainda lutam por causa como,
cumprimento efetivo da lei Maria da Penha, fim do preconceito de gênero, discussão
de gênero na escola, aborto e desconstrução dos padrões de beleza.

Questões de Gênero no espaço escolar


Como a questão da desigualdade entre os gêneros ainda gera grande
discussão na sociedade atual, esse assunto chega rapidamente também ao espaço
escolar, já que é na escola onde acontece a socialização secundaria da criança para
onde ela leva muito de sua bagagem da socialização primaria adquirida no lar.
Para LINS, ESCOURAS MACHADO (2016) as questões de diferença
entre homens e mulheres são por muitas vezes transformadas em piadas. Por isso é
comum a construção de uma visão estereotipada em relação aos papeis de gênero
na sociedade. Esse pensamento é marcado por diversos chavões, tais como
“Menino não chora”, “Menina é vaidosa”.
Essas concepções preconceituosas muitas vezes imprimidas no senso
comum têm sido toleradas e aceitas no espaço escolar, até mesmo propagadas por
aqueles que deveriam corrigir tais equívocos.
Por muito tempo as diferenças nos aspectos físicos entre homens e
mulheres serviram para nortear a percepção sobre seus gostos e preferências
criando assim padrões estereotipados de gênero.
Para LINS, ESCOURAS MACHADO (2016) não é uma mera
predisposição genética que define as escolhas e preferências entre homens e
mulheres, pois em suas palavras “se fosse o cromossomo Y que definisse que os
homens não podiam chorar, talvez pessoas do sexo masculino nascessem sem a
capacidade de produzir lagrimas” (2016, p.16).
Segundo LINS, ESCOURAS MACHADO (2016) “as diferenças
percebidas entre o corpo feminino e o masculino foram transformadas em
desigualdade através de um processo histórico e cultural” (2016, p.17). Essas
diferenças ajudaram na construção de uma desigualdade que se vê refletida na
historia da pedagogia no Brasil.
De acordo LINS, ESCOURAS MACHADO (2016) a industrialização das
grandes cidades no século XX retirava os professores homens das salas de aulas,
levando-os para novos postos de trabalho gerando assim um aumento no número de
vagas de emprego na educação.
Em virtude disso esse espaço passou a ser preenchido pela mulher,
por se considerar uma extensão da atividade domestica lidar com crianças, o que
gerou gradativamente uma feminização do magistério.
No espaço escolar essa diferenciação estereotipada de gênero acaba
por desestimular as mulheres de determinadas carreiras por serem consideradas
mais apropriadas para homens, um exemplo disso é a pratica de alguns esportes
como o futebol.
Na década de 1940 um decreto federal proibiu as mulheres de praticar
alguns esportes por considera-los violentos, somente nas ultimas décadas do século
XX essa proibição acabou, possibilitando que algumas atletas se destacassem no
esporte como é o caso da jogadora de futebol Marta Vieira da Silva, apesar disso a
valorização na mídia e no mercado ainda não aconteceram.
Na legislação brasileira houve grandes avanços desde a
redemocratização. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
assegura em seu texto a igualdade de todos perante a lei, inclusive a igualdade ao
acesso a educação e ao mercado de trabalho independente de quaisquer condições,
inclusive as de gênero.
Na educação leis como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Básica LDB 9.394/96, embora assegure o direito à permanência de todos na escola
não trata de forma clara as questões de gênero.
O Ministério da Educação (MEC) publicou no ao de 1997 em seus
Parâmetros Curriculares Nacionais questões que contemplam a discussão sobre
gênero o que facilitou daí por diante que o tema fosse trazido para o currículo
escolar.
No Plano Nacional de Educação 2011-2020 foi inserido o projeto da
construção de uma nova ética inclusiva que contemple as minorias tais como,
negros, indígenas, mulheres, LGBT’s.
Para SOUZA, GRAUPE “Este documento contribuirá para a
consolidação de política direcionada a um projeto político-pedagógico participativo,
que tenha como fundamento: a autonomia, a qualidade social, a gestão democrática
e participativa e a diversidade cultural étnico-racial e de gênero, do campo.” (2014,
p.5)
SOUZA, GRAUPE destaca que “Essa necessidade, de estarmos nos
espaços escolares discutindo com estudantes, professores e família sobre relações
de gênero e sexualidade, também foi lançado em 2004 o Brasil sem Homofobia”
(2014, p5)
É importante, porém que o estado e seus governantes invistam na
capacitação e na formação continuada dos profissionais docentes a fim de que
esses contribuam para o desenvolvimento de um pensamento critico e autônomo
dos alunos para o exercício da cidadania inclusiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a resolução da situação geradora de aprendizagem proposta
nesse trabalho a partir dos estudos e da pesquisa realizada podemos concluir que a
professora Alessandra deverá se reunir com os professores da escola para a
realização de uma formação docente, nessa capacitação ela deverá sugerir para
que os professores desenvolvam em sala de aula projetos, brincadeiras e rodas de
conversa abordando o tema de igualdade de gênero, principalmente entre
adolescentes que já tem alguns preconceitos fixados a esse respeito. Tratarão
também da importância da família nessa questão, fazendo assim com que a escola
oferte palestras, fóruns, cursos aos pais para conscientizá-los da importância da
educação sobre a igualdade de gênero primeiramente no lar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LINS, Beatriz Accioly; MACHADO, Bernando Fonseca; ESCOURA, Michele. Entre o
azul e o cor-de-rosa: normas de gênero. In. ________ (Orgs.). Diferentes, não
desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo: Editora Reviravolta, 2016.

SOUZA, Lúcia Aulete Búrigo; GRAUPE, Mareli Eliane. Gênero e Políticas Públicas
na Educação. In. Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, Universidade
Estadual de Londrina, 27 e 29 de maio de 2014.

ARITÓTLES, A Política. Tradução Roberto Leal Ferreira. São Paulo. Martins Fontes.
1991 1ª edição.

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