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gógica voltada para o desenvolvimento de competências e habilidades” (ARCO-VERDE,

2006, p. 13).
Em 1992, a Ceval, em pareceria com a prefeitura, realizou um programa de alfabe-
tização dos funcionários do frigorífico. No mês de maio de 1992 a Ceval e prefeitura de
Marechal Cândido Rondon firmam convênio de parceria educacional.

Na manhã de hoje, tendo por local o gabinete do prefeito Dieter Seyboth,


aconteceu a assinatura do termo de parceria educacional, entre prefeitura
municipal e a empresa Ceval, visando o desenvolvimento do projeto mu-
nicipal de alfabetização de adultos no município. Representou a empresa
Ceval o seu superintendente, Alzemiro Haut, e assinou como testemunha
a secretária de educação, Venilda Saatkamp, deste projeto que está em
andamento na Ceval, tornou-se um exemplo para outras empresas do mu-
nicípio. O superintendente da Ceval espera com este projeto, dotar os
seus funcionários de um alto conhecimento que resultará em qualidade e
produtividade, dentro do plano de valorização do funcionário desenvolvi-
do pela Ceval. A professora Venilda Saatkamp, titular da pasta de educa-
ção de Marechal Cândido Rondon, destaca a importância do projeto para
o município e principalmente para pessoas que não puderam cursar o en-
sino de primeira a quarta série (FAN, v 206, 20/05/1992).

Este projeto educacional visava qualificar o trabalhador para desempenhar as novas


funções advindas do desenvolvimento tecnológico. A necessidade de alfabetizar o traba-
lhador surgiu a partir da constatação da própria empresa que o trabalhador não conseguia
assimilar as novas técnicas, mesmo à empresa desenvolvendo cursos de treinamento o fun-
cionário não conseguia aplicá-lo, gerando prejuízos ao capital. Com isso havia a necessi-
dade de alfabetizar os tabeladores da Ceval. Sobre o programa, assim destacou o então
gerente da Ceval, Alzemiro Haut:

O programa surgiu quando a Ceval descobriu que o volume de cursos e


treinamentos ministrados aos funcionários não estava trazendo os resulta-
dos esperados. A empresa fez um levantamento das causas dessa defici-
ência e chegou à conclusão que o funcionário não estava assimilando o
conteúdo do treinamento, não porque não quisesse, mas porque tinha de-
ficiências na sua formação escolar básica. Foi então que a Ceval entrou
em contato com a prefeitura municipal de Marechal Cândido Rondon, foi
tomado conhecimento do programa básico de alfabetização de 1ª a 4ª sé-
rie. De forma pioneira e inovadora a Ceval, unidade de Marechal Cândido
Rondon firmou convênio com o poder público e já em fevereiro de 92
implantou o programa de alfabetização básica, formando a primeira tur-
ma na data de ontem (FAN, v 213, 02/12/1992).

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A empresa Ceval também readequou a planta do frigorífico, aumentou a capacidade
de produção, instrumentalizou os trabalhadores com programas educacionais, transferiu os
moradores da Vila Operária para a área do atual Loteamento Ceval. No entanto, apesar de
tantas ações a empresa transferiu-se em março de 1994 para Dourados/MS, conforme di-
vulgação no programa Frente Ampla de Notícias.

Desativado o abatedouro da Ceval: 120 desempregados em Marechal


Cândido Rondon. Definitivamente está desativada a indústria de abate de
suínos da Ceval em Marechal Cândido Rondon. A indústria abatia 800
animais por dia e foi transferida para a cidade de Dourados, no Mato
Grosso do Sul. Os animais continuarão sendo recolhidos pela unidade lo-
cal da Ceval que ficará responsável pelo pagamento e posteriormente pe-
lo transporte ao município Sul Matogrosense. Em torno de 120 funcioná-
rios estão sendo demitidos, entretanto, a direção da empresa está fazendo
o possível para encontrar outros locais de trabalho a estas pessoas (FAN,
v 228, 07/03/1994).

A transferência da Ceval já vinha sendo cogitada há algum tempo, porém, com a


concretização do fechamento da unidade local o fato passou a ser debatido no meio políti-
co, a reportagem mostra como o governo municipal procurava justificar a saída da Ceval
de Marechal Cândido Rondon.

Desativação do abatedouro da Ceval É Questão Administrativa e não po-


lítica. “apesar das ações da administração municipal, a modernização da
indústria em Marechal Cândido Rondon significaria cifras tão elevadas
que não seria possível manter-nos o abatedouro”. Nesses termos, o supe-
rintendente da unidade local da Ceval. Ivo José Dreher se manifestou so-
bre a transferência da indústria de abate ao município de Dourados, no
Estado do Mato Grosso do Sul. A desativação da unidade de abate em
Marechal Cândido Rondon gerou uma série de especulações, onde inclu-
sive, alguns segmentos da sociedade questionam o trabalho da adminis-
tração municipal na tentativa de intervir para que a indústria não se trans-
ferisse para Dourados (FAN, v 228, 10/03/1994).

Não restam dúvidas que a Ceval transferiu-se para Dourados porque teve vantagens
do ponto de vista capitalista. Todavia, o fato foi usado e caracterizado como sendo questão
de administração pública municipal. A saída da Ceval também gerou debate na câmara dos
Vereadores em Marechal Cândido Rondon.

Prefeito Ademir Bier rebate críticas de vereador oposicionista: Na sessão


ordinária do legislativo rondonense realizada na última segunda-feira, o
prefeito Ademir Bier foi alvo de sérias acusações de parte do vereador
Valdir Port, da banda oposicionista da CRP. Naquela ocasião, ao utilizar-

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