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TAREFA 4

Assim como supracitado na consigna, existem semelhanças e diferenças


no psicodiagnóstico infantil e adulto. Segundo Tsu (1984), o psicodiagnóstico
infantil é um processo muito complexo que demanda o delineamento de um
modelo específico de trabalho que é diferente do psicodiagnóstico de adultos.

Em relação às diferenças é possível citar que no psicodiagnóstico infantil


o primeiro passo é a entrevista com os pais da criança para que se possa
realizar um levantamento com as informações importantes sobre ela. Além
disso, é possível, que durante o processo seja necessário realizar novas
sessões com os pais, para dar novas orientações, ou solicitar que estes façam
acompanhamentos psicológicos também.

É preciso ter em mente que a criança precisa ser compreendida como


parte do contexto familiar em que vive, sendo assim, é de suma importância
que a família seja parte do processo psicodiagnóstico em todo o seu decorrer.
Diferentemente do psicodiagnóstico com adultos, pois este não possui como
foco realizar entrevistas com familiares, a primeira entrevista é realizada
exclusivamente com o paciente.

Logo após a primeira entrevista com os pais, vêm o primeiro contato


com a criança, que pode ocorrer de diversas formas, inclusive por meio de uma
entrevista lúdica.

Segundo Cunha (2007) uma entrevista lúdica tem como pressuposto


propiciar à criança a oportunidade de brincar com aquilo que ela tiver vontade,
com todo o material disponível naquele ambiente, deixando claro os espaços
onde ela poderá brincar, o tempo que ela terá para tal, sobre o papel dela e do
psicólogo, além de explicar a ela qual é o objetivo da atividade. Isso
possibilitará conhecê-la melhor e, consequentemente, poder ajudá-la em suas
necessidades.
Por possuir uma dimensão lúdica o jogo pode ser visto como um possibilitador
de desenvolvimento do espírito construtivo, da imaginação e abstração, além
de proporcionar uma interação social, segundo Smole, Diniz e Milani (2007,
p.10), “Isso ocorre porque a dimensão lúdica envolve desafio, surpresa,
possibilidade de fazer de novo, de querer superar os obstáculos iniciais e o
incômodo por não controlar todos os resultados”. E justamente nesse momento
o psicólogo poderá fazer suas observações, quando a criança está aberta ao
novo, sem medir as suas ações, sem premeditá-las. Ela acaba fornecendo
informações com suas atitudes que não conseguiria verbaliza-las.

Esta questão da ludicidade é outra diferença entre o psicodiagnóstico


infantil e adulto, pois com os adultos não há a modalidade da entrevista lúdica.
Além das diferenças já citadas, quando uma criança é levada ao psicólogo é
porque algum adulto identificou alguma questão que está fora daquilo que ele
julga comum, ou que o esteja incomodando. Já quando o próprio adulto busca
por atendimento é porque tem algo que o está incomodando diretamente.
Também existe a questão da faixa etária para a realização de determinados
testes, pois alguns não podem ser aplicados em crianças com menos de 13
anos.

Contudo, existem muitas semelhanças nos dois processos, tais como:


Ter uma entrevista inicial, onde são levantadas as primeiras impressões e
queixas, a anamnese, o contrato onde são estabelecidos os valores, datas,
prazos, objetivos, entre outros, além das observações realizadas e formuladas
as hipóteses, onde em seguida serão aplicados os testes psicológicos.
Também são realizadas as correções e análise dos dados, e ambos são
finalizados com uma devolutiva e elaboração de laudo.

Referências:

Cunha, J. A. Psicodiagnóstico-V. 5. ed. rev. e ampl. Porto Alegre : Artmed,


2007. ISBN 978-85-363-0778-7.

SMOLE, K. S; Diniz, M. I; Cândido, P. Cadernos do Mathema: de 1º a 5º ano.


Porto alegre: Artmed, 2007.
Tsu, T. M. J. A. (1984). A relação psicólogo-cliente no psicodiagnóstico infantil.
In: Trinca, W. Diagnóstico psicológico: a prática clínica. São Paulo: EPU.

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