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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA – INSTITUTO

DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS


DISCIPLINA: ESTÉTICA FILOSÓFICA - 1° SEMESTRE 2004
PROF. PAULO A. F. MOTTA

De modo algum pretendo afirmar que todas as nossas ações emanam apenas da
reflexão fria do nosso raciocínio, nem que se possam considerar como humanos, na mais
alta acepção da palavra, apenas os atos do juízo abstrato. Mas tão logo nossas ações
se elevam, (...) nossos motivos são sempre impregnados por pensamentos. A compaixão só
se manifesta no meu coração quando se apresenta à minha consciência a imagem de alguém
que provoque esse sentimento. O caminho para o coração passa pela cabeça, e a isso nem
o amor faz exceção. O pensamento é (...) o pai do sentimento. De qualquer lado que se
examine o problema, torna-se cada vez mais claro que a questão da essência das ações
humanas pressupõe a da origem do pensar. (Rudolf Steiner)

Os limites do pensamento são estabelecidos menos de fora, pela plenitude ou pobreza de


experiências com que a mente defronta, do que de dentro, pelo poder de concepção, pela
riqueza de noções formuladoras com que a mente enfrenta as experiências. (Suzanne K.
Langer)

EMENTA
Análise dos principais problemas da Estética, vistos através dos
enfoques das várias correntes do pensamento filosófico, tal como foram
formulados desde a Antigüidade aos nossos dias. Abordagem de temas prementes
na compreensão da Arte hoje, a partir da análise de textos clássicos da
Estética, tais como a Poética de Aristóteles, a Crítica da Faculdade de Julgar
de Kant e a Estética de Hegel. A Arte como uma fonte original e legítima da
interpretação de sentido. A busca da verdade como denominador comum de duas
atividades específicas: a do filósofo e a do artista. O fundamento ontológico
da existência a partir da experiência artística. A relação entre essa
experiência e a construção do significado do ser. A autonomia da Arte tomada
não apenas como um marco absoluto de sua contemporaneidade, mas como
contraponto de sua heteronomia, isto é, de seu enraizamento na sociedade que
lhe dá origem. Arte e Linguagem. Análise da geração do sentido no "texto"
estético. Estética do século XX, Estética Industrial.

PROGRAMA

1 INTRODUÇÃO
2 NOÇÕES PRELIMINARES: A REFLEXÃO ESTÉTICA SOBRE A ARTE
2.1 ESTÉTICA E FILOSOFIA
2.2 A AUTONOMIA DO DISCURSO ESTÉTICO
2.3 A NATUREZA E A TAREFA DA ESTÉTICA
2.4 O OBJETO DA ESTÉTICA
2.5 OS LIMITES DA ESTÉTICA
2.6 A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
2.7 A COMPLEMENTARIDADE ENTRE O POÉTICO E POIÉTICO
2.8 O VALOR ESTÉTICO
2.9 AS RELAÇÕES ENTRE INTENCIONALIDADE E ESTÉTICA
2.10 A QUESTÃO DA ARTE COMO LINGUAGEM
2.11 A PERSPECTIVA LÚDICA DA ARTE
3 A REFLEXÃO ESTÉTICA AO LONGO DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA OCIDENTAL
3.1 IDADE ANTIGA
3.1.1 A filosofia no período pré-platônico
3.1.2 A reflexão estética em Platão
3.1.3 A reflexão estética em Aristóteles
3.1.4 A reflexão estética no período helênico
3.2 IDADE MÉDIA
3.2.1 A reflexão estética em Plotino
3.2.2 A reflexão estética em Agostinho e na Patrística
3.2.3 A reflexão estética em Tomás de Aquino e na Escolática
3.3 RENASCIMENTO
3.3.1 A reflexão estética sob a perspectiva humanista
3.4 IDADE MODERNA

3.4.1 A reflexão estética sob a perspectiva do racionalismo clássico


3.4.2 A reflexão estética sob a perspectiva do empirismo
3.4.3 A teoria estética do iluminismo
3.4.4 A. G. Baumgarten e a estética como “ciência do conhecimento sensível”
3.4.5 A estética em Kant
3.4.6 O idealismo estético em Schelling
3.4.7 A estética em Hegel
3.4.8 Eduard Hanslick e a estética musical
3.4.9 H. Taine: a compreensão da arte através da história
3.5 A REFLEXÃO ESTÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE
3.5.1 B. Croce e a intuição como essência do fato estético
3.5.2 Walter Benjamin
3.5.3 Theodor W. Adorno
3.5.4 Gaston Bachelard
3.5.5 Sartre e a fenomenologia da intencionalidade
3.5.6 Umberto Eco e a questão da "obra aberta"
3.5.7 A questão do conceito de "belo" nas teorias estéticas contemporâneas
3.5.8 Susanne K. Langer e a “nova chave” da reflexão estética
3.5.9 F. Dagognet e a filosofia da imagem
3.5.10 P. Francastel e a sensibilidade socializada
3.5.11 Elementos de estética comparada
4 AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS E A REFLEXÃO ESTÉTICA
4.2 O ASPECTO CONOTATIVO DO KITCH
4.3 ARTES VISUAIS
4.4 ARTES DRAMÁTICAS
4.5 ARQUITETURA
4.6 LITERATURA
4.7 MÚSICA
5 A EMERGÊNCIA DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E A REFLEXÃO ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA
5.1 ARTE, COMPUTADOR E REFLEXÃO ESTÉTICA
5.2 ARTE E COMUNICAÇÃO
5.3 A MEDIDA EM ESTÉTICA
5.4 ARTE COMPUTACIONAL
5.5 A POIESIS DA ARTE COMPUTACIONAL
5.6 TECNOLOGIA COMPUTACIONAL E AS "NOVAS ATITUDES DE ESTÉTICA CRIADORA"
5.7 TECNOLOGIA COMPUTACIONAL NAS ARTES VISUAIS
5.8 TECNOLOGIA COMPUTACIONAL NA LITERATURA
5.9 TECNOLOGIA COMPUTACIONAL APLICADA À CRIAÇÃO E SÍNTESE SONORAS
APÊNDICE 1: A MÚSICA POLIFÔNICA MEDIEVAL EUROPÉIA COMO PRECURSORA DA NOÇÃO DE
TEMPO MÉTRICO NA CIÊNCIA MODERNA: ANÁLISE DA PEÇA MESSE DE NOSTRE-DAME, DO
COMPOSITOR FRANCÊS GILLAUME DE MACHAUT (1300-1377)
APÊNDICE 2: A APLICAÇÃO DA ELETRÔNICA ANALÓGICA E DIGITAL NA COMPOSIÇÃO
MUSICAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA REFLEXÃO ESTÉTICA NO SÉCULO XX

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