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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

ELECTRÓNICA DIGITAL

SEMESTRE VII

TEMPORIZADOR 555

Discentes: Docente:

Esperança da F. André Nhar Engo. Igídio Mutemba

Songo, Agosto de 2019


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

ELECTRÓNICA DIGITAL

SEMESTRE VII

TEMPORIZADOR 555

Discente: Docente:

Esperança da F. André Nhar Engo. Igídio Mutemba

O presente trabalho foi elaborado


por estudante do Instituto Superior
Politécnico de Songo, do terceiro
ano do curso de Engenharia
Eléctrica, no âmbito da cadeira de
Electrónica Digital, para fins de
avaliação.

para fins de avaliação


Songo, Agosto de 2019
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................................. 1
1.1. Objectivos ..................................................................................................................................... 2
1.1.1. Objectivo Geral ..................................................................................................................... 2
1.1.2. Objectivos Específicos ........................................................................................................... 2
1.2. Metodologia de pesquisa............................................................................................................... 2
2. Temorizador 555 ................................................................................................................................... 3
2.1. Características eléctricas do temporizador 555 ............................................................................. 7
2.2. Modos de operação do temporizador 555 ..................................................................................... 7
2.2.1. Operação Monoestável ......................................................................................................... 7
2.2.2. Operação Astável .................................................................................................................. 9
2.3. Aplicações do temporizador 555................................................................................................. 10
2.4. Vantagens do temporizador 555 ................................................................................................. 10
3. Conclusão............................................................................................................................................ 11
4. Bibliografia ............................................................................................................................................. 12
1. Introdução
Actualmente, pode-se encontrar no mercado circuitos integrados especialmente projectados para
implementar circuitos multivibradores em várias faixas de frequências. Um dos primeiros
circuitos integrados disponíveis é o temporizador 555.

Temporizador 555 é um circuito projectado para aplicações gerais de temporização. Dependendo


da sua forma de configuração podem gerar pulsos assim como gerar oscilações com frequências
reguláveis.

O presente trabalho propõe uma abordagem sobre Temporizador 555. Em primeiro lugar
apresentar-se-á o conceito e o diagrama funcional interno do dispositivo em estudo, explicando
sucintamente cada bloco que o compõe. E posteriormente apresentar as suas configurações
(monoestáveis e astáveis) e o respectivo funcionamento para as devidas aplicações.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 1


1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral

 Fazer uma abordagem de forma coerente do temporizador 555.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Definir temporizador 555


 Mostrar o diagrama funcional interno de um temporizador 555;
 Apresentar o modo de operação do temporizador 555;

1.2. Metodologia de pesquisa


A elaboração do presente trabalho foi baseada em pesquisas científico-didácticas com base em
manuais, artigos electrónicos. As fontes foram todas devidamente referidas na bibliografia.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 2


2. Temorizador 555
Temorizador 555 é um dispositivo, na forma de circuito integrado, versátil e amplamente usado
pois pode ser configurado em dois modos diferentes: multivibrador monoestável ou um
multivibrador astável (oscilador).

Um temporizador 555 é constituído basicamente por dois comparadores, um Flip-Flop do tipo


RS, um transístor de descarga e um divisor de tensão, como mostra la figura 1(a). A figura 1(b)
mostra um CI temporizador 555, e posteriormente a discrição e as funções de cada um dos pinos
do dispositivo.

(a) (b)

Figura 1: (a)Diagrama funcional interno de um temporizador 555, (b) Pinos do temporizador


555

Fonte :Valdir 2012

1 – GND - Deve ser ligado ao negativo da fonte de alimentação ou de uma bateria, também
conhecido como terra ou massa.

2 – Disparador/Trigger – É o gatilho usado para disparar o funcionamento do circuito.

3 – Saída /Output– É a saída dos pulsos gerados pelo circuito integrado e seu nível depende de
resistores e do capacitor ligados externamente ao C.I.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 3


4 – Reactivador/Reset – Inibe o funcionamento do circuito. Quando colocado em nível baixo
(no GND), ele reinicia o funcionamento e mantém tudo parado até que seja colocado em nível
alto. Em funcionamento normal ele é mantido ao Vcc.

5 – Modulador – Também chamado de Controlo de tensão, é capaz de modular o sinal de


saída, onde o sinal gerado pela oscilação do 555 será a portadora e os sinais aplicados a este pino
realizará a modulação desse sinal.

6 – Limiar/Threshold – Quando este terminal recebe um sinal maior que 2/3 da tensão de
alimentação ele faz a saída (pino 3) ir ao nível baixo (zero volts).

7 – Descarga – Descarrega o capacitor externo para que se possa iniciar um novo ciclo de
trabalho.

8 – Vcc – Deve ser ligado ao positivo da fonte de alimentação ou de uma bateria.

Observando a figura 1(a), o temporizador 555 é constituído basicamente por quatro (4) blocos:

 Dois Amplificadores operacionais funcionando como Comparadores de Tensão;


 Um Divisor de Tensão formado por três Resistores de 5 K Ω;
 Um Flip-Flop tipo RS;
 Um transístor utilizado como Chave.

a) Comparadores de Tensão

O funcionamento dos Comparadores de tensão neste circuito é o seguinte:

Observando a figura, podemos ver que o componente possui duas entradas (Inversora ‘-’ e Não
Inversora ‘+’) e uma saída. O nível de tensão na saída poderá ser alto (1) ou baixo (0),
dependendo do nível de tensão nas entradas.

A saída será alta ( 1 ou +𝑉𝑐𝑐 ) sempre que a tensão na entrada não Inversora ‘ + ’ for mais alta do
que a tensão na entrada Inversora ‘ – ’

Temporizador 555 – Trabalho III Página 4


Figura 2: Comparador de tensão

Fonte: Valdir 2012

b) Divisor de Tensão

É formado por três resistores de5𝑘Ω. Sua função é fornecer as tensões de referência para os
comparadores de tensão. Sobre cada um dos resistores será aplicada uma tensão igual a um terço
da tensão de alimentação 𝑉𝑐𝑐 .

Sendo assim, entre o terminal do terra e o primeiro resistor (ponto A) teremos uma tensão igual a
𝑉𝑐𝑐
um terço de 𝑉𝑐𝑐 ( ) aplicada à entrada Não Inversora do primeiro comparador (Disparador).
3

Entre o terminal do terra e o segundo resistor (ponto B) teremos uma tensão igual a dois terços
𝑉𝑐𝑐
da tensão de alimentação (2 ∙ ) que é aplicada ao segundo comparador (Controle).
3

Figura 3: Divisor de Tensão

Fonte: Valdir 2012

Temporizador 555 – Trabalho III Página 5


c) Flip-Flop tipo RS

Trata-se de um componente Digital biestável, ou seja, suas saídas podem assumir apenas dois
níveis de tensão ou níveis lógicos (zero ou um). As saídas são complementares. Enquanto
𝑄 estiver em nível lógico zero, a saída complementar 𝑄 estará em nível lógico um e vice-versa.

Quando a entrada 𝑆 (𝑆𝑒𝑡) receber um nível lógico igual a um, a saída 𝑄 será levada para nível
lógico um, ou seja, a operação 𝑆𝑒𝑡 leva a saída 𝑄 para o nível de tensão igual a 𝑉𝑐𝑐. Quando a
entrada 𝑅 (𝑅𝑒𝑠𝑒𝑡) receber um nível lógico igual a um, a saída 𝑄 será levada para nível lógico
zero, ou seja, a operação 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑡 leva a saída 𝑄 para o nível de tensão igual zero volts.

Figura 4: Flip-Flop tipo RS

Fonte: Valdir 2012

d) Transístor como Chave

Quando a saída Q estiver em nível lógico um, fará com que a corrente de base leve o transístor à
saturação, ou seja, a chave entre colector e emissor será fechada, aterrando o terminal de colector
do transístor.

Este transístor é utilizado para descarregar capacitores externos utilizados como base de tempo.

Figura 5: Transístor como Chave

Fonte: Valdir 2012

Temporizador 555 – Trabalho III Página 6


2.1. Características eléctricas do temporizador 555
 A tensão de alimentação (𝑉𝑐𝑐) varia numa faixa de 4.5𝑉 a 18𝑉
 A corrente máxima na saída (𝐼0 𝑚á𝑥 ) em estado ‘ON’ é de200𝑚𝐴;
 Potencia dissipação máxima (𝑃𝑐 𝑚á𝑥 ) de 600𝑚𝑊;
 Tensão de saída em estado alto (𝑉𝑂𝐻 ): 13.3𝑉(𝑉𝑐𝑐 = 15𝑉, 𝐼0 = 0.1𝐴 )
 Tempo de subida e descida na saída (𝑡𝑟 𝑒 𝑡𝑓 ) é de 100𝑛𝑆.

2.2. Modos de operação do temporizador 555


Um temporizador 555 pode operar como um monoestável ou como um oscilador (astável).

2.2.1. Operação Monoestável

No modo de operação monoestável o temporizador 555 funciona como um disparador. A


configuração monoestável é um circuito que possui um estado estável e outro semi-estável.

Para configurar o temporizador 555 como monoestável não-redisparável são usados um resistor e
um capacitor externos como mostra a figura 6. A largura do pulso da saída é determinada pela
constante de tempo de 𝑅 e 𝐶 de acordo com a fórmula:

𝑡 = 1,1𝑅. 𝐶

𝑡 - tempo em segundos [𝑠]

𝑅 - Valor da Resistência externa em Ohms [𝛺]

𝐶 - Valor do Capacitor externo em Farads [𝐹]

O disparo do Monoestável ocorrerá toda vez que o pino 2 do CI for levado a zero volts. A figura
6 mostra o diagrama esquemático desta configuração.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 7


Figura 6: configuração monoestável

Fonte: Valdir 2012

Enquanto o circuito não for disparado, a saída Q do Flip-Flop interno em nível lógico um fará
com que o transístor de descarga permaneça saturado, impedindo que o capacitor externo C seja
carregado através do resistor externo R. A saída permanecerá em zero volts.

Quando ocorrer o disparo, a tensão no pino 2 será inferior a um terço da alimentação Vcc,
activando o comparador interno de disparo e provocando a operação de Reset no Flip-Flop
interno.

Nesse momento a saída (Pino 3) será levada a nível lógico um (Vcc) e o transístor de descarga
entrará na região de corte, permitindo que o capacitor C possa ser carregado pelo resistor R. Esta
situação será mantida até que o capacitor atinja uma carga ligeiramente maior do que dois terços
da tensão de alimentação, o que activa o comparador de controlo e provoca a operação de Set no
Flip-Flop interno.

A saída então retorna ao nível lógico zero e o transístor interno satura, descarregando o capacitor
C através do pino 7 do CI. Resumindo, a saída é activada no momento do disparo, permanecendo
assim durante o tempo de carga do capacitor, retornando então ao estado inicial. É importante
observar que o pino 4 deve ser mantido em nível lógico alto (+Vcc) para permitir o
funcionamento do circuito.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 8


2.2.2. Operação Astável

Esta configuração é utilizada com muita frequência como gerador de pulsos (Clock) para
circuitos digitais. Diferente do monoestável, este circuito não necessita de disparo, gerando uma
sequência de pulsos rectangulares contínua. Para interromper a sequência de pulsos, basta levar o
pino 4 do CI (Reset) a nível lógico zero (zero volts) .

Seu funcionamento não é muito diferente do Monoestável. Quando o capacitor estiver


descarregado, a tensão no pino 2 será menor do que um terço de Vcc, provocando o reset do
Flip-Flop interno. Isto leva a saída (pino 3) a nível lógico 1 e corta o transístor interno,
permitindo que o capacitor inicie seu ciclo de carga através de R1 e R2. Quando a tensão no
capacitor ultrapassar dois terços de Vcc, o comparador de controle efectua a operação de Set no
Flip-Flop interno, levando a saída a zero e saturando o transístor interno, fazendo com que o
capacitor inicie seu ciclo de descarga através de R2 pelo pino 7 do CI . o capacitor terá sua
tensão reduzida até que a mesma seja ligeiramente inferior a um terço de Vcc, o que activa o
comparador de disparo e provoca o reset do flip-flop interno, iniciando outro ciclo.

Figura 7: configuração astavel

Fonte : Valdir 2012

Observe na figura que o capacitor C é carregado através de R1 e R2 , enquanto que a descarga e


feita apenas através de R2 . Isto faz com que o tempo de carga seja maior do que o tempo de
descarga, provocando uma assimetria no sinal de saída, ou seja, a saída permanece mais tempo
em nível alto do que em nível baixo.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 9


É possível determinar todos os períodos de tempo dos sinais gerados pelo circuito a partir da
expressão:

(𝑅1 + 2𝑅2 )𝐶1


𝑡=
1,44

2.3. Aplicações do temporizador 555


Pode-se citar como principais aplicações:

 Temporizador de precisão;
 Relógio (gerador de onda quadrada);
 Delay (gerador de atrasos);
 Modulador de largura de pulso;
 Modulador de posição de pulsos;
 Gerador de rampa.

2.4. Vantagens do temporizador 555


 Fácil de utilizar em vários tipos de circuitos;
 É de fácil aquisição no mercado de Electrónica;
 Reduzido número de componentes externos para uma infinidade de aplicações;
 A vantagem do ponto de vista industrial ainda pode-se citar a alta corrente de saída deste
CI, em torno de 200 𝑚𝐴. Corrente esta que pode accionar directamente relés, lâmpadas,
entre outros componentes que tenham demanda por potência elevadas;
 Pode ser utilizado de inúmeras formas e configurações diferentes.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 10


3. Conclusão

Terminado o trabalho, concluiu-se que o temporizador 555 é um circuito integrado muito


importante na electrónica, este circuito integrado tem aplicações que variam de equipamentos
domésticos à circuitos de sincronização de precisão.

Apesar de não se tratar de um componente digital, o temporizador 555 é largamente utilizado


como base de marcação de tempo em circuitos analógicos e também em circuitos digitais.
Devido à sua grande versatilidade, tornou-se um padrão Industrial, podendo ser utilizado de
inúmeras formas e configurações/modos de operação diferentes sendo as mais comuns: a
configuração monoestável e a configuração astável.

A configuração monoestável é um circuito que possui um estado estável e outro semi-estável.


Quando o circuito é levado ao estado semi-estável, através de alguma “perturbação” externa, ele
permanece um período de tempo neste estado e depois retorna ao seu estado estável,
permanecendo assim até que uma nova perturbação externa seja aplicada. Isto é, quando ele
recebe um sinal adequado no gatilho ele gera um pulso de duração específica na saída, depois ele
volta a deixar a saída desligada e fica pronto para receber outro estímulo. Caso durante o período
em que saída está ligada ele receber um sinal de reset ela é desligada imediatamente.

Diferente da monoestável, a configuração astável é um circuito que não necessita de disparo,


gerando uma sequência de pulsos rectangulares contínua. Isto é, não tem estado estável oscilando
entre dois estados estáveis sem qualquer disparo externo.

Temporizador 555 – Trabalho III Página 11


4. Bibliografia
[1] FLOYD, Thomas L. Sistemas Digitais: fundamentos e aplicações. Porto Alegre: Bookman
9a ed. 2007

[2] DEAECTO, Grace S. Circuitos Lógicos. Faculdade de Engenharia Mecânica/UNICAMP


2013

[3] MARTINS, Geomar Machado. Princípios de Automação Industrial. 2007

[4]TORTATO, Alexandre Zeglin. Circuito integrado 555

[5] MOURA, Adriano Ferreira de. Eletrônica Digital II. Brasília: NT Editora 1. ed.2017

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