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3. Apoio a escravidão
3.1. Essa acusação é muito válida para os dias de hoje, onde a escravidão é criminalizada. Mas,
novamente, se formos pensar no século XVIII, que foi a época em que Tiradentes viveu, o Brasil
era uma colônia de Portugal, sendo a mão de obra escrava, portanto, o alicerce daquele Estado.
3.2. De acordo com Leyla Lopes Melo (Professora, advogada, pesquisadora, historiadora e
membro da academia Friburguense de Letras) quando Tiradentes operava como tropeiro, acabou
por vender as mercadorias e os animais para pagar uma pesada multa e as custas do processo,
por ter socorrido um escravo, que estava sendo castigado.
6. O sadismo monárquico
6.1. No dia 21 de abril de 1792 a coroa portuguesa expressa o seu poder diante dos olhos
colonos presentes na região de Minas Gerais. Tiradentes não só foi condenado a morte, foi
levado diante de uma praça pública, onde milhares se atentavam ao acontecimento, foi executado
e esquartejado, por ordens da coroa portuguesa, tendo seus membros espalhados pelos
caminhos de Mina Gerais e sua cabeça posta em exposição como uma espécie de vitória
moribunda.
6.2. Viraremos nossos olhos agora para a validação desse sistema, utilizando do poder a longo
prazo que esse julgamento nos oferece. Trataremos de analisar o quão despótico e arbitrário
foram as legislações vigentes no Brasil colônia, as chamadas ‘’ordenações’’ seguiam o único
objetivo de fundamentar a colônia como uma extensão de Portugal e, portanto, preencher e
satisfazer os interesses da metrópole.
6.3. Com essa conclusão, devemos nos perguntar: uma sociedade na qual emerge de uma
cultural escravagista, autoritária, sem patrimônios com o respeito, misógina entre diversas outras
características reforçadas pela lei, não deve ser contestada de seus juízos?. Devemos nos
agraciar de acreditar cegamente nas acusações desse governo que não possuía
responsabilidade alguma com o bem-estar da nação alocada no Brasil, apenas com as riquezas e
lucros que dela poderia extrair?
6.4. O autoritarismo desse sistema, o sadismo impresso, a dominação por medo e exemplos,
todos esses pormenores fluíam com normalidade nesse governo outorgado. Quando julgamos um
homem que incluso nesse sistema foi coroado traidor por reclamar liberdade, esse homem não é
menos do que destemido e ousado, alguém que devemos ter orgulho de dizer que fora brasileiro.
6.5. Portanto, na subversão de papeis, os que lutaram a favor desse regime, eram atrozes e
olhavam apenas para seus próprios umbigos, a formação de uma ideia liberal e mais democrática
de pensamento liberal não existia naquele período, o mais próximo que encontramos de empatia
social eram movimentos revoltosos como o que Tiradentes integrou.
7. A insignificância de Tiradentes
7.1. Mesmo que Tiradentes não tenha sido o grande líder da inconfidência mineira, ele foi o único
de todos que deu a vida pela ideia.
7.2. De acordo com a historiadora Débora Aladim, no seu julgamento, ele se negou a fingir
algum tipo de arrependimento por ter participado desse plano de burlar a metrópole de
portuguesa. Ou seja, o mesmo seguiu convicto no que acreditava até quando não devia, mesmo
que a consequências fossem a morte.
7.3. Por ser o indivíduo de capital menos favorecida, e por ter sido totalmente leal e transparente
com os seus ideais até mesmo no seu julgamento, ele foi o único também a ter sido morto,
honrando assim a ideia da inconfidência mineira.
7.4. Se ele não foi líder do movimento em vida, ele passou a ser líder da inconfidência mineira a
partir do momento que ele morreu por conta dos ideais da mesma.