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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JARI DO DEPARTAMENTO DE

EDIFICAÇÕES E ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DE MINAS GERAIS –


DER-MG

ANGELA LUZIA FRANCO SOARES, casada, servidor público, inscrita sob


o CPF nº 598.704.516-91, ID MG-5498756, residente e domiciliada na Av. do
Contorno nº 3, Centro – Lassance/MG, CEP 39250.000 com fundamento no artigo
282, parágrafo 3º da lei 9.503/97, interpor a presente DEFESA PRÉVIA, contra a
aplicação de penalidade por suposta infração de trânsito, com fulcro no artigo 218, I,
conforme notificação em anexa.

I - DA TEMPESTIVIDADE DA DEFESA PRÉVIA

A notificação de autuação foi expedida, com prazo de 30 dias para limite de


defesa prévia, vencendo tal prazo em 26/11/2021, sendo esta defesa prévia
perfeitamente tempestiva, respeitado o diploma legal.

II - DOS FATOS

O Defendente foi autuado enquanto trafegava em Curvelo/MG, quando foi


flagrado pelo radar transitando em velocidade superior a máxima permitida em até
20%.
Foi lavrado o Auto de Infração nº AI03594474, com enquadramento no
art. 218, I, do CTB, contendo a seguinte redação:

Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida


para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil,
em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais
vias:
I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20%
Infração - média;
Penalidade - multa;

No entanto, em que pese o enquadramento da conduta, serão


demonstrados veementemente que houve, de fato, equívoco na lavratura da
presente notificação, os quais prejudicam a sua validade e culminam em sua
nulidade total.
III - DOS FUNDAMENTOS

A notificação em questão indica que o condutor do veículo Fiat/Fiorino


trata-se de uma ambulância de propriedade do Município de Lassance/MG, placa
RME-6H38, transitava em velocidade superior a máxima permitida em até 20%.

Com isso foi apontada violação ao artigo 218, inciso I, do Código de


Trânsito Brasileiro.

Contudo, esta multa não deve prevalecer, pois as é claro de observar que o
veículo em questão trata-se de uma ambulância de propriedade do município de
Lassance.

Além do exposto, verifica-se no próprio auto de infração mostra que a


velocidade regulamentada para aquela via é de 40km/h e a velocidade
considerada do veículo objeto dessa infração transitava em 41km/h,
evidenciando que não trouxe nenhum perigo para qualquer condutor da via,
sendo esta multa uma forma exacerbada de aplicação de penalidade.

O condutor estava se deslocando em serviço de urgência conduzindo


paciente em estado grave. O veículo estava devidamente identificado por
dispositivos de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, cumprindo o
disposto no Artigo 29 INCISO VII, Letras c e d da Lei 9503/97 (CTB) e, mesmo
estando amparado pela Legislação, verifica-se que não ocorreu excesso abusivo
na sua velocidade, como se pode observar na Notificação emitida pelo DNIT, no
qual também vejamos:

Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à


circulação obedecerá às seguintes normas:
VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e
salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de
trânsito e as ambulâncias, além de prioridade no trânsito,
gozam de livre circulação, estacionamento e parada, quando
em serviço de urgência, de policiamento ostensivo ou de
preservação da ordem pública, observadas as seguintes
disposições:
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação
vermelha intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva
prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá
se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de
segurança, obedecidas as demais normas deste Código;
Finalmente, por constituir-se em uma autuação inconsistente e sem
amparo legal, por descumprir a Lei e, considerando que a Administração, segundo
a Carta Magna de 1988, deve orientar seus atos pela legalidade e moralidade e os
atos que contiverem erros de responsabilidade da Administração devem ser
corrigidos até “ex-officio;” vem requerer de V Sª para que aprecie os fundamentos
de fato e de direito articulados.

IV. DOS PEDIDOS

Nobre e ilustríssimos julgadores, diante de todo o exposto requer o


Defendente:

a) Que seja recebida a presente Defesa, porquanto preenchidos todos os


requisitos de sua admissibilidade, com cópia de documentos do Defendente de
acordo com a Res. 299/08 do CONTRAN;

b) Que seja julgado o AUTO INSUBSISTENTE E IRREGULAR, sendo


DEFERIDA a presente Defesa, e por via de consequência, o cancelamento da
multa imposta, conforme preceitua o art. 281, I, do CTB;

d) Que seja esta defesa julgada no prazo estabelecido pela lei de trânsito
no seu art. 285, no qual figura em 30 dias.

e) De acordo com o artigo 37 da Constituição Federal e Lei 9.784/00, a


administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios devem obedecer aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, motivação e eficiência. Por via
consequencial, caso não seja acatado o pedido, solicita-se um parecer por escrito
do responsável com decisão motivada e fundamentada sob pena de nulidade de
todo este processo administrativo;

Nestes termos, pede deferimento.

Lassance/MG, 24 de Novembro de 2021.

ANGELA LUZIA FRANCO SOARES


Condutor

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