ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
Caderno Didático
Colaboradores:
Esp. Camila Giglio; Dra. Gabrielle Coelho Freitas; MSc. Liandra Cristina Vogel; MSc.. Sabrina Bäumer
3ª edição
(autor desconhecido)
"Sedare Dolorem Opus Divinum Est"
"Sedar a Dor é obra Divina"
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Definições
SCALP
Scalp ou Butterfly
CATETERES VENOSOS
Cateteres intravenosos
EQUIPOS DE INFUSÃO
SOLUÇÕES PARENTERAIS
SERINGAS
AGULHAS HIPODÉRMICAS
SERINGAS DE VIDRO
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
ORAL
É a via mais fisiológica e a que apresenta menor risco de alterações
fisiológicas. É a mais adequada para reposição calórica. Quando o paciente
não aceitar voluntariamente, ou estiver inconsciente poderá ser forçado através
da boca ou por tubo de faringostomia ou gastrostomia. Nos casos de alteração
gastrintestinal está contra-indicada.
Em anestesiologia veterinária, é pouco utilizada, devido a dificuldade
muitas vezes de se administrar medicamentos por via oral em animais e por
apresentar um período de latência bastante prolongado.
SUBCUTÂNEA
Esta via apresenta limitações quanto ao tipo e quantidade de solução.
Soluções sem sódio, como o soro glicosado, ou hipotônicas são absorvidas
lentamente por esta via e, dependendo do estado geral, podem piorar o quadro
clínico do paciente. Isto ocorre porque ao serem introduzidas no tecido
subcutâneo atraem sódio orgânico e conseqüentemente líquido intersticial até
haver isonatremia. O mesmo pode ser dito das soluções hipertônicas
relativamente à atração osmótica da água. No paciente hipotenso a absorção é
lenta ou não ocorre.
Em anestesiologia esta via torna-se impraticável devido a lenta absorção
dos fármacos anestésicos e, por sua vez, prolongado início de ação dos
medicamentos.
VENOSA
A via venosa ou intravenosa é a mais indicada para reposição de
grandes quantidades de volume. Além disso permite rápida reposição sendo a
via ideal para o paciente hipotenso ou com desidratação acima de 8%. Deve
ser a via preferencial para transfusão de sangue, derivados ou expansores do
plasma.
Nos casos em que houver dificuldade para venóclise deve ser procedida
punção ou cateterização da veia jugular mediante abordagem cirúrgica.
É via de administração preferencial para a indução a anestesia geral
injetável, uma vez que os fármacos utilizados para esta finalidade devem ser
administrados única e exclusivamente pela via venosa.
PERITONEAL
Esta via tem sido indicada para cães novos nos quais seja difícil a
punção venosa ou em caso de hipotensão, nos animais adultos. Apresenta, no
entanto, algumas limitações. Nos pacientes com hipotensão ou anemia crônica
tem conduzido a óbito. Isto parece estar relacionado ao poder coloidosmótico
do sangue administrado na cavidade peritoneal o qual, sendo maior, atrairá
líquido para si em detrimento dos volumes intersticial e intravascular.
Este fenômeno ocorre também com soluções hipertônicas, em relação
ao forte efeito osmótico. Esta via tem sido utilizada para administração de
fármacos com propriedades anestésicas basicamente em animais de
laboratório.
INTRAOSSEA
Introdução
Resenha
Anamnese
Exames físico
Exames complementares
1. Resenha
1.1 Espécie
Sabendo que a medicina veterinária comporta uma grande variedade de
espécies, e que estas por sua vez apresentam particularidades inerentes com
diferenças anatômicas, fisiológicas, metabólicas e bioquímicas, a espécie é
muito importante no momento da escolha do protocolo anestésico. Entre
algumas particularidades, destaca-se:
- Felinos:
Felinos são animais que na maioria das vezes são de difícil contenção
sendo necessária neste momento uma adequada sedação do paciente. Mas
em contrapartida, devido à deficiência de glicuronização hepática desta
espécie, deve-se ter cuidado na utilização de alguns fármacos:
A cetamina tem excreção renal de forma ativa, logo deve ser usada com
cautela em felinos, pois além de não biotransformá-la de forma
adequada também há dificuldade de excreção em casos de obstrução
urinária ou com doença renal. Deve-se sempre submeter o paciente a
fluidoterapia e promovendo diurese para correta eliminação do fármaco;
O propofol também deve ser utilizado com precaução devido ao mesmo
motivo e por apresentar composto fenólico em sua formulação. Uma
vem que felinos podem apresentar predisposição genética a oxidação de
hemoglobina quando expostos a composto fenólicos.
- Eqüinos e Ruminantes:
- Répteis e anfíbios:
É necessário conhecimento aprofundado de sua anatomia, fisiologia e
metabolismo, uma vez que são completamente diferente das demais espécies.
1.2 Raça
1.3 Sexo
1.4 Idade
2. Anamnese
3. Exame físico
Sistema cardiovascular:
o Auscultação cardíaca, pulso arterial, tempo de preenchimento
capilar
Cão 70 - 120 bpm
Gato 110 -130 bpm
Equino 32 – 44 bpm
Aves >120 bpm
Sistema pulmonar
o Ausculta pulmonar, presença de secreções e estertores
Cão f 15 - 30 mrm
Gato f 20 – 30 mrm
Equino f 8 – 16 mrm
Aves f >20 mrm
Sistema hepático e renal (palpação abdominal, por exemplo)
Sistema digestório, tegumentar, sistema nervoso, metabólico/endócrino
e por último o sistema músculo-esquelético.
4. Exames complementares
Hematológicos
- Hemácias e hemoglobina
- Hematócrito
- Proteínas plasmáticas totais (PPT)
- Leucócitos
- Plaquetas
- Tempo de protrombina (coagulação)
Bioquímicos
- Avaliação hepática (ALT e FA)
- Avaliação renal (Uréia e creatinina)
- Glicose e eletrólitos
Hospitalização/estabilização
Jejum
Referências
FLUIDOTERAPIA NA ANESTESIA
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
- Temperamento do paciente
- ASA
- Broncodilatação.
Desta forma, estes fármacos são utilizados em medicina veterinária,
sempre que se necessita destes efeitos específicos. As indicações são:
Sultato de Atropina
Brometo de glicopirrolato
LEVOMEPROMAZINA e CLORPROMAZINA
A dose de ambos que pode ser utilizada varia entre 0,1 a 1mg/Kg.
D) BUTIROFENONAS (Tranquilizantes)
XILAZINA
MEDETOMIDINA
DETOMIDINA
ROMIFIDINA
DEXMEDETOMIDINA
Atipemazole
Tolazolina
- Fármaco que possui a capacidade de antagonizar os
efeitos da xilazina, porém nao disponivel no Mercado
nacional.
Ioimbina
CAPÍTULO 7
DOR E ANALGESIA
A) Derivados Opióides
MORFINA
FENTANIL
TRAMADOL
BUTORFANOL
BUPRENORFINA
NALOXONA e NALTREXONA
Uma nova força que cada vez ganha mais espaço na Medicina
Veterinária é a neuroleptoanalgesia, ou seja, a associação entre uma droga
neuroléptica, (um tranqüilizante), associado a um opióide ou outro fármaco que
gere analgesia, sendo amplamente utilizado e demonstrando bons resultados.
Apenas a morfina era utilizada no início, mas hoje já se utilizam mais de 10
associações, desde acepromazina com morfina, acepromazina com tramadol,
midazolam com meperidina dentre outros muitos outros. A combinação destes
agentes pode gerar apnéia ou hipopnéia, bradicardia, defecação, flatulência e
emese.
CAPÍTULO 8
ANESTESIA DISSOCIATIVA
ANESTÉSICOS INJETÁVEIS
1 – DERIVADOS BARBITÚRICOS
3 - ETOMIDATO
Agentes Inalatórios
Coeficiente de partição
ANESTÉSICOS VOLÁTEIS
Ele gera uma depressão funcional do fígado que pode ser temporária ou
permanente, de ação direta ou indireta e inibindo substancialmente a
capacidade de metabolismo de drogas. Dano hepatocelular é associado à
inalação de anestésicos e pode ser manifestada histologicamente como uma
necrose centro lobular. Reduz o fluxo sanguíneo e a capacidade de filtração
glomerular sendo a redução relacionada também com a hidratação e
homeostasia do paciente.
2. ISOFLUORANO
3. SEVOFLUORANO
4. DESFLUORANO
ANESTESIA LOCAL
1. Bloqueios da cabeça
3. Anestesia Epidural
Introdução
A maioria dos fármacos usados na anestesia são potencialmente tóxicos
e produzem alterações nos sistemas cardiovascular e respiratório. Essas
alterações colocam em risco a homeostasia corporal e fazem da anestesia um
procedimento arriscado. Além disso, na maioria das vezes os pacientes
submetidos à anestesia já apresentam alterações importantes em sua
fisiologia, e mesmo os pacientes hígidos ou os submetidos à procedimentos
cirúrgicos eletivos, podem sob o efeito de fármacos, desenvolver distúrbios
fisiológicos importantes, se não identificados e tratados em um curto período de
tempo.
Objetivando-se limitar os riscos da anestesia geral, alterações
“controláveis” devem ser prevenidas. As alterações relacionadas ao paciente
podem ser detectadas na avaliação pré-anestésica e a revisão dos
equipamentos auxilia na prevenção de problemas devido a erros técnicos. A
prevenção básica de problemas envolve a manutenção do paciente em um
plano adequado de anestesia durante o procedimento. Entretanto, mesmo com
uma preparação adequada, não é possível eliminar os riscos devido às reações
individuais e imprevisíveis a anestesia. A detecção precoce de qualquer reação
adversa do paciente é vital. Por isso, deve-se priorizar a monitoração dos
sistemas vitais, como os sistemas cardiovascular e respiratório, que são
responsáveis pela oxigenação tecidual. Adicionalmente, outros parâmetros que
refletem a homeostasia geral e o grau de antinocicepção e inconsciência
devem ser cuidadosamente observados. Portanto, o emprego de vários
métodos de monitoração é justificado pelo aumento do fator de segurança da
anestesia, pois permitem identificar a tempo uma eventual alteração fisiológica
que coloque em risco a vida do animal.
A monitoração pode ser realizada pela observação de sinais físicos ou
por meio da utilização de aparelhos específicos. O acompanhamento da
condição física é de grande importância, uma vez que os aparelhos,
principalmente eletrônicos, estão sujeitos a falhas mecânicas e operacionais. A
determinação do risco anestésico do paciente (classificação da ASA) determina
o tipo e a complexidade dos monitores a serem utilizados. Pacientes de alto
risco devem ter maior número de funções vitais monitoradas. Além das
informações obtidas dos monitores, informações do campo operatório são
igualmente importantes. Assim, a coloração dos tecidos e do sangue no campo
operatório e a pulsação de vasos sanguíneos podem indicar a ocorrência de
depressão cardiovascular ou respiratória.
A utilização de uma ficha de procedimento é recomendada, pois permite
o registro dos acontecimentos durante o procedimento e as respostas do
paciente aos diversos fármacos utilizados, bem como as alterações fisiológicas.
Esse registro deve ser arquivado para posterior consulta em caso de
necessidade de outros procedimentos anestésicos no mesmo paciente.
1. Tonicidade muscular:
- Posicionamento do globo ocular: em cães e gatos, a rotação ventromedial
indica o plano anestésico 1, 2 e 3 do estágio 3. O posicionamento central indica
plano anestésico superficial quando da presença de reflexo palpebral, ou muito
profundo na ausência desse.
- Relaxamento de mandíbula: é um excelente indicativo do plano anestésico
em pequenos animais.
- Relaxamento muscular.
2. Reflexo pupilar:
Testa-se a resposta pupilar ao estímulo luminoso. A ausência desse
reflexo indica plano anestésico extremamente profundo ou lesão de regiões
supra-espinhais.
3. Eletroencéfalograma (EEG):
É muito útil na determinação do grau de sedação ou consciência do
paciente anestesiado. O índice bispectral (BIS) é um parâmetro derivado do
processamento do EEG e através de uma escala numérica de 0 a 100,
correlaciona o estado hipnótico do paciente. Valores próximos a zero indicam
plano muito profundo e valores próximos a 100, estado de consciência.
4. Reflexo podal:
Se houver retirada do membro após a aplicação de estímulo doloroso
interdigital, indica plano anestésico inadequado para procedimentos dolorosos.
6. Reflexos oculares:
- Reflexo palpebral: o reflexo palpebral presente em caninos indica plano
superficial.
- Reflexo corneal: deve permanecer em todas as espécies. A ausência de
reflexo corneal indica plano anestésico profundo.
- Nistagmo: não deve ocorrer. A presença de nistagmo é importante em
equinos, pois indica plano anestésico muito superficial. Em pequenos animais
indica excitação (estágio 2).
Frequência de pulso
Frequência cardíaca
Pressão arterial
Figura 2. Registro gráfico dos potenciais elétricos produzidos pelo músculo cardíaco durante as diferentes
fases do ciclo cardíaco (Tilley & Burtnick, 2004).
Figura 4. Bloqueio atrioventricular de segundo grau no cão (Tilley & Burtnick, 2004).
Oximetria de pulso
Temperatura corporal
Débito urinário
Referências
Haskins, S.C. Monitoring anesthetized patients. In: Tranquilli, W.J.; Thurmon,
J.C.; Grimm, K.A. Lumb & Jones´ veterinary anesthesia and analgesia. 4th
ed. Iowa: Blackwell Publishing, 2007. Chap.19, p.533-558.
Natalini, C.C. Monitoração do paciente anestesiado. In: Natalini, C.C. Teoria e
técnicas em anestesiologia veterinária. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap.13,
p.249-274.
Nunes, N. Monitoração da anestesia. In: Cortopassi, S.R.G; Fantoni, D.T.
Anestesia em cães e gatos. 2ª ed. São Paulo: Roca, 2009. Cap.6, p.83-101.
Moens, Y.; Coppens, P. Patient monitoring and monitoring equipment. In:
Seymour, C; Duke-Novakovski, T. BSAVA Manual of Canine and Feline
Anaesthesia and Analgesia. 2nd ed. Quedgeley: British Small Animal
Veterinary Association, 2007. Chap.7, p.62-79.
Tilley, L.P.; Burtnick, N.L. ECG para o clinico de pequenos animais. São
Paulo: Roca, 2004. 99p.