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N o v e m b r o de 1951


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Infância
01a\?o B ilae

O berço em que, adormecido,


Repousa um recém-nascido,
Sob o cortinado e o véu,
Parece que representa,
Para a mamãe que o acalenta,
Um pedacinho do céu.
Que júbilo, quando, um dia,
A criança principiaA
Aos tombos, a engatinhar.. .
Quando, agarrada às cadeiras,
Agita-se horas inteiras
Não sabendo caminhar!
Depois, andar já começa,
E pelos móveis tropeça,
Quer_ correr, vacila, cai...
Depois, a bôca entreabrindo,
Vai pouco a pouco sorrindo,
Dizendo: m am ãe... papai...
Vai crescendo. Forte e bela,
Corre a casa, tagarela,
Tudo escuta, tudo v ê ...
Fica esperta e inteligente. ..
E dão-lhe, então, de presente
Uma carta de A. B. C___
São Paulo
NOVEMBRO DE 1951
Rua Ita p e v a , 378
Ano IV N.° 11
T e f.: 3 3 -6 7 6 1

ÓRGAO OFICIAL DA MISSÃO BRA SILEIRA DA IG R EJA DE JESUS CRISTO DOS


SANTOS DOS ÜLTIMOS DIAS
S U M A R I O
EDITORIAL .. .. Presidente Rulon S. Howells ___ 215
“ A LIAHONA” é publi­ ARTIGOS ESPECIAIS
cada m ensalm ente no
Brasil pela Igreja de Je­ Form ando o C ara ter . pelo Pres. George F. R ichards 216
sus Cristo dos Santos dos trad. Julio da Silva Rosa filho
Ültimos Dias. Preços das Um a Vida em Paz .......... por R ichard L. Evans ___ 217
assin atu ras: ca da trad. Cicero P. L ana
exemplar, Cr$ 4,00; por Estações para o Oeste .......... C urta História da
ano, C r- 40,00; exterior, Igreja 18 parte ....................................................... 218
Cr$ 50,00. Tôda corres­ A História e As Placas de Ouro — por Levi E. Young 220
pondência à Caixa Postal O Amor Verdadeiro ............................................................. 222
862, São Paulo, S. P. trad. José Bueno
D iretor-R edator Humildade . Um a Virtude . por W allace G. B ennett 223
Apagam-se, As Luzes .......... T. M. DeBry ................... 224
Cláudio Martins dos O G rande “ E U ” .......... Por M ilton Bennion ................. 226
Trad. per Cicero^ P. Lana
Santos
VÁRIOS
Registrado sob N.° 93 do
Livro “ B ” n.° 1, de M a­ No Canto da Cozinha ......................................................... 227
trícula de Oficinas Im ­ Rume dos Ram os .................................................................. 229
pressoras, Jornais e Pe­ The Ways of M en .............. Um Artigo Especial em
riódicos, conforme D e­ “ English” .................................................................... 232
creto N.° 4857, de 9-11- O Valor de Um Sorriso ......................................................... 4.° capa
1939. trad. Celina Am aral
A Igreja no Mundo ............................................................... 214
trad. Hony Castro

Endereços dos Ramos da Ig reja no Brasil

SÃO PAULO: R ua Seminário, 165 1.° and. CURITIBA: R ua Dr. Erm elino de Leão, 451
PINHEIROS: Rua Borba Gato, 82 PONTA GROSSA: R ua 15 de Novembro,
CAMPINAS: R ua Cesar Bierrenbach, 133 354, 3.° andar
SOROCABA: R ua M andei José de Fonseca, 79 PôR T O ALEGRE: Av. New York, 72
RIBEIRÃO PRÊTO: R ua Alvares Cabral, 93 NITERÓ I: R. Tav. de Macedo 193 (Icarai)
SANTOS: R ua Paraiba, 94 NOVO HAMBURGO: R ua David Canabar-
RIO DE JANEIRO ro, 77
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COPACABANA: Rua D jalam Ulrich, 184 BAURÜ: R ua 1.° de Agosto, 1-70
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IPOMÉIA: E strada para videira PIRACICABA: Vila Boyce, R ua Alfredo, 5
BELO HORIZONTE: Avenida Bias Fortes, JUND IAí: B arão de Jundiaí 1125
1122 Edificio Belo Horizonte, Apt. 135. AMERICANA: R ua 7 de Setembro, 605
4
Igreja
no
Mundo
únicos Santos do local. Mas, com o
tempo, o grupo de membros cresceu, até
que agora cerca de 10 membros da Igre­
ja tomam parte átiva nas reuniões. O
CONPENHAGEM, DINAMARCA grupo recebe cópias de todas as publi­
cações mensais, bem como do jornal da
Uma reunião de três dias da Associa­ Igreja.
ção de Melhoramentos Mútuos foi rea­ ESTACA PIONEIRA
lizada em Copenhagem, Dinamarca, no SALT LAKE CITY, UTAH
fim de Junho, contando com a presença
dos representantes e membros da Mútuo
de toda a missão. Os dias foram ocupa­ Um grande deposita, com a capacida­
dos c'-'m reuniões, dramas e danças. Na de de 66.000 kilos de trigo foi comprado
reunião de domingo de manhã, 43 jovens pela Estaca Pioneira de Salt Lake City,
tiveram a oportunidade de expressarem Utah. O edificio é todo de aço e repre­
sua gratidão e prestar seu testemunho à senta o primeiro passo para um progra­
verdade do evangelho. ma de cooperativismo.
Os membros da Estaca que. deseja­
ARÁBIA rem participar, são convidados, a. falar
com o bispo, dando o preço de compra
Todas as sexta-feiras, na longínqua e o trigo será armazenado para as pes­
Arábia, um pequeno grupo de fiéis San­ soas interessadas. A Estaca . Pioneira
tos dos Últimos Dias reune-se às 10:30 têm também uma milha quadrada de fa­
na residência, com ar condicionado, de zenda, cnde plantam trigo. Este é
um dos membros, para uma combinação da melhor qualidade e a fazenda é man­
de Escola Dominical e Reunião Sacra­ tida pelo trabalho conjunto dos membros
mental. O domingo cristão é um dia co­ da Estaca. Muitas das famílias da Igre­
mum na Arábia e a Escola Dominical é ja instalaram pequenos moinhos nos seus
dada às sextas-feiras, que é o dia sagra­ lares onde nioem o trigo e fazem seu
do dos muçulmanos. A residência de próprio pão. Está támbem nos planos
Elder Richard F. Holmes e família, o da Estaca, a instalação de um grande
local escolhido para as reuniões. Quan-1 moinho para que todos os membros e;
do Elder Holmes mudou-se para a Ará­ amigos que desejem, possam ter farinha
bia, em 1948, êle e sua família eram os de trigo integral.
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Q u a lq u e r que seja o p rin c íp io de in te lig ê n c ia que co nse gu irm os ns-sta vida,
êle surgirá conoscc na ressurreiçãa. — jo íé S m ith

2.14 A LIAHONA
A prática mais valiosa que os Santos dos Ültimos Dias na
Missão Brasileira podem adotar é a oração familiar. Por oração fa­
miliar eu quero dizer reunirem-se duas vezes ao dia e ajoelharem-se
na presença do Senhor para expressarem seus agradecimentos pelas
muitas bênçãos recebidas e pedir pela Sua continua proteção e guia
em todos os nossos bons trabalhos.
É costume entre os Santos do mundo todo ajoelharem-se em
c.ração familiar. As orações tomam lugar geralmente antes do almoço
e antes do jantar. As cadeiras ao redor da mesa são viradas e a
família toda se ajoelha. O Senhor quer que Seus filhos sejam valentes
e corajosos mas também quer que êles sejam humildes, Ajoelhar em
nossos lares com nossa familia para orar faz-nos humildes.
As crianças também devem ter oportunidade para oferecerem as
orações. Isto as ajudará a desenvolverem-se espiritualmente, ensina-as
a compreenderem a importância da oração e as unirá mais à familia,
Inicialmente, talvês os pais tenham que ensiná-las porque êlas sentêm
medo de orar na frente da família, e possivelmente na frente de
hospedes, mas elas aprenderão. Os hospedes devem ser convidados
a tomarem parte nas orações. A oração nunca deve ser cheia de
repetições.
Irmãos, e amigos, vamos orar frequentemente com nossas faj
míiias, para ganharmos a recompensa de viver perto do Senhor,

Novembro de 1951 215


FORM ANDO
O
CARÁTER

pelo Presidente
Gèorge F. R ichards

Algumas das minhas experiências e quando na Escola Dominical, muito tem


observações, como um freqüentador da me auxiliado durante minha vida.
Escola Dominical de muitos anos, aqui Infelizes aqueles membros da Igreja
vão transcritas: que não têm gozado dos privilégios que
Néla eu adquiri amizades agradáveis a Escola Dominical oferece.
e gozei das melhores camaradagens com As vantagens e bênçãos dos fiéis e
os jovens e isto viverá em minha me­ ativos membros da Escola Dominical são
mória para sempre. bem valiosas e gloriosas para serem ig­
Experimenta-se na Escola Dominical noradas e negligenciadas por qualquer
a influência do Espírito Santo, o com­ dos Santos.
panheiro mais agradável de nossa vida. Sentindo a obrigação que eu tenho pe­
A Escola Dominical tem uma influên­ la natureza, e por ordem de Deus, de
cia releVante na vida religiosa e na edu­ ensinar aos meus filhos os princípios do
cação dos Santos de todas as idades, Evangelho, e avaliando meu descuido e
desde o berço até o túmulo. Ela é uma negligência deste dever, minha mente se
das antigas auxiliares na Igreja e tem volta aos oficiais e mestres da Escola
influenciado muitas vidas, talvez mais Dominical, nos ramos onde tenho cons­
do que outras quaisquer. E ’ realmente truído minha família, em gratidão a êles
um maravilhoso e útil trabalho. por seus serviços aos meus filhos e meus
Eu tenho sido um freqüentador assí­ pais. Minha mente vai até Deus por
duo da Escola Dominical, praticamente ter dado a Igreja esta maravilhosa orga­
toda a minha vida e estou agora no meu nização assim como seus professores e
88.° aniversário. oficiais. Para mostrar minha aprecia­
Destaco dos meus escritos religiosos ção pelo que a Escola Dominical me
de hoje o que me lembro de quando eu tem feito e a minha família, sinto uma
era um rapaz da Escola Dominical. A responsabilidade em sustentar a Escola
solução de certos problemas religiosos Dominical do meu ramo com a minha
216 A LIAHONA
Uma Vida
em Paz
por Richard L. Evans

para aqueles que entram na posse de


dinheiro que honestamente não lhes ca­
Os homens ganham dinheiro de mui­ bia, e que lhes vieram às mãoS por meios
tos modos. E ganhar dinheiro — ou que prefeririam não mencionar. Na ver­
pelos menos, ganhar a vida é importan­ dade, quando vemos dinheiro facilmente
te. Todos têm que ganhar a vida de um ganho, por meios questionáveis, pode­
'modo ou de outro, pelos seus esforços mos algumas vezCs imaginar se não es­
ou pelos esforços de outrem. Porém, tamos perdendo alguma cousa. Aqueles
mais importante do que ganhar mera­ porém, que sabem que estão perdendo
mente a vida é o de ganhá-la honesta­ aquilo que nenhum homem pode perder,
mente. Algumas vêzes deseja-se riqueza são os que perdem o poder de viver em
rápida e fácil — e se comprometem pa­ paz com seus próprios pensamentos e
ra obtê-la, algumas vêzes por meios que o direito de merecer a confiança de ou­
'sãõ moralmente fraudulentos mas que trem.
parecem legalmente seguros. Mas, como “ Não te indignes por causa dos mal­
muitos homens têm mais tarde apren­ feitores nem tenhas inveja dos que
dido, ainda que fóra dos princípios mo­ praticam iniquidades. Porque cedo serão
rais, ganhar dinheiro por meios falsos é ceifados como a erva. Não te indignes
raramente legal e seguro. Aqueles que por causa daquêle que prospera em seu
disso se beneficiam não têm pensamentos caminho, por causa do homem que exe­
tranqüilos e nem certeza de segurança. cuta astutos intentos. Vale mais o. pou­
Enquanto possa parecer falso idealismo co que tem o justo, do que âs riquezas
dizer assim, há poucos azares maiores de muitos ímpios.
para a felicidade do que o dinheiro ad­ Não há bastante dinheiro no mundo
quirido rápida e duvidosamente. para pagar por princípio comprometedor
Transação contrária à ética, furto pú­ a perda clã paz de cõrtciêrtcia, Ou por
blico ou privado, mau uso de informa­ traição, a confiança. Não há bastante
ção ou influência, deslealdade ao dever, dinheiro no mundo para fazer aquela
processos escusos —• tudo traz o que
produz a um custo muito elevado. E espécie de dinheiro valer a pena, não
não há, no fim, qualquer resultado bom importa quanto dêlé possa ter obtido.
FORMANDO O CARATER Possa o Senhor continuar a aben­
çoai» e recompensar os fiéis trabalhado­
constante presença, dando assim um res das Escolas Dominicais da sua
exemplo de coragem aos outros San­
tos, a fazerem o mesmo. Igreja.
Novembro de 1951 217
E s t a ç õ e s --------------------
---------- para o Oeste
A C U R T A H IS T Ó R IA D A IGREJA — 18 a Parte

Depois de m u itos anos de perseguições, sendo expulsos dos seus lares,


os santos a ju n ta ra m seus poucos bens e com eçaram a jornada para o oeste
em busca de paz. O cam inh o era novo e a paisagem silvestre.

A organização do “Campo de Israel” prio bem-estar, não alcançará o poder e


era simples. À frente estava Brigham sua loucura se manifestará”. Esta frase
Young. Isto, porém, foi antes dêle ser foi recebida em revelação, quando do
presidente da Igreja. A seguir, vinham caminho para o oeste. (Doutrinas e Con­
duas divisões gerais do campo. Uma vênios, seção 136). E admoestou os San­
delas a cargo do próprio Brigham Young tos que saldassem “ suas dívidas entre
e a outra, a cargo de Heber C. Kimball. si”, “ que se afastassem do mal” e evi­
Essas divisões eram formadas por gru­ tassem discussões, palavreado vão e be­
pos de cem, cincoenta e dez homens, bidas alcoólicas. Suas palavras deveriam
cada uma com um capitão. (As pala­ “enaltecer uns e outros” ; deveriam
vras “cem”, “cincoenta” e “ dez”, eram devolver o que tomassem emprestado e
aplicadas para designar diligências e não o que encontrassem; e também, deve­
pessoas). Foi esta a maneira pela qual riam ser diligentes_em preservar o que
os imigrantes viajaram até chegarem ao possuissem afim-de que fôssem “ os sá­
acampamento provisório, nas planícies. bios servos de Deus”. Na alegria deve­
Foi o espírito, porém que distinguiu o riam cantar e dansar “ orando e agra­
movimento dêsse povo. O toque foi* da­ decendo; na tristeza deveriam "“ invocar
do pelo Presidente Young, logo após o nome' do Senhor, suplicantes”. Não
terem começado a jornada. “ Si um ho­ deveriam temer os inimigos.
mem”, disse êle, “procura o seu pró­ Além disto, o espírito de cooperação
218 A LIAHONA
caracterizava o movimento. Construi- riação na população, até mais ou menos
ram-se casas em todos os locais favorá­ 1855, quando todos os habitantes foram
veis de Iowa, as terras foram aradas e para o novo lar, nas montanhas.
cultivadas e tudo foi deixado para que Mais importante ainda foi W inter
outros usufruíssem do que haviam feito. Ouarters, a oeste do Missouri, onde se
Em Garden Grove, por exemplo, tre­ localizaram as principais corporações de
zentos e cincoenta homens se apresen­ Mormons. As casas eram, na maioria,
taram, atendendo a um chamado para de madeira, embora outras fôssem ca­
trabalhar. Dêstes, cento e cincoenta fo­ vadas nas montanhas, resguardadas por
ram designados para podar e abater ár­ telhádos. Nêste lugar viveram os Santos
vores, dez para construir cercas, doze durante o inverno de 1846-7 e 1847-8.
para cavar poços, dez para construir Alí havia, também, um tabernáculo, onde
pontes e o resto para limpar terreno, eram feitas as reuniões religiosas. Ha-
arar a terra e plantar sementes. Isto . via lojas, pertencentes a indivíduos, que
feito, a companhia continuou a peregri­ as administravam. O estoque de mer­
nação, sem um só pensamento para o cadorias, certamente, vinha dos acam­
seu próprio bem-estar. Por seguro, dei­ pamentos a leste do Mississipi e eram
xaram homens tomando conta das casas trazidas através das planícies por jun­
e das plantações, sob o comando de um tas de bois.
chefe. Mas, aqueles alí deixados, mo­ Em todos os acampamentos Mormons,
rando nas casas, sabiam que as colheitas na planície entre os dois rios, havia mui­
deveriam ir para um depósito geral, de­ ta doença e muita morte. Em Monte
pois de satisfeitas as suas necessidades Pisgah, por exemplo, a febre intermi­
de alimentação. tente assolou a cidade. Centenas de pes­
Prevaleceu, também, o espírito de re­ soas adoeceram. Morreram quinhentas
ligião em tôdas as divisões do acampa­ •ou seiscentas. Depois houve o escorb.u-
mento. O dia começava e terminava com to, uma doença que deixa a pele cheia
preces e outras devoções. Comumente, de manchas brancas, as gengivas san­
êstes deveres eram cumpridos pelas res­ gram e incham e a pessôa fica inteira­
pectivas famílias, mas às vezes se reu­ mente prostrada. Essa doença é cau­
niam em grupos, para a devoção. O sada pela alimentação constante de car­
homem que não rezava era, geralmente, nes salgadas e falta de legumes. Houve
tido como suspeito. muitas mortes em W inter Quarters.
Já mencionamos que os Mormons ha­ Foi dai que as companhias de peregrinos
viam se estabelecido num lugar chamado sairam para Elkhorn, onde formaram e
Garden Grove. Per ser muito distante organizaram a viagem para as monta­
do rio Missouri, não era intenção de alí nhas.
permanecerem, mas o local servia, por Era êste o quadro dos Mormons,
algum tempo, como a base natural de atravessando a planície entre o Missis­
suprimentos para as levas de emigrantes sipi e o Missouri na sua famosa pere­
que por alí passassem. E foi isto que grinação para as Montanhas Rochosas.
se tornou. Essa viagem pode ser comparada a uma
Pouca diferença tinha do outro acam­ corda de tresentas ou quatrocentas mi­
pamento, mais para o oeste, feito pelos lhas de comprimento, com alguns nós,
Santos — o Monte Pisgah. Situado êstes representando os diversos acampa­
numa elevação, êsse acampamento tor­ mentos. Essa corda se alongaria pelos
nou-se uma das principais cidades fun­ dois rios durante a maior parte do ano
dadas pelos Mormons. na sua jornada de 1846. Haveria em Setembro daquêle
para o oeste. Milhares alí moravam e ano, um grupo de uns cem Santos, prin-
o acampamento possuía um lider. Êste (Continua na 3.a ca. :-a)
acampamento continuou, com alguma va­
Novembro de 1951 219
A História e as “Placas de Ouro”
Será verdade, as placas a'a Livro de M ó im o n P

por L evi Edgar Yoiing reg en eração , tem sido e n c o n trad o em


Do 1.° Conselho dos Setenta m odelos d e o u ro .
D a G récia fo ram , n o táv eis o u riv eis
“ P e lo que se diz a resp e ito d a te rra , dos velhos tem p o s, co n v id ad o s pelo im ­
sua c ro sta é p ro d u tiv a e fecunda, ao p e ra d o r C esar A u g u sto e o u tro s, p a ra
passo que seu sub-solo é de u m a te m ­ v irem a R o m a, eram êles os a rtífic e s d a
p e ra tu ra elevada e ca n d en te. S u as p e ­ m o d a qu e fab ricav am b ro ch es, colares,
d ra s estão g ra v a d a s de sa fira s e o u ro b raceletes e b rin co s de o u ro , com to d a a
em p ó ” . ( J o b 2 8 :5 -6 } p erfeição, salp ican d o -o s com p e d ra s p r e ­
“ A co n stru ç ão de su a m u ra lh a foi ciosas .
feita de p e d ra s p recio sas e su a cidade G ra n d e q u a n tid a d e d e m a rav ilh o sas
jo ias, foi acu m u lad a pelo im p e rad o r J u s -
de o u ro p u ro com o v id ro s tra n slú c id o s .”
(R ev e la çã o 21 :18) tin ian o e seus su cesso res n a I g re ja de
“ E eu rea lm en te ensinei m eu povo a S a n ta S ofia em R o m a. O im p e ra d o r
c o n s tru ir edifícios e a tra b a lh a r de d i­ C arlo s o G ra n d e tro u x e d a B iza n tin a,
versa s m a n eiras em m ad eira, em ferro , célebres jo a lh eiro s e ou riv eis. S u a co ­
em cobre, em bronze, em aço, em ouro, ro a e esp ad a são a in d a co n serv ad a s no
em p ra ta , em m in é rio s precio so s, os te so u ro im p e rial de V ien a. S u a co rô a
q uais existiam em g ra n d e a b u n d â n c ia ” .foi co m p o sta de o ito p lacas de o u ro ,
(2 .° N ep h i 5 :1 5 ) q u a tro delas m a io r que as o u tra s, to d a s
N a h istó ria d cs povos an tig o s, o u ro e lig ad as p o r d o b rad iças. A s g ra n d e s p e ­
as p e d ra s p reciosas, to m a ram g ra n d e ças eram salp icad as com d iferen tes p e­
p a rte no culto e a d o ra ção da D iv in d ad e. d ras, ao p asso qu e as m e n o res e ra m es­
N o L iv ro de G enesis, nós lem os que, m alta d as com fig u ra s e in sc riçõ e s.
A b ra ã o indo à M e scp o tâ m ia a p ro c u ra
de u m a esp ô sa p a ra Isaac, deu a R ebeca
“ u m b rinco c u jo pêso e ra d a m etad e de
um ciclo e dois braceletes de dez ci­
c lo s” e p o r ocasião do noivado p re se n ­
te o u -a cem jó ia s d e p r a ta e o u r o ” .
O F a ra ó deu a Jo sé o anel que usava
eu seu dedo, e tam bém u m a c o rre n te de
o u ro a qual êle m esm o colocou em seu
p esco ç o .
O o u ro de aluvião, lavado das are ias
dos rios, foi usado desde os tem p o s m ais
rem otos. S u a cor, pêso e m a lea b ilid ad e1'
eram conhecidos, com o tam bém o m a r­
telo dos otiriveis e ra u sa d o desde a a u ­
ro ra da h u m an id ad e. O s o rn am e n to s
em ouro, trab a lh ad o s a m ais de 3.000 O bjetos de ouro, descobertos em
a n o s an tes da era c ristã , tem sido d es­ ruinas da A m erica C entral.
cob erto s nas tu m b a s egípcias e í ^ s
c o n stru ç õ es m ais esq u isita s. O s b retõ e s e an g lo -sa ^ õ e s usavam
O sa g ra d o escaravelho co nsid erad o tam bém . co lares de p éro la s . e às vezes
pelos egípcios com o em blem a da e te rn a colares, feitos de o u ro e p r a ta .

220 A L IA H O X A
A m e tista c ra v e ja d a em o u ro e íatão o m etaí até to rn a-lo em fin a follia de
tem sido en c o n trad a. C in tas e c in tu rõ es o u ro , e S a h a g u n em seu m o n u m en tal
dos an g lo -sax õ es eram elab o rad am en te tra b a lh o in titu la d o “ A s coisas da N o v a
o rn am en tad o s. N ã o som ente h av ia as E s p a n h a " d iz :
fivelas nas q uais êles a m a rra v a m os “ E ste cap ítu lo n a r r a com o os artesõ es
m ais ricos trab a lh o s, as q uais eram m u i­ tra b a lh a v a m em o u ro e p ra ta . H a v ia
tas vezes en riq u ecid as com placas de d u as e s p é c ie s: alg u n s dêles era m c h a ­
o u ro lindam ente en c aix ad a s e salpicadas m ad o s b ated o res. Ê ste s trab a lh av a m
de p e d ra s p rec io sas. em o u ro com m artelo , até to rn á -lo fino
C om o no o rien te e na velha E u ro p a , com o papel. O s o u tro s e ra m cham ados
tam bém os ou riv eis v iv eram na A m é ­ “ tla tla lia n i” , isto é, aqu eles que fu n d iam
rica. Com o resu ltad o da d esco b erta da o o u ro m is tu ra n d o -o com p ra ta ou a l­
A m érica p o r C olom bo e depois da m o rte g um o u tro m etal. Ê ste s era m os v e r­
da ra in h a Isabel, que tu d o fez p a ra im ­ d ad eiro s “ a r te s õ e s ” , qu e e ra m tam bém
p ed ir que os espanhóis escravizessem os cham ados de “ tu tle c a " , sendo que eram
indios, a E sp a n h a com eçou im e d ia ta­ divididos- em d u as classes, p o rq u e cada
m ente a rre c a d a r m eio m ilhão de pêso um deles tra b a lh a v a o o u ro , cle acô rd o
de o u ro p o r ano. A cobiça pelo o u ro foi com a sua p ró p ria té cn ic a.
um dos fato res m ais im p o rta n te s lia U m célebre arq u e o ló g ista am erican o ,
co n q u ista cio M éxico e ex p lo ra çã o da P h ilip A in s w a rth M ean s, co n ta-n o s em
N o v a E sp a n h a . D epois da con q u ista do seu livro p a ra estu d a n te s “ V elh a s civi­
M éxico p o r C o rtez, em 1520, m u ito s lizações dos A n d e s ” :
escrito res d escrev eram o uso do ouro. “ N ó s tem os, p o r exem plo, u m a placa
E n tr e êles te m o s: B e rn a l D iaz, J u a n de o u ro d a P ate cte , m ed in d o m ais ou
D iaz, o italian o A lbe de F ra n ce sco S a- m enos 28 p o leg ad as de co m p rim en to ,
v erio C lavigero, e o inca G arcilasso de tra z id a p ro p esitalm en te . O m odelo p ro ­
la V ega. T o d o s v iv eram no século X V I. p ria m e n te d ito é m ais cu rio so que b o ­
B e rn a l D iaz nos co n ta que n u m q u a r ­ nito. é esculpido em o u ro com u m a
to secreto p erte n ce n te ao im p e ra d o r p recisão de lin h a que exclui q u alq u er
M c n tezu m a, foi e n c o n trad o u m g ra n d e descrição com o an tiq u ad o . D e fato, não
nú m ero de joias, ch ap as e placas de o u ­ h á n ad a de tosco nêle, pelo c o n trá rio é
ro e o u tra s g ra n d e s riq u ez as qu e êles
estética m en te c o m p leto ” .
tin h am levado e não sabiam o que d izer
N u m a época recen te, o e s c rito r m os­
sôbre as m e sm a s. . . Q u a n d o vi aquilo,
fiquei m a ra v ilh a d o e deduzi que c e rta ­ tro u a coleção de placas de o u ro no M u ­
m e n te não p o d e ria e x istir o u tro te so u ro seu de H a y e dos indios am erican o s na
igual em to d o o m undo. P re s c o tt nos cidade de N o v a Y o rk .
co n ta em seu liv ro “ H is tó ria d a con­
As placas tin h a m 12 p o leg ad as de
q u ista do M é x ic o ” que depois d a ú lti­
co m p rim en to e dez de la rg u ra e eram
m a con q u ista de C o rtez som ente as r i­
quezas em o u ro , ch eg av am a 6 .3 0 0 .0 0 0 tã o fin as com o u m a folha de p ap el co ­
d ó la re s . m u m e bem tra b a lh a d a s.
O s espanhóis colecionavam b a rra s e A cotização d as p a la v ra s do velho h is­
placas de ouro, m a ra v ilh o sa m e n te feitas. to ria d o r L a s C asas, o b serv an d o as m i­
C ortez ordenou aos seus ou riv eis que lh õ e s de m a n u fa tu ra s em o u ro n o M é­
fizessem belos serviços em placas de o u ­
ro. N u m a ocasião, os n ativ o s en v iaram xico d isse : “ O tra b a lh o ap a receu com o
a M o ntezum a v in te eno rm es placas de um sonho e n ão com o si fôsse feito pelas
ouro. Ê les eram capazes de tra b a lh a r m ão s dos h o m e n s ” .

N ov em b ro de 1951 221
“ 0 Amor
Verdadeiro”
estão os g erm en s d e te rm in a n te s de to d a
a su a v id a fu tu ra . P o u co s p ais d ir ia m :
“ V e ja se você co nsegue 11111 m a rid o tão
bom com o foi o seu p a i" . E a in d a t i­
das as m oças qu e fo ra m ab ençoadas
com u n i sábio e am o ro so pai, g u a rd a m
p a r a sem p re aq u ela im agem em seu co ­
ração , com o p ro teç ão p a ra tu d o que a
v id a lhe p o ssa tr a z e r .
A relação e n tre pai e filha é p a rtic u ­ E o pai, ao v is ita r sua filh a em seu
la rm en te preciosa. O p ai dá-lh e p ro te ­ p ró p rio la r e o ra afim -d e que ela po ssa
ção, p ro v id en c ia-lh e as necessid ad es da se r capaz de c o n tin u a r com a trad ição
vida e, acim a de tu d o , em p re sta -lh e sua d a v id a de su a casa, a qual, u m a vez,
co m p an h ia que, p a ra ela, é de in calcu ­ êle estabeleceu p a ra ela. R e lev an d o as
faltas e sem p re v alo risan d o as v irtu d e s,
lável valor. A filha, a m e d id a que cre s­
o v e rd a d e iro pai co n serv a-se n a re ta ­
ce e desenvolve seu d isc ern im e n to e
g u a rd a p a ra p o d e r g u ia r os seu s filhos
apreciação, d á-lh e am o r, ad m iraçã o , re s ­
com e n e rg ia e b o n d ad e. E q u an d o está
peito e obediência. E s ta s em oções e
velho e to rn a -se m en o s cap az de to m a r
lealdade são b rilh a n tes elos que ligam
p a rte a tiv a n a vida, m ais e m a is êle
a fam ília. M u ito im p o rta n te s n a v id a
a p re c ia a c a rta fre q u en te , a aleg re v i­
são os seus p rim e iro s anos v u ln eráv eis sita, as p eq u en as le m b ran ça s e p a la v ra s
da in fân cia que podem n ão serem lem ­ de ap reciação . T o d o s os p ais a ltru is ta s
brad o s, m a s que, de q u alq u er fo rm a, são e tra b a lh a d o re s p o d em se n tir q ue seus
os que m oldam o “ m o d u s v iv e n d i” dos feitos estão acim a do en ten d im en to dos
ano s v in d o u ro s . seus filh o s.
P a i e filha com eçam a con h ecer-se E u g u a rd o p a ra sem p re em m eu co­
qu an d o o p ai to m a -a em seus b raç o s e ra ç ã o a fig u ra de m eu p ai em p é no u m ­
em bala-a ca rin h o sam en te. A am isad e b ra l d a p o rta d e n osso ran ch o de adobo,
cresce à m ed id a que êles vão a n d a n d o 0 q u al êle tin h a c o n stru íd o com suas
ju n to s . E m a ltu ra ela d á pela a ltu ra de p ró p ria s m ãos, o lh an d o os d o u rad o s
seus jo elh o s e h av ia u m a g ra n d e d ife­
cam pos de trig o qu e ond eav am colina
ren ç a n a a ltu ra e n tre ela e seu p ai, co n ­
a c im a .
tudo, su a fisionom ia e ra bondosa e ela
p o d ia o lh a r p a ra cim a e v e r com o o L e m b ra r-m e -e i sem p re de su as p a la ­
Vento alv o ro çav a o seu cabelo e o lh a r vras q u an d o ap o n tav a p a ra o trig o a ser
p a r a baix o e v e r os g ra n d e s sin ais dei­ co lh id o : “ A lí está o seu co lég io ” . E
x a d o s pelas p a ssa d a s dêle e ela p re c i­ e n tão o a p e rto de su a m ão q u a n d o d i­
sav a c o rre r p a ra p o d e r a c o m p a n h á -lo . z ia : “ Isto fica rá s o litá rio q u a n d o você
Q u ã o ca rin h o sam en te o pai o b s e rv â t e
n ão e s tiv e r" . M as o a m o r de u m pai
p ro te g e su a filha a tra v é s os anos de su a
ju v e n tu d e , sabendo que em su a escolha d u ra se m p re — u m te so u ro n u n ca p erd e
de am igos, e em seu desenvolvim ento seu b rilh o pelo tem p o ou d istâ n c ia .

222 A L IA H O N A
A Humildade é uma virtude própria mildes sem perseverarem em maldade.
de Cristo. A verdadeira humildade no “Ai dos ricos, que são ricos quanto as
indivíduo significa mais do que 'Reco­ cousas do mundo... Seus corações es­
nhecimento de suas próprias fraquezas. tão voltados para os seus tesouros...
Requer fé em Deus, aceitabilidade do e eis que seus tesouros perecerão com
Seu Espírito. Requer também força de êles.”
carater — e não fraqueza de vontade O homem verdadeiramente humilde
— para se ser humilde. deseja adquirir conhecimentos e é en-
sinavel reconhecendo que não poderá ser
salvo em ignoraricia, “ o homem luta pa­
ra aprender.” Se for bastante humilde
para orar a Deus pedindo o Seu au­
xílio afim de interpretar os conheci­
mentos quando cs adquire, o homem po_
derá elevar-se acima da multidão dos
que possuem conhecimento mas não sa­
bedoria .
Um membro da Igreja não recusa
nem procurar fugir às responsabilidades
da Igreja. Procura servir ao invez de
se enaltecer. Jesus Cristo anunciou “ e
todo aquêle que procura se enaltecer te­
rá maior queda; e aquele que se humi­
lhar será enaltecido”.
Um humilde Santos dos Últimos Dias
não recusa uma responsabilidade que
surge sendo alem de seus limites e ca­
E ’ preciso ser-se humilde para pacidade. Com fé ora a Deus por Seu
investigar e estudar os princípios do auxílio em tais responsabilidades. Nefi
Evangelho. E ’ preciso humildade para nos deu uma grande verdade quando de­
perguntar-se a Deus se o livro de Mor- clarou : “ Irei fazer as cousas que o Se­
mon é realmente a Sua Palavra, com nhor me ordenou, pois sei que Ele nãó
11111 coração sincero e verdadeira inten­
dá aos filhos dos homens mandamentos
ção, necessários para se receber a pro­ a menos que prepare o caminho pelo
messa de Moroni. qual possam cumpri-lo.” O humilde
Se um homem crê que Jesus é o Cris­ membro da Igreja paga o seu dízimo.
to, que a fé poderá trazer-lhe a humil­
dade necessária para reconhecer os seus Humildade
pecados, e ser batisado para poder re­
ceber o Espírito Santo. Alma disse: uma Virtude
“Aquele que verdadeiramente se humi­ por Wallace G. Bennetí
lhar e se arrepender dos seus pecados e
perseverar até o fim será abençoado. Aceita a oferta de Deus para “ provar-
Será muito mais abençoado do que me deste modo”, e não com “ dureza de
aqueles que são obrigados a humi­ coração” mas sim com fé e confiança.
lhar-se por causa de sua excessiva po­ O Sacramento é aceito em humildade.
breza". I* preciso ser-se humilde para se ter
E ’ preciso humildade para se amar a um testemunho da divindade de Jesus
Deus mais do que às cousas do mundo.
Mesmo assim os ricos podem ser hu­ (Continua na pag. 225)

Novembro de 1951 223


Apagam-se as Luzes
Em Que Põe os Seus Valores?
T. M. Dc Bry
— sua vida seria mais facil. Êle tinha
certeza de ter talento. Naturalmente, a
estrada a seguir era árdua. . . Êle bem
que compreendia. Longas horas, lon­
gas caminhadas, trabalho pesado, luzes
fortes, incertezas — mas como êle gos­
tava dessa vida. Valia a pena todo o
sacrifício que se fizesse.
Seu carro seguia maciamente através
da chuva. Era tarde, e êle tinha um
long) caminho a percorrer. Fazia frio.
O teatro está feèricatnente iluminado. Êle não pcderia dormir muito', mas êle
A multidão aguarda impaciente a che­ tinha a certeza de que valia a pena. A
gada do astro cujo nome brilha na fa­ sua frente, a sua volta toda, milhões de
chada do teatro, em EM DIA ESQ U E­ luzes brilhavam. Algum dia, algumas
CIDO. dessas luzes soletrariam seu nome. Oh
Êle aparece e é quasi tragado pela - isso compensaria todos os sacrifícios.
multidão que avança. Alguem lhe mete “ Deixe-me ver, deve ser o proximo
um microfone nas mãos e após breve sinal. Copacabana, e depois para o sul.
saudação êle é conduzido ao teatro para em linha reto, por três kilometros”,
assistir à primeira apresentação de seu murmurou êle.
papel principal. O carro parou. “ Copacabana”, dizia
O filme está terminado e a platéia, en­ o sinal. Estava chegando.
tusiasmada, aplaude o “astro". Bra­ Da calçada, um vulto aproximou-se
vos e hurrahs foram soltados. Os crí­ do carro de José. José abaixou o vi­
ticos, generosamente, escrevem: “ Êle dro. “ Poderia levar-me até Normandy
nunca será esquecido"... “ Seu filme e Cocapabana? Faz muito frio e estou
está entre as histórias de amores imor­ quasi ensopado".
tais" . “Como não, entre". Sem razão, José
João Andrade chegou ao cume. Sua sentia-se imensamente feliz por viver,
estrela brilhará e outros olhos, que, file tinha vontade de ser amavel nesta
cheios de esperança aguardam o seu noite.
“ dia”, contempla-lo-ão com inveja ba­ “Oue noite", disse êle para o estra­
nhar-se no sol de sua fama, certos de nho.
que, uma vez atingido o estrelato, a ri­ “ De fato” .
queza e a glória serão suas companhei­ José olhou para seu companheiro. Po_
ras para sempre.❖__:|í :|< bre homem, parece vencido, — faminto
também; deve ter cincoenta anos. Seu
José estava de parabéns. Oito dias rosto tem um ar decididamente nobre!
completos de trabalho como extra e pel^ Entretanto, o mundo parece ter-lhe sido
menos mais dez por vir. Algum dia. adverso. Deve estar completamente po­
talvez cedo, êle seria “descoberto” — bre.
acabar-se-iam então suas preocupações “ Maravilhoso, todas essas luzes. O
224 A LIAHONA
Rio é uma grande cidade”, disse êle pro­ vida entretanto, foi muito dura. Tra­
curando iniciar conversa. balhou dia e noite para tornar"se um
Seu companheiro parecia triste e so­ astro; então, de repente, sua luz come­
lene. Parecia estar pensando alto: çou a falhar, depois, desapareceu com­
“ Sim, as luzes são lindas. Mas ama­ pletamente. E ’ duro de se aceitar.
nhã algumas ter-se-ão apagado. Justa­ Ganham muito mas gastam tudo. E
mente o que acontece com as pessoas quando estão 110 fim, são simplesmente
aqui. Um dia elas brilham intensamente esquecidos. Não, você está enganado,
— depois, rapidamente, as luzes apa­ jovem. O povo os esquece bem depres­
gam-se . sa. Emocionam muita gente enquanto
“ Talvez”, replicou José. “ Mas nunca sua estrela brilha, mas assim que esta
são esquecidas. João Andrade, po: se apaga, não conseguem nem mesmo
exemplo. Oue ator maravilhoso. Re­ emocionar o “bolso” de alguetn”.
presentava com profundo sentimento. O estranho emudeceu. O que acabara
Vivia seus papeis, a bem dizer. Nunca de dizer parecia te-lo ferido, José ficou
me esquecerei dêle — principalmente seu a pensar sobre o assunto;
papel em UM DIA ESQUECIDO. “Bem, aqúi está Normandy. Vou pa­
Ouvi dizer outro dia, que êle havia rar sob a luz para que possa ver a cal­
sofrido um acidente. Perdeu diversos çada. Pode se arranjar sozinho agora?”
dedos da mão direita. Mas isto não O carro parou. O estranho desceu do
constitue um empecilho, com o dinheiro carro e fechou a porta com a mão di­
que ganhou e com os amigos que fez. reita. A fraca luz da lampada brilhou
Gostaria de ser como êle algum dia. sôbre ela. Faltavam vários dedos. No
“ Sim, creio que o achavam um gran­ gramado havia um letreiro que dizia:
de ator”, disse o estranho, file punha “ Casa de Repouso — Sustentada pela
efetivamente todo o coração 110 traba­ Associação dos Artistas”.
lho, emocionou muita gente, creio. Sua As sombras envolveram o estranho.

HUMILDADE - UMA VIRTUDE


(Conclusão do artigo da pag. 223)
Cristo e para dar êsse testemunho a humildade vem quando ele volta ao lar
outros. e precisa novamente ganhar 0 pão.
Aprender a ser humilde é uma signi- Aquele que se humilha perante Deus
ficante lição no espírito de um missio­ sentirá o forte e doce espírito do amor
nário. Um Elder humilde sente a in­ emanado por Jesus Cristo. Aquele es­
fluência de Deus em suas conversações, pírito procurado com humildade “lança
seus contátos, sermões e até mesmo na fora o temor” e “ traz a paz que ultra­
sua atitude. Ele faz do Senhor seu passa todo o conhecimento.”
amigo. Este é o Elder feliz. Seus di* Alma escreveu, “portanto abençoados.
rigentes ensinam que a verdadeira pro­ são aqueles que se humilham sem a isso
va, do seu conhecimento e aplicação de serem compelidos.”
).i;-. U Uma
) . G rãfina aproxim ou-se de um famoso rom ancista, dizendo-lhe -j com grandej-t
eíusão que tam bém desejava ser escritora. N q|m om ento, queria que êle lhe explicasse
como se começa a escrever.
"Com eça-se da esquerda para a direita, m inha senhora,” respondeu-lhe sere­
nam ente o autor.
.(^ .1 .0 ^ 1 G-- . - . ' Jr „ ■ ; J , . J J)
.................... J f..

Novembro de 1951 ■225


“ Porque, pela graça que me é dada,
digo a cada um dentre vós que não saiba
mais do que convem saber, mais que
sáiba com temperança, conforme a me­ 0
dida da fé que Deus repartiu a cada
um” (Paulo aos Romanos) Rom. 12:13.
O complexo de superioridade é uma
“ doença” mental da qual indivíduos e
grupos são algumas vezes afetados. Em­
Grande
bora a admoestação de São Paulo aos
santos, em Roma, se referisse a indiví­
duos, ele podia também tê-la estendido “ EU”
aos seus primeiros associados, os Fa­
riseus, e a sua própria raça, que se con­ (Por Milton Bennion)
sideravam superiores a qualquer outra
raça ou nação. Em seu trabalho missio­ olhos Jesus era um radical perigoso e
nário ele tinha grande dificuldade em um violador das suas sagradas tradições?
convencer alguns dos seus companheiros E para aqueles que baseiam seus sen­
apóstolos de que os gentios podiam se timentos de superioridade sóbre sua
tornar discípulos de Cristo sem primei­ nobre ascendência, João, o Batista, disse:
ramente se tornarem judeus por adoção.
“ E não presumais de vos mesmos di­
Em tempos recentes, sob o governo zendo : temos por pai a Abrahão; por­
de ditadores, tivemos o mesmo problema, que eu vos digo que mesmo destas pe­
na suposta superioridade da chamada dras Deus pode suscitar filhos a Abrahão
raça nórdica, e a inferioridade dos povos (Mateus, 3:9).
de origem Semítica, resultando em des­ A atitude “Eu sou mais puro do que
truição em massa dos judeus, vitima de vós”, de indivíduos ou grupos, não
ditaduras. está de acordo com o Evangelho de
Este problema de uma ou outra forma Jesus Cristo, nem com qualquer teoria
ainda existe conosco. sã de desenvolvimento do carater.
Ele se manifesta de muitos modos -—• Qualquer indivíduo que se julgar su­
político, religioso e social. perior e tratar a outrem como inferior,
A profissão democrática não tem sem­ apenas expõe sua estreiteza de mente
pre conduzindo os govêrnos a proteger e seu carater defeituoso. Ele tem fa­
mesmo as garantias constituicionais dos lhado na compreensão da essência da
seus próprios países e estender igual verdadeira religião, o essencial do cará­
proteção a todos os seus cidadãos. ter réto, como expresso nos seguintes
ensinamentos de Jesus:
O complexo de superioridade de al­ Mas todo acjuêle que quiser entre vós
guns grupos de cidadãos muitas vezes fazer-se grande seja vosso serviçal;
anula leis constitucionais e ideais demo- E qualquer que entre vós quiser ser o
cráiicas. primeiro seja vosso servo; Bem como o
A causa, em parte, pelo menos, deste Filho do homem não veio para ser ser­
persistente característico humano, não vido mas para servir, e para dar a sua
explicaria a simpatia de Jesus pelos po­ vida em resgate de muitos Mateus
bres, o oprimido e humilde povo que iTa 20 :26-28.
“E o que a si mesmo se exaltar, será
olhado com desprezo pelos ricos sadu- humilhado, e o que a si mesmo se hu­
ceus e orgulhosos fariseus, em cujos milhar será exaltado”. (Mateus 23:12).
226 A LIAHONA
No
d a C o ^ in li€ à
AS REGRAS DO BEM COMER
Dr. Maragliano Júnior
embora pequeno, basta para cobrir as
despesas de uma alimentação racional
ou suficiente. O que acontece, porém,
é que os demais itens do orçamento do­
méstico das nossas famílias merecem, via
de regra, preferência que condiz com a
nossa natureza de povo latino, sempre
Somos um país de desnutridos. A mais propenso a apertar a cinta do que a
afirmativa não abrange apenas a quase sacrificar as aparências.
totalidade da nossa população rural, que Não resta dúvida que muito chefe de
verdadeiramente não se alimenta, mas al­ familia se vê obrigado a malabarismos
cança ainda rspeitável parcela das nos­ incríveis, pois há o aluguel da casa, a
sas populações urbanas, que se alimen­ roupa e os estudos dos filhos, os impre­
tam mal. Tanto num como noutro caso, vistos das doenças, etc. Mesmo assim,
é a ignorância dos princípios da higiene entretanto, o que resta do orçamento
da alimentação a causa desse descalabro. doméstico e é destinado à alimentação,
Quanto aos nossos caboclos, sabemos poderá bastar para o sustento racional
que o seu estado de desnutrição, que da prole, desde que se observem certas
abre as portas à maioria de suas doen­ regras do bem comer, as quais consti­
ças, advém principalmente de seu rudi­ tuem a base da higiene da alimentação.
mentar gráu de instrução, pois não lhe Os franceses costumam avaliar a cul­
ocorre, na sua ignorância, reservar um tura de uni povo pela sua cozinha. Mais
pedaço de chão para o cultivo de uma importante do que isso é avaliar o seu
horta. Sua redenção estará, assim, con­ estado de saúde pela qualidade dos ali­
dicionada a uma campanha educativa mentos de que faz uso. Um indivíduo,
que já tarda em ser realizada. com certa soma de dinheiro no bolso, po­
Com referência ao homem citadino, de alimentar-se mal ou bem, segundo a
não é menos grave- o problema, apesar dieta comumente usada. Não é a quan­
da inteira diversidade de seu aspecto. tidade de alimentos que ingerimos aquilo
Fala-se de crise, de carência de produ­ de que o nosso organismo carece para
ção, de preços proibitivos, mas no que manter-se em bom estado fisiológico,
toca à responsabilidade de alimentação mas sim a sua qualidade, em face das
do homem da cidade, forçoso é reconhe­ nossas exigências orgânicas.
cer que vai muito de exagero em tais Isto posto, podemos dizer que o nosso
afirmações. Em verdade, há crise, há
carência de produção e os preços vão su­
bindo, mas se atentarmos para a média
de ganho das nossas classes assalariadas
e o custo das necessidades básicas da vi­
da cotidiana, veremos que esse ganho,
Novembro de 1951 227
homem urbano dispõe, bem õu mal, de Finalmente, chegaríamos à terceira e
certo poder aquisitivo e encontra um sem última regra, indispensável para a nossa
número de alimentos à sua disposição, situação econômica, qual seja a de que é
mas não sabe organizar seu cardápio co­ possível comer bem, desde que saibamos
tidiano. Via de regra, tais cardápios procurar, na infinidade de alimentos que
são imutáveis, o que gera o fastio e daí a felizmente produzimos —• o milho ( as
desnutrição. Por outro lado, a predomi­ leguminosas, ovos, leite,. . . — uma die­
nância de hidratos de carbono da dieta, ta razoável, de acordo cem as nossas pos­
em detrimento do mínimo indispensável ses, uma vez estabelecida a premissa de
que, no nosso orçamento doméstico, é
a nièsa que deve ter a preferência. De
todas as regras do bom comer, é esta a
mais verdadeira e a que todos devería­
mos seguir. — SPES de S. Paulo.
de albuminóides e de gorduras, conduz
o organismo a estados de carência que
repercutem na saúde geral.
Saber comer não é apenas agradar ao
paladar, mas proporcionar ao organismo
os recursos indispensáveis ao seu traba­
lho fisiológico, base precípua da saúde.
Procurar os alimentos necessários ao
nosso organismo e instituir com eles uma
dieta racional, variada e saudável, tal é
a primeira regra do bem comer. Para
tanto, mister se faz larga campanha edu­
cativa, desde os bancos escolares, no sen­
tido de ensina rao nosso homem a comer
bem. Assim como as crianças aprendem
a ler e a escrever, pode-se ensinar a elas
as diferentes espécies de alimentos ne­
cessários ao organismo as fontes de que
eles provêm e o modo de obtê-los.
Encarecendo-se, desse modo, o valor
da alimentação, chegaríamos então a
uma segunda regra, qual seja a de que
mais vale um estômago bem alimentado
do que a ostentação de um luxo inútil,
à custa do sacrifício desse órgão.

“ E n ova m e nte, na verdade vos digo que tôdas as ervas sa lu ta re s o r ­


denou Deus para a c o n s titu iç ã o , n a u tre za e uso do hom em . (D . & C . 8 9 :1 0 ) .

9
Leia seção 89 do "Doutrina e Convênio"
228 A LIAHONA
O RUMO
NOTICIAS DO RIO
DOS RAMOS
Queridos irm ãos e amigcs, desejando que
Num am biente muito alegre, com cêrca de
300 pessoas presentes foi coroada R ainha
as bênçãos de Deus estejam com todos vo­ a Snrta. M aria Ana Caballero e Princesas
cês, aqui estamos novam ente para darmos as Snrtas. M aria de Lourdes Ferreira e Or-
as nossas “ new s” . Todo o nosso Distrito lita Freitas. Aproveitamos a oportunidade
está eorrendc m aravilhosam ente, todos tra ­ para agradecerm os de público o que estas
balham , tcdos nós queremos progredir, pois moças e as outras concorrentes fizeram para
essa é a nossa finalidade na vida. o brilhantism o da festa.
Recebemos com prazer os Elders Gold- D a M útuo ainda podemos inform ar que:
cm ith e Rulon Stoker, certam ente êles serão Ekler Miller está ficando com a cabeça com­
bem sucedidos em suas tarefas, para isso pletam ente branca com o trabalhe que está
pedimos a Deus que os preteja. Com prazer tendo como diretor de dansas da AMM.
recebemos a visita da nossa irm ã Neyde Agora ele nos ensina a Missouri W altz, para
D uarte do Ramo de São Paulo. Gostamos o Baile Auri-Verde, que deverá realizar-se
muito dela e esperamos tê-la entre nós ou­ cm novembro próximo. O utra pessoa que
tra vez. perderá os cabelos é a nossa irm ã Niole Ces­
A últim a por nós lançada foi a realização ta, pois está com a incum bência de organi-
mensal de um concurso para ver quais os sar um “ Orfeão AMM. Os ensaios já co­
membros m ais ativos, os que em m aior n ú ­ m eçaram e talvez estreiarem os em dezem­
mero de vezes freqüentam as reuniões, para bro próximo n a festa de Natal.
os três prim eiros colocados os perdedores Estas são as nossas novidades do mês de
oferecem um a festa. Neste mês de Setem ­ setembro, mas antes da despedida quere­
bro os vencedores foram cs irm ãos: Doro- mos oferecer os melhores votos de saúde e
théa Cheffer, W alter Duarte, e José Amora felieidades para todos vocês. Que Deus os
Pinto Ramos. Esperamos que estes irmãos proteja, fazendo-os desejarem a verdade e
perm aneçam sempre assim e que nos pró­ perm anecerem nela. Aos membros exorta­
ximos meses não haja vencedores, m as que mos para que fiquem sempre fieis no trab a­
todos vençam igualmente. lho do Senhor.
No dia 7 de Setembro realisam es o “ pic- RIO CLARO
nic” da Idependência n a Mesa do Im pera-
dor-V ista Chinesa. A turm a não foi muito Aqui, instaladas na nova sala para reu­
grande devido ao tem po que não estava fir­ niões toda pintada de verde, que ficou bo­
me e a “ big p arad a” que todos os anos rea­ nita devido ao esforço dos membros, damos
liza aqui no Rio. Mas a-pesar disso tcdos a leitores amigos comprimentos, e espera-
gostaram muito. mes que todos estejam felizes.
A Sociedade de Socorro continua indo A n.ossa sala tem recebido muitos mem­
m aravilhosam ente sob o comando de nossa bros e amigos, tendo a frequência aum enta­
irm ã Isa Costa. Assim é que devide a um da dia a dia e vemos logo que será pequena
plano organizado de tcdos os mêses a Socie­ para-receber todos que ali chegam.
dade promover algo especial, êste mês tive­ O Ramc progride. Em Setembro tive­
mos a realisação de um passeio noturno à mos m ais um batismo, o da Sra. Helena
P raia do Arpoadcr, o qual foi m uito diver­ QUillin. Fazemos votos que ela encontre
tido. do o que alm ejou e seja feliz.
A Mútuo realisou com um sucesso sem Sorocaba e Rio Claro trocaram missioná­
precedentes o Baile da Prim avera com a es­ rios sendo que ele nos enviou Elder Edward
colha da R ainha da Prim avera da AMM. W hite, que como vimos é muito bom e es­

Novembro de 1951 229


forçado, porém Sorocaba recebeu um amigo Merece destaque a honrosa visita que ti­
que nos perdemos, Elder John H. W este Jr„ vemos a dois de setem bro do nosso estim ado
que já havia conquistado um lugar nc cora­ presidente da Missão B rasileira, O senhor
ção dos Rioclárenses que o conheciam. De­ Rulon S. Howells e digníssima esposa, se­
sejam os-lhe m uitas felicidades. nhora M ary P. Howells.
Tivemos um a conferência que a todos nos Nesse mesmo dia realizou-se concorrida
foi m uito útil e recreativa, dois aos discursos conferência que a todos agradou.
entrem earam -se canções e selos. Foi um a No dia 7 de setem bro fo irealizado m agní­
bela conferência onde a frequência elevada fico churrasco, no Bosque Fábio Barreto,
nos alegrou muito. desta cidade, com a presença de m ais de
As sementes espalhadas n a conferência se 50 pessoas.
não germ inaram em alguns corações, pelo Hcuve m uita alegria e cam aradagem , fin ­
m enos trouxeram conforto e alegria como do o qual foram entoadas canções.
sabemos. A Sociedade de Socorro está sob a presi-
Visitando-nos este Elder José M aria de dencia da querida irm ã Ely, que conta tam ­
Cam argo que nos esclareceu de como pode­ bém com a valiosa colaboração da irm ã
mos descobrir nossos antepassados e tam ­ M aria Aparecida Coimbra.
bém ser-lhes útil. As Reuniões Sacram entais tem sido muito
Mirian Gonçalves concorridas e contam os regularm ente, com
um bom núm ero de investigadores.
KIBEIRÃO PRETO
Não obstante a falta de notícias do ramo
de Ribeirão Pretc ultim am ente nas páginas
desta revista, isso absolutam ente não signi­
fica que o nosso Ramo esteja inativo,
pois pelo contráric, estam os em franca
atividade e com relativo progresse.
Ficamos muito triste com a transferência
recente do Elder Stanley Kay Taylor para
o Ram o de Cam pinas, o que aliás sempre
acontece quando da saida de um dos missio­
nários da nossa Igreja.
Ao Elder Taylotr desejamos as melhores
felicidades no novo sector de trabalho,
bem como jam ais se esquecer de seus inú­ A 9 de setem bro foi batizado o irm ão G er­
meros e incondicionais amigos deste Ramo. mano B rianza Busato. Seu batism o foi rea­
No dia 14 de agosto, com grande satisfa­ lizado peles Elderes H ardcastle e Hill.
ção para nes, recebemos o novo missionário O Ramo de Ribeirão Preto deixa aqui
Elder Jam es Crawley, que já conquistou um consignado a todos os irm ãos dos demais
lugar de destaque nos nossos corações, prin­ Ramos de Brasil os votos de felicidades
cipalm ente pela sua capacidade de trabalho, e muito progresso através das palavras do
educação esm erada e bondade espontanea. Evangelho de Cristo.
Em dias do m ês de agosto as irm ãs Ely Gilda Brianza Busato
T horner e G ilda B. Busato estivera mem vi­
sita ao Ramo de Rio Clarc e trouxeram de SÃO PAULO
lá a m elhor impressão possível, pois acha­
ram que existe m uita dedicação, fraterni­ “ Todos nós, aqui em São Paulo, esperava-
dade e fé entre seus membros. . mos ansiosam ente pelo dia 6 de Setembro.
Nossas irm ãs foram m uito bem recebida? Finalm ente êle chegou e cemo já era de se
pela irm ã Vicentina, em casa de quem esti­ esperar, não nos decepcionou.
veram m agnificam ente hospedadas. Tivemos nesse dia, o já tradicional baile

230 A LIAHONA
“ AURI-VERDE” e não faltou, sem duvida, O dia 6 de Setembro, m arcou época aqui
a e.eição da “ Rainha. Auri-V erde” , Êste em São Paulo, e tão cedo, não o esquece-
ano, porém, fcram 2 R ainhas eleitas. São remcs.
elas: Irm ãs Srtas. M argaret Valeixo e W ilma Dia 13 de Outubro, tivemos tam bém , um a
Penna; com pletaram a côrte, as seguintes festinha n a Casa da Missão; houve m uitas
princezas: Cleusa M artins, Dilm a Furtado, brincadeiras e todos ficaram satisfeitos,
Willis Alice Keese e Olimpia Bent. aliás, as nossas festas são assim mesmo,
A ccroação, foi levada a efeito, por volta agradam sempre (m odéstia à parte).
da m eio-noite e se revestiu de grande pom ­ Os membros e Amigos do Ramo de São
pa, havendo núm eros especiais, em hom e­ Paulo, aproveitam a cportunidade, para
nagem às R ainhas e respectivas princezas. saudar, os membros e amigos dos outros
Os presentes, trajando a rigôr, deram um Ramos.
realce todo especial à festa. Ademar de Souza

NOVA MISSIONÁRIA
ELSIE HERM IN E
ECKERSLEY
Payson, Utah

Caro Leitor,
O presente que
todos apreciam é
“A L I A H O N A ”
dê aos seus amigos
para Natal
Assinatura só 40,00
1por Ano
12 ótimos números
Novembro de. 1951 231
The Ways of Men
Another Interesting English A rticle
There is an old story, which I think on the painted likeness of himself. One
many of you may have read, that tells day, perceiving his subject’s agitation,
of the experience of a great artist who the painter paused in his work saying
was engaged to paint a mural for the “My son, I ’d like to help you. W hat
cathedral in a Sicilian town. The sub- troubles you so?”
ject was the life of Christ. For many The model sobbed and buried his face
years the artist labored diligently, and in his hands. After a long moment he
finally the painting was finished except lifted his pleading eyes to the old paint-
for the two most important figues, the ers face.
Christ Child and Judas Iscariot. He “ Do you remember me? Years ago
searched far and wide for models for I was your model for the Christ
these two figures. Child!”
One day while walking in the city The story may be fact or fiction, but
he came upon some children playing in the lesson it teaches is true to life.
the Street. Among them was a twelve- The broken man made a \vrong choice
year boy whose face stirred the painter’s in his youth, and in seeking peace in-
heart. It was the face of an angel — dulged in the vice of drinking and sank
a very dirty one, perhaps, but the face lower and lower until he wallowed in
he needecl. the gutter.
The artist took the child home with
him, and day after day the boy sat pa-
tiently until the face of the Christ Child
was finished.
But. the painter failed to find a model
for Judas. For years, hauntecl by the
fear that his masterpiece would remain
unfinished, he continued his search.
One afternoon in a tavern, the painter
saw a guant and tattered figure stagger
across the threshold and fali to the floor,
begging for a glass of wine. The painter
lifted him up and looked into a face To every man there openeth
that startled him. It seemed to bear A choice of ways to go;
the marks of every sin of mankind. And the liigh soul take the high road
“ Come with me,” the painter said, “ I And the low soul takes the low,
will give you wine, food, and clothing.”
Here at last was his model for Judas. And in between on misty flats,
For many days and parts of many nights The rest drift to and jro;
the painter worked feverishly to com­
plete his masterpiece. But to everyone there openeth
As the work went on, a change canf' A high way and a low,
over the model. A strange tension re- And everyone decideth
placed the stuporous languor, and his
bloodshot eyes were fixed with horror The way liis soul shall go.
232 A LIAHONA
História curta da Igreja por serem muito pobres, fazer a viagem
até Missouri em companhias organiza­
(Conclusão da pag. 219) das, de maneira que ficaram em Nauvoo
a espera de turmas e de diligências que
os levassem até lá. Achava-se que estas
pessoas não seriam molestadas, mas os
lideres Mormons exageram o senso de
humanidade dos seus inimigos do con­
dado de Hancock.
Major W arren, que era decididamen­
te contra os Mormons, visitou Nauvoo.
Depois dessa visita, fez um relatório e
proclamou que os Santos estavam saindo
“a tôda pressa”, e acrescentou um aviso
a todos aquêles que desejavam a saida
dos Mormons, chamando-os delicada­
mente de “bons cidadãos”, pedindo-lhes
que permanecessem em suas casas. Mes­
mo assim, êstes “ bons cidadãos” ataca­
ram Nauvoo em Setembro, resultando
que as pobres criaturas se viram força­
das a atravessarem o rio. As forças
inimigas eram comandadas por um ho­
mem chamado Brockman, um pregador.
Os Mormons, sob o comando do Major
Clifford, nomeado pelo governador Ford
resistiram até o último, mas, sem resul­
tado. As diligências dos Mormons fo­
cipalmente os doentes e os idosos, na ram saqueadas e suas cargas dissipadas.
margem oeste do Mississipi. Seria o Os doentes sofreram brutalidades. O
primeiro nó. Os outros, seriam Garden povo profanou o templo, saqueou as
Grove e Monte Pisgah, com W inter casas, não só dos Santos como também,
Quarters na outra extremidade. Gra-
dativamente, a ponta leste da corda se aquelas que foram compradas dos Mor­
alongaria até a extremidade leste, onde mons. Sem dinheiro, esfomeados, mise­
alcançaria o Monte Pisgah. ráveis, os pobres remanescentes da mar­
Devemos dar atenção ao acampamen­ gem oeste do rio apresentavam um as­
to a oeste do Mississipi. Estas milhares pecto constrangedor. Por muitos dias
de pessoas incapacitadas, são geralmente
chamadas “remanescentes”. Eram ve­ só se alimentaram de codornas que con­
lhos, velhas e crianças que não podiam, seguiam apanhar com as mãos.
A VIDA E’ ESSA
Perguntaram a um sujeito como é que êle fazia o orçam ento de suas despesas
pessoais, e êle respondeu:
— Q uarenta por cento pra comida, fO por cento p ra casa, 30 por cento pra
roupa, e 20 por cento pra diversões e extraordinários.
— Ora, m ais isso são 120 por cento! replicaram .
— Pois é. Aí é que está a dificuldade!

Novembro de 1951 233


0 VALOR
DE UM
SORRISO
Diz o provérbio “ Sorria e o mundo
sorrirá consigo, chore e chorará sozi­
nho. /
E ainda, há muito mais no ensina­
mento de um sorriso. E ’ êste, o ensina­
mento dos séculos, que se conservará
através da existência do mundo.
Um sorriso pode exprimir diverti­
mento, prazer, reflexão, aprovação, res­
trição, alegria, ironia e outras várias
emoções. Um sorriso de prazer pode
fazer com que o aborrecido esqueça suas i 0$
tristezas, o pobre sua pobreza e o aflito
.suas adversidades. E ’ uma luz no sem­
blante, pela qual o coração acende sua
mensagem de esperança e conforto.
“ Um sorriso genial”. Você já pensou
que os sêres humanos são os únicos ca­
pazes de sorrir? Portanto, convem que
cada um de nós cuide desta'habilidade,
usando-a, iluminando a sua posse, e,
através dela, trazer maior felicidade ao
nosso próximo.
O valor de um sorriso não, pode ser
adquirido por dinheiro algum, e nós
ainda, só o podemos usar, quando tiver­
mos oportunidade.
O sorriso é o raio da alma, faz-nos
brilhar os olhos e transforma as expres­
sões do r sto.
Amigos! quando a vida não lhes cor­
rer bem, tentem o ensinamento do sorri­
do. À frente dJs adversidades, e no
meio do. dèscnrorajamento, êle os aju­
dará sair d 3 abismo do desespero.

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