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DhâranâOn Line9
DhâranâOn Line9
S
e de Colombo, que viveu há quatro
séculos e meio, ignora-se até hoje o
verdadeiro nome, o berço de sua origem
e muitas das passagens de sua vida,
inclusive algumas das assombrosas viagens por ele
realizadas, que dizer da do Cristo, da qual já vinte séculos
nos separam? Cingir-se à Bíblia com as suas vinte e duas
mil emendas, da Vulgata, afora “enxertos” ou passagens
apócrifas?
Não falemos de qualquer notícia que, de uma
esquina para outra, ou antes, de boca em boca, vai
perdendo a sua originalidade, tomando em geral aspecto
muito maior, numa amplitude descritiva verdadeiramente
pasmosa: a mentira, consciente ou não, diante, muitas
vezes, do pavor que se apodera daquele que presencia
um acidente, uma catástrofe capaz de abalar os nervos...
Outras vezes, porém, simples mania de mentir, de se
engrandecer perante outras pessoas, a quem se procura
dar semelhantes notícias...
“Quem conta um conto, acrescenta um ponto”,
diz em forma de verso o velho adágio popular. Do mesmo
modo que: “Em tempo de guerra, mentira como terra”...
Nos dolorosos tempos da Campanha de Canudos,
por exemplo, Moscou, que era então o seu arraial,
também transformado em verdadeira Gibraltar, devido à
inexpugnabilidade das suas igrejas, verdadeiras fortalezas
de mais de um metro de espessura nas suas paredes,
dizíamos, “mil vezes foi tomada, mil vezes foi arrasada”...
enquanto a cabeça do coronel Tamarindo, na ponta de
um espeque, passava de mão em mão como um troféu de
guerra. E o coronel Moreira César, por sua vez, baqueava
em cima do seu cavalo...
O que de mais verídico subsiste de semelhante
campanha, está descrito em Os Sertões de Euclides da
Cunha na primorosa linguagem, que lhe era peculiar. Haja
vista quando, falando dos “Triunfos pelo telégrafo”,
1
Já tivemos ocasião de dizer em um dos referidos artigos: “Fiquem com as glórias, mas deixem ao menos ao Homem... as suas
misérias, além do mais, porque outra foi a sua verdadeira Pátria”...
2
. Vide O Verdadeiro Caminho da Iniciação e outros estudos nossos por esta revista, onde tratamos, com maior profundeza, do magno
problema dos ciclos raciais.
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cinco dedos da mão, pelos cinco sentidos, pelos Tattvas interpretações), mas, também, “o que conduz o Cristo”
ou forças sutis da Natureza, que também são cinco etc. ao Novo Mundo. Por isso mesmo, “com três caravelas
Por isso mesmo, não podia enganar-se. Assim, toma conquistarei um Reino que não é o meu”, na mesma razão
como exemplo um ovo, para ser colocado de pé, em das palavras atribuídas a Jeoshua, como um outro Cristo:
cima da mesa em torno da qual estavam aqueles que o “meu reino não é deste mundo”. 3
contestavam, como fizeram com Jesus, no Templo, os
sacerdotes ou doutores... Além disso, o ovo – como um
embrião – representa um por venir ou porvir: o futuro que Note-
ali estava lançado ou jogado... em cima de uma mesa. se, ainda,
Não, uma profecia vulgar, mas... a Ciência dos Magos, que a palavra
Adeptos, Iluminados etc. No Tarô (cartas de jogar ou KRISTOFERENS,
Arcanos Maiores e menores, em número de 78, ou sejam: escrita como se
22 maiores e 56 menores), o arcano 7 ou o número total vê na sigla, ou do
da sigla (1, mais 3, mais 3 igual a 7...) é representado modo greco-
pelo Carro ou Mercabah. Hieroglificamente, uma flecha -latino, possui
com a ideia de arma, de instrumento, que se emprega nove letras. E
para governar (não era Colombo um grande navegador, o arcano 9, no
a ponto de dominar a tripulação revoltada, e vir ter aos mesmo Tarô, é
Umbrais do Novo Mundo?...), dirigir, vencer etc. a todas representado
as coisas na vida. Duas flechas põe ele na sua assinatura pelo ERMITÃO,
(Christoferens) uma apontando para o céu, e outra... para Iluminado ou
o seio da Terra, referindo-se ao ponto que às duas separa, à Homem Perfeito.
própria Terra, seu eixo etc. Esotericamente falando, como Razão de trazer
um Iluminado que era, vencedor se fez dos três mundos: na mão uma
o divino, o humano e o do seio da terra, para os ignaros, lanterna acesa,
inferno, mas, em verdade, “reinos inferiores”, por se “iluminando
originar do termo: in-fera. o caminho” a
quantos o quiser
Astronomicamente falando, tal arcano e letra seguir.
correspondem ao signo de Gêmeos... Ermitão ou Homem Perfeito Sua letra
E só isso daria para escrever um compêndio, é o Teth hebraico,
inclusive, no que diz respeito à Direção da referida Missão representado hieroglificamente por um TETO, telhado ou
Y, em tudo e por tudo, em forma-dual... cumeeira. Símbolo, portanto, de proteção. Não implorava
Quem conhece o Tarô, sabe muito bem que tal a proteção de uma Trindade (3 vezes 3 igual a 9...) o
arcano é representado por um Rei, que dirige o Carro... mesmo Colombo?... digamos, aquela sob cuja égide ele
onde se acham atreladas duas Esfinges, ou andróginos mesmo se encontrava, com semelhante missão?
em separado: o Pai-mãe dirigido pelo Filho. Nesse caso, Astronomicamente, corresponde ao signo do
Cristo, Maria e José ou Yoseph, mas no seu verdadeiro Leão. Esse mesmo “Leão ou Dragão de ouro” da famosa
sentido... e não naquele” mayávico ou ilusório”, que profecia de Paracelso (além daquela da Flor de Lis, que
mui propositadamente lhe deu o grande Iniciado, em seria destruída e da qual falamos neste mesmo número
uma época em que, quem não fosse cristão, melhor dito, na Seção dedicada a São Lourenço, na razão da queda
católico (não foi Isabel, a católica, quem lhe ofereceu as dos Bourbons, ou seja, a mesma Monarquia, para a
três caravelas? ... ), não arranjava coisa alguma na vida... implantação da República francesa), dizíamos, serviria
fato que ainda hoje, muitas vezes acontece. de símbolo para um tal Henrique, que deveria vir do
Quanto à sua própria assinatura (em cima, Oriente etc., embora mal interpretada pelos “profetas” de
a razão de ser do seu trabalho, ou em nome de quem hoje, que, diga-se de passagem, “proliferam como erva
Ele, Colombo, levava avante semelhante missão na daninha”... baralhando o verdadeiro sentido das coisas...
face da Terra. E por baixo, de modo velado, quem Ele
era...), CRISTOFERENS, ou “aquele que conduz”,
que leva o Cristo, não só em seu nome (como uma das
3
. Sobre a verdadeira significação do termo “Cristo”, veja-se o longo estudo que fizemos em nosso livro O Verdadeiro Caminho da
Iniciação e em várias publicações desta revista.
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Não é também interessante que o Brasil tenha (Maria provém de Mare o mar etc. estamos fartos de
essa conformação geográfica? 4 ensinar), nesse caso, uma “ave marinha”, se era Colombo
A soma total da sigla é 16, isto é, 7 mais 9 igual um grande navegador, sem falar no resto, que é muito mais
a 16: A Casa de Deus, como é chamado semelhante importante, ainda: Ave ou Avis (avis rara in terris, que ele
arcano. Como Terra da Promissão ou Nova Canaã, todo o também era... ) se ao mesmo Colombo se diz “ser um filho
continente americano representa a “Casa de Deus”, como bastardo de um príncipe da casa de Aviz e... o último dos
prova ter sido até agora poupado pela grande destruição, rebentos de D. Henrique”... Com vista à “Ordem de Aviz”,
por que esta passando o mundo... que, muito antes, chamava-se de Mariz.
Não fomos, também – embora nada sejamos Por que havia Colombo de ter por nome exotérico
(na razão do Ego sum qui sum, ou “eu sou quem sou”...), Salvador Gonsalvez Zarco?
improvisado navegador, indo da cidade do Salvador, que Quanto ao termo Salvador já se falou por demais...
passa por ser a do nosso nascimento, a Portugal... e dali a Sobre o de Gonsalves ou Consalves os dois ilustres
São Lourenço de Gôa, depois, a Ceilão, Calcutá, caminho filólogos portugueses disseram o que lhes foi possível
ao Norte da Índia? dizer. E de modo sem igual, do ponto de vista profano ou
Por uma exotérico. Quanto ao Alves final do segundo termo, faz
dessas interessantes ainda lembrar o de Avis, de Alvares, e, por que não dizer,
causalidades, o emblema de um outro Ser muito mais misterioso, ainda, que se
da Prefeitura da referida chamou Nun’Alvares (o condestável)?
cidade, é “a pomba Albor ou Alvor (a alvorada de um novo Ciclo, com
solta por Noé que volve a descoberta, por sua vez, de um Novo Mundo), também
conduzindo no bico o provém de ALBOREA, Al-Bordi (Montanha Primordial
ramo de oliveira”, e por etc.), e finalmente Albion, que possui a mesma AGARTA,
baixo a conhecida frase dentro dos diversos nomes, que as tradições de vários
latina: SIC ILLA AD países lhe dão. A “velha Albion” é a mesma Inglaterra,
As armas da velha cidade de ARCAM REVERSA EST como um dos pedaços da Atlântida, poupados pela grande
THOMÉ DE SOUZA (assim voltou ela para a catástrofe...
Arca ou Barca). Barca, Arca, caravela, o quer que seja, Quanto ao termo ZARCO, desdobra-se em
tanto se refere ao próprio termo Cristo, Salvador etc. como Z (Zeus, Zero, Zoro, ou Goro, donde o termo “Goro
ao de Colombo, colombina ou pomba... do Espírito Santo. ou sacerdote do Rei do Mundo”, que se encontra nas
Donde, a Maha-Yana ou “Grande Barca de escrituras transhimalaias) e ARCO, pois que ao mesmo
Salvação”, do Budismo do Norte, em um de cujos Templos “arco-íris” se denomina de “ponte de fio de navalha”,
estivemos do mesmo modo que, antes de chegarmos a que conduz de um mundo a outro, na razão do “mundo
Calcutá, tocando em Ceilão, estivemos em contato com a de Duat, mundo jina, astral etc.” que separa o humano do
Hina-Yana ou “pequena Barca de Salvação” do Budismo agartino; do mesmo modo que, em sentido contrário, ou
do Sul, em cujo lugar vieram juntar-se à comitiva Dois de subida, elevação etc. o ponto de partida é o humano
misteriosos Seres, para formarem um TERNÁRIO, ou terreno, o astral em relação com o «véu Akáshico, de
com alguém da comitiva, se os outros (mais quatro... ) Mayá, ou seja o mesmo que a Cabala, na sua linguagem
completavam o iniciático número 7... Sem temor de fazer velada, denomina de Quod superius, sicut quod inferius”...
cair sobre nós, “a ira de Jehovah”, chamá-los-íamos de justamente, por separar o terreno do divino. Zero-arco
KUMARAS, pois, um deles, além do mais, possuía “pés ou astro (astral etc.) foi o nome de um dos seres da série
tão pequeninos”, que pareciam de cabrito... Mas, paremos dos ZOROASTROS, que em verdade, como “religião
aqui por ser vedado dizer o resto. do Fogo ou solar”, demonstra que ZERO-ASTRO não é
Quanto à Salve ou Ave Maria etc. que se encontra outro senão o próprio Sol. E a prova é que o grande faraó
em tal sigla, faz-nos lembrar, também, na nossa tão Kunaton, instituiu o culto “ao disco (ou zero) solar”- E
infantil maneira de interpretar as coisas, o de Ave-mare Aton equivale ao mesmo Sol. 5
4
. Todos os países possuem a sua, tal como a Lei a exige. Um, até, em forma de bota... Bota difícil de descalçar, diante de um outro
Leão, que é aquele de Judá, que volveu à praça de Adis-Abeba, em lugar da loba... como tanto o desejava o imperador Heile Selassié,
com suas duas enigmáticas iniciais, só lhe faltando um J, se é que não o possui, em seu nome secreto...”
5
. Kunaton lido anagramaticamente, ou seja, NOTANUK, quer dizer: o doador de favores o que empresta a vida a todas as coisas etc.
embora até hoje ninguém tenha decifrado semelhante mistério... O mesmo deus Ptah do Egito, note-se bem, representa o terceiro
aspecto daquela mesma Trindade, a quem implorava Colombo etc. Do mesmo modo, “é o distribuidor de favores!...”
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Outrora, escrevia-se Espanha com H, por isso o último ou quarto, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia,
mesmo, as três letras que compõem o nome de Helena para dar razão de ser a um CRUZEIRO Mágico, que,
Petrovna Blavatsky, mesmo que sua missão, ao lado embora traçado na face da Terra, tem a forma idêntica
de Olcott, para a América do Norte ocultava os nomes em seu Seio, e nos céus, a esplendorosa Constelação,
dos países donde vieram as mônadas (a Península possuidora do mesmo nome, que a bem dizer, é o precioso
Ibérica), isto é, Hespanha e Portugal, firmando-se mui Símbolo estelar da Pátria Brasileira. Donde possuir ela
especialmente no Brasil. Depois de fundada a nossa Obra, a “Ordem do Cruzeiro”, como a mais alta distinção que
passam tais letras a significar: HOJE PELO BRASIL. se pode conceder a um homem ilustre, um herói, um
Não são os dois idiomas usados na América do benemérito, enfim, seja nacional ou estrangeiro. 6
Sul? Isso, além do mais, vem provar que, exotericamente Volvendo às três iniciais H. P. e B. no que diz
falando, Colombo é espanhol, enquanto Cabral, respeito a Helena Petrovna Blavatsky, foi ela, ao lado de
português, pois que, a sua verdadeira Pátria, como foi dito, Olcott, uma espécie de Yokanan ou anunciadora – além
tanto se acha no Gonçalves de Colombo, como no Alvares do seu papel, como já foi dito, para a 6ª sub-raça, em
de Cabral. Norte-América – de um par verdadeiro, cujos nomes são
Se se traçar uma reta de Porto Seguro (Atlântico) completamente idênticos, ou sejam, Henrique e Helena.
até alcançar o lado oposto ou Pacífico, atingiremos a Uma simples casualidade, e não que tenha algo a ver uma
Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, algo assim como forma-dual com a outra.
“uma marcha para Oeste”, ou de se unirem os dois JHS, como se viu, sai da cidade do Salvador,
“mares-oceanos”, como se dizia antigamente. Outrossim, indo a Portugal, onde, além do mais, existe uma estância
traçando-se uma vertical partindo da Serra do Roncador, hidromineral (como a Sul-Mineira) denominada São
em Mato Grosso da qual tanto falamos em nossos escritos, Lourenço dos Anciães, região essa, onde há muitos anos
vai-se ter à Vila Velha, em Ponta Grossa, no Estado do se reuniam os primeiros Membros de uma Ordem secreta,
Paraná... denominada dos Marizes (dos Morias, dos Meuros etc.) e
dos quais existem ainda muitos ramos no velho Portugal
com esse nome, por sinal que
José de Alencar, no seu imortal
romance O Guarani, ao pai e
irmão de Ceci deu os nomes
Antonio e Diogo de Mariz.
Pouco importa que o contestem,
mas foi dessa mesma Ordem
que surgiu a mais conhecida,
ou seja, a de Aviz. Não se deve
esquecer que, a dos Templários,
por sua vez, se transformou na
Ordem de Cristo. A cor da fita
e do emblema dos Avizes era
Verde, enquanto a de Cristo,
encarnada. A união entre
ambas forma a cor da primitiva
Ordem, donde ambas saíram:
a dos Marizes. Sim, com
essas mesmas cores (verde-
encarnado) surgiu o pavilhão da
Pedro Alvares Cabral e seu brasão
Pátria Portuguesa... Mistérios
que o mundo profano não sabe
Razão de se dizer de modo velado, mesmo ainda nem pode descobrir...!
agora o estamos fazendo... que – numa transcendental
geminidade, vem ao mundo alguém, em nossa Obra, de
Mato Grosso, enquanto o outro, do Paraná: e a seguir,
mais um de Porto Seguro, no sul da Bahia, e finalmente,
. A Ordem do Cruzeiro possui cinco graus: 1º Grã-Cruz, 2º Grande Oficial, 3º Comendador, 4º Oficial e 5º Cavaleiro.
6
7
. Em artigo nosso publicado nesta Revista em 1927, dissemos sobre o assunto as seguintes palavras:
“A AGARTHA mantém 22 Templos ou os 22 Arcanos maiores de Hermes, que são, ainda, as 22 letras de vários alfabetos, inclusive o
hebreu, e representa o ZERO místico (Zero astro ou Sol, tanto vale, donde o termo ZOROASTRO etc.) ou o Incognoscível. O Zero é
Tudo ou Nada. Tudo para a Unidade harmônica. Nada sem Ela. Tudo pela Sinarquia, Nada pela Anarquia.
Um outro Templo encobre este (serve de escudo, de “círculo de resistência” etc.) : é a Maçonaria dos Taichus-Marus, cujos ramos se
estendem, secretamente, na Ásia e em muitos países cristãos.
Esta Maçonaria (melhor dito, Fraternidade Secreta), cujo Templo – é mais conhecida, dizemos hoje, por Bhante-Yaul ou Jaul, (na razão
das duas iniciais das colunas do de Salomão ou J é B, Jakim e Bohaz etc. ) se compõe de 33 Lojas, e cada Loja, por sua vez, compõe-se
de um Mestre e 33 obreiros (deixemos passar a numeração, que, não é bem essa, aparte opiniões contrárias), cada obreiro tem 33
discípulos, e possui por trás das suas 33 Lojas, um Conselho presidido por Um Ser de hierarquia elevada (o mesmo “Rei do Mundo”,
Melquisedec, o nome que lhe quiserem dar).
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Nós outros, de há muito, já as tínhamos exaltado, letra, o Thau hebraico, que tem por hieróglifo: o Seio. Seio
em nossa própria Obra, isto é, na parte do Globo onde da Mulher ou Mãe, que amamenta seu filho na primeira
se dá a Construção, e não a Destruição... através do das quatro idades da vida. Seio, também, da Mãe-Terra,
termo LAUDATE PUERI DOMINE, “louvai, crianças, para todos os seres que nela habitam: por isso mesmo
ao Senhor”. Sim, porque é nelas que se acham todas as seus filhos. “Seio da Terra”, ou “Laboratório do Espírito
esperanças da SEMENTE, que há de germinar e produzir Santo” como o denominam as escrituras sagradas
os frutos de uma Nova Civilização, Não fosse nosso lema: do Oriente. Espírito Santo, como se disse em outros
Spes messis in semine, “a esperança da colheita está na lugares, simbolizado pela Ave (Avis) solta por Noé (lido
SEMENTE”. anagramaticamente, é o EON grego, com o significado
Sim, a Obra começou – desta vez – em de “Manifestação da Divindade na Terra”), e que volta
SRINAGAR, para se consolidar ou objetivar em São com o esperançoso ramo de oliveira no bico (Ramo racial,
Lourenço, através daquele “par”, que, para o mundo, entretanto, se todo Manu, seja Moisés ou outro qualquer,
passa por ter nascido na “Cidade do Salvador”. vem sempre à frente de uma nova raça ou civilização...).
LORENZO-PAOLO-DOMICIANI, por sua Nos primitivos alfabetos hebraicos, tal letra era
vez, o nome secreto do Conde de São Germano, pouco representada por uma cruz, embora até hoje ignorado
importa que ninguém o saiba, ou ouse contestar as nossas fosse tão obscuro simbolismo, que outro não é senão o
palavras... Thau, como 22ª letra do referido alfabeto, relacionar-se,
cabalisticamente, com O Mundo. Não é esse o significado
São Germano representava o CONSTRUENS. do arcano 22? Uma cruz tanto vale pelo número 4 (quatro
Enquanto Cagliostro, o DESTRUENS. braços etc.). E a prova é que, astronomicamente falando,
O equilíbrio entre ambos equilibra também a possui o seguinte símbolo,
evolução geral do mundo.
LOURENÇO-PRABASHA-DARMA - pouco
importa que todos agora o saibam – é o nome do Manu.
Sim, o Manu da 7ª sub-raça...
Repetimos: LOURENÇO-PRABASHA-
DHARMA, sim, porque o Oriente aí está representado ou seja, o mesmo mundo... com seu pesado madeiro
no sânscrito como língua sagrada na velha Aryavartha. cármico às costas. Enquanto Vênus como seu reflexo nos
Enquanto o Ocidente, no português do termo céus e justamente o contrário:
LOURENÇO. Língua, por sua vez, sagrada, pelo
privilégio de ser a adotada nas duas pátrias irmãs, que
melhor seria dizer, Mãe (Portugal) e filho (Brasil) .
Não exigiu a Lei que o Oriente se fundisse no
Ocidente?
Por isso que da mesma vieram Aqueles que
Quanto à língua portuguesa ressoa como o canto
dirigem a Terra: “os Senhores de Vênus”.
dos devas (anjos), no Heptacórdio Celeste. No Grande
Concerto Universal da Cadeia Setenária, não foi Ela a Como manifestação divina, ou terceiro Logos, é
escolhida para a civilização conhecida sob o nome de inscrito de outro modo:
“7ª sub-raça do ciclo ário?” Por isso que a Missão da
STB, no que diz respeito ao continente sul-americano, é
denominada de Missão dos Sete Raios de Luz.
Dizer as afinidades que o referido termo
(LOURENÇO) tem com a Obra em que a
Sim, a cruz passa para o centro do círculo, ou,
STB se acha empenhada, não fica bem em
antes, para “o seio da Terra”.
semelhante trabalho, e, sim, na Seção dedicada a ele
mesmo, que é sempre a “Chave que fecha o portal de Símbolo, portanto do Espírito Santo, como 3ª
cada um dos números de seu órgão oficial, a revista pessoa dessa mesma Trindade.
DHÂRAN”. Júpiter, assinalado do
LAURENTA é o nome que tem o 22º ou último seguinte modo
Arcano Maior, também chamado: O MUNDO. É sua
8
. Cuidado, porém, com os “messias guerreiros” que, sendo também três na agonia de um ciclo, para o nascimento de outro... mais
parecem “avataras” demoníacos como aqueles três flagelos de Deus: Átila, Gengis-kan e Tamerlão.
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IRMÃOS VILLAS BÔAS:
A FORMAÇÃO DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA1
1
. Este artigo está baseado em (e estruturado a partir de) outro, intitulado Irmãos Villas Bôas, Roncador e Ararat, publicado na edição nº 171 (abril/2014), Ano 14,
págs. 6/10, do Boletim Informativo Integre-se, do Departamento de São Paulo - Lacerda Franco da Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE).
2
. Membro da Série Interna do Departamento de São Paulo - Lacerda Franco da SBE.
3
. Vide texto intitulado Os Irmãos Villas Bôas, como item das Apresentações do livro A Marcha para o Oeste, de Orlando e Cláudio Villas Bôas (São Paulo:
Companhia das Letras, 2012, p. 11).
4
. No artigo intitulado Meu Canto de Cisne, publicado na Dhâranâ nº 23 (julho-dezembro/1963, Ano XXXVIII, pág. 5), referiu-se o Prof. Henrique José de Souza a
“um Templo nas imediações do Roncador, como centro do sistema geográfico Brasileiro, onde já se acha um marco apontando esse mesmo lugar que em verdade
nos pertence, fato esse glorioso”, e completou dizendo ser o sertanista Villas Bôas o seu descobridor (referindo-se aí, provavelmente, a Orlando), “como prova ter
ele passado um telegrama ao Presidente Juscelino Kubitschek cientificando-o de semelhante descoberta e respectiva medida de firmar naquele lugar semelhante
marco”.
5
. Em artigo intitulado Brasília - Capital da Era de Aquarius, publicado em Dhâranâ nºs 13 e 14 (janeiro-junho/1960, Ano XXXV, pág. 3), Valdemar H. Portela e Her-
nani Monteiro Portela referem-se à “região do Roncador, onde um dia se acharão as ruínas da Cidade dos Telhados Resplandecentes”, fazendo alusão à sua cone-
xão com a “4ª Cidade Atlante”.
6
. Há várias menções, em artigos publicados em Dhâranâ, à condição dos xavantes (ou chavantes) como guardiões de certos segredos da região do Roncador-Xin-
gu. Na Dhâranâ nº 106 (outubro-dezembro/1940, Ano XV, pág. 3, nota de rodapé nº 2), por exemplo, no artigo intitulado O Mistério dos Incas, de P. Odinot, com
comentários do Prof. Henrique José de Souza, há menção à “tradição que nos fala do aviso lançado pelos chavantes todas as vezes que alguém ousa aproximar-se
daquelas ‘terras sagradas’”. Consta daquele artigo, também, que “o termo ‘chavantes’, embora silvícola, poderia ser decomposto em dois outros bem nossos: chave
e antes... E, confirmada esta derivação, confirmada ficaria igualmente a hipótese de estar na mão deles a chave do enigma que, infelizmente não pode ser revelado
aos chamados civilizados, a menos que adquiram uma cultura diferente daquela que recebem nas suas escolas”.
7
. Consta que os índios Kalapalo, que teriam tido contato com Fawcett, opuseram-se fortemente, mesmo muitas décadas depois, em 1996, a novas expedições que
buscavam pesquisar o ocorrido com ele, conquanto tenham, por outro lado, ajudado os Villas Bôas nesse mesmo sentido.
Interessante, nessa linha, o contido no site da editora brasileira denominada Kalapalo, na qual consta ser este “o nome de uma importante tribo do Alto Xingu,
hoje dentro do Parque Nacional do Xingu”, e que “foram eles os primeiros índios não civilizados a travarem contato com os irmãos Villas Bôas, em 1945, durante
a Expedição Roncador-Xingu”, além de estarem, também, “diretamente envolvidos com a história do misterioso desaparecimento do explorador e aventureiro
inglês, o Coronel Percy Fawcett, em 1925”. A seguir, diz: ”Os Kalapalos impediram ou ajudaram a impedir, de algum modo, a passagem de um explorador colonial
britânico, mas permitiram a passagem de brasileiros preocupados com o futuro dos índios e com o rumo do desenvolvimento nacional. Esse discernimento intuiti-
vo e sua posição de responsabilidade, como uma espécie de ‘guardiões da entrada da Amazônia’, são bastante representativos da filosofia da editora” (vide http://
www.kalapalo.com.br/index.php/editora/; acessado em 5.5.2014, às 22h).
8. Vide, por exemplo, artigos intitulados El Dorado (Dhâranâ nºs. 67 a 69; julho-setembro/1931; Ano VI), O Governo Oculto da S.T.B. (Dhâranâ nº 77; julho-setem-
bro/1933; Ano VIII) e A Esfinge da Serra do Mar (Dhâranâ nº 85; julho-setembro/1935; Ano X).
9
. Por exemplo, no artigo intitulado El Dorado (Dhâranâ nºs. 67 a 69; julho-setembro/1931; Ano VI) o Prof. Henrique José de Souza, após se referir a local deno-
minado, no âmbito das lendas tupis, de “Matatú-Araracanga” (isto é, diz ele, “Cachoeira das Araras”), fala de outro local como segue: “Mais interessante ainda,
é aquele situado muito além do primeiro, às margens do Xingu, por cujas galerias subterrâneas – à parte negações estúpidas de quem nada sabe a respeito – se
pode ir até a cidade de Cuzco, próximo a Machu-Pichu, no Peru, como antiga Fraternidade Jina, por sinal, onde esteve H.P.B em uma de suas viagens em volta do
mundo”.
10
. A Expedição Roncador-Xingu foi criada pela Coordenação de Mobilização Econômica (CME, uma espécie de “superministério”, na época), por intermédio da
Portaria nº 77, de 3.6.1943, tendo sido, posteriormente, declarada de “interesse militar” através do Decreto-Lei nº 5.801, de 8.9.1943 (vide http://www2.camara.
leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-5801-8-setembro-1943-415761-publicacaooriginal-1-pe.html; acessado em 9.5.2014, às 16h08).
11
. Vide http://www.quemdisse.com.br/frase.asp?frase=98596#ixzz30ZPgb3Sa (acessado em 5.5.2014, às 10h36; contém texto intitulado O verdadeiro sentido de
brasilidade é a marcha para o Oeste), dentre outros que mostram esse discurso.
pensamento eubiótico, a importância de Getúlio Vargas pontuaram escritores e artistas como Oswald de Andrade,
na medida em que, considerado um assura, fez parte do Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del
grupo (que incluía Mahatma Gandhi, Hiroíto, Rudolf Pichia12, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Di Cavalcanti,
Steiner e outros) de 14 personalidades incumbidas de Victor Brecheret, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti,
criar uma ambiência adequada, nos planos intelectual, dentre outros, e a partir do qual passaria a ser colocada em
filosófico e político, para a germinação e posterior debate, mais incisivamente, essa questão da identidade
expansão do trabalho em que se engajariam o Prof. cultural.
Henrique José de Souza e Dona Helena Jefferson de A propósito, um editorial histórico do jornal Folha
Souza. Nessa linha, encarregou-se Getúlio de transformar de São Paulo, de 15.5.197813, dizia que “os críticos e os
as bases econômica e social do Brasil, a fim de que o País estudiosos entram em sintonia num ponto: a Semana
pudesse superar a fase de economia primária/agrícola de Arte Moderna, realizada em 1922, em São Paulo,
e se tornar uma economia industrializada, tendo, para representou um marco, verdadeiro ponto de inflexão
tanto, introduzido uma nova (e, à época, revolucionária) no modo de ver o Brasil”. E, após ressaltar que “do
legislação trabalhista, incluindo a definição do salário- ponto de vista artístico, o objetivo fundamental da
-mínimo para o trabalhador, bem como dado início à Semana foi acertar os ponteiros da nossa literatura
indústria de base brasileira, envolvendo especialmente com a modernidade contemporânea”, disse o editorial
as áreas de siderurgia e energia, além de estabelecer as que “desse ângulo, o modernismo é expressão da
diretrizes iniciais da política de industrialização para modernização operada no Brasil a partir da década de
substituição de importações (ISI) que seria fundamental 20, que começava a dar sinais de mudança (vide, no
para a mudança do patamar produtivo da economia plano político, o movimento rebelde dos tenentes) de
brasileira. Além disso, trouxe inovações em vários outros uma economia agroexportadora para uma economia
campos, como o voto feminino, o ensino de música na industrial”.
educação pública (por influência de Villa-Lobos) etc.
No campo científico, sobretudo na antropologia,
Importa salientar, também, que o Brasil vivia, entre na história e na sociologia surgiriam obras marcantes
as décadas de 1920 e 1930, uma grande efervescência com Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, dentre
não só no âmbito político, mas também no plano cultural, outros, discutindo as características da formação do povo
com a busca de uma identidade (cultural) propriamente brasileiro, tendo Gilberto Freyre, em particular, trazido
brasileira, cujo ponto de partida fora, em grande medida, o o que se poderia denominar, de certo modo, de “novo
Movimento de 1922 (Semana de Arte Moderna, idealizada paradigma” acerca da importância da mestiçagem no
por Di Cavalcanti e realizada entre 13 e 18.2.1922 Brasil.
no Teatro Municipal de São Paulo), no bojo do qual
12
. Terezinha de Jesus Dias Pacheco reproduz, em seu artigo Bruno de Menezes e o Modernismo no Pará (Revista Em Tese, v. 6, pp. 165-172, agosto/2003; Belo
Horizonte: UFMG/FALE/Pós-Lit), parte do discurso em que Menotti del Picchia, na qualidade de orador oficial da segunda noite do evento, dizia o que se pensava
sobre o Modernismo: “A nossa estética é de reação. Como tal, é guerreira. O termo futurista, com que erradamente a etiquetaram, aceitamo-lo porque era um car-
tel de desafio (...) No Brasil não há, porém, razão lógica e social para o futurismo ortodoxo, porque o prestígio do seu passado não é de molde a tolher a liber-
dade da sua maneira de ser futura. Demais, ao nosso individualismo estético repugna a jaula de uma escola. Procuramos, cada um, atuar de acordo com nosso
temperamento, dentro da mais arrojada sinceridade. (...) Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores, chaminés de
fábricas, sangue, velocidade, sonho, na nossa Arte (...)”. (grifamos)
13
. Editorial intitulado Semana de Arte Moderna: o sarampo antropofágico. Vide http://almanaque.folha.uol.com.br/semana22.htm: acessado em 5.5.2014, às
10h28.
Na música, Heitor Villa-Lobos inseria em suas depois, desmentir) que a fim de permitir a “acomodação”
obras motivos brasileiros, ligados ao campo (com a figura dos povos que se debatiam na guerra, seria o caso de se
do “caipira”) e à floresta, causando grande perplexidade promover a ocupação dos espaços brancos do território
no âmbito das elites arraigadas ao culto ao “europeísmo”. brasileiro15. Essa declaração, somada à publicação
E, importa salientar, no terreno das filosofias por Cassiano Ricardo (1895-1974), em 1940, de um
religiosas começava a se estruturar o movimento livro homônimo do movimento (Marcha para Oeste),
eubiótico, entre 1921 e 1924, com a criação da entidade fez com que o processo, segundo Orlando Villas Bôas,
Dhâranâ - Sociedade Mental Espiritualista, que passaria efetivamente acontecesse.
a se denominar, em 1928, Sociedade Teosófica Brasileira Enfim, consta que esse pronunciamento de
(STB), vindo a assumir, mais tarde, o nome atual de Raynaud fez com que Getúlio, após sobrevoar a região
Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE). O surgimento do Roncador e tomar contato com toda aquela imensidão
dessa corrente filosófica (Eubiose) deu-se, pois, praticamente intocada16, resolvesse criar dois organismos
contemporaneamente e, de certo modo, em sintonia com para iniciar a sua ocupação: a Expedição Roncador-Xingu
o movimento de renovação da literatura, das artes e da e a Fundação Brasil Central (FBC), sendo a primeira um
arquitetura no Brasil, notadamente no que tange ao seu órgão de vanguarda, que escolheria os pontos ideais para
aspecto de definição de uma identidade propriamente os futuros grupos de povoamento, enquanto a segunda,
brasileira, presente o fato de que uma das ideias-força a FBC, encarregar-se-ia, na sequência, de implantar
do pensamento eubiótico envolve, precisamente, a esses núcleos17. Nesse processo, acabariam assumindo,
proposição do Brasil como grande nação do futuro. acessoriamente, também as funções de mapear toda a
Assim, foi nesse contexto de novidades e região central do Brasil e marcar o centro geográfico
perplexidades que Getúlio Vargas lançou o movimento do território nacional, além de providenciar a abertura
Marcha para o Oeste, o qual se mostraria, entretanto, de caminhos que permitissem a ligação por terra com o
bastante claudicante até o início da década de 1940, restante do País.
por fatores os mais diversos, tanto de ordem interna Para a consecução dessa empreitada Getúlio Vargas
(pela precariedade dos instrumentos de ação, escassez encarregou João Alberto Lins de Barros, nomeado para
de recursos etc.), quanto ligados à esfera internacional a Coordenação de Mobilização Econômica (CME), de
(com o rescaldo, ainda, da Grande Crise de 1929 e, por adotar todas as medidas necessárias à ocupação das
outro lado, a iminência e posterior eclosão da II Guerra citadas “manchas” ou “espaços brancos” a oeste do
Mundial), tendo tido novo impulso, segundo relatos território nacional, iniciando o que passaria a ser chamado
de Orlando Villas Bôas14, após um pronunciamento de “interiorização do Brasil” ou “integração nacional”. À
atribuído a um iminente político francês, Paul Raynaud frente da Expedição, Getúlio colocou o tenente-coronel
(1878-1966), que teria declarado (ainda que tentasse, Mattos Vanique18.
14
. Vide: (a) Programa Roda Viva de 19.4.1993 (TV Cultura de São Paulo), em http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/534/entrevistados/orlando_villas_boas_1993.
htm (acessado em 5.5.2014, às 10h26); e (b) vídeo intitulado Irmãos Villas Bôas - Bandeirantes do séc. XX, atribuído a NVillas, postado em http://www.youtube.
com/watch?v=TIm20LBaBXw (acessado em 5.5.2014, às 10h45).
15
. Orlando Villas Bôas reproduziu, no Programa Roda Viva de 19.4.1993 (op. cit.), com as seguintes palavras, o que teria sido a declaração de Paul Raynaud: “Já
que a tônica da guerra é um espaço vital, por que não ocupar os [espaços] brancos do Brasil Central com as populações descendentes da Europa?” (vide Memória
Roda Viva no link citado na nota anterior: acessado em 5.5.2014, às 10h26).
16
. Curioso que há uma referência, na Dhâranâ nº 106 (outubro-dezembro/1940, Ano XV), no artigo intitulado O Mistério dos Incas, de P. Odinot, a uma viagem de
Getúlio Vargas à região, como segue: “Quando da patriótica e construtiva viagem de Sua Excelência o Senhor Presidente da República ao Norte do País, teve oca-
sião de sobrevoar uma faixa de terreno nas imediações da Serra do Roncador e, tanto ele como alguns membros da sua comitiva, observaram, verdadeiramente
admirados ‘longas e perfeitas estradas’ que simples selvagens não podiam ter construído”.
17
. Vide Programa Roda Viva de 19.4.1993, da TV Cultura de São Paulo (op. cit.).
18
. João Pacheco de Oliveira observa (em Uma viagem ao Brasil profundo, como prefácio do livro A Marcha para o Oeste, de Orlando e Cláudio Villas Bôas - op.
cit., p. 18) que João Alberto Lins de Barros “fora integrante do movimento tenentista, participara da Coluna Prestes e mantinha uma intensa atividade política nas
décadas de 1930 e 1940”, e que Mattos Vanique era um dos mais antigos colaboradores de Getúlio e ex-chefe de sua segurança pessoal. Isso parece dar uma certa
dimensão da preocupação de Getúlio com relação a esse projeto de ocupação do oeste brasileiro.
19
. Vide, por exemplo, o tópico “Parque Indígena do Xingu” na Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xingu; acessado em 5.5.2014,
às 22h04).
20
. Esse texto abre o livro Tradição e Resistência: encontro de povos indígenas (São Paulo: Edições SESC/SP, 2008), pp. 9/10.
. Vide introdução do livro, de natureza autobiográfica, Orlando Villas Bôas: História e Causos (São Paulo: Ed. FTD, 2006). Para Lévi-Strauss, “não estamos em
21
contato com um povo de cultura primitiva [...] estamos tendo a oportunidade de viver com uma outra humanidade, com uma outra ética, outra moral, outra visão
de mundo”.
22
. Vide, por exemplo, http://www2.uol.com.br/JC/_1998/0203/br0203a.htm (acessado em 9.5.2014, às 12h50).
23
. Documentário baseado na obra O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro, produzido e disponibilizado em DVD pela Versátil Home Vídeo (São Paulo: 2005)
24
. Vide, por exemplo, o tópico “Parque Indígena do Xingu” na Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xingu; acessado em 5.5.2014,
às 22h04).
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__________ - Meu Canto de Cisne. Artigo in Revista
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Dhâranâ nº 23; julho-dezembro/1963, Ano XXXVIII. São
Acessado em 5.5.2014, às 10h45 (vídeo intitulado Irmãos
Paulo: Sociedade Brasileira de Eubiose, 1963.
Villas Bôas - Bandeirantes do séc. XX, atribuído a NVillas).
João e Janus
É muito pouco falada a associação entre João e
o deus romano Jano ou Janus. Segundo Henrique José
de Souza, ambos os nomes têm o mesmo significado:
“O que possui duas faces”. O deus Jano é representado
por dois rostos, cada uma olhando em sentido oposto.
Simbolicamente um olha para o passado e outro para o
futuro. Também é representado por duas portas: uma
de entrada e outra de saída (janua em latim significa
“porta”). Por isso é considerado o deus dos inícios, das
decisões e escolhas. Do termo Janus também se derivam Busto do deus Jano - Vaticano
os nomes Jano, Jaino, Jairo, João, Jefferson etc, todos
nomes ligados ao sacrifício...
sabe este ser não nos sirva de exemplo para a necessidade
Jano deu origem ao nome janeiro, primeiro mês
do sacrifício, seja em qualquer esfera da vida humana,
e que inaugura o ano. Mas essa relação também está
transformando-o num sacro ofício... tão importante
ligada aos solstícios: janeiro e junho são duas portas por
é essa virtude que a sexta pétala do Chacra Cardíaco,
onde penetra a luz do sol mais ou menos intensamente.
denominada Yagu, tem como tema meditativo “O
Por isso a estreita relação entre o deus romano e os dois
Mistério do Sacrifício”. Quem sabe Jano não grita, de
Joãos. Mais especificamente a João Batista, como um
forma silenciosa e simbólica através de seu mito, pela
Yokanaan, esta relação estreita-se ainda mais: enquanto o
necessidade de se olhar para o passado e para o futuro,
deus romano representa o passado e o futuro, através das
com vistas ao PRESENTE, que é o único, eterno e fugaz
duas faces, seres desta hierarquia trabalham pelo passado
momento da vida humana.
e pelo futuro: resgatando o primeiro e preparando/
anunciando o segundo, como dito anteriormente. Deixamos aqui, como tema de meditação, as
palavras dos teósofos Jean e Michel Angebert, escritas
Também há representações de Jano cujas faces
na introdução de “O Livro da Tradição”: “Em todas as
são: uma de um homem jovem e belo (representando o
épocas o Homem tem-se inclinado sobre o seu destino,
futuro), e a outra de um ancião (representando o passado).
fazendo a si mesmo a tríplice interrogação, que data das
Aqui vemos uma nítida similaridade com o Primeiro
origens da Humanidade: ‘Quem somos? De onde viemos?
Arcano da era de Aquário, o Unilateral: figura arquetípica
Aonde vamos?’. Se não podemos ainda antecipar sobre o
representada por um ser metade jovem e metade ancião.
futuro ou preconceber sobre o devir, isso se deve na verdade
Também remete à Asgalacha, a junção dos símbolos dos
a uma razão bem simples: não conhecemos a outra face
planetas Júpiter (jovial) e Saturno (ancião), donde deriva
de JANUS, que é a do passado, ou antes, julgamos ver seu
a verdadeira Swástica que impulsiona a evolução na Terra
rosto, e esse rosto, entretanto, continua afogado na sombra.
(a “swástica” nazista foi uma deturpação consciente deste
Nossa verdadeira identidade situa-se no Presente. Fagulha
símbolo milenar presente nas tradições orientais, em
vivida cuja luz nos transporta no Tempo e no Espaço, esse
especial, a indiana, tornando-se um símbolo de involução.
Presente se afirma pelo encontro de duas forças: o Grande
E por isso, dentro da Eubiose, é chamada de “Sowástica”).
Passado e o Futuro que o HOMEM PRIMORDIAL dotado
E qual a lição que o mito de Janus deixa para das qualidades essenciais que fazem com que ele possa deter
o homem moderno e ocidental? Qual a inspiração que este papel de pontífice, função sagrada, já que se inscreve
esse mesmo homem deve extrair da vida e função dos em uma concepção total do universo na qual o divino vem a
Yokanaans, especialmente João Batista? Que cada um se confundir com o terrestre através da lei das harmonias e
medite e responda essa questão por si próprio. Quem das correspondências.”
Dhâranâ On-line outubro de 2014 a janeiro de 2015 27
O PODER FEMININO NA ARTE
O CANTO ETERNO DE
Allahmirah
Iara Fortuna
Uma pequena homenagem à Mãe de todas as Mães, a Divina Mãe, a Grande Mãe que pulsa,
vibra, inspira; que plasma e gera todas as grandes artistas do mundo, e seus filhos intelectuais
que são suas obras artísticas.
Dhâranâ On-line outubro de 2014 a janeiro de 2015 28
Ao eterno feminino
A DANÇA
Citando o nos museus do Louvre e no museu Britânico. Por isso sua
que dizia o filósofo dança lembra a Arte Grega, pois, segundo ela, “sua arte
alemão F. Nietsche: surge da grande fonte natural da beleza: a Grécia antiga”.
“eu só acreditaria num Conheceu Auguste Rodin, o grande gênio da
Deus que dançasse”, escultura, e com ele aprendeu que nada é feio na Arte, a
lembremo-nos agora não ser aquilo que não tem personalidade, aquilo que não
de uma Mulher muito oferece uma verdade interna ou externa. Neste sentido, na
à frente de seu tempo, Arte, o feio pode ser belo, é possível dançar a deformidade
para quem a “dança de um corpo, a feiúra, o que é torto e disforme, se tudo isto
era liberdade pura”, contiver uma verdade na forma de se expressar, tudo isto
uma ligação cósmica pode ser imensamente Belo.
com sua natureza
divina, como se a Isadora Duncan teve uma vida terrível. Foi tachada
Luz e o Esplendor de de imoral por ter tido filhos fora do casamento. Nunca
Allahmirah fluísse de quis se casar, mas casou-se uma vez com um poeta russo,
seus braços, suas mãos, para que ele conseguisse a permanência nos EUA.
seus pés e todo o seu E ela, que dançou a liberdade e o amor, teve que
corpo. ISADORA dançar a dor também. A dor de ter perdido seus dois filhos
DUNCAN, a mãe da dança moderna no Ocidente pequenos, afogados no Rio Senna. Ao se deparar com a
. profunda tristeza de ter perdido seus únicos filhos, ela
Isadora foi a porta-voz da liberdade do corpo e diz: “não, aqui não há gesto, nem qualquer expressão”.
da alma. Causou polêmica ao jogar fora as sapatilhas de Isadora só foi salva pela Arte. Só a Arte pode salvá-la, e
ponta e ignorar todas as técnicas do balé clássico, dizendo ela disse: “a arte é maior que a vida”. E teve a partir da
que a dança não era isso. “A dança é o movimento do dor um insight, ao perceber que todos os filhos do mundo,
corpo humano em harmonia com o movimento da terra”. poderiam ser seus filhos. E assim, continuou dançando a
“Minha dança é o movimento da alma”. Ela começou a dança da vida. Criou uma Escola de Dança para crianças
estudar minuciosamente a natureza e seus movimentos. O carentes na Rússia. Ao voltar para os EUA, teve visto
movimento do vento nas folhas, nas árvores, o movimento negado, e também na Inglaterra. Tachada de comunista,
das marés, e percebeu que todo o planeta dança, a Terra morreu pobre, sem pátria, de maneira trágica com sua
dança e daí “o movimento pode ser uma prece, uma forma enorme echarpe, que ela sempre usava, enroscada sob as
de oração”. rodas do carro que a conduzia. Morreu em Nice, na França
em 14 de setembro de 1927. E está sepultada no Père-
Os movimentos de Isadora lembram muito a Arte Lachaise. Ela criou e dedicou a seus filhos que morreram,
Grega, pois ela inspirou-se para criar seus movimentos e a todas as crianças do mundo “a dança dos espíritos
nas figuras das bailarinas que ela via nos vasos gregos sagrados”.
Dhâranâ On-line outubro de 2014 a janeiro de 2015 32
A PINTURA
Na pintura, espiritismo e torna-se grande amiga do médium Chico
como não lembrarmos Xavier. Passa então a vender seus quadros, doando
da grande parte do dinheiro a uma instituição administrada por
TARSILA DO Chico. Morreu de depressão em 1973, na Beneficência
AMARAL. Portuguesa, e está enterrada no cemitério da Consolação,
em São Paulo.
Foi uma das
figuras centrais da Outro quadro interessantíssimo de Tarsila é A
pintura brasileira Negra
e da primeira fase
do movimento
modernista (ao lado
de Anita Malfatti).
Seu quadro Abaporu,
de 1928 inaugura o movimento antropofágico nas artes
plásticas.
A ESCULTURA
e do espírito, filhas da Divina Mãe que plasma formas,
essências e valores espirituais, que estas mulheres
fantásticas conseguem captar, transformar em Arte, e
Na Escultura esta dor trazer para o mundo físico, embelezando-o.
pôde falar bem alto através de
CAMILE CLAUDEL,
a fantástica artista, aluna e
amante de Auguste Rodin.
A DANÇA-TEATRO
Citemos agora havia um corpo humano sem capacidade de expressão.
a mãe da dança-teatro, Só um cadáver não tem mais expressão alguma. Para
precursora por unir estas Pina todos podem, e devem descobrir uma maneira de
duas artes, e recentemente se expressar. Ela via o corpo físico como o templo onde
falecida: a alemã PINA habita a centelha divina, e assim sendo, não poderia haver
BAUSCH. corpo feio.
Pina rompeu
com todas as formas
tradicionais de dança e
teatro. Em seus trabalhos,
os quatro elementos
terra, água, fogo e ar
são destacadamente
importantes. Ela criou
uma estética e uma linguagem corporal incomum. Veio
a falecer apenas cinco dias após ter descoberto um
diagnóstico de câncer.
Pina Bausch encerrou sua vida física dizendo:
“Dancem, dancem todos, ou estaremos perdidos”.
A Sagração da Primavera, com música de Igor
A grande artista alemã descobriu novas formas do Stravinsky, narra o ritual tribal da primavera, no qual uma
nosso corpo se expressar, dizendo que não há corpo feio, virgem será sacrificada. Existem muitas e variadas versões
todos podem se expressar, todos podem dançar, pessoas para este balé, mas esta coreografia de Pina Bausch é uma
gordas, velhas, nada disso importa, já que para ela não das mais belas.
A LITERATURA
Na Literatura, como não Foi sempre ligada à educação, e
lembrarmos de algumas mulheres fundou em 1934, a primeira Biblioteca
que, através de suas criações, puderam Infantil do Brasil.
estabelecer e firmar esta ponte entre o
É dela a frase: Aprendi com as
Divino e o Terreno: CECÍLIA, CORA E
CLARICE.
primaveras a me deixar cortar e a voltar
sempre inteira.
CECÍLIA BENEVIDES DE
CARVALHO MEIRELLES foi E do seu Romanceiro da
desde pequena sempre rodeada de erdas. Inconfidência:
Ela nasceu três meses após a morte do pai, Liberdade, essa palavra que o sonho humano
e perdeu a mãe antes dos três anos. Filha alimenta
órfã, foi criada por uma avó açoriana. Em
1919, com apenas 18 anos publica seu primeiro livro de Que não há ninguém que explique
poesias: Espectros. Seu marido, que sofria de depressão E ninguém, que não entenda”…
aguda, suicidou-se.
Dhâranâ On-line outubro de 2014 a janeiro de 2015 36
ANA LINS DOS GUIMARÃES PEIXOTO CLARICE
BRETAS – LISPECTOR,
CORA CORALINA. ucraniana que se
A poetisa da terra, do naturalizou brasileira,
chão. Teve seu primeiro e que se declarava
livro publicado quando pernambucana.
já tinha quase 76 anos de Seus pais eram
idade, apesar de escrever judeus, e fugiram por
desde pequena. várias aldeias da Ucrânia
Mulher muito para escaparem da
simples, doceira de perseguição aos judeus
profissão, sua obra é durante a Guerra Civil
interessante por sempre Russa. Ela chegou ao
ter vivido longe dos Brasil com um ano de
centros urbanos, alheia idade. Quando questionavam sua nacionalidade, Clarice
a modismos literários. Em 1911 foge para São Paulo com afirmava não ter ligação nenhuma com a Ucrânia:
um advogado e vai viver em São Paulo, na cidade de Avaré “Naquela terra, eu literalmente nunca pisei. Fui carregada
por 45 anos, bem como em Jaboticabal onde nasceram no colo. Minha verdadeira pátria é o Brasil”.
seus seis filhos. Só conseguiu publicar seu primeiro livro Foi criada no Recife durante a infância. Teve dois
aos 76 anos, porque recebeu grande elogio de Carlos filhos, sendo que Pedro, o mais velho era esquizofrênico.
Drummond de Andrade, que pediu que os leitores
observassem com carinho sua poesia, pois ela estava no rol Foi comparada a Kafka na literatura latino-
das maiores poetisas brasileiras. -americana. Algumas de suas obras mais famosas: Laços
de Família, A Hora da Estrela, A Paixão segundo G.H.”
SUA HISTÓRIA
Fachada do prédio da recém-inaugurada sede Cruzeiro do Sul – Casa Capitular de São Paulo na Av. Lacerda Franco, 1059
Conforme nos conta Sérgio Scalfaro, no capítulo seria construído à semelhança do de São Lourenço. O
intitulado Nossa Vida com o Mestre, em sua apostila para o Mestre fez um único pedido: que na fachada fosse erguido
Grau Astaroth: um mural com a figura de Apolo descendo o Olimpo em
carruagem puxada por seis cavalos.
Em 1962, após muitos estudos, começa a ser Todo o período vivido ao lado do Mestre foi
construída, em São Paulo, a sede da Cruzeiro do Sul. Os fantástico. Revelações as mais importantes chegavam ao
estudos indicavam que os 70 irmãos, aproximadamente, nosso conhecimento, redigidas através do teclado da velha
da Série Interna, deveriam aumentar consideravelmente máquina de escrever que o Mestre não queria trocar. A sede
a partir do novo local. Assim a nova sede deveria ter continuava a ser construída a todo vapor. O nosso grande
proporções bem mais amplas em relação à existente que desejo era ver o Mestre presente em sua inauguração.
possuía uns 80 m2 e se situava na Rua da Liberdade, 47, em
São Paulo. Partimos, assim, para uma construção arrojada
àquela época. Foram construídos 650 m2 de área útil em
terreno de 432 m2. Até um templo para reuniões tributárias
E então, com o apoio de Ary Telles Cordeiro e Valdemar de Holanda Portella, além de outros, mas principalmente ao
empenho e ao trabalho de Sérgio Scalfaro, a nova sede foi inaugurada oficialmente em solenidade ocorrida em 9 de maio de
1964, às 20 horas. Uma realização à altura da dedicação deste obreiro, que juntamente com sua esposa, Consuelo Scalfaro
tanto realizaram e continuam realizando pela Obra, fiéis aos ideais do Professor Henrique, de quem foram discípulos
diretos.
O presidente da SBE, V. Hélio Jefferson de Souza acompan- Deputado Almino Afonso entre o Presi-
hado de sua esposa, D. Nízia, corta a fita inaugural da Casa dente da SBE, Helio Jefferson de Souza e
2 do Departamento São Paulo-Lacerda Franco, ao lado de Ro- Clodoaldo Rehder - Administrador do De-
dolpho Molino - Diretor Social, Clodoaldo Rehder - Adminis- partamento de São Paulo - Lacerda Franco.
trador do Departamento Lacerda Franco e Gustavo Kuhlmann
– Secretario de Comunicação e Divulgação.
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