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Danuzio Neto
Aula 08
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Geopolítica para PRF Prof. Danuzio Neto
Aula 08
SUMÁRIO
SUMÁRIO 2
A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA 3
GLOBALIZAÇÃO 3
Origens da Globalização 4
O MUNDO HOMOGENEIZADO 5
A GLOBALIZAÇÃO É HETEROGÊNEA 7
FASES DA GLOBALIZAÇÃO 9
1ª fase da Globalização – Grandes Navegações e Descobertas Marítimas (século XV ao XVIII) 9
2ª Fase da Globalização – Revolução Industrial (Séculos XVIII a XX) 10
3ª Fase da Globalização – Guerra Fria (Fim da II Guerra Mundial até a Queda do Muro de Berlim) 10
4ª Fase da Globalização – Nova Ordem Mundial (de 1989 até os dias de hoje) 11
AS EMPRESAS TRANSNACIONAIS 12
A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO FINANCEIRO 13
OBSTÁCULOS AO AVANÇO DA GLOBALIZAÇÃO 14
Nacionalismo e xenofobia 14
As Barreiras Tarifárias e as Barreiras Não Tarifárias (BNT) 14
A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA 16
Brasil e o capitalismo na década de 1970 17
A década de 1980 e o esgotamento do Estado 17
Década de 1990, maior integração do Brasil à economia mundial 18
A situação atual 18
A situação do comércio internacional brasileiro em números 19
A DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS E OS PROBLEMAS DO SETOR 21
A INDÚSTRIA BRASILEIRA NA ATUALIDADE 23
O papel multiplicador da indústria na economia 24
CRESCIMENTO DE NOVAS ÁREAS E O INÍCIO DA DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL 26
MAIORES PARCEIROS COMERCIAIS DO BRASIL 28
Produtos mais exportados pelo Brasil 29
Produtos mais importados pelo Brasil 29
BRICS 30
BLOCOS ECONÔMICOS 32
A regionalização da economia 32
CLASSIFICAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS 34
UNIÃO EUROPEIA 37
MERCOSUL 38
Bolívia, o próximo membro pleno do Mercosul 38
Dinâmica econômica do Mercosul 38
Acordo do Mercosul com a União Europeia 39
ARTIGOS 42
ARTIGO1: VANTAGENS DO ACORDO UNIÃO EUROPEIA-MERCOSUL 42
ARTIGO2: LIVRE COMÉRCIO ENTRE MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA SERIA BENÉFICO AO BRASIL 43
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 45
LISTA DE QUESTÕES 64
GABARITO 76
RESUMO DIRECIONADO 77
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GLOBALIZAÇÃO
Chama-se de GLOBALIZAÇÃO o processo de integração econômica, social, política e cultural que está em
desenvolvimento em nosso planeta. Este fenômeno é identificado principalmente como uma consequência do
avanço tecnológico, especialmente dos SISTEMAS DE TRANSPORTE e de TELECOMUNICAÇÕES. A
modernização destes sistemas permitiu, dentre outros, a aceleração dos fluxos:
• Informacionais;
• De capitais;
• De pessoas; e
• De mercadorias.
Por conta desses fluxos terem se acelerado principalmente nas últimas décadas, a ideia de globalização,
tal como a conhecemos, é relativamente recente – pois dependeu do avanço das tecnologias de comunicação. A
origem da globalização moderna está ligada à REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ou INFORMACIONAL
(Terceira Revolução Industrial), iniciada a partir da década de 1970, quando passou a haver uma difusão das redes
de fibra óptica e satélites artificiais.
O primeiro uso da palavra “globalização” se deu nos anos 1980, por consultores de empresas de escolas
de administração nos Estados Unidos, que definiam estratégias de expansão para as empresas multinacionais
sediadas naquele país.
Foi só a partir dos anos 1990 que a globalização passou a ser vista como um processo mais complexo
– e entendida da forma que iremos estudar nesta aula.
A ampliação do acesso às tecnologias da informação que encurtam a distância entre os povos, permitindo
contato ou aproximação com a diversidade de culturas é um de seus benefícios da globalização. Por outro lado,
um dos seus efeitos perversos é a acentuação das desigualdades econômicas e sociais entre os países mais pobres.
Com o desenvolvimento da tecnologia da informação, um dos vetores da globalização, aumentam
também as possibilidades de expansão das atividades do crime organizado, como o terrorismo, as máfias e o
tráfico de drogas ilícitas.
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Comentário:
A globalização é o fenômeno responsável pela integração, com maior intensidade, das relações
socioespaciais em escala mundial, sejam elas econômicas, financeiras ou culturais.
Gabarito: A
Origens da Globalização
São dois os principais marcos apontados como responsáveis pelas origens mais imediatas da expansão do
capital:
• A II GUERRA MUNDIAL (1939-1945); e
• A REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ou INFORMACIONAL (Terceira Revolução Industrial),
iniciada na segunda metade do século XX, especialmente a partir da década de 1970.
Apesar disso, reconhece-se que a globalização moderna é a continuidade de um longo processo histórico
de mundialização do capital, o que nos remota ao início da EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA, ainda na Idade
Moderna. Sob este prisma, o início da mundialização do capital é identificado com o período das GRANDES
NAVEGAÇÕES, já que antes deste período o globo era composto por vários “mundos” que geralmente não se
comunicavam entre si e que, por vezes, até se ignoravam.
São exemplos destes mundos: o europeu ocidental, o árabe, o asteca, o tupi, o zulu e o chinês.
Atenção!
Foi na época das Grandes Navegações que se iniciou o processo de
integração e interdependência planetária entre os “mundos”.
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O MUNDO HOMOGENEIZADO
No século XX, a globalização acabou por tornar o planeta um espaço econômico cada vez mais
homogêneo, onde pessoas, produtos e capitais transitam entre os países com cada vez mais liberdade.
Essa característica é especialmente boa para as grandes empresas, que estimulam estratégias que
promovem a aproximação entre hábitos, valores e preferências de consumo em esfera planetária. Essa
homogeneização garante a criação de um mercado consumidor global para produtos que pouco diferem entre si
e que podem ser vendidos em qualquer região. É baseado nos gostos culturais iguais ao redor do mundo que um
produto fabricado e desenvolvido no Vietnã, por exemplo, pode ser vendido em qualquer outra parte do planeta.
Pense, por exemplo, numa camisa da Adidas ou num Iphone, produtos que são indistintamente desejados e
consumidos em qualquer continente.
Ou seja, ao mesmo tempo em que a globalização tem a vantagem de colocar à disposição do mundo inteiro
os mais diversos avanços no campo da tecnologia, como o tratamento da AIDS e soluções para a pandemia de
covid-19, este mesmo fenômeno (globalização), por ser tão intenso, homogeneiza hábitos e dilui heranças
culturais. O vestuário e os hábitos alimentares no mundo inteiro se tornam cada vez mais iguais, com o avanço de
grandes redes de fast food e de lojas de departamento como a C&A e a Forever 21.
Nesta dinâmica, pequenos produtores acabam perdendo terreno, pois não têm como competir com quem
melhor se utiliza da cadeia global de produção. Neste sentido, é bem interessante o texto da jornalista Cora
Rónaim, que faz uma reflexão sobre o tema:
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Se antes do processo de globalização cada país tinha a sua própria arquitetura, atualmente percebemos
que os prédios de vidro que caracterizam a sociedade moderna são cada vez mais iguais, em qualquer parte do
mundo. Essa diluição das heranças culturais é favorecida principalmente pela velocidade cada vez mais rápida com
que os fluxos de informação acontecem.
Assim, temos que, apesar de o capital ser a faceta mais visível da globalização, este é um fenômeno
que abarca várias dimensões da nossa existência, como:
• A POLÍTICA;
• A CULTURAL; e
• A SOCIAL.
Com a intensa revolução das tecnologias da comunicação (telefones, televisão e computadores), as fontes
de informação também ficaram igualadas por conta do alcance global e a crescente popularização de canais de
televisão por assinatura, da internet e de serviços que são ainda mais modernos, como a Netflix (serviço de
streaming de vídeo) e o Spotify (serviço de streaming de música). Todos estes fatores levam a uma crescente
homogeneização cultural entre os países.
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A GLOBALIZAÇÃO É HETEROGÊNEA
A globalização não necessariamente alcança todos os países com a mesma intensidade. Ela se se fará
mais visível e presente em lugares que dispõem de maiores mercados consumidores, melhores infraestruturas e,
sobretudo, em grandes centros de poder econômico e político, como Nova York, Londres, Tóquio, Paris e São
Paulo. Assim, a globalização é um processo HETEROGÊNEO. Ela uniformiza, sim, hábitos ao redor do globo, mas
não alcança a todos da mesma forma.
Atenção!
Apesar de ser um processo de alcance global, é importante termos em mente que:
Os fluxos que são frutos da GLOBALIZAÇÃO NÃO ATINGEM A TODOS E NEM A TODOS LUGARES DE
MANEIRA IGUAL
A imagem a seguir, que já foi objeto de prova, contém as rotas marítimas (parte superior) e aéreas (parte
inferior) globais. Ela demonstra claramente como as interconexões que fazem parte do processo de
globalização ocorrem de maneira assimétrica no globo.
Os pontos mais importantes de interconexão no processo de globalização se dão nas chamadas cidades
globais, que são aquelas mais relevantes na complexa cadeia de relações existentes do mundo atual.
O trecho a seguir é ilustrativo a este respeito:
A aparição das chamadas cidades mundiais e das cidades globais se explica pela necessidade de
organização e controle da economia global. O termo cidade global, em sua versão mais
topológica, é definido por Saskia Sassen como um território onde se exerce uma série de funções
de organização e controle na economia global e nos fluxos de investimentos em escala planetária.
O. Nel.Lo e F. Muñoz. El proceso de urbanización. In.: Geografía humana, J. Romero et al (Coord.).
Barcelona: Ariel, 2008, p. 321 (com adaptações).
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A existência das cidades globais confirma a heterogeneidade do território do nosso planeta mesmo em
um mundo globalizado, como podemos observar a seguir:
Por outro lado, a globalização, o fenômeno em si, é HETEROGÊNEO, já que não impacta todos
os países de maneira igual. Os países centrais são mais beneficiados por este fenômeno,
enquanto os países periféricos são beneficiados em menor intensidade.
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FASES DA GLOBALIZAÇÃO
Para que alcançasse o atual nível de desenvolvimento, o processo da globalização passou por diversas
fases:
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2ª Fase da Globalização
Revolução Industrial (Séculos XVIII a XX);
Utilização de MÁQUINAS MOVIDAS A VAPOR (como o barco e a locomotiva a vapor);
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA INDUSTRIAL (como o tear hidráulico e o tear mecânico);
LIBERALISMO;
LIVRE MERCADO;
Os sistemas de transporte e comunicação são ampliados (ferrovias, telégrafos, sistemas de telefonia,
automóveis e aviões)
3ª Fase da Globalização – Guerra Fria (Fim da II Guerra Mundial até a Queda do Muro de Berlim)
Essa fase da globalização coincidiu com o período da História em que a Ordem Mundial é caracterizada
pela bipolaridade, tendo em vista que havia dois grandes blocos de poder:
• O BLOCO CAPITALISTA – liderado pelos Estados Unidos; e
• O BLOCO SOCIALISTA – liderado pela União Soviética.
Se por um lado a Guerra Fria gerou grande aflição global, já que o mundo estava à beira de uma guerra
nuclear, por outro, esse período foi marcado por grandes avanços na área tecnológica, principalmente em razão
das corridas armamentista e espacial, que permitiram o acúmulo rápido de uma soma inestimável de
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conhecimentos científicos. Tais conhecimentos foram respaldados pela emergência da Terceira Revolução
Industrial, mais conhecida como Revolução Técnico-científica e Informacional, que aconteceu principalmente a
partir da década de 1970.
Na REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA-INFORMACIONAL foram realizados avanços na área da
informação e também dos transportes, com o desenvolvimento da informática, da robótica, da internet e da
biotecnologia.
Os instrumentos anteriormente existentes foram aperfeiçoados e novos meios de comunicação e de
transporte foram criados, promovendo, assim, uma maior e mais ampla integração mundial, embora ela
permanecesse em níveis desiguais de desenvolvimento pelo mundo.
4ª Fase da Globalização – Nova Ordem Mundial (de 1989 até os dias de hoje)
Com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, o mundo entrou em uma NOVA ORDEM
MUNDIAL, o da MULTIPOLARIDADE, e a Globalização também passou a um novo estágio. Isso porque houve
um avanço do sistema capitalista para todo o mundo, incluindo os países do então chamado “segundo mundo”
(socialistas, de economia capitalista planificada).
O que se vê como característica principal desse processo, além da consolidação total do sistema de
globalização por meio da mundialização integral do capitalismo, é o encurtamento das distâncias e a aceleração
do tempo.
O “encurtamento” se refere à forma com que os sistemas de transporte conseguem alcançar grandes
distâncias em pouquíssimo tempo.
Já a “aceleração do tempo” se refere à velocidade com que novas tecnologias surgem e são rapidamente
melhoradas ou substituídas.
Apesar de o sistema atual ser conhecido por sua multipolaridade, o certo é que, no plano político,
consolidaram-se o poderio econômico e militar dos Estados Unidos e a formação de polos “secundários”, como a
União Europeia, a China e a Rússia.
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AS EMPRESAS TRANSNACIONAIS
Personagens importantes do atual nível de globalização, as Empresas Transnacionais (ETNs) são aquelas
que têm matriz em seu país de origem e atuam por meio de filiais em vários países. O termo “transnacional”
tem substituído o de “multinacional”, pois este dá a ideia de uma empresa que pertence a vários países, enquanto
o termo transnacional dá a ideia de que a empresa ultrapassa os limites territoriais do seu país para atuar no
mercado exterior.
Em resumo, as ETNs são grandes corporações que se expandem globalmente em busca de mercados
consumidores, energia, matéria-prima e mão de obra.
Com a ajuda de meios de transporte cada vez mais eficientes e das novas tecnologias de comunicação,
as empresas transnacionais conseguem instalar suas fábricas em qualquer lugar do mundo. Desta froma, essas
organizações valem-se de cadeias de produção globais, ao distribuírem etapas de produção entre várias unidades
ao redor do globo, sempre visando à redução de custos e a maior eficiência em seus processos.
Para decidir onde instalar a sua capacidade produtiva, as empresas não analisam mais apenas as
oportunidades que existem dentro do seu país de origem, mas buscam em todo o globo as áreas que apresentam
as maiores vantagens fiscais (impostos/tributos), bem como onde há mão de obra e matérias-primas mais baratas.
Os reflexos desta lógica são vistos, por exemplo, na transferência de postos de emprego dos países ricos (onde a
mão de obra é mais cara) para os países emergentes industrializados (como China, Vietnã e Taiwan).
Assim, atualmente, grande parte dos produtos que possuem a marca de grandes empresas, na verdade,
não possuem uma nacionalidade definida.
Segundo o geógrafo e economista Peter Dicken, em seu livro Mudança Global: Mapeando as novas
fronteiras da economia mundial (Bookman, 2000): são transnacionais as “Empresas que têm o poder de coordenar
e controlar operações em mais de um país, mesmo que não sejam de propriedade dessa empresa”.
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Apesar de a globalização nos passar a ideia de ser um processo inexorável e sem volta, este fenômeno é
marcado por contradições. Uma dessas contradições é percebida na explosão de movimentos de afirmação de
nacionalidades e de identificações étnicas no mundo atual. Grande exemplo desses movimentos foi o Brexit,
processo em que o Reino Unido saiu da União Europeia (UE).
A imigração foi um dos principais temas durante a campanha eleitoral que antecedeu o referendo de 2016,
no qual a população britânica optou por se retirar da UE. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson, assim que
o Brexit foi aprovado, anunciou uma nova política migratória que tinha o objetivo de diminuir drasticamente os
números de imigrantes e retomar o "controle total" sobre as fronteiras.
Apesar de toda a integração internacional, atualmente as fronteiras são muito mais controladas do que
eram um século atrás, por exemplo.
Cotas de importação
Ocorre quando um determinado país simplesmente limita, em relação à quantidade, a importação de
algum produto.
Por vezes, as cotas de importação são combinadas com as barreiras tarifárias tradicionais. Neste modelo
híbrido, as tarifas são:
• Mais baixas quando a quantidade importada está dentro da cota estabelecida (tarifa intra-quota); e
• Mais altas quando a cota é extrapolada (tarifa extra-quota).
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Barreiras técnicas
É visto como um mecanismo de defesa da sociedade, tendo em vista que a barreira técnica tem o intuito
declarado de prezar pela saúde e segurança da população.
Como são reguladas pelo Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT, em inglês), as barreiras
técnicas não são exatamente mecanismos de defesa comercial, mas sim, teoricamente, de defesa da
sociedade.
Por vezes, no entanto, as barreiras técnicas são utilizadas simplesmente com o intuito disfarçado de
proteger os produtores locais em relação à concorrência de produtos estrangeiros de melhor qualidade e/ou mais
baratos.
Determina-se barreiras técnicas à importações de determinados produtos pelas seguintes razões:
• Necessidade de segurança nacional;
• Prevenção contra práticas enganosas;
• Proteção à saúde ou segurança humana, à saúde de plantas e animais, ou ainda ao meio ambiente.
São exemplos de barreiras técnicas: a proibição da entrada de carne produzida em área onde haja alguma
epidemia animal ou a criação de critérios de higiene mínimos para o transporte de cerveja.
Os principais órgãos anuentes responsáveis pela imposição de barreiras técnicas em nosso país são:
• O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro);
• A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e
• O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
As medidas de barreira técnica têm que considerar as informações técnicas e científicas disponíveis, as
tecnologias de processamento e a destinação final dos produtos.
São tipos de barreiras técnicas, entre outros, as exigências:
• Ambientais;
• Fitossanitárias;
• Ambientais; e
• Laborais.
Barreiras laborais
É um barreira técnica que ocorre quando um país restringe a entrada de produtos oriundos de países que
desrespeitam preceitos básicos de condições de trabalho estabelecidos pela legislação internacional.
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FORDISMO
Modelo industrial de produção em larga baseada na linha de montagem, em que cada
trabalhador faz trabalhos extremamente especializados, além desgastantes e repetitivos.
O fordismo, porém, não ficou conhecido apenas por valorizar a linha de produção, mas
também por ter agregado elementos tecnológicos a esse modelo, como o uso de esteiras e
maquinários que tornaram a produção de montagem semiautomática
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A situação atual
Com as privatizações e a abertura da economia brasileira, acontecidas a partir da década de 1990, houve
forte ingresso de capital estrangeiro em setores produtivos anteriormente dominados pelo Estado e por empresas
de capital privado nacional.
Com o ingresso de capital estrangeiro no setor produtivo, a economia brasileira reduziu sua dependência
do capital especulativo, o que a tornou mais sólida e mais bem estruturada, mas aumentou a saída de dólares na
forma de remessa de lucros e pagamento de royalties.
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Por outro lado, a China também foi o maior vendedor para o Brasil, já que importamos US$ 27,9 bilhões do
país asiático, seguido dos Estados Unidos (US$ 24,8 bilhões), da Argentina (US$ 9,4 bilhões) e da Alemanha (US$
9,2 bilhões).
Um dos efeitos da internacionalização da economia brasileira é a perda de competitividade da indústria
nacional, com a transferência de fábricas da região concentrada do país para outros países da América Latina e
da Ásia. Na América Latina, várias foram as fábricas que saíram do Brasil para se instalarem no Paraguai, por
exemplo. A desindustrialização do Brasil é comprovada por meio da queda da participação da indústria, como
podemos observar na imagem a seguir:
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Podem-se citar, também, como problemas que aumentam os custos da indústria brasileira e dificultam
a sua maior participação no mercado externo:
• Problemas de logística (deficiência e altos preços nos transportes);
• Baixo investimento (público e privado) em desenvolvimento tecnológico;
• Força de trabalho pouco qualificada;
• Carga tributária elevada; e
• Barreiras tarifárias e não tarifárias impostas por outros países à importação de produtos brasileiros.
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Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2016/10/02/internas_economia,551413/cai-a-partitipacao-
do-setor-industrial-no-pib-do-brasil.shtml
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Apesar de incipiente, o Brasil tem assistido a uma modernização do seu Parque Industrial, especialmente
a partir da instalação de diversos PARQUES TECNOLÓGICOS (também conhecidos como TECNOPOLOS)
espalhados pelo país e que estimulam a parceria entre universidades, instituições de pesquisa e as empresas
privadas. Estes parques buscam maior competitividade e desenvolvimento de produtos e localizam-se próximos
aos maiores centros universitários, em locais onde há disponibilidade de mão de obra qualificada, rede de
transportes, energia e comunicações que permitam conexão com outros centros de pesquisa localizados no país
ou no exterior.
No Brasil, os parques tecnológicos aparecem em todas as regiões. Os principais estão localizados em: São
Paulo, Campinas e São José dos Campos (SP), Santa Rita do Sapucaí e Viçosa (MG) e Rio de Janeiro (RJ), no
Sudeste; Fortaleza (CE), Recife (PE), Campina Grande (PB) e Aracaju (SE), no Nordeste; Cascavel (PR),
Florianópolis (SC) e Porto Alegre, no Sul; Brasília (DF), no Centro Oeste; Manaus (AM) e Belém (PA), no Norte.
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“A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma
das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. [...] A produção
industrial torna-se mais complexa, estendendo-se sobretudo para novas áreas do Sul e para alguns
pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte (Manaus). Paralelamente, as áreas industriais já
consolidadas ganham dinamismos diferentes dos que definiram a industrialização em períodos
anteriores. ”
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.
Este último fator desencadeou uma INTENSIFICAÇÃO DA GUERRA FISCAL (ou guerra dos lugares) entre
os estados e municípios que reduziam ou zeravam impostos (BENEFÍCIOS FISCAIS) e ofereciam outras
vantagens, como doação de terrenos, para atrair as empresas até então estabelecidas em outras localidades.
Mesmo no estado de São Paulo, que apresenta a melhor infraestrutura do país, houve historicamente
maior concentração de indústrias na Região Metropolitana. Nos últimos anos, no entanto, seguindo uma
tendência já verificada em países desenvolvidos, acontece um processo de deslocamento das indústrias
instaladas em São Paulo em direção às cidades médias do interior (processo de desconcentração industrial).
Isso é possível graças ao grande desenvolvimento da informática e à modernização da infraestrutura de produção
de energia, transporte e comunicação, criando condições de especialização produtiva por intermédio da
integração regional. A possibilidade de diminuir custos, como o de aluguel, por exemplo, também pesa na decisão.
Além desses fatores, o avanço das tecnologias da informação permitiu que várias categorias de
trabalhadores ganhassem mais liberdade e pudessem trabalhar de casa.
As regiões tendem, atualmente, a se especializar em poucos setores da atividade econômica e a buscar
em outros mercados (interno ou do exterior) as mercadorias que satisfaçam as necessidades diárias de consumo
da população.
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Fique atento!
Desconcentração industrial: Refere-se ao processo de deslocamento de indústrias
de um lugar para o outro (dos grandes centros urbanos para as cidades médias).
Desindustrialização: Refere-se ao fechamento de indústrias.
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China
Principal parceiro comercial do Brasil, tanto em importação, quando em exportação, a China é a segunda
maior economia do mundo.
Por causa do seu constante desenvolvimento, provavelmente se tornará a maior economia do mundo nos
próximos anos.
Estados Unidos
Maior economia mundial, os Estados Unidos possuem relações importantes com o mercado brasileiro.
Com o total de USD 10 bilhões em exportação e USD 13,2 bilhões em importação, até junho de 2020, o
país se mantém constante no ranking como segundo principal parceiro comercial do Brasil.
As mudanças no mercado que aconteceram em 2019 e 2020 fizeram com que a Holanda alcançasse o
terceiro lugar entre os parceiros comerciais do Brasil na exportação. Em 6 meses, foram USD 4,2 bilhões
resultantes da exportação. Por outro lado, o Brasil não é um grande importador do país. Até junho de 2020, o total
de importação foi de USD 647 milhões.
Argentina
Além de ser um país vizinho, a Argentina é, historicamente, um dos principais parceiros comerciais do
nosso país.
Entretanto, a crise do país em 2019 reduziu as negociações internacionais — antes, a Argentina ocupava o
terceiro lugar no ranking de maior exportador e importador do Brasil.
Espanha
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Observe que os produtos brasileiros exportados, em regra, apresentam pouco valor agregado.
Observe que os produtos brasileiros importados, em regra, apresentam muito valor agregado.
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BRICS
O BRICS é o agrupamento formado por cinco grandes países emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul - que, juntos, representam, no plano global, cerca de:
• 42% da população;
• 23% do PIB;
• 30% do território; e
• 18% do comércio mundial.
O acrônimo BRIC (sem o “S”) foi cunhado em 2001 pelo banco de investimentos Goldman Sachs, para
indicar as potências emergentes que formariam, com os Estados Unidos, as cinco maiores economias do mundo
no século XXI. Em 2006, os países do BRIC deram início ao diálogo que, desde 2009, tem lugar nos encontros anuais
de chefes de Estado e de Governo. Em 2011, com o ingresso da África do Sul, o BRICS alcançou sua composição
definitiva, incorporando um país do continente africano.
Desde o início de seu diálogo, os países do agrupamento buscaram estabelecer governança internacional
mais condigna com seus interesses nacionais, por meio, por exemplo, da reforma de cotas do Fundo Monetário
Internacional, que passou a incluir, pela primeira vez, Brasil, Rússia, Índia e China entre os maiores cotistas.
Ao longo de sua primeira década, o BRICS desenvolveu cooperação setorial em diferentes áreas, como
ciência e tecnologia, promoção comercial, energia, saúde, educação, inovação e combate a crimes transnacionais.
Atualmente, essa cooperação setorial, que abrange mais de 30 áreas, traz importantes benefícios concretos para
as populações dos países do agrupamento. É o caso da Rede de Pesquisa em Tuberculose, que visa a introduzir
medicamentos e diagnósticos de qualidade a preços acessíveis.
Além dos encontros presidenciais (cúpula e encontro informal à margem do G20), o BRICS organiza, por
meio de sua presidência rotativa, cerca de 100 reuniões anuais, entre as quais cerca de 15 ministeriais e dezenas
de encontros de altos funcionários, eventos técnicos, bem como reuniões nas áreas de cultura, educação e esporte.
Ao longo de 2019, o Brasil exerceu a presidência de turno do BRICS, quando houve uma cúpula do grupo
em nosso país. Ao fim do encontro, os países assinaram documento que teve como principais pontos, dentre os 73
tópicos chancelados, os seguintes:
• Compromisso com as metas de redução das emissões de carbono fixadas a partir do Acordo de Paris.
• Reforma "abrangente” das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança.
• Preocupação com a possibilidade de uma corrida armamentista no espaço exterior.
• Na economia, defesa de "mercados abertos, de um ambiente de negócios e comércio justo, imparcial
e não-discriminatório, de reformas estruturais, de concorrência efetiva e justa".
• Empenho para a adoção de medidas para combater a corrupção no setor público.
• Ausência de menções no documento a conflitos regionais na vizinhança dos membros do Brics. Nos
73 tópicos, não aparece, por exemplo, qualquer menção às crises políticas na Venezuela, no Chile e na
Bolívia.
Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não
funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última
análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de
institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação.
Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de
interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de
Estado/Governo.
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Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal, ao
incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do grupo, é a
econômico-financeira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais têm-se
reunido com frequência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança do BRICS já se reuniram
duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e energia também já foram tratados no âmbito do
agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas assinaram documento de cooperação e, com base nele,
foi realizado, no Brasil, curso para magistrados dos BRICS. Já foram realizados ainda eventos buscando a
aproximação entre acadêmicos, empresários, representantes de cooperativas. Foram também assinados acordos
entre os bancos de desenvolvimento.
A valorização da produção de commodities e o aumento de seus preços e de sua exportação têm sido
apontados como promotores de riqueza e ascensão para os países emergentes, tais como os que integram o
BRICS, que passam a ser considerados importantes para a manutenção do crescimento da economia mundial.
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BLOCOS ECONÔMICOS
Contraditoriamente, um dos efeitos colaterais da globalização, fenômeno conhecido por integrar cada vez
mais o globo e diluir a importância das fronteiras, foi fomentar a regionalização econômica, por meio da criação
de blocos econômicos.
A criação e o desenvolvimento desses blocos teve o principal objetivo de melhor posicionar
estrategicamente os seus países-membros, como veremos a seguir.
A regionalização da economia
Costuma-se chamar de regionalização da economia a formação dos grandes blocos econômicos, que são
mecanismos que funcionam como uma tentativa de as nações, em conjunto, exercerem maior controle e
conseguirem barganhar com maior poder de fogo no âmbito do comércio internacional.
Assim, podemos definir os blocos econômicos como associações de países que pretendem estabelecer
relações comerciais privilegiadas entre si.
Atenção!!
Bloco econômico é o agrupamento de países, com interesses econômicos mútuos,
que buscam a integração COMERCIAL e SOCIAL entre os seus Estados-membros.
Ou seja, um bloco econômico não é, necessariamente, um mero agrupamento de países com interesses
econômicos mútuos – e isso pode ser questão de prova!
Além do aspecto econômico, como podemos observar na União Europeia (UE), por exemplo, nota-se
também a existência de uma integração social entre seus Estados-membros, motivo pelo qual falamos de
integração comercial e social como elementos fundamentais para a caracterização de um Bloco Econômico.
Na União Europeia há leis, fundos e instrumentos para melhor coordenar e monitorar as políticas
nacionais. A UE incentiva ainda os Estados-Membros a partilhar as melhores práticas em assuntos como inclusão
social, pobreza e pensões.
O Tratado de Roma de 1957 já incluía princípios fundamentais como a igualdade salarial entre mulheres e
homens, bem como o direito de os trabalhadores poderem circular livremente dentro do bloco. Para viabilizar essa
mobilidade, foram adotadas regras para o reconhecimento mútuo de diplomas, além de garantias relativas ao
tratamento médico no estrangeiro e as salvaguardas relativas aos direitos à pensão já adquiridos.
A UE ainda apoia os Estados-Membros nos seus esforços para organizar os serviços de saúde e melhorar a
saúde dos europeus, por meio de financiamento e legislações, tais como o tempo de trabalho ou o trabalho a
tempo parcial, bem como legislação para combater a discriminação no local de trabalho, e para garantir a saúde e
a segurança dos trabalhadores.
Como se vê, portanto, a integração social é importante para o grupo.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que os países-membros de determinado bloco
econômico não estarão, necessariamente, geograficamente próximos. Num mesmo bloco econômico, por
exemplo, pode haver Estados de diferentes continentes e, até mesmo, separados por um oceano. Lembre-se:
estamos falando de integração COMERCIAL e SOCIAL, e NÃO de integração geográfica.
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Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/apec.htm
Seja qual for o tipo de integração, no entanto, o certo é que os blocos econômicos são formados por
PAÍSES com a finalidade de diminuir e/ou eliminar impostos e tarifas nas negociações entre os seus membros
(integração comercial), fazendo com que estes ganhem competitividade internacional. Eventualmente, alguns
blocos também buscam a livre circulação de pessoas (integração social), como a já citada União Europeia.
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A Aladi é formada por onze países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador,
Mexicanos, Paraguai, Perú, Uruguai e Venezuela. Juntos, estes países ocupam 20 milhões de quilômetros
quadrados e abrigam mais de 510 milhões de habitantes.
União aduaneira
Além de unificar o comércio entre seus membros, são definidas regras comuns a serem adotadas por
todos os países-membros quando qualquer destes negociar com países de fora do grupo.
Neste caso, geralmente é adotada uma TARIFA EXTERNA COMUM (TEC) – ou Tarifa Externa Única – por
todos os países-membros para importação de bens com Estados não membros.
Os países do Mercosul estão neste nível de integração.
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Mercado comum
Além de mercadorias e serviço, há também livre circulação de pessoas, de trabalho e de capital entre os
Estados membros.
Como o nome do próprio bloco já diz, é neste nível de integração que o Mercosul pretende chegar.
Fique atento!
ATENÇÃO!!
O Mercosul é composto por:
- Países-membros (ou membros plenos): Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, que está
suspensa do bloco desde dezembro de 2016, por tempo indeterminado; e
- Países associados: Chile, Peru, Equador, Colômbia, Guiana, Suriname e Bolívia, sendo que este está em
processo de se tornar um membro pleno.
- Países observadores: México e Nova Zelândia.
Entenda as diferenças!
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
• Modalidade mais simples de integração.
Zona de Preferência • Países-membros apenas possuem TAXAS MAIS BAIXAS do que as
Tarifária aplicadas aos países que não pertencem ao acordo de preferência.
• A preferência tarifária se restringe APENAS A ALGUNS PRODUTOS.
• Unificação do comércio entre seus membros.
• Há ELIMINAÇÃO (ou redução) de impostos e taxas de importação que
Área (ou Zona) de livre- recairiam sobre a maioria dos bens importados de algum dos países do
comércio grupo.
• O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) começou neste nível de
integração.
• Há unificação do comércio entre seus membros.
União aduaneira • São definidas regras comuns a serem adotadas por todos os países-
membros quando qualquer destes negociar com países de fora do grupo.
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UNIÃO EUROPEIA
A UNIÃO EUROPEIA é o bloco econômico mais antigo e o de maior importância no globo.
Apesar de sua configuração atual ter surgido em 1992, o bloco nasceu como CECA (Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço), em 1952, e era composto por apenas seis países:
• Bélgica,
• Países Baixos,
• Luxemburgo,
• Alemanha Ocidental,
• França e
• Itália.
Atualmente, o bloco conta com a presença de 27 Estados- membros, possui uma população de
aproximadamente 450 milhões de habitantes, que fala 20 línguas oficiais, e forma um dos maiores mercados
consumidores do mundo.
Os 27 países-membros da União Europeia são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia,
Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia.
Há ainda cinco países candidatos que estão em processo de adesão ao bloco: Albânia, Sérvia, Montenegro,
Turquia e Macedônia.
São apontados como pré-requisitos básicos para um país ser membro da União Europeia:
• Inflação baixa e controlada;
• Déficit público de no máximo 3% do PIB;
• Dívida pública de no máximo 60% do PIB;
• Taxa de juros de longo prazo controlada;
• Moeda estável, dentro da banda de flutuação do Mecanismo Europeu de Câmbio.
A bandeira da União Europeia possui doze estrelas que, como fica fácil perceber, não faz menção ao
número de Estados-membros, que são 27.
O número 12, segundo o bloco, está ligado à ideia de perfeição (doze meses do ano, doze horas do relógio,
doze signos do zodíaco, dentre outros simbolismos).
O azul simboliza o ideal de união, solidariedade e harmonia entre os povos europeus.
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MERCOSUL
Criado no dia 26 de março de 1991, em Assunção, pelos presidentes de Paraguai, Argentina, Uruguai e
Brasil, o Mercosul possui aproximadamente 400 milhões de habitantes. O Brasil, responsável por cerca de 75% do
PIB do bloco, possui a maior representatividade do bloco.
Além dos países fundadores, agora a VENEZUELA também é membro do grupo – ainda que agora esteja
suspensa.
A BOLÍVIA, por outro lado, é um país membro ainda não pleno – em processo de adesão.
Este bloco econômico é o único acordo multilateral consolidado do qual o Brasil faz parte.
A seguir, apresento a bandeira do bloco, que foi desenhada por um argentino. Nela, temos a representação do
Cruzeiro do Sul, principal elemento de orientação do Hemisfério Sul. As quatro estrelas também representam os
quatro países fundadores do bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A linha verde representa o horizonte.
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Observe que com esta sistemática de livre-comércio os bens são comercializados de um país para outro
sem serem tributados como se importados fossem. Ou seja, os bens nacionais de cada país precisam ficar mais
baratos a fim de se tornarem mais competitivos no mercado intrabloco.
E quem leva vantagem com essa dinâmica? Aquele país que apresentar os custos mais baixos de produção,
incluindo a mão de obra, já que só assim conseguirá conquistar mercados e vender seus produtos nos países
vizinhos.
No Mercosul, quem tem ganhado destaque neste papel é o Paraguai, por conta da sua mão de obra
barata e os baixos custos de produção. Lá, por exemplo, há a Lei de Maquila, que permite a importação de
máquinas e matérias-primas com isenção de tributos, o que barateia muito o processo de produção.
Essa dinâmica costuma se repetir em outros blocos econômicos, onde países com custos mais baixos de
produção acabam se tornando o polo industrial/exportador do grupo. O Paraguai, para continuarmos nesse
exemplo, é por vezes chamado de China da América do Sul.
Caso semelhante ocorreu com o México, ao participar do NAFTA, bloco econômico que tinha também
como membros o Canadá e os Estados Unidos. Em outubro de 2018 este bloco mudou de nome e passou a se
chamar Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês).
Observe, a seguir, como este tema já foi questionado em prova.
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Juntos, os dois blocos representam cerca de 25% da economia mundial e um mercado de 780 milhões
de pessoas. Quando se considera o número de países envolvidos e a extensão territorial, o acordo só perde
para o Tratado Continental Africano de Livre Comércio, que envolve 44 países da África e foi assinado em março
de 2019. Mesmo assim, União Europeia e Mercosul fecharam o maior acordo entre blocos econômicos da
história, o que deve impulsionar fortemente o comércio entre os dois continentes.
O acordo de livre comércio eliminará as tarifas de importação para mais de 90% dos produtos
comercializados entre os dois blocos. Para os produtos que não terão as tarifas eliminadas, serão aplicadas cotas
preferenciais de importação com tarifas reduzidas. O processo de eliminação de tarifas varia de acordo com
cada produto e deve levar até 15 anos contados a partir da entrada em vigor da parceria intercontinental.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo reduz, por exemplo, de 17% para zero
as tarifas de importação de produtos brasileiros como calçados e aumenta a competitividade de bens industriais
em setores como têxtil, químicos, autopeças, madeireiro e aeronáutico. Um estudo da confederação aponta que,
dos 1.101 produtos que o Brasil tem condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam tarifas de
importação. Com a abertura do mercado europeu para produtos agropecuários brasileiros, que são altamente
competitivos, mais investimentos devem ser aplicados na própria indústria nacional, já que dados do setor
mostram que o agronegócio consome R$ 300 milhões em bens industrializados no Brasil para cada R$ 1 bilhão
exportado.
Para os países do Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (e Venezuela, que
está suspensa), o acordo prevê um período de mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais
sensíveis à competitividade da indústria europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação
será zerada tão logo o tratado entre em vigor.
Estimativas do Ministério da Economia indicam que o acordo representará um aumento do Produto
Interno Bruto brasileiro de US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo alcançar até US$ 125 bilhões se forem
considerados a redução das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade. O aumento de
investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113 bilhões. Com relação ao comércio bilateral,
as exportações brasileiras para a União Europeia apresentarão quase US$ 100 bilhões de ganhos até 2035.
O acesso privilegiado ao mercado europeu é considerado uma das negociações mais complexas de se
costurar e, por isso, o anúncio desse acordo cria um ambiente positivo para que o Mercosul possa consolidar outras
negociações.
O acordo também legitima o livre comércio e o multilateralismo, que têm estado sob constante ataque
por causa da guerra comercial entre China e Estados Unidos e adoção de medidas protecionistas por diversos país.
Para o embaixador José Botafogo Gonçalves, há uma crise do multilateralismo, por isso o acordo de livre
comércio entre União Europeia e Mercosul tem um peso geopolítico fundamental no momento. "Quando se fala
de multilateralismo comercial, que é o objetivo da OMC [Organização Mundial do Comércio], nós temos que
reconhecer que há uma crise. O mundo não está preparado nem sei se vai voltar ao momento anterior a essa crise.
Enquanto isso não ocorre, você tem que ir para o regionalismo, então o acordo entre Mercosul e UE preenche um
vácuo deixado pelo multilateralismo", avalia.
Ratificação
Mesmo após 20 anos de negociação, ainda falta um longo caminho para que o acordo entre Mercosul
e UE, de fato, entre em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados
integrantes de ambos os blocos econômicos. Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos
parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos, uma tramitação que levará anos e poderá
enfrentar resistências.
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"Tem uma tendência de haver resistência nos Parlamentos de países europeus, especialmente de partidos
nacionalistas e também os ambientalistas", diz Ammar Abdelaziz, da BMJ Consultoria. Segundo ele, não dá para
estipular um prazo para a finalização dessa ratificação por parte dos europeus. No caso brasileiro, o acordo agora
será analisado pelos ministérios envolvidos e depois será enviado para o Congresso Nacional, onde tramitará por
comissões e terá de aprovado tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado. "Em média, o Brasil leva em
torno de três a quatro ano para ratificar acordos internacionais, não vai ser menos que isso".
É só no médio prazo que os efeitos mais concretos do acordo de livre comércio poderão ser sentidos
pela população em geral, como eventuais queda no preço de produtos importados e, principalmente, aumento
de investimentos e crescimento da economia. "A perspectiva desse acordo para o cidadão comum é que a
expansão do comércio se reflita na expansão do PIB, e a partir do crescimento da economia haja mais geração de
emprego e renda e aumento da arrecadação para o governo", explica Danielle Sandi, da UnB.
Fonte: https://observador.pt/2019/06/29/g20-termina-cimeira-com-apoio-ao-comercio-livre-e-ao-crescimento-economico/
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ARTIGOS
Prezado aluno, ao final desta aula, apresento artigos publicados na imprensa, a fim de mostrar visões diferentes do
assunto estudado – tal como pode ocorrer na nossa prova.
Tenha uma boa leitura e um ótimo aproveitamento nos exercícios. Até a próxima aula!!
Durante a Reunião do Grupo dos 20, em Osaka, foi anunciado que a União Europeia e o Mercosul haviam
concordado em assinar um acordo de livre comércio entre os dois grupos. Este anúncio, após 20 anos de negociações
infrutíferas, é o resultado da conjunção de várias circunstâncias favoráveis. Tanto o presidente da Argentina, Mauricio
Macri, quanto o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, decidiram descartar o protecionismo e inserir seus
respectivos países na economia internacional. Os governantes de França, Alemanha, Espanha e Portugal concordaram
em apoiar o acordo por várias razões: proteção comercial, geopolítica e ambiental.
Embora o tratado deva ser ratificado pelos parlamentos dos países signatários, uma vez que entre em vigor,
liberalizará o comércio entre duas regiões, com uma população total de cerca de 750 milhões de habitantes.
Esta iniciativa é uma boa notícia para a América Latina. Para o Paraguai e o Uruguai, é um alívio poder livrar-se
das restrições impostas pela tarifa protecionista externa comum do Mercosul. Por serem países com pequenos
mercados internos, o que lhes convém é participar ativamente dos mercados mundiais, com tarifas moderadas, sem se
limitarem às distorções comerciais de seus parceiros do Mercosul. Para o resto dos países latino-americanos, também
é conveniente que o Brasil e a Argentina abram suas economias. Como um número considerável de países da região
tem acordos de livre comércio com a União Européia, a entrada em vigor do TLC entre a União Europeia e o Mercosul
contribuiria para revigorar o comércio hemisférico.
Espera-se que a liberalização do comércio com a União Europeia sirva como um precedente que nos permita
contemplar um TLC entre os membros do Mercosul e os Estados Unidos. Mas essa é uma aspiração de pouca viabilidade
no curto prazo, dada a animosidade em relação ao livre comércio da atual administração dos EUA.
A decisão dos governos do Brasil e da Argentina de dar um passo em direção ao livre comércio com a União
Européia é significativa. Representa uma grande mudança na concepção de comércio exterior que envolve mudanças
consideráveis no desenho da política econômica. A implementação dessas mudanças não será uma tarefa fácil. O
protecionismo extremo e a preferência pelo modelo de substituição de importações são amplamente aceitos no Cone
Sul como manifestações ideológicas do nacionalismo econômico. Além disso, a intensidade do intervencionismo estatal
necessário para administrar uma economia fechada cria vínculos estreitos entre os setores privilegiados pelo
protecionismo e os funcionários encarregados de administrar as barreiras à concorrência internacional. Essa inter-
relação dá origem a interesses adquiridos que se opõem à modificação de um sistema do qual obtêm benefícios
abundantes.
A seguinte declaração de Cristina Kirchner é reveladora: “Não vamos importar um único prego. O modelo de
chegada a que aspiramos é fazer tudo por nós mesmos e ser absolutamente autossuficientes.” Numa síntese rígida, esta
é a fórmula para garantir o atraso tecnológico e perpetuar o subdesenvolvimento.
Fonte:https://oglobo.globo.com/opiniao/artigo-vantagens-do-acordo-uniao-europeia-mercosul- 23800828
__________________________
*Rodrigo Botero Montoya é economista e foi ministro da Fazenda da Colômbia
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Artigo2: Livre comércio entre Mercosul e União Europeia seria benéfico ao Brasil
João Grandino Rodas*
20 de julho de 2017
O século XIX ficou conhecido como o século das nacionalidades, pois nesse período os Estados- nações se
solidificaram, passaram a exercer controle rígido sobre seus territórios, codificaram suas legislações e a distribuição de
justiça passou a ser feita por categorias profissionalizadas guardiãs da ordem pública interna. Já o século XX foi o das
organizações internacionais intergovernamentais, em razão do surgimento de entidades dotadas de poderes delegados
pelos Estados, que passaram a ser sujeitos de direito internacional com o poder de concluir tratados e que se tornaram
atores onipresentes do cenário global. Na primeira metade do século XX, pontificaram as organizações internacionais
com objetivo geral e vocação universal (Liga das Nações e ONU, por exemplo) e as organizações especializadas, de
vocação universal ou regional (OIT e OPAS). Contudo, na segunda metade desse século, proliferaram os organismos
internacionais regionais de integração econômica ou blocos econômicos (União Europeia e Mercosul). Muito embora, o
GATT/OMC baseie-se em postulados de livre comércio, desde seu início permitiu, excepcionalmente, o estabelecimento
desses blocos, que diferem quanto ao grau de integração econômica almejada: área de preferência tarifária, área de
livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária.
Tratados europeus, pós-segunda-guerra, criaram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Tratado de
Paris de 1951), a Comunidade Europeia de Energia Atômica e a Comunidade Econômica Europeia (Tratados de Roma
de 1957); que, em 1965, unificaram os seus órgãos (Tratado de Bruxelas). Esta última tomaria o nome de Comunidade
Europeia (Tratado de Maastricht de 1992) e, posteriormente, União Europeia (Tratado de Lisboa de 2009). Possui
atualmente 28 membros, incluindo o Reino Unido, cuja saída embora decidida, ainda não foi efetivada. “Essa
organização internacional sui generis originaria, de um lado, o modelo de organização regional de integração
econômica, que se espalharia pelo mundo; e de outro, o surgimento de uma nova vertente internacional do direito, o
direito da integração[1]”.
O Mercosul, criado em março de 1991, pelo Tratado de Assunção, embora ostente em sua denominação
“mercado comum”, tornou-se união aduaneira em início de 1995 e até o momento não passa de união aduaneira
imperfeita, quando muito. Possui quatro membros ativos (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), pois a Venezuela
continua suspensa. Por força da Decisão 32 de 2000 do Conselho do Mercado Comum, os Estados Membros do Mercosul
somente podem negociar tratados de preferências tarifárias conjuntamente. “As relações externas do Mercosul são
reguladas por tratados internacionais, que fixam regras específicas, quer com outras organizações internacionais,
quer com Estados, no intuito de estabelecer aproximação, em vários âmbitos, inclusive no comercial: cooperação
econômica, estabelecimento de área de livre comércio etc.”.[2]
O GATT/OMC, a União Europeia e o Mercosul “embora organizações distintas ... estão em simbiose obrigatória,
por coexistirem na área do comércio internacional. Inobstante a primeira situe- se no âmbito multilateral e seja um
acordo geral; e as demais gravitem na esfera regional, corporificando acordos localizados e de menor amplitude; todas
devem compatibilizar-se. Por isso, a regularidade dos acordos regionais pressupõem ... deverem evitar aumento de
barreiras relativamente a terceiros; e liberalizar parte importante do mercado dentro da região. (...) Cabe ao
regionalismo, em sua qualidade de exceção ao multilateralismo econômico, criar benefícios locais sem prejudicar o
cenário global”.[3]
Cumprindo suas respectivas missões no âmbito do comércio internacional, é usual blocos econômicos
regularem seu relacionamento por meio de tratado internacional. Assim o Mercosul, logo após ter assumido
personalidade internacional e se estruturado (Protocolo de Ouro Preto de 1994), concluiu, no ano seguinte, em Madri, o
Acordo-Quadro Inter Regional de Cooperação Entre a Comunidade Econômica Europeia e Seus Estados Membros, com o
objetivo de estreitar os laços, institucionalizar o diálogo político e preparar condições para o estabelecimento de
associação inter- regional. Tratou-se de acordo por prazo indeterminado, em que são dignas de nota: (i) ter sido
concluído entre o Mercosul e seus Estados-partes, de um lado, e a União Europeia e seus Estados- Partes, de outro;
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(ii) o fato de possibilitar que cada parte considere o acordo como em forma simplificada ou o submeta à ratificação; (iii)
possuir dois depositários (o secretário Geral do Conselho da Comunidade Europeia e o Paraguai); bem como que, (iv)
sendo acordo-quadro, pressupõe constituir-se referência sob cuja égide outras tratativas mais específicas pudessem ser
feitas.
Nesse diapasão, negociações em continuação visando o aprofundamento das relações, entre os dois blocos, por
meio da conclusão de tratado de livre comércio, foram feitas entre 1999 e 2004 e retomadas em 2010. Em 2014, o
Mercosul informou estar preparado para trocar ofertas públicas sobre bens, serviços, compras governamentais e
investimentos, com a União Europeia, o que se efetuou, em Bruxelas, em meados de 2016. Nesse mesmo ano, os
negociadores dos blocos reiteraram seu interesse em fazer progredir as negociações. Provavelmente, a reunião do
Comitê de Negociações Birregionais, a ser realizada em outubro próximo, em Bruxelas, apresentará o perfil final do
acordo. A possibilidade de concluir-se o acordo (ainda em 2017 ou em 2018), tornou- se real, face à abertura econômica
por parte do Brasil e da Argentina, de uma parte e da Alemanha, de outra; preocupados com o protecionismo comercial
dos Estados Unidos da América, que colocou em risco o Trans-Pacific Partnership (TPP) e o Transatlantic Trade and
Investment Partnership (TTIP). Há também a apreensão decorrente do apetite da China pelos mercados latino-
americanos.
O Brasil e a Argentina anteveem possibilidade de exercitar maior abertura comercial para o Mercosul, enquanto
que a Alemanha mira os 300 milhões de habitantes do cone sul como consumidores de produtos da União Europeia. O
assunto vem sendo negociado, multilateral e bilateralmente, e o foi, inclusive, por ocasião do recente Fórum Econômico
Mundial em Davos. Contudo os problemas que se apresentam não são poucos: (i) o protecionismo agrícola, que coloca
em lados opostos certos países europeus e países em desenvolvimento, responsável pela estagnação das negociações
no seio da OMC, estão fortemente, presentes nas negociações Mercosul-União Europeia; (ii) o desejo europeu que o
acordo trate de propriedade intelectual e do acesso, em pé de igualdade, das empresas europeias às licitações públicas no
âmbito do Mercosul; (iii) há os que preferem um afastamento do cerne do que vinha sendo negociado, tido como “velha
economia” e “acordo de antiga geração”, em prol dos novos problemas, como setores inovadores, era pós- industrial
,economia digital etc.
Com a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, o Brasil poderia melhorar os números
recentemente fornecidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI): (i) a vantagem comparativa de 1.101 produtos
que o Brasil possui, atualmente, com relação à União Europeia é minimizada por barreiras não tarifárias e cotas de
importação existentes para 68% deles; (ii) os dois entes com os quais empresários brasileiros mais desejam firmar
acordos comerciais são, pela ordem, Estados Unidos da América e União Europeia; (iii) os acordos com o Brasil, hoje
vigorantes, cobrem 8% do comércio mundial, enquanto que os do Chile, Peru e México alcançam, respectivamente
83%, 74% e 57%. Em se firmando o acordo, o Brasil teria acesso a benefícios tarifários e diminuição de barreiras não-
tarifárias relativamente a 25% dos compradores mundiais.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2017-jul-20/olhar-economico-livre-comercio-entre-mercosul-uniao- europeia- seria-benefico-brasil
____________________________
[1] Cezaretti, Eric R., “Estudo Jurídico Comparativo sobre Controle de Concentração de Empresas: Brasil, França e
México”, (dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Direito da USP), São Paulo. s.c.p., 2017, p. 166.
[2] Cezaretti, Marcel R. ,“Brasil e as Normas dos Acordos Internacionais em Matéria Comercial”, (dissertação de mestrado
apresentada à Faculdade de Direito da USP) , São Paulo, s. c. p., 2017,. p. 340.
[3] Op. Cit. p. 38.
____________________________
*João Grandino Rodas é professor titular da Faculdade de Direito da USP, presidente do Centro de Estudos de Direito
Econômico e Social (CEDES) e sócio do escritório Grandino Rodas Advogados.
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RESOLUÇÃO:
A atual fase do capitalismo é também conhecida como monopolista, justamente por refletir a capacidade
estratégica de grandes grupos monopolistas e oligopolistas (multinacionais e transnacionais).
Assim, pode-se dizer que, com a globalização, houve um enfraquecimento do poder dos tradicionais estados
nacionais e um fortalecimento do poder das empresas multinacionais e transnacionais.
Resposta: Certo
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RESOLUÇÃO:
Com exceção da letra A, que fala da manutenção dos processos de produção tradicionais, todos os demais itens
apontam aspectos que contribuem para a integração que caracteriza o processo de globalização atual:
• Informação e o conhecimento como matéria-prima – e com maior facilidade de fluidez entre os países.
• Convergência crescente de todas as tecnologias – que contribuem tanto para a homogeinização cultural
quanto para a democratização do desenvolvimento tecnológico (ainda que essa democratização tenha
alcance assimétrico).
• Interconexão de todo o sistema de relações – financeiros, bancários, sociais, culturais, dentre outros.
Resposta: A
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Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
O dinamismo da economia, instaurado a partir do processo de globalização e evidenciado pelo aumento da
produção industrial, teve como vantagem o aumento jamais visto da demanda por mão-de-obra e, portanto, o
pleno emprego nos países ricos.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A globalização permitiu, de fato, aumento na demanda por mão-de-obra, mas isso acontece em escala global.
Assim, quando precisam ocupar determinados postos, as empresas dão preferência aos países onde a mão-de-obra
é mais barata. Diante deste cenário, nações onde a mão-de-obra é mais cara, geralmente países mais
desenvolvidos, ficam com um contingente maior de desempregados – pelo menos nos postos que necessitam de
mão-de-obra menos qualificada.
Resposta: Errado
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RESOLUÇÃO:
O crime organizado também se beneficiou de alguns avanços potencializados pela globalização, como os vistos
nos transportes e no setor de telecomunicações.
Resposta: Certo
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RESOLUÇÃO:
A globalização é um fenômeno com resultados assimétricos para os países. Ou seja, não os impacta de forma
equivalente.
Resposta: Errado
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Ora, a globalização é um processo que avança pelo mundo diluindo fronteiras e criando uma aldeia global. Ao
mesmo tempo, também, contraditoriamente, tem sido acompanhada de uma explosão de movimentos de
afirmação de nacionalidades e de identificações étnicas no mundo atual.
Resposta: C
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RESOLUÇÃO:
a) O extraordinário progresso das ciências e das técnicas não tornou o mundo socialmente mais justo e
igualitário. ITEM INCORRETO.
b) A globalização se dá de forma heterogênea, não atingindo a todos os países da mesma forma. Este
fenômeno, inclusive, não é garantia de que a maior parte dos países do mundo participe dessa dinâmica de
maneira proporcional. ITEM INCORRETO.
c) ITEM CORRETO.
d) Um brasileiro que queira entra nos Estados Unidos ainda precisa de um visto, por exemplo. Ou seja, ainda
não vivemos em um espaço sem fronteiras. ITEM INCORRETO.
Resposta: C
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Tendo o fragmento de texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue, acerca das redes
de produção e consumo globais.
As cidades médias brasileiras são polos atrativos, tanto para fluxos migratórios internos, como para
investimentos empresariais globalizados. Hipermercados, centros comerciais, lojas de franquia, concessionárias
de veículos, hotéis e diversos serviços são instalados nessas cidades em diferentes regiões do país,
caracterizando o processo de globalização do território brasileiro.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
As cidades médias brasileiras são polos atrativos, tanto para fluxos migratórios internos, como para investimentos
empresariais globalizados. Hipermercados, centros comerciais, lojas de franquia, concessionárias de veículos,
hotéis e diversos serviços são instalados nessas cidades em diferentes regiões do país, caracterizando o processo
de globalização do território brasileiro.
As cidades médias vêm desempenhando novos papéis na rede urbana brasileira e alcançando funções antes
exercidas apenas pelos grandes centros urbanos.
Dentro da lógica dos fluxos migratórios, isto tem resultado em maior recebimento de migrantes que fluem das
grandes cidades e metrópoles para as cidades médias. Este movimento é especialmente reforçado por conta das
novas oportunidades de trabalho e de uma melhor qualidade de vida.
Por conta disso, atualmente os fluxos se dão geralmente dentro de um mesmo estado ou dentro da mesma região
e no sentido urbano-urbano. Ou seja, de uma cidade urbana para outra.
Em décadas anteriores, os fluxos se davam entre regiões, basta lembrar dos nordestinos que foram trabalhar no
Norte e no Sudeste, nas décadas de 1960 e 1970, por exemplo. Ademais, geralmente estes fluxos se davam da
zona rural para a zona urbana.
Resposta: Certo
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LISTA DE QUESTÕES
1. (CESPE -SEE/AL - 2013)
No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
O mundo globalizado definiu uma nova ordem mundial, mas não uma nova geografia do comércio internacional.
( ) Certo ( ) Errado
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c) mantêm uma distinção clássica nítida entre os campos da Geografia Política e da Geopolítica, cujos objetos
são, respectivamente, as relações de poder entre distintos atores nas distintas escalas espaciais e as relações
de poder entre os Estados-nação, configurando a Ordem Política Mundial.
d) relativizam mas não omitem a questão da guerra militar e enfatizam outras guerras ou conflitos:
econômicos, sociais, culturais e até simbólicos (na mídia e na indústria cultural, por exemplo), destacando
novos atores da política mundial (desde as civilizações ou grandes culturas até as ONG’s).
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Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os assuntos por ele suscitados, julgue o seguinte item.
A globalização, como fenômeno em curso no mundo, é caracterizada pela integração de mercados, levando o
crescimento econômico a todas as regiões, articuladas segundo um processo equitativo de distribuição de riqueza.
( ) Certo ( ) Errado
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GABARITO
1. E 15. C 29. C
2. C 16. E 30. C
3. D 17. C 31. E
4. D 18. C 32. D
5. C 19. E 33. B
6. D 20. E 34. C
7. C 21. E 35. E
8. E 22. C 36 C
9. A 23. C 37. E
14. C 28. C
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RESUMO DIRECIONADO
Por outro lado, a globalização, o fenômeno em si, é HETEROGÊNEO, já que não impacta todos
os países de maneira igual. Os países centrais são mais beneficiados por este fenômeno,
enquanto os países periféricos são beneficiados em menor intensidade.
2ª Fase da Globalização
Revolução Industrial (Séculos XVIII a XX);
Utilização de MÁQUINAS MOVIDAS A VAPOR (como o barco e a locomotiva a vapor);
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA INDUSTRIAL (como o tear hidráulico e o tear mecânico);
LIBERALISMO;
LIVRE MERCADO;
Os sistemas de transporte e comunicação são ampliados (ferrovias, telégrafos, sistemas de telefonia,
automóveis e aviões)
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CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
• Modalidade mais simples de integração.
Zona de Preferência • Países-membros apenas possuem TAXAS MAIS BAIXAS do que as
Tarifária aplicadas aos países que não pertencem ao acordo de preferência.
• A preferência tarifária se restringe APENAS A ALGUNS PRODUTOS.
• Unificação do comércio entre seus membros.
• Há ELIMINAÇÃO (ou redução) de impostos e taxas de importação que
Área (ou Zona) de livre- recairiam sobre a maioria dos bens importados de algum dos países do
comércio grupo.
• O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) começou neste nível de
integração.
• Há unificação do comércio entre seus membros.
• São definidas regras comuns a serem adotadas por todos os países-
União aduaneira membros quando qualquer destes negociar com países de fora do grupo.
• Neste caso, geralmente é adotada uma TARIFA EXTERNA COMUM (TEC)
– ou Tarifa Externa Única.
• Além de mercadorias e serviço, há também livre circulação de pessoas, de
Mercado comum
trabalho e de capital entre os Estados-membros.
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AS ORDENS MUNDIAIS
Antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
- Ordem mundial MULTIPOLAR representada pelas potências Reino Unido, França, Alemanha e
Estados Unidos, Japão e Rússia.
Após a Segunda Guerra Mundial
- Ordem mundial BIPOLAR, com EUA sendo a potência capitalista e União Soviética, a socialista.
Após a dissolução da União Soviética (1991) - Atualidade
- Nova ordem mundial MULTIPOLAR, no cenário econômico (Estados Unidos, China, Alemanha,
Japão, França, especialmente);
- E UNIPOLAR, encarnada pelos Estados Unidos da América, em relação ao poderio militar.
- Ou seja, segundo alguns autores, vivemos a ordem da UNIMULTIPOLARIDADE (multipolaridade
econômica e unipolaridade militar).
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