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Unidades de conservação da cidade do Rio de Janeiro: hotspots da


herpetofauna carioca

Chapter · January 2015

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16 authors, including:

Jorge Pontes Karen Pinto-Silva


Rio de Janeiro State University Sesc RJ (Social Service of Commerce)
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Carlos Frederico Duarte Rocha


Rio de Janeiro State University
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A divulgação científica como ferramenta para a conservação ambiental frelte às mudanças climáticas View project

Ecologia e conservação dos anfíbios e répteis em 18 áreas protegidas na Mata Atlântica do Espírito Santo, sudeste do Brasil View project

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Biodiversidade Carioca
segredos revelados

TECHNICAL BOOKS EDITORA


Biodiversidade Carioca
segredos revelados
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Expediente

Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro


Eduardo Paes
Secretário Municipal de Meio Ambiente
Carlos Alberto Muniz
Diretor-Presidente da Fundação Parques e Jardins
Wellington Ribeiro da Silva
Subsecretário Municipal de Meio Ambiente
Altamirando de Moraes
Coordenadora Geral de Áreas Verdes
Elaine Barbosa
Coordenadora de Proteção Ambiental
Márcia Coutinho
Coordenador de Recuperação Ambiental
Marcelo Hudson de Souza
Gerente de Gestão de Unidades de Conservação
Maria Cecília Safady Guedes
Gerente de Proteção Ambiental
Luciane Valente
Assessora Chefe de Imprensa
Daniella Araujo
Organizador e responsável técnico
Jorge Antônio Lourenço Pontes, Biólogo DSc. em Ecologia e Evolução

EDITORA
Technical Books, Rio de Janeiro

Esta publicação foi financiada com recursos de medida compensatória ambiental, conforme
as Resoluções SMAC nº 497-2011 e 502-2011; Portaria SMAC nº 01-2011 e nos processos
administrativos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) 14/200.832/2012 e
14/000.882/2012.
Jorge Antônio Lourenço Pontes
( Organizador )

Biodiversidade Carioca
segredos revelados

1 ª- edição

TECHNICAL BOOKS EDITORA

Rio de Janeiro
2015
biodiversidade carioca: S egredos R evelados
1ª edição
©
Copyright 2015 Jorge Antônio Lourenço Pontes

É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a expressa autorização do Organizador
e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.

R ealização: Technical Books Editora


P rodução E ditorial: Marcio Meirelles
C apa e P rojeto Gráfico: Marcio Meirelles

Os autores desta obra envidaram os seus melhores esforços no sentido de referenciar todas as
fontes bibliográficas e virtuais consultadas e creditar todas as fotografias e ilustrações utilizadas e,
antecipadamente, pedem desculpas por eventuais omissões, comprometendo-se, desde já, a sanar quaisquer
falhas na próxima edição.

TECHNICAL BOOKS EDITORA

Rua Gonçalves Dias, 89 – 2º andar – Sala 208


Centro – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20.050-030
(21) 2252-5318 / (21) 2224-3177 / (21) 2531-9027
contato@tbeditora.com.br
www.tbeditora.com.br
EPÍGRAFE

“In the end, we will conserve only what we love, we will love only what
we understand, we will understand only what we are taught.”

Baba Dioum
(Conservacionista senegalês)
SUMÁRIO

CARTA DO SECRETARIO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE ..................... XI

APRESENTAÇÃO ........................................................................................ XIII

AGRADECIMENTOS .................................................................................... XV

CAPÍTULO 1
AS PESQUISAS NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
MUNICIPAIS .............................................................................................. 18

O Estado Atual do Conhecimento Científico das Unidades de


Conservação da Natureza Municipais da Cidade do Rio de Janeiro,
Sudeste do Brasil ........................................................................................... 20
Jorge Antônio Lourenço Pontes, João Souza Rosas e Rafael Cunha Pontes

CAPÍTULO 2
USO RACIONAL DA BIODIVERSIDADE CARIOCA .................................... 28

Fitoquímica, Anatomia Foliar e Aspectos Fenológicos de Espécies


das Restingas Fluminenses ........................................................................... 30
Alice Sato, Sandra Zorat Cordeiro, Anna Carina Antunes e Defaveri,
Jaqueline Valverde Soares e Naomi Kato Simas

Investigação do Potencial Terapêutico, Nutricional e da


Produção de Metabólitos Bioativos das Cactáceas Nativas
do Parque Natural Municipal do Grumari e de seus Fungos
Endofíticos Associados ................................................................................ 48
Ligia M. M. Valente, Leia A. L. Scheinvar, Rodrigo V. Almeida, Marcos D. Pereira,
Priscila F. P. Santos, Djavan da Paixão, Adriana C. Nascimento, Thiago Wolff,
Isabela R. C. G. Ferreira, Rodolfo S. Barboza, Frederico A. V. Castro,
Manping X. Liu e A. Leslie Gunatilaka
Perspectivas de Cultivo e Usos de Pau de Tamanco com Vistas à Sustentabilidade na
Arborização e em Unidades de Conservação da Área de Planejamento 4 da Cidade
do Rio de Janeiro ............................................................................................................................. 60
Flavio Pereira Telles e Janie Garcia da Silva

CAPÍTULO 3
A FLORA E A FAUNA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO
DE JANEIRO ............................................................................................................................ 78

Copacabana: Testemunhos Históricos e Atuais de uma Flora Rica e Ameaçada ................ 80


Leandro Jorge Telles Cardoso, Luana Paula Mauad, Regina Helena Potsch Andreata e
João Marcelo Alvarenga Braga

As Bromélias do Mendanha como Chave para a Conservação da Biodiversidade Local ..... 100
Thereza Christina Rocha-Pessôa e Carlos Frederico Duarte Rocha

Araneofauna (Arthropoda: Arachnida: Araneae) do Parque Natural Municipal de


Marapendi, Rio de Janeiro, Brasil, com Notas Sobre as Espécies Fluminenses ................. 110
Renner Luiz Cerqueira Baptista, André Queiroz, Diogo Tinoco Castro, André Hoffmann,
Pedro de Souza Castanheira e Felipe Quintarelli

A Ictiofauna da Bacia do Rio Guandu-Mirim, Rio de Janeiro, RJ ............................................. 134


Carla Christie D. Quijada e João Coimbra Pascoli

Anfíbios e Lagartos da Restinga do Parque Natural Municipal de Grumari: Riqueza,


Diversidade e Conservação ........................................................................................................ 146
Gisele R. Winck, Felipe Bottona da S. Telles, Vanderlaine A. Menezes e Carlos Frederico D. Rocha

Jacarés Urbanos: O Jacaré de Papo Amarelo (Caiman latirostris Daudin, 1802) nos
Parques Naturais Urbanos da Zona Oeste do Rio de Janeiro ............................................. 160
Ricardo Francisco Freitas Filho

Unidades de Conservação da Cidade do Rio de Janeiro: Hotspots da Herpetofauna


Carioca ............................................................................................................................................ 178
Jorge Antônio L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg,
Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A. Hassan, Alex O. Alves,
Luiz Flávio B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana Paula Boldrini, Érica Cristina F. Nunes,
Lilian Fialho Costa, Rafael Willi Kisling e Carlos Frederico D. Rocha
As Aves do Monumento Natural dos Morros da Urca e do Pão-de-Açúcar,
Rio de Janeiro, RJ ............................................................................................................................ 196
Guilherme A. Serpa e Cecília Bueno

Avifauna no Parque Natural Municipal Chico Mendes: Novos Registros e


Considerações para Monitoramento ...................................................................................... 210
José Felipe Monteiro Pereira e Ildemar Ferreira

Bicho Preguiça (Bradypus variegatus) do Parque Natural da Prainha, Rio de Janeiro, RJ ......... 224
Ana Carolina Maciel Boffy, Shery Duque Pinheiro e Helena de Godoy Bergallo

Lista de Morcegos (Mammalia Chiroptera) do Parque Natural Municipal da Serra


do Mendanha, Município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil .......................................................... 238
Luis Fernando Menezes Jr, Ana Carolina Duarte da Costa Pinto,
Maycon Diego Rodrigues Contildes e Adriano Lúcio Peracchi

Os Mamíferos Terrestres do Parque Natural Municipal Bosque da Barra, Barra


da Tijuca, Rio de Janeiro .............................................................................................................. 246
Danielle Raro de Oliveira, Márcia Pessoa Paes-Pinto, Lyvia Martins R. da Silva,
Rodrigo Peixoto Nunes e Jorge Antônio L. Pontes

CAPÍTULO 4
CONHECENDO AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS LOCAIS ......................................................... 258

Análises Ecológicas e Genéticas da Borboleta da Praia, Parides ascanius (Lepidoptera:


Papilionidae), uma Espécie Ameaçada de Extinção ................................................................ 260
Gilberto de Souza Soares de Almeida

Relações Ecológicas entre Bromélias, Anfíbios e Organismos Foréticos no


Monumento Natural do Morro da Urca e Pão-de-Açúcar ................................................. 278
Leandro Talione Sabagh, Christina Wyss Castelo Branco e Carlos Frederico Duarte Rocha

Morcegos do Parque Natural Municipal da Freguesia e do Parque Natural


Municipal Chico Mendes: Riqueza, Hábitos Alimentares e a sua Importância na
Manutenção da Cobertura Florestal Urbana ...................................................................... 292
Shirley Seixas Pereira da Silva, Patrícia Gonçalves Guedes e Alexandre Pinhão da Cruz
CAPÍTULO 5
UM PERIGO SILENCIOSO, A INVASÃO BIOLÓGICA .............................................................. 306

De Provedora a Invasora – Como a Jaqueira foi Transformada em um Grave Problema


Ambiental para as Unidades de Conservação da Cidade do Rio de Janeiro .................... 308
Luís Mauro S. Magalhães, Welington Kiffer de Freitas, Alexander Silva de Resende,
Marco Aurélio Pinheiro e Etiene Renata da Silva Gomes

O Sagui Exótico Invasor (Callithrix spp.) no Parque Natural Municipal Bosque da


Barra, Rio de Janeiro, Brasil ...................................................................................................... 328
Nathalia Detogne Nunes, Daniel Gomes Pereira, Thais Brainer e Helena de Godoy Bergallo

CAPÍTULO 6
O HOMEM E AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ................................................................. 342

Conflitos Sócio-Ambientais e Ameaças a Biodiversidade nos Parques Naturais


Municipais da Prainha e Grumari – Maciço da Pedra Branca – RJ ...................................... 344
Thiago Ferreira Pinheiro Dias Pereira
XI

CARTA DO SECRETáRIO
MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

O
s trabalhos científicos que aqui estamos apresentando foram
desenvolvidos nas Unidades de Conservação (UC) existentes na
Cidade do Rio de Janeiro nos últimos anos.

As linhas de pesquisas em cada Unidade de Conservação sob tutela


desta Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) são definidas de forma a
incrementar o conhecimento relativo aos patrimônios natural e sociocultural.
A partir de pesquisas em campo são coletadas importantes informações para
o conhecimento e manejo a curto, médio e longo prazo de nossas Unidades
Conservação municipais.

Disponibilizar as Unidades de Conservação ao meio científico é fato da


maior importância e vem ao encontro das orientações dos Planos de Manejo
de cada Unidade de Conservação.

Criado pela Lei Federal nº 9.985 de 18/07/2000, o Plano de Manejo é


a principal ferramenta de planejamento e gerenciamento das Unidades de
Conservação, orientando seu espaço geográfico. A gestão compartilhada
com representantes da população, através dos Conselhos Gestores, vem
estabelecendo a relação do entorno com a Unidade de Conservação buscando
ações de melhorias e de defesa do bioma Mata Atlântica e sua diversidade
de espécies.
XII

Até 2009 apenas uma Unidade de Conservação possuía Plano de Manejo. Atualmente,
através do esforço da equipe, temos dez planos elaborados e três em fase de execução. Assim
vamos disponibilizar aos cariocas áreas onde o lazer pode conviver harmonicamente com
nossos espaços preservados.

Portanto, com grande orgulho, entregamos esta publicação, com a expectativa de dar
a merecida divulgação aos trabalhos técnicos existentes, incentivar outros pesquisadores a
contribuírem com novos estudos e ampliar o conhecimento dos cariocas acerca das unidades
de conservação.

Carlos Alberto Muniz


( Secretário Municipal de Meio Ambiente )
XIII

APRESENTAÇÃO

A
té cerca de três décadas atrás as poucas áreas livres e com
características ainda próximas dos ecossistemas naturais na
segunda maior cidade brasileira, o Rio de Janeiro, eram praticamente
desconhecidas. Esta metrópole, tão conhecida internacionalmente por estar
situada entre o mar e as montanhas, não sabia quase nada sobre suas
maiores joias, verdadeiras esmeraldas: a biodiversidade carioca preservada
em unidades de conservação da natureza sob tutela municipal. Este atrativo
científico, cultural e turístico esteve mergulhado em obscuridade, pois a
maioria das pessoas, mesmo sendo do meio científico, quase nada sabia
sobre esta variedade de organismos e suas relações, especialmente com
o próprio meio urbano. Podemos citar os habitantes florestais, alguns tão
pequenos e camuflados que eram desconhecidos da ciência até agora,
que vivem em pequenos córregos e na serrapilheira sobre o solo.

Agora, graças a um grupo determinado e incansável de pesquisadores


de instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas que destinaram
parte de suas vidas para desvendar os segredos desta biodiversidade, os
cidadãos do mundo, sejam também pesquisadores ou meros interessados
em temas ambientais, poderão conhecer detalhes dos habitantes pouco
conhecidos. Estes legítimos cariocas, muitas vezes esquecidos no avanço
e desenvolvimento da metrópole, passarão a ser alvo da atenção de
técnicos e tomadores de decisão sobre a cidade do Rio de Janeiro ao
lerem os diferentes temas reunidos nesta obra. Estes vão desde os
inventários de fauna e flora, aspectos ecológicos de espécies até os
conflitos socioambientais.
XIV

A pesquisa científica aplicada na preservação da biodiversidade carioca e a maior


divulgação das unidades de conservação da natureza de tutela municipal são passos para
transformarmos, cada vez mais, o Rio em uma cidade realmente maravilhosa.

Boa leitura!

Jorge Antônio L. Pontes


( Organizador )
XV

AGRADECIMENTOS

A
gradecemos imensamente a todos os pesquisadores e
colaboradores, que dedicaram muitas horas de seu precioso
tempo desvendando os segredos da biodiversidade carioca, abrigada
nas unidades de conservação da natureza municipais. E também por
prepararem e enviarem seus manuscritos ricamente ilustrados que
compõem esta obra.

Aos técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de


Janeiro, que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este livro
fosse publicado na forma em que está. E à própria Secretaria Municipal
de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, que aprovou e financiou esta obra
com verbas de medidas compensatórias ambientais.
Biodiversidade Carioca
segredos revelados
Unidades de Conservação da Cidade do Rio de
Janeiro: Hotspots da Herpetofauna Carioca

Jorge Antônio L. Pontes1*, Rafael C. Pontes2, Rubevaldo F. Rocha3,


Patrícia M. Lindenberg3, K aren P. Silva1, Wagner A. Santos3,
Nelson A. Lemos3, Paulo G. A. Hassan1, Alex O. Alves1, Luiz Flávio B. A. Lopes4,
L aiz C. T. Perro3, Ana Paula Boldrini3, Érica Cristina F. Nunes3,
Lilian Fialho Costa3, Rafael Willi Kisling5 e Carlos Frederico D. Rocha6

1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Faculdade de Formação de Professores, Departamento de Ciências Biológicas,
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade. Rua Dr. Francisco Portela, nº 1.470, Patronato,
São Gonçalo, RJ, Brasil, CEP: 24435-005.
2
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Museu Nacional, Departamento de Vertebrados. Quinta da Boa Vista, s/n, São
Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP: 20940-040.
3
Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO). Rua Professor José de Souza Herdy, nº 1.160, Jardim Vinte e Cinco de Agosto,
Duque de Caxias, RJ, Brasil, CEP: 25071-202.
4
Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH). Av. Visconde do Rio Branco, nº 869, São Domingos, Niterói, RJ, Brasil, CEP:
24210-006.
5
Universidade Veiga de Almeida (UVA). Rua Ibituruna, nº 108, Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP: 20271-020.
6
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Instituto de Biologia Roberto de A. Gomes, Departamento de Ecologia,
Laboratório de Ecologia de Vertebrados. Rua São Francisco Xavier, nº 524, pavilhão Haroldo Lisboa, Sala 220, Maracanã, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil, CEP: 20550-019.
* Contatos: pontesjal@hotmail.com / (21) 99998-2525

Resumo
Estudamos a fauna de anfíbios e répteis de três unidades de conservação da natureza da cidade do Rio
de Janeiro: Parque Natural Municipal Bosque da Barra; Parque Natural Municipal da Prainha e Parque Natural
Municipal da Serra do Mendanha em um período de cerca de 10 anos. Utilizamos a busca visual em diferentes
horários, armadilhas de queda e parcelas cercadas de 25 m2 para encontro e captura dos animais, os quais
foram medidos biometricamente, marcados com técnicas usuais para cada grupo e libertados no mesmo ponto
da captura. Também recolhemos dados do ambiente no local da captura para relacionarmos a abundância e a
densidade das espécies com as variáveis abióticas e verificarmos a existência de impactos antrópicos sobre a
herpetofauna nos parques pesquisados. É conhecido um total de 102 espécies que compõem a herpetofauna
destas áreas, algumas ameaçadas de extinção, sendo que os anuros representam 51% (n = 52). O Parque Natural
Municipal da Serra do Mendanha concentra 83,3% (n = 85) de toda a herpetofauna conhecida, inclusive com a
descoberta de uma nova espécie de anfíbio (Brachycephalus sp.). Foram encontradas duas espécies exóticas
invasoras (Hemidactylus mabouia e Lithobates catesbeianus). Os microambientes que abrigam o maior número
de espécies, nestas unidades de conservação, são a serrapilheira florestal e os alagados. A visitação pública
intensa, sem um maior controle, provoca diversos impactos sobre a herpetofauna local. Obras e ocupações no
entorno direto destas unidades, como no caso do Bosque da Barra, afetaram a reprodução dos anuros e do
jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 177

Palavras-chave: Anuros; Lagartos; Serpentes; Ecologia; Parques Naturais Municipais.

Abstract
We studied through for about 10 years the amphibian and reptile fauna from three conservation units at
municipality of Rio de Janeiro: Parque Natural Municipal Bosque da Barra; Parque Natural Municipal da Prainha
and Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha. Our samples consisted in visual searches in different
periods of the day and the night, pitfall traps, and inspection of plots with 25 m² to capture animals. After capture,
animals were measured according several biometrical variables and marked using different techniques according
specifications. We also gathered data from the area where animals were captured in order to correlate abundance
and density of species with abiotic variables. Additionally, we pointed out the occurrence of anthropogenic impacts
on herpetofauna communities in studied areas. We recorded a composition of 102 species of herpetofauna in these
areas, few of them threatened of extinction, being anurans the richest group with 51% (n = 52). The Parque Natural
Municipal da Serra do Mendanha harbors 83.3% (n = 85) of all known herpetofauna, including an undescribed
taxon of amphibian (Brachycephalus sp.). We registered two alien species in the region (Hemidactylus mabouia and
Lithobates catesbeianus). The microhabitats that harbor the highest number of species in these conservation units
were leaf litter and flooded areas. We suggest that intense public visitation, without strict control, could cause a wide
gama of impacts under local herpetofauna. Constructions and irregular occupancy of neighbor areas, as observed
at Bosque da Barra, could impact the reproduction of anurans and the broad-snouted-caiman (Caiman latirostris).

Keywords: Anurans; Lizards; Snakes; Ecology; Parques Naturais Municipais.

Introdução
No mundo, diversas regiões e biomas ainda abrigam uma riqueza de espécies elevada, mas encontram-se
ameaçados de desaparecer por pressões antrópicas. Estas áreas são conhecidas internacionalmente como
hotspots e entre elas se destaca a Mata Atlântica, um bioma de elevada biodiversidade e alto nível de endemismo,
considerado um dos cinco principais entre os 34 hotspots mundiais reconhecidos. Neste quadro contamos com
35,9% de áreas protegidas como hotspots, que abrigam 567 (2,1%) espécies de vertebrados endêmicos do mundo
(CONSERVATION INTERNATIONAL DO BRASIL 2000, MYERS et al., 2000; MITTERMEIER et al., 2005).
O Brasil desponta como um dos países com a maior riqueza, em termos de espécies, de herpetofauna
(anfíbios e répteis). São conhecidas 1.026 espécies de anfíbios (Anura, Caudata, Gymnophiona) e 760 de répteis
(Crocodylia, Squamata, Testudines), segundo a consolidação de dados da Sociedade Brasileira de Herpetologia
(SBH) (Costa, Bérnils, 2014; SegalLa et al., 2014).
Diversas espécies da herpetofauna, devido às suas características anatômicas, ecológicas e fisiológicas, em
especial os anuros que habitam os riachos e o solo de florestas tropicais, podem ser usadas como bioindicadores
de qualidade ambiental. Estes são sensíveis às pequenas mudanças do ambiente onde vivem, como altitude,
alteração na composição química do ambiente, temperatura e umidade (POUGH et al., 2006; Van Sluys et al.,
2009; PONTES, ROCHA, 2010; COELHO et al., 2012; HADDAD et al., 2013; Siqueira, Rocha, 2013). Diversas
espécies, em especial de anfíbios, estão desaparecendo em diferentes regiões do planeta como consequência
dos impactos antrópicos (STUART et al., 2004; HADDAD et al., 2013).
O município do Rio de Janeiro, apesar de estar situado na porção central da região metropolitana, ainda mantém
importantes remanescentes florestais de mata atlântica, caracterizados pelo pouco conhecimento sobre a fauna e
a flora que abrigam. Entre eles destacam-se as florestas que cobrem os maciços da Pedra Branca e do Gericinó-
Mendanha (IBAM/DUMA, PCRJ/SMAC, 1998; SEMADS, 2001; ROCHA et al., 2003; PONTES, ROCHA, 2008).
Apesar de uma maior concentração no sudeste brasileiro, a herpetofauna carioca é muito pouco conhecida, contando
com poucos estudos publicados (Izecksohn, Carvalho-e-Silva, 2001; PONTES, ROCHA, 2008; PONTES et
al., 2009; PONTES, et al., 2010; PONTES, ROCHA, 2010). Neste capítulo reunimos os principais resultados, após
12 anos de pesquisas, em três unidades de conservação da natureza no município do Rio de Janeiro.
178 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

As localidades estudadas no 24°C e cobertura vegetal de mata de baixada litorânea


município do Rio de Janeiro e floresta ombrófila densa submontana.
O PNMSM possui 1052,35 ha e está inserido no
Estudamos a herpetofauna em três unidades maciço do Gericinó-Mendanha (647000 – 658000 e
de conservação da natureza de proteção integral 7472000 – 7477000 UTM, SAD 69). A região foi originada
de tutela municipal na categoria Parque Natural:
a partir da atividade intrusiva magmática, com solos
Parque Natural Municipal Bosque da Barra (PNMBB),
argilosos e pluviosidade elevada. O relevo da Serra do
Parque Natural Municipal da Prainha (PNMP) e
Mendanha varia de cotas altimétricas entre 20 m e 918
Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha
m, com uma rede hidrográfica formada por diversos
(PNMSM), todos inseridos na região metropolitana
rios e córregos. O clima predominante na região é
do Rio de Janeiro.
classificado como mesotérmico, com inverno seco e
O PNMBB, localizado na Barra da Tijuca (22057’ verão chuvoso (Cwa), entretanto há, também, o clima
– 23000’ S e 43021’ – 43023’ W SAD, 69), tem 53,16 tropical chuvoso (Am) e o tropical de altitude (Cf), com
ha, onde predomina a vegetação de restinga de áreas ocorrência de chuvas orográficas localizadas na porção
inundáveis planas, que ocupam cerca de 40% de mais elevada. A precipitação varia pouco ao longo do
sua extensão, com predomínio de solo arenoso. O ano, havendo um pequeno deficit hídrico. A umidade
clima é subtropical úmido, com temperatura média local do ar oscila em torno de 65%, devido à intensa e
acima de 23°C. Este ecossistema, como em muitas bem distribuída pluviosidade ao longo do ano, com uma
outras unidades de conservação da natureza de áreas estação úmida (setembro a março) e outra mais seca
urbanas, sofre grande pressão antrópica com seu (abril a agosto) e temperaturas médias estáveis variando
isolamento do restante do ambiente natural no entorno entre 18°C e 21°C. Sua maior porção é recoberta pela
do complexo lagunar de Jacarepaguá. floresta ombrófila densa ainda bem preservada, com
O PNMP, que possui 146,03 há, está localizado elevada riqueza de espécies arbóreas e de epífitas.
no bairro de Grumari, Zona Oeste do Rio de Janeiro Entretanto possui áreas com trechos em diferentes
(653730,66 E – 7451302,76 S; 653609,4 E – 7452052,1 graus de conservação, inclusive com a presença de
S; 652470,2 E – 7452023,6 S; 652125,9 E – 7450388,5 monoculturas, como a de bananeiras (GALLEGO,
S, UTM, SAD 69), e faz parte do maciço da Pedra 1971; NIMER, 1989; GOLFARI, MOOSMAYER, 1980;
Branca. A área é voltada diretamente para o mar, com Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2000;
relevo montanhoso e encostas com inclinação elevada, PONTES, ROCHA, 2008; MOTOKI et al., 2008a e b;
geralmente acima de 30°. O clima também é subtropical PONTES, ROCHA, 2008, COSTA et al., 2009; PONTES
úmido, com temperatura média variando entre 18°C e et al., 2009) (Figura 1A, B e C).

Figura 1 Localização: Parque Natural


Municipal Bosque da Barra (A);
Parque Natural Municipal da Prainha
(B); Parque Natural Municipal da Serra
do Mendanha (C). Município do Rio
de Janeiro (Fonte: SMAC, aerofotos
2008 e 2009).

A
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 179

Como os animais foram


estudados em seu ambiente
1) Os estudos realizados de 2002 a 2014 sobre
a herpetofauna associada aos ambientes
dos Parques Naturais Municipais Bosque da
Barra, da Prainha e da Serra do Mendanha
totalizaram mais de 6.480 horas de esforço
amostral por pesquisador, sendo que mais
de 70% foram aplicados ao PNMSM, por
se tratar de um estudo de longa duração.
Utilizamos os seguintes métodos de estudos,
a seguir relacionados, durante as atividades
de campo e de laboratório (Figura 2A, B, C
e D).
2) Parcelas cercadas por lona plástica (plots) com
25 m2 (5 m × 5 m) (JAEGER, INGER, 1994).
3) Armadilhas de queda (pitfall traps), armadilhas
de tubo (tube traps) e cercas-guia (drift-fences)
(CORN. 1994; CECHIN; MARTINS, 2000,
presente estudo).
4) Busca visual e auditiva, limitada por tempo e
em transecções que variaram entre 30 min e 2
horas (três vezes ao dia – manhã, tarde e noite)
(CRUMP, SCOTT JR., 1994; ZIMMERMAN,
1994; HOFFMANN et al., 2008).
5) Coleta de informações biométricas dos animais
capturados: comprimento (cabeça, rostrocloacal
e caudal), massa e temperatura interna.
6) Coleta de variáveis ambientais por meio de
instrumentos específicos como: cobertura
do dossel (%) com uso de
densiômetro esférico de copa;
profundidade do folhiço (mm) e
de poças reprodutivas com uso de
paquímetro e trena; temperatura
do ar, do solo e da água (°C) com
uso de termômetro digital de leitura
rápida; umidade do ar (%) com uso
de termo-higrômetro; nível de pH
da água com uso de pHmetro; e
taxa de O2 dissolvido (mg/l) com
uso de oxímetro (CRUMP, 1994;
MCDIARMID et al., 2012).
7) Captura manual ou com
auxílio de instrumentos
(peneira, laç o, pinç ão
e gancho), contenção,
marcação e soltura conforme
o grupo (MCDIARMID, 1994;
MCDIARMID, ALTIG, 1999;
MCDIARMID et al., 2012).
180 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

8) Alguns exemplares foram eutanasiados (AVMA, para fichas individuais e, posteriormente, para
2000), fixados para material testemunho de arquivos digitais (Excel e Word) e analisados
acordo com licenças ambientais específicas estatisticamente (ANOVA, índices de similaridade,
para análises citogenéticas (MCDIARMID, de diversidade e de riqueza, PCA, regressões
1994; JACOBS, HEYER, 1994; MCDIARMID, lineares) (MAGURRAN, 1988; ZAR, 1999) por
ALTIG, 1999) e depositados na coleção de meio de diferentes programas estatísticos (Excel,
anfíbios e na coleção de répteis do Setor de Systat 11, EstimateS 8.2 e Statistica 9).
Herpetologia do Museu Nacional, Rio de Janeiro.
10) Mapas foram elaborados com os programas
9) Todas as informações e dados obtidos foram Arc GIS 9.0 ® e Arc MAP 9.3® e editados em
anotados em cadernetas de campo, repassados Corel X3®.

A B

C D

E F
Figura 2 Metodologias utilizadas no estudo da herpetofauna: coleta de dados ambientais, PNMBB (A); procura por anfíbios na
serrapilheira em parcelas cercadas (B); verificação de armadilhas de queda, PNMSM (C); coleta de girinos em poça, PNMSM
(D); biometria de serpente peçonhenta, PNMSM (E); preparo de espécimes-testemunho, em campo, para coleção do Museu
Nacional (F). Município do Rio de Janeiro (Fotos: Jorge Pontes).
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 181

A herpetofauna carioca mencionada na literatura apenas como de provável


ocorrência (Izecksohn, Carvalho-e-Silva,
A herpetofauna dos três parques naturais municipais
2001), e ampliamos a lista de serpentes da Serra do
estudados é composta por pelo menos 102 espécies,
Mendanha (PONTES, ROCHA, 2008; PONTES et
das quais 11 (10,8%) estão incluídas em listas oficiais
al., 2009) em duas espécies, totalizando 28 formas
de espécies ameaçadas. Deste total, 51% (n = 52) foram
representados por anfíbios anuros, seguidos de 27,4% conhecidas. Identificamos na região duas espécies
(n = 28) de serpentes. A família mais representativa exóticas e invasoras da herpetofauna, que estão
foi a Hylidae (n = 29) (Figura 3). Para o município do prejudicando as formas nativas: a rã-touro – Lithobates
Rio de Janeiro, no Parque Natural Municipal da Serra catesbeianus – e a lagartixa-de-parede – Hemidactylus
do Mendanha (certamente o mais bem estudado em mabouia (CORADIN, 2006; ROCHA, BERGALLO.
termos de sua herpetofauna), registramos a presença 2011; ROCHA et al., 2011) (Tabela 1, Figura 4.1-38 e
de Siphonops annulatus (Mikan, 1820), uma espécie Figura 5A e B).

Figura 3 Representatividade do número de


espécies, por grupo taxonômico da herpetofauna,
registradas no estudo de três parques naturais
municipais cariocas. Município do Rio de Janeiro, RJ.

Tabela 1 Lista de espécies da herpetofauna (anfíbios, anfisbênia, lagartos, serpentes, crocodilianos) registradas,
com o uso de diferentes metodologias, para os três parques naturais municipais estudados (BB = Bosque da
Barra, PR = Prainha e SM = Serra do Mendanha). Município do Rio de Janeiro, RJ.

PARQUES NATURAIS
TAXA DA HERPETOFAUNA MUNICIPAIS

BB PR SM
ANURA 21 19 45
Família Brachycephalidae
Brachycephalus sp. x
Ischnocnema guentheri (Steindachner, 1864) x
Ischnocnema octavioi (Bokermann, 1965) x x
Ischnocnema parva (Girard, 1853) x
Família Bufonidae
Rhinella icterica (Spix, 1824) x
Rhinella ornata (Spix, 1824) x x x
Família Craugastoridae
Haddadus binotatus (Spix, 1824) x x
Família Cycloramphidae
Cycloramphus brasiliensis (Steindachner, 1864)1 x
Thoropa miliaris (Spix, 1824) x x
182 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

Tabela 1 Continuação.
Zachaenus parvulus (Girard, 1853) x x
Família Hemiphractidae
Fritziana goeldii (Boulenger, 1895 “1894”) x
Família Hylidae
Aparasphenodon brunoi (Miranda-Ribeiro, 1920) x
Aplastodiscus albofrenatus (A. Lutz, 1924) x
Bokermannohyla circumdata (Cope, 1871) x
Dendropsophus aff. oliveirai (Bokermann, 1963) x
Dendropsophus anceps (A. Lutz, 1929) x
Dendropsophus bipunctatus (Spix, 1824) x x
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925) x x
Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824) x x
Dendropsophus meridianus (B. Lutz, 1954) x x
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) x x
Dendropsophus pseudomeridianus (Cruz, Caramaschi & Dias, 2000) x x
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) x x
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) x x x
Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) x
Itapotihyla langsdorffii (Duméril & Bibron, 1841) x
Phasmahyla guttata (A. Lutz, 1924) x
Phyllomedusa burmeisteri Boulenger, 1882 x
Phyllomedusa rohdei Mertens, 1926 x x x
Scinax aff. x-signatus (Spix, 1824) x x x
Scinax alter (B. Lutz, 1973) x x
Scinax argyreornatus (Miranda-Ribeiro, 1926) x x x
Scinax cuspidatus (A. Lutz, 1925) x
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) x
Scinax perpusillus (A. Lutz & B. Lutz, 1939) x x
Scinax similis (Cochran, 1952) x
Scinax trapicheiroi (B. Lutz, 1954) #
x x
Sphaenorhynchus planicola (A. Lutz & B. Lutz, 1938) x
Trachycephalus mesophaeus (Hensel, 1867) x
Trachycephalus nigromaculatus (Tschudi, 1838) x
Família Hylodidae
Crossodactylus gaudichaudii (Duméril & Bibron, 1841) x x
Hylodes nasus (Lichtenstein, 1823)* x
Família Leiuperidae
Physalaemus signifer (Girard, 1853) x
Physalaemus soaresi (Izecksohn, 1965) #
x
Família Leptodactylidae
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) x x
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 183

Tabela 1 Continuação.
Leptodactylus marmoratus (Steindachner, 1867) x x
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) x x x
Leptodactylus spixi (Heyer, 1983) x x
Família Microhylidae
Chiasmocleis lacrimae (Peloso, Sturaro, Forlani, Gaucher, Motta & Wheller, 2014)# x x
Stereocyclops parkeri (Wettstein, 1934) x x
Família Ranidae
Lithobates catesbeianus (Shaw, 1802)** x
Família Strabomantidae
Euparkerella brasiliensis (Parker, 1926) x
GYMNOPHIONA 1
Família Siphonopidae
Siphonops annulatus (Mikan, 1820) x
TESTUDINES 3 5 1
Família Cheloniidae
Caretta caretta (Linnaeus, 1758)# x
Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766) #
x
Chelonia mydas (Linnaeus, 1758) #
x
Família Dermochelyidae
Dermochelys coriacea (Vandelli, 1761)# x
Família Chelidae
Acanthochelys radiolata (Mikan, 1820)# x
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) #
x
Família Testudinidae
Chelonoidis carbonarius (Spix, 1824)# x x x
CROCODYLIA 1
Família Alligatoridae
Caiman latirostris (Daudin, 1801)# x
LACERTILIA 8 8 9
Família Anguidae
Ophiodes striatus (Spix, 1825) x x
Família Dactyloidae
Dactyloa punctata (Daudin, 1802) x x x
Família Gekkonidae
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818)** x x x
Família Gymnophthalmidae
Placosoma glabellum (Peters, 1870) x
Família Leiosauridae
Enyalius b. brasiliensis (Lesson, 1828) x
Família Mabuyidae
Brasiliscincus agilis (Raddi, 1823) x x
184 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

Tabela 1 Continuação.
Psychosaura macrorhyncha (Hoge, 1947) x
Família Phyllodactylidae
Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) x x x
Família Polychrotidae
Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758) x
Família Teiidae
Ameiva a. ameiva (Linnaeus, 1758) x x
Salvator merianae (Duméril & Bibron, 1839) x x x
Tropidurus torquatus (Wied, 1820) x x x
AMPHISBAENIA 1 1 1
Família Amphisbaenidae
Leposternon microcephalum (Wagler in Spix, 1824) x x x
SERPENTES 7 10 28
Família Boidae
Boa c. constrictor (Linnaeus, 1758) x x x
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) x
Família Colubridae
Chironius bicarinatus (Wied, 1820) x x x
Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) x x
Chironius foveatus (Bailey, 1955) x
Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) x
Chironius laevicollis (Wied, 1824) x x
Leptophis a. ahaetulla (Linnaeus, 1758) x
Spilotes p. pullatus (Linnaeus, 1758) x x
Spilotes s. sulphureus (Wagler in Spix, 1824) x
Família Dipsadidae
Leptodeira a. annulata (Linnaeus, 1758) x
Echinanthera cephalostriata (Di-Bernardo, 1996) x
Taeniophallus affinis (Günther, 1858) x
Helicops carinicaudus (Wied, 1825) x x
Philodryas olfersii (Liechtenstein, 1823) x
Oxyrhopus petolarius digitalis (Reuss, 1834) x
Siphlophis compressus (Daudin, 1803) x
Siphlophis pulcher (Raddi, 1820) x
Thamnodynastes nattereri (Mikan, 1828) x x x
Tropidodryas serra (Schlegel, 1837) x
Erythrolamprus a. aesculapii (Linnaeus, 1766) x
Erythrolamprus miliaris miliaris (Linnaeus, 1758) x x x
Erythrolamprus p. poecilogyrus (Wied, 1825) x x
Xenodon neuwiedii (Günther, 1863) x x
Uromacerina ricardinii (Peracca, 1897) x
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 185

Tabela 1 Continuação.
Família Elapidae
Micrurus corallinus (Merrem, 1820) x x
Família Viperidae
Bothrops jararaca (Wied, 1824) x x x
Bothrops jararacussu (Lacerda, 1884) x x
TOTAL DE ESPÉCIES 102 42 43 85

1
Espécie encontrada em coleção do Museu Nacional;
* Espécie registrada por girinos coletados;
** Espécie exótica invasora;
#
Espécie ameaçada de extinção, segundo listas oficiais (IUCN, MMA, RJ e SMAC).

1 2 3

4 5 6

7 8 9
186 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

10 11 12

13 14 15

16 17 18

19 20 21

22 23 24
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 187

25 26 27

28 29 30

31 32 33

34 35 36

Figura 4 Espécies representantes


da herpetofauna carioca registradas
no estudo de três parques naturais
municipais, município do Rio de
Janeiro: Brachycephalus sp. (1);
Ischnocnema octavioi (2); Rhinella
icterica (3); Haddadus binotatus (4);
Thoropa miliaris (5); Aparasphenodon
brunoi (6); Aplastodiscus albofrenatus
(7); Dendropsophus bipunctatus
(8); Dendropsophus elegans (9);
Phyllomedusa burmeisteri (10); Trachycephalus nigromaculatus (11); Scinax cuspidatus (12); Sphaenorhynchus planicola
(13); Crossodactylus gaudichaudii (14); Physalaemus soaresi (15); Chiasmocleis lacrimae (16); Stereocyclops parkeri (17);
Siphonops annulatus (18); Acanthochelys radiolata (19); Phrynops geoffroanus (20); Caiman latirostris (21); Placosoma
glabellum (22); Enyalius b. brasiliensis (23); Psychosaura macrorhyncha (24); Gymnodactylus darwinii (25); Polychrus
marmoratus (26); Leposternon microcephalum (27); Corallus hortulanus (28); Chironius exoletus (29); Chironius laevicollis
(30); Spilotes p. pullatus (31); Echinanthera cephalostriata (32); Philodryas olfersii (33); Siphlophis compressus (34);
Siphlophis pulcher (35); Uromacerina ricardinii (36); Micrurus corallinus (37); Bothrops jararacussu (38) (Fotos: Jorge Pontes).
188 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

A B
Figura 5 Espécies exóticas invasoras da herpetofauna carioca: (A) Lithobates catesbeianus e (B) Hemidactylus mabouia,
registradas no estudo de três parques naturais municipais, município do Rio de Janeiro (Fotos: Jorge Pontes).

No Parque Natural Municipal Bosque da Barra a alimentação e reprodução. A redução acentuada do


herpetofauna é composta majoritariamente por anfíbios nível d’água observada nos lagos e brejos durante
anuros com 21 espécies, seguidos por oito espécies obras da construção civil em 2011 no entorno direto
de lagartos e sete de serpentes. As características do PNMBB afetou a população, inclusive com um
de baixada alagada de restinga, típicas de pós-duna decréscimo no recrutamento de filhotes no ano seguinte
no município do Rio de Janeiro, criaram ambientes (Figura 6 A, B e C).
alagadiços e secos, com variações extremas de O uso público intensivo deste parque, ainda sem
temperaturas e do nível dos corpos hídricos. Estas controle, apesar de contar com um plano de manejo
variações permitiram a presença de espécies com recente, tem criado interações indesejáveis entre
ciclos reprodutivos explosivos e de crescimento visitantes e alguns indivíduos de C. latirostris devido
rápido associados ao alagamento de matas de pau- à oferta de alimentos, como o pão. Os alimentos
de-tamanco (Tabebuia cassinoides (Lam.) DC.) e de
oferecidos aos animais no PNMBB têm elevado
tucum-de-brejo (Bactris setosa Mart.), como no caso
índice de carboidratos e, segundo estudos sobre
dos anuros Chiasmocleis lacrimae e Stereocyclops
o desenvolvimento de Alligator mississippiensis,
parkeri. As bromélias, como a Neoregelia cruenta (R.
crocodilianos podem ingerir até 14% de carboidratos
Graham) L. B. Smith, têm um papel especial por criar
em sua dieta, entretanto, se este índice for superior, o
abrigos para anuros hilídeos (p. ex., Aparasphenodon
crescimento do animal poderá ser afetado (STATON et
brunoi), que procuram refúgio na água acumulada
al., 1990; SARKIS-GONÇALVES et al., 2001).
entre suas folhas ou mesmo como micro-hábitat
exclusivo, realizando inclusive sua reprodução (p. O Parque Natural Municipal da Prainha abriga
ex., S. perpusillus) (HADDAD et al., 2013, PONTES 19 espécies de anuros, 10 de serpentes e oito de
et al., 2013). Os lagartos são visualizados no período lagartos. Quatro das cinco espécies de quelônios
de outubro a março, quando as temperaturas estão (Testudines) registradas são tartarugas-marinhas
elevadas. No estudo de Caiman latirostris no PNMBB, (todas ameaçadas de extinção) que visitam a enseada
foram capturados 40 animais, sendo 15 fêmeas, seis e os costões para se alimentarem, permitindo registros
machos e 19 indivíduos jovens cuja determinação como da gigante tartaruga-de-couro (Dermochelys
de sexo não foi possível. A população era formada, coriacea). Sua herpetofauna possui similaridade
majoritariamente, por jovens (47,5%) e obtivemos intermediária entre as dos PNM Bosque da Barra e
11 recapturas que foram identificadas mediante a Serra do Mendanha. Este fato se deve ao relevo, ao
marcação individual. A relação entre fêmeas e machos microclima e à cobertura vegetal da região, que possui
foi de 2:1. Os animais estudados termorregulavam mata de restinga, resquício de alagado e floresta de
principalmente dentro d’água e à noite, utilizando lagos encosta. A presença de pequenos cursos d’água, em
do parque também para outras atividades diárias, como sua maioria temporária, permitiu a sobrevivência de
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 189

A B

C
Figura 6 Aspectos do alagado do PNMBB em 2011 em seca por conta de obras de drenagem na região (A) e após o encerramento
das obras, em 2013, com recuperação do nível d’água (B). Número de filhotes capturados de Caiman latirostris, por mês, nos anos
de 2011 a 2014 (C). Parque Natural Municipal Bosque da Barra, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil (Fotos: Jorge Pontes).

espécies mais exigentes ambientalmente, como a ameaçada de extinção, não é mais encontrada no
rãzinha-de-olhos-vermelhos (Ischnocnema octavioi), Parque Natural Municipal da Prainha, embora ainda
a rãzinha-de-riacho (Crossodactylus gaudichaudii) e existam populações no Parque Natural Municipal de
a rã-de-pedras (Thoropa miliaris). O manejo errado Grumari e no Recreio dos Bandeirantes (ROCHA et
da drenagem dos pequenos alagados do parque, al., 2009, e presente estudo). As grandes bromélias
o redirecionamento de córregos para a praia e a tanque (Alcantarea glaziouana (Lemaire) Leme), que
introdução de peixes exóticos, como os espadinhas predominam nos costões rochosos, são refúgios para
(Xiphophorus spp.), vêm eliminando os sítios muitos animais e locais de reprodução para espécies
reprodutivos de anuros hilídeos e causando a redução bromelígenas como Scinax perpusillus (PONTES et
de população de peixes nativos predados pela cobra- al., 2013, e presente estudo). Mas os incêndios nos
d’água (Erythrolamprus miliaris). A lagartixa-da-praia últimos anos, provocados por rituais religiosos, reduziu
Liolaemus lutzae Mertens, 1938 (Família Liolaemidae), a população destas bromélias e, consequentemente,
espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro e sua herpetofauna local.
190 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

A herpetofauna da Serra do Mendanha é sem dúvida ind./100 m2, enquanto na estação seca (abril a agosto)
a mais rica em termos de espécies, sendo composta houve uma redução de 34,6% (6,8 ind./100 m2).
por pelo menos 85 formas que estão distribuídas em 29 As assembleias de anuros na Serra do Mendanha
famílias. A família Hylidae conta com o maior número utilizam os recursos hídricos disponíveis (água da chuva,
de espécies (50%, n = 22), enquanto a rãzinha-piadeira córregos, fitotelmas, rios e umidade do ar) de diferentes
Physalaemus signifer, que habita o solo, foi a espécie formas, em associação direta ao modo reprodutivo de
mais abundante (18%, n = 272). A espécie de sapo cada espécie. O modo reprodutivo tipo 1 (ovos e girinos
Rhinella ornata contribuiu com a maior biomassa (m exotróficos em ambiente lêntico) foi o mais frequente
= 548 g). Identificamos uma nova espécie de anuro (n = 18) entre os 14 modos identificados. O estudo de
Brachycephalus sp., que também habita o folhiço das 12 poças (lênticas e lóticas) indicou que estas diferiram
cotas altimétricas acima de 700 m, e registramos a consistentemente entre si, seja nas suas dimensões, na
presença da raríssima rãzinha Physalaemus soaresi, composição de suas assembleias de girinos ou nos seus
ampliando sua área de distribuição (PONTES et al., componentes abióticos. A assembleia de girinos de cada
2010). Biogeograficamente, a comunidade de anuros poça indicou ser moldada pela interação de diferentes
da área estudada indicou ser mais similar (68%) à fatores ambientais, ecológicos e filogenéticos de cada
comunidade da região da Serra da Tiririca e arredores, espécie, determinando a abundância, dominância e
também no estado do Rio de Janeiro. Comparando-se riqueza das espécies presentes. Diversos predadores
os três tipo de fisionomias, ou meso-hábitat, existentes de girinos foram encontrados em algumas poças, como
na Serra do Mendanha, em termos de riqueza e serpentes e artrópodes (caranguejos-de-rio, larvas de
diversidade de espécies, a floresta secundária indicou libélulas e pitus). Naquelas em que a presença destes
ter os mais elevados índices, seguida pela floresta predadores se tornou mais intensa, especialmente
pouco perturbada e pela monocultura de bananeiras. de pitus (Macrobrachium potiuna (Müller, 1880)) e de
A assembleia de anuros que habita a serrapilheira da caranguejos-de-rio (Trichodactylus petropolitanus
Serra do Mendanha é composta por nove espécies, o (Göldi, 1886)), houve uma redução no uso da poça
que pouco diferiu ao longo de um gradiente altitudinal como sítio reprodutivo de anfíbios (Figuras 7A-D e 8A-
(0 a 900 m), com o registro das espécies Euparkerella D). A predação de girinos por invertebrados tem sido
brasiliensis, Haddadus binotatus, Leptodactylus registrada em outras localidades do Rio de Janeiro,
marmoratus e Zachaenus parvulus na maioria das como no Parque Nacional da Tijuca (MOTTA-TAVARES
cotas altimétricas, sendo que H. binotatus esteve et al., 2015).
presente em todas as cotas altimétricas. A altitude, a Entre as 28 espécies de serpentes registradas
declividade e a profundidade da serrapilheira foram para a Serra do Mendanha, apenas quatro (14,3%) são
as variáveis abióticas que mais influenciaram a peçonhentas: Bothrops jararaca, Bothrops jararacussu,
distribuição de abundância e de riqueza de espécies Micrurus corallinus e Philodryas olfersii. Destas,
do folhiço. Na estação úmida (setembro a março) registramos três na Prainha (B. jararaca, B. jararacussu
a densidade de anuros no solo florestal foi de 10,4 e M. corallinus) e uma no Bosque da Barra (B. jararaca).

A B
Jorge A. L. Pontes, Rafael C. Pontes, Rubevaldo F. Rocha, Patrícia M. Lindenberg, Karen P. Silva, Wagner A. Santos, Nelson A. Lemos, Paulo G. A.
Hassan, Alex O. Alves, Luiz F. B. A. Lopes, Laiz C. T. Perro, Ana P. Boldrini, Érica C. F. Nunes, Lilian F. Costa, Rafael W. Kisling e Carlos F. D. Rocha 191

C D

Figura 7 Aspectos de duas das 12 poças reprodutivas estudadas (A) e (B). Girinos de Dendropsophus elegans (C) e de
Crossodactylus gaudichaudii (D) registrados durante o estudo. Rio de Janeiro, Brasil (Fotos: Jorge Pontes).

A B

C D

Figura 8 Predadores de girinos que habitam as poças reprodutivas estudadas: pitu Macrobrachium potiuna (A), caranguejo-
de-rio Trichodactylus petropolitanus (B), larva de Odonata (C) e muçum Synbranchus marmoratus (D) registrados durante o
estudo. Rio de Janeiro, Brasil (Fotos: Jorge Pontes).
192 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: HOTSPOTS DA HERPETOFAUNA CARIOCA

A presença de bananais, registrada nos parques AGRADECIMENTOS


naturais da Prainha e da Serra do Mendanha, cria
ambientes desfavoráveis para a herpetofauna. Neste Aos alunos e professores do Departamento de
meso-hábitat antrópico, a riqueza da herpetofauna Ecologia da UERJ, do curso de Pós-Graduação em
foi a mais baixa registrada, com um total 10 de Zoologia e da Coleção de Anfíbios e Répteis do Museu
espécies. Nacional, UFRJ, pelo acesso aos bancos de dados,
confirmação de identificação taxonômica e artigos
cedidos. Ao CNPq (Processos nº 304791/20010-
5 e nº 476684/2008-0) e a FAPERJ (Processo nº
Recomendações para a E-26/102.404.2009). Também a Profa. Dra. Ana M. Telles
Carvalho e Silva do Laboratório de Biossistemática de
preservação de espécies da
Anfíbios da UNIRIO, que gentilmente colaborou na
herpetofauna carioca identificação dos girinos. À Gerência de Gestão de
A elevada riqueza de espécies da herpetofauna Unidades de Conservação da Secretaria Municipal de
registrada nos três parques estudados, que incluiu Meio Ambiente, pela emissão das autorizações para
aquelas ameaçadas de extinção presentes em listas a pesquisa e coleta de material científico.
oficiais, está sob o risco mesmo nestas unidades
de conservação de proteção integral que contam
com planos de manejo. Propomos como principais
recomendações conservacionistas: Referências bibliográficas
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