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Produção Convencional x Produção Orgânica

A diferença mais comumente conhecida entre esses dois sistemas produtivos é a de que a
produção orgânica não permite a utilização de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Esse ponto,
quando alinhado ao manejo adequado da produção, pode reduzir danos ao meio
ambiente e gerar um alimento mais seguro e com menos resíduos. 

Não basta, entretanto, que o produtor apenas abandone a utilização de insumos químicos para
que a sua produção seja considerada orgânica, existem outras diretrizes importantes que
devem ser adotadas para diferenciá-los. 

Para bom entendedor meia tabela basta: para que você entenda de forma simples e objetiva
as diferenças entre a produção convencional e orgânica, confira a tabela de comparação:

á se foi o tempo em que o consumidor não se importava com o que era colocado à sua mesa.
Existe um novo perfil no mercado que deseja produtos sustentáveis do ponto de vista
ambiental e econômico.

Não é por acaso que os chefs mais renomados de cozinha têm optado por alimentos
orgânicos para construir seus pratos: uma pesquisa realizada pela GfK para a Associação
Paulista de Supermercados (APAS) mostra que 49% dos brasileiros consideram importante o
uso de ingredientes orgânicos! 
Contra fatos não há argumentos: ainda que os alimentos orgânicos sejam em geral menores
por não contarem com a contribuição de insumos químicos, podem possuir um valor nutritivo
mais alto quando comparado aos convencionais, como você pode notar na tabela de
comparação dos produtos maçã, tomate, cenoura e batata. 

No entanto, o alto valor agregado ao produto orgânico é justificado não somente devido ao
sabor e valor nutritivo. Em linhas gerais, esses alimentos abrangem outros benefícios
relevantes:

 Potencializar os recursos internos da propriedade: Utilizam-se resíduos animais e


vegetais, tornando o produtor menos dependente de insumos externos e contribuindo
para a sua autonomia.

 Melhor para o ecossistema: O impacto ambiental da produção orgânica, quando bem


manejada, é menor, pois não utiliza químicos que afetam a microfauna do solo e que
podem contaminar fontes de água.

 Saúde para o trabalhador e consumidor: Os trabalhadores rurais ficam menos


expostos à agentes nocivos à saúde, assim como os consumidores compram um
alimento livre de resíduos de agrotóxicos.

 Menor concorrência no mercado: O segmento ainda compreende apenas 1% do


mercado brasileiro de alimentos, exibindo menor concorrência para uma demanda em
crescimento.

Com essas informações você deve estar pensando em passar a produzir de forma orgânica o
mais rápido possível, mas é preciso estar atento: as oportunidades do mercado não
necessariamente significam que a produção orgânica seja a melhor opção para você e para o
seu negócio.
Fazer a transição do sistema de produção convencional para o orgânico requer um bom
planejamento para garantir que você esteja amparado tecnicamente já que, quanto maior a
escala da sua produção, maiores os desafios para seguir as diretrizes exigidas.

Se você deseja produzir de forma orgânica e está preocupado em entender se esse sistema é
ideal para você, está no caminho certo! A preparação para o processo de conversão é uma
etapa crucial para que você atinja os seus objetivos.

Quero fazer a conversão da minha produção: por onde começo?

1. Plano de Manejo Orgânico (PMO)

O Plano de Manejo Orgânico (PMO) é o principal meio para a execução das atividades da


produção orgânica de forma adequada, possibilitando o controle e melhoria das atividades do
sistema produtivo. 

Através do PMO, você realiza o controle de custos da produção, acompanha a  evolução do


sistema produtivo e identifica possíveis melhorias. É nele que você vai registrar como a sua
produção será manejada, por isso é importante mantê-lo atualizado de acordo com as
melhorias executadas.

O objetivo é organizar o seu processo de conversão, incluindo um cronograma e definindo os


processos e insumos utilizados em cada atividade. O Plano deve compreender:

 Histórico de utilização da área de produção;

 Manutenção e incremento da biodiversidade;

 Manejo de resíduos;

 Conservação do solo e da água;

 Procedimentos para pós-produção: envase, armazenamento, processamento,


transporte e comercialização;

 Medidas para prevenção e mitigação de riscos de contaminação externa;

 Procedimentos que contemplem as boas práticas de produção;

 Ações que visem evitar contaminação interna e externa.

2. Tempo para conversão

O período de conversão é o tempo mínimo necessário para que a sua produção seja
considerada orgânica e depende da cultura da sua propriedade:

 Mínimo de 12 meses de manejo orgânico para culturas anuais para que a produção do
ciclo subsequente seja considerada orgânica; 

 Mínimo de 18 meses de manejo orgânico para culturas perenes para que a próxima
safra seja considerada orgânica;
 Mínimo de 12 meses de manejo orgânico ou pousio no caso de pastagens perenes.

Vale destacar que o tempo de conversão pode ser estendido pela certificadora de acordo com
a situação da produção, sendo que o período máximo é de 4 anos e são necessárias evidências
para comprovar a transição, como acompanhamento de entidades (Emater) e consultores.

3. Registro de Manejos no Caderno de Campo

Para um acompanhamento adequado do processo de conversão é fundamental ter o controle


das suas atividades de produção. Para tanto, o caderno de campo é a ferramenta utilizada
para realizar a gestão da sua propriedade, desde o apontamento de manejos, até o controle de
insumos e custos.

O intuito é garantir ao cliente que você está utilizando apenas insumos liberados para a
produção orgânica e, após o período de conversão, ter o histórico de todo o seu processo para
assegurar a confiabilidade do seu produto.

E você ainda pode simplificar esse trabalho: ao invés de realizar todas as anotações no papel e
ficar fazendo contas manualmente, tudo pode ser feito na palma da sua mão em questão de
minutos através do aplicativo Caderno de Campo.

Com o uso do aplicativo, as atividades agrícolas são planejadas e datas de início e término são
definidas, o que possibilita com que você saiba tudo o que está ocorrendo no tempo certo.
Além disso, seus funcionários também ficam a par do que é para fazer, como será feito e em
que tempo precisam finalizar.

4. Principais aspectos para você levar em consideração:

A etapa de planejamento é essencial para que a conversão do sistema convencional para o


orgânico ocorra de forma gradual e eficiente. Por isso, foque sua atenção em 5 aspectos
fundamentais:

1. Diagnóstico: a análise técnica e econômica tem como objetivo determinar as principais


não conformidades da sua propriedade e avaliar os canais de comercialização. Feiras e
restaurantes, por exemplo, são opções ideais para pequenos e médios produtores.

2. Plano de Ação: Para que as mudanças ocorram de forma gradual, realizar um


planejamento dos seus próximos passos é essencial. 

3. Técnica e treinamento: Engloba o planejamento para equilibrar o sistema e, o


aprendizado dos conceitos e técnicas de manejo utilizadas na produção orgânica por
parte dos agricultores e funcionários.

4. Instruções Normativas: Para que o seu produto possa receber o selo orgânico de


qualidade, deve atender às legislações vigentes.

5. Acompanhamento de profissional capacitado: o objetivo do acompanhamento é


auxiliar o agricultor e sua família a atingir as metas propostas.
Se você precisa de um profissional capacitado para lhe acompanhar nesta etapa de
conversão, saiba que estamos preparados para ajudar! Entre em contato e fale com um de
nossos especialistas.

5. Certificação

Passadas as etapas de planejamento e conversão, certificar a sua empresa é essencial para


garantir ao consumidor que o seu produto é de fato orgânico e conquistar uma posição de
destaque no mercado.

Para quem está começando, alcançar a certificação pode ser um desafio. Por isso, preparamos
um conteúdo para você entender quais são os primeiros passos para a certificação de produtos
orgânicos.

Você pôde notar que os alimentos orgânicos são produzidos através de um modelo
sustentável, segundo a legislação brasileira. O padrão de não utilizar agrotóxicos e
fertilizantes químicos é respeitado pelos produtores que adotam esse sistema, não agredindo
o solo e o meio ambiente quando manejados de forma correta.

O consumo de orgânicos tem sido mais do que um modismo, um estilo de vida. No Brasil, por
exemplo, esse segmento já é um nicho em ascensão. Conhecer a agricultura orgânica é uma
maneira de compreender para onde caminha o futuro da agricultura.

Deixar de produzir de forma convencional para a orgânica vai além de seguir o fluxo do
mercado de alimentação saudável, significa promover mudanças positivas em toda a cadeia
produtiva.

Se o seu objetivo é realizar a conversão da agricultura convencional para a orgânica, o mais


importante é dar o primeiro passo! E não esqueça: o planejamento é fundamental para
direcionar, alcançar as metas e levar a sua produção para uma posição de destaque.

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