Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cristalização do Açúcar
2. Introdução
3. Objetivos
4. Materiais e Métodos
Com o auxílio de uma medida de cozinha equivalente a uma xícara (200 mL), foi fervida 1
xícara de água filtrada em filtro de carvão ativado Acquabios classe D com redução de cloro ativo, na
qual foram diluídos 2 xícaras de açúcar cristal branco da marca Dia%, cuja massa foi aferida com
auxílio de uma balança eletrônica culinária Casa Liba Lb 040 e o valor obtido foi de 660 (±1) g. Os
materiais foram misturados sob aquecimento no fogão de cozinha e agitação manual até a completa
dissolução.
Em seguida, o conteúdo foi levado a dois diferentes recipientes cilíndricos transparentes de
vidro, nomeados de Amostra 1 e Amostra 2. O uso dos recipientes de plástico foi descartado devido a
possibilidade de amolecimento do recipiente frente a elevada temperatura da calda formada pelo
açúcar diluído na água.
Figura 2 - Processo de dissolução do açúcar. Fonte: Autoria própria.
5. Resultados e Discussão
Nas primeiras 24 horas foi observado um grande crescimento dos cristais em ambas as
amostras, sendo que na Amostra 1, aquela que foi agitada, observou-se o crescimento de múltiplos
cristais dentro do recipiente, enquanto na Amostra 2 o crescimento foi concentrado na semente. No
terceiro dia já não era mais possível avaliar o crescimento na Amostra 1, pois os cristais na parede do
recipiente impediam a visualização do conteúdo. Na Amostra 2, pequenos cristais apareceram na
parede, onde inicialmente se supôs que poderia ser causado pela presença de riscos no recipiente. Do
terceiro ao quinto dia, foi observado um crescimento mais lento na Amostra 2, com o aumento quase
imperceptível na semente e mais acentuado nos cristais que se desenvolveram na parede, seguindo
dessa maneira até o sétimo dia.
O resultado final foi um cristal duro, translúcido e quebradiço, que apresenta maior
dificuldade de se solubilizar em água, devido a maior dificuldade das moléculas de água em acessar as
hidroxilas das moléculas de sacarose, sendo necessário solubilizar as moléculas mais superficiais
antes de adentrar o cristal. Alguns cristais permaneceram fortemente aderidos à parede do recipiente,
sendo necessário emprego de grande força física para removê-los. A semente da Amostra 2
apresentou massa de 36 g e 263 g de solução peneirada, enquanto a Amostra 1 apresentou 185 g de
solução peneirada, sendo que a solução proveniente da Amostra 2 apresentava coloração visivelmente
mais escura comparado à solução da Amostra 1, indicando que a concentração de açúcar era superior
na Amostra 2, uma vez que ela apresentou menor formação de cristais que a Amostra 2.
Para entender esse resultado, é preciso analisar a curva de solubilidade da sacarose. Quando
fervemos a água, elevamos sua temperatura para a temperatura de ebulição da água, que na altitude da
cidade de São José dos Campos, onde o experimento foi realizado, é próxima dos 98 °C. Alguma
parte de água foi perdida por evaporação nesse processo, embora não possa ser mensurado a
quantidade. Segundo a curva de solubilidade, à 90 °C, é possível solubilizar até 4,2 kg de sacarose
para cada kg de água, no experimento foi adicionado 3,3 kg de açúcar/kg de água, o que explica a
completa solubilização da açúcar durante a primeira etapa do experimento. Com o resfriamento da
amostra até a temperatura ambiente, que durante a semana variou entre mínimas de 13 °C e máximas
de 20 °C, a concentração de açúcar passou da região de interesse (metaestável), atingindo a zona
Lábil, onde a nucleação é espontânea e acentuada, explicando a origem dos cristais indesejados,
mesmo Amostra 2 que não foi agitada.
Para futuros experimentos, recomenda-se utilizar 2,2 kg de açúcar por kg de água, mantendo
uma margem de segurança para atingir a região metaestável do diagrama e evitar a formação de
cristais indesejados. A maior dificuldade de solubilizar o cristal deve ser um ponto de atenção a ser
evitado pela indústria açucareira, pois a presença de cristais no produto embalado poderão causar
insatisfação nos clientes.
6. Conclusão
Através desse experimento foi possível observar que a cristalização do açúcar se inicia a partir
do resfriamento de uma solução supersaturada, porém se o objetivo é cristalizar a partir da semente,
deve-se atentar para a curva de solubilidade garantindo que durante o resfriamento até a temperatura
ambiente a concentração permaneça dentro da região metaestável, evitando assim o surgimento de
cristais indesejáveis da zona lábil. O repouso também é essencial para evitar que a agitação faça com
que as moléculas atinjam o raio crítico fora da semente. Também foi possível observar que a cinética
reduz consideravelmente com o passar do tempo devido à redução da concentração de sacarose na
solução.
7. Referências