O desafio de Lula
By Mino Carta and Gianni Carta
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Book preview
O desafio de Lula - Mino Carta
Sumário
Prefácio
Apresentação
O desafio de Lula
O DESAFIO DE LULA
Mino Carta e Gianni Carta
copyright Mino Carta e Gianni Carta
edição brasileira© Hedra 2017
edição Jorge Sallum
coedição Felipe Musetti
preparação Hassan Ayoub
revisão Felipe Musetti
capa Hélio de Almeida
imagem da capa Wanezza Soares/CartaCapital
ISBN 97-885-7715-566-8
eISBN 97-885-7715-567-5
corpo editorial Adriano Scatolin,
Antônio Valverde,
Caio Gagliardi,
Jorge Sallum,
Oliver Tolle,
Renato Ambrosio,
Ricardo Musse,
Ricardo Valle,
Silvio Rosa Filho,
Tales Ab’Saber,
Tâmis Parron
Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009.
Direitos reservados em língua portuguesa somente para o Brasil
editora hedra ltda.
R. Fradique Coutinho, 1.139 (subsolo) 05416-011, São Paulo-sp, Brasil Telefone/Fax +55 11 3097 8304
www.hedra.com.br
Foi feito o depósito legal.
O DESAFIO DE LULA
Mino Carta e Gianni Carta
Paulo Henrique Amorim (prefácio)
1ª edição
hedra
São Paulo_2017
Prefácio
Paulo Henrique Amorim
Nenhum jornalista conhece o Lula tão bem quanto o Mino. Nenhum político conhece o Mino tão bem quanto o Lula. Mas isso não significa que um conheça inteiramente o outro.
O Lula, por exemplo, já teve uma visão utilitária do jornalismo.
Crítica boa é a que é a favor.
Como disse o general-presidente Costa e Silva à condessa Pereira Carneiro, dona do Jornal do Brasil. Segundo o que ela disse ao general-presidente Figueiredo, na minha frente.
Depois, operário-presidente eleito, Lula não se deu conta do poder destruidor da mídia nativa
– como diz o Mino –, especialmente o da Globo. Da crítica sórdida, invariavelmente contra. E dela foi uma das vítimas. Assim como a CartaCapital. Por sua vez, Mino, como eu, jamais entrará naquele casebre que enchia de água até os joelhos na temporada de chuva de verão em São Paulo. Nem, como eu, Mino faz ideia do que significa só ter comido pão aos 13 anos de idade.
Mino e eu não captamos – como diz o Mino – a secreta essência
do que é ser pobre. Mas Lula e Mino estão e estiveram sempre juntos, do mesmo lado da linha do trem.
Por isso, Lula, provavelmente, conte ao Mino e a nenhum outro jornalista o que Mino até já sabe. O Lula não faz ideia, provavelmente, dos quatro ou cinco lances subsequentes do xadrez do Mino, que, às vezes, o critica com a melhor das intenções. Mas Mino não faz ideia, provavelmente, dos quatro ou cinco lances subsequentes do xadrez de Lula.
Apesar das aparências, Mino confia no povo brasileiro.
Porque ele confia no Lula. E o povo confia no Lula.
Desconfio, até, que o povo espere que Lula ouça mais o Mino e entre na casa-grande com o pé na porta, com força – e pela porta da frente!
Apresentação
Mino Carta
O Brasil nunca viveu tempos iguais aos desencadeados pelo golpe de 2016, nem mesmo nos 21 anos de ditadura. Explico. Os golpistas de então armaram uma arapuca para si mesmos, presas da típica hipocrisia nativa, inventaram um sistema eleitoral e até o AI-5 mantiveram o Congresso em atividade, fecharam-no para reabri-lo mais tarde. Houve oposição valente, e o Ato Institucional foi sua consequência. Daí em diante, as cassações multiplicaram-se, nem por isso a resistência par- lamentar arrefeceu. O MDB liderado por Ulysses Guimarães ofereceu abrigo a todos os opositores e nas eleições de 1974 colheu vitórias significativas. Foi neste momento que o general Golbery começou a cogitar da reforma partidária concretizada cinco anos depois, com o propósito de estilhaçar a aliança oposicionista. E nem assim deu certo.
Houve também a resistência armada dos inconformados irredutíveis, e o resultado foram mais de 400 assassínios e a tortura de milhares. Mas houve também a sedimentação da esperança de muitos de que algum dia finalmente raiaria o sol da liberdade. E resistência houve, extraordinária, com as greves do abc, de 1978, 79 e 80, e o surgimento