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Setembro de 1951

GUIA...
COMO O F A R O L NA NOITE

...que apontará o caminho certo à Eterna Felicidade...


Seguirão aos
... E Sinais
“ Durante minha viagem ao redor do
que crerem
Meha, nosso interprte, que eu iria fa­
mundo, visitando as missões da Igreja, lar sem que êle traduzisse sentença por
o que de mais importante me sucedeu sentença do que fôsse dizer, e continuei
foi o dom de interpretação da língua ao auditório:
inglesa, dado aos Santos da Nova Ze­ •—• Como desejaria ter a graça de
lândia, numa conferência realizada em poder falar-lhes em sua própria lingua­
Puketapu, Huntly, Waitako, no dia 23 gem para expressar o que vai no meu
de abril de 1921. coração; mas desde que não possua êsse
O serviço estava sendo celebrado nu­ dom, eu rezo e peço a vocês rezarem
ma grande tenda sombria onde cente­ também para que sejam possuídos do
nas de homens e mulheres anciavam ar­ espírito da interpretação, afim de que
dentemente por ver e ouvir um Após­ possam ao menos discernir o sentido do
tolo da Igreja, o primeiro até então a que eu tenho a dizer.
visitar aquela terra. A minha prédica durou quarenta mi­
Ao olhar aquela vasta assembléia e nutos e eu jamais me havia dirigido a
perceber a grande espectativa que en­ uma assistência mais atenta e respei­
chia cada coração, compreendi quão ina­ tosa. Os ouvintes estavam em verda­
dequadamente eu poderia satisfazer aos deiro transe — percebi isso ao ver lá­
anseios daquelas almas; e desejei ar­ grimas em seus olhos. Alguns dêles
dentemente ter o dom das línguas, pois ou mesmo a maioria havia sido agra­
só assim poderia falar-lhes em seu dia­ ciada com a dádiva da interpretação,
leto nativo. muito embora desconhecesse o idioma
Até então eu jamais havia pensado inglês.
seriamente na dádiva da linguagem, Terminando o meu discurso, um ra­
mas nessa ocasião almejei com toda a paz neo-zelandês que havia sido- estu­
fôrça de minha alma ser possuído da­ dante na Universidade de Brigham
quela Divina graça. Young, irmão Sidney Christie sussur-
Em outras missões havia falado atra­ rou-me:
vés de um intérprete, porém, embora — Irmão McKay, êles apanharam o
sabendo que são hábeis todos os intér­ significado da,s suas palavras.
pretes, eu me sentia embaraçado, ini­ -—- Sim, tomei eu, assim eu creio.
bido, mesmo tolhido em apresentar a Mas, para melhor proveito daquêles que
minha mensagem. não hajam entendido, o irmão Meha que
Fazendo face àquela assistência que faça um resumo na sua própria lingua­
esperava com tão desusada ansiedade, gem.
senti como nunca, o grande encargo que E então, enquanto a tradução era
era o meu ofício. E orei, do mais pro­ feita, muitos neo-zelandêses fizeram cor­
fundo do meu sêr, pela assistência Di­ reções ao intérprete, mostrando dêsse
vina. modo terem alcançado uma clara con­
Ao levantar-me disse ao irmão Stuart cepção do que fôra dito em inglês.”

O Senhor c o melhor amigo que eu já tive, e penso que o


melhor que se pode fazer e confiar nÊle porque dÊle virá a recom­
pensa a tudo que se fizer,
São Fauio
SETEMBRO DE 1951
Rua Itapeva, 378 .
_ , , Ano IV N.° 9
Tel.: 33-6761

ÓRGAO OFICIAL DA MISSÃO BRASILEIRA DA IGREJA DE JESUS CRISTO DOS


SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS
SUMÁRIO

“A LIAHONA” é publi­ EDITORIAL — Presidente Rulon S. Howells . . 167


cada mensalmente no
Brasil pela Igreja de Je­ ARTIGOS ESPECIAIS
sus Cristo dos Santos dos
Ültimos Dias. Preços das Vamos Estudar Cristandade’ — Vivian Meik . . . 168
assinaturas: c a d a O Maior de Todos — Milton B ennion........................ 170
exemplar, Cr$ 4,00; por M antenha as Leis — Ezra L. M arler........................ 171
ano, Cr- 40,00; exterior,
CrS 50,00. Tôda corres-< Guiado por Deus — Historia da Igreja 16.a parte . 172
pondência à Caixa Postal O pequeno Ditador — Elder Mark E. Peterscn . . 174
862, São Paulo, S. P. (em duas partes)
Diretor-Redator R ecom pensa........................................................................ 176
“Desânimo” ...................................................................... 177
Cláudio Martins dos
VARIOS
Santos
E Sinais seguirão aos que crerem — traduzido por
Registrado sob N.° 93 do A. R. Agibert ............................................... 2.a capa
Livro “B ” n.° 1, de Ma­ A Chamada Divina — Maria Jorge Gonçalves . . 178
trícula de Oficinas Im ­
pressoras, Jornais e Pe­ No Canto da C o zin h a..................................................... 179
riódicos, conforme De­ Fome de Beleza — Irma D o v ey ............................ 180
creto N.° 4857, de 9-11-
1939. Regras de Fé — José S m ith ...................................... 4.a capa
Rumo dos R a m o s............................................................ 181

Endereços dos Ramos da Igreja no Brasil


SÃO PAULO: Rua Seminário, 165 1.° and. PONTA GROSSA: Rua 15 de Novembro,
CAMPINAS: Rua Cesar Bierrenbach, 133 354, 3.° andar
SOROCABA: Rua Mandei José de Fonseca, 79 PôRTO ALEGRE: Av. New York, 72
RIBEIRÃO PRJÊTO: Rua Alvares Cabral, 93 NITERÓI: R. Tav. de Macedo 193 (Icarai)
SANTOS: Rua Paraiba, 94 NOVO HAMBURGO: Rua David Canabar-
RIO DE JANEIRO: Rua Camaragibe, 16 ro, 77
(Tijuca) RIO CLARO: Avenida 1, 301
JOINVILE: Rua Frederico Hüber Pontos adicionais para informações:
IPOMÉIA: Estrada para videira PIRACICABA: Vila Boyce, Rua Alfredo, 5
CURITIBA: Rua Dr. Ermelino de Leão, 451 BAURÜ: Rua Ezequiel Ramos, 5-61
Igreja
\
no
Mundo
Em 1916 a Missão de Samoa foi di­ guiou seus antecessores na terra da pro-
vidida, dando origem a nova missão de missão”.
Tongan, que desde então aumentou Unia grande celebração está sendo
consideravelmente, até contar, atual­ planejada para a dedicação da escola, a
mente, com 3.000 membros. Existe um maior a ser realizada na ilha. As auto­
verdadeiro espirito de cristandade com ridades da Igreja deverão chegar para a
os membros da ilha e todos estão em­ dedicação e a Rainha da Ilha também
penhando seus melhores esforços para será uma hospede de honra.
a construção da nova escola da igreja. Material está sendo- fornecido pela
O Colégio Liahona, que já está quasi Igreja para fazerem duplicatas das li­
pronto. O custo total do edifício é Cr$ ções, assim como instrumentos musicais
6.000.000,00 é será a melhor escola da para completar uma orquestra de 27 fi­
ilha. Ela acomodará entre 250 a 300 guras, equipamento atlético e grande
estudantes, fornecendo também acomo­ quantidade de livros para uma biblioteca.
dações para os mesmos. Todos trabalha­ TOKIO — JAPÃO
rão em comum na plantação em que o Por ação da Primeira Presidência e
colégip está situado, para produzir o dos membros do Conselho dos Doze, a
alimento que será necessitado pelo Missão Japonesa foi expandida para in­
mesmo. cluir agora as Ilhas Filipinas, Guam e
Missionários nativos, espontaneamente, Okinawa, conforme anunciado.
têm dedicado parte de seu tempo na Foi sugerido que um ramo fosse Or­
construção da escola. Um nov,> ramo da ganizado na Base Aérea de Clark onde
igreja foi aberto, incluindo os estudantes existem mais de ICO membros da Igreja.
que agora freqüentam o colégio, nas Foi estimado um número dè 100 mem­
salas parcialmente prontas. bros na ilha de Guam, sobre a direção
do Ten. Cel. Harold J. Malan.
A construção será toda moderna. De acordo com a Primeira Presidên­
Grandes cisternas foram construídas cia foi indicado que um estudo tinha sido
para represar a agua. realizado na area das ilhas do Pacífico,
O nome Liahona foi escolhido para a com informações fornecidas pelo Comitê
escola por causa da promessa do Livro ds Meinbrs Alistads, com a idéia de
de Mormon feita aos Lamanites e des­ cuidar da necessidades espirituais dos-
cendentes de Lehi. A promessa feita a membros residentes na zona, assim como
Tongan é que se eles tiverem fé no Se­ expandir o trabalho missionário. E ’
nhor, a escola seria para eles o que a esperado que no futuro próximo grande
Liahona foi para Lehi e seus compa­ número de novos membros seja feito
nheiros. “A Escola os guiará a uma vida entre os japoneses que se encontram em
superior e melhor, assim como a Liahona Okinawa, vindos do Awai.
E d itorial

Presidente da Missão Brasileira

É importante a lei do dízimo?


Sim, para todos aqueles que ao entrar nas águas do batismo,
fazem um convênio eterno com Deus, de cumprir e guardar todos os
seuh mandamentos.
Talvéz, seja esta, uma das leis mais importantes, de nossa Igreja,
e a qual, a maioria dos membros não dão grande valor, embora
saibam que êste mandamento foi-nos dado por Deus desde os tempos
de Abraão.
Deus tudo nos dá, e nada pede em retribuição; sem embargo,
sempre pedimos bênçãos e diariamente as gozamos.
Tudo o que vêmos e possuimos aqui nesta Terra, julgamos que
possuir estas coisas, sem lembrar que Deus, o Pai bom e amavel,
nos são dadas por acaso, ou talvéz, porque tenhamos o direito de
tudo nos oferece; mas, quando chega a ocasião de retribuirmos sua
bondade, pagando o dízimo por gratidão, cumprindo desta ma.neira
sua lei, sempre deixamos de o fazer, quebrando assim o convênio
feito ao aceitarmos o batismo.
Devemos pagar nosso' dízimo, mesmo antes de pagarmos nossas
dívidas, pois, se esperarmos pagar primeiro todas nossas dívidas ter­
renas, e com as sobras pagar ao Senhor veremos que nunca pagar-lhe-
emos, as muitas bênçãos que constantemente recebemos, e, se assim
o fizermos estaremos roubando a Deus, e demonstrando egoismo e
ingratidão.
Seriamos nós, membros da Igreja de Jesús Cristo-, capazes de
fazer um pequeno sacrifício para pagar o dízimo?
Não seremos nós capazes de amar o Pai como êle nos amou à
ponto de nos dar seu filho bem amado em oloucasto a nossa salvação?
Lembremos e guardemos sempre êste ensinamento:
Eu, o Senhor, estou obrigado quando fazeis o que digo: mas
quando não o fazeis não tendes promessa nenhuma; (D & C 82:10).

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“Vamos Estudar Cristandade!’
Vivian Meik o autor deste artigo, era o organização da Igreja primitiva desti­
correspondente diplomático para o jornal nava-se a assegurar essa felicidade que
“The People" de Grã Bretanha, a circula - era a intenção divina desde a criação
ão do qual é de 6.000.000 exemplares. Em do mundo.
abril de 1947 batisou-se membro da Igreja Quando, cem ou duzentos anos de­
de Jesús Cristo dos Santos dos Ültimos Dias, pois dêsses primeiros dias, a Igreja viu-
e logo depois imigrou para os Estados Unidos se contaminada pelo- egoismo e diligên­
onde reside atualmente em Salt Lake City, cia de Roma, esta sanidade desapareceu.
Utah. E’ com jjrazer que apresentamos êste Os terriveis resultados clêste afasta­
artigo que escreveu para “Millenial Star”,
o órgão oficial da igreja em Inglaterra. mento da palavra de Deus é a história
Presidente da Missão Brasileira dos últimos 1.500 anos.
Afirmamos que esta Igreja foi res­
Hoje, neste ano da graça e da bomba tabelecida por revelação direta de Deus
atômica, existem mais de trezentas re­ a José Smith. E a prova está no fato
ligiões, devidamente reconhecidas. Mais de que, nem todos os estudos de teó­
de duzentas e cincoenta dizem-se cris­ logos competentes, nem todos os abu­
tãs. Mas, na prática, diferem conside­ sos e ridículos lançados contra nós por
ravelmente. rivais que temiam ver-se eclipsados,
Qual delas portanto tem direito ver­ nem todas as perseguições de intolerân­
dadeiramente ao nome de “ Igreja de cia e beatice, nem todas as intrigas de
Cristo” ? inimigos conseguiram transtornar nossa
Nas escrituras, base do Cristianismo, afirmação desde que foi feita.
está escrito que uma árvore é conhe­ Continuanclo-se a comparação entre
cida pelos seus frutos. Esta é uma ou­ as diferentes religiões, torna-se óbvio
tra maneira de dizer que uma igreja que a fórmula “ Mens sana in corpore
deve ser considerada pela qualidade — sano”, não é sòmente um epigrama fí­
não sòmente quantidade —• de seus sico mas um provérbio de profunda sig­
membros. nificação religiosa.
A qualidade de uma igreja só pode Se se lembrarem do grande eixo em
ser julgada pela fé e pelo trabalho de que o verdadeiro Cristianismo comu-
seus adeptos resultantes de seus ensi­ mente se atém -—• o Sermão da Monta­
namentos e práticas. nha —lembrar-se-ão também de como
Neste capitulo básico a Igreja de Je­ a multidão foi alimentada pelo Salva­
sus Cristo dos Santos cios Últimos Dias dor.
destaca-se proeminentemente entre as Tem aí tanto o preceito como a prá­
igrejas cristãs de hoje pela sua contri­ tica de nossa Igreja em uma sentença.
buição para o bem estar e felicidade hu­ Nós, também, tomamos em consideração,
manos. em primeiro lugar, a matéria de nosso
E ’ de fato um exemplo vivo de povo.
uma das mais velhas máximas para o Aceitando a técnica de organização
bem estar da humanidade: “ Mens sana do Salvador, em seus mínimos detalhes,
in corpore sano”. (Mente sã num cor­ porque provamos a autoridade divina
po são). para isto, nossos líders oficiais, sob a
Por parábolas e pelo exemplo, nosso direção de uma revelação também igual­
Salvador impôs esta máxima de sani­ mente provada, foram inspirados a idear
dade prática na história. Sua inteira um sistema para o bem estar de nossos
168 A LIAHONA
membros que é meíhor que o de qual­ sabilidade, individual e coletiva, fazer
quer outra igreja na história. isto sempre que possamos — e nossa
Ora, é fato bastante conhecido, que arma mais forte é a nossa fé combi­
nem religião, nem civilização subsistem nada com nossas boas obras. Devemos
em estomago vazio. Nossa Igreja vai viver nossa religião.
ainda mais longe. Eles sabem que a Os fatos demonstram que somos à
humanidade, em massa, não pode e não única Igreja no Mundo Cristão que não
sustentará uma religião vazia. O Sal­ se acha dividida. Dissensões internas
vador disse a seus apóstolos que êles são o sinal infalível da decadência final.
precisam “ cuidar de Seus cordeiros”. Só pode haver uma razão para isto:
Esta foi uma das primeiras cousas que somos guiados por nossos guias inspi­
Êles lhes ordenou. Qualquer religião rados e por revelação direta sobre a
que se diz apostólica e não “cuida de maneira de agir dos Santos conforme
Seus cordeiros”, não pode ser a sua decretado pelo Salvador. Possuímos to­
religião. Não há outro teste. Não há dos os fundamentos, espirituais e prá­
outra comparação. ticos instituídos pelo Senhor como base
Algumas vezes tal religião pode du­ para Sua própria Igreja para salvar a
rar por algum tempo, enquanto se en­ humanidade. Temos apóstolos, profetas,
contra sob a mão de ferro de uma mi- revelação . . .
noridade totalitária, mas sua dissolução Por meio dêste desígnio para a sal­
eventual é certa. Não pode ir de po­ vação temos garantido o gozo da pro­
der a poder da maneira de homeqs li­ metida dádiva e poderes do Espírito
vres sob um Deus de amor. Acredi­ Santo e todas as conseqüentes maravi­
tamos que é assim que seguimos para lhosas manifestações às quais muitos de
a frente, porque Deus revelou-se a José nós já podem prestar testemunho.
Smith para êsse propósito expresso: o Temos a verdade combinada e a sa­
restabelecimento de Sua Igreja. nidade prática da amizade e da reve­
lação de Deus — nossa irmandade, dos
homens e das mulheres. Juntas nos
trouxeram, triunfalmente a um glorioso
Centenário.
Sanidade espiritual —r- chamai-a de
sabedoria de Deus, se quizerdes, qual­
quer nome que se use; ela nos traz logo
à mente as palavras do Apóstolo Tiago.
“ E se algum de vós tem falta de sa­
bedoria, peça-a a Deus que a todos dá
liberalmente, e o não lança em rosto e
ser-lhe-á dada.”
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias pede com fé, sem he­
sitações. A Igreja desafiará na ver­
dade o julgamento do mundo “ dos fru­
tos da arvore”, nossa doutrina espiri­
Ainda temos muitos inimigos a com­ tualmente sã e nossa prática espiritual­
penetrá-los de nossa sanidade espiritual mente sã desta doutrina —- juntamente
tanto quanto de nossa coragem e deter­ com o bem estar do corpo e a salvação
minação espirituais. Ii’ nossa respon­ da alma de seu povo.
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“O Maior de Todos”
O maior de todos os mestres é Jesús, morte. A resposta de Jesus aos seus
porque êle tem influenciado sempre pa­ acusadores foi: “ O sábado foi feito por
ra o bem, mais vidas humanas do que causa do homem, e não o homem por
qualquer outro mestre de caráter histó­ causa do sábado.” Isto é uma negação
rico, antigo ou moderno. Êle ensinou a todos aquêles que dão valor excessivo
tanto por preceito, como por exemplo. à lei, letra por letra, invêz do espírito
Êle compreendia de tal maneira a na­ da lei.
tureza humana, o destino e o espírito e A coragem “do Mestre” é grande­
a verdade, que seus ensinamentos têm mente ilustrada nas circuntâncias rela­
permanecidos à prova dos séculos e são tivas à sua prisão e crucificação. Êle
hoje o supremo ideal do esforço hu­ poderia ter escapado à prisão fugindo
mano. No Sermão da Montanha, nós pelo Jordão, em vêz de esperar no Jar­
nos curvamos com reverência, embora dim de Gethesemane, a chegada do seu
nem sempre em obediência, perante os traidor e captores. A Pedro, que pro­
divinos ensinamentos. O exemplo de tegeria seu Mestre pela violência, Êle
Jesus foi uma inspiração que incitou disse: “ Meta no seu lugar o tua espada
seus discípulos a realizar um empreen­ porque todos os que lançarem mão da
dimento que parecia espiritualmente su- sua espada à espada morrerão”.
perhumano aos homens comuns. Êle não tinha preferência por nin­
Seus exemplos, que parecem ser para- guém ; estava sempre a serviço dos
dóxicos, incluem princípios profundos e pobres e necessitados, mas ao mesmo
incontestáveis. Por exemplo: “Todo tempo pronto a aceitar a ajuda e ami­
aquêle que perder sua vida por meu amor zade dos ricos. Nós bem nos lembra­
e Evangelho, a mesma salvará”, Mats. mos de um certo jovem que dava maior
10:39. Quem alcançou fama e atraiu a importância ao serviço do que aos bens.
atenção geral pelo desenvolvimento do
seu próprio caráter? Os homens que se Os exemplos e ensinamentos de Je­
tornaram verdadeiramente grandes entre sus demonstram sempre, a influência
a humanidade tiveram fama por dar li­ para o bem que está dentro da capaci­
vremente seu tempo e energia por uma dade de quelquer mestre. A tremenda
grande causa que pertencia ao bem es­ significação da sua palavra ou ação, po­
tar da humanidade. de dar-lhe um senso de grande respon­
Jesus ensinou humildade, brandura e sabilidade. Êle deve entender a natu­
trabalho desinteressado; êle disse: “ To­ reza humana, e apiedar-se daquêles que
do aquêle que for grande entre vós será ensinará; deve ter conhecimento, sabe­
seu ministro; e todo aquêle de vós que doria e o dom de uma clara visão. Mas
for superior será servo de todos”. em adição a isto, deve ter o poder de
Em verdade o filho do Homem não inspirar aos outros o desejo de procu­
veio para ser ministrado, mas para mi­ rar os mais altos ideais da vida; para
nistrar e dar a sua vida em remissão encontrar êstes ideais, méritos no amor
p.or todos. Êle estava pronto a viver e serviço de Deus e dos homens, para
ou morrer pelos princípios que êle en­ compreender “mais bemaventurada coi­
sinou. Jesus saiu fazendo o bem, cu­ sa é dar do que receber”. E a gozar
rando mesmo aos sábados, apesar das uma vida cheia de alegria é demons­
responsabilidades das violações da lei, trada pela satisfação que vem dêste
acarretando a sí mesmo, a pena de amor e trabalho.
170 A LIAHONA
“ MANTENHA
AS LEIS”
Por Esra L. Marler
O décimo segundo Artigo de Fé diz:
“ Cremos na sujeição a reis, presi­
dentes, dirigentes e magistrados, na
obediência, honra e manutenção da
lei”.
A seguir apresentamos uma definição to do rei, e isto por causa do juramen­
daquela pequenina p alav ra... “ Lei": to de Deus. Quem guarda o manda­
Um corpo de regulamentos ou princí­ mento, não experimentará mal algum e
pios estabelecidos pelo costume, reco­ o coração do sábio conhece o tempo e
nhecido e exercido sôbre membros na o juizo”. Ed. 8:2 e 5.
sua conduta uns para com os outros”. O Apóstolo Paulo ao escrever a Tito
Ter leis, e ter o privilégio de obedecê- que estava encarregado de um ramo da
las é uma das maiores bênçãos do mun­ Igreja, aconselhou-o ensinar o seu re­
do. Sem a lei tudo seria desordem e banho a ser ordeiro e cumpridor da lei:
cáos e portanto as leis foram inteligen­ “Adverte-lhes que estejam sujeitos aos
temente instituídas para a proteção, se­ governadores e às autoridades, que se­
gurança e bem estar da humanidade. jam obedientes, que estejam prontos pa­
Um cidadão que vive dentro da lei é ra toda a bôa obra, c|ue não digam mal
geralmente feliz, bem sucedido e prós­ de ninguém, nem sejam questionadores,
pero, enquanto que um desobediente à mas sejam socegados, mostrando toda a
lei está frequentemente em complica­ mansidão para com todos.” (Tito 3:1, 2 )
ções, não só para si, mas torna a vida Nosso Salvador, enquanto na terra
dos inocentes e daqueles que observam ensinou seu povo a reconhecer e obede­
a lei muito desagradável. A lei é es­ cer os poderes existentes na terra,
sencial à segurança e bem estar dos mesmo que a autoridade tivesse sido
indivíduos. conquistada por arrebatamento cruel e
O presidente Joseph Smith numa fosse exercida injustamente.
ocasião disse que os povos deveriam Numa revelação dada em primeiro de
tornar suas faces duras como pedra Agosto de 1831 deu c seguinte à Igre­
contra a quebra de uma lei, contra o ja: “ Permiti que nenhum homem que­
mal, mas ainda ter caridade para com bre as leis da terra, pois aquele que
o fazedor do mal e tentar fazer com que guarda as leis de Deus não tem neces­
se arrependa. Este é um bom conse­ sidade de guardar as leis da terra.
lho, que é deveras da escritura. Portanto, sêde sujeitos aos poderes
A obediência à lei tem sido urgente­ existentes até que reine aquele cujo di­
mente aconselhada tanto' por muitos reito é reinar, e sobrepujar todos os
profetas antigos, como pelos de nossos inimigos sob seus pés”.
dias, como vemos pelo que se segue: Em 6 de Agosto de 1833, sua voz
“ Teme, filho meu, a Jehovah e ao foi novamente ouvida neste assunto.
rei, e não te metas com os que gostam E agora, na verdade, Eu vos digo com
de mudanças”. Prov. 24:21. respeito às leis da terra; é da minha von-
“ Eu te digo: Observa o mandamen­ (continua na 3.a capa)
Setembro de 1951 171
“Guiado por Deus ”
(HISTORIA DA IGREJA 16.a parte) o Profeta. Em toda a sua vida freqüen­
Com a morte de Joseph Smith, dois tara a escola apenas onze dias. Era o
problemas se apresentaram aos lideres da caçula de onze irmãos e começou sua
igreja. Um, era impedir o desmorona­ vida aos dezesseis anos, como carpin­
mento da organização e o outro era pro­ teiro, pintor e vidraceiro. Antes de se
curar uma conciliação com os inimigos converter ao Mormonismo, era meto­
para que não houvesse necessidade de dista. Com 23 anos casou-se com Miriam
outra emigração. Foram felizes no pri­ W orks e mudou-se para Nova York e
meiro caso, mas falharam no segundo. se estabeleceu no condado de Cayuga,
A Igreja possue três quorums princi­ prosseguindo sua vocação. Mais tarde,
pais (1) a Primeira Presidência, com­ porém, mudou-se para Mendon, 110 con­
posta de três membros, (2) Os Doze dado de Monroe, no mesmo estado. Na
Apostolos e (3) o Primeiro Ouorum dos primavera de 1830 leu o Livro de Mor-
Setenta. Com a morte do Profeta, natu­ mon que havia sido trazido para as vizi­
ralmente, ficou dissolvida a Primeira nhanças por Samuel H. Smith, irmão do
Presidência. Profeta. A-pesar-de estar grandemente
impressionado pelo novo movimento, não
aderiu a Igreja senão dois anos mais
tarde. Não levou muito tempo para tôda
a família Young abraçar a causa. Bri­
gham sòmente conheceu o Profeta no
outono do ano em que se batizou. O en­
contro deu-se em Kirtland, quando êle
e seu grande amigo, Heber C. Kimball,
foram ver o Presidente da Igreja. Dessa
data em diante a história de Brigham
Young e do Mormonismo ficam intima­
mente ligadas.
Em muitos pontos Brigham era nota-
A cadeia onde o Profeta foi martirizado damente diferente de Joseph Smith. A
A tragédia de Carthage, portanto, obra do Profeta foi a de fazer o alicerce
deixou os Doze Apostolos responsáveis e a dêsse grande pioneiro a de contribuir
pela Igreja em todo o mundo. A lei de sôbre êsse alicerce. Joseph Smith esta­
sucessão não estava, então ainda tão bem beleceu as diretrizes do pensamento e
definida quanto está hoje. A situação do desenvolvimento sôbre as quais o
mudou repentinamente e muitos adeptos Mormonismo deveria chegar ao seu des­
não conheciam as regras da Igreja. tino. Brigham Young fundou um lar, no
Êstes acontecimentos se passavam pela Grande Oeste, para seu povo e foi no
primeira vez na história da organização. período da sua administração que o novo
O Presidente do Quorum dos apósto­ movimento foi introduzido nas outras
los, naquela época, era Brigham Young, nações, que de outra forma nunca te­
cargo que até 1838 havia sido ocupado riam dêle conhecimento. O Profeta era,
por Thomas B. Marsh. fisicamente, um homem grande — tinha
Brigham Young nasceu em Vermont, um metro e oitenta e três de altura, sem
no dia 1.° de Junho de 1801, Era por sapatos, e pesava noventa e seis quilos.
conseguinte, quatro anos mais velho que Presidente Young era de altura mediana,
172 A LIAHONA
e, nos seus últimos anos de vida, chegou tendo os Doze como lideres da Igreja,
a pesar noventa quilos. O fundador do o povo regeitou, daquele momento em
Mormonismo era, sobretudo, ponderado diante, qualquer outra pretensão de
e contemplativo; seu sucesor era ativo, chefia.
prático e bom administrador. Os dois Em Maio de 1845, houve o julgamen­
eram complemento um do outro e cada to, em Carthage, daqueles acusados em
qual se quadrava perfeitamente no seu Outubro, pelo martírio do Profeta e o
ramo de trabalho. Patriarca, mas o sentimento público era
Quando o Presidente Smith foi assas­ tão forte contra os Mormons que o juiz
sinado na prisão em Carthage todos os instruiu ao juri para “ dar o veredicto
apóstolos, com exceção de John Taylor absolvido”. Além do mais, homens ar­
e Willard Richards, achavam-se ausen­ mados, segundo John Hay, ameaçavam
tes. O mesmo acontecia com todos os as testemunhas, os advogados e até
outros homens importantes em Nauvoo. mesmo o juiz.
A maioria estava fora, trabalhando pela Porém, os Santos confiavam nêles
eleição de Joseph Smith que, como já próprios e na sua Causa. O trabalho era
foi dito, era candidato à presidência dos de Deus e triunfaria no fim. Nada po­
Estados Unidos. Ao ouvirem da morte deria impedir o seu progresso. Então, os
do seu lider, todos êsses homens cor­ apóstolos continuaram trabalhando com
reram para Nauvoo, o mais depressa a mesma energia e entusiasmo de antes.
possível: No ínterim, o Profeta e o Pa­ Com abundante vitalidade, êles constui
triarca foram enterrados em sigilo. ram sôbre os alicerces lançados pelo
Sidney Rigdon achava que a igreja Profeta.
deveria ser construída em honra do Pro­ Apressaram-se em completar o templo.
feta e que para isto êle, Rigdon, serviria Em janeiro de 1841, O Profeta recebera
de “guardião” da igreja. Também James uma revelação dando ordens aos Santos
J. Strang, um homem que tinha ambição para edificarem uma Casa do Senhor
de poder e posição proclamou que ele sob pena de serem “ rejeitados com seus
seria o “ Profeta e Revelador” da Igreja. mortos”. Em abril de 1841 a primeira
Naquela época as notícias e as pessoas pedra foi lançada, em novembro do mes­
viajavam lentamente. Foi sòmente em 6 mo ano, uma fonte foi dedicada e os
de agôsto de 1844 que a maioria dos batismos para os mortos, que até então
apóstolos chegou a Nauvoo. Dois dias eram celebrados no rio, passaram a ser
mais tarde os apóstolos se reuniram na celebrados na fonte.
Gruta, onde os apóstolos foram confir­ No entanto, para que o templo fôsse
mados como o quorum que preside a construído, tornava-se necessário a ob­
Igreja, tendo Brigham Young como pre­ tenção de fundos, de forma que os apos­
sidente. Presidente Young definiu a si­ tolos, escrevendo para a congregação,
tuação perante o povo' “ Direi a vocês aconselhavam a todos que procedessem
que seus lideres e protetores serão os imediatamente com o pagamento de dí­
Doze, ficando eu na presidência”. E um zimos” e entregassem o dinheiro “ nas
daquêles que estava presente na reunião mãos dos Doze ou nas dos bispos por
disse, mais tarde: “Isto foi dito pela voz êles determinados” E, além disto, acon­
do Profeta. Pensei que tivesse sido' êle selharam os Santos a cultivarem seus
em pessoa”. Outros testemunharam a campos e a fabricarem artigos que pu­
mesma coisa — que foi a voz e a apa­ dessem ser convertidos em dinheiro.
rência do Profeta. Assim ficou estabe­ Todos trabalharam dentro do espírito
lecido quem guiaria a igreja. Os Doze Cristão, ajudando os pobres, fortalecen-
foram nomeados pela revelação, e man­ (continua na pag. 183)
Setembro de 1951 173
Eu gostaria de saber, jovens da Igreja,
se vocês têm seriamente pensado no que
o cigarro significa para os Santos dos
Últimos-Dias? Êle significa mais para
nós, do que para outras pessoas. Eu sei
que alguns de vocês dirão que não sabem
porque; vocês têm amigos em outras
O Peq\
Igrejas que fumam e parecem viver bem
assim e suas Igrejas não os criticam por
isto; e vocês não veem porque nossa
Igreja toma tal atitude sobre êste assun­
to. Lembrem-se apenas, se desejam, que
Deus não tem falado aos jovens amigos
de outras Igrejas, nem aos dirigentes
das mesmas, dando-lhes revelações di­
vinas, instruindo-os a se absterem destas
cousas prejudiciais. Nessas Igrejas, eles
nem mesmo aceitam o princípio de reve­
lação moderna.
Porém conosco, isto é inteiramente di­
ferente. Deus nos tem falado por meio
dos profetas dos Últimos-Dias. Ele nos
tem dado revelações modernas, decla­
rando que o fumo não é bom para o
homem. Esta é a palavra e o desejo de
Deus para os Santos dos Últimos-Dias.
Sempre que desobedecemos á este prin­
cípio. estamos desobedecendo ao próprio
Deus.
Em média, a mocidade, ama liberdade,
quer ser independente e não gostam de nal ou revista com anúncios sôbre ci­
ter suas vidas reguladas por outros po­ garros e tais anúncios tentam-no a fu­
vos. Mas alguns deles interpretam mal mar e fazem-no pensar que é bonito tirar
sua independência, e, num espírito de baforadas, e se você cai nesta tentação,
má compreensão, dizem: “ Bem, se eu qual é a primeira cousa que faz?
quero fumar, isto é comigo”. Tenho todo Porá de lado todos os ensinamentos de
o direito de fazê-lo. Êste é um país livre, seus pais, sua Igreja e dos amigos que
não é? “ Mas, em se submetendo á es- o estimam. Ao invês, aceita o conselho
cravizadora influência da nicotina, estão do negociante de fumo. que não tem ne­
contribuindo para a perda desta liberdade nhum interêsse em você, sinão aquele de
de que falam tanto. tirar o seu dinheiro e fazê-lo um escravo
Se você adota o habito do fumo, êle, de seu produto. E assim, com uma cons­
em larga escala, determinará a espécie ciência culposa e sentindo como se os
de vida que você viverá; a espécie de olhos de todo o mundo estivessem sôbre
amigos que terá; a espécie de pessôa si, você vai e compra o primeiro maço
com quem se casará, assim como a es­ de cigarro. Então, quer saber onde vai
pécie de filhos que possa ter. Olhe isto fumá-los. Não quer fazê-lo na frente de
como um extremo aviso. Pensemos sô­ seus pais, porque sabe que isto é errado
bre isto, por alguns momentos. e iria magoá-los bastante. Não quer fu­
Se, em sua casa, acontece ler um jor- mar em frente de seus amigos que não
174 A LIAHONA
eno Ditador
fumam, porque sabe o que eles lhe di­ Por
riam. E assim, vai à algum lugar onde, Mark E. Peterson
nem os amigos, nem os seus pais pos­ EM DUAS
sam vê-lo. Depois, abre o maço, tira o PA RTES ---------------- —
primeiro cigarro, põe-no na boca e
acendo-o. Aí, você faz uma grande des­ fala sôbre a “ Palavra de Sabedoria" e
coberta: descobre que, chupando num agora que é fumante, não gosta mais de
lado do cigarro com o outro lado aceso, ouvi-la. Você tem-na ouvido por toda a
pode tirar a fumaça dele e tendo lido o sua vida e não quer que a sua consciên­
que leu nos anúncios e tendo fumado cia o fira mais do que ela já lhe tem
êste cigarro, a completa operação satis­ ferido; assim, dirá à si mesmo que é
faz o seu “ego". Assim, atira sua cabeça melhor conservar-se distante das reu­
para tráz e solta a fumaça no ar, dizen­ niões. Começa a crêr que para um
do: “ Bem, realmente, devo ser alguém”, Santos dos • Últimos-Dias, adoração e
Você quer fumar mais, visto que caiu fumo não podem caminhar juntos. E
nesta tentação; porém, não quer fazê-lo desta forma, o cigarro o persuade a se
sempre em lugares reservados e não conservar distante de sua Igreja.
quer ser o único fumante no meio de Quando você era pequeno, seus pais
uma multidão que não fum a; assim, pro­ ensinavam-no a orar e tem-no feito mais
cura outras pessoas que fumam para fa­ ou menos, por toda sua vida. Mas agora
zê-lo junto deles. Pode ser que já tenha que é um fumante, não se sente com
alguns amigos fumantes e que fossem Deus e hesita em dirigir-se à Êle, em
eles os mesmos que lhe deram os pri­ oração.
meiros cigarros, e que tenha começado Começa a descobrir que para um
a fumar com eles. Em qualquer dos Santo dos Últimos-Dias, o cigarro arre­
casos, você começa por cortar suas rela­ fece a fé e interfere com a oração. E
ções com os seus amigos não fumantes como uma criança que foi ferida, evita
e começa uma nova amizade com os que os instrumentos que a magoaram, assim
fumam. E desta maneira, os seus cigar­ você também se afasta dos deveres reli­
ros começam a escolher seus amigos, por giosos. Descobre que espiritualidade e
você. fumo são incompatíveis e assim, o ci­
garro o convence a parar de orar.
Uma das cousas mais difíceis sôbre Os seus pais também o ensinaram a
isto, é que os hábitos dos fumantes, pagar o dízimo sôbre tudo que você ga­
muitas vezes param com o fumar, mas nha, mas agora que não vai mais à
incluem bebidas, assim como amizades Igreja, e que não é muito orgulhoso de
duvidosas. E quando você começa a sair suas relações com as pessoas que a fre­
com pessoas que procedem desta ma­ qüentam, deixa de pagar o dízimo. “ Para
neira, não demorará muito a cjue venha que serve”, pergunta a si mesmo. E diz:
fazer o mesmo; assim, o cigarro coloca “ Este dinheiro do dízimo daria para
o alicerce sôbre o qual você constroe comprar uma bôa quantidade de cigar­
máus hábitos. ros; estão bem caros, hoje em dia”.
Se vai ser um fumante, avalia que Bastante dispendioso é êste hábito que
está quebrando um dos mandamentos de adquiriu. E assini o cigarro convence-o
Deus e não deve sentir muito prazer com á não mais pagar o dízimo.
isto. Sabe que de vez em quando, se (continua no proximo més)
Setembro de 1951 175
Numa ocasião o Presidente Wilford
Woodruff ouviu uma larga discussão re­
lativa as glorias da vida futura. Depois
Recompensas
de ouvir as diferentes opiniões expostas, temos qualquer benção de Deus, é pela
disse: obediência àquela lei, sôbre a qual se
“Já pensaram alguma vez que temos basea (D&C. 130). O Senhor disse ao
mais anciedades em saber algo da vida profeta José Smith que, “o que é gover­
futura do que das coisas pertencentes ao nado pela lei, também é preservado pela
presente. Eu creio que seja um assunto lei, e é aperfeiçoado e santificado pela
muito importante que como aprendemos mesma”.
os deveres desta vida, o que devemos e o Dando mais ênfase a importância de
que não devemos fazer”. cumprir com a lei para obter a benção,
As autoridades da Igreja sempre tem- a escritura diz: “ Os que quebraram
nos ensinado que se vivermos devida­ uma lei, e que não vivem segundo a lei,
mente o presente, não teremos que nos procuram fazer as suas próprias leis, e
preocupar com a vida futura, apesar que querem permanecer em pecado, não
destes ensinamentos muitas pessoas podem ser santificados pela lei, nem por
atualmente insistem em falar do que es­ misericórdia justiça de juizo. Portanto,
peram ver na eternidade, entretanto, terão que cairem perdidos (D&C 88).
Homens e mulheres que têm perdido Ouão importante é, então, para cada
sêres queridos veem com grande consolo um de nós, conhecer primeiro a lei e
a vida futura para realisar uma reunião viver segundo ela. Existe uma lei
deles, que realmente esperam. No en­ exclusiva que o Senhor nos deu nestes
tanto, não cumprem com as leis e orde­ últimos dias como guia, para nos dar
nanças do Evangelho sôbre as quais exito nesta vida e o gôzo da vida futura.
essas reuniões dependem. Um homem “ Esta é a tua obra, guardar os meus
espera unir-se com sua extinta esposa e mandamentos” (D&C 11).
viver com ela eternamente. Mas recusa Os mandamentos não são restrições,
viver de maneira a fazer-se digno de ir como muitas pessoas o crêem.
ao Templo para praticar êsses ritos im­ Os mandamentos na realidade são
portantes que o unirão a sua esposa bênçãos que daria aos justos em Sion, o
eternamente. Senhor disse: “E também serão coroados
Os pais, parados ao lado da cama de com benção do alto, sim com manda­
um filho agonisante, ao ver que o pe­ mentos não poucos. (D&C 59).
queno deixa esta vida, se consolam com Os mandamentos são bênçãos: São
esperança de voltar a tomar o seu que­ instruções de Deus. que possamos chegar
rido filho em seus braços, na vida futura, a ser como Êle, ensinando-nos o cami­
e para nunca mais se separarem. Mas nho ao cumprimento dos preceitos do
não têm veneração suficiente para, pelas Senhor:
condições impostas, alcançar esse encon­ “ Sede vcs perfeitos, como seu pai que
tro que fará seu, o filho, depois da está nos ceus, é perfeito.
morte e da ressurreição.
Uma coisa que muitos de nós esque­ Os conselhos do Presidente W .
cemos é que vivemos debaixo do reino Woodruff. estão bem claros porque se
da lei, lei eterna e divina, e que “há uma não atendemos aos deveres desta vida,
lei irrevogável decretada nos ceus, antes guardando os mandamentos como foram
dados, jamais poderemos obter a recom­
da fundação do mundo, sôbre a qual to­ pensa que esperamos na eternidade não
das as bênçãos se baseam, e quando ob- importando a força dos nossos desejos.
176 A LIAHONA
A CHAMADA
DIVINA
cumprimentarem, déssem graças ao Pai
Celestial, pois o que acabo de proferir,
nada mais é do que aquilo contido no
livro que vocês tanto desprezam, e que
deveriam dar mais um pouco de aten­
ção.
Mas, como é, perguntaram; que já
temos ouvido muitos outros discursos
acêrca do Evangelho, sem que nos pro­
duzisse algum efeito ?
Certa vez foi pedido a um homem E o jovem em resposta, disse: “ Será
de boa aparência e estudos elevados a que as pessoas que faziam seus discur­
fazer mn discurso sôbre os ensinamen­ sos, tinham bastante autoridade para
tos de Deus. tal?”
Este homem então, não se sentindo Dai surgiu a conversa, tendo por base
capaz de atender ao pedido, desdobrou- o tema dêste discurso: “AUTORIDA­
se em desculpas, ficando assim desobri­ DE D IV IN A ”.
gado de tal cargo. Como vemos pelas Regras de Fé da
Então, essas mesmas pessoas resolve­ Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
ram pedir a mesma cousa a um homem Últimos Dias, a de n. 5 — Cremos que
que havia feito um curso de Cultura um homem deve ser chamado por Deus
Religiosa. pela “profecia e pela imposição das
Este prontamente atendeu ao pedido mãos”, por quem possua autoridade,
e fez o discurso no dia marcado. para pregar o Evangelho e administrar
Com muito desembaraço e vivacida­ as suas ordenanças.
de êle discorreu sôbre um assunto de Lemos tambem em Exodo 28:1 o se­
suma importância. Entretanto, o seu guinte : Depois tu farás chegar a ti teu
discurso não produziu os efeitos neces­ irmão Arão, e seus filhos com êle do
sários à congregação. meio dos filhos de Israel para ame ad­
Mais além ouviu-se um jovem, apa­ ministrarem o ofício sacerdotal, a sa­
rentemente sem estudos, mas cujas pa­ ber : Arão, Nabade e Abiú, Eleazar e
lavras fizeram com que, pelo menos Itamar os filhos de Arão. 40:13.15 *—
80% da assistência se sentisse mais E vestirás Arão os vestidos santos e
próxima de Deus. o ungirás, e o santificarás, para que me
Ao fim de tão belas palavras, todos administre o sacerdócio. Também farás
estavam contentes com o que tinham chegar seus filhos e lhes vestirás as tú­
ouvido e vinham, um por um, apertar nicas, e os ungirás como ungiste a seu
a mão dêsse jovem, dando-lhe parabéns pai, para que me administrem o sacer­
por tão belos ensinamentos. dócio e a sua unção lhes será por sa­
Êle então, por sua vez disse: “ Meus cerdócio perpétuo nas suas gerações.
irmãos: eu vos agradeço pelas manei­ Por aí, meus irmãos, vemos que os
ras com que me cumprimentaram, mas homens eram chamados por Deus para
ficaria mais grato se em vez de me (continua na pag. 184)
Setembro de 1951 177
lutando, golpe a golpe, contra o demônio.
Não choram no ombro de seu visinho.
E outros homens e mulheres os olham
com inveja, desejando ser como essas
creaturas qtie aparentam não ter preo­
cupações. Não são somente os inúmeros
casos de coragem e bravura que chegam
ao conhecimento do público, mas, por
um minuto, considere êsses homens e
Unia vez, há muito tempo, o diabo fêz mulheres que seguem para a frente, diá
um leilão de suas muitas armas. Estas a dia, aguentando toda a sorte de aborre­
consistiam em pacotes contendo seus vá­ cimentos e desapontamentos mas de
rios meios de se apoderar de pessoas. quem ninguém fala.
Havia pacotes marcados “avareza”, Desapontamentos e tristezas, pobreza
“ desonestidade", “crime”, “maldade” e e uma saúde fraca são difíceis de aguen­
centenas de outros defeitos que permi­ tar — ninguém diz o contrário. E quan­
tiam ao diabo se apoderar dos seres do pômos todos nossos esforços num
humanos. empreendimento e esta falha, é natural
Muitos, que almejavam poder, assis­ que fiquemos desapontados, mas isto não
tiram a êsse leilão. Quando êste tinha quer dizer que devamos ficar desenco­
acabado um comprador avistou um pa­ rajados e desisitir. Sòmente, fortificamos
cote solitário no alto de uma prateleira. nosso espírito e continuamos nosso difícil
Perguntou se estava a venda. “Oh, não”, empreendimento com maior vontade.
replicou o demônio, “essa é minha arma
mais poderosa”. Posso pegar todas mi­
nhas vitimas com aquêle pacote sozinho.
Você pode levar todas as outras armas
menos aquela”.
O pretendente - comprador ficou
Desanimo
curioso. “One ê que o pacote contem"? O famoso “campeão mundial de box”,
êle perguntou. O diabo sorriu, sardoni- James J. Corbett, exprimiu isto bem :
camente. “Aquêle pacote, meu amigo, “ Lutai sempre um “ round” mais. Quan­
contém “o desânimo”. do seus pés estiverem tão cansados que
Ouantas pessoas não conhecemos que você tenha que se arrastar para o centro
falharam na vida porque ficaram desa­ da arena, lutai um round mais. Quando
nimadas ! Elas perdem a vontade e ficam seus braços estiverem tão' cansados que
vulneráveis, e é então que o diabo con­ mal possa por-se em guarda, lutai um
segue o que quer. round mais. Quando seu nariz estiver
Há aquêles que falam de insucessos, sangrando e seus olhos pretos e estiver
derrotas, morte. Falam do fim de tudo o tão cansado que queira que seu adver­
que lhês é querido e do desespero dêsses sário o acerte no queixo e o ponha a
sonhos que não se tornaram verdade. dormir, lutai um round mais. —- lem­
Êles desesperam e se entregam e sua brando-se sempre que aquêle que luta
coragem m orre; não mais se dispõem á sempre um round mais nunca é venci­
luta. do.”
Mas, ao lado destes, ha milhões de O diabo pode ficar com sua arma do
outros que encaram a vida com coragem, desânimo. Se manter sua confiança e fé
de cabeça erguida. Derrubados, empur­ êle verificará que sua arma perdeu o
rados de um lado para outro, continuam poder.
178 A LIAHONA
No Ganto
da
Gomintia
integral. Um prato popular na mesa
norte-americana. Estas podem ser ser­
vidas como sobremêsa ou no café da
manhã. São gostosas com melado, mel
ou geléia. Próvem agora.

O mês passado publicamos a receita PANQUECAS


de Pão feito com trigo integral. Lem­ 1 Y\ chícaras de farinha integral ; 3
bra-se que a farinha que designamos era colheres de chá de fermento; 3 colheres
farinha de trigo integral. A razão disto cie sopa de açucar; Y\ de colher de chá
é que a farinha assim ainda tem todas de sal; 2 ovos bem batidos;-l l/ i chícaras
as vitaminas e minerais. de leite; 3 colheres de sopa de gordura
“ A farinha torna-se branca porque do deretida.
grão moído são eliminados três quartas- Misture a farinha integral, o fermento,
partes de sais minerais e coloidais, in­ o açucar e o sal. Separe as claras dos
cluindo os sais de cálcio, fósforo, ferro, ovos e misture as gemas com o leite e a
potássio, cloro, flourina, enxofre, mag­ gordura derretida. Batem-se as claras e
nésia e manganês. Estas substâncias mi­ misturam-se, de um só vez, os ingre­
nerais, que se encontram na casca mar- dientes sêcos, as claras e o leite com as
ron, nas células debaixo da casca e no gemas e a gordura, batendo-se com uma
germe do grão, são separadas e remo­ colher até ficar macio. Com uma colher,
vidas do trigo moído, ficando apenas as despeja-se a panqueca sôbre a chapa
células amiláceas e o gluten refinado do quente, calcando-se ligeiramente com us
interior do grão. Com o fim de se obter costas da colher, a fim de que elas fiquem
ainda mais alvura, é este produto, já redondas. Não é necessário passar gor­
bastante empobrecido, submetido a um dura na chapa. Deixa-se assar, até que
processo eletro-químico.” se formem bolhas no lado de cima e,
As pessoas que se alimentam do pão então, vira-se a panqueca e deixa-se
integral e legumes, em abundância, ge­ assar o outro lado. Sirvam-se as pan­
ralmente não têm maus dentes. quecas imediatamente.
Para este mês escolhemos a receita de Esta receita dá para 11 panquecas de
Panquecas feitas com farinha de trigo 4 polegadas de diâmetro.

As mulheres tôdas desejam composturas e enfeites, mas a mais formosa é a que se


adorna com o que é valioso aos olhos de Deus.
Setembro de 1951 1>79
Fome
de
A flor favorita de Sta. Lima era a
papoula vermelha e frequentemente o
jovem Osvaldo costumava trazer-lhe
uma, que naquele dia parecia mais bri­
lhante. E especialmente quando ela
Beleza
disse da grande alegria que as crianças Especial para as crianças
sentiam em admirar com Osvaldo o
grande ornamento escarlate do seu ves­
tido. você roubou minhas flores e assim ago­
A flor parecia significar mais as cri­ ra você vai me agradecer de um jeito
anças do que a chegada da primavera fácil. Você agora virá aqui trabalhar
que já estava às portas. Osvaldo que no meu jardim durante uma hora de­
de nenhum jeito era favorito da pro­ pois que terminarem as aulas, sòmente
fessora, surpreendeu a Sta. Lima com por alguns dias e assim você poderá
o prazer que sentia em admirar a be­ pagar o erro que fêz.
leza das flores. Cada uma das papoulas Osvaldo gostou muito da idéia, po­
evidentemente significava muito para rém ficou um pouco decepcionado
êle. quando o Sr. Costa lhe disse que êle
Assim foi que com grande desapon­ trabalharia 110 canteiro dos vegetais,
tamento a Sta. Lima descobriu que Os­ arancando mato.
valdo andava roubando as papoulas de Mas eu gostaria de ficar perto das
um jardim perto da escola. flores bonitas, Sr. Costa, disse êle.
Ela falou logo com Osvaldo sôbre a Sim, mas eu não preciso de ninguém
maneira pela qual êle conseguia as flo­ para trabalhar lá, disse o homem. Por­
res e disse também que conquanto aquilo que eu mesmo tomo conta das flores,
ainda fôsse um roubo não o achava porém se você quiser poderá vir tam­
muito grave, assim êles decidiram ir bém me ajudar com o trabalho das flo­
juntos ao dono do jardim e dizer o que res, desde que tenha terminado de pa­
Osvaldo andava fazendo e também gar pelo erro que você fêz. E em troca
pedir-lhe desculpas. eu lhe darei algumas papoulas quando
Aquela tarde êles foram ver o Sr. você quiser; mas não se esqueça de
Costa, e êle estava seriamente zangado, pedi-las antes como você devia ter feito
mas acalmou-se um pouco quando a desde a primeira vez.
Sta. Lima disse que Osvaldo não pen­ Um pouco mais do que uma/ semana
sara em fazer-lhe nenhum mal e che­ mais tarde, uma outra papoula flame­
gou mesmo a sorrir quando lhe disse jante apareceu na escrivaninha da Sta.
que ela gostava muitíssimo das flores. Lima a qual êle pôs dentro de um
Osvaldo disse que gostaria de ter vazo. Osvaldo esgazeou os olhos de ad­
um jardim no qual pudesse trabalhar, miração e orgulho. “Esta é realmente
porque êle gostava muito de flores tam­ minha”, disse êle para consigo mesmo.
bém e o Sr. Costa então disse: “ Bem, Eu a mereci.
180 A LIAHONA
O Rumo dos Ramos
BELO HORIZONTE E’ uma alegria para nós, quando falamos
No dia 4 de junho passado foi aberto com o pessoal d’aqui, somos bem recebidos
mais um ramo na Missão Brasileira, o Ramo como se fôsse em nosso proprio lar.
de Belo Horizonte, a bela capital de Minas A-pesar-da dificuldade em residencias
Gerais. aqui, conseguimos com o auxilio de nossos
Os primeiros élderes que chegaram a esta amigos, uma bela casa bem localisada, onde
cidade, aqui trabalharam por alguns meses, muito breve teremos as nossas atividades.
voltando depois para São Paulo. Mas isto Onde moramos ultimamente, temos inú­
foi bem antes da guerra. No ano de 1948 meros amigos que estão sempre prontos a
também estiveram aqui dois outros missio­ nos ajudar em nosso trabalho.
nários permanecendo- por alguns meses, Dia 28 de Julho tivemos a abertura da
sendo depois transferidos para outros ramos Mútuo, a qual se realizou com o maior
na Missão. brilhantismo, muitos amigos trouxeram
Agora, pretendendo levar avante ,o tra­ dcces e salgados. Muito nos satisfez o dis­
balho missionário nesta cidade, aqui che­ curso de nossa irmã e missionaria do Ramo
garam os Élderes Neneth McBridge e Kim do Rio Isa Costa, que deu a todos os pre­
Wood, no mês passadc. Pouco mais de um sentes uma bôa definição desta organiza­
mês mais tarde, vieram mais dois missio­ ção. Colaboram também os missionários
nários ajudar estes dois “missionários pio­ Elders Fowles, Laidlaw L. Johnson, e D.
neiros” aqui em Belo Horizonte Johnson apresentando belos números mu­
E agora... aqui estamos para levar tam ­ sicais. A alegria da noite foi quando se deu
bém aos habitantes desta cidade a men­ a coroação da Miss A M. N., que foi eleita
sagem que estamos espalhando para tôdo o a graciosa Senhorita Maria de Lourdes que
Brasil e para o mundo inteiro. com sua gríça e simpatia mereceu o título
Achamos esta capital muito amiga. Seus de "Miss A. M. M. de 1951”. A coroação
habitantes são pessoas muito bondosas que foi feita pelo nosso muito amigo Dr. José
nos tem recebido com muita cordialidade, Orsine Reis, que nos agradou com um belo
votando-nos a mais sincera amizade. Nós, discurso.
cs missionários, por nosso idealismo e co­ Após todas as surpresas ouve o baile a
ragem somos muito benquistos por todos qual a todos os presentes agradou.
aqui. Tivemos a cooperação de muitos amigos
Esperamos poder levar avante o bom tra­ os quais por intermedio da Liahona imen­
balho que nos foi confiado e sempre com samente agradecemos.
os olhos fitos no nosso objetivo de missio­ CURITIBA
nários estames resolvidos a combater o bom Muitas cousas têm sido feitas, e tantas
combate contra as trevas da ignorância. outras tem sido deixadas por fazer aqui no
NITERÓI nosso ramo, mas desejamos relatar aos
Alô Pessoal!! Aqui está o Ramo de Ni­ nossos irmãos apenas o que temos feito e o
terói. O caçula dos Ramos, firme! alegre e que aqui tem acontecido.
querido. Nos últimos tres meses o nosso ramo tem
Chegamos nesta bela cidade no dia 31 de progredido imensamente, haja visto o fato
Maio findo e com enorme satisfação, rece­ de termos 3 novos bebes entre nossas fa­
bemos “Bem vindos” deste formidável povo mílias; a família do irmão Rodrigues foi
Niteroense. prendada com uma menina, Heloisa Zilá,

Setembro de 1951 181


a do irmão Eloy Gonçalves com um me­ SÃO PAULO
nino, Eloy, e a Família de Castro Deus com Realizou-se no dia 28, ainda de Julho, na
um menino, Enos. Entre recentes conver­ Casa da Missão, uma grande festa come­
sões e batismos mencionados os dos irmãos morativa ao dia do Pioneiro. O ambiente
Otávio Rodrigues e Eloy Gonçalves, os quais esteve alegre e muito movimentado, notan­
desafiando os rigores do “ frio” entraram do-se entre os presentes, Membrcs não só
nas aguas do batismo durante o mes de de São Paulo, mas, de Santos e outras ci­
maio. dades também. O programa, constou de
O concurso do Livro de Mormon apode­ números especiais de canto, audição de
rou-se de todos nós. Quer membros, quer ergão, violão, demonstração de dança ame­
missionários fazemos muitc para que as ricana, além de uma ctima exibição cine­
pessoas que nos rodeiam adquiram uma matográfica, finalizando com um grandioso
cópia desse maravilhoso livro, ademais nosso baile.
ramo também poderia usar uma boa radiola. Parabéns ao organizador dessa festa, e
Pique-niques, bailes e cinemas envolvem salve o dia do Pioneiro.
os. programas da Asscciação de Melhora­ No dia seguinte, domingo, foi celebrado
mentos Mutuos, nunca faltando a square o batismo da Irmã Emely Daniel Bent, à
danse que muitos já conquistou. Vários can­ vista de inúmeras pessoas que compare­
tores, declamadores, músicos e humoristas ceram na Casa da Missão, para assistirem
das estações radiofonicas PRB2 e ZYM5 tem a cerimonia. A Irmã Emely Daniel Bent, os
cooperado cem as reuniões da A.M.M. para desejos de felicidades dos demais Membros
auxiliar-nos a colocar essa organização em da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
seu devido lugar. E’ também na ZYM5 que Últimos Dias.
são realizados programas semanais com gra­ Ademar de Souza
vações do coro e orgão de Salt Lake City
Nos dizeres do Presidente Richard L. ------- o-------
Evans, “O escotismo quando encarado fer­ SANTOS
vorosamente auxiliará todo o menino a en­
frentar a vida com uma melhor disposição Aos leitores d’A LIAHONA, o “hello” da
turm a santista, ccm as últimas noticias
sôbre o nosso ramo. Nestes últimos méses,
muita cousa tem sido feita e sempre com o
maior entusiasmo. As transferências con­
tinuam aqui no ramo e é sempre com tris­
teza que vemos a partida de um dos nossos
elders mas logo nos alegramos com a che­
gada dos outros. Atualmente Elder Moen é
o presidente do ramo e contamos com os
elders Young, Morris e Berlin para o traba­
lho missionário aqui em Santos.
Com uma turma de 50 pessoas, realizamos
um formidável pienie no dia 1 de maio;
— com maior conhecimento da natureza, fomos à PRAIA GRANDE e todos passaram
com maiores qualidades de comportamento um dia alegre e divertido. A parte recreio-
e carater, e com maior respeito à reveren­ esportiva esteve otima e acabamos dansan-
cia”. Temos feito muito para desenvolver dc uma “quare-dance” na areia. No dia 17
o escotismo entre nós, e cs resultados tem de junho tivemos o batismo da irmã Joana
sido satisfatórios como vemos nessa foto­ Teixeira dos Santos, elevando para 26 o nú­
grafia do primeiro grupo de escoteiros que mero de membros; a irmã Joanita, o nosso
prestou a promessa. fraternal abraço e votos de felicidade.
182 A LIAHONA
Ainda no mesmõ mês, a Mutuo realizou Mutuo realizou um programa especial no
nc dia 23, a tradicional FESTA CAIPIRA, a dia 27, ao qual assistiram 130 pessoas. A
qual foi um big sucesso. O “ arraiá” estava primeira parte foi variadissima, com uma
bem ornamentado, com bandeirinhas, bam­ explanação sobre o significado da festa,
bus e lanternas, numa profusão de côres é números de poesia, skets conjuntos musicais,
feitios. Mais de 300 pessoas tomaram parte brincadeiras e apresentação do magico
na festa e os jovens- apresentaram-se á Edison Telles de Azevedo, o famoso “ PRO­
caráter. Durante a festa, foi apresentado FESSOR NOSIDE” Foi êle grandemente
um “show” com skets, numeres de poesia, apreciado, pois desenvolve com o maximò
canto e houve também a eleição do par de perfeiçãc, seus trabalhos de magia e
mais caracteristicamente trajado. Saíram ilusionismo; em seguida, houve os “comes”
vencedores “nhô” Antonio Ruggi e “n h á” e uma reunião dansante.
Vastid Cardim, aos quais foram oferecidos Contamos com a valiosa cooperação de
prêmios; o show foi encerrado com uma nessa irmã do ramo de S. Pauló Benedita
quadrilha, que aliás, foi um verdadeiro Chagas; sister Benny transferiu sua resi­
“show”, dansada pela turm a da Mutuo. A dência para Santos e ... nosso ramo saiu ^
reunião dansante teve então prosseguimen­ ganhando. E para mostrar que as transfe­
to, sempre com grande animação. A parte rências continuam, tivemos a remoção do
dos “ ccmes” estava muito sortida; havia elder Arvin Shreeve, para Ribeirão Preto;
churrasco, cachorro quente, pipoca, amen­ à êle, c nosso agradecimento pela valiosa
doim, doces, guaraná e demais guloseimas colaboração prestada ao ramo de Santos e
próprias para a época. Todos gostaram desejamos que seja bem feliz entrye os
muito e já ... pediram “bis”. “SANTOS” de Ribeirão Preto.
Todos os feriados que aparecem, a nessa Temos recebido visitas de vários elders e.
turma trata de fazer um passeio e o faz é sempre um grande prazer te-los conoscc;
ccm qualquer espécie de tempo; no dia 9 embora por pouco tempo; o irmão Walter
de julho, fomos ao Guarujá. O grupo era Duarte, do ramo do Rio de Janeiro também
composto de 10 pessoas, mas nes divertimos aqui esteve e sentimos que não- tenha po­
á valer; sempre que estavamos na melhor dido ficar amais alguns dias entre os
parte das brincadeiras, começava á chover “SANTOS” de Santos.
e tinhamos que procurar abrigo. Êstes im­ Voltaremos em breve com mais noticias e
previsto é que tornam as cousas bem mais esperamos que os membros e amigos de
interessantes. outros ramos venham visitar-nos; à tedos,
Comemorando o “Dia des Pioneiros”, a o nesso abraço amigo e votos de felicidades.

GUIADO POR DEUS que os assassinos do profeta não seriam


castigados e que a morte do seu funda­
do os fracos e cultivando o amôr e o dor não poria têrmo ao Mormonismo' —
trabalho. começou a trabalhar ativamente com o
A-pesar-dos Santos não se meterem fito de expulsar os Santos do Estado,
ria vida alheia, uma organização anti- Veremos como a organização anti-„Mor-
Mormon — depois de ter ficado patente mon saiu vitorosa.

Posso dizer, hoje, que nada há que eu deseje tanto quanto jazer
meu dever para com a Igreja e se nesse sentido o dinheiro me ajudar,
então eu o desejo; mas se êle retardar meu avanço nesta direção, ~
então eu prefiro não tê-lo.
Setembro de 1951 183
A CHAMADA DIVINA (continuação da pag. 174)
administrarem nas suas ordenanças, co­ recessem seus corações, e por meio da
mo nas passagens contidas no Velho Tes­ expiação do Unigênito Filho, que foi
tamento; e, depois pelo Novo Testa­ quem preparou; sendo assim chamados
mento,4 lemos em João 15:16: Não me para esta Santa Vocação e ordenados
escolhestes vós a mim, mas eu vos es­ para o supremo sacerdócio da santa or­
colhi a vós, e vos rromeei, para que dem de Deus. afim de ensinarem seus
vades e deis fruto, e o vosso fruto per­ mandamentos aos filhos dos homens,
maneça ; afim de que tudo quanto em para que êstes também pudessem rece­
meu nome pedirdes êle vô-lo conceda. ber o seu descanço. Tendo-se estabe­
Lemos tamém no Livro de Mórmom, lecido êste sumo sacerdócio segundo a
no Livro de Alma Cap. 13:1 a 9 o se­ ordem de seu filho, ordem que existe
guinte: E outra vez, meus irmãos, cha­ desde a fundação do mundo; ou, por
mo a vossa atenção para a época em outras palavras, existindo sem começo
que o Senhor Deus deu estes manda­ nem fim, sendo preparada na eternidade
mentos a seüs filhos; e eu quizéra que para a eternidade, segundo a sua pa­
vos lembrasseis de que o Senhor Deus ciência em todas as cousas. E foram
ordenou sacerdotes, segundo a sua san­ ordenados da seguinte maneira: havendo
ta ordem, que era segundo a ordem de sido chamados por uma santa vocação,
seu filho para que ensinassem estas e ordenados por uma santa ordem, e
cousas ao povo. E êsses sacerdotes fo­ recebendo o sumo sacerdócio da santa
ram ordenados segundo a ordem de seu ordem, cuja vocação e ordenança _e su­
filho, de modo que o povo pudesse sa­ mo sacerdócio não tem começo nem
ber de que maneira deveria esperar por fim ; tornaram-se sumos pontífices para
seu filho para a redenção. E êste é o sempre, segundo a ordem do Filho, do
modo pelo qual foram ordenados: sen­ Unigênito do Pai, que existe sem prin­
do chamados e preparados desde a fun­ cípio nem fim, e que é cheio de graça,
dação do mundo, segundo a preciência equidade e verdade.
de Deus, por causa de sua grande fé e Meus irmãos, é possível ao homem
suas boas obras; sendo primeiramente agir por uma empresa, sem que o su­
livres para escolher o bem ou o mal; premo chefe dê autoridade a êle?
e tendo grande fé, eram chamados a Como poderia êle agir em nome da
exercer a santa vocação que estava pre­ empresa, sem conhecer seus princípios
parada, em conformidade com uma re­ e finalidades, sem que fosse autorizado
denção preparatória para tais sêres. por seu chefe ?
E assim eram chamados para que esta Eis aí, meus irmãos, porque o pri­
santa profissão por sua fé, enquanto ou­ meiro homem solicitado a discursar não
tros rejeitavam o Espírito de Deus por aceitou o cargo. Eis também a razão
causa da dureza dos seus corações e ce­ do segundo não ter produzido o efeito
gueira de suas mentes, ao passo que, necessário à congregação.
se dêsse modo não tivessem procedido, Tudo isso, porque êles não tinham
teria recebido tão grande privilégio co­ consigo o Espírito Santo, vindo de Deus
mo seus irmãos. E, finalmente, esta- para ajudá-los em suas palavras.
vam em primeiro lugar, na mesma po­ Para que um homem ája em nome
sição de seus irmãos; pois que seu santo do Senhor, é necessário que êle receba,
ministério foi preparado desde a funda­ por intermédio de quem já tenha, au­
ção do mundo, para os que não endu­ toridade para agir em nome d’Êle.
Acho que a pobreza, com a benção do Senhor, é melhor que a
riqueza sem a Sua bênção.
184 A LIAHONA
MANTENHA AS LEIS — (continuação da pag. 167)
tade que o meu povo esteja atento na do homem, e que Êle considera os ho­
observação de todas as coisas, que Eu mens responsáveis, tendo que prestar
lhe mandar. E aquela lei do país, que fôr contas dos seus atos em relação aos go­
constitucional apoiando o princípio da li­ vernos, quer fazendo leis ou adminis*
berdade na manutenção de direitos e pri­ trando-as para o bem e a segurança da
vilégios, pertence à humanidade tôda e sociedade. Cremos que governo algum
é justificável. Portanto Eu, o Senhor, póde existir em paz, sem que essas leis
vos justifico e aos vossos irmãos da sejam firmadas e mantidas invioláveis
Minha igreja, no apoio da lei que é a lei como também assegurem a cada indi­
constitucional do país. víduo o exercício livre da consciência,
terra”. Doc. e Cov. 98:4-6. o direito e controle de propriedade, e
Com estas revelações em mente o a proteção da vida. Cremos que todos
Profeta Joseph Smith e seus seguidores os governos requerem necessàriamente
têm continuado a ensinar a lealdade ao oficiais civis e magistrados para manter
nosso governo e suas leis — obedecer, a lei dos mesmos; e aquele que admi­
honrar e apoiá-las. Quando os Santos nistra a lei, em equidade e justiça, de­
foram forçados a fugir para as Monta­ verá ser buscado e sustentado pela voz
nhas Rochosas, enquanto se arrastavam do povo”. Doc. e Cov. 134:1-3,
naquela tortuosa viagem, chegou até Quão melhor é obedecer-se e confor­
êles um chamado do governo para um mar-se com leis da natureza, do que
exército de 500 homens, para ir ao Mé­ trabalhar em oposição ás mesmas. Leis
xico. Apesar dêstes homens serem tão sábias foram estabelecidas governando
necessários para auxiliar a Igreja nes­ todo elemento, incluindo as grandes
ta prova, voluntariamente atenderam forças da natureza. O fogo, por exem­
ao chamado. plo, é uma das nossas maiores bênçãos
Esta Igreja declarou quanto a go­ naturais, se usado de estrito acôrdo
vernos e leis em geral: com as leis que o governam; mas se
“ Cremos que os governos foram usado em oposição às suas leis, destróe
instituidos por Deus para o benefício e causa desastres em toda parte.

Weston B. Jackson j 0hn H. Whitaker


Teasdale, Utah Pocatello, Idaho

Entre os Santos dos Últimos Dias, há muitos pobres e humildes


que hoje em dia não são muito apreciados, mas que no dia do jul­
gamento muito alto estarão na apreciação do Senhor.
Setembro de 1951
Regras de Fé
DA IG REJA DE JE SU S CRISTO DOS SA N T O S DOS
Ú LTIM O S D IA S (M ÓRM ON)
1. Cremos em Deus, o Pai Eterno, e no Seu Filho, Jesus Cristo,
e no Espírito Santo.
2. Cremos que os homens serão punidos pelos seus próprios
pecados e não pela transgressão de Adão.
3. Cremos que por meio do Sacrifício Expiatório de Cristo, tôda
a humanidade pode ser salva pela obediência às leis e regras
do Evangelho.
4. Cremos que os primeiros princípios e ordenanças do Evangelho
são: primeiro, Fé no Senhor Jesus Cristo; segundo, Arrependi­
mento ; terceiro, Batismo por imersão para remissão dos nossos
pecados; quarto, Imposição das mãos para o dom do Espírito
Santo.
5. Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, pela pro­
fecia e pela imposição das mãos por quem possua autoridade,
para pregar o Evangelho e administrar as suas ordenanças.
6. Cremos na mesma organização existente na Igreja Primitiva,
isto é, apóstolos, profetas, pastores, mestres, evangelistas, etc.
7. Cremos nos dons das línguas, na profécia, na revelação, nas
visões, na cura, na interpretação das línguas, etc.
8. Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja correta
a sua tradução; cremos também ser o Livro de Mórmon a
palavra de Deus.
9. Cremos em tudo o que Deus tem revelado, em tudo o que Êle
revela agora, e cremos que Êle ainda revelará muitas grandes e
importantes coisas pertencentes ao Reino de Deus.
10. Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das Dez
Tribos; que Sião será construída nêste continente (o ameri­
cano) ; que Cristo reinará pessoalmente sôbre a terra, a qual
será renovada e receberá a sua glória paradisíaca.
11. Pretendemos o privilégio de adorar a Deus, Todo Poderoso,
de acôrdo com os ditames da nossa consciência e concedemos a
todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como,
onde, ou o que quiserem.
12. Cremos na submissão acs reis, presidentes, governadores e ma­
gistrados, como também na obediência, honra e manutenção
da lei.
13. Cremos em sermos honestos, verdadeiros, castos, benevolentes,
virtuosos e em fazer o bem a todos os homens na realidade
podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo — Cremos
em tôdas as coisas e confiamos em tôdas as coisas, temos
suportado muitas coisas e confiamos na capacidade de tudo
suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, ou louvá­
vel, nós a procuraremos.
JOSÉ SM ITH

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