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1- Apresentação pessoal:

- Juiz em SP; ex-Promotor de Justiça; aprovação na magistratura do TJPR;


- Doutor em Direito do Estado; professor também de graduação e pós;
- Artigos – livros;
(http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4421008H0)

2- Livros? Sugestões de bibliografia:


- Eduardo Sabbag (Direito Tributário Essencial, ed. Atlas/Gen).

3- Primeira fase: leitura da CF, do CTN e da jurisprudência dos Tribunais Superiores;


4- Acompanhamento das novidades pelo Facebook (https://www.facebook.com/renato.depretto.9) e insta-
gram (@renatodepretto);
5- Canal “plantão de dúvidas”.

CURSO PARA DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 2020

- DIREITO TRIBUTÁRIO: legalidade, competência tributária, capacidade tributária, limitações constitucio-


nais ao poder de tributar, infrações tributárias, fato gerador, lançamento, extinção da exigibilidade, repetição
do indébito, execução fiscal, certidão negativa de débitos.

- DIREITO TRIBUTÁRIO*:
1.Sistema Tributário Nacional (Competência Tributária, Espécies Tributárias e Limitações Constitucionais
Ao Poder De Tributar);
2.Obrigação Tributária;
3.Crédito Tributário;
4. Processo Tributário (execução fiscal).
Total = 8h = 16 blocos
(*oito últimas provas para Delegado da Polícia Civil)

SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO (arts. 145/162, CF)

(i) Conceito: conjunto de normas que regula a tributação (ação estatal de exigir tributos);
(ii) CF na área tributária (“a Constituição não criou tributo”):

1- discriminou competências tributárias;


2- classificou os tributos em espécies e subespécies;
3- traçou a regra-matriz das várias espécies e subespécies tributárias;
4- apontou as limitações ao “poder de tributar”;
5- delimitou a repartição de receitas tributárias (arts. 157/162, CF).

- Direito Tributário é matéria de competência legislativa concorrente da União, dos Estados e do DF:(*)

Art. 24, I, CF. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

(i) Conceito: aptidão para criar, em abstrato, tributos. Pertence apenas aos entes federados (U, E, DF e M).
- criação dos tributos (sempre por lei – art. 150, I, CF):
- Lei Ordinária (regra);
- Lei Complementar (exceção) - 4 hipóteses:
- art. 148, CF (EC);
- art.153, VII, CF (IGF);

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- art.154, I, CF (Impostos Residuais da U);
- art. 195, § 4º, CF (Contribuições de seguridade social residuais).

- Características da Competência Tributária:

a) privativa ou exclusiva (art. 6º, CTN);


b) incaducável (≠ capacidade tributária ativa, que corresponde ao direito subjetivo de cobrar o crédito tribu-
tário – arts. 119/120, CTN);
c) de exercício facultativo (art. 8º, CTN);
d) indelegável (art. 7º, CTN) (≠ capacidade tributária ativa, que é delegável – § 3º do art. 7º do CTN).

COMPETÊNCIA PARA IMPOSTOS – CF 88:

1) Estatuais e distritais (art. 155, CF): ITCMD, ICMS e IPVA;


2) Municipais e distritais (art. 156 c/c o art. 147, parte final, CF): IPTU, ITBI e ISS;
3) Federais (arts. 153 e 154, CF): II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF, IMPOSTOS RESIDUAIS e IMPOSTOS EXTRAOR-
DINÁRIOS;
* DF = competência cumulativa ou múltipla (impostos estaduais e municipais) – arts. 155, caput e 147, parte
final, CF.

- PI/2018; DF/2015; CE/2015

Art. 147, CF. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos
municipais.

* ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS – CF 88

- Adoção da teoria pentapartida (Supremo Tribunal Federal, RE 146.733):


1) Impostos (art. 145, I) – U, E, DF e M;
2) Taxas (art. 145, II) - U, E, DF e M;
3) Contribuição de Melhoria (art. 145, III) - U, E, DF e M;
4) Empréstimos Compulsórios (art. 148) – só U;
5) Contribuições Especiais (art. 149 e art. 149-A):
- art. 4º, CTN: derrogação em relação aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais (*);
- relevância da destinação legal da arrecadação nos empréstimos compulsórios e nas contribuições espe-
ciais.

CUIDADO:

Art. 4º, CTN. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obriga-
ção, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Art. 5º, CTN. Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.


5) Contribuições Especiais:
5.1) Sociais: - gerais – só U;
- de seguridade social (*) – regra: U;
5.2) de intervenção no domínio econômico – só U;
5.3) de interesse de categorias profissionais/econômicas – só U;
5.4) CIP/COSIP (art. 149-A) – M e DF.

- Competência dos Estados, Municípios e DF no que tange às contribuições apenas sobre previdência de
seus servidores:

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Art. 149, § 1º, da CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei,
contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos
aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
(Parágrafo com redação determinada na Emenda Constitucional nº 103, de 12.11.2019, DOU 13.11.2019, em
vigor em, para os regimes próprios de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na data de publicação de lei de iniciativa privativa do respectivo Poder Executivo que as referende integral-
mente).

1. IMPOSTOS

I) Conceito (art. 16, CTN): trata-se de tributo não vinculado à atuação estatal; possui caráter contributivo (≠
taxas e contribuição de melhoria, as quais detêm caráter retributivo ou comutativo);
- RO/2014

2. TAXAS (arts. 77/80, CTN)


I) Conceito – art. 145, II, CF (*)
- trata-se de tributo vinculado à prestação estatal;
Art. 145, II, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tribu-
tos:
(...) II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
a) Taxa de Serviços Públicos:
- Específicos (destacados em unidades autônomas) e divisíveis (utilização separada) – art. 79, CTN;
- Súmula nº 670, STF e Súmula Vinculante nº 41, STF (*);

Súmula nº 670, STF. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Súmula Vinculante nº 41, STF. O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

- Taxa de limpeza pública e conservação de vias/logradouros públicos: inconstitucionalidade;


- taxa de segurança pública: inconstitucionalidade;
- taxa de incêndio ou de combate a sinistros: inconstitucionalidade (STF) (*):

Município e taxa de combate a sinistros:


A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade precí-
pua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de im-
postos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim. (STF, RE 643247/SP, rel. Min. Marco Aurélio,
julgamento em 1º.8.2017).
Essa é a tese do Tema 16 da repercussão geral fixada pelo Plenário — Informativo 866.

≠ taxa de coleta domiciliar de lixo - constitucionalidade: Súmula Vinculante nº 19, STF (*);

Súmula Vinculante nº 19, STF. A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta,
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II,
da Constituição Federal.

b) Poder de Polícia:
- Mecanismo de frenagem de direitos fundamentais (art. 78, CTN);
- exemplos: taxa de fiscalização de anúncios; taxa de localização e funcionamento de estabelecimento;
TCFA (taxa de controle e fiscalização ambiental); taxa CVM (S. 665, STF).
• Base de cálculo – art. 145, § 2º, CF
- SV 29, STF (*).

Art. 145, § 2º, CF. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

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Art. 77, p.ú., CTN. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a
imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas.

Súmula Vinculante nº 29, STF. É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais ele-
mentos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre
uma base e outra.
STF: O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU – a metragem da área
construída do imóvel – que é o valor do imóvel (CTN, art. 33), ser tomado em linha de conta na determinação
da alíquota da taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa taxa base de cálculo igual à do IPTU: o
custo do serviço constitui a base imponível da taxa. Todavia, para o fim de aferir, em cada caso concreto, a
alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que a alíquota não se confunde com a
base imponível do tributo. Tem-se, com isto, também, forma de realização da isonomia tributária e do prin-
cípio da capacidade contributiva: CF, arts. 150, II, 145, § 1º.
(RE 596.945 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 14-2-2012).

3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA (arts. 81/82, CTN)

(i) Conceito
- tributo vinculado: pressupões a execução de obra pública daqual decorra valorização imobiliária.

(ii) Base de cálculo (*);

BASE. CÁLCULO. CONTRIBUIÇÃO. MELHORIA.


In casu, a cobrança da contribuição de melhoria estabelecida em virtude da pavimentação asfáltica de via
pública considerou apenas o valor total da obra sem atentar para a valorização imobiliária. É uníssono o
entendimento jurisprudencial neste Superior Tribunal de que a base de cálculo da contribuição de melhoria
é a efetiva valorização imobiliária, a qual é aferida mediante a diferença entre o valor do imóvel antes do
início da obra e após a sua conclusão, sendo inadmissível a sua cobrança com base somente no custo da
obra pública realizada (STJ, REsp 1.076.948-RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/11/2010).

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, CF)

(i) Espécies (*):


- inciso I: EC excepcional (sem observância do princípio da anterioridade anual e nonagesimal);
- inciso II: EC especial (observância do princípio da anterioridade anual e nonagesimal).

Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o dis-
posto no art. 150, III, b.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à des-
pesa que fundamentou sua instituição.

LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR

(i)formas de exteriorização das limitações constitucionais ao poder de tributar: princípios e imunidades;

(ii) art. 146, II, CF: necessidade de lei complementar para regulá-las (*);

Art. 146, CF. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

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III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre (...).
- SE/2018
Art. 146-A, CF. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer nor-
mas de igual objetivo.

(iii) rol não exaustivo do art. 150, CF (expressão “sem prejuízo de outras garantias” no art. 150, caput, da
CF).
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
- Basicamente nos arts. 145, § 1º e 150/152, CF.
(i) Gerais (art. 150, CF – todos os entes federados) e específicas (União – art. 151, CF – e Estados/DF/Municí-
pios – art. 152, CF);

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA


(i)Previsão: art. 145, § 1º, CF*;

*Art. 145, § 1º, CF: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimô-
nio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
- GO/2018

Posição mais tradicional – progressividade só para impostos pessoais:

Súmula nº 668, STF - É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitu-
cional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função
social da propriedade urbana.
Súmula nº 656, STF - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de trans-
missão inter vivos de bens imóveis - ITBI, com base no valor venal do imóvel.
Posição mais moderna (progressividade inclusive para impostos reais):
ITCD e alíquotas progressivas - STF, RE 562045/RS:
(...) todos os impostos, independentemente de sua classificação como de caráter real ou pessoal, poderiam
e deveriam guardar relação com a capacidade contributiva do sujeito passivo. (...) Ademais, assinalou-se
inexistir incompatibilidade com o Enunciado 668 da Súmula do STF (“É inconstitucional a lei municipal que
tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se
destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana”). (...) diferentemente do que
ocorreria com o IPTU, no âmbito do ITCD não haveria a necessidade de emenda constitucional para que o
imposto fosse progressivo (STF, Informativo 694, fev/2013).

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA


- art. 150, I, CF (*).

* Art. 150, I, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

* Conteúdo – art. 97, CTN (*)

Art. 97, CTN: Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;


II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21. 26, 39, 57 e 65;

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III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do
artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39,
57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
penalidades.
*Rol taxativo do art. 97 do CTN. Por consequência:
- prazo para pagamento/vencimento? Desnecessidade de lei (STF, RE 195.218 e RE 182.971);
- obrigações tributárias acessórias? Desnecessidade de lei (basta “legislação tributária” – art. 96* c/c art.
113, § 2º, ambos do CTN).

- Lei ≠ “legislação tributária” (art. 96, CTN)


Art. 96, CTN: A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções interna-
cionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e rela-
ções jurídicas a eles pertinentes.

* Medida Provisória (art. 62, § 2º, CF): possibilidade de sua edição para matéria tributária, salvo se matéria
tributária reservada à lei complementar (art. 62, § 1º, III, CF)*.
*Art. 62, § 2º, CF. Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido con-
vertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

- Aparentes exceções ou “legalidade flexível” ou mitigações ou atenuações ou exceções (posição minori-


tária quanto a esse último sinônimo – “exceções”):

- Alterações que se seguem apenas para as ALÍQUOTAS (e não para a base de cálculo);

(a) art. 153, § 1º, CF: II, IE, IPI e IOF – impostos extrafiscais;
(b) Art. 155, § 4º, IV, c, CF: ICMS-combustíveis monofásico;
- ICMS, como regra, é plurifásico: produção, indústria e comércio;
(c) Art. 177, § 4º, I, b, CF: CIDE-combustíveis.

Art. 153, § 1º, CF. É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

Art. 177, § 4º, I, b, CF. A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e
álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
(...) b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III,
b;

Art. 155, § 4º, IV, c, CF. Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:
(...) IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos
termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
(...) c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

IGUALDADE EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA


(i) art. 150, II, CF (*):

- vedação a diferenciações arbitrárias, a “privilégios odiosos”;

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Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...) II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA


(i) Previsão: art. 150, III, a, CF (*);

Art. 150, III, a, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...) III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;

(ii) Retroatividade tributária infraconstitucional - Art. 106, CTN e art. 144, § 1º, CTN (*).

Art. 106, CTN. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infra-
ção dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha
sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

REDUÇÃO DO TRIBUTO: não há retroatividade (art. 144, caput, CF)*.

Art. 144, CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

LEI TRIBUTÁRIA PROCEDIMENTAL OU FORMAL

- Art. 144, § 1º, CTN. Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador
da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os pode-
res de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilé-
gios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
- BA/2018

SIGILO BANCÁRIO e APLICAÇÃO RETROATIVA DA LC 105/2001.


Conforme orientação jurisprudencial do STJ em REsp Repetitivo (REsp 1134665/SP – Tema 275), “a quebra
do sigilo bancário sem prévia autorização judicial, para fins de constituição de crédito tributário não extinto,
é autorizada pela Lei 8.021/90 e pela Lei Complementar 105/2001, normas procedimentais, cuja aplicação é
imediata, à luz do disposto no artigo 144, § 1º, do CTN”.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA

1. DE EXERCÍCIO FINANCEIRO OU COMUM OU ANUAL OU GERAL

(i) previsão: art. 150, III, b, CF* c/c art. 165, § 9º, I, CF c/c art. 34, Lei nº 4.320/64 – exercício financeiro = ano
civil;

*Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...) III - cobrar tributos:

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(...) b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
- não se confunde com o já abolido princípio da anualidade (EC 1/69), o qual exigia que o tributo tivesse
prévia autorização na lei orçamentária anual;

(ii) Cláusula pétrea (STF, ADI 939);


(iii) Exceções:

1- art.155, § 4º, IV, c, CF: ICMS-combustíveis monofásico;


2- art.177, § 4º, I, b, CF: CIDE-combustíveis;
3- art. 150, § 1º, 1ª parte, CF: EC só do art. 148, I, CF; II, IE, IPI, IOF (art. 153, I, II, IV e V, CF) e impostos
extraordinários da União (art. 154, II, CF);*
4- art. 195, § 6º, CF (anterioridade especial): contribuições especiais de seguridade social**;
- DF/2015

*Art. 150, § 1º, 1ª parte, CF:


A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V, e 154, II; e a
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à
fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

**Art. 195, § 6º, CF. As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, b.

(iv) Observância do princípio da anterioridade só para modificação substancial e não para mudança da data
do recolhimento - S. 669, STF e SV 50, STF*;

Súmula nº 669, STF. Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita
ao princípio da anterioridade.
Súmula vinculante nº 50, STF. Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não
se sujeita ao princípio da anterioridade.

2. ANTERIORIDADE MÍNIMA OU NOVENTENA OU NONAGESIMAL


(i) previsão: art. 150, III, c, CF*

Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...) III - cobrar tributos:
(...) c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumen-
tou, observado o disposto na alínea b;
(ii) Exceções - art. 150, § 1º, 2ª parte, CF*:
1- EC só do art. 148, I, CF;
2- II, IE, IR, IOF (art. 153, I, II, III e V, CF);
3- impostos extraordinários da União (art. 154, II, CF);
4- fixação da base de cálculo do IPVA e do IPTU.

*Art. 150, § 1º, 2ª parte, CF:


A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V, e 154, II; e a
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V, e 154, II, nem à
fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

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