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729281 - Técnico/a Auxiliar de

Saú de

Cuidados na saú de
a populaçõ es mais
vulnerá veis

UFCD 6580

50 Horas
Cuidados na saú de a populaçõ es mais vulnerá veis UFCD 6580

Índice
Objetivos .........................................................................................................................................................

Conteúdos........................................................................................................................................................

O alcoolismo.....................................................................................................................................................

Problemas associados ao álcool.......................................................................................................................

Conceitos básicos sobre bebidas alcoólicas, consumo nocivo e dependência.................................................

Os tipos de embriaguez..................................................................................................................................

Processos degenerativos e demências...........................................................................................................

As dificuldades no tratamento do utente alcoólico........................................................................................

A reabilitação e redes de suporte...................................................................................................................

A toxicodependência......................................................................................................................................

A problemática...............................................................................................................................................

O tipo de drogas: classificação.......................................................................................................................

As medidas de atuação e prevenção

A integração em programas de assistência sanitária

VIH/SIDA

A infeção pelo VIH/SIDA e a necessidade da prevenção e rastreio precoce

Modos de transmissão, evolução da infeção VIH, comportamentos de risco

Conhecimento e cumprimento de regras de precaução da infeção

Exploração de medos e anseios

As questões éticas e legais

Aspetos psicossociais da infeção VIH/SIDA

Doenças oportunistas.....................................................................................................................................

Outras doenças infeciosas. Hepatite A, B, C, e Tuberculose ..........................................................................

A problemática e necessidade da prevenção e rastreio precoce ..................................................................

Modos de transmissão, comportamentos de risco .......................................................................................

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As medidas de actuação e prevenção ...........................................................................................................

A prestação de cuidados ...............................................................................................................................

Negligência, violência e mal tratoss ..............................................................................................................

Conceito de violência, maus-tratos e negligência .........................................................................................

A perspectiva da vítima e os sinais de alerta ................................................................................................

As medidas de atuação e prevenção ............................................................................................................

As técnicas de comunicação perante situações de violência e maus-tratos .................................................

Aspetos específicos nos cuidados à pessoa em situação vulnerável .............................................................

Alimentação e eliminação .............................................................................................................................

Higiene e conforto ........................................................................................................................................

Sono e repouso .............................................................................................................................................

A dor e outros sintomas ................................................................................................................................

Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de intervenção do/a Auxiliar e
Saúde ............................................................................................................................................................

Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão
direta .............................................................................................................................................................

Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a
.......................................................................................................................................................................

Bibliografia e netgrafia..................................................................................................................................

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Objetivos

 Identificar as noçõ es bá sicas associadas à problemá tica do alcoolismo bem


como os aspetos psicossociais e sanitá rios associados.
 Identificar os principais efeitos do á lcool no organismo.
 Identificar as noçõ es bá sicas de tipos de tratamento do alcoolismo.
 Identificar as noçõ es bá sicas associadas à problemá tica da toxicodependência
bem como os aspetos psicossociais e sanitá rios associados.
 Identificar as noçõ es bá sicas dos diferentes tipos de drogas e respetiva
classificaçã o.
 Identificar as noçõ es bá sicas das medidas de atuaçã o de intoxicaçã o por
drogas.
 Identificar noçõ es bá sicas associadas ao conceito de VIH-SIDA, evoluçã o da
infeçã o e a necessidade de prevenir e efetuar um rastreio precoce.
 Identificar as noçõ es bá sicas associadas à s questõ es éticas e legais associadas
ao VIH-SIDA.
 Identificar as noçõ es bá sicas associadas à problemá tica da hepatite e
tuberculose.
 Identificar as noçõ es bá sicas associadas à problemá tica da negligência, mal
tratos e violência.
 Identificar os principais sinais de alerta de situaçõ es no â mbito do alcoolismo,
toxicodependência, VIH-SIDA, e outras doenças infecto-contagiosas, negligência, mal
tratos e violência e aplicar protocolos.
 Identificar as especificidades a ter em conta nos cuidados de alimentaçã o,
higiene, conforto e eliminaçã o das populaçõ es mais vulnerá veis.
 Explicar que as tarefas que se integram no â mbito de intervençã o do/a
Técnico/a Auxiliar de Saú de terã o de ser sempre executadas com orientaçã o e
supervisã o de um profissional de saú de.
 Identificar as tarefas que têm de ser executadas sob supervisã o direta do
profissional de saú de e aquelas que podem ser executadas sozinho.
 Explicar a importâ ncia de demonstrar interesse e disponibilidade na
interaçã o com utentes.

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 Explicar a importâ ncia de manter autocontrolo em situaçõ es críticas e de


limite.
 Explicar o dever de agir em funçã o das orientaçõ es do Profissional de saú de.
 Explicar o impacte das suas açõ es na interaçã o e bem-estar emocional de
terceiros.
 Explicar a importâ ncia da sua atividade para o trabalho de equipa
multidisciplinar.
 Explicar a importâ ncia de assumir uma atitude pró -ativa na melhoria
contínua da qualidade, no â mbito da sua açã o profissional.
 Explicar a importâ ncia de cumprir as normas de segurança, higiene e saú de
no trabalho assim como preservar a sua apresentaçã o pessoal.
 Explicar a importâ ncia de agir de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos no â mbito das suas atividades.
 Explicar a importâ ncia de adequar a sua açã o profissional a diferentes
pú blicos e culturas;
 Explicar a importâ ncia de prever e antecipar riscos.
 Explicar a importâ ncia de demonstrar segurança durante a execuçã o das suas
tarefas.
 Explicar a importâ ncia da concentraçã o na execuçã o das suas tarefas.
 Explicar a importâ ncia de desenvolver as suas atividades promovendo a
humanizaçã o do serviço.

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Conteúdos

 O alcoolismo
 Problemas associados ao á lcool
 Conceitos bá sicos sobre bebidas alcoó licas, consumo nocivo e
dependência
 Os tipos de embriaguez
 Processos degenerativos e demências
 As dificuldades no tratamento do utente alcoó lico
 A reabilitaçã o e redes de suporte

 A toxicodependência
 A problemá tica
 O tipo de drogas: classificaçã o
 As medidas de atuaçã o e prevençã o
 A integraçã o em programas de assistência sanitá ria

 VIH/SIDA
 A infeçã o pelo VIH/SIDA e a necessidade da prevençã o e rastreio precoce
 Modos de transmissã o, evoluçã o da infeçã o VIH, comportamentos de risco
 Conhecimento e cumprimento de regras de precauçã o da infeçã o
 Exploraçã o de medos e anseios
 As questõ es éticas e legais
 Aspetos psicossociais da infeçã o VIH/SIDA
 Doenças oportunistas

 Outras doenças infeciosas. Hepatite A, B, C, e Tuberculose


 A problemá tica e necessidade da prevençã o e rastreio precoce
 Modos de transmissã o, comportamentos de risco
 As medidas de atuaçã o e prevençã o
 A prestaçã o de cuidados

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 Negligência, violência e mal tratos


 Conceito de violência, maus-tratos e negligência
 A perspetiva da vítima
 Os sinais de alerta para identificaçã o de deteçã o de casos de negligência,
violência e maus-tratos
 As medidas de atuaçã o e prevençã o
 As técnicas de comunicaçã o perante situaçõ es de violência e maus-tratos

 Aspetos específicos nos cuidados à pessoa em situaçã o vulnerá vel


 Alimentaçã o
 Eliminaçã o
 Higiene e conforto
 - Indivíduo com dor
 - Indivíduo objeto de violaçã o
 Sono e repouso
 A dor e outros sintomas

 Tarefas que em relaçã o a esta temá tica se encontram no â mbito de


intervençã o do/a Auxiliar e Saú de
 Tarefas que, sob orientaçã o de um Enfermeiro, tem de executar sob sua
supervisã o direta
 Tarefas que, sob orientaçã o e supervisã o de um Enfermeiro, pode
executar sozinho/a

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O alcoolismo
Problemas associados ao álcool

 O alcoolismo é um estado patoló gico que retira o individuo do contacto em


torno de si mesmo. O á lcool é colocado com o intuito de preencher alguma falta
consciente ou inconsciente que o indivíduo não consegue suprir por outros
meios. É em geral uma síndrome para a qual concorrem vá rios fatores psicoló gicos,
dentre eles a carência afetiva, a impotência diante da vida, a incapacidade de
aceitar seus próprios limites, etc.

 As suas raízes também se encontram na relação paterna, visto que é o pai


quem provê os filhos do discernimento necessá rio na soluçã o de conflitos. É , em
geral, ele quem prepara e impulsiona o filho para vencer as dificuldades externas. A
ausência do pai na relaçã o com os filhos pode provocar essa dificuldade em lidar

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com o mundo e tudo que ele representa para o espírito, com sua complexidade cada
vez mais crescente.

Muitos termos sã o aplicados para se referir a uma pessoa alcoólica, ao alcoolismo,


mas é de consenso geral que:

 O alcoolismo é uma doença;


 O alcoó lico pode apresentar prejuízos relacionados com o consumo de á lcool
em todas as á reas da vida (físico, mentais, morais, profissionais, entre outros)
 O alcoó lico perde a capacidade de controlar a quantidade de bebida que
ingere, uma vez que vence a ingestã o (dependência química)

O que é uma pessoa alcoólica?

 Nem todas as pessoas que bebem muito á lcool sã o consideradas alcoó licas. Só
é considerada alcoó lica uma pessoa fisicamente dependente do á lcool, pois sente
necessidade de beber e dificilmente consegue parar. Considerando-se assim doentes
cró nicos. Essas pessoas desenvolvem tolerâ ncia ao á lcool, precisando sempre de
mais e mais bebida para sentir os efeitos.
 Os sinais de que alguém pode ser alcoó lico incluem:
 Beber para esquecer os problemas;
 Beber sozinho com frequência;
 Mentir sobre o seu há bito de beber;
 Perder o interesse por comida;
 Sentir-se triste ou irritado quando nã o bebe;
 Perder as memó rias de certos eventos;

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 Os jovens bebem demasiadas bebidas alcoó licas e uma percentagem já é


dependente do á lcool, revela um estudo médico realizado em Coimbra durante a
Queima das Fitas.
 Os resultados obtidos permitem tirar a liçã o de que o consumo de bebidas
alcoó licas excessivas é habitual em 50% da amostra, pois 44.5% foram classificados
como tendo um consumo nocivo/abuso e 5.6% foram considerados dependentes.
 A investigadora acrescenta que o consumo nocivo/abuso e a dependência
foram mais frequentes no sexo masculino entre os 18 e os 29 anos.
 Nas idades mais jovens (15-17 anos) foram encontrados 7 casos de consumo
nocivo/abuso e 2 casos de dependência alcoó lica.

O que influencia os jovens ao consumo?

 Se para os adultos o consumo do á lcool pode ser um escape aos problemas,


para os jovens é, por vezes, uma afirmaçã o, pois sã o influenciados pelo seu grupo de
amigos, numa forma de afirmar a sua identidade, espelhando.se no seu grupo de
iguais.

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 É possível também que a influência parta do exemplo dado pelos adultos,


sendo dessa forma determinante nas escolhas feitas pelos adolescentes/jovens.

Conceitos básicos sobre bebidas alcoólicas, consumo nocivo e


dependência

O tipo de álcool das bebidas é o etanol (ou á lcool etílico), cuja estrutura molecular
é CH3 – CH2 – OH. Há duas formas de produçã o dessas bebidas (por fermentação
ou destilação), que se caracterizam por diferenças de concentraçã o da substâ ncia.
Nas bebidas fermentadas, como vinho e cerveja, o teor varia de 4% a 15%, ao
passo que nas destiladas (uísque, vodca etc.) situa-se entre 40% e 90%. Quanto
maior esse valor, mais rá pida é absorçã o pelo organismo –entra na corrente
sanguínea e, de início, provoca uma alteraçã o nas células neurotransmissoras, dando
origem a uma sensaçã o de desinibiçã o e euforia.

O á lcool é consumido há muito tempo. Porém, antes do processo de destilação, as


bebidas tinham um teor de álcool mais baixo, pois sofriam a fermentaçã o. Eram
elas a cerveja e o vinho. O á lcool é uma bebida psicotró pica. Além de causar
dependência, causa também mudanças no comportamento. Inicia-se com uma
alteraçã o no humor acompanhada de uma euforia, depois vem o momento da

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sonolência, onde o indivíduo nã o possui mais a sua coordenaçã o motora e apresenta


comportamento depressivo. Isso acontece devido ao facto do á lcool agir diretamente
no sistema nervoso central.

O álcool compromete partes do cérebro responsá veis pela memória,


aprendizagem, motivação e autocontrolo. É considerada uma droga depressora,
ou seja, causa efeitos semelhantes aos da depressã o como sonolência, tonturas,
distúrbios no sono, náuseas, vómitos, fala incompreensível, reflexos
comprometidos e ressaca.
O consumo das bebidas alcoólicas pode causar diversas outras doenças como a
esteatose, que é o acúmulo de gordura no fígado, a qual pode evoluir para uma
cirrose. Esta, por sua vez, frequentemente nã o tem reversã o e só é curada através
de um transplante de fígado. O doente fica com a pele amarelada, desnutrido, com a
barriga inchada e sente fortes dores abdominais. Pode causar também sangramento
pelo nariz e vó mitos.
Outra doença comum é uma inflamação no miocárdio, chamada miocardite, que
se caracteriza por tonturas e falta de ar, que por sua vez sã o causadas por uma
arritmia cardíaca.
Pode causar, ainda, uma inflamação no pâncreas, denominada pancreatite, que se
manifesta através de dores de barriga e diarreia, e caso nã o seja tratada pode
transformar-se em diabetes. A neuropatia, que é uma alteraçã o nos nervos, é
caracterizada pela perda do tato e formigamentos nas mã os.
E, por fim, pode causar uma lesão no cérebro que compromete a memória e altera
drasticamente o comportamento do indivíduo.

A dependência do álcool é uma doença médica e comportamental, com um elevado


risco de evoluir de forma cró nica e progressiva. A extensa investigaçã o ao longo dos
ú ltimos 20 anos tem contribuído para a compreensã o da doença, afastando a
dependência de álcool de uma falha de cará cter moral e reconhecendo-a como uma
situação médica que pode - e deve - ser tratada.

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O á lcool é tó xico para a maioria dos ó rgã os do corpo e o nível de consumo está
fortemente relacionado com o risco de morbilidade de longo prazo e mortalidade. O
álcool é um fator causal em mais de 60 tipos de doenças e ferimentos.
Os fatores genéticos e ambientais sã o importantes no início do consumo de á lcool. A
família, grupos de pares e a sociedade determinam o nível de exposiçã o ao stresse e
ao á lcool. A suscetibilidade de se desenvolver uma perda de controlo no consumo do
á lcool é geneticamente predisposta e os fatores genéticos contribuem para cerca de
60% do risco de doença. O risco de dependência do álcool aumenta com o
consumo do álcool. Estima-se que o consumo do álcool provoque cerca de 20% a
50% das cirroses hepáticas, epilepsia, envenenamentos, acidentes de viação,
violência e vários tipos de cancro.

Os tipos de embriaguez

 Embriaguez é o nome dado ao torpor e intoxicação causados pelo


consumo excessivo de algumas drogas, sobretudo o álcool.
Tipos:
 Não acidental:
 Voluntária: o agente deseja ingerir a substâ ncia que lhe causará a
embriaguez, sem qualquer empecilho para isso;
 Culposa: o agente deseja ingerir a substâ ncia, mas nã o pretende embriagar-
se. A embriaguez é derivada de culpa, muito embora o consumo da bebida haja sido
espontâ neo e consciente;
 Preordenada: o agente embriaga-se com fins de cometer uma conduta típica,
a ingestã o de bebidas se dá exatamente em razã o da finalidade previamente
planeada.
 Acidental:
 Fortuita: derivada de caso fortuito, ocorre quando o agente se embriaga sem
o seu pró prio consentimento, sendo que nã o a previu nem desejou. Aqui ocorre o
erro e a ignorâ ncia, pois o sujeito desconhece os efeitos que tal produto pode causar-
lhe ou mesmo a sua pró pria intolerâ ncia orgâ nica e

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 Forçosa: derivada de força maior, acontece quando o agente é impelido a


ingerir a substâ ncia que lhe causará a embriaguez, sem que possa resistir. Nessa
circunstâ ncia, é do seu conhecimento o efeito que lhe causará o consumo, entretanto,
nã o é possível esquivar-se.

 Patológica ou crónica: o agente embriaga-se ininterruptamente, nã o


conseguindo voltar ao estado de sobriedade. O seu sistema nervoso é dominado por
deformaçã o, nã o sendo mais capaz de voltar ao estado normal. Na medicina,
costuma ser equiparada a doença mental.
 Habitual: neste estado o sujeito embriaga-se com habitualidade, mas a
interrupçã o fá -lo voltar ao estado de sobriedade, isto é, os efeitos da intoxicaçã o
desaparecem com a eliminaçã o do á lcool do organismo.

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Processos degenerativos e demências

 É importante saber que quanto mais elevado for o nível de álcool no


organismo maiores serã o as oportunidades da pessoa entrar em coma alcoólico.
As funçõ es do cérebro, durante o coma alcoó lico, sã o alteradas, a respiraçã o e a
consciência ficam mais lentas e o nível de glicose no corpo reduz. Em alguns casos o
paciente com esse quadro clínico precisa ser hospitalizado e receber o apoio do
setor de cuidados intensivos.

A ingestão de bebida alcoólica também produz efeitos degenerativos no


organismo. Um dos ó rgã os mais afetados é o fígado, já que é o ó rgã o responsá vel
por retirar o á lcool do organismo uma vez que este é ingerido.
Além do fígado, outros ó rgã os também sofrem as consequências dessa prá tica,
como o estômago por receber grandes quantidades da substâ ncia (primeiro ó rgã o a
neutralizar essa agressã o) e o cérebro que recebe todos os estímulos produzidos
por essa substâ ncia.

Toda a açã o produz uma reaçã o e com o álcool o processo é o mesmo, e os efeitos
variam de pessoa para pessoa de acordo com a quantidade dessa substâ ncia
presente na corrente sanguínea.

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 Demência alcoólica é, como o pró prio nome sugere, uma forma de


demência provocada pelo consumo excessivo de álcool. Afeta a memó ria,
aprendizagem e outras funçõ es mentais. A síndrome de Korsakoff e a síndrome de
Wernicke-Korsakoff sã o formas particulares de lesões cerebrais provocadas pelo
á lcool e que podem estar relacionadas com a demência alcoólica.
 Os sintomas da Demência alcoólica variam de pessoa para pessoa e podem
incluir:
 Dificuldade na aprendizagem de coisas novas;
 Problemas na memó ria a curto-prazo;
 Alteraçõ es da personalidade;
 Dificuldades no pensamento ló gico e em tarefas que requeiram capacidades
de planeamento, organizaçã o e discernimento;
 Competências sociais fracas;
 Problemas de equilíbrio;
 Diminuiçã o da iniciativa.

Geralmente, as pessoas conservam as competências que aprenderam durante a vida,


antes de terem desenvolvido a doença, como por exemplo a linguagem, e, por isso,
normalmente conseguem cuidar-se com o suporte apropriado.

Quem desenvolve demência alcoólica?

 Qualquer pessoa que beba quantidades excessivas de álcool durante


vários anos pode desenvolver demência alcoólica. Esta atinge mais
frequentemente homens com idades entre os 45 e 65 anos, com uma histó ria longa
de abuso de á lcool, embora possa afetar homens e mulheres de qualquer idade. O
risco aumenta consideravelmente nas pessoas que bebem regularmente
quantidades elevadas de á lcool.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que para reduzir o risco de


problemas de saú de relacionados com o á lcool, o consumo deve ser no má ximo de
duas bebidas padrã o (que corresponde a 20 gr de á lcool) por dia para os homens, e

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de uma bebida padrã o (que corresponde a 10 gr de á lcool) por dia para as mulheres,
devendo em ambos os casos ser consumido no má ximo cinco dias por semana.

Algumas pessoas que bebem quantidades elevadas de álcool, nã o desenvolvem


Demência alcoó lica. Apesar de ainda nã o se ter esclarecido porque é que algumas
pessoas que fazem consumo excessivo desenvolvem este tipo de demência e outras
nã o, pensa-se que esta situaçã o possa estar relacionada com a alimentação.

As dificuldades no tratamento do utente alcoólico

 O alcoolismo é uma das piores e mais temidas doenças em todo o


mundo. O tratamento do alcoolismo não é fácil, nem se estabelece de um dia para
o outro. Para todos os alcoó licos em recuperaçã o, a tentação de cair no vício da
bebida é enorme e muito forte e isso faz com que a recuperaçã o do alcoolismo seja
uma luta constante. Não existe cura para o alcoolismo e, dessa forma, os conceitos
de recuperaçã o do alcoolismo ou de tratamento do alcoolismo sã o muito difíceis de
atingir na realidade. Na prá tica, a forma de lidar com o alcoolismo passa pela força
mental e pela capacidade de cada um em ultrapassar obstáculos e dificuldades.
Só assim é possível obter a recuperaçã o do alcoolismo.

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É ponto assente que, neste momento, não existe uma cura para o alcoolismo.
Contudo pode ser tratado! O tipo e a duração do tratamento face ao alcoolismo
variam em função do grau de dependência e do estado de saúde geral do
doente. Quanto mais cedo for detetado o problema do á lcool, maiores sã o as
probabilidades de sucesso na recuperaçã o e tratamento do alcoolismo.

Aspetos importantes a considerar:

 Força de vontade: todo o tratamento, face ao problema do alcoolismo, está


condenado à partida, se o paciente nã o reconhecer a gravidade do seu problema
perante o vício do á lcool. A negação do problema do alcoolismo é uma justificaçã o
comum para nã o aceitar ou aderir a qualquer tratamento do alcoolismo. Para
conseguir vingar numa recuperaçã o plena face ao alcoolismo, o paciente deverá ter
uma força de vontade ilimitada, pois o risco de uma recaída perante o alcoolismo
pode acontecer pelas mais variadas razõ es e será uma constante.

 Desejo de mudança: O desejo de mudança é uma condiçã o muito importante


para atingir uma determinada meta, neste caso em particular, a recuperação do
alcoolismo. Contudo, o desejo, por si só , nã o vale isoladamente. Se o indivíduo nã o
apelar à força de vontade e ao espírito de sacrifício nã o conseguirá triunfar na
recuperaçã o face ao alcoolismo.
Quando estas condiçõ es estã o reunidas, o indivíduo está pronto para o pró ximo
passo, isto é o tratamento do alcoolismo. Os tratamentos para o alcoolismo sã o
bastante variados e, como tal, existem mú ltiplas perspetivas para essa condiçã o.

Em jeito de conclusão, o alcoolismo é um problema mundial que afeta milhares de


pessoas. Nã o existe, ainda, uma cura infalível para o combate ao alcoolismo, no
entanto existem tratamentos que levam ao estabelecimento de uma vida normal e
prazerosa.

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A reabilitação e redes de suporte

 Como é que os cidadã os afetados pelo alcoolismo podem recorrer aos


serviços de saú de de forma a combater a doença?

Como se pode tratar o alcoolismo?

No Porto:

 O tratamento do alcoolismo assenta, antes de tudo, na decisã o de tratar


este problema de saú de. Assumir esta atitude, em conjunto com a família, é o passo
fundamental para dar início ao tratamento com a ajuda da Unidade de Alcoologia
do Porto (UAP). Na UAP, o tratamento do alcoolismo inicia-se com a marcaçã o de
uma primeira consulta.

Em Lisboa:

Como se processa o tratamento do Consumo Nocivo e da Síndrome de


Dependência Alcoólica (alcoolismo) na Unidade de Alcoologia de Lisboa
(UAL)?

 Funciona em regime de consultas externas, agendadas de acordo com as


necessidades do utente, havendo possibilidade de recorrer ao internamento, sempre
que necessá rio.

No Centro:

 A Unidade de Alcoologia do Centro (UAC) do Instituto da Droga e da


Toxicodependência, IP é uma unidade especializada de tratamento de pessoas com
abuso ou dependência do á lcool em regime de ambulató rio ou de internamento.

Tratamentos para o alcoolismo

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 Desintoxicação: Implica a abstinência de á lcool para elimina-lo


completamente do organismo. Leva cerca de quatro a sete dias. Pessoas que passam
pela desintoxicaçã o normalmente tomam medicaçõ es para prevenir delírios e outros
sintomas de abstinência.

 Medicamentos: Alguns remédios sã o administrados para prevenir recaídas.


Alguns reduzem o desejo de beber, bloqueando as regiõ es do cérebro que sentem
prazer quando o á lcool é consumido; outros causam uma reaçã o física grave ao á lcool,
que inclui ná usea, vó mitos e dores de cabeça.
 Aconselhamento: Sessõ es de aconselhamento e terapia individual podem
auxiliar na recuperaçã o do alcoó latra, identificando situaçõ es nas quais as pessoas
podem ser tentadas e beber e encontrando meios de contornar esse desejo.
Um dos mais reconhecidos programas de recuperaçã o alcoó lica é o Alcoólicos
Anónimos. (AA)

A toxicodependência

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A problemática

Entre os impedimentos para a autoidentificaçã o, no período da adolescência,


destaca-se a rejeiçã o.

 Caraterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse


estigma acompanha-o na escola, no grupo social, em toda parte, tornando-o tã o
amargurado quã o infeliz.
 Sentindo-se impossibilitado de se auto realizar, o adolescente, que vem de
uma infâ ncia de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a vida, que é
a projeçã o inconsciente da família desestruturada, contra todos, o que é uma
verdadeira desdita.
 Muitos pais nã o entendem porque razão os jovens têm curiosidade pelas
drogas ou sentem atração pelo risco, já o velho ditado diz “O fruto proibido é o
mais apetecido” e estã o seguros que só consome drogas quem tem problemas,
porém, vários outros motivos podem conduzir os jovens a interessar-se por
drogas:

 Curiosidade;
 Desejo de viver outras experiências;
 Desejo de testar limites e transgredir regras;

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 Pressã o dos pares;


 Desafio à autoridade;
 Desejo de afirmaçã o;
 Informaçã o incorreta ou ausência de informaçã o.
 No entanto, o uso prolongado e destas drogas dá origem à
toxicodependência.
 A toxicodependência é um estado cró nico ou perió dico, motivado pelo
consumo repetido e abusivo de uma droga sintética ou natural, associada a
tendências para aumentar as doses, de modo a provocar, rapidamente, uma
dependência física, psíquica e econó mica.
Esta dependência nã o é exclusiva dos jovens, sendo também muito frequente nos
adultos. Contudo, é mais suscetível de atingir os adolescentes e os mais jovens,
em virtude de serem mais facilmente influenciáveis.
 A simples curiosidade, pode atraí-los para o ” desconhecido”, pois ouvem
frequentemente colegas falar das sensaçõ es causadas por certas substâ ncias.
 A simples curiosidade, aliada ao gosto pelo risco e aventura próprio da
idade, leva muitas vezes os jovens a lançarem-se no mundo da dependência de
drogas ilícitas. Muitas vezes elas servem apenas de escape e refúgio a
frustrações, sentimentos de insegurança, angústia e mal-estar.
A maioria destes jovens têm dificuldades em manter relaçõ es de amizade com outros
colegas e adultos.
 Na maioria dos casos apresentam sentimentos de enorme intolerância às
frustrações ou problemas do quotidiano. Deste modo, é normal os adolescentes
ou jovens afastarem-se da família, amigos e colegas.
 Assim, ao consumir drogas, pretendem redescobrir prazeres perdidos,
interesses e novos conhecimentos.
 O uso das drogas conduz indubitavelmente ao aparecimento de doenças,
e inclusive pode levar à morte prematura.
 Para além da morte pode ainda conduzir à degradação progressiva do
organismo e provocar a hepatite B , sida ou outras doenças contagiosas, se nã o
estiverem devidamente protegidos. Normalmente as doenças sã o difundidas pelos
pró prios toxicodependentes.

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 Salienta-se que nã o sã o só as drogas ilícitas que fazem mal ao físico e


psíquico, mas também as lícitas tais como o álcool e o tabaco. Estes sã o os mais
consumidos quer por jovens quer por adultos.
 As drogas nã o sã o todas iguais quanto à sua perigosidade intrínseca e,
algumas drogas mais tó xicas (ex: o á lcool) podem ser ingeridas de forma controlada
por muita gente sem problemas de maior! Por outro lado, a heroína, ao contrá rio do
á lcool, é uma droga com menos efeitos tó xicos a longo prazo (embora, tal como é
consumida atualmente - em condiçõ es de marginalidade, falta de higiene e sem
controlo - possa ser muito perigosa), mas que tem uma capacidade tão elevada de
criar dependência, que é impossível deixar de ficar "agarrado" após alguns
consumos.
 Assim, nã o se deverá meter no mesmo saco todos os consumos e todas as
drogas, porque estas têm características diferentes e é possível utilizar algumas
delas de forma nã o abusiva.
 Mesmo quando existe consumo abusivo (ou seja, já descontrolado) nem todas
as drogas sã o idênticas falando-se preferivelmente de toxicodependências em vez de
toxicodependência.
 O que atribui perigosidade real a uma determinada droga, assim como o que
induz e mantém o consumo de uma droga, é um conjunto de fatores que interagem
de forma dinâ mica e estã o relacionados com três variá veis: a droga (propriedades
farmacoló gicos), o consumidor (características psicoló gicas) e o ambiente social que
o rodeia.

Tipo de drogas: classificação

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 As drogas sã o definidas como toda substância, natural ou não, que


modifica as funçõ es normais de um organismo. Também sã o chamadas de
entorpecentes ou narcóticos. A maioria das drogas sã o produzidas a partir de
plantas (drogas naturais), como por exemplo a maconha, que é feita com Cannabis
sativa, e o Ópio, proveniente da flor da Papoula. Outras sã o produzidas em
laborató rios (drogas sintéticas), como o Ecstasy e o LSD. A maioria causa
dependência química ou psicológica, e podem levar à morte em caso de overdose.

Os principais tipos de drogas:

DROGAS NATURAIS
 Maconha: uma das drogas mais populares, a maconha é consumida por meio
de um enrolado de papel contendo a substâ ncia. É feita a partir da planta Cannabis
sativa. Existe a variaçã o chamada Skunk, com um teor de THC bastante elevado, bem
como o Haxixe.

 Ópio: droga altamente viciante, o Ó pio é feito a partir da flor da Papoula. Os


principais efeitos sã o sonolência, vômitos e náuseas, além da perda de inteligência
(como a maioria das drogas). Opiá ceos: codeína, heroína, morfina, etc.
 Psilocibina: é uma substâ ncia encontrada em fungos e cogumelos, a
Psilocibina tem como principal efeito as alucinações. Também é utilizada em
pesquisas sobre a enxaqueca.
 DMT - Dimetiltriptamina: A principal consequência do seu consumo sã o
perturbações no sistema nervoso central. Utilizada em rituais religiosos.

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 Cafeína: é o estimulante mais consumido no mundo - está no café, no


refrigerante e no chocolate.
 Cogumelos Alucinógenos: alguns cogumelos, como o Amanita muscaria
podem causar alucinaçõ es.
 Nicotina: presente no tabaco

DROGAS SINTÉTICAS
 Anfetaminas – O seu principal efeito é o estimulante. É muito utilizada no
com o objetivo de afastar o sono e poder dirigir por longos períodos.
 Barbitúricos - Um poderoso sedativo e tranquilizante, causa grande
dependência química.

 Ecstasy - Droga altamente alucinogénia, causa forte ansiedade, ná useas, etc.


 LSD - Outro poderoso alucinogénio que causa dependência psicoló gica.
 Metanfetamina - Era utilizada em terapias em muitos países, mas foi banida
pelo uso abusivo e consequências devastadores da droga.

DROGAS SEMI-SINTÉTICAS
 Heroína - A heroína é uma das drogas mais devastadoras, altamente viciante
- causa rá pido envelhecimento do usuá rio e forte depressã o quando o efeito acaba.
 Cocaína e Crack - A cocaína é o pó produzido a partir da folha de coca, e o
crack é a versã o petrificada dessa droga. Altamente viciante, deteriora rapidamente

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o organismo do drogado, causando também perda de inteligência, alucinaçõ es,


ansiedade, etc.
 Morfina - É uma droga utilizada principalmente para o alívio de dores em
todo o mundo. Também causa dependência química.
 Merla - droga produzida a partir da pasta de coca.
 Oxi - outra droga derivada da pasta de cocaína.

As medidas de atuação e prevenção

O objetivo das medidas de prevenção da toxicodependência é reduzir o nú mero


de pessoas que se iniciam no consumo de substâ ncias ou atrasar o consumo para
uma faixa etá ria o mais avançada possível e, desse modo, reduzir, pelo menos, a
escala do problema da droga. A prevenção da toxicodependência inclui, mas nã o
de forma exclusiva, a educação sobre drogas e a chamada de atenção para os
perigos que lhes estão associados. Com efeito, este elemento específico constitui
uma ínfima parte da prevençã o. Estratégias eficazes combinam informaçã o sobre
substâ ncias com técnicas comportamentais e cognitivas selecionadas (crenças
comuns) que têm efeitos preventivos no comportamento do consumo de drogas.
A prevenção é classificada de acordo com o grupo alvo. A prevenção universal
visa populaçõ es gerais, normalmente jovens, por exemplo, em escolas, sem
considerar grupos de risco específicos, enquanto a prevenção seletiva visa grupos
vulneráveis e a prevenção específica visa indivíduos vulneráveis. Torna-se cada
vez mais importante que a prevençã o do consumo de drogas seja de grande
qualidade e fundamentada em provas. Idealmente, as políticas de prevençã o
pensadas e concretizadas de uma perspetiva de saú de pú blica, com o objetivo de
fornecer um patamar de prevençã o universal bá sica e com uma boa relaçã o custo-
eficá cia (preta-à -porter) a uma vasta franja da populaçã o, deveriam ser
complementadas por intervençõ es mais intensivas e à medida, direcionadas
especificamente para grupos e indivíduos vulnerá veis.

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A integração em programas de assistência sanitária

Existem programas de integração e de assistência sanitária que oferecem aos


toxicodependentes o apoio e informação necessários para evitar a transmissã o e
propagaçã o de doenças infecto-contagiosas relacionadas com o consumo de drogas,
(HIV, Hepatite B e Hepatite C etc.).

A entrega e troca de seringas usadas por seringas novas, em locais apropriados,


veio também contribuir para a redução da troca de agulhas contaminadas que
representam um grave perigo para a saú de, nã o só dos toxicodependentes, como
também para a saú de pú blica.

Em conjunto, famílias, sociedade e programas de acompanhamento e


tratamento, podem contribuir para a prevenção e/ou controlo das doenças
infecto-contagiosas relacionadas com a toxicodependência, como também para a
reduçã o da criminalidade que gira em torno desta problemá tica que nã o afeta só os
consumidores de drogas e suas famílias.

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A toxicodependência, é algo que se pode transformar num grave problema de


saú de pú blica, que mesmo involuntariamente pode afetar qualquer um de nó s, é um
assunto de responsabilidade social que nos concerne a todos nó s, e é a todos nó s
nos compete informar, não discriminar, e apoiar para melhor integrar e “evitar”.

VIH/SIDA

A infeção pelo VIH/SIDA e a necessidade da prevenção e rastreio


precoce

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 A palavra SIDA significa síndroma da imunodeficiência adquirida, em


caso de deficiência do sistema imunitário, as defesas do corpo humano diminuem
em relaçã o ao aparecimento de agentes patogénicos. Uma deficiência avançada no
sistema imunitá rio pode conduzir ao desenvolvimento de doenças graves ou mesmo
à morte. O aparecimento simultâ neo de diferentes sintomas de doenças é chamado
síndroma em medicina. A Sida é a consequência tardia de uma infeção pelo VIH
(vírus da imunodeficiência humana) é por isso que falá mos de síndrome de
imunodeficiência humana adquirida.

 Uma infeção pelo VIH evolui em diferentes está dios, prossiga e os estádios
do sistema imunitário é fortemente deteriorado, onde doenças graves e letais
como tumores podem desenvolver-se. Uma infeçã o pelo VIH/SIDA nã o pode ser
curada, no entanto, graças ao melhoramento das terapias médicas, existem fortes
possibilidades que uma deficiência imunitá ria já adquirida fique latente, ou se a
terapia já começou há algum tempo o seu aparecimento seja retardado por diversos
anos. Em algumas pessoas infetadas pelo VIH, o progresso médico levou a um
aumento bastante considerá vel da esperança de vida (conferir terapias
combinadas).
Uma infeçã o pelo VIH é e continua a ser, no entanto uma doença mortal.

Como se transmite o VIH?

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 O VIH pode-se transmitir de um indivíduo para o outro através de relaçõ es


sexuais nã o protegidas, troca de seringas e agulhas aquando o consumo de drogas
por via endovenosa e de mã e para filho durante a gravidez, no momento do
nascimento e durante o aleitamento.

Detetar uma infeção de VIH

 Um teste ao VIH permite confirmar ou excluir a contaminaçã o pelo vírus da


SIDA, em geral os resultados só sã o fiá veis apó s 3 meses da exposiçã o ao risco
(conferir teste ao VIH).

O VIH como ameaça

 A SIDA continua a gerar mitos e crenças infundadas e a conduzir à


descriminaçã o e à exclusã o. É por esta razã o que é preciso informar, acabar com os
preconceitos e encorajar o apoio e a ajuda.

Modos de transmissão, evolução da infeção VIH, comportamentos


de risco

 O HIV, vírus da AIDS, entra no corpo humano via corrente sanguínea,


secreçõ es vaginais, esperma e leite materno. Desta forma, o vírus HIV pode ser
transmitido através de relações sexuais com pessoas contaminadas sem uso de
preservativo, transfusão de sangue contaminado, uso de agulhas, seringas e

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objetos perfuro-cortantes contaminados, da mãe infetada para o filho durante


a gravidez, parto ou amamentação.
As vias mais comuns de transmissã o sã o:
 Sexo desprotegido com pessoas contaminadas;
 Transfusã o de sangue contaminado até junho de 1987 (até esta data nã o
existia a obrigatoriedade de testes anti-HIV nos bancos de sangue);
 Partilha de objetos perfuro-cortantes (alicates de unha, agulhas, lâ minas...);
 Transmissã o vertical - da mã e para o feto.

O vírus HIV só contamina grupos de risco, como homossexuais?

 Há muito tempo a AIDS deixou de ser uma doença que atinge grupos sociais
específicos, como os homossexuais. “Nã o existe grupo de risco e sim comportamento
de risco”. Homens, mulheres, crianças, adolescentes, brancos, negros, índios, velhos,
pobres ou ricos estã o vulnerá veis à infeçã o pelo vírus HIV, independente da
orientaçã o sexual.

 O indivíduo após se infetar com o HIV, passa por diferentes está gios
clínicos da infeçã o até chegar ao está gio de AIDS. Isto significa que, um indivíduo,
mesmo apresentando resultado positivo para a infeçã o pelo HIV pode nã o estar com
a aids. Dizemos, entã o, que o indivíduo é infetado pelo HIV, seropositivo para o HIV,
HIV positivo ou portador do HIV. A AIDS, por sua vez, representa o está gio mais
avançado da infeçã o, quando o sistema imunoló gico já se encontra bastante
comprometido.
 A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é a manifestaçã o
clínica (sinais, sintomas e/ou resultados laboratoriais que indiquem deficiência
imunoló gica) da infeçã o pelo vírus HIV que leva, em média, oito anos para se
manifestar. Desta forma, a evoluçã o na histó ria natural da infeçã o pelo HIV dos
está gios iniciais assintomá ticos até fases avançadas (AIDS), caracteriza-se por uma
contínua e progressiva deficiência imunológica e pode variar entre os indivíduos.

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 A infeção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases clínicas que estã o
intimamente ligadas à evolução natural da infeção. O evento inicial é a síndrome
aguda pelo HIV (definida pelo período de tempo entre a infeçã o inicial e o
desenvolvimento da resposta imunoló gica), que é acompanhada por uma sú bita
diminuiçã o da contagem das células CD4, altos níveis de viremia plasmá tica e altos
níveis de RNA-HIV no plasma.

 Mais tarde, a contagem de células CD4 volta a aumentar normalmente


para níveis inferiores aos existentes antes da infeçã o. A recuperaçã o clínica é
acompanhada pela reduçã o dos altos níveis de RNA plasmá tico, representando o
desenvolvimento das células T-citotó xicas (CTL). A diminuiçã o da contagem de
células CD4 ocorre, como veremos mais adiante, por morte celular induzida pelo
HIV.

 As concentrações plasmáticas de RNA-HIV mostram um “pico” inicial


durante a infeção aguda. De uma forma geral, apó s a infeçã o aguda estas
concentraçõ es diminuem até um ponto de equilíbrio (set point) entre a replicaçã o
viral e a resposta imune do hospedeiro, como resultado da soroconversã o e do
desenvolvimento de uma resposta imunoló gica. Mesmo na ausência de tratamento
antirretroviral, o período de latência clínica pode durar 8-10 anos.

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Contudo, o termo “período de latência” pode ser enganador, dado à replicaçã o


extremamente elevada do vírus e a destruiçã o diá ria severa de células T CD4. No
final do “período de latência”, podem aparecer uma série de sintomas ou sinais
que nã o cumprem os critérios de definiçã o de AIDS. Estes incluem sinais
imunológicos, dermatológicos e hematológicos ligeiros. Sintomas inespecíficos,
como febre, perda de peso, suores noturnos e diarreia, também podem ocorrer.

 Importa ressaltar que a duração e a gravidade de cada estágio dependem


de vá rios fatores relacionados tanto com o vírus quanto com o hospedeiro e que os
fatores do hospedeiro determinam. Sobretudo se um indivíduo infetado por HIV
evolui ou nã o clinicamente para uma imunodeficiência ou se esse indivíduo pertence
ao grupo dos progressores lentos (long-term non-progressors), que representam
cerca de 5% de todos os doentes infetados.

Como comportamentos de risco, podemos destacar os seguintes:

 Toxicodependentes que se injetam e partilham agulhas, seringas e outro


material usado na preparaçã o da droga para injeçã o.
 Pessoas que nã o praticam sexo seguro, isto é, que nã o usam preservativos e
têm mais do que um parceiro sexual.
 Profissionais de saúde - acidentes com contacto com objetos cortantes
contaminados (agulhas) ou com sangue, ou outros líquidos orgâ nicos, contaminados.

Conhecimento e cumprimento de regras de precaução da infeção

 Usar sempre preservativo nas relações sexuais, nã o partilhar agulhas,


seringas, material usado na preparaçã o de drogas injetá veis e objetos cortantes
(agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de
cabeleireiro, manicura).

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 Além dos preservativos comuns, vendidos em farmá cias e supermercados,


existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como proteçã o durante as
mais diversas prá ticas sexuais.

 É , também, preciso ter atenção à utilização de objetos, uma vez que, se


estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infetados, podem
transmitir o vírus.

Exploração de medos e anseios

 Um portador de VIH é alguém que adquire características muito pró prias.


Por maiores que sejam as afinidades que possamos ter com um portador de VIH é
necessá rio uma aproximaçã o à causa, um debruçar sobre sentimentos e reaçõ es para
que possamos transmitir para o nosso mundo vivências que, pese embora as
aproximaçõ es, nunca mais serã o iguais à s nossas.
O portador de VIH é duplamente magoado pela doença e pelo estigma. Torna-se
hipersensível, mais inseguro e mais amedrontado. Por vezes receia a
compreensã o que vem de fora e que nã o entra no seu mundo inabitá vel para quem
nã o pode entender, por nã o as sentir, as suas inseguranças e os seus medos. E
também os seus anseios de vida agora mais agudizados pela ameaça e pela
ansiedade com que preenche os dias.
A sua estrutura emocional é mais frágil, mais carente, os seus humores mais
diversificados. A solidã o é mais densa. Sente-se mais incompreendido. Recusa o
que mais anseia. Porque a vida continua a pulular entre as suas desesperanças.

A estrutura nervosa/emocional está pronta a abanar ao menor sopro. Diz que


está mais forte para se convencer que tem o que lhe falta. É preciso uma psicologia
pró pria para deambular por este mundo e ganhar nele afeto e confiança.
Mas quando se consegue passar entre as malhas do medo, entre os nervos que
abanam ao mais pequeno deslize, encontramos pessoas enriquecidas pelo
sofrimento.

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O portador de VIH é efetivamente um heró i, um ser de eleiçã o, alguém que vale a


pena conhecer e conquistar. Ele receia quem vem de fora.
O portador do VIH é ainda mais sensível se for portador doutro tipo de estigma. Ele
tem medo do amor dos diferentes por muito que os diferentes se igualizem. Só os de
condição igual falam a sua linguagem, lhe dão as suas certezas. Mas esses
também sã o frá geis, também têm medo, também sofrem de ansiedades e humores
ameaçados. Talvez os diferentes sejam a resposta se ele perder o medo. Afinal quem
se aproxima já nã o é diferente. Vem de peito aberto sem medo de partilhar. E vem
derrubar os estigmas na aproximaçã o. E tem para dar a tal estrutura que o abana por
vezes...
Um seropositivo tem muito para dar: tem a capacidade rica e criadora duma
sensibilidade acrescida pela adversidade. Tem amor para dar a quem o ama. É
melhor que a maioria das pessoas que nã o passou por isso. É um desafio e uma
conquista no break even morte - vida.
Abram-se as portas a este crescimento humano sem medos.

As questões éticas e legais

Revelar a um paciente um resultado positivo para HIV/aids é uma questã o que deve
ser tratada com o maior cuidado. Antes da realizaçã o do teste, recomenda-se que o
paciente passe por um aconselhamento pré-teste realizado por profissionais de
saú de capacitados para isso. O paciente deve ser informado das implicaçõ es que

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envolvem o teste anti-HIV, da natureza do exame, da necessidade da realizaçã o e do


significado do resultado.
O aconselhamento pré teste, que pode ser individual ou coletivo, nã o deve ser
exigido como condiçã o para realizaçã o do exame anti-HIV.

DIAGNÓSTICO POSITIVO

 Em caso de diagnó stico positivo, o paciente deve receber um


aconselhamento pós-teste por parte dos profissionais de saú de previamente
treinados para esta funçã o e ser encaminhado para tratamento. Quanto melhor
for a acolhida, melhor será adesã o do paciente à terapia antirretroviral.

Apenas o paciente testado poderá receber o resultado, e isso deverá ocorrer, em


primeiro lugar, numa entrevista individual, mesmo se o paciente for adolescente.
Só apó s a entrevista e, se o paciente consentir, é que o profissional de saú de poderá
revelar o resultado dos exames a outras pessoas, como familiares, parceiros, amigos,
etc.
A quebra do sigilo profissional só é permitida no caso de proteçã o da vida de
terceiros (caso o paciente se recuse a revelar o diagnó stico para parceiros sexuais ou
membros de grupo de uso de drogas injetá veis). É importante lembrar que a
revelação do diagnóstico de um paciente nã o pode ser feito nem para outros
profissionais da unidade de saú de. Caso o sigilo seja quebrado, mediante as
condiçõ es permitidas pela lei, é importante que o profissional descreva a situaçã o no
prontuá rio do paciente, para embasar possíveis açõ es judiciais futuras.

Direitos e deveres das pessoas infectadas com hiv

 Excetuando os casos das relaçõ es sexuais e da transmissã o por via sanguínea,


as pessoas infetadas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH), seropositivos
ou doentes com SIDA, nã o apresentam qualquer perigo de contá gio no contacto

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social e humano.

No entanto, têm-se verificado relativamente às pessoas infetadas ou suspeitas de


estar infetadas com o VIH, situações e atitudes que, sem qualquer fundamento sob
a perspetiva de impedir a propagaçã o da infeçã o, as discriminam e marginalizam
nos mais diversos setores da vida em sociedade, pondo em causa os direitos que
como seres humanos ou como cidadã os portugueses lhes assistem, ao abrigo de
legislaçã o internacional ou interna.
As pessoas infetadas com o VIH nã o gozam, no nosso país, de qualquer estatuto
jurídico especial, sendo titulares do regime geral de direitos e deveres
consagrados na Constituição e na Lei.
Para além dos direitos, é importante realçar que as pessoas infetadas com o VIH
têm também deveres que deverão cumprir para evitar propagar o vírus, dado
que só numa conjugaçã o proporcional de direitos e deveres, igualmente respeitados
e cumpridos, se poderá alicerçar uma luta eficaz contra toda e qualquer epidemia.

Com base nas declarações internacionais de direitos humanos bem como na


Constituiçã o e na lei portuguesas, as pessoas infestadas com o VIH têm os direitos
que se enunciam em seguida:
 Direito à nã o discriminaçã o
 Direito à liberdade
 Direito à vida privada
 Direito à confidencialidade em relaçã o aos dados de saú de que lhes respeitem
 Direito à imagem

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 Direito à proteçã o da saú de


 Direito a ser tratado com delicadeza, urbanidade e dignidade nos serviços de
saú de
 Direito a consentir e a recusar exames e tratamentos desde que tal nã o ponha
em causa a saú de de terceiros
 Direito a ser informado de forma clara sobre o seu estado de saú de antes de
dar o seu consentimento à realizaçã o de quaisquer atos médicos
 Direito a nã o pagar taxa moderadora nos serviços de saú de desde que
apresente documento assinado pelo seu médico, onde conste a justificaçã o da
isençã o sem necessidade de especificarã o da enfermidade
 Direito à educaçã o
 Direito à segurança social
 Direito ao trabalho
 Direito a casar e a constituir família
 Direito a nã o sofrer tratamentos desumanos ou degradantes
 Direito de resistência a qualquer ordem que ofenda os seus direitos,
liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressã o quando nã o seja
possível recorrer à autoridade pú blica

Quanto aos deveres:

 Dever de usar o preservativo em qualquer tipo de relaçã o sexual


 Dever de só emprestar seringas convenientemente desinfetadas
 Dever de desinfetar todos os locais onde derrame sangue ou outros líquidos
corporais
 Dever de colaborar com os profissionais de saú de que o assistem
 Dever de informar os seus parceiros sexuais do seu estado de saú de bem
como todas as pessoas a quem o desconhecimento daquele possa criar riscos de
contaminaçã o
 Dever de obter informaçã o e aconselhamento adequado na perspetiva de
querer ter filhos

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 Dever de se informar e de praticar todas as formas de prevenir a propagaçã o


da infeçã o

Aspetos psicossociais da infeção VIH/SIDA

 A intervenção psicológica relacionada com VIH/SIDA pode e deve ter


lugar, simultaneamente, nos serviços de saú de (Centros de Saú de, hospitais) e na
comunidade. Neste ú ltimo caso, os psicó logos podem ter papel relevante no
desenvolvimento de recursos comunitá rios no quadro de organizaçõ es nã o-
governamentais, autarquias, etc.
 Esta intervenção psicológica tem lugar no quadro de equipas
multiprofissionais e contribuir para a melhoria de todos os suportes dos sujeitos
afetados e infetados, dos dispositivos de intervençã o individual, familiar e
comunitá ria, do desenvolvimento de aconselhamento psicoló gico, de grupos de
suporte e de ajuda mú tua e, ainda, de prevençã o do stress ocupacional e apoio aos
técnicos de saú de.

Em síntese, sã o os seguintes os objetivos da intervenção psicológica relacionada


com a infeçã o VIH/SIDA:
 Promover a aquisiçã o precoce de comportamentos seguros
 Promover a mudança de comportamentos necessá ria para a diminuiçã o dos
riscos
 Fornecer a perspetiva psicoló gica específica na educaçã o para a saú de e nos
programas de prevençã o
 Dar resposta à s necessidades emocionais dos preocupados, infetados,
doentes e famílias
 Contribuir para a implementaçã o da qualidade de vida dos sujeitos afetados
 Sensibilizar os outros técnicos de saú de para as implicaçõ es psicoló gicas da
infeçã o VIH/SIDA

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Doenças oportunistas

São doenças que se aproveitam do estado de debilidade das defesas do


organismo para causar dano, que em indivíduos em estado normal, ao contrá rio, nã o
aconteceriam.
As mais conhecidas são:
 A pneumonia causada por Pneumocistys, um fungo normalmente nã o
patoló gico, comum em doentes com SIDA, linfomas (cancros do sistema linfá tico) e
o sarcoma de Kaposi (característico pelas suas bexigas de cor roxa) e o cancro dos
tecidos abaixo da pele também característico em doentes de SIDA

Outras doenças infeciosas. Hepatite


A, B, C, e Tuberculose

A problemática e necessidade da prevenção e rastreio precoce

A hepatite é uma doença altamente contagiosa, que afeta o fígado. Os sintomas


gerais da hepatite incluem:

Pele e olhos amarelados;


Urina escura;
Fezes de cor clara;

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Sensaçã o de fraqueza generalizada;


Enjoo e falta de apetite;
Pode haver febre e calafrios;
Pode haver dor abdominal.

Os sintomas de hepatite são geralmente os mesmos na hepatite A, B, D, e E, pois a


hepatite C é crónica e nem sempre gera sintomas.

Sintomas da hepatite fulminante:

Inchaço no abdó men,


Perturbaçõ es no sono;
Voz rouca;
Raciocínio lento;
Urina escura;
Fezes de cor clara;
Sensaçã o de fraqueza generalizada;
Enjoo e falta de apetite;
Pode haver febre e calafrios;
Pode haver dor abdominal.

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Modos de transmissão, comportamentos de risco

Hepatite A

Durante a estaçã o mais quente do ano, o nú mero de vítimas do vírus da Hepatite A


aumenta muito. Isso porque o perigo esconde-se na á gua. Para que o vírus se instale,
basta dar um mergulho no mar e engolir umas gotinhas infetadas de á gua ou
mastigar pedras de gelo feito com á gua de fonte contaminada.

Transmissão: por via oral, principalmente por meio da á gua e de alimentos


contaminados com o vírus. Trata-se de uma doença altamente transmissível de uma
pessoa para outra por saliva, sangue e contacto sexual.

Hepatite B

Mais da metade da populaçã o mundial já foi contaminada pelo vírus do tipo B e nem
imagina. Assim como os outros tipos de Hepatite, este avança sem dar sinais: o vírus
pode ficar quietinho por até três décadas.

Transmissão: A Hepatite B é muito transmissível pelo sexo, muito mais


contagiosa do que o vírus da Sida. O contacto com o sangue contaminado também
pode infecta

Hepatite C

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Segundo o Ministério da Saú de, a Hepatite C é a mais mortal doença infeciosa do


país, mais do que a SIDA. Apenas 20% das pessoas infetadas desenvolvem
imunidade e 80% se tornam portadoras crô nicas.

O que pouca gente sabe é que até mesmo um inofensivo vidro de esmalte de unhas
pode manter vivo, por 15 dias, o silencioso vírus desta doença.

Transmissão: no tipo C, o perigo está no sangue. O vírus é transmitido por alicates,


agulhas e outros instrumentos cortantes infetados. A contaminaçã o por contacto
sexual pode ocorrer, mas é rara.

Tuberculose

O contágio da tuberculose ocorre através do ar quando o indivíduo respira o ar


contaminado com o bacilo de Koch, causador da tuberculose. Este contá gio pode
ocorrer quando se está perto de um tuberculoso mas também pode ocorrer em
locais pú blicos cheios de gente como os shoppings e cinemas pois o bacilo de Koch
pode permanecer no ar durante muitas horas e se um tuberculoso tossir num sítio,
outra pessoa pode respirar o ar contaminado e desenvolver a doença.

As medidas de atuação e prevenção

Algumas medidas preventivas podem impedir o desenvolvimento de todos os tipos


de hepatites.

Os principais meios para a prevenção da Hepatite são:

Lavar bem as mã os;


Ter cuidado ao manipular dos alimentos;
Evitar alimentos crus;
Lavar bem os alimentos;
Evitar consumir alimentos de fontes desconhecidas;

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A vacinaçã o contra a hepatite, principalmente se pertencer a grupos de riscos,


tais como viajantes e profissionais de saú de;
Utilizar preservativos (evita a hepatite B e D);
Nã o consumir á lcool em excesso;
Nã o administrar remédios sem orientaçã o médica;
Nã o utilizar doses de medicamentos maiores do que as recomendadas;

Se nã o for tratada adequadamente a hepatite pode levar a morte. Por isso as


medidas preventivas são determinantes para a manutenção de uma vida
saudável.

Tuberculose

Para se prevenir da tuberculose recomenda-se tomar a vacina da tuberculose


(BCG) ainda na infâ ncia.

Esta vacina diminui as hipó teses de contaminaçã o com formas graves da tuberculose
e de casos de tuberculose extrapulmonar, mas nã o é muito eficaz contra a
tuberculose pulmonar. Mesmo tomando a vacina o indivíduo pode ser contaminado
e desenvolver a doença se houver algum comprometimento do sistema imune.

Indivíduos amigos ou familiares de pacientes diagnosticados com a


tuberculose devem evitar permanecer no mesmo local que o doente tuberculose e

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recomenda-se que o paciente use continuamente a máscara respiratória e lenços


de papel descartável sempre que tossir ou espirrar.

A prestação de cuidados

A Hepatite A é considerada benigna, ou seja, em 99% dos casos o fígado se


recupera. Por isso, a vacina para essa doença nã o faz parte do programa de
vacinaçã o oferecido pelo Ministério da Saú de. Remédios para ná useas e vô mitos sã o
receitados, além de repouso e uma alimentaçã o leve.

Para a Hepatite B em metade dos casos, a doença manifesta-se e desaparece


sozinha, sem que o paciente necessite de tratamento. Menos de 5% dos casos
evoluem para a forma cró nica, que nã o tem cura. Nesse está gio, ela pode ser
controlada com medicaçã o para evitar que se transforme em cirrose ou cancro de
fígado, à s vezes, e muitos anos depois.

Para a Hepatite C nã o há vacina, mas as drogas existentes curam oito de cada dez
pacientes cró nicos. O tratamento é feito com remédios que fortalecem o sistema
imunoló gico e ajudam a combater a inflamaçã o cró nica no fígado.

Para a tuberculose o tratamento para a pulmonar consiste na toma de 2 ou 4


antibió ticos combinados entre si durante no mínimo 6 meses, e o tratamento para a
tuberculose extrapulmonar também é feito com a toma diá ria de antibió ticos que
pode demorar de 18 meses a 2 anos.

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Negligência, violência e mal


tratos

Conceito de violência, maus-tratos e negligência

Violência é um comportamento que causa intencionalmente dano ou


intimidação moral a outra pessoa ou ser vivo. Tal comportamento pode invadir a
autonomia, integridade física ou psicológica e até mesmo a vida de outro. É o uso
excessivo de força, além do necessá rio ou esperado. O termo deriva do latim
violência (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de
deriva de vis, força, vigor); aplicaçã o de força, vigor, contra qualquer coisa.

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Existe violência explícita quando há rutura de normas ou moral sociais


estabelecidas a esse respeito: nã o é um conceito absoluto, variando entre
sociedades. Por exemplo, rituais de iniciaçã o podem ser encaradas como violentos
pela sociedade ocidental, mas nã o pelas sociedades que o praticam.

Os maus tratos é a açã o e o efeito de maltratar (tratar mal uma pessoa,


sujeitando-a à violência e aos abusos). O conceito está associado a uma forma de
agressão no âmbito de uma relação entre duas ou mais pessoas. Exemplos: “O
jovem abandonou a esquadra com sinais de maus tratos”, “A Joana acabou por pedir
o divó rcio face aos sucessivos maus tratos que recebia por parte do seu marido”, “A
mulher, farta dos maus tratos, nã o tolerou mais a situaçã o e acabou por disparar oito
tiros contra o seu companheiro”.
Nã o há nenhuma definiçã o ú nica e precisa de maus tratos, uma vez que as suas
características dependem do contexto. Os maus tratos podem abarcar desde um
insulto ocasional a um vendedor cujo agressor mal conhece à s tareias e pancadas
quotidianas que um abusador pratica sobre a sua esposa.

A negligência (do latim "negligentia") é o termo que designa falta de


cuidado ou de aplicação numa determinada situação, tarefa ou ocorrência. É
frequentemente utilizado como sinó nimo dos termos "descuido", "incú ria",
"desleixo", "desmazelo" ou "preguiça".
É uma forma de conduta humana que se caracteriza pela realizaçã o do tipo descrito
numa lei penal, através da lesão a um dever de cuidado, objetivamente necessá rio
para proteger o bem jurídico e onde a culpabilidade do agente se assenta no fato de
nã o haver ele evitado a realizaçã o do tipo, apesar de capaz e em condiçõ es de fazê-lo.

A perspetiva da vítima e os sinais de alerta

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Vamos dar o exemplo da violência doméstica:


A violência doméstica abarca comportamentos utilizados num relacionamento, por
uma das partes, sobretudo para controlar a outra.
As pessoas envolvidas podem ser casadas ou nã o, ser do mesmo sexo ou nã o, viver
juntas, separadas ou namorar.
Todos podemos ser vítimas de violência doméstica.
As vítimas podem ser ricas ou pobres, de qualquer idade, sexo, religiã o, cultura,
grupo étnico, orientaçã o sexual, formaçã o ou estado civil.

A violência contra as mulheres é um fenó meno complexo e multidimensional, que


atravessa classes sociais, idades e regiõ es, e tem contado com reaçõ es de nã o reaçã o
e passividade por parte das mulheres, colocando-as na procura de soluçõ es
informais e/ou conformistas, tendo sido muita a relutâ ncia em levar este tipo de
conflitos para o espaço pú blico, onde durante muito tempo foram silenciados.

A reação de cada mulher à sua situaçã o de vitimaçã o é ú nica. Estas reaçõ es devem
ser encaradas como mecanismos de sobrevivência psicológica que, cada uma,
aciona de maneira diferente para suportar a vitimaçã o.

Muitas mulheres não consideram os maus-tratos a que sã o sujeitas, o


sequestro, o dano, a injú ria, a difamaçã o ou a coaçã o sexual e a violaçã o por parte dos
cô njuges ou companheiros como crimes.
As mulheres encontram-se, na maior parte dos casos, em situaçõ es de
violência doméstica pelo domínio e controlo que os seus agressores exercem sobre
elas através de variadíssimos mecanismos, tais como: isolamento relacional; o
exercício de violência física e psicoló gica; a intimidaçã o; o domínio econó mico, entre
outros.
A violência doméstica nã o pode ser vista como um destino que a mulher
tem que aceitar passivamente. O destino sobre a sua pró pria vida pertence-lhe, deve
ser ela a decidi-lo, sem ter que aceitar resignadamente a violência que nã o a
realiza enquanto pessoa.

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As crianças podem ser consideradas vítimas de violência doméstica como:

Testemunhas de violência doméstica: Tal inclui presenciar ou ouvir os


abusos infligidos sobre a vítima, ver os sinais físicos depois de episó dios de violência
ou testemunhar as consequências desta violência na pessoa abusada;

Instrumentos de abuso: Um pai ou mã e agressor pode utilizar os filhos


como uma forma de abuso e controlo;

Vítimas de abuso: As crianças podem ser física e/ou emocionalmente


abusadas pelo agressor (ou mesmo, em alguns casos, pela pró pria vítima).

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As pessoas idosas:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a violência contra as pessoas


idosas como:
“A açã o ú nica ou repetida, ou a falta de resposta adequada, que causa angú stia
ou dano a uma pessoa idosa e que ocorre dentro de qualquer relaçã o onde exista uma
expectativa de confiança.”
A violência contra as pessoas idosas tem sido classificada em diferentes
tipos – violência física; violência psicoló gica; violência sexual; violência econó mica ou
financeira; negligência; abandono – podendo estes surgir isoladamente ou
combinados.

Os homens:

Apesar de as mulheres sofrerem maiores taxas de violência doméstica, os


homens também sã o vítimas deste crime. As mulheres também cometem
frequentemente violência doméstica, e nã o o fazem apenas em autodefesa.

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Os homens vítimas de violência doméstica experimentam comportamentos


de controlo, sã o alvo de agressõ es físicas (em muitos casos com consequências físicas
graves) e psicoló gicas, bem como também estes receiam abandonar relaçõ es abusivas.
O medo e a vergonha sã o, para estas vítimas, a principal barreira para fazer um
primeiro pedido de ajuda. Estes homens receiam ser desacreditados e humilhados por
terceiros (familiares, amigos e até mesmo instituiçõ es judiciá rias e policiais) se
decidirem denunciar a sua vitimação.

As medidas de atuação e prevenção

APOIO JURÍDICO

Da extensão das matérias relativas ao Apoio Jurídico a pessoas vítimas de crime


podem apontar para três grandes vertentes que o devem estruturar:
Informar a pessoa vítima de crime acerca dos seus direitos;
Elucidar a pessoa vítima acerca das vá rias etapas de determinados processos
judiciais, designadamente o processo criminal, o divó rcio, a regulaçã o do poder
paternal, entre outros;
Auxiliar a pessoa vítima a elaborar requerimentos e peças processuais que
ela possa, por si, assinar (isto é, quando nã o é necessá rio advogado), como sejam o
pedido de apoio judiciá rio, a denú ncia, a queixa, o pedido de indemnizaçã o civil, o
pedido de suspensã o provisó ria do processo criminal ou, no caso de vítimas de
crimes violentos ou de violência conjugal, o pedido de indemnizaçã o dirigido ao
Ministro da Justiça

Apoio social

O Apoio Social é prestado por técnicos (as) de Serviço Social, educadores sociais e
outros profissionais de Trabalho Social devidamente qualificados. Em termos

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sociais, a vítima apresenta frequentemente necessidades bá sicas ao nível do


acolhimento, alimentaçã o e da saú de.

O apoio social prestado pela tem, entre outros, os seguintes objetivos:

Fazer o diagnó stico das necessidades sociais da vítima de crime e da sua


família, nomeadamente ao nível da habitaçã o, educaçã o emprego e formaçã o
profissional;
Informar a vítima acerca dos vá rios recursos sociais existentes;
refletir e explorar com a vítima os recursos sociais mais adequados;
Auxiliar a vítima no contacto, presencial ou nã o, com outros serviços e
instituiçõ es (locais, regionais ou nacionais), para otimizar os recursos mais
adequados para o processo de apoio;
Encaminhar a vítima para outros serviços e instituiçõ es (locais, regionais ou
nacionais), favorecendo o contacto com os respetivos profissionais; acompanhando
a vítima presencialmente; e elaborando os relató rios de processo de apoio à vítima
necessá rios.

As técnicas de comunicação perante situações de violência e maus-tratos

Quando estamos perante uma vítima de violência, importa ter em conta


alguns aspetos nã o diretamente relacionados com o atendimento, mas com regras
elementares de bom trato e cortesia.
Estas ajudam-nos a mostrar-lhe que é bem-vinda, num momento difícil.

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O apoio emocional deve estar presente em todos os momentos do processo. Nã o


necessita que dele se façam grandes explicaçõ es: devemos estar diante da vítima
com sensibilidade humana, capazes de a ouvir, de a compreender e estabelecer
empatia

O apoio emocional deve ser garantido por qualquer profissional que esteja
implicado no processo. É de natureza pessoal, nã o requer nenhuma especializaçã o
académica, ou profissional.

No atendimento presencial, devemos ter com a vítima uma relaçã o de


empatia, no qual a comunicação tenha qualidade

Numa necessá ria interaçã o, alternamos com a pessoa papéis de emissor e recetor,
estabelecendo por isto uma relaçã o da qual deverá resultar o apoio de que
necessita.

Existem algumas técnicas para que possamos estabelecer esta comunicação:

Apresentação. Em primeiro lugar, devemos apresentar-nos: este é sempre o


primeiro passo a dar no início do atendimento, ao qual devemos associar sempre
uma saudaçã o agradá vel, simpá tica.

Ouvir com atenção. Quando a vítima fala, ouçamos com atençã o. Devemos
prestar atençã o apreendendo os conteú dos da sua mensagem, tanto racionais, como
emocionais. Devemos também responder nã o verbalmente, mostrando que estamos
a prestar atenção ao que está a dizer-nos. Podemos fazê-lo através do uso de
sinais, como:
Manter os olhos fixos nos seus,
Acenar com a cabeça ou
Utilizar interjeiçõ es

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Reformular. Devemos expor os conteú dos emitidos pela vítima no seu discurso, de
modo a termos certeza de o ter apreendido adequadamente, podendo também fazer
uso de exemplos simples que os expliquem em concreto. Isto é importante também
para que a vítima tenha a certeza de que está a ser ouvida com atenção, o que a
encorajará a continuar;

Questionar. Devemos questionar a vítima sempre que esta nã o tenha emitido toda
a informaçã o necessá ria ao processo de apoio e/ou ao encaminhamento, ou quando
a informaçã o tenha sido contraditó ria ou menos clara. Para tal, podemos utilizar
questões abertas, que geralmente implicam conteú dos mais ou menos vastos e/ou
complexos ou que envolvem abstraçã o e cujas respostas nã o serã o simples e/ou
curtas, como por exemplo:
Que receio tem de ir a Tribunal?
Como se sente agora?
O que o preocupa?);
questões fechadas, que geralmente implicam uma resposta de “sim” ou “não”

Encorajar a expressão de emoções e/ou sentimentos. Devemos mostrar


disponibilidade, para que a vítima se expresse espontaneamente, auxiliando-a na
libertação de emoções e/ou sentimentos, usando expressõ es como:
Nã o se reprima,
Chorar é natural e pode fazer-lhe bem,
Esteja à vontade...
É natural que se sinta assim abalado...,
Chorar nã o é motivo de vergonha...

Aspetos específicos nos cuidados à


pessoa em situação vulnerável

Alimentação e eliminação

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A alimentação nas pessoas semi-dependentes

Classifica-se de pessoas semi-dependentes quando o doente apresenta alguma


limitação física que o impossibilita de efetuar as refeições sozinho, ou tem
dificuldades em mastigar e engolir, entã o além de supervisionar é necessá rio apoiar
no que o doente precisa como:

Ajudar a cortar os alimentos ou a triturá -los


Auxiliar o doente a alimentar-se
Estimular a hidrataçã o
Dar preferência a pratos coloridos, á temperatura adequada e cheirosos
favorecendo assim a alimentaçã o saudá vel.

A alimentação nas pessoas dependentes

Classifica-se de pessoa dependente quando este é incapaz de se alimentar


sozinho devido a limitaçõ es físicas graves ou mentais, ou usa sonda naso gá strica,
sendo assim é necessá rio prestar apoio mais personalizado e ter em atençã o a
qualquer facto que ocorra.

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Estes doentes podem necessitar de serem alimentados de vá rias formas como:


Dar alimentos á boca.
Dar alimentaçã o por sonda naso gá strica
Estimular a hidrataçã o
Dar preferência a pratos coloridos, á temperatura adequada e cheirosos
favorecendo assim a alimentaçã o saudá vel.

A alimentação nos doentes acamados

Nos doentes acamados a alimentaçã o segue um padrã o de normas e cuidados


específicos visto estes estarem debilitados e mesmo com restrições físicas.
Há que ter em conta que o paciente deve de fazer as suas refeiçõ es sozinho sempre
que possível

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Deve-se colocar a cama em posiçã o semi-fowler


Estimular uma alimentaçã o saudá vel
Oferecer pequenas quantidades de alimentos e ir ao encontro das preferências
do doente
No caso de existir imobilidade tem de se dar o alimento a boca ou mesmo
alimentá -lo por sonda naso gá strica
Estimular sempre a hidrataçã o

Higiene e conforto

A higiene é um ramo da medicina que visa a prevenção da doença.

A descoberta de que vá rios micró bios causam doenças, fez com que a higiene se
tornasse fundamental.

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A limpeza do corpo, das roupas, dos utensílios e das habitaçõ es, diminuiu
sensivelmente o risco de infeçã o por fungos, bactérias e vírus.

A higiene pessoal, cuidado bá sico para a saú de e bem-estar do ser humano, é uma
atividade incorporada na rotina diá ria e difere entre culturas e épocas. Entende-se
por higiene pessoal a corporal e íntima, a oral e a do couro cabeludo.

A higiene pode ser:

 Parcial: É aquela que tem em conta os cuidados específicos de cada parte do


corpo, frequentemente as regiõ es com secreçã o abundante e maior carência de
higiene (cara e boca, mã os, axilas, pés e genitais).

OU

 Total: consiste no banho total, completo, desde a higiene ao corpo até ao


cortar das unhas e cuidados com o cabelo.

Na cama OU no chuveiro, consoante as características da pessoa de quem se cuida.

O banho é, normalmente, realizado mais para agradar a quem cuida (senso de


responsabilidade) do que para atender a uma real necessidade ou desejo da pessoa
cuidada.

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O banho diário nã o se baseia tanto em requerimentos clínicos, mas sim em normas


culturais. Algumas delas valorizam o asseio e acreditam que o banho é incompleto se
nã o houver o uso de vá rios champô s, sabonetes ou desodorisantes; outras, porém,
consideram o banho semanal suficiente, nã o vendo sentido em “mascarar” o pró prio
odor com produtos perfumados.

A frequência do banho depende das necessidades apresentadas pelas pessoas


idosas. Em algumas circunstâ ncias, pode ser dado apenas, por exemplo, duas vezes
por semana. É o caso dos idosos com peles demasiado secas, dos muito
enfraquecidos ou dos que, por problemas de saú de, se cansam facilmente.

Embora o banho seja muito importante, a rotina do seu uso diá rio nã o pode ser
legitimamente resguardada. Se um banho por dia já é difícil de defender, o que dirá
dois. No entanto, esse é o há bito de alguns hospitais, instituiçõ es, cuidadores
domiciliares etc.

 Banho no leito

O banho no leito, providencia-se quando a pessoa é totalmente dependente ou


quando há uma restrição do exercício. Se o idoso for semi-dependente e seja
necessá rio o banho no leito, deve providenciar-se o material e auxilia-lo na higiene.

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Etapas dos cuidados de higiene a pessoas dependentes

1.º – Preparar todo o material necessário:

 Luvas e aventais descartá veis

 Esponja

 Sabã o líquido neutro

 Uma bacia com á gua tépida (se banho na cama)

 Toalhas limpas

 Creme hidratante e anti alergénico

 Escova ou pente para o cabelo

 Escova de dentes e pasta dentífrica ou elixir

 Fraldas descartá veis, se necessá rio

 Sacos de plá stico para o lixo e para a roupa suja

 Roupa limpa para o idoso e/ou para a cama

Se o banho é no chuveiro:

 Temperar a á gua, tendo o cuidado de nã o queimar a pessoa ou provocar


desconforto

 Começar sempre pela cabeça, em direçã o aos pés.

 Lavar a cabeça, cara e orelhas do idoso.

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 Seguem-se o pescoço, braços, axilas, costas, pernas e pés, entre os dedos e,


por fim, partes genitais.

 Secar o corpo com toalha macia, sem esfregar.

 Aplicar creme hidratante no corpo.

 Vestir a pessoa e penteá -la.

 Nã o esquecer a lavagem da boca, usando uma escova de dentes ou


compressas embebidas em elixir ou pedir ao idoso para bochechar.

 Verificar sempre se nã o existem secreçõ es, feridas, caspa ou parasitas.

 Cortar as unhas, cuidar dos cabelos e toda a aparência do idoso.

Se o banho é na cama:

 Temperar a á gua, tendo o cuidado de nã o queimar a pessoa ou provocar


desconforto.

 O idoso deve ser lavado com uma esponja embebida em á gua e sabã o, ou com
um gel de banho hipoalergénico.

 Iniciar a higiene com a limpeza dos olhos, usando uma compressa com á gua
ou soro fisioló gico para cada olho, limpando sempre de dentro para fora, de uma só
vez.

 De seguida: lavar a cara, as orelhas e a cabeça. A lavagem desta deve ser feita
com regularidade, devendo, contudo, respeitar a vontade do idoso, sempre que
possível.

 Lavar os braços e o tronco e seguir para as pernas e os pés, secando o corpo à


medida que lava e tapando-o.

 Lavar a regiã o genital.

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 Lavar da frente para trá s (do meato uriná rio para orifício vaginal e
posteriormente para a regiã o anal), prestando atençã o à sujidade acumulada entre
os lá bios, utilizando uma mã o para afastar os lá bios e outra para lavar.

 Mudar a á gua da bacia apó s a higiene dos genitais.

 Colocar o idoso de lado e proceder à lavagem das costas e ná degas, secando


de seguida.

 Colocar a roupa lavada e a fralda, fazendo a cama de um lado.

 Virar o idoso para o lado seguinte e terminar de fazer cama e de colocar a


fralda.

 Terminar de vestir o idoso e deixá -lo confortá vel.

 Nã o esquecer de pentear o cabelo, colocar creme hidratante no corpo e de


lavar a boca da pessoa.

Para o conforto, o técnico auxiliar de saúde deve:

 Providenciar para que as necessidades de eliminaçã o uriná ria e intestinal dos


idosos sã o satisfeitas transportando e disponibilizando os equipamentos adequados;

 Contribuir para a prevençã o de ú lceras de pressã o, cuidando da pele e


assegurando um posicionamento adequado do Idoso;

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 Regra básica: Utensílios de higiene exclusivos e ú nicos do utente

 Auxiliar na toma dos medicamentos de acordo com as orientaçõ es e o plano


de medicaçã o estabelecido para cada Idoso;

 Promover a mobilidade do Idoso e a adoçã o de posturas corretas, tendo em


vista a prevençã o do sedentarismo e do imobilismo;

 Contribuir para a prevençã o de acidentes no domicílio, na instituiçã o e no


exterior, sugerindo a adoçã o de medidas de segurança e a melhoria da organizaçã o
dos espaços.

 Prestar apoio na alimentaçã o dos Idosos, de acordo com as orientaçõ es da


equipa técnica

 Colaborar na organizaçã o e na confeçã o das refeiçõ es, respeitando a


qualidade do armazenamento e a higiene dos alimentos e tendo em conta as
restriçõ es dietéticas, as necessidades e as preferências do Idoso e as orientaçõ es da
equipa técnica;

 Efetuar a distribuiçã o das refeiçõ es, condicionando-as e transportando-as,


respeitando as regras e os procedimentos de higiene alimentar;

 Acompanhar e auxiliar a toma das refeiçõ es sempre que a situaçã o de


dependência do Idoso o exija.

 Estimular a manutençã o do relacionamento com os outros, encorajando-o a


participar em atividades da vida diá ria e de lazer adequadas à situaçã o do Idoso;

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 Preparar e desenvolver atividades de animaçã o e entretenimento, adequadas


à situaçã o do Idoso, nomeadamente, proporcionando-lhe momentos de leitura, jogos
e convívio;

 Acompanhar o Idoso nas suas deslocaçõ es em situaçõ es de vida diá ria, de


lazer e de saú de.

 Adequar os cuidados de higiene e conforto à s necessidades e características


do doente.

 Aplicar as técnicas e os procedimentos relativos aos cuidados bá sicos de


saú de do Idoso.

 Utilizar os procedimentos e as técnicas de primeiros socorros em situaçã o de


acidente.

 Aplicar técnicas adequadas à manutençã o da mobilidade do Idoso.

 Identificar situaçõ es de risco de acidente e as medidas de segurança


adequadas.

 Adequar as refeiçõ es à s características e necessidades dos Idosos, tendo em


conta o equilíbrio alimentar e as indicaçõ es da equipa técnica.

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 Aplicar os princípios e as regras de higiene alimentar na armazenagem e


conservaçã o dos produtos e no serviço de refeiçõ es.

Sono e repouso

Os “pequenos sonos” sã o períodos de repouso normais que aumentam à medida que


envelhecemos;

É frequente, os idosos queixarem-se de ter o sono muito leve, de acordar muitas


vezes durante a noite, ou ainda, de nã o dormir o suficiente.

Quando falamos em repouso, lembramo-nos de sono. Efetivamente, essa é a forma


fisioló gica que praticamos diariamente, forçados pela natureza, pois, quando a
atividade ultrapassa determinado limite, o sono impõ e-se e a pessoa é forçada a
repousar.

O repouso imposto pelo sono é o meio natural do organismo refazer as suas forças
e reorganizar os sistemas.

O sono é uma necessidade humana bá sica, caracterizada como um estado de


inconsciência que pode ser desperta, período de diminuiçã o mental e da atividade
física.

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O repouso é um estado de alerta durante o qual há um esforço consciente


para reduzir a atividade e a estimulaçã o mental. Descanso ou relaxamento.

Funções do sono e repouso:

Reduçã o da fadiga
Relaxamento dos sentidos
Relaxamento dos mú sculos
Estabilizaçã o dos humores
Melhora do fluxo sanguíneo para o cérebro
Manutençã o dos mecanismos detetores de doença do sistema imunoló gico
Promoçã o do crescimento e do reparo das células
Melhora na capacidade de aprendizagem e armazenamento na memó ria

A dor e outros sintomas

Toda a pessoa tem direito ao melhor controlo da dor;


A dor é uma experiência subjetiva, multidimensional, ú nica e dinâ mica;
A dor pode existir mesmo na ausência de causas identificadas5;
A perceçã o e a expressã o da dor variam na mesma pessoa e de pessoa para
pessoa, de acordo com as características individuais, a histó ria de vida, o processo de
saú de/ doença e o contexto onde se encontra inserida;
A competência para avaliaçã o e controlo da dor exige formaçã o contínua
A avaliaçã o da dor pressupõ e a utilizaçã o de instrumentos de avaliaçã o;

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O controlo da dor requer uma abordagem multidisciplinar coordenada;


Os cuidadores principais e a família sã o parceiros ativos no controlo da dor;
A tomada de decisã o sobre o controlo da dor requer a colaboraçã o da pessoa,
dos cuidadores e da família
A dor nã o controlada tem consequências imediatas e a longo prazo pelo que
deve ser prevenida;
Os enfermeiros têm o dever ético e legal de advogar uma mudança do plano de
tratamento quando o alívio da dor é inadequado

A avaliação é fundamental para o controlo da dor. Recomenda-se reconhecer que a


pessoa é o melhor avaliador da sua pró pria dor;
Acreditar sempre na pessoa que sente dor;
Privilegiar o autorrelato como fonte de informaçã o da presença de dor na pessoa
com capacidades de comunicaçã o e com funçõ es cognitivas mantidas.
O envolvimento da pessoa no controlo da dor respeita o princípio ético da
autonomia.
Assim, recomenda-se:
Ensinar acerca da dor e das medidas de controlo;
Ensinar acerca dos efeitos colaterais da terapêutica analgésica;
Ensinar sobre os mitos que dificultam o controlo da dor

Tarefas que em relação a esta temática se


encontram no âmbito de intervenção do/a
Auxiliar e Saúde

O técnico auxiliar de saúde tem com funções:

Auxiliar sob orientações do técnico auxiliar de saúde:

Na prestaçã o de cuidados de saú de aos utentes,

Na recolha e transporte de amostras bioló gicas,

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Cuidados na saú de a populaçõ es mais vulnerá veis UFCD 6580

Na limpeza, higienizaçã o e transporte de roupas, materiais e equipamentos,

Na limpeza e higienizaçã o dos espaços e no apoio logístico e administrativo


das diferentes unidades e serviços de saú de.

Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob


sua supervisão direta

Auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo com orientações do


enfermeiro:

Ajudar o utente nas necessidades de eliminaçã o e nos cuidados de higiene e


conforto de acordo, com as orientaçõ es do enfermeiro;

Auxiliar o enfermeiro na prestaçã o de cuidados de eliminaçã o, nos cuidados


de higiene e conforto ao utente e na realizaçã o de tratamentos a feridas e ú lceras;

Auxiliar o enfermeiro na prestaçã o de cuidados ao utente que vai fazer, ou


fez, uma intervençã o cirú rgica;

Auxiliar nas tarefas de alimentaçã o e hidrataçã o do utente, nomeadamente na


preparaçã o de refeiçõ es ligeiras ou suplementos alimentares e no acompanhamento
durante as refeiçõ es;

Executar tarefas que exijam uma intervençã o imediata e simultâ nea ao alerta
do técnico auxiliar de saú de;

Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, que


necessita de ajuda total ou parcial, de acordo com orientaçõ es do técnico auxiliar de
saú de.

Auxiliar nos cuidados post-mortem, de acordo com orientaçõ es do técnico


auxiliar de saú de.

Assegurar a limpeza, higienizaçã o e transporte de roupas, espaços, materiais


e equipamentos, sob a orientaçã o de profissional de saú de:

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Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da


unidade do utente, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;

Efetuar a limpeza e higienizaçã o das instalaçõ es/ superfícies da unidade do


utente, e de outros espaços específicos, de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos;

Efetuar a lavagem e desinfeçã o de material hoteleiro, material clínico e


material de apoio clínico em local pró prio, de acordo com normas e/ou
procedimentos definidos;

Assegurar o armazenamento e conservaçã o adequada de material hoteleiro,


material de apoio clínico e clínico de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos;

Efetuar a lavagem (manual e mecâ nica) e desinfeçã o química, em local


apropriado, de equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ou
procedimentos definidos;

Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados na


lavagem e desinfeçã o, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos, para
posterior recolha de serviço interna ou externa;

Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduos


hospitalares, garantindo o manuseamento e transporte adequado dos mesmos de
acordo com procedimentos definidos.

Auxiliar O técnico auxiliar de saú de na recolha de amostras bioló gicas e


transporte para o serviço adequado, de acordo com normas e/ou procedimentos
definidos

Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de


saúde, pode executar sozinho/a

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O técnico auxiliar de saúde, para além das tarefas anteriormente descritas, possui
um conjunto de outras que realiza sem a supervisã o de um profissional de saú de:

Assegurar atividades de apoio ao funcionamento das diferentes unidades e


serviços de saú de:

Efetuar a manutençã o preventiva e reposiçã o de material e equipamentos;

Efetuar o transporte de informaçã o entre as diferentes unidades e serviços de


prestaçã o de cuidados de saú de;

Encaminhar os contactos telefó nicos de acordo com normas e/ ou


procedimentos definidos;

Encaminhar o utente, familiar e/ou cuidador, de acordo com normas e/ ou


procedimentos definidos

Bibliografia e netgrafia

FALCÃ O, Ana Mraia de Aragã o e AZZI, Roberta Gurguel, Psicologia e formaçã o


docente: desafios e conversas, Editora Casa do Psicó logo, (2002)
 KEROUAC, Suzanne [et al.] – El pensamento enfermeiro. Barcelona: Masson,
1996. ISBN 84-4580365-4.
 LOFF, Ana Margarida – Relaçõ es Interpessoais. Enfermagem em Foco. Lisboa:
SEP. N.º 13, Ano IV (Nov./Jan. 1994), p. 56-63.
 Http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/
ministerio/lei+organica/arquivo+organica/leiorganica.htm
http://www.sobresites.com/psicologia/
http://www.psicologia.pt/

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