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FAVENI

FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

GESTÃO ESCOLAR

ELISA DO PRADO SILVA

GESTÃO ESCOLAR CONECTADA COM AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS

AMERICANA
2021
GESTÃO ESCOLAR CONECTADA COM AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
Declaro que sou autora deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre as responsabilidades e compromissos da Gestão, analisando
como a gerência em si, tem se transformado ao longo dos anos, deixando de ser somente uma prática
burocrática e administrativa para considerar a afetividade como elemento essencial nas relações
interpessoais dentro das instituições organizacionais. Considerando o contexto educacional, o presente
estudo pretende expor a importância do desenvolvimento das habilidades socioemocionais, pois, as
emoções são elementos indissociáveis do desenvolvimento cognitivo do ser humano. O trabalho também
pretende demonstrar que a Gestão Escolar além de democrática necessita ser subjetiva também, para que
a dimensão afetiva possa estar integrada com o conhecimento intelectual. Além disso, no gerenciamento
das emoções, o indivíduo se torna mais suscetível à harmonia, contribuindo para a construção de um
ambiente agradável para todos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-Chave: Gestão. BNCC. Competências Socioemocionais.


1 - INTRODUÇÃO

Gestão ou administração é uma ciência social que tem como objetivo conduzir,
chefiar, encaminhar, governar, nortear e outras expressões que remetem a ideia de
liderança. Toda empresa ou instituição necessita ser administrada para que metas sejam
alcançadas. Dessa forma, a escola também conta com uma equipe responsável para
gerir as práticas desenvolvidas em todos os âmbitos do processo de ensino-
aprendizagem. Na instituição escolar muitos atores participam desse processo, e por isso
a gestão democrática se faz necessária para que a aprendizagem se desenvolva visando
à formação integral do indivíduo. Assim sendo, a função de um gestor compreende muito
mais do que liderança pois, na interação de todos os envolvidos no processo da
aprendizagem, não se pode desconsiderar o aspecto cognitivo e afetivo de cada um.

O ser humano é um ser afetivo e o manifestar de suas emoções não está


desassociado de sua formação como indivíduo integrante da sociedade. Dessa forma, a
comunidade escolar deve estar inserida dentro de um universo democrático, onde a
gestão democrática se faz presente para que todos tenham a liberdade de se manifestar
nas decisões educacionais. Consequentemente, é necessário considerar essas
manifestações, considerando também a afetividade que influencia as tomadas de
decisões.

Esse trabalho tem como objetivo, a partir de uma pesquisa bibliográfica, analisar
o papel da gestão escolar, considerando as competências socioemocionais como um dos
fatores fundamentais no processo ensino-aprendizagem e nas relações interpessoais de
todos envolvidos dentro e fora do ambiente escolar.

O primeiro e segundo capítulos discorrem sobre a definição e incumbência da


gestão escolar. No terceiro capítulo explana-se sobre descrição das competências
socioemocionais e a benfeitoria e vantagem do desenvolvimento delas. O quarto e último
capítulos mostram o proveito da prática de gerir, considerando as competências
emocionais.
2 – COMPROMISSO DA GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO

Segundo Delors (1996), quando se pensa em construir um futuro, a educação


surge como um meio e um processo pelo qual o indivíduo utiliza para aprender e
aperfeiçoar planos ou projetos pessoais, considerando o outro e a sociedade, pois ele
está inserido num mundo globalizado. O processo da educação não é solitário, pois visa
o desenvolvimento individual e das comunidades; assim sendo, a busca da realização de
um projeto pessoal deve contribuir para um mundo imparcial. O desenvolvimento da
sociedade está sempre em curso, desenvolvendo-se na criatividade, inovação, saberes,
novas descobertas, exigindo do indivíduo a construção de capacidades e a busca
contínua pelo saber, aptidões, capacidade de julgar e agir. É entendido que por vezes as
limitações, desigualdades sociais, fracassos e tentativas tornam as realizações
improváveis, e a tarefa da educação é executar a ética, a igualdade e a equidade.

De acordo com Lück (2009), sabe-se que as intempéries que a educação enfrenta
para alcançar resultados satisfatórios surgem de vários segmentos, mas a competência
dos profissionais da educação é uma das premissas para uma educação de qualidade.
Na busca pela excelência, cabe à gestão escolar orientar, nortear e estabelecer critérios
para promover os processos de organização, de estudos, de exercícios, e melhoria de
resultados envolvendo toda a comunidade escolar. Uma das funções da gestão escolar
é entender as premissas e função da educação, promovendo esse entendimento em
cada participante, fazendo que compreenda a importância de sua própria função,
realizando ações individuais e coletivas, visando o aprimoramento da educação. O
processo de organização e administração envolve a participação de todos e essa reunião
de forças contribui para que a gestão seja democrática, com o propósito de melhoria da
qualidade da educação.

Essa busca por resultados satisfatórios muitas vezes advém de incumbências


legais e o trabalho do gestor se assemelha ao trabalho de uma administração de
empresa. Para atender às necessidades contemporâneas, faz-se necessário a contínua
formação, tomando conhecimento de inovações para atuar com competência.
Paschoalino (2018)

Nota-se que o processo para a execução da educação acontece pela interação de


vários agentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem para o
desenvolvimento do indivíduo como cidadão ativo, crítico e protagonista. Assim, todos os
atuantes nesse processo estão interligados, criando-se assim um ciclo de processos e
objetivos comuns através da união simultânea dos membros de um grupo.

Segundo Silva (2017), a participação e autonomia de todos nas decisões e as


divisões de responsabilidades contribuem para que a escola cumpra com seu papel
democrático, aspirando o sucesso e qualidade do processo educativo e das
aprendizagens sociais. Pôr em prática essas ações, por vezes não é tão fácil, dessa
forma a formação contínua favorece o desenvolvimento das relações sociais. “Pensar a
escola como um espaço que deve ser acolhedor, significativo para os estudantes, seus
responsáveis, professores e demais funcionários é uma ação favorável para a melhoria
das práticas educativas.” (p. 20)

Souza (2009) ainda acrescenta que a gestão democrática se efetiva quando a


participação dos agentes no processo escolar, é ativa, dialogada, protagonizada,
pensada como um fundamento da vida e não somente para cumprir com o papel
burocrático e político.

Araújo (2000, v.26) entende que a gestão democrática compreende a participação


ativa, política e a “[...] igualdade de direitos que configura a cidadania” (p.96). O autor
também afirma que a cidadania visa “[...] à construção de personalidades morais, de
cidadãs e cidadãos autônomos que buscam de maneira consciente e virtuosa a felicidade
e o bem pessoal e coletivo” (p. 97). A formação do indivíduo “[ …] deve visar também ao
desenvolvimento de competências para lidar com a diversidade e o conflito de ideias,
com as influências da cultura e com os sentimentos e emoções presentes nas relações
do sujeito consigo mesmo e com o mundo à sua volta” (p. 96).
Dessa forma, o desenvolvimento da gerência sobre sentimentos e emoções nas
relações interpessoais não está desassociado de todas as esferas que compõem o
ambiente escolar; o que implica no desenvolvimento das habilidades socioemocionais.

3 – O QUE SÃO AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS


Amparada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº
9.394/1996)1, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que é um documento
normativo, define como aprendizagens essenciais o desenvolvimento de dez
competências gerais da Educação Básica:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o


mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a
realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,
incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular
e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção
artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos
das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar
informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações
próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício
da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que
respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com
elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos
humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios
éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (Brasil, 2017,
p. 9 – 10)

A BNCC define competência como: “[...] mobilização de conhecimentos (conceitos


e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores
para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e
do mundo do trabalho.” (Brasil, 2017, p. 8)

Segundo a BNCC, o desenvolvimento das competências deve fazer parte da


proposta curricular, visando a educação integral. E acrescenta que:

No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural,


comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo,
colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o
acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para
aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível,
atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais,
aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar
decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar
soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades. (Brasil, 2017,
p. 14)

A dimensão afetiva não está desvinculada da dimensão intelectual, sendo preciso


considerar a afetividade como parte integrante da proposta curricular, respeitando as
diferenças e diversidades de cada indivíduo, visando sua educação integral.

Ao analisarmos as dez competências propostas pela BNCC, podemos observar


palavras ou expressões que nos remetem às ideias de habilidades socioemocionais.

De acordo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a educação


socioemocional compreende a aprendizagem da gerência das emoções e tomada de
decisão responsável. Investir no ensino da educação socioemocional contribui para o
desenvolvimento do estudante dentro do ambiente escolar e fora dele também; sendo
assim, pensando na formação integral do aluno, é fundamental que as competências
socioemocionais façam parte da proposta curricular. A BNCC preconiza o
desenvolvimento de cinco competências socioemocionais: autoconsciência, autogestão,
consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável.

Segundo ABED (v. 24, 2016)

“Alunos, professores, diretores, coordenadores, bibliotecários, merendeiros,


familiares... Todos na escola têm emoções e estabelecem vínculos – com os
conhecimentos e com as pessoas. Portanto, reinserir as habilidades
socioemocionais na proposta pedagógica das escolas é considerar os seres que
comparecem à escola em sua integralidade.”(p. 11)

“Além de investir no desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos


alunos, a escola pode se transformar em um local privilegiado para o
desenvolvimento socioemocional dos adultos: os professores, os gestores, os
familiares dos estudantes. Alguns estudos mostram que programas de apoio aos
pais dos estudantes podem reduzir os índices de criminalidade, violência,
gravidez precoce, subemprego, entre outros.” (p.15)

Sastre e Marimón (2002) em um de seus estudos, sugere a integração dos


sentimentos no currículo escolar, pois estes não estão desintegrados no indivíduo. O
gerenciamento da afetividade contribui nas decisões e resoluções de conflitos que podem
surgir nas relações pessoais. A afetividade e a inteligência são elementos fundamentais
na formação do ser humano e “quanto mais cedo atue a aprendizagem no campo das
relações pessoais, dos pensamentos e sentimentos que as configuram e dos conflitos
que nelas se originam, mais fácil será neutralizar as respostas violentas e
descontroladas” (p. 52)

4 – CONECTANDO GESTÃO ESCOLAR COM AS COMPETÊNCIAS


SOCIOEMOCIONAIS

Como já dito, a gestão escolar tem a função de gerir a organização da escola,


garantindo o sucesso e qualidade do processo educacional. No entanto, essa
administração envolve muitos atores e, consequentemente, as participações devem
acontecer de maneira democrática, considerando os conhecimentos cognitivos, valores
e as relações afetivas de todos os envolvidos.

Já em décadas passadas, Drucker mencionava a necessidade da transformação


nas práticas de administração, devido às demandas sociais de uma sociedade mais
moderna. O autor cita novas premissas mais próximas das realidades da época, como:
responsabilidade das instituições pela qualidade de vida, a importância da inovação
empresarial, medidas para tornar o conhecimento mais produtivo, consideração da
administração como ciência e humanidade, desenvolvimento econômico e social. O
autor declara que:

“A administração se preocupará cada vez mais com a manifestação de crenças


e valores básicos tanto quanto com a consecução de resultados mensuráveis.
Defenderá cada vez mais a qualidade de vida de uma sociedade tanto quanto
seu padrão de vida” (Drucker, 2002, p. 21)

O autor defende o gerenciamento de pessoas, considerando o potencial delas,


dedicando tempo ao seu desenvolvimento. É certo que as empresas necessitam cumprir
com os processos burocráticos, mas estes, não devem suplantar as relações pessoais.
Conhecer e ser conhecido, orientar, ouvir, desafiar e incentivar as pessoas contribuem
para o sucesso da empresa. (Drucker, 2002)

Os autores Poubel e Junquilho (2019) declaram que a gestão, além de objetiva e


racional, deve ser processual-relacional, devido às relações interpessoais acontecer
cotidianamente e delas advir elementos emocionais positivos ou não. Assim, é
fundamental que o gestor e todos envolvidos no ambiente escolar, considerem os
aspectos relacionais e intersubjetivos no desempenho de suas funções. Os autores
concluem que a função do gestor não está definida em compêndio e nem é isolada, mas
o mesmo por vezes precisa re/construir práticas de gestão de forma coletiva.

Em um de seus artigos, Gonsalves e Souza (2015) afirmam que a emoção é um


elemento que influencia o comportamento, a personalidade e até a saúde. A autora traz
à tona uma pesquisa coordenada por Juan Casassus que conclui que quando a escola
oferece um ambiente emocional favorável, a educação tende a se sobressair na
qualidade do ensino.
Schorn e Sehn (2020) consideram que o desenvolvimento das competências
socioemocionais contribui para a formação do indivíduo, tornando-o mais crítico e ético.
O gerenciamento das emoções é um caminho para o enfrentamento dos conflitos e crises
que podem surgir dentro da sociedade. As autoras, põe em evidência, as mudanças no
contexto escolar, diante do enfrentamento da pandemia ocasionada pela COVID-19.
Sentimentos de insegurança, incerteza e medo têm tomado conta das pessoas, e diante
desse cenário é essencial a prática de atitudes de empatia, resiliência, autocuidado. No
processo educacional, cumpre à escola oferecer um ambiente acolhedor e de escuta,
considerando a dimensão humana como elemento fundamental na formação do
indivíduo.
5 - CONCLUSÃO

Percebe-se que a gestão não pode ser mais considerada como uma ciência ou só
uma prática administrativa. Através dos tempos, considerando o desenvolvimento de uma
sociedade globalizada, houve que se considerar a prática da gestão democrática. E
ainda, estudos comprovam que na participação do indivíduo em quaisquer que seja o
contexto, a afetividade não está desassociada de qualquer atividade que ele desenvolve.
Assim sendo, dentro do contexto escolar em que vários atores fazem parte, as relações
interpessoais se sobressaem.
No desenrolar das relações pessoais, por vezes, podem surgir alguns conflitos e
esses podem ter resultados favoráveis quando a escola dispõe de um ambiente
acolhedor, onde a prática da empatia sobressai-se.

Considerando o contexto escolar, o papel da gestão escolar é abrangente pois, o


gestor atua em várias esferas dentro do cenário educacional. Assim sendo, o olhar
daqueles que lideram deve ser além de administrativo, também interpessoal. Aos
gestores cabe a mediação entre as pessoas para que além de democrática, a
participação de todos seja afetiva, visando a promoção da educação integral.

Sabe-se que nas relações pessoais é inevitável o surgimento de conflitos, no


entanto quando a escola põe em prática a educação socioemocional, esses embates
podem ser mais facilmente resolvidos… como percebemos nos estudos citados
anteriormente.

As habilidades emocionais passaram a ser atributos desejados dentro das


instituições organizacionais, pois o gerenciamento das emoções frente aos desafios ou
enfrentamentos conflitantes contribui para a resolução dos confrontos ou de como lidar
com tais.

Considerando que nos dias atuais vivemos momentos de caos devido a situação
de pandemia, torna-se mais necessário a prática da afetividade. A consideração das
emoções se faz essencial nas relações interpessoais, pois sentimentos de incertezas,
inseguranças, medos e outros, têm tomado conta das pessoas. E, desejando uma
convivência agradável, é preciso que as habilidades socioemocionais sejam
desenvolvidas para que a confiança, empatia, resiliência possam se distinguir.

Sabe-se que a gestão escolar busca uma escola de qualidade e a sua


responsabilidade é muito abrangente dada aos muitos agentes que perpassam pelo
ambiente escolar. Cabe ao gestor promover um ambiente acolhedor, considerando as
manifestações de emoções que advém dos indivíduos. No entanto, há que se convir que
o gerenciamento das emoções é de responsabilidade de cada ser humano, pois a
afetividade não está desassociada do intelectivo.

REFERÊNCIAS

ABED, Anita Lilian Zuppo. O desenvolvimento das habilidades socioemocionais


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