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ROTEIRO DE AULA
Sou o Renério de Castro Júnior, Procurador do Estado de Mato Grosso e professor contratado do G7 Jurídico.
Acompanharei você neste curso que pretende esgotar o conteúdo normalmente vista nas provas de Direito Financeiro
para concursos de nível superior.
Preparamos o conteúdo mais completo possível para sua preparação, o que envolve todas as suas frentes de
estudo: doutrina, lei e jurisprudência.
O seu curso de Direito Financeiro conta com uma revisão completa sobre todos os informativos do STF e STJ
referentes ao ano de 2016 a 2019, além de algumas importantes decisões dos TCU.
Há mais um detalhe que merece comentários, nos últimos anos, as questões de Direito Financeiro se demonstram
retiradas, em sua grande maioria, da literalidade da lei (especialmente a Lei 4.320/64 e a Lei de Responsabilidade Fiscal),
além de alguns dispositivos constitucionais. Por isso, em diversos momentos será feita a remissão aos artigos de lei ou da
CF/88 que, reiteradamente, são objeto de prova. Não deixe de valorizar essa leitura!
No mais, você perceberá que o curso conta com diversas questões de concursos anteriores, isso ocorre para que
consigamos sair da pura abstração do Direito Financeiro e perceber como as bancas examinadoras estão cobrando os
institutos aqui estudados.
Por fim, nosso curso adota como doutrina básica a obra: LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 8º ed.
Salvador. Editora Juspodivm. 2019.
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É isso, tenha um ótimo curso e vamos juntos!
Conjunto de ações desempenhadas pelo Estado, com o fim de criar, adquirir, gerir e despender recursos para
suprir as necessidades humanas coletivas, de natureza pública.
Os elementos da atividade financeira do Estado: o orçamento público, as receitas públicas, as despesas públicas
e o crédito público. É válido lembrar que o sistema financeiro nacional não é parte da atividade financeira do Estado e,
portanto, não é objeto de estudo do direito financeiro.
A atividade financeira do Estado, portanto, deve equilibrar o crédito e as despesas. Explora quatro campos:
▪ Receita Pública - obtenção de receita
▪ Orçamento Público - como será gasta a receita (planejamento prévio e autorização)
▪ Despesa Pública - o bem comum a ser alcançado
▪ Crédito Público - levantamento de receitas
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – TCE/PE – 2017) Além de disciplinar o Sistema Financeiro Nacional, o direito financeiro
regulamenta a atividade financeira do Estado no que diz respeito a orçamento público, receita
pública, despesa pública, crédito público, responsabilidade fiscal e controle da execução
orçamentária.
GABARITO: ERRADO.
O conjunto de normas de normas e princípios que regulam a atividade financeira, incumbindo-lhe disciplinar a
constituição e a gestão da fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos para a obtenção da receita pública
e a realização dos gastos necessários a consecução dos objetivos do Estado.
Ramo do direito que estuda as finanças do Estado, focando em: orçamento público, receita pública, crédito
público e despesa pública.
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A lei orçamentária hoje faz um planejamento da ordem econômica, além de prever as receitas, ela define as
despesas autorizadas, e tudo dentro do princípio da legalidade.
▪ Leis Complementares (LC 101/00 e Lei 4.320/1964) - Os temas mais relevantes do direito financeiro estão
tratados em leis complementares.
É bom lembrar que a Lei 4.320/64 foi promulgada como lei ordinária e recepcionada pela CF/88 como lei
complementar, assim, caso se queira alterar dispositivos da Lei 4.320/64, é necessária a expedição de lei complementar.
▪ Leis Ordinárias (LOA, LDO e PPA) - Lei Orçamentária Anual, Lei Diretrizes Orçamentárias e Plano Plurianual são
leis ordinárias de iniciativa do poder executivo de cada ente federativo e aprovadas pelo respectivo legislativo, cuja
matéria é vedada à medida provisória.
▪ Leis Delegadas - Permite ao Presidente da República criar uma lei. Não são muito utilizadas no Brasil. Podem ser
utilizadas em matérias financeiras desde que não relacionada as matérias reservadas a Lei Complementar, não podem
abrir créditos extraordinários nem tratar de assuntos de que tratem a LDO e LOA.
CF, Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar
a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional,
os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria
reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: (...)
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
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▪ Medidas Provisórias – As ADI 4048 e 4049 - Em caso de relevância e urgência ela será criada pelo Presidente da
República, também não podem tratar de matérias reservadas a lei complementar.
▪ Resoluções do Senado Federal - As resoluções são atos editados pelas casas do congresso nacional, câmara e
senado federal para disciplinar matérias específicas destas casas, não passam por veto do presidente da República.
A jurisprudência é citada pelos diversos ramos de direito como fonte do direito. Em se tratando de direito
financeiro a questão mais discutida atualmente é a Judicialização das políticas públicas.
É importante mencionar a teoria que passou a ser denominada “reserva do possível”, que condiciona a
possibilidade da atuação do Estado na satisfação das necessidades públicas (atividade administrativa do Estado, sua
“atividade-fim”) à existência de recursos públicos disponíveis.
Tal conceito é fundamentado na ideia de que o Estado não pode cumprir suas finalidades se não dispuser de uma
massa adequada de meios econômicos e, destarte, as necessidades públicas só podem ser satisfeitas quando houver
disponibilidade de recursos, bem como autorização na lei orçamentária para gastá-los.
O ponto central do debate é que a consagração dos direitos sociais pela Constituição de 1988 passou a exigir do
Estado prestação positiva, no sentido de que a obrigação de fazer, por parte da administração pública, deverá prover o
direito, atribuindo-lhe eficácia plena. Nesse sentido, a criação de políticas públicas e a previsão de suas respectivas
dotações orçamentárias são instrumentos fundamentais para a sua concretização.
Diante da omissão, alega-se que o Estado deve satisfazer o mínimo existencial, que diz respeito aos direitos
fundamentais relativos à existência e à sobrevivência da pessoa humana. A escassez dos recursos públicos, no entanto,
pode obstar o cumprimento da decisão ante a ausência de específica dotação orçamentária.
Em que pesem as vedações constitucionais acerca da execução orçamentária, o STJ e o STF consolidaram o
entendimento de que, em havendo colisão entre as disposições de finanças públicas com os direitos à saúde e à educação,
estes últimos, por serem considerados direitos fundamentais, devem prevalecer.
O Poder Judiciário pode condenar universidade pública a adequar seus prédios às normas de
acessibilidade a fim de permitir a sua utilização por pessoas com deficiência. No campo dos
direitos individuais e sociais de absoluta prioridade, o juiz não deve se impressionar nem se
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sensibilizar com alegações de conveniência e oportunidade trazidas pelo administrador relapso.
Se um direito é qualificado pelo legislador como absoluta prioridade, deixa de integrar o
universo de incidência da reserva do possível, já que a sua possibilidade é obrigatoriamente,
fixada pela Constituição ou pela lei. STJ. 2ª Turma. REsp 1607472-PE, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 15/9/2016 (Info 592).
A Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque
mínimo de determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, de modo a
evitar novas interrupções no tratamento. Não há violação ao princípio da separação dos
poderes no caso. Isso porque com essa decisão o Poder Judiciário não está determinando metas
nem prioridades do Estado, nem tampouco interferindo na gestão de suas verbas.
STF. 1ª Turma. RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/6/2014 (Info 752).
CF, Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
✓ A competência é concorrente da União, Estados e Distrito Federal, exclui os municípios. ✓ Art. 30, II da CF -
Suplementação (ATENÇÃO);
A maior parte dos temas do direito financeiro somente pode ser tratada mediante lei complementar, veja o art.
163 da CF/88:
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I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Contudo, a lei orçamentária anual, a lei de diretrizes orçamentárias e o plano plurianual são editados por lei
ordinária.
A Constituição Federal de 1988 é expressa em seu artigo 165, §9º, inciso I, no sentido de que
cabe à lei complementar de âmbito nacional dispor sobre a elaboração do plano plurianual,
de modo que é incabível ao Tribunal de Contas de Estado-membro tratar da matéria por meio
de ato infralegal.
[ADI 4.081, rel. min. Edson Fachin, j. 25-11-2015, P, DJE de 4-12-2015.]
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – PGM/Fortaleza – 2017) No que diz respeito ao direito financeiro, a CF pode ser
classificada como semirrígida, uma vez que restringe a regulação de certos temas de finanças
públicas a lei complementar e deixa outros à disciplina de lei ordinária.
GABARITO: ERRADO.
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ORÇAMENTO PÚBLICO
• Léon Duguit
✓ Com relação às despesas: mero ato administrativo;
✓ Com relação à receita: lei em sentido formal.
✓
• Gaston Jéze
✓ O orçamento é mero ato-condição;
✓ Tanto despesas como receitas já são previstas em outras normas.
✓
• Majoritário no Brasil
✓ O orçamento é lei em sentido formal, que apenas prevê receitas e autoriza despesas.
Ricardo Lobo Torres: O orçamento é lei formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, sem
criar direitos subjetivos e sem modificar as leis tributárias e financeiras.
Em regra, no Brasil o orçamento é autorizativo, mas as emendas constitucionais nº 86/2015 e 100/2019 tornaram
uma pequena parcela do orçamento impositiva (emendas parlamentares). Estamos migrando de um orçamento
autorizativo para um orçamento impositivo. O orçamento é lei em sentido formal, mas ainda não é lei em sentido material.
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – PGM/João Pessoa – 2018) De acordo com a jurisprudência do STF, o orçamento público,
em regra, possui caráter autorizativo, ou seja, o simples fato de uma despesa ser incluída no
orçamento não gera direito subjetivo à sua realização.
GABARITO: CERTO.
(CESPE – PGM/João Pessoa – 2018) O orçamento público é instrumentalizado por meio de lei
que possui caráter formal, o que torna inviável o seu controle em sede abstrata.
GABARITO: ERRADO.
EVOLUÇÃO DE ORÇAMENTO
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QUADRO RESUMO – TIPOS DE ORÇAMENTO
• Desvinculação de planejamento;
ORÇAMENTO TRADICIONAL
• Foco em aspectos contábeis.
ORÇAMENTO DE • Ênfase no desempenho organizacional;
DESEMPENHO • Desvinculação entre planejamento e orçamento.
• Necessidade de se justificar todo programa no início
de cada ciclo orçamentário;
ORÇAMENTO BASE ZERO
• Ausência de vinculação ao exercício anterior como
parâmetro para o valor inicial mínimo do gasto.
• Vinculação ao planejamento;
• Foco no aspecto administrativo da gestão;
ORÇAMENTO PROGRAMA
• Valoriza aspectos gerenciais e o alcance de
resultados.
• Consulta prévia aos cidadãos quando da elaboração
das leis orçamentárias;
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
• É mera opinião, os poderes públicos não precisam
acatar as decisões populares.
Orçamento Tradicional – Clássico: o orçamento consiste em uma mera peça contábil, em que não há
planejamento das ações governamentais. O orçamento é visto como documento financeiro, limitando-se a previsão de
receita e fixação de despesas.
É uma lei de meios que se limita a previsão de receitas e despesas e na qual inexiste compromisso com as
necessidades públicas.
Orçamento de desempenho: passa associar aos gastos públicos ações a realizar, não apenas objetos a adquirir.
Mas ainda encontra-se desvinculado de um planejamento central das ações do Governo, o orçamento é composto por
um objeto de gastos e por um programa de trabalho contendo as ações estatais.
Orçamento de Base Zero: é desenvolvido nos Estados Unidos da América e tem como principais características:
análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas.
O estado obtém a revisão crítica dos gastos tradicionais de cada área, os gerentes devem justificar todos os gastos
orçamentários.
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – PGM/João Pessoa – 2018) O orçamento base-zero constitui uma técnica de elaboração
do orçamento em que há o reexame crítico dos dispêndios de cada área governamental, de
modo que não há compromisso com o montante de dispêndios do exercício anterior.
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GABARITO: CERTO.
Orçamento Participativo: consiste na consulta prévia feita aos cidadãos acerca dos gastos públicos, somente após
o debate é que o projeto de lei é enviado ao Poder Legislativo – Art. 48 LRF.
É instrumento de complementação da democracia, as sugestões do povo são apenas uma opinião, não vinculando
o Poder Executivo e tampouco o Legislativo. Só pode falar em orçamento participativo no âmbito municipal.
QUESTÕES DE PROVA
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(CESPE – PGM/João Pessoa – 2018) O orçamento base-zero constitui uma técnica de elaboração
do orçamento em que há o reexame crítico dos dispêndios de cada área governamental, de
modo que não há compromisso com o montante de dispêndios do exercício anterior.
GABARITO: CERTO.
VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
O art. 167 da CF/88 apresenta uma série de proibições acerca dos orçamentos públicos, veja:
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por
antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para
pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
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XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a,
e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201.
PRINCIPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Principio da Legalidade: vincula o Estado aos ditames da lei – Art. 165 e 167 CF. O principio da legalidade quer
dizer que não pode haver despesa pública sem a autorização legislativa prévia. O orçamento tem natureza jurídica de lei,
qualquer alteração só poderá ser autorizada por igual instrumento.
Principio da Exclusividade: Art. 165 §8º CF – A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho a previsão da
receita e fixação da despesa. Significa que a lei orçamentária só pode conter matéria orçamentária.
Art. 165. (...) § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita
e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
Principio da Unidade/Totalidade: só deve haver um orçamento. Embora seja uno, o orçamento público é
tripartido em orçamento fiscal, de investimentos das empresas estatais e de seguridade social.
Lei 4.320/64.
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar
a política econômica financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios
de unidade, universalidade e anualidade.
Principio da Universalidade: todas as receitas e despesas do governo devem fazer parte do orçamento, sem
qualquer exclusão
Exceções ao Principio da Universalidade: O princípio não se aplica às receitas extraorçamentárias previstas no art.
3º da Lei 4.320/64:
➢ Operações de crédito por antecipação de receita;
➢ Emissões de papel-moeda;
➢ Outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros, como, por exemplo, depósitos e cauções.
QUESTÕES DE PROVA
(FCC – AUDITOR FISCAL SEFAZ/BA – 2019) Segundo o princípio orçamentário da exclusividade, a
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Lei Orçamentária Anual de um ente público estadual não deve conter dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa.
GABARITO: CERTO.
a) universalidade.
b) exclusividade.
c) totalidade.
d) especificação.
e) unidade.
GABARITO: A.
Principio da Anualidade: advém da Lei Orçamentária Anual, o intervalo de tempo em que se estimam as receitas
e se fixa as despesas é de um ano.
Principio do Equilíbrio Orçamentário: as despesas autorizadas na lei orçamentária não estejam em desequilíbrio
com a previsão de despesas, é regra elaborar um orçamento equilibrado.
Principio do Orçamento Bruto: todas as receitas e despesas constarão da lei orçamentária pelo seus valores
totais, vedadas quaisquer deduções.
QUESTÕES DE PROVA
(VUNESP – DELEGADO PC/BA – 2018) Alguns princípios orçamentários representativos foram
integrados à legislação brasileira que rege a prática orçamentária. O chamado princípio do
orçamento bruto refere-se a que
b) haja abertura a fim de que recursos extraordinários sejam permitidos para ativação da
economia.
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c) a receita e despesa constantes no Orçamento Público devem aparecer pelo valor total, sem
deduções.
e) nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para atender a
certos casos ou a determinado gasto.
GABARITO: C.
Principio da Não Afetação/Vinculação dos Impostos: é vedado a vinculação de receita de impostos aos órgãos,
os recursos devem ser livres para a aplicação e cabe ao governo a responsabilidade de elaborar o seu plano de ação.
• Repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159 (transferências
tributárias constitucionais);
• Recursos para Saúde (CF/88, art. 198, § 2º);
• Recursos para Educação (CF/88, art. 212);
• Prestação de garantia ou contragarantia à União (art. 167, § 4º);
• Realização de atividades da administração tributária; (art. 37, XXII);
• Garantia de Operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (art. 165, § 8º);
• Vinculação de até 0,5 % da Receita Tributária Líquida dos Estados/DF – programas de apoio à inclusão e
promoção social (art. 204, Parágrafo único);
• Vinculação de até 0,5 % da Receita Tributária Líquida dos Estados/DF – financiamento de programas culturais
(art. 216, § 6º);
• Vinculação de impostos a Fundos Especiais criados por meio de EC; FUNDEB – Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de valorização dos profissionais da Educação (art. 60 do ADCT);
• Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Poder Executivo Federal) (art. 79, do ADCT);
• Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Estados, Distrito Federal e os Municípios) (art. 82, do ADCT)
❖ Impostos não podem ser vinculados por lei infraconstitucional, os demais tributos podem.
Principio da Especificação ou Especialidade: Art. 5 e 20 da Lei nº 4.320/64 – a lei de orçamento não consignará
dotações globais. O objetivo é reforçar a transparência e o controle legislativo do orçamento público.
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Exceções: Reserva de contingência: percentual estabelecido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e que deve
figurar na Lei Orçamentária Anual a fim de atender passivos contingentes e eventuais imprevistos.
Principio da Unidade de Tesouraria: todos os recursos devem ser alocados em uma conta única, facilitando o
gerenciamento e controle dos mesmos.
QUESTÕES DE PROVA
(FUNDEP – AUDITOR TCE/MG – 2018) Sobre os princípios do Direito Financeiro, assinale a
alternativa CORRETA.
d) A única exceção para vinculação das receitas dos impostos é aquela destinada a órgãos e
fundos que se destinem à educação.
GABARITO: B.
(FCC – JUIZ DE DIREITO TJ/SC – 2017) Tendo em vista princípios de direito financeiro, é correto
afirmar:
b) O princípio da unidade de tesouraria determina que todas as receitas sejam recolhidas a conta
única, vedada a criação de caixas especiais, à exceção dos fundos de despesa.
GABARITO: A.
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Renério de Castro Júnior
Direito Financeiro
Aula 2
ROTEIRO DE AULA
Nesta aula continuaremos tratando do orçamento público, tema fundamental do direito financeiro.
Para esta aula específica, utilizam-se as páginas 158 a 219 da citada obra.
O artigo 165 da Constituição estabelece a existência de três leis orçamentárias em nosso ordenamento, todas de
iniciativa do Poder Executivo: o Plano Plurianual (PPA) – mais abstrata, tem prazo de 4 anos, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) – baliza a elaboração e a execução da LOA, e a Lei Orçamentária Anual (LOA) – a mais concreta,
tem a função de estabelecer as receitas e despesas públicas.
É possível que outro poder atue reflexamente no orçamento, por meio do exercício de outra competência
legislativa. Ex: O legislativo não tem competência para iniciar um projeto de lei orçamentária. Contudo, possui iniciativa
para leis tributárias e leis que criam despesas, dessa forma, pode afetar o orçamento.
❖ Não existe proibição constitucional à iniciativa parlamentar que cria despesas para o Poder Executivo.
A LRF dispõe que o Poder Executivo coloca à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público os estudos e
as estimativas das receitas para o exercício subsequente, no mínimo 30 dias antes. O poder executivo pode alterar a
proposta orçamentária dos demais órgãos e poderes, se a proposta não estiver conforme os limites fixados na LDO.
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QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – PGM/CAMPO GRANDE – 2019) A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes
orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA), julgue o item a seguir.
A iniciativa para os três planejamentos orçamentários — PPA, LDO e LOA — é concorrente: tanto
o Poder Executivo como o Poder Legislativo podem atuar na propositura dessas leis.
GABARITO: ERRADO.
2. Apreciação: recebido pelo Congresso Nacional o projeto de lei, será enviado a Comissão Mista Permanente –
CMO, o qual examina e emite parecer.
O presidente poderá propor modificações nos projetos de Lei de PPA, LDO, LOA enquanto não iniciada votação.
Tendo recebido o parecer da Comissão Mista, os projetos são enviados ao Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
3. Emendas Parlamentares ao orçamento: proposição legislativa apresentada como acessória. As emendas são
válidas, desde que: não importem em aumento de despesa, guardem afinidade lógica e observem restrições fixadas no
art. 166.
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§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2%
(um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto
encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a
ações e serviços públicos de saúde.
(...)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o §
9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução
equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165.
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações
incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do
Distrito Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no
exercício anterior.
(...)
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos
§§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá
da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita
corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput
do art. 169.
(...)
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não
cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os
montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma
proporção da limitação incidente sobre o conjunto das demais despesas discricionárias.
(...)
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de
investimentos com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha
sido iniciada, deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício,
até a conclusão da obra ou do empreendimento.
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – JUIZ FEDERAL TRF4 – 2016) As programações orçamentárias previstas nas emendas
individuais ao projeto de lei orçamentária não serão de execução obrigatória nos casos dos
impedimentos de ordem técnica.
GABARITO: CERTO.
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(CESPE – JUIZ FEDERAL TRF4 – 2016) As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária
serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade desse
percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
GABARITO: CERTO.
4. Sanção ou Veto: concluída a votação e aprovado o projeto de lei orçamentária, deve ser enviado para sanção.
O Presidente poderá vetar total ou parcialmente e havendo oposição ao veto, segue-se a tramitação regular nos termos
do art. 66 da CF
LEIS ORÇAMENTÁRIAS
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§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
Prazo: 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro (31/08) e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa (22/12).
Vigência: 4 anos, começa a produzir efeitos a partir do segundo exercício financeiro do mandato do Chefe do
Executivo
QUESTÕES DE PROVA
(VUNESP – CONTROLADOR INTERNO CM CAMPO LIMPO – 2018) Em conformidade com a
Constituição Federal, a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá de forma regionalizada,
além das diretrizes,
d) o orçamento fiscal.
GABARITO: B.
2. Lei de Diretrizes Orçamentárias: compreende as meãs e prioridades da administração pública federal, incluindo
as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.
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QUESTÕES DE PROVA
(MPF – PROCURADOR DA REPÚBLICA – 2016) A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as
metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento.
GABARITO: CERTO.
Funções primordiais da LDO: estabelecer as metas e prioridades da Administração Pública Federal, orientar a
elaboração da LOA, dispor sobre as alterações na legislação tributária, estabelecer a política de aplicação das agencias
financeiras oficiais de fomento.
Objetivos e características da LDO: equilíbrio entre receitas e despesas, os critérios e forma de limitação de
empenho, nos casos de haver necessidade de reduzir despesas, normas relativas ao controle de custos, condições e
exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas, orientar a elaboração de lei orçamentárias
anual, definir índice de variação de preços, entre outros.
Outra inovação da LRF para a LDO é que estão o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.
QUESTÕES DE PROVA
(VUNESP – PGM/SBC – 2018) Dispor sobre normas relativas ao controle de custos e à avaliação
dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos é matéria que, dentre
outras, compete à Lei
a) Geral do Orçamento.
b) do Plano Plurianual.
c) de Diretrizes Orçamentárias.
d) do Orçamento Anual.
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e) de Responsabilidade Fiscal.
GABARITO: C.
(CESPE – PGM JOÃO PESSOA – 2018) A lei que instituir a lei de diretrizes orçamentárias (LDO)
estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública
para as despesas de capital e para outras delas decorrentes.
GABARITO: ERRADO.
(CESPE – PGM JOÃO PESSOA – 2018) O plano plurianual compreenderá as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo-se as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente.
GABARITO: ERRADO.
3. Lei Orçamentária Anual: é a mais concreta na medida que dispõe exclusivamente acerca das receitas e
despesas para o exercício financeiro seguinte.
O Orçamento é subdividido em 3 peça: orçamento fiscal, orçamento de investimento das empresas, orçamento
da seguridade social
Prazo: 4 meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro (31/08) e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa (22/12).
Vigência: Anual – exatamente de 01 de janeiro a 31 de dezembro.
A LOA deverá apresentar 4 normas: todas as despesas relativas à divida pública, a atualização monetária do
principal da divida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previstos na LDO, é vedado
conter crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada, é proibido consignar dotação para investimento com
duração superior a um ano.
QUESTÕES DE PROVA
(VUNESP – JUIZ DE DIREITO TJ/RJ – 2016) O orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público está compreendido na Lei
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a) do orçamento anual.
b) orgânica.
c) de responsabilidade fiscal.
d) de diretrizes orçamentárias.
e) do plano diretor.
GABARITO: A.
GABARITO: CERTO.
(MPF – PROCURADOR DA REPÚBLICA – 2016) A lei orçamentária anual poderá conter dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa que não seja a autorização para abertura
de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação
de receita, podendo também conter crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
GABARITO: ERRADO.
Nesse caso, de acordo com a determinação constitucional, pode ter sido reduzida dotação para
a) pessoal.
c) amortização da dívida.
e) investimentos.
GABARITO: E.
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CRÉDITOS ADICIONAIS
Alterações que se impõem a Lei Orçamentária, adequando-a, essas alterações são feitas mediante créditos
adicionais.
Créditos
adicionais
Art. 40 da Lei n. 4.320/64 – São creditos adicionais as autorizações de despesa não computadas ou
ineficientemente dotadas na Lei de Orçamento.
Quando o dispositivo fala em despesas não computadas está se referindo ao crédito especial, e falando em
despesas insuficientemente dotadas na lei de Orçamento está fazendo menção ao crédito suplementar.
❖ Os créditos adicionais são autorizados por lei, mas abertos por decreto.
❖
1. Créditos Suplementares: destinados a reforço de dotação orçamentária existente, são cabíveis para reforçar
dotações constantes do orçamento.
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CARACTERÍSTICAS DOS CRÉDITOS SUPLEMENTARES
A dotação orçamentária deve estar fixada no orçamento (LOA), porém, o crédito não foi
suficiente para atender o respectivo gasto;
A abertura do crédito depende de indicação prévia da fonte de recursos para suportar a despesa;
Os previstos na LOA são abertos por Decreto do Executivo. Depois de esgotados, serão
automaticamente abertos com a sanção e publicação da lei especial;
Não podem ser reabertos no exercício financeiro seguinte. Sua vigência está adstrita ao ano de
sua abertura.
Para os Estados, Distrito Federal e Municípios, os procedimentos para realização são os mesmo
da União;
Um mesmo projeto de lei não pode versar sobre mais de uma espécie de crédito adicional. Assim,
o Executivo não pode, em único projeto de lei, solicitar a abertura de um crédito suplementar e
um especial;
Existe a necessidade de autorização legislativa prévia para a sua abertura. Autorização prévia na
LOA ou em lei especial.
2. Créditos Especiais: créditos destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica, para
atender a criação de programas, projetos e atividades eventuais ou especiais não contemplados pelo orçamento.
Características: a abertura pode ser autorizada por lei especial e aberto automaticamente com sanção e
publicação.
Vigência: terão vigência dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se aberto nos 4 últimos meses
do ano que poderá ser incorporado ao orçamento do ano seguinte.
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extraordinários (art. 167, § 3º da CF);
Existe a necessidade de autorização legislativa prévia para a sua abertura. Não pode ser na
própria LOA (diferença importante para o crédito suplementar).
3. Créditos Extraordinários: somente podem ser abertos quando destinados a despesas imprevisíveis e urgentes,
como decorrente de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
Podem ser abertos por meio de medidas provisórias, e prescinde-se da existência de recursos disponíveis para
atender as despesas.
Vigência: terão vigência dentro do exercício financeiro em que foram abertos, salvo se for promulgados nos 4
últimos meses do ano, casos em que serão incorporados ao exercício subsequente .
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – PGM MANAUS – 2018) Considerando o disposto na CF acerca do direito financeiro,
julgue o item que se segue.
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municipal.
GABARITO: ERRADO.
a) extemporâneos;
b) tributários;
c) especiais;
d) fiscais;
e) extraordinários.
GABARITO: C.
(IBAM – AUDITOR FISCAL JUNDIAÍ – 2017) Com base na legislação vigente, a Lei Orçamentária
Anual dos municípios poderá ser alterada durante o exercício financeiro, mediante a aprovação
e abertura do créditos adicionais. Com base nos conceito é finalidades atribuídas e esses
mecanismos de retificação do orçamento, é correto afirmar que:
a) os créditos adicionais terão vigência no exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o
ato de abertura ocorrer os últimos meses do exercício.
b) é vedada a abertura de créditos adicionais sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes.
c) o crédito especial cria novo item de despesa para atender a uma ação governamental não
prevista na Lei Orçamentária Anual em execução.
d) o crédito especial tem por finalidade atender a despesas imprevisíveis e exige tramitação
diversa da aplicada aos demais eruditos adicionais.
GABARITO: C.
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Renério de Castro Júnior
Direito Financeiro
Aula 3
ROTEIRO DE AULA
Hoje trataremos das receitas públicas, este é um assunto eminentemente conceitual, ou seja, o mais importante
é compreender bem os conceitos e classificações, especialmente as apresentadas pela Lei 4.320/64.
Além disso, falaremos também da dívida pública (ou crédito público), mais especificamente do Estado como polo
passivo (devedor) da relação creditícia.
Vocês mesmos notarão que esse assunto não é dos mais difíceis, só temos um problema: memorizar diversos
conceitos pouco conhecidos e que acabam por confundir a maioria dos candidatos aos concursos públicos mais
concorridos, como dívida flutuante e dívida fundada.
Porém, uma vez delimitados e memorizados esses conceitos, o assunto tende a fluir com facilidade.
Para esta aula específica, utilizam-se as páginas 283 a 329 e 583 a 616 do manual de direito financeiro do Harrison
Leite.
RECEITAS PÚBLICAS
Conceito: Receita pública é toda e qualquer entrada de recursos nos cofres públicos, seja a que título for →
Sentido Amplo; Receita pública é a entrada de recursos que integrando-se no patrimônio público, sem quaisquer reservas,
condições ou correspondência no passivo → Sentido estrito.
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Ingresso Público: é um conceito amplo, que abrange tanto as receitas quanto aqueles recursos que não entram
nos cofres públicos para ficar e custear despesas públicas.
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – AUDITOR ESTADUAL TCM/BA – 2018) Determinado município do estado da Bahia
pretende utilizar os recursos e ingressos orçamentários para suprir despesas correntes do
município e para realizar investimentos e converter os recursos em bens. Consultado, um
auditor do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia alertou ser impossível realizar
essas operações de disponibilidade orçamentária com determinados tipos de recursos
extraorçamentários.
a) tributos e fiança.
GABARITO: D.
(CESPE – JUIZ FEDERAL TRF5 – 2017) A respeito de receita pública, assinale a opção correta.
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virtude de ingressarem no caixa de forma efetiva.
d) São receitas públicas originárias as provenientes de atividade exclusiva estatal, como, por
exemplo, a cobrança de tributos.
GABARITO: E.
• Ordinária: é o que provem de fontes permanentes, caracterizando-se pela sua regularidade e pelo fato de
comporem permanentemente o orçamento público.
Ex.: arrecadação de ICMS pelo Estado (art. 155, II da CF)
• Receitas Originárias: atividades do Estado como agente particular e submetidos ao direito privado.
Também denominada receita de domínio privado, pois se origina dos próprios bens ou atividade do Estado.
• Receitas Derivadas: tem origem no poder de imposição do Estado em face do particular, advém de uma
relação de subordinação. Também chamadas de receitas de domínio público, pois são obtidas graças à autoridade
inerente à entidade pública.
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• Receitas Transferidas: decorrentes da transferência de recursos entre os entes da Federação. Pode ser
tributária ou não.
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – JUIZ FEDERAL TRF2 – 2018) Um colecionador de obras de arte decide doar todo o seu
acervo ao Instituto Brasileiro de Museus, uma autarquia pública federal responsável pela gestão
de museus federais. Da perspectiva do direito financeiro, esta doação se caracteriza como urna
receita pública. Diante disso, assinale a alternativa CORRETA acerca desta modalidade de receita
pública:
GABARITO: A.
Receitas Correntes: são aquelas que aumentam a disponibilidade financeira do Estado e tem características de
continuidade no tempo. É resultante de atividades do próprio Estado, tais como: tributação, preços públicos,
transferências obrigatórias.
Receita Tributária e Receita de Contribuição: a receita tributária é que se enquadra no art. 3º do CTN.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
Receita Patrimonial, Agropecuária e Industrial: advêm do próprio patrimônio estatal. Patrimonial vem do
patrimônio financeiro, agropecuária vem de imóveis rurais pertencentes ao Estado e industrial vem de eventuais
indústrias pertencentes ao Poder Público.
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DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – COMPENSAÇÃO FINANCEIRA – EXPLORAÇÃO DE
PETRÓLEO, GÁS NATURAL, RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS – NATUREZA INDENIZATÓRIA –
PROVIMENTO.
1. O tratar-se de prestação pecuniária compulsória instituída por lei não faz necessariamente
um tributo da participação nos resultados ou da compensação financeira previstas no art. 20,
§ 1º, CF, que configuram receita patrimonial.
(RE 662518, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 09/12/2015)
Receita de Serviços: o estado presta alguns serviços que são remunerados mediante tarifas.
Amortização de empréstimos: o Estado quem concedeu o empréstimo e ao receber a dívida, o valor é computado
como receita de capital. O recebimento de juros é receita corrente patrimonial e o recebimento de amortização é receita
de capital.
Transferência de Capital: recurso que o Estado obtém com finalidade de realizar investimentos.
QUESTÕES DE PROVA
(FCC – PROCURADOR PGE/AP – 2018) Nos termos da Lei nº 4.320/1964, corresponde a uma
receita corrente, uma receita capital, uma despesa corrente e uma despesa de capital,
respectivamente,
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d) alienação de bens − Receita patrimonial − amortização da dívida pública e pessoal militar.
GABARITO: E.
A RCL é composta por receitas correntes e compreende somatório das receitas tributárias, de contribuições,
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes. São
também computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Kandir
(Lei Complementar nº 87/1996) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB).
Previsão
Lançamento Arrecadação Recolhimento
orçamentária
As previsões de receita deverão: observar as normas técnicas e legais aplicáveis; considerar os efeitos das
alterações na legislação; ser acompanhada de demonstrativo da evolução das receitas nos últimos três anos.
O poder executivo no prazo de 30 dias após a publicação do orçamento será obrigado a desdobrar as receitas em
metas bimestrais
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2. Lançamento de Receita: são objetos de lançamento não apenas os tributos, mas quaisquer outras rendas. O
lançamento pode ser definido como ato de repartição competente.
3. Arrecadação: ocorre no momento em que os devedores comparecem perante os agentes arrecadadores a fim
de liquidarem suas obrigações.
4. Recolhimento: ato pelo qual os agentes entregam diretamente ao Tesouro Público os valores recebidos.
Para que uma renúncia de receita seja considerada autorizada e de acordo com a responsabilidade na gestão do
dinheiro público é necessário que o ato legal da qual decorra a renúncia: esteja acompanhada de estimativa de impacto
orçamentário-financeiro no exercício que deve entrar em vigor e nos dois subsequentes, atenda dispositivo na LDO.
CRÉDITO PÚBLICO: É o procedimento de que o Estado lança mão de captar recursos monetários e aplica-los aos
gastos públicos, em contrapartida a obrigação de restituí-los nos prazos e condições fixados.
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“denomina-se crédito público o procedimento de que o Estado lança mão para captar, por meio
de empréstimo, recursos monetários de quem deles dispõe e aplicá-los aos gastos públicos, tanto
para custear investimentos como para antecipar receita, assumindo, em contrapartida, a
obrigação de restituí-los nos prazos e condições fixados”
Carlos Alberto de Moraes Ramos
❖ É importante não confundir crédito público com crédito orçamentário, o crédito orçamentário nada mais é do
que a previsão de despesa autorizada pela lei orçamentária, diferente do crédito público que é um empréstimo
obtido pelo Poder Público.
NATUREZA JURIDICA
Teoria do ato de soberania: o empréstimo público expressaria manifestação de soberania que é insuscetível de
restrições jurídicas. Obrigação unilateral autônoma de direito público.
Teoria do ato legislativo: o empréstimo é um resultado da lei, restando somente a faculdade de aderir o que está
estabelecido.
Teoria Contrato Público: empréstimo público não passa de um contrato administrativo, que transfere recurso de
pessoas privadas para o poder público. Esta é a posição que prevalece e tem os seguintes fundamentos:
a) deve haver prévia previsão orçamentária;
b) exige disposição legal específica;
c) há obrigatoriedade de autorização e controle do Senado;
d) necessária a finalidade pública;
e) é possível alteração unilateral de cláusulas, se assim foi previsto na lei;
f) há sujeição à prestação de contas;
g) há inviabilidade de execução específica; e
h) pode ocorrer possibilidade de rescisão unilateral (resgate antecipado).
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
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Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
É muito importante estar atento às competências do Congresso Nacional e do Senado Federal quando tratamos
de dívida pública:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da
União, especialmente sobre:
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
• Congresso Nacional
• Dívida mobiliária federal;
• Senado Federal
• Dívida mobiliária dos Estados, Municípios e DF;
• Dívida consolidada de todos os entes;
• Limites para crédito, dívidas e garantias;
INTERVENÇÃO FEDERAL
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Art. 34 CF – A União poderá intervir nos Estados e Distrito Federal para reorganizar as finanças
da unidade da Federação que suspender o pagamento da divida fundada por mais de 2 anos.
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à temporalidade:
• Flutuante: dívida de curto prazo, paga no mesmo exercício financeiro. Contraída para atender às
momentâneas necessidades de caixa ou administração de bens de terceiros.
Art. 92 da Lei 4.320/64 – A dívida flutuante compreende: os restos a pagar, os serviços da dívida
pública, os depósitos, os débitos de tesouraria.
Art. 29 LRF – Dívida pública consolidada ou fundada: montante total das obrigações financeiras
do ente da federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados.
Dívida
Dívida flutuante
consolidada
Inferior a 12
Superior a 12
meses
meses
QUESTÕES DE PROVA
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(CESPE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO TCE/MG – 2018) De acordo com a Lei n.º 4.320/1964
e o Decreto n.º 93.872/1986, a dívida flutuante compreende
d) a dívida pública representada por títulos emitidos pela União, incluídos os do Banco Central
do Brasil.
GABARITO: C.
Dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, estados e
municípios. É apenas aquela contraída através da emissão de títulos, não contando as oriundas de outras formas de
empréstimos.
Atualmente, estados e municípios não podem emitir títulos da dívida pública mobiliária:
LC 184/14. Art. 11. É vedada aos Estados, ao Distrito federal e aos Municípios a emissão de
títulos da dívida pública mobiliária.
Muita atenção, municípios ainda podem emitir títulos da dívida para o pagamento de desapropriações de
imóveis urbanos:
CF/88. Art. 182 (...)
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
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III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
São fixados tendo por base a divida consolidada, que compreende a divida da administração direta, autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes.
A divida consolidada liquida não excederá: no caso dos Estado e do DF 2 vezes a receita corrente liquida; e no
caso dos municípios 1,2 vezes a receita corrente liquida.
RECONDUÇÃO DA DIVIDA AOS LIMITES: caso extrapolados, o ente endividado tem 3 quadrimestres para retornar
ao limite, sendo que 25% do excedente deve ser reduzido já no primeiro quadrimestre.
❖ Enquanto estiver com o limite de endividamento estourado, o ente estará proibido de realizar operação de crédito
interna ou externa; obedecerá o resultado primário necessário a recondução da divida limite.
QUESTÕES DE PROVA
(FCC – AUDITOR PÚBLICO EXTERNO TCE/RS – 2018) Dívida pública consolidada ou fundada é
definida como o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente
da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de
operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses. A respeito da referida
dívida, a Constituição Federal dispõe:
a) A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para reorganizar as finanças
da unidade da Federação que, além de outras hipóteses, suspender o pagamento da dívida
fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior.
d) Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento, em que houverem sido
incluídos, integram a dívida consolidada, exceto para fins de aplicação dos limites.
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e) Compete privativamente ao Congresso Nacional fixar, por proposta do Presidente da
República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
GABARITO: A.
Estão proibidas:
➢ A emissão de títulos da divida pública pelo Banco Central do Brasil a partir de 2 anos após a publicação da
LRF;
➢ A realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro;
➢ A realização de operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a
controle;
➢ Captação de recursos na forma de antecipação de receitas, cujo o fato gerador ainda não tenha ocorrido;
➢ Recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha;
➢ A assunção direta de compromisso, confissão de divida ou operação assemelhada, mediante emissão,
aceite ou aval de titulo de crédito;
➢ A assunção de obrigação sem autorização orçamentária com fornecedores para pagamento posterior.
Exigências: somente poderão ser realizadas a partir do dia 10 de janeiro de cada ano. Deverão ser liquidadas até
o dia 10 de dezembro de cada ano, não serão autorizadas se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros de
operação.
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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES
Renério de Castro Júnior
Direito Financeiro
Aula 4
ROTEIRO DE AULA
Olá, meus amigos, essa aula abordará o regime jurídico da despesa pública, embora pareça pouco, o termo
“regime jurídico da despesa pública” é bastante amplo e tem muita coisa importante para ser vista.
Essa é nossa é quarta e última aula do curso, peço que preste muita atenção com a classificação apresentada pela
Lei 4.320/64, nos detalhes relativos ao empenho e também no tema das despesas com pessoas, são assuntos que
despencam em provas de alto nível.
No mais, tendo qualquer questão referente a preparação para concursos, direito financeiro ou direito
administrativo, fique a vontade para entrar em contato no meu instagram: @prof.renerio.
Para esta aula específica, utilizam-se as páginas 383 a 431 e 502 a 555 do manual de direito financeiro do Harrison
Leite.
DESPESAS PÚBLICAS
Despesa Pública é o conjunto de gastos realizados pelo Estado com o objetivo de promover a realização de
necessidades públicas, não podendo ser realizada sem autorização legal.
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• Despesas orçamentárias: constam na lei orçamentária ou nos créditos adicionais e decorrem do principio
da legalidade.
• Despesas extraorçamentárias: não constam na lei, são valores com os quais a Administração pública não
pode contar para fazer frente aos gastos públicos.
• Despesas extraordinárias: satisfazem necessidade pública imprevisível e urgente, para a sua realização é
necessário a abertura de créditos extraordinários. Ex.: despesas de guerra.
• Despesas especiais: decorrem de fatos previsíveis, porem que o Estado não sabe quando ocorrerá, é
aquela realizada para atender necessidades novas surgidas no correr do exercício financeiro que embora possa até ser
previsível, não é estimável.
CLASSIFICAÇÃO LEGAL
Despesas Correntes: resultam da manutenção das atividades próprias do Estado, tais como o custeio da estrutura
administrativa, não gera aumento do patrimônio do Estado.
• Transferências Correntes: despesas as quais não corresponda uma contraprestação direta e imediata em
bens ou serviços e as destinada a atender a manutenção de outras entidades de direito público ou privado. Não há
contrapartida direta para o gasto estatal.
Despesas de Capital: são aquelas cujo resultado será o aumento do patrimônio público. São despesas de capital:
• Investimentos: gastos direcionados ao planejamento e execução de obras com o objetivo de ter como
contrapartida o aumento do patrimônio.
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• Inversões Financeiras: são as dotações que se destinem: a aquisição de imóveis ou bens de capital já em
utilização ou de títulos representativos de capital de empresas; e a constituição ou aumento de capital de entidades ou
empresas.
• Transferências de Capital: são despesas resultantes da remessa de recursos a outras pessoas jurídicas,
com a finalidade de custear investimentos ou inversões financeiras.
Despesas Despesas de
correntes capital
Despesas de
Investimentos
custeio
Transferências Inversões
correntes financeiras
Transferência
de capital
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – PROCURADOR PGM/MANAUS – 2018) Acerca da Lei n.º 4.320/1964 e das receitas e
despesas públicas, julgue o próximo item.
GABARITO: ERRADO
(VUNESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO TCE/SP – 2017) Acerca das despesas públicas, as dotações
destinadas à aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização, são classificadas como
a) inversões financeiras.
b) subvenções sociais.
c) subvenções econômicas.
d) investimentos.
e) contribuições.
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GABARITO: A
Fixação
Empenho Liquidação Pagamento
(LOA)
Empenho: Art. 58 da Lei n. 4.320/64 – é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento. Todo pagamento de despesa pública precisa ser autorizado pela autoridade competente.
Nota de empenho: o documento que materializa o empenho é a nota de empenho. No caso de despesa oriunda
de licitação, nota de empenho devera ser emitida após homologação e antes da assinatura do contrato.
❖ O empenho garante que há dotação orçamentária, não garante que exista recurso financeiro.
❖ A Nota de empenho é titulo executivo extrajudicial.
O emprenho é condição obrigatória para a despesa, mas a nota de empenho pode ser dispensada.
Tipos de Empenho:
• Emprenho Ordinário: é realizado para despesas normais, o pagamento deve ocorrer de uma só vez.
• Empenho por Estimativa: casos em que é impossível prever o montante exato, é feito uma estimativa do
gasto.
• Empenho Global: o montante é previamente conhecido, porem o pagamento é em parcelas.
QUESTÕES DE PROVA
(VUNESP – PROCURADOR JURÍDICO BAURU – 2018) Em relação ao empenho, é correto afirmar:
b) o empenho ordinário é o utilizado para despesas de valor não previamente conhecido e com
base periódica, como conta de luz por exemplo.
d) para cada empenho será extraído um documento chamado “nota de empenho”, que indicará
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o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do
saldo da dotação própria.
GABARITO: D
GABARITO: D
Anulação do Empenho: poderá ser anulado total ou parcialmente, nas seguintes hipóteses: quando o valor
empenhado exceder ao montante, o serviço contratado não tiver sido prestado, não ocorrer a entrega do material
encomendado, a obra não for executada, tiver sido emitido incorretamente.
Liquidação: consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios, confere se a despesa está em condições de ser paga. A liquidação apura a origem e o objeto do que se
deve pagar, a importância exata de pagar e a quem se deve pagar.
Lei 4.320/64
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo
por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II - a nota de empenho;
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III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
Lei 4.320/64
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente,
determinando que a despesa seja paga.
Lei 8.666/93
Art. 5o (...) devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas
ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer,
para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia
justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
QUESTÕES DE PROVA
(BANCA PRÓPRIA – PROMOTOR MPE/RS – 2017) No processo de pagamento, a verificação do
direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito é denominada de
a) empenho.
b) liquidação.
c) pagamento.
e) precatório.
GABARITO: B
O critério legal para as despesas públicas é o regime de competência, se a Administração contrata e recebe
produtos em 2018, a despesa é computada para 2018, ainda que o pagamento só ocorra em 2019.
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Os restos a pagar são as despesas legalmente empenhadas e não pagas até 31 de dezembro de cada exercício
financeiro.
Restos a pagar não processados são aqueles em que houve o empenho, mas não a liquidação. Restos a pagar
processados são empenhos executados, liquidados e portanto prontos para o pagamento.
❖ Os valores inscritos em restos a pagar deverão ser pagos até o fim do exercício financeiro seguinte, caso não sejam
pagos, o saldo dos restos a pagar serão automaticamente cancelados, pois é proibida a reinscrição.
❖ Os restos a pagar são despesas extraorçamentárias enquanto as despesas de exercícios anteriores são despesas
orçamentárias.
Restos a pagar
Não
Processados
processados
Despesas de exercícios anteriores DEA: são despesas decorrentes de compromissos assumidos em exercícios anteriores,
porém, sem empenho. Ocorrem em três situações:
a) As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo
suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria;
b) Restos a Pagar com prescrição interrompida;
c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente.
QUESTÕES DE PROVA
(CESPE – PROCURADOR DE CONTAS MPTCE/PA – 2019) Um órgão público inscreveu em restos a
pagar compromisso que ainda não havia sido liquidado. Ao final do exercício seguinte, como o
pagamento não tinha sido feito, a referida inscrição em restos a pagar foi cancelada. Um ano
depois do cancelamento, a administração pública reconheceu que o serviço correspondente
àquele compromisso havia, de fato, sido prestado.
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Nessa situação, o pagamento do referido compromisso deve ser feito por meio da conta de
b) suprimento de fundos.
c) transferências correntes.
GABARITO: E
LIMITAÇÃO DE EMPENHO
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar
o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes
necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira,
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das
dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções
efetivadas.
§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e
legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas
pela lei de diretrizes orçamentárias.
TRANSFERÊNCIAS
Por transferências entende-se o ato pelo qual um ente federativo passa recursos financeiros para outros.
Transferência Obrigatória: recursos cujo repasse foi determinado pelo constituinte e está determinada pela CF.
Transferência Automática: são resultantes de previsão legal ou ato administrativo, não depende da assinatura de
convenio, contrato ou qualquer outra forma de ajuste públicos.
Transferência Voluntária: Art. 25 – LRF: entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes
ou de capital a outro ente da federação que não decorra de determinação constitucional.
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❖ Não é verba para o SUS
❖ Depende de instrumento de formalização (convenio, ajuste, etc.)
❖ Precisa de dotação orçamentária especifica
❖ Não pode ser utilizada para pagamento de pessoal ativo ou inativo
Requisitos para transferência Voluntária: existência de dotação orçamentária, observância do disposto no inciso
X do art. 167 da CF, comprovação por parte do beneficiário de que esta em dias quanto ao pagamento de tributos, bem
como a prestação de contas de recursos recebidos, cumprimento dos limites constitucionais relativos a educação e a
saúde, observância dos limites das dividas consolidadas e mobiliárias, operações de crédito, inscrição em restos a pagar
e despesa total com pessoal, previsão orçamentária de contra partida.
A principal sanção cominada pela LRF é a suspensão do direito de receber transferências voluntarias. Se o ente
federativo não cumpre o que estabelece estes dispositivos da LRF fica impedido de receber, exceto: em transferências
nas áreas de educação, saúde e assistência social, transferências para ações social ou em faixa de fronteira, transferência
oriunda de emenda parlamentar orçamentária impositiva.
Responsabilização pessoal do gestor e Principio da Intranscedência subjetiva das sanções: caso o Estado ou
Município esteja inadimplente por culpa da gestão anterior e fique comprovado que a gestão atual está averiguando as
responsabilidades dos gestores, é o caso de permitir novas transferências voluntárias.
Sumula nº 46 da AGU:
Será liberada da restrição decorrente da inscrição do município no SIAFI ou CADIN a prefeitura
administrada pelo prefeito que sucedeu o administrador faltoso, quando tomadas todas as
providências objetivando o ressarcimento ao erário.
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O fato de um dos membros do consórcio público estar negativado não impede o próprio
consórcio de obter as transferências.
(STJ. REsp 1.463.921-PR, 10/11/2015).
Lei 10.522/2.002
Art. 26. Fica suspensa a restrição para transferência de recursos federais a Estados, Distrito
Federal e Municípios destinados à execução de ações sociais ou ações em faixa de fronteira,
em decorrência de inadimplementos objetos de registro no Cadin e no Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI.
Reforma de prédio público não é ação social. (STJ. AgRg no REsp 1.439.326-PE, 24/2/2015).
Pavimentação e drenagem não são consideradas ação social. (STJ. REsp 1.527.308-CE,
16/6/2015).
QUESTÕES DE PROVA
(FUNDEP – AUDITOR TCE/MG – 2018) Sobre as despesas públicas, assinale a alternativa
INCORRETA.
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c) Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.
d) A despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação,
não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: União:
50% (cinquenta por cento), estados: 60% (sessenta por cento), e municípios: 60% (sessenta por
cento).
e) A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com
as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.
GABARITO: A
Art. 18 – LRF: Entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da
Federação com os ativos, inativos e pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções
ou empregos civis, militares e de membros do poder.
Quase todas as espécies de gastos que tenham alguma relação com servidores públicos (ativos e inativos),
empregados públicos e terceirizados.
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➢ Com pessoal, do Distrito Federal e dos
Estados do Amapá e Roraima, custeadas
➢ Encargos e contribuições sociais (INSS, com recursos transferidos pela União na
SAT e FGTS). forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da
Constituição e do art. 31 da Emenda
Constitucional no 19;
➢ Contratos de terceirização de mão de
obra.
Limites de gastos por órgão ou poder: Art. 20 – LRF: A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder:
Na esfera Federal-2,5% para o Legislativo; 6% para o Judiciário; 40,9% para o executivo; 0,6% para o MPU. Na esfera
Estadual-3% para o legislativo; 6% para o judiciário; 49% para o executivo; 2% para o MP. Na esfera Municipal-6% para o
legislativo; 54% para o executivo.
❖ A câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua receita com folha de pagamento.
❖ A LRF é lei nacional, sendo inconstitucional lei estadual que amplia os limites máximos de gastos com pessoal.
Limites de Alerta e prudencial: o limite de alerta consiste em um aviso ao gestor sempre que os gastos com pessoal
atingir 90% do limite fixado para aquele órgão ou poder. Não há sanção por descumprimento, bem diferente do Limite
Prudencial, que é atingido quando a despesa com pessoal exceder a 95% do limite de cada órgão ou poder. Nesse caso o
Tribunal de Contas notificam o gestor.
❖ Ultrapassado o limite não se pode conceder aumentos remuneratórios aos servidores públicos, exceto a Revisão
Geral Anual – RGA. Contudo se atingir 100% do limite de gastos com pessoal, não pode conceder nem mesmo o
RGA.
Medidas para eliminar o excesso nas despesas com pessoal: o gestor responsável tem 2 quadrimestres para
solucionar o problema, e poderá:
• Poderá ser extinto cargos e funções e redução dos valores a eles atribuídos;
• Redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos a nova carga horária;
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Art. 169 da CF – A União, os Estados, o DF e os Municípios adotarão as seguintes providencias:
redução de pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; e
exoneração dos servidores não estáveis.
O servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos poderes especifique
a atividade funcional e o servidor fará jus a indenização correspondente a um mês de renumeração por ano de serviço.
❖ Não pode haver qualquer redução remuneratória para fins de adequação ao limite de gastos com pessoal.
QUESTÕES DE PROVA
(FCC – PROCURADOR PGE/AP – 2018) O limite com despesas de pessoal é uma grande
preocupação da Constituição de 1988, finalmente regulada pela Lei de Responsabilidade Fiscal
− LRF no ano 2000. Acerca do controle da Despesa Total com Pessoal (DTP) na LRF, é correto
afirmar que
a) no Estado do Amapá, a despesa com pessoal, em cada período de apuração, como percentual
da Receita Corrente Líquida, não poderá exceder 3% para o Poder Legislativo, incluído o Tribunal
de Contas, 6% para o Poder Judiciário e 2% para o Ministério Público.
b) não é computado como despesa com pessoal para efeito de cálculo dos limites da LRF a
despesa com inativos, mesmo que custeadas diretamente pela conta do tesouro.
c) ainda que exista o limite, não pode vir a ser considerado nulo de pleno direito um aumento
salarial descumpridor dos requisitos da LRF, por se tratar de verba alimentar.
d) a prorrogação de uma despesa de caráter continuado criada por prazo determinado não é
considerada aumento de despesa, para os fins da LRF.
GABARITO: A
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