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Geopolítica para PRF Prof.

Danuzio Neto
Aula 08

Aula 08: Geopolítica


Geopolítica para PRF
Prof. Danuzio Neto

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Aula 08

SUMÁRIO
SUMÁRIO 2
A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA 3
GLOBALIZAÇÃO 3
Origens da Globalização 4
O MUNDO HOMOGENEIZADO 5
A GLOBALIZAÇÃO É HETEROGÊNEA 7
FASES DA GLOBALIZAÇÃO 9
1ª fase da Globalização – Grandes Navegações e Descobertas Marítimas (século XV ao XVIII) 9
2ª Fase da Globalização – Revolução Industrial (Séculos XVIII a XX) 10
3ª Fase da Globalização – Guerra Fria (Fim da II Guerra Mundial até a Queda do Muro de Berlim) 10
4ª Fase da Globalização – Nova Ordem Mundial (de 1989 até os dias de hoje) 11
AS EMPRESAS TRANSNACIONAIS 12
A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO FINANCEIRO 13
OBSTÁCULOS AO AVANÇO DA GLOBALIZAÇÃO 14
Nacionalismo e xenofobia 14
As Barreiras Tarifárias e as Barreiras Não Tarifárias (BNT) 14
A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA 16
Brasil e o capitalismo na década de 1970 17
A década de 1980 e o esgotamento do Estado 17
Década de 1990, maior integração do Brasil à economia mundial 18
A situação atual 18
A situação do comércio internacional brasileiro em números 19
A DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS E OS PROBLEMAS DO SETOR 21
A INDÚSTRIA BRASILEIRA NA ATUALIDADE 23
O papel multiplicador da indústria na economia 24
CRESCIMENTO DE NOVAS ÁREAS E O INÍCIO DA DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL 26
MAIORES PARCEIROS COMERCIAIS DO BRASIL 28
Produtos mais exportados pelo Brasil 29
Produtos mais importados pelo Brasil 29
BRICS 30
BLOCOS ECONÔMICOS 32
A regionalização da economia 32
CLASSIFICAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS 34
UNIÃO EUROPEIA 37
MERCOSUL 38
Bolívia, o próximo membro pleno do Mercosul 38
Dinâmica econômica do Mercosul 38
Acordo do Mercosul com a União Europeia 39
ARTIGOS 42
ARTIGO1: VANTAGENS DO ACORDO UNIÃO EUROPEIA-MERCOSUL 42
ARTIGO2: LIVRE COMÉRCIO ENTRE MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA SERIA BENÉFICO AO BRASIL 43
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 45
LISTA DE QUESTÕES 64
GABARITO 76
RESUMO DIRECIONADO 77

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A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE


INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA

GLOBALIZAÇÃO
Chama-se de GLOBALIZAÇÃO o processo de integração econômica, social, política e cultural que está em
desenvolvimento em nosso planeta. Este fenômeno é identificado principalmente como uma consequência do
avanço tecnológico, especialmente dos SISTEMAS DE TRANSPORTE e de TELECOMUNICAÇÕES. A
modernização destes sistemas permitiu, dentre outros, a aceleração dos fluxos:
• Informacionais;
• De capitais;
• De pessoas; e
• De mercadorias.

Por conta desses fluxos terem se acelerado principalmente nas últimas décadas, a ideia de globalização,
tal como a conhecemos, é relativamente recente – pois dependeu do avanço das tecnologias de comunicação. A
origem da globalização moderna está ligada à REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ou INFORMACIONAL
(Terceira Revolução Industrial), iniciada a partir da década de 1970, quando passou a haver uma difusão das redes
de fibra óptica e satélites artificiais.
O primeiro uso da palavra “globalização” se deu nos anos 1980, por consultores de empresas de escolas
de administração nos Estados Unidos, que definiam estratégias de expansão para as empresas multinacionais
sediadas naquele país.
Foi só a partir dos anos 1990 que a globalização passou a ser vista como um processo mais complexo
– e entendida da forma que iremos estudar nesta aula.
A ampliação do acesso às tecnologias da informação que encurtam a distância entre os povos, permitindo
contato ou aproximação com a diversidade de culturas é um de seus benefícios da globalização. Por outro lado,
um dos seus efeitos perversos é a acentuação das desigualdades econômicas e sociais entre os países mais pobres.
Com o desenvolvimento da tecnologia da informação, um dos vetores da globalização, aumentam
também as possibilidades de expansão das atividades do crime organizado, como o terrorismo, as máfias e o
tráfico de drogas ilícitas.

Questão para fixar


(IBADE - Prefeitura de Aracruz/ES - 2019)
Observe o seguinte conceito:
“É a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada
pela conexão entre as diferentes partes do globo terrestre.”
Pode-se afirmar que esse conceito refere-se à:
a) globalização.
b) estatização.
c) protecionismo comercial.
d) expansão territorial
e) comercialização.

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Comentário:
A globalização é o fenômeno responsável pela integração, com maior intensidade, das relações
socioespaciais em escala mundial, sejam elas econômicas, financeiras ou culturais.
Gabarito: A

Origens da Globalização
São dois os principais marcos apontados como responsáveis pelas origens mais imediatas da expansão do
capital:
• A II GUERRA MUNDIAL (1939-1945); e
• A REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA ou INFORMACIONAL (Terceira Revolução Industrial),
iniciada na segunda metade do século XX, especialmente a partir da década de 1970.

Apesar disso, reconhece-se que a globalização moderna é a continuidade de um longo processo histórico
de mundialização do capital, o que nos remota ao início da EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA, ainda na Idade
Moderna. Sob este prisma, o início da mundialização do capital é identificado com o período das GRANDES
NAVEGAÇÕES, já que antes deste período o globo era composto por vários “mundos” que geralmente não se
comunicavam entre si e que, por vezes, até se ignoravam.
São exemplos destes mundos: o europeu ocidental, o árabe, o asteca, o tupi, o zulu e o chinês.

Atenção!
Foi na época das Grandes Navegações que se iniciou o processo de
integração e interdependência planetária entre os “mundos”.

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O MUNDO HOMOGENEIZADO
No século XX, a globalização acabou por tornar o planeta um espaço econômico cada vez mais
homogêneo, onde pessoas, produtos e capitais transitam entre os países com cada vez mais liberdade.
Essa característica é especialmente boa para as grandes empresas, que estimulam estratégias que
promovem a aproximação entre hábitos, valores e preferências de consumo em esfera planetária. Essa
homogeneização garante a criação de um mercado consumidor global para produtos que pouco diferem entre si
e que podem ser vendidos em qualquer região. É baseado nos gostos culturais iguais ao redor do mundo que um
produto fabricado e desenvolvido no Vietnã, por exemplo, pode ser vendido em qualquer outra parte do planeta.
Pense, por exemplo, numa camisa da Adidas ou num Iphone, produtos que são indistintamente desejados e
consumidos em qualquer continente.
Ou seja, ao mesmo tempo em que a globalização tem a vantagem de colocar à disposição do mundo inteiro
os mais diversos avanços no campo da tecnologia, como o tratamento da AIDS e soluções para a pandemia de
covid-19, este mesmo fenômeno (globalização), por ser tão intenso, homogeneiza hábitos e dilui heranças
culturais. O vestuário e os hábitos alimentares no mundo inteiro se tornam cada vez mais iguais, com o avanço de
grandes redes de fast food e de lojas de departamento como a C&A e a Forever 21.
Nesta dinâmica, pequenos produtores acabam perdendo terreno, pois não têm como competir com quem
melhor se utiliza da cadeia global de produção. Neste sentido, é bem interessante o texto da jornalista Cora
Rónaim, que faz uma reflexão sobre o tema:

Reflexão sobre o tema


Comprei uns brincos no Marrocos. O vendedor, lá no meio da medina milenar de Fez, os embrulhou num
saquinho de pano que tirou de uma pilha enorme de saquinhos de pano. Todos nós os conhecemos: são aqueles
saquinhos chineses que se encontram por toda a parte, e que guardam coisinhas miúdas e brilhantes compradas
no Egito, na Colômbia, no Nepal, em Manaus ou na Rua da Alfândega.
Que porcaria de mundo globalizado!
E que país tenebroso, a China, que consegue produzir uma coisa de tão pouco valor que sai ainda mais
barata, com transporte, imposto e intermediários, do que o que se faria na esquina! O Marrocos tem pano e tem
mão de obra sobrando. Quanto custaria a um comerciante um saquinho de pano local? 20 centavos? 30
centavos? Em vez disso, ele compra o produto chinês, que provavelmente sai a dez centavos. A dúzia.
Imagino uma cidade na China onde todo mundo vive de fazer saquinhos de pano. De manhã à noite, chova
ou faça sol, lá estão milhares de chineses, coitados, de todas as idades, fazendo a droga dos saquinhos que
serão espalhados pelo mundo, tirando o emprego de pessoas que poderiam fazê-los à sua maneira e a alegria
de quem curte o sabor do que vai buscar pelo mundo.
Imagino também uma pessoa, que como todas as outras pessoas do mundo só ganhou uma vida, tendo
que gastá-la inteira na costura de saquinhos, em condições miseráveis, ao lado de outras pessoas nas mesmas
circunstâncias.
E aí agradeço à imensa sorte que eu tive de não ser essa pessoa.
- Texto de Cora Rónai, articulista de O Globo.

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Se antes do processo de globalização cada país tinha a sua própria arquitetura, atualmente percebemos
que os prédios de vidro que caracterizam a sociedade moderna são cada vez mais iguais, em qualquer parte do
mundo. Essa diluição das heranças culturais é favorecida principalmente pela velocidade cada vez mais rápida com
que os fluxos de informação acontecem.
Assim, temos que, apesar de o capital ser a faceta mais visível da globalização, este é um fenômeno
que abarca várias dimensões da nossa existência, como:
• A POLÍTICA;
• A CULTURAL; e
• A SOCIAL.

Com a intensa revolução das tecnologias da comunicação (telefones, televisão e computadores), as fontes
de informação também ficaram igualadas por conta do alcance global e a crescente popularização de canais de
televisão por assinatura, da internet e de serviços que são ainda mais modernos, como a Netflix (serviço de
streaming de vídeo) e o Spotify (serviço de streaming de música). Todos estes fatores levam a uma crescente
homogeneização cultural entre os países.

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A GLOBALIZAÇÃO É HETEROGÊNEA
A globalização não necessariamente alcança todos os países com a mesma intensidade. Ela se se fará
mais visível e presente em lugares que dispõem de maiores mercados consumidores, melhores infraestruturas e,
sobretudo, em grandes centros de poder econômico e político, como Nova York, Londres, Tóquio, Paris e São
Paulo. Assim, a globalização é um processo HETEROGÊNEO. Ela uniformiza, sim, hábitos ao redor do globo, mas
não alcança a todos da mesma forma.
Atenção!
Apesar de ser um processo de alcance global, é importante termos em mente que:
Os fluxos que são frutos da GLOBALIZAÇÃO NÃO ATINGEM A TODOS E NEM A TODOS LUGARES DE
MANEIRA IGUAL
A imagem a seguir, que já foi objeto de prova, contém as rotas marítimas (parte superior) e aéreas (parte
inferior) globais. Ela demonstra claramente como as interconexões que fazem parte do processo de
globalização ocorrem de maneira assimétrica no globo.

Os pontos mais importantes de interconexão no processo de globalização se dão nas chamadas cidades
globais, que são aquelas mais relevantes na complexa cadeia de relações existentes do mundo atual.
O trecho a seguir é ilustrativo a este respeito:

A aparição das chamadas cidades mundiais e das cidades globais se explica pela necessidade de
organização e controle da economia global. O termo cidade global, em sua versão mais
topológica, é definido por Saskia Sassen como um território onde se exerce uma série de funções
de organização e controle na economia global e nos fluxos de investimentos em escala planetária.
O. Nel.Lo e F. Muñoz. El proceso de urbanización. In.: Geografía humana, J. Romero et al (Coord.).
Barcelona: Ariel, 2008, p. 321 (com adaptações).

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A existência das cidades globais confirma a heterogeneidade do território do nosso planeta mesmo em
um mundo globalizado, como podemos observar a seguir:

Apesar da ampliação dos mercados, a globalização da economia e o crescimento dos fluxos de


mercadorias reafirmam a desuniformidade do espaço terrestre e dão visibilidade à sua
heterogeneidade e à sua diversificação pela ação das sociedades que o modelam.
Iná E. Castro. Geografia política, território, escalas de ação e instituições. Bertrand Brasil, 2006, p. 234.

Cuidado para não se confundir!


A globalização tornou HOMOGÊNEOS, ao redor do mundo, hábitos, valores e percepções.

Por outro lado, a globalização, o fenômeno em si, é HETEROGÊNEO, já que não impacta todos
os países de maneira igual. Os países centrais são mais beneficiados por este fenômeno,
enquanto os países periféricos são beneficiados em menor intensidade.

Apesar dessas posições praticamente unânimes sobre homogeinização cultural, é interessante


conhecermos o pensamento do geógrafo Milton Santos, para quem a globalização não seria algo real, mas apenas
uma ficção: "O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo senão como metáfora. Todos os lugares são
mundiais mas não há um espaço mundial. Quem se globaliza mesmo são as pessoas".
Milton Santos entende que os espaços locais não ficam anulados com a globalização, mas que aqueles
conversam com esta, numa relação simbiótica: "cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de
uma razão local, convivendo dialeticamente".

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FASES DA GLOBALIZAÇÃO
Para que alcançasse o atual nível de desenvolvimento, o processo da globalização passou por diversas
fases:

1ª fase da Globalização – Grandes Navegações e Descobertas Marítimas (século XV ao XVIII)


Desenvolveu-se principalmente no século XVI, a partir do MERCANTILISMO, que era uma doutrina
econômica que acreditava que o COMÉRCIO era a grande fonte de riqueza das nações.
Por conta desta visão, houve o esforço de vários países europeus no sentido de expandir o seu comércio
por meio das novas rotas marítimas, em busca dos seguintes mercados:
• Ásia (seda e especiarias);
• África (escravização de seres humanos); e
• América (metais preciosos e produtos agrícolas tropicais).

A Europa neste período é caracterizada como fornecedora de manufaturas, enquanto os demais


continentes são fornecedores de matérias-primas.
Neste contexto, a imensa expansão dos novos mercados favorece os artesãos e os industriais emergentes
da Europa, que passam a contar com consumidores num raio bem maior do que aquele abrigado em suas
respectivas cidades. Neste mesmo sentido, a importação de produtos coloniais faz ampliar as relações
intereuropeias. Exemplo disso ocorre com o açúcar, cuja produção era confiada aos senhores de engenho
brasileiros, mas que era transportada pelos portugueses para os portos holandeses, onde lá se encarregavam do
seu refino e distribuição para o resto do continente.
A integração econômica do globo, nesta fase, é considerada superficial, pois se deu exclusivamente no
campo das relações comerciais e privilegiando poucos atores econômicos e poucas áreas geográficas.
Além disso, os meios de comunicação e de transporte eram lentos, quando comparamos com a atual
realidade de comunicação instantânea.
Assim, a principal característica da 1ª fase da globalização foi a formação das colônias europeias na
América e, mais tarde, na África e na Ásia, tornando o “velho continente” o grande articulador da globalização e
da mundialização do sistema capitalista.
É nesse período também que se consolida a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), em que:

• A Europa fornecia mercadorias; e


• As demais áreas forneciam matérias-primas e trabalho escravo.

Características da 1ª fase da globalização


Grandes Navegações e Descobertas Marítimas (século XV ao XVIII);
Mercantilismo;
Europa fornecedora de mercadorias;
As demais áreas forneciam matérias-primas e trabalho escravo;
A integração econômica do globo é superficial;
Integração exclusivamente no campo das relações comerciais;
Privilegiou poucos atores econômicos; e
Privilegiou poucas áreas geográficas.

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2ª Fase da Globalização – Revolução Industrial (Séculos XVIII a XX)


A partir do século XVIII, a Inglaterra industrializa-se aceleradamente e, depois dela, a França, a Bélgica, a
Alemanha e a Itália. Nesta fase, a máquina à vapor é introduzida nos transportes terrestres (estradas-de-ferro) e
marítimos (barcos à vapor).
O regime econômico da primeira fase da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (século XVIII) será determinante
para a nova fase da Globalização.
A Revolução Industrial irá se caracterizar pela implantação de métodos que dinamizam o processo
produtivo de produtos manufaturados e dão nova agilidade para os fluxos econômicos.
Contribuíram para esta dinamização, por exemplo, a utilização de MÁQUINAS MOVIDAS A VAPOR
(como o barco e a locomotiva a vapor) e INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA INDUSTRIAL (como o tear
hidráulico e o tear mecânico). Nesta fase, consolidou-se também o LIBERALISMO, que tinha entre os seus
objetivos a plenitude do LIVRE MERCADO.
Por conta disso, os pensadores liberais desta época propunham a interferência cada vez menor do Estado
na economia. Como desdobramento deste pensamento, a DIT ampliou-se, tendo em vista que os países
desenvolvidos passaram a produzir e fornecer também produtos industrializados, enquanto as colônias e países
subdesenvolvidos continuaram limitados ao fornecimento de produtos primários.
Por ter havido a substituição do tear artesanal pelas fábricas, que produziam tecidos numa quantidade
bem maior num tempo bem menor, a INDÚSTRIA TÊXTIL se tornou o setor mais relevante desta fase.
Com os avanços promovidos na área da indústria e os recursos captados por aquilo que se convencionou
chamar de “mundo desenvolvido” a partir da exploração de suas colônias ou áreas de dominação econômica, os
sistemas de transporte e comunicação são ampliados, havendo a criação e a difusão de ferrovias, telégrafos,
sistemas de telefonia, além do uso dos automóveis, aviões, entre outros. Com isso, o mundo foi se tornando cada
vez mais interligado, embora tal interligação se desenvolvesse de forma assimétrica, desigual e obedecendo a
uma hierarquia de dominação e dependência socioeconômica.
Neste período são formadas as bases para a instauração do Capitalismo Financeiro.

2ª Fase da Globalização
Revolução Industrial (Séculos XVIII a XX);
Utilização de MÁQUINAS MOVIDAS A VAPOR (como o barco e a locomotiva a vapor);
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA INDUSTRIAL (como o tear hidráulico e o tear mecânico);
LIBERALISMO;
LIVRE MERCADO;
Os sistemas de transporte e comunicação são ampliados (ferrovias, telégrafos, sistemas de telefonia,
automóveis e aviões)

3ª Fase da Globalização – Guerra Fria (Fim da II Guerra Mundial até a Queda do Muro de Berlim)
Essa fase da globalização coincidiu com o período da História em que a Ordem Mundial é caracterizada
pela bipolaridade, tendo em vista que havia dois grandes blocos de poder:
• O BLOCO CAPITALISTA – liderado pelos Estados Unidos; e
• O BLOCO SOCIALISTA – liderado pela União Soviética.

Se por um lado a Guerra Fria gerou grande aflição global, já que o mundo estava à beira de uma guerra
nuclear, por outro, esse período foi marcado por grandes avanços na área tecnológica, principalmente em razão
das corridas armamentista e espacial, que permitiram o acúmulo rápido de uma soma inestimável de

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conhecimentos científicos. Tais conhecimentos foram respaldados pela emergência da Terceira Revolução
Industrial, mais conhecida como Revolução Técnico-científica e Informacional, que aconteceu principalmente a
partir da década de 1970.
Na REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA-INFORMACIONAL foram realizados avanços na área da
informação e também dos transportes, com o desenvolvimento da informática, da robótica, da internet e da
biotecnologia.
Os instrumentos anteriormente existentes foram aperfeiçoados e novos meios de comunicação e de
transporte foram criados, promovendo, assim, uma maior e mais ampla integração mundial, embora ela
permanecesse em níveis desiguais de desenvolvimento pelo mundo.

Características da 3ª Fase da Globalização


Guerra Fria (Fim da II Guerra Mundial até a Queda do Muro de Berlim)
Na REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA-INFORMACIONAL foram realizados avanços na área da
informação e também dos transportes, com o desenvolvimento da informática, da robótica, da
internet e da biotecnologia.
Os instrumentos anteriormente existentes foram aperfeiçoados e novos meios de comunicação e
de transporte foram criados, promovendo, assim, uma maior e mais ampla integração mundial.
A globalização se dá em níveis desiguais de desenvolvimento pelo mundo.

4ª Fase da Globalização – Nova Ordem Mundial (de 1989 até os dias de hoje)
Com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, o mundo entrou em uma NOVA ORDEM
MUNDIAL, o da MULTIPOLARIDADE, e a Globalização também passou a um novo estágio. Isso porque houve
um avanço do sistema capitalista para todo o mundo, incluindo os países do então chamado “segundo mundo”
(socialistas, de economia capitalista planificada).
O que se vê como característica principal desse processo, além da consolidação total do sistema de
globalização por meio da mundialização integral do capitalismo, é o encurtamento das distâncias e a aceleração
do tempo.
O “encurtamento” se refere à forma com que os sistemas de transporte conseguem alcançar grandes
distâncias em pouquíssimo tempo.
Já a “aceleração do tempo” se refere à velocidade com que novas tecnologias surgem e são rapidamente
melhoradas ou substituídas.
Apesar de o sistema atual ser conhecido por sua multipolaridade, o certo é que, no plano político,
consolidaram-se o poderio econômico e militar dos Estados Unidos e a formação de polos “secundários”, como a
União Europeia, a China e a Rússia.

Características da 4ª Fase da Globalização


Nova Ordem Mundial (de 1989 até os dias de hoje);
NOVA ORDEM MUNDIAL, o da MULTIPOLARIDADE;
Avanço do sistema capitalista para todo o mundo, incluindo os países do então chamado “segundo
mundo” (socialistas, de economia capitalista planificada);
Consolidação total do sistema de globalização por meio da mundialização integral do capitalismo;
Encurtamento das distâncias e a aceleração do tempo;
No plano político, consolidaram-se o poderio econômico e militar dos Estados Unidos e a formação
de polos “secundários”, como a União Europeia, a China e a Rússia.

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AS EMPRESAS TRANSNACIONAIS
Personagens importantes do atual nível de globalização, as Empresas Transnacionais (ETNs) são aquelas
que têm matriz em seu país de origem e atuam por meio de filiais em vários países. O termo “transnacional”
tem substituído o de “multinacional”, pois este dá a ideia de uma empresa que pertence a vários países, enquanto
o termo transnacional dá a ideia de que a empresa ultrapassa os limites territoriais do seu país para atuar no
mercado exterior.
Em resumo, as ETNs são grandes corporações que se expandem globalmente em busca de mercados
consumidores, energia, matéria-prima e mão de obra.
Com a ajuda de meios de transporte cada vez mais eficientes e das novas tecnologias de comunicação,
as empresas transnacionais conseguem instalar suas fábricas em qualquer lugar do mundo. Desta froma, essas
organizações valem-se de cadeias de produção globais, ao distribuírem etapas de produção entre várias unidades
ao redor do globo, sempre visando à redução de custos e a maior eficiência em seus processos.
Para decidir onde instalar a sua capacidade produtiva, as empresas não analisam mais apenas as
oportunidades que existem dentro do seu país de origem, mas buscam em todo o globo as áreas que apresentam
as maiores vantagens fiscais (impostos/tributos), bem como onde há mão de obra e matérias-primas mais baratas.
Os reflexos desta lógica são vistos, por exemplo, na transferência de postos de emprego dos países ricos (onde a
mão de obra é mais cara) para os países emergentes industrializados (como China, Vietnã e Taiwan).
Assim, atualmente, grande parte dos produtos que possuem a marca de grandes empresas, na verdade,
não possuem uma nacionalidade definida.
Segundo o geógrafo e economista Peter Dicken, em seu livro Mudança Global: Mapeando as novas
fronteiras da economia mundial (Bookman, 2000): são transnacionais as “Empresas que têm o poder de coordenar
e controlar operações em mais de um país, mesmo que não sejam de propriedade dessa empresa”.

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A GEOPOLÍTICA DO CAPITALISMO FINANCEIRO


Na atual fase da globalização, diferente do que correu nas demais, a expansão do capitalismo não exige
a invasão e a ocupação territorial. Apesar desta nova configuração, já que o controle do território exercido nas
fases colonialistas e imperialistas era fundamental para a exploração dos recursos naturais, houve a invasão do
Iraque em 2003, que foi movida por interesses geopolíticos e econômicos no Oriente Médio. Esse tipo de guerra,
porém, não é mais a regra, tanto é que foi muito criticada e houve manifestações contrárias à ação norte-
americana em diversos países – e até mesmo dentro do próprio Estados Unidos. Atualmente, observa-se que as
guerras regionais têm um caráter mais étnico-nacionalista e menos econômico.
Responsável por essa mudança, o desenvolvimento tecnológico é apontado como fundamental para a
diminuição dos conflitos que tinham como principal objetivo a “mera” conquista de terras, o que ocorria nas
guerras colonialistas e imperialistas.
Os movimentos antiglobalização e pacifistas, por exemplo, atualmente são coordenados e divulgados por
várias ONGs de todo mundo por meio da internet. Ou seja, mesmo a opinião pública, atualmente, é também
resultado da revolução informacional e da globalização.
Assim, percebemos que, com uma ou outra exceção, na era da globalização a expansão capitalista é
silenciosa, sutil e mais eficaz que as antigas guerras imperialistas. No presente, a invasão que ocorre é de
mercadorias, capitais, serviços, informações, pessoas e produtos culturais como músicas e filmes. As novas
“armas”, portanto, são a agilidade e a eficiência das telecomunicações, dos transportes e do processamento de
informações, graças aos satélites de comunicação, à informática, à internet, aos telefones (fixos e celulares), à
expansão das redes de fibra óptica, aos aviões, aos supernavios petroleiros e aos trens de alta velocidade.
A “guerra”, assim, dá-se em meios mais civilizados, como as bolsas de valores e de mercadorias em todos
os mercados do mundo e em todos os setores econômicos. Se formos fazer um paralelo com o que acontecia há
até poucas décadas, notamos que as estratégias e táticas atuais de dominação são traçadas nas sedes das grandes
corporações multinacionais, dos grandes bancos, das corretoras de valores e de outras instituições que influenciam
quase todos os países – e não necessariamente apenas em quartéis generais.

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OBSTÁCULOS AO AVANÇO DA GLOBALIZAÇÃO


Nacionalismo e xenofobia
Na definição de COELHO, M.A. e TERRA, L:

“A globalização é, portanto, um conjunto de mudanças que estão ocorrendo na esfera econômica,


financeira, comercial, social e cultural, intensificando a relação entre os países, os povos e os sistemas
produtivos. Implica a uniformização global de padrões econômicos e culturais”

Apesar de a globalização nos passar a ideia de ser um processo inexorável e sem volta, este fenômeno é
marcado por contradições. Uma dessas contradições é percebida na explosão de movimentos de afirmação de
nacionalidades e de identificações étnicas no mundo atual. Grande exemplo desses movimentos foi o Brexit,
processo em que o Reino Unido saiu da União Europeia (UE).
A imigração foi um dos principais temas durante a campanha eleitoral que antecedeu o referendo de 2016,
no qual a população britânica optou por se retirar da UE. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson, assim que
o Brexit foi aprovado, anunciou uma nova política migratória que tinha o objetivo de diminuir drasticamente os
números de imigrantes e retomar o "controle total" sobre as fronteiras.
Apesar de toda a integração internacional, atualmente as fronteiras são muito mais controladas do que
eram um século atrás, por exemplo.

As Barreiras Tarifárias e as Barreiras Não Tarifárias (BNT)


Apesar de todas as interligações existentes no mundo atual, as fronteiras ainda existem e o globo ainda
não é um ambiente de livre circulação de pessoas e mercadorias. Os interesses nacionais persistem e o comércio
mantém-se como importante elemento geopolítico. A Guerra Comercial travada entre Estados Unidos e a China
a partir de 2017 é um bom exemplo dessa realidade.
Neste contexto, a fim de defender intresses nacionais ou alegando se defender de nações estrangeiras,
alguns países simplesmente colocam BARREIRAS TARIFÁRIAS, que mudam conforme os interesses, em suas
fronteiras. Essas barreiras podem ser menores para produtos em que há mais interesse em importar e maiores
naqueles em que o interesse em importar é mínimo.
Mas o que são as Barreiras Tarifárias? São todas as taxas e impostos envolvidos no processo de importação
de cada país.
A fim de frear a entrada de mercadorias estrangeiras em seus territórios, alguns países também se valem
de BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS (BNTs), que são mais sutis em meio a esse embate comercial. Ou seja, as BNTs
são quaisquer mecanismos e instrumentos de política econômica que possam influenciar o comércio internacional
sem o uso de mecanismos tarifários.
Estas são as formas mais conhecidas de Barreiras Não Tarifárias:

Cotas de importação
Ocorre quando um determinado país simplesmente limita, em relação à quantidade, a importação de
algum produto.
Por vezes, as cotas de importação são combinadas com as barreiras tarifárias tradicionais. Neste modelo
híbrido, as tarifas são:
• Mais baixas quando a quantidade importada está dentro da cota estabelecida (tarifa intra-quota); e
• Mais altas quando a cota é extrapolada (tarifa extra-quota).

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Barreiras técnicas
É visto como um mecanismo de defesa da sociedade, tendo em vista que a barreira técnica tem o intuito
declarado de prezar pela saúde e segurança da população.
Como são reguladas pelo Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT, em inglês), as barreiras
técnicas não são exatamente mecanismos de defesa comercial, mas sim, teoricamente, de defesa da
sociedade.
Por vezes, no entanto, as barreiras técnicas são utilizadas simplesmente com o intuito disfarçado de
proteger os produtores locais em relação à concorrência de produtos estrangeiros de melhor qualidade e/ou mais
baratos.
Determina-se barreiras técnicas à importações de determinados produtos pelas seguintes razões:
• Necessidade de segurança nacional;
• Prevenção contra práticas enganosas;
• Proteção à saúde ou segurança humana, à saúde de plantas e animais, ou ainda ao meio ambiente.

São exemplos de barreiras técnicas: a proibição da entrada de carne produzida em área onde haja alguma
epidemia animal ou a criação de critérios de higiene mínimos para o transporte de cerveja.
Os principais órgãos anuentes responsáveis pela imposição de barreiras técnicas em nosso país são:
• O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro);
• A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e
• O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

As medidas de barreira técnica têm que considerar as informações técnicas e científicas disponíveis, as
tecnologias de processamento e a destinação final dos produtos.
São tipos de barreiras técnicas, entre outros, as exigências:
• Ambientais;
• Fitossanitárias;
• Ambientais; e
• Laborais.

Barreiras laborais
É um barreira técnica que ocorre quando um país restringe a entrada de produtos oriundos de países que
desrespeitam preceitos básicos de condições de trabalho estabelecidos pela legislação internacional.

Barreiras sanitárias e fitossanitárias


É um barreira técnica que ocorre quando determinado país estabelece requisitos sanitários e
fitossanitários que restringem a entrada e circulação de animais e plantas em seu território, com o intuito
declarado de proteger sua população de eventuais doenças.

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A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE


INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA
Apesar de a internacionalização da economia brasileira ser identificada inicialmente a partir da década
de 1950, é bom lembrarmos que, praticamente desde o seu “descobrimento”, o Brasil já estava de alguma forma
integrado à economia mundial então existente.
O crescimento econômico do país nos períodos colonial e imperial aconteceu por meio de ciclos
econômicos como os do açúcar e do café, que eram produtos fortemente voltados ao comércio internacional. Se
analisarmos, porém, a globalização tal qual como a conhecemos hoje, foi realmente na década de 1950 que se
observou, de maneira mais acentuada, o começo do processo de internacionalização da economia brasileira,
quando houve grande participação do Estado como empresário e como vetor de desenvolvimento da
infraestrutura necessária à industrialização do país (transportes, energia, portos). Neste período, o Estado também
foi responsável por disponibilizar grandes incentivos fiscais.
À época, contribuíram também para a atração de empresas transnacionais:
• A disponibilidade de mão de obra barata;
• O enorme mercado consumidor emergente; e
• O grande acesso a matérias-primas e fontes de energia.

Neste período, houve um considerável aumento do parque industrial nacional, principalmente de


fabricantes de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos.
Solidificada com o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), e posteriormente ampliada pelo
regime militar (1964-1985), o Brasil teve a sua industrialização apenas tardiamente, adotando para si o Fordismo,
que era um sistema produtivo tradicional que focava na capacidade de produção e nos grandes parques industriais –
ou, como ficou mais conhecido, na produção em larga escala baseada na linha de produção. Fomentando a indústria
que se desenvolvia no Brasil, os militares criaram obras estruturais em diferentes regiões brasileiras, destacando-
se, dentre elas, grandes usinas hidrelétricas e vasta malha rodoviária. Com estes novos elementos, vários
municípios do interior de São Paulo, por exemplo, começaram a desenvolver seus distritos industriais.
Com o chamado “milagre econômico brasileiro”, que ocorreu durante a década de 1970, o país chegou a
ser a 8ª maior economia do mundo em 1973, com taxas anuais de crescimento em torno de 10%.
Para o Brasil, apesar de o modelo fordista ter contribuído para o crescimento econômico do país, este não
foi capaz de promover o desenvolvimento econômico regional. A bem da verdade, não se deve creditar apenas
ao fordismo a falta do desenvolvimento regional brasileiro, mas a uma série de decisões políticas tomadas à época.
Para o país, o aumento de renda per capita não representou avanços na qualidade de vida para
moradores de grandes regiões do Brasil, como no Norte e no Nordeste. O crescimento econômico que o país
teve, principalmente durante o período do regime militar, construiu um arcabouço técnico e logístico para o
desenvolvimento que não ocorreu em sua plenitude.
Neste período, o capital estrangeiro financiou vários setores da economia brasileira, principalmente na
extração de minerais metálicos (projetos Carajás, Trombetas e Jari), na expansão das áreas agrícolas (monoculturas
de exportação), nas indústrias química e farmacêutica e na fabricação de bens de capital (máquinas e
equipamentos) utilizados pelas indústrias de bens de consumo. Apesar disso, comparativamente ao fluxo do
comércio exterior, o país era considerado fechado economicamente.

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FORDISMO
Modelo industrial de produção em larga baseada na linha de montagem, em que cada
trabalhador faz trabalhos extremamente especializados, além desgastantes e repetitivos.
O fordismo, porém, não ficou conhecido apenas por valorizar a linha de produção, mas
também por ter agregado elementos tecnológicos a esse modelo, como o uso de esteiras e
maquinários que tornaram a produção de montagem semiautomática

Brasil e o capitalismo na década de 1970


Na década de 1970, os Estados Unidos elevaram as taxas de juros no mercado internacional, reduzindo
os investimentos destinados aos países em desenvolvimento como o Brasil.
Além de assistir a essa redução do fluxo de capital, a economia brasileira teve de arcar com o pagamento
dos juros crescentes da dívida externa. Diante dessa nova realidade, a saída imposta pelo governo para obter
recursos que permitissem honrar os compromissos da dívida se resumiu na frase: “exportar é o que importa”,
slogan do governo de João Figueiredo.
Porém, qual seria a estratégia para tornar os produtos brasileiros internacionalmente competitivos?
Tanto em qualidade como em preço, as mercadorias produzidas em um país em desenvolvimento como o
Brasil, que quase não criava novas tecnologias, enfrentavam grandes obstáculos. As soluções apontadas pelo
governo, no fim das contas, foram desastrosas para o mercado interno e resultou, principalmente, em arrocho
salarial, subsídios fiscais para exportação, negligência com o meio ambiente e desvalorização cambial.
Essas medidas, adotadas em conjunto, favoreceram a colocação de produtos no mercado externo, mas
prejudicaram o mercado interno, reduzindo o poder de compra do brasileiro.
Na busca de um maior superávit na balança comercial, o governo aumentou os impostos de
importação tanto para os bens de consumo como para os bens de capital e bens intermediários.
A consequência dessa medida foi a redução da competitividade do parque industrial brasileiro diante do
exterior ao longo dos anos 1980, já que, pelas barreiras impostas pelo governo, acabamos por nos distanciar da
realidade que existia “lá fora”.
Após o enxugamento do capital que ocorreu com a elevação dos juros nos Estados Unidos (com juros altos
nos Estados Unidos, os investidores preferem ganhar dinheiro com juros lá a investir em países mais arriscados,
como o Brasil), os industriais brasileiros perderam a capacidade financeira para importar novas máquinas.
De outro lado, reforçando o caminho da obsolescência da indústria nacional, não havia incentivos à busca
de maior produtividade e qualidade dos produtos nacionais, já que faltava ao empresariado brasileiro competição
com os produtos importados. Com isso, as indústrias, salvo raras exceções, foram perdendo a competitividade no
mercado internacional, enquanto, internamente, as mercadorias comercializadas tornaram-se caras e
tecnologicamente defasadas.

A década de 1980 e o esgotamento do Estado


Enquanto países desenvolvidos passaram a adotar medidas neoliberais e reduziam o papel do Estado em
determinados setores econômicos (vide os casos clássicos dos Estados Unidos e do Reino Unido, com Ronald
Reagan e Margaret Thatcher, respectivamente), o Brasil, a partir da década de 1980, assistiu ao esgotamento da
capacidade do Estado em promover o desenvolvimento industrial - fim do Estado empresário - devido às
políticas econômicas malsucedidas que aumentaram a dívida externa e a inflação.

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Este arrefecimento do fôlego do Estado-empresário, no entanto, não representou, no Brasil, a adoção de


uma forte política liberal. Durante todo o regime militar, em relação ao resto do mundo, a economia brasileira não
era vista como integrada ao comércio internacional – ou seja, estava à margem do processo de globalização.
Foi só na década de 1990 que começaria a haver uma maior abertura da economia brasileira e a
consequente integração ao processo de globalização do comércio internacional.

Década de 1990, maior integração do Brasil à economia mundial


Foi apenas a partir da década de 1990, durante o governo de Fernando Collor, que o Brasil iniciou um
(acelerado) programa de abertura econômica.
As mudanças mais profundas na estrutura industrial se deram por meio da redução de alíquotas de
importações, desregulamentação do Estado, privatizações de estatais e diminuição de subsídios à produção.
O estímulo à competitividade fez com que muitas pequenas e médias empresas brasileiras não
conseguissem (técnica e financeiramente) se adaptar.
Finalmente, após anos de controle estatal da economia durante o período militar, foi que o país passou a
flertar com o liberalismo econômico como política de Estado.
Com a abertura do mercado brasileiro, iniciada em 1992 e facilitada pela redução dos impostos de
importação, a entrada de máquinas e equipamentos industriais de última geração promoveu a modernização do
parque industrial nacional e o correspondente aumento da produtividade (consequentemente, a
competitividade dos nossos produtos no mercado internacional também aumentou).
Por outro lado, a modernização da produção causou grande elevação nos índices de desemprego, segundo
a análise de alguns teóricos. De acordo com esta visão, a entrada de produtos importados de países que aplicavam
elevados subsídios às exportações e pagavam salários baixíssimos (como a China, nos setores de calçados, têxteis
e brinquedos) provocou a falência de muitas indústrias nacionais, contribuindo para elevar ainda mais o
desemprego em nosso país.
Questão unânime, porém, é que a concorrência com mercadorias importadas fez com que a qualidade de
muitos produtos nacionais melhorasse e provocou significativa redução dos preços, o que beneficiou, por
conseguinte, os consumidores – que tiveram o seu poder de compra aumentado.
Na indústria automobilística, embora tenha havido grande redução no número de trabalhadores por
unidade fabril, verificou-se significativo aumento no número de instalações industriais com a entrada de novas
fábricas que até então não produziam no Brasil, como Honda, Toyota, Renault e Peugeot, dentre outras. Além
disso, houve novos investimentos também de empresas que já estavam instaladas antes da abertura às
importações, como a construção de uma nova fábrica da Ford em Camaçari (BA) e da GM em Gravataí (RS).
Levando em consideração todo o histórico do setor automobilístico, em 2008, o Brasil tornou-se o quinto produtor
mundial de automóveis. Atualmente, com após a crise enfrentada pelo país, o Brasil perdeu algumas fábricas de
automóveis, como foram os casos da Ford e da Mercedes-Benz, que, no final de 2020, anunciaram o fechamento de
unidades no Brasil.

A situação atual
Com as privatizações e a abertura da economia brasileira, acontecidas a partir da década de 1990, houve
forte ingresso de capital estrangeiro em setores produtivos anteriormente dominados pelo Estado e por empresas
de capital privado nacional.
Com o ingresso de capital estrangeiro no setor produtivo, a economia brasileira reduziu sua dependência
do capital especulativo, o que a tornou mais sólida e mais bem estruturada, mas aumentou a saída de dólares na
forma de remessa de lucros e pagamento de royalties.

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A fim de equilibrar a balanço de pagamentos, as estratégias principais do governo são o incentivo às


exportações, ao aumento no fluxo de investimentos estrangeiros, à internacionalização de empresas brasileiras,
dentre outras. Apesar do exposto, o Brasil ainda tem uma economia muito fechada do ponto de vista comercial,
quando comparada à de outros países, tanto os desenvolvidos quantos alguns emergentes.
Além disso, o Brasil, durante os governos Lula e Dilma, optou por privilegiar acordos comerciais e
diplomáticos com países que estivessem ideologicamente alinhados à esquerda do espectro político, retardando
ainda mais a nossa integração ao comércio internacional.
No lugar de fazer acordos bilaterais com países de economia mais forte, o Brasil optou por valorizar
acordos regionais, como o do Mercosul, que engessaram a integração comercial do país com o resto do mundo.
Como membro do Mercosul, o país tem atuação restrita na celebração de acordos comerciais com outros
países, já que é necessária a participação de todos os países do bloco na maioria dos temas comerciais. Ainda nesta
aula, falaremos um pouco mais sobre o Mercosul.
Outra crítica que também se faz ao período Lula-Dilma é que o país, no lugar de lutar para se posicionar
entre as maiores economias mundiais, preferiu fortalecer a chamada diplomacia Sul-Sul, focando em países
pobres ou em desenvolvimento, a fim de ganhar destaque entre países de menor envergadura econômica e
diplomática.
Na atualidade, o Brasil, potência regional na economia do mundo, integra redes de produção e consumo
em escala global, principalmente nos setores de produção de soja, minério de ferro, óleos brutos de petróleo,
automóveis de passageiros e açúcar de cana bruto.
Ademais, as cidades médias brasileiras são polos atrativos, tanto para fluxos migratórios internos,
como para investimentos empresariais globalizados. Hipermercados, centros comerciais, lojas de franquia,
concessionárias de veículos, hotéis e diversos serviços são instalados nessas cidades em diferentes regiões do país,
caracterizando o processo de globalização do território brasileiro.

A situação do comércio internacional brasileiro em números


Em 2017, a participação do Brasil no comércio internacional foi de apenas 1,2%, o que é uma participação
irrisória, se considerarmos que o Brasil possui 2,7% da população mundial e é a décima maior economia do mundo.
A última vez que o Brasil ganhou participação foi em 2011, quando chegou a ter 1,4% de participação no comércio
mundial. Um ponto interessante é que mesmo mantendo-se como um dos maiores produto interno bruto (PIB) do
mundo, o Brasil não conseguiu reduzir a desigualdade social na última década.
De acordo com a OMC, no mesmo período, a China teve participação de 12,71%, os Estados Unidos, 8,81%
e Alemanha, 8,20%. Importante ainda notar que a participação das exportações na economia brasileira é pequena,
não chegando a 12% do PIB. Tal valor só é maior que Afeganistão, Burundi, Sudão, República Centro-Africana e
Kiribati. A média global é de 29,8% do PIB.
Em 2017, o Brasil bateu recorde histórico de superávit em sua balança comercial, com 67 bilhões de dólares
de saldo positivo, um crescimento de 18,5% em relação ao ano anterior. O resultado de 2017 foi o melhor desde
o início da série histórica, em 1989.
O saldo histórico se deveu principalmente ao aumento das exportações brasileiras, que somaram 217,74
bilhões. Esse valor, no entanto, aumentou de um ano para o outro mais por conta da majoração do preço das
principais mercadorias brasileiras do que pelo aumento do volume/quantidade de mercadorias exportadas. As
importações, em 2017, somaram 150,74 bilhões.
A China continuou sendo o maior comprador de produtos do Brasil, comprando US$ 50,2 bilhões do nosso
país, seguida pelos Estados Unidos (US$ 26,9 bilhões), pela Argentina (US$ 17,6 bilhões) e pelos Países Baixos
(US$ 9,3 bilhões).

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Por outro lado, a China também foi o maior vendedor para o Brasil, já que importamos US$ 27,9 bilhões do
país asiático, seguido dos Estados Unidos (US$ 24,8 bilhões), da Argentina (US$ 9,4 bilhões) e da Alemanha (US$
9,2 bilhões).
Um dos efeitos da internacionalização da economia brasileira é a perda de competitividade da indústria
nacional, com a transferência de fábricas da região concentrada do país para outros países da América Latina e
da Ásia. Na América Latina, várias foram as fábricas que saíram do Brasil para se instalarem no Paraguai, por
exemplo. A desindustrialização do Brasil é comprovada por meio da queda da participação da indústria, como
podemos observar na imagem a seguir:

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A DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS E OS PROBLEMAS DO SETOR


O período que foi de 2000 até 2011 foi o último de uma maior industrialização no país.
Atualmente, os números indicam que o país passa por um processo de desindustrialização (um
processo normal nos países mais desenvolvidos, mas não nos emergentes).
Em 1985, por exemplo, a indústria respondia por 21,6% do PIB brasileiro. Em 2017, este valor já era de
aproximadamente 11,8%.
São fatores que explicam a desindustrialização brasileira:
• A competição com a economia chinesa,
• O câmbio sobrevalorizado,
• A falta de inovação,
• Os juros elevados,
• O sistema tributário complexo e
• Os altos custos do processo produtivo.

Podem-se citar, também, como problemas que aumentam os custos da indústria brasileira e dificultam
a sua maior participação no mercado externo:
• Problemas de logística (deficiência e altos preços nos transportes);
• Baixo investimento (público e privado) em desenvolvimento tecnológico;
• Força de trabalho pouco qualificada;
• Carga tributária elevada; e
• Barreiras tarifárias e não tarifárias impostas por outros países à importação de produtos brasileiros.

Os gráficos a seguir demonstram com mais clareza o processo de industrialização brasileira.

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Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2016/10/02/internas_economia,551413/cai-a-partitipacao-
do-setor-industrial-no-pib-do-brasil.shtml

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A INDÚSTRIA BRASILEIRA NA ATUALIDADE


Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, divulgados pelo IBGE, revelam que a crise que atravessa
a indústria brasileira há anos não dá sinais de melhoras.
Nos últimos três meses de 2019, o setor industrial continuou estagnado e avançou 0,1% em comparação
ao período anterior. A retração reforça ainda a TRAJETÓRIA DE QUEDA DA PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO, responsável por converter matérias-primas em bens de produção e consumo, no PIB nos
últimos anos. Por outro lado, o Brasil observa uma crescente participação do setor de serviços no PIB nacional
neste século.
Em 2019, o setor da indústria de transformação representou apenas 11% da atividade econômica. Há duas
décadas, a atividade industrial respondia por mais de 15% do PIB. Em 1970, a participação era de 21,4%.
A indústria brasileira é uma das que mais apresentaram recuo no mundo em quase 50 anos. Segundo o
Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o Brasil teve a terceira maior retração do setor entre
30 países, desde 1970, ficando atrás apenas da Austrália e do Reino Unido. O que nos diferencia, contudo, é que
estes países já tinham obtido uma renda elevada no momento em que começou o declínio e continuaram
aumentando sua renda a um ritmo muito superior ao Brasil nos anos que se seguiram.
A diminuição da participação da indústria no PIB é comum em países ricos, já que uma população com
poder aquisitivo maior consome mais serviços de turismo e lazer, de informação, serviços financeiros, serviços
pessoais, saúde privada e educação superior. Esta é a trajetória que acontece em vários países desenvolvidos. No
caso do Brasil, porém, não atingimos uma renda per capita alta ou nos enriquecemos o suficiente para que a nossa
estrutura produtiva sofresse alteração de forma tão rápida.
A indústria é um setor central na economia, mas que está estagnado há anos em nosso país. Essa é uma
das razões que explicam porque o Brasil não decola.
Como o país não foi capaz de criar condições para que a indústria investisse em inovação e tecnologia,
ficamos estagnados neste aspecto.

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O papel multiplicador da indústria na economia


A indústria cumpre um papel multiplicador na economia já que possui cadeias produtivas longas.
Para produzir um bem, é preciso um conjunto relativamente amplo e diversificado de insumos, que vem
da indústria, da agricultura e do setor de serviços. Dessa forma, quando a atividade industrial avança, ela é capaz
de disseminar crescimento para o restante da economia.
Dados de 1947 a 2018 indicam que uma alta sustentada de 1% da indústria de transformação tende, em
média, a aumentar em cerca de 2% o valor adicionado das demais atividades econômicas.
Assim, a estagnação atual do setor também explica em parte a lenta retomada do mercado de trabalho no
país, que se arrasta desde o final do mandato de Dilma Rousseff, já que a chamada indústria de transformação,
que abrange a maior parte das atividades desenvolvidas no setor industrial na produção de bens intermediários e
de consumo, assume um papel relevante do ponto de vista empregador.
O setor industrial também se destaca dos demais por pagar salários mais altos e por manter relações
trabalhistas mais estáveis, geralmente concentrando trabalhos formais com carteira assinada.
Além dos impactos da recessão brasileira de 2015 e 2016, a indústria sofreu em 2019 um baque diante da
crise na vizinha Argentina, principalmente em relação ao setor automobilístico. As exportações de automóveis
chegaram a cair 30%, o que tem um peso grande na indústria da transformação.
Apesar da perda de espaço da indústria na economia ser um movimento estrutural, percebe-se que, nas
últimas décadas, esse fenômeno foi fortalecido no Brasil por crises econômicas, inflacionárias e do câmbio. Em
nosso país, faltam mecanismos de financiamento, além de uma incapacidade de resolver os gargalos na
infraestrutura e no sistema tributário para alavancar novamente a indústria.
Apesar de todos os pesares, o Brasil ainda é o nono parque industrial do mundo.

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Apesar de incipiente, o Brasil tem assistido a uma modernização do seu Parque Industrial, especialmente
a partir da instalação de diversos PARQUES TECNOLÓGICOS (também conhecidos como TECNOPOLOS)
espalhados pelo país e que estimulam a parceria entre universidades, instituições de pesquisa e as empresas
privadas. Estes parques buscam maior competitividade e desenvolvimento de produtos e localizam-se próximos
aos maiores centros universitários, em locais onde há disponibilidade de mão de obra qualificada, rede de
transportes, energia e comunicações que permitam conexão com outros centros de pesquisa localizados no país
ou no exterior.
No Brasil, os parques tecnológicos aparecem em todas as regiões. Os principais estão localizados em: São
Paulo, Campinas e São José dos Campos (SP), Santa Rita do Sapucaí e Viçosa (MG) e Rio de Janeiro (RJ), no
Sudeste; Fortaleza (CE), Recife (PE), Campina Grande (PB) e Aracaju (SE), no Nordeste; Cascavel (PR),
Florianópolis (SC) e Porto Alegre, no Sul; Brasília (DF), no Centro Oeste; Manaus (AM) e Belém (PA), no Norte.

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CRESCIMENTO DE NOVAS ÁREAS E O INÍCIO DA DESCONCENTRAÇÃO


INDUSTRIAL
Em função, também, de novos investimentos em infraestrutura de energia e transporte, o parque
industrial brasileiro vem se desconcentrando e apresenta maior dispersão espacial, direcionando-se às
regiões historicamente marginalizadas.
Este processo de desconcentração tem início na década de 1970, como bem lembra Milton Santos:

“A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma
das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. [...] A produção
industrial torna-se mais complexa, estendendo-se sobretudo para novas áreas do Sul e para alguns
pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte (Manaus). Paralelamente, as áreas industriais já
consolidadas ganham dinamismos diferentes dos que definiram a industrialização em períodos
anteriores. ”
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Apesar de a DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL ser um processo que se inicia efetivamente a partir da


década de 1970, a primeira grande ação governamental para dispersar o parque industrial aconteceu anos antes,
com a instalação da ZONA FRANCA DE MANAUS, na década de 1960.
Depois, com o resultado dos PLANOS NACIONAIS DE DESENVOLVIMENTO dos governos Médici e
Geisel (final da década de 1970 e início dos anos 80), começaram a ser inauguradas as primeiras usinas
hidroelétricas nas regiões Norte e Nordeste: Tucuruí (Rio Tocantins), Sobradinho (São Francisco) e Boa Esperança
(Paraíba).
Assim que o governo começou a atender, ainda que em parte, as necessidades de infraestrutura das
regiões historicamente marginalizadas, começou a haver uma dispersão do parque industrial brasileiro, inclusive
em escala regional.
Ao longo da década de 1990, com maior infraestrutura no país, AS INDÚSTRIAS PASSARAM A SE
ESPALHAR PELO TERRITÓRIO BRASILEIRO também em busca de:
• MÃO-DE-OBRA MAIS BARATA (ainda que pouco qualificada); e
• BENEFÍCIOS FISCAIS.

Este último fator desencadeou uma INTENSIFICAÇÃO DA GUERRA FISCAL (ou guerra dos lugares) entre
os estados e municípios que reduziam ou zeravam impostos (BENEFÍCIOS FISCAIS) e ofereciam outras
vantagens, como doação de terrenos, para atrair as empresas até então estabelecidas em outras localidades.
Mesmo no estado de São Paulo, que apresenta a melhor infraestrutura do país, houve historicamente
maior concentração de indústrias na Região Metropolitana. Nos últimos anos, no entanto, seguindo uma
tendência já verificada em países desenvolvidos, acontece um processo de deslocamento das indústrias
instaladas em São Paulo em direção às cidades médias do interior (processo de desconcentração industrial).
Isso é possível graças ao grande desenvolvimento da informática e à modernização da infraestrutura de produção
de energia, transporte e comunicação, criando condições de especialização produtiva por intermédio da
integração regional. A possibilidade de diminuir custos, como o de aluguel, por exemplo, também pesa na decisão.
Além desses fatores, o avanço das tecnologias da informação permitiu que várias categorias de
trabalhadores ganhassem mais liberdade e pudessem trabalhar de casa.
As regiões tendem, atualmente, a se especializar em poucos setores da atividade econômica e a buscar
em outros mercados (interno ou do exterior) as mercadorias que satisfaçam as necessidades diárias de consumo
da população.

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Fique atento!
Desconcentração industrial: Refere-se ao processo de deslocamento de indústrias
de um lugar para o outro (dos grandes centros urbanos para as cidades médias).
Desindustrialização: Refere-se ao fechamento de indústrias.

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MAIORES PARCEIROS COMERCIAIS DO BRASIL


Considerando o ano de 2019 e o primeiro semestre de 2020, os principais países parceiros comerciais do
Brasil são:
1. China
2. Estados Unidos
3. Holanda (Países Baixos)
4. Argentina
5. Espanha
6. Alemanha
7. Japão
8. México
9. Canadá
10. Cingapura

China

Principal parceiro comercial do Brasil, tanto em importação, quando em exportação, a China é a segunda
maior economia do mundo.
Por causa do seu constante desenvolvimento, provavelmente se tornará a maior economia do mundo nos
próximos anos.

Estados Unidos

Maior economia mundial, os Estados Unidos possuem relações importantes com o mercado brasileiro.
Com o total de USD 10 bilhões em exportação e USD 13,2 bilhões em importação, até junho de 2020, o
país se mantém constante no ranking como segundo principal parceiro comercial do Brasil.

Holanda (Países Baixos)

As mudanças no mercado que aconteceram em 2019 e 2020 fizeram com que a Holanda alcançasse o
terceiro lugar entre os parceiros comerciais do Brasil na exportação. Em 6 meses, foram USD 4,2 bilhões
resultantes da exportação. Por outro lado, o Brasil não é um grande importador do país. Até junho de 2020, o total
de importação foi de USD 647 milhões.

Argentina

Além de ser um país vizinho, a Argentina é, historicamente, um dos principais parceiros comerciais do
nosso país.
Entretanto, a crise do país em 2019 reduziu as negociações internacionais — antes, a Argentina ocupava o
terceiro lugar no ranking de maior exportador e importador do Brasil.

Espanha

As relações comerciais da Espanha com o Brasil estão em crescimento desde 2016.

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Produtos mais exportados pelo Brasil


Considerando levantamento feito sobre o ano de 2019 e o primeiro semestre de 2020, os produtos mais
exportados pelo Brasil são:
• Soja;
• Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos;
• Minério de ferro e seus concentrados;
• Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada;
• Carnes de aves e suas miudezas comestíveis frescas, refrigeradas ou congeladas;
• Açúcares e melaço;
• Celulose;
• Farelo de soja;
• Milho não moído, exceto milho doce;
• Café não torrado;
• Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos.

Observe que os produtos brasileiros exportados, em regra, apresentam pouco valor agregado.

Produtos mais importados pelo Brasil


Considerando levantamento feito sobre o ano de 2019 e o primeiro semestre de 2020, os produtos mais
importados pelo Brasil são:
• Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes;
• Adubos ou fertilizantes químicos;
• Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos;
• Obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns;
• Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios;
• Medicamentos e outros produtos farmacêuticos;
• Partes e acessórios de veículos automotivos.

Observe que os produtos brasileiros importados, em regra, apresentam muito valor agregado.

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BRICS
O BRICS é o agrupamento formado por cinco grandes países emergentes - Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul - que, juntos, representam, no plano global, cerca de:
• 42% da população;
• 23% do PIB;
• 30% do território; e
• 18% do comércio mundial.

O acrônimo BRIC (sem o “S”) foi cunhado em 2001 pelo banco de investimentos Goldman Sachs, para
indicar as potências emergentes que formariam, com os Estados Unidos, as cinco maiores economias do mundo
no século XXI. Em 2006, os países do BRIC deram início ao diálogo que, desde 2009, tem lugar nos encontros anuais
de chefes de Estado e de Governo. Em 2011, com o ingresso da África do Sul, o BRICS alcançou sua composição
definitiva, incorporando um país do continente africano.
Desde o início de seu diálogo, os países do agrupamento buscaram estabelecer governança internacional
mais condigna com seus interesses nacionais, por meio, por exemplo, da reforma de cotas do Fundo Monetário
Internacional, que passou a incluir, pela primeira vez, Brasil, Rússia, Índia e China entre os maiores cotistas.
Ao longo de sua primeira década, o BRICS desenvolveu cooperação setorial em diferentes áreas, como
ciência e tecnologia, promoção comercial, energia, saúde, educação, inovação e combate a crimes transnacionais.
Atualmente, essa cooperação setorial, que abrange mais de 30 áreas, traz importantes benefícios concretos para
as populações dos países do agrupamento. É o caso da Rede de Pesquisa em Tuberculose, que visa a introduzir
medicamentos e diagnósticos de qualidade a preços acessíveis.
Além dos encontros presidenciais (cúpula e encontro informal à margem do G20), o BRICS organiza, por
meio de sua presidência rotativa, cerca de 100 reuniões anuais, entre as quais cerca de 15 ministeriais e dezenas
de encontros de altos funcionários, eventos técnicos, bem como reuniões nas áreas de cultura, educação e esporte.
Ao longo de 2019, o Brasil exerceu a presidência de turno do BRICS, quando houve uma cúpula do grupo
em nosso país. Ao fim do encontro, os países assinaram documento que teve como principais pontos, dentre os 73
tópicos chancelados, os seguintes:
• Compromisso com as metas de redução das emissões de carbono fixadas a partir do Acordo de Paris.
• Reforma "abrangente” das Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança.
• Preocupação com a possibilidade de uma corrida armamentista no espaço exterior.
• Na economia, defesa de "mercados abertos, de um ambiente de negócios e comércio justo, imparcial
e não-discriminatório, de reformas estruturais, de concorrência efetiva e justa".
• Empenho para a adoção de medidas para combater a corrupção no setor público.
• Ausência de menções no documento a conflitos regionais na vizinhança dos membros do Brics. Nos
73 tópicos, não aparece, por exemplo, qualquer menção às crises políticas na Venezuela, no Chile e na
Bolívia.

Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não
funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última
análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de
institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação.
Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de
interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de
Estado/Governo.

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Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal, ao
incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do grupo, é a
econômico-financeira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais têm-se
reunido com frequência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança do BRICS já se reuniram
duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e energia também já foram tratados no âmbito do
agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas assinaram documento de cooperação e, com base nele,
foi realizado, no Brasil, curso para magistrados dos BRICS. Já foram realizados ainda eventos buscando a
aproximação entre acadêmicos, empresários, representantes de cooperativas. Foram também assinados acordos
entre os bancos de desenvolvimento.
A valorização da produção de commodities e o aumento de seus preços e de sua exportação têm sido
apontados como promotores de riqueza e ascensão para os países emergentes, tais como os que integram o
BRICS, que passam a ser considerados importantes para a manutenção do crescimento da economia mundial.

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BLOCOS ECONÔMICOS
Contraditoriamente, um dos efeitos colaterais da globalização, fenômeno conhecido por integrar cada vez
mais o globo e diluir a importância das fronteiras, foi fomentar a regionalização econômica, por meio da criação
de blocos econômicos.
A criação e o desenvolvimento desses blocos teve o principal objetivo de melhor posicionar
estrategicamente os seus países-membros, como veremos a seguir.

A regionalização da economia
Costuma-se chamar de regionalização da economia a formação dos grandes blocos econômicos, que são
mecanismos que funcionam como uma tentativa de as nações, em conjunto, exercerem maior controle e
conseguirem barganhar com maior poder de fogo no âmbito do comércio internacional.
Assim, podemos definir os blocos econômicos como associações de países que pretendem estabelecer
relações comerciais privilegiadas entre si.

Atenção!!
Bloco econômico é o agrupamento de países, com interesses econômicos mútuos,
que buscam a integração COMERCIAL e SOCIAL entre os seus Estados-membros.

Ou seja, um bloco econômico não é, necessariamente, um mero agrupamento de países com interesses
econômicos mútuos – e isso pode ser questão de prova!
Além do aspecto econômico, como podemos observar na União Europeia (UE), por exemplo, nota-se
também a existência de uma integração social entre seus Estados-membros, motivo pelo qual falamos de
integração comercial e social como elementos fundamentais para a caracterização de um Bloco Econômico.
Na União Europeia há leis, fundos e instrumentos para melhor coordenar e monitorar as políticas
nacionais. A UE incentiva ainda os Estados-Membros a partilhar as melhores práticas em assuntos como inclusão
social, pobreza e pensões.
O Tratado de Roma de 1957 já incluía princípios fundamentais como a igualdade salarial entre mulheres e
homens, bem como o direito de os trabalhadores poderem circular livremente dentro do bloco. Para viabilizar essa
mobilidade, foram adotadas regras para o reconhecimento mútuo de diplomas, além de garantias relativas ao
tratamento médico no estrangeiro e as salvaguardas relativas aos direitos à pensão já adquiridos.
A UE ainda apoia os Estados-Membros nos seus esforços para organizar os serviços de saúde e melhorar a
saúde dos europeus, por meio de financiamento e legislações, tais como o tempo de trabalho ou o trabalho a
tempo parcial, bem como legislação para combater a discriminação no local de trabalho, e para garantir a saúde e
a segurança dos trabalhadores.
Como se vê, portanto, a integração social é importante para o grupo.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que os países-membros de determinado bloco
econômico não estarão, necessariamente, geograficamente próximos. Num mesmo bloco econômico, por
exemplo, pode haver Estados de diferentes continentes e, até mesmo, separados por um oceano. Lembre-se:
estamos falando de integração COMERCIAL e SOCIAL, e NÃO de integração geográfica.

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A seguir, apresento o mapa que destaca os Estados-membros da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico


(APEC), que possui membros de diferentes continentes:

Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/apec.htm

Seja qual for o tipo de integração, no entanto, o certo é que os blocos econômicos são formados por
PAÍSES com a finalidade de diminuir e/ou eliminar impostos e tarifas nas negociações entre os seus membros
(integração comercial), fazendo com que estes ganhem competitividade internacional. Eventualmente, alguns
blocos também buscam a livre circulação de pessoas (integração social), como a já citada União Europeia.

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CLASSIFICAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS


A União Europeia possui uma moeda oficial, o Euro, que é adotada por 19 dos 27 de seus países-membros,
formando assim a chamada Zona do Euro (ATENÇÃO: Nem todos os países da União Europeia fazem parte da
Zona do Euro). O Mercosul, por outro lado, apesar de também ser um bloco econômico, não possui uma moeda
oficial única de livre circulação entre seus membros, o que demostra que entre blocos econômicos diferentes
existem também diferentes níveis de integração.
A seguir, apresento a classificação dos blocos econômicos.

Zona de Preferência Tarifária


Modalidade mais simples de integração, em que os países-membros apenas possuem TAXAS MAIS
BAIXAS do que as aplicadas aos países que não pertencem ao acordo de preferência.
Ademais, essa preferência tarifária se restringe APENAS A ALGUNS PRODUTOS, já que é apenas uma
fase inicial – e por vezes experimental – de integração.
O maior exemplo desta modalidade é a ALADI (Associação Latino- Americana de Integração).
A própria ALADI, é o maior grupo latino-americano de integração, declara-se como uma zona preferencial:

A ALADI promove a criação de uma ÁREA DE PREFERÊNCIAS ECONÔMICAS na região,


objetivando um mercado comum latino-americano, através de três mecanismos:
– uma PREFERÊNCIA TARIFÁRIA REGIONAL, aplicada a produtos originários dos países-
membros frente às tarifas em vigor para terceiros países;
– acordos de alcance regional (comuns a todos os países-membros); e
– acordos de alcance parcial, com a participação de dois ou mais países da área.

A Aladi é formada por onze países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador,
Mexicanos, Paraguai, Perú, Uruguai e Venezuela. Juntos, estes países ocupam 20 milhões de quilômetros
quadrados e abrigam mais de 510 milhões de habitantes.

Área (ou Zona) de livre-comércio


É o que acontece quando um grupo de países ELIMINA (ou reduz) impostos e taxas de importação que
recairiam sobre a maioria dos bens importados de algum dos países do grupo. O MERCOSUL (Mercado Comum
do Sul) começou neste nível de integração.
Como a Zona de Preferência Tarifária também reduz as tarifas entre os Estados-membros, alguns autores
consideram que a classificação dos blocos econômicos tem na Área de Livre-Comércio o seu nível mais básico – e
desconsideram a Zona de Preferência Tarifária.
De qualquer forma, é extremamente improvável que esse conhecimento preciosista sobre a classificação
dos blocos seja questão de prova de concurso. Se for cobrado, já está todo mundo avisado por aqui rs.

União aduaneira
Além de unificar o comércio entre seus membros, são definidas regras comuns a serem adotadas por
todos os países-membros quando qualquer destes negociar com países de fora do grupo.
Neste caso, geralmente é adotada uma TARIFA EXTERNA COMUM (TEC) – ou Tarifa Externa Única – por
todos os países-membros para importação de bens com Estados não membros.
Os países do Mercosul estão neste nível de integração.

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Mercado comum
Além de mercadorias e serviço, há também livre circulação de pessoas, de trabalho e de capital entre os
Estados membros.
Como o nome do próprio bloco já diz, é neste nível de integração que o Mercosul pretende chegar.

União econômica e monetária


Este é o estágio máximo de integração econômica e monetária entre países, o que significa a adoção de
uma moeda oficial única, que substitui as moedas locais, e a implantação de um Banco Central do bloco, que passa
a adotar uma política econômica comum para todos os seus estados- membros.
A União Europeia é o único bloco a apresentar este nível de integração.

Fique atento!
ATENÇÃO!!
O Mercosul é composto por:
- Países-membros (ou membros plenos): Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, que está
suspensa do bloco desde dezembro de 2016, por tempo indeterminado; e
- Países associados: Chile, Peru, Equador, Colômbia, Guiana, Suriname e Bolívia, sendo que este está em
processo de se tornar um membro pleno.
- Países observadores: México e Nova Zelândia.

Entre os membros plenos do Mercosul está em funcionamento a União Aduaneira.


Entre os membros associados, o Livre Comércio.

Entenda as diferenças!
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
• Modalidade mais simples de integração.
Zona de Preferência • Países-membros apenas possuem TAXAS MAIS BAIXAS do que as
Tarifária aplicadas aos países que não pertencem ao acordo de preferência.
• A preferência tarifária se restringe APENAS A ALGUNS PRODUTOS.
• Unificação do comércio entre seus membros.
• Há ELIMINAÇÃO (ou redução) de impostos e taxas de importação que
Área (ou Zona) de livre- recairiam sobre a maioria dos bens importados de algum dos países do
comércio grupo.
• O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) começou neste nível de
integração.
• Há unificação do comércio entre seus membros.
União aduaneira • São definidas regras comuns a serem adotadas por todos os países-
membros quando qualquer destes negociar com países de fora do grupo.

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• Neste caso, geralmente é adotada uma TARIFA EXTERNA COMUM (TEC)


– ou Tarifa Externa Única.

• Além de mercadorias e serviço, há também livre circulação de pessoas, de


Mercado comum
trabalho e de capital entre os Estados-membros.

• Estágio máximo de integração econômica e monetária.


• Há adoção de uma moeda oficial única, que substitui as moedas locais.
União econômica e
• Implantação de um Banco Central do bloco, que passa a adotar uma
monetária
política econômica comum para todos os seus estados- membros.
• A União Europeia é o único bloco a apresentar este nível de integração.

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UNIÃO EUROPEIA
A UNIÃO EUROPEIA é o bloco econômico mais antigo e o de maior importância no globo.
Apesar de sua configuração atual ter surgido em 1992, o bloco nasceu como CECA (Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço), em 1952, e era composto por apenas seis países:
• Bélgica,
• Países Baixos,
• Luxemburgo,
• Alemanha Ocidental,
• França e
• Itália.

Atualmente, o bloco conta com a presença de 27 Estados- membros, possui uma população de
aproximadamente 450 milhões de habitantes, que fala 20 línguas oficiais, e forma um dos maiores mercados
consumidores do mundo.
Os 27 países-membros da União Europeia são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia,
Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia.
Há ainda cinco países candidatos que estão em processo de adesão ao bloco: Albânia, Sérvia, Montenegro,
Turquia e Macedônia.
São apontados como pré-requisitos básicos para um país ser membro da União Europeia:
• Inflação baixa e controlada;
• Déficit público de no máximo 3% do PIB;
• Dívida pública de no máximo 60% do PIB;
• Taxa de juros de longo prazo controlada;
• Moeda estável, dentro da banda de flutuação do Mecanismo Europeu de Câmbio.

A bandeira da União Europeia possui doze estrelas que, como fica fácil perceber, não faz menção ao
número de Estados-membros, que são 27.
O número 12, segundo o bloco, está ligado à ideia de perfeição (doze meses do ano, doze horas do relógio,
doze signos do zodíaco, dentre outros simbolismos).
O azul simboliza o ideal de união, solidariedade e harmonia entre os povos europeus.

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MERCOSUL
Criado no dia 26 de março de 1991, em Assunção, pelos presidentes de Paraguai, Argentina, Uruguai e
Brasil, o Mercosul possui aproximadamente 400 milhões de habitantes. O Brasil, responsável por cerca de 75% do
PIB do bloco, possui a maior representatividade do bloco.
Além dos países fundadores, agora a VENEZUELA também é membro do grupo – ainda que agora esteja
suspensa.
A BOLÍVIA, por outro lado, é um país membro ainda não pleno – em processo de adesão.
Este bloco econômico é o único acordo multilateral consolidado do qual o Brasil faz parte.
A seguir, apresento a bandeira do bloco, que foi desenhada por um argentino. Nela, temos a representação do
Cruzeiro do Sul, principal elemento de orientação do Hemisfério Sul. As quatro estrelas também representam os
quatro países fundadores do bloco: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A linha verde representa o horizonte.

Bolívia, o próximo membro pleno do Mercosul


A Bolívia está em processo de adesão plena ao Mercosul, o que ainda não aconteceu, principalmente, por
conta dos trâmites internos do Brasil, único país que falta conceder aprovação, depois que esta foi dada pela
Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai.
A Bolívia tem atualmente o status de Estado Associado do Mercosul em processo de adesão, ou seja,
aguarda a finalização do trâmite de adesão para ser membro pleno.

Dinâmica econômica do Mercosul


Comercialmente, podemos dizer que o Mercosul tem alcançado os seus objetivos. Grande parte das
mercadorias fabricadas nos países-membros pode ser comercializada dentro do grupo sem tarifa de importação.
Alguns setores, porém, mantém barreiras tarifárias temporárias, que serão reduzidas gradualmente.
O livre comércio dentro do bloco, que reduziu a zero a alíquota do imposto de importação para o universo
de bens, exceto açúcar e automóveis, foi implementado por meio do programa de desgravação tarifária, que já
estava previsto no Tratado de Assunção, documento que deu origem ao Mercosul.
Além da extinção de tarifas internas, o MERCOSUL possui a união aduaneira, com a padronização das
tarifas externas para diversos itens, por meio da TEC (a Tarifa Externa Comum), que está organizada em 11 níveis
tarifários, com alíquotas que variam de 0% a 20%.
Este escalonamento possui a seguinte lógica: insumos têm alíquotas mais baixas e produtos com maior grau
de elaboração, alíquotas maiores.

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Observe que com esta sistemática de livre-comércio os bens são comercializados de um país para outro
sem serem tributados como se importados fossem. Ou seja, os bens nacionais de cada país precisam ficar mais
baratos a fim de se tornarem mais competitivos no mercado intrabloco.
E quem leva vantagem com essa dinâmica? Aquele país que apresentar os custos mais baixos de produção,
incluindo a mão de obra, já que só assim conseguirá conquistar mercados e vender seus produtos nos países
vizinhos.
No Mercosul, quem tem ganhado destaque neste papel é o Paraguai, por conta da sua mão de obra
barata e os baixos custos de produção. Lá, por exemplo, há a Lei de Maquila, que permite a importação de
máquinas e matérias-primas com isenção de tributos, o que barateia muito o processo de produção.
Essa dinâmica costuma se repetir em outros blocos econômicos, onde países com custos mais baixos de
produção acabam se tornando o polo industrial/exportador do grupo. O Paraguai, para continuarmos nesse
exemplo, é por vezes chamado de China da América do Sul.
Caso semelhante ocorreu com o México, ao participar do NAFTA, bloco econômico que tinha também
como membros o Canadá e os Estados Unidos. Em outubro de 2018 este bloco mudou de nome e passou a se
chamar Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês).
Observe, a seguir, como este tema já foi questionado em prova.

Questões para fixar


(CESPE - ABIN - 2018)
No que se refere às dinâmicas políticas e econômicas do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e de outros
blocos econômicos, julgue o item subsequente.
Nos últimos anos, o Paraguai vem atraindo indústrias brasileiras por intermédio da Lei das Maquilas, em um
processo semelhante ao ocorrido no México, quando da formação do NAFTA.
( ) Certo ( ) Errado
Comentário:
Como acabamos de estudar, tanto o Paraguai quanto o México, em seus respectivos blocos econômicos (o
Mercosul e o Tratado de Livre Comércio da América do Norte – Nafta, atualmente Acordo Estados Unidos-
México-Canadá) desempenham o mesmo papel, de bolsão de produção a preços mais baixos para o bloco
econômico.
Gabarito: Certo

Acordo do Mercosul com a União Europeia


Há 20 anos, a União Europeia e o Mercosul negociam um acordo de livre comércio entre os dois blocos.
Apesar do longo tempo de negociação, as discussões avançaram especialmente a partir de 2017 e teve um desfecho
em 28 de junho de 2019, quando logo pasou a ser um dos principais acontecimentos da Política Externa atual.
A assinatura foi inúmeras vezes adiada por conta da resistência de setores industriais ou agrícolas dos dois
blocos. Os agricultores franceses foram um dos setores resistentes à celebração de um documento União
Europeia-Mercosul, por temerem a concorrência da carne brasileira em solo europeu.
Conforme divulgado pela Agência Brasil, os países do Mercosul e da União Europeia formarão uma das
maiores áreas de livre comércio do planeta.

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Juntos, os dois blocos representam cerca de 25% da economia mundial e um mercado de 780 milhões
de pessoas. Quando se considera o número de países envolvidos e a extensão territorial, o acordo só perde
para o Tratado Continental Africano de Livre Comércio, que envolve 44 países da África e foi assinado em março
de 2019. Mesmo assim, União Europeia e Mercosul fecharam o maior acordo entre blocos econômicos da
história, o que deve impulsionar fortemente o comércio entre os dois continentes.
O acordo de livre comércio eliminará as tarifas de importação para mais de 90% dos produtos
comercializados entre os dois blocos. Para os produtos que não terão as tarifas eliminadas, serão aplicadas cotas
preferenciais de importação com tarifas reduzidas. O processo de eliminação de tarifas varia de acordo com
cada produto e deve levar até 15 anos contados a partir da entrada em vigor da parceria intercontinental.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo reduz, por exemplo, de 17% para zero
as tarifas de importação de produtos brasileiros como calçados e aumenta a competitividade de bens industriais
em setores como têxtil, químicos, autopeças, madeireiro e aeronáutico. Um estudo da confederação aponta que,
dos 1.101 produtos que o Brasil tem condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam tarifas de
importação. Com a abertura do mercado europeu para produtos agropecuários brasileiros, que são altamente
competitivos, mais investimentos devem ser aplicados na própria indústria nacional, já que dados do setor
mostram que o agronegócio consome R$ 300 milhões em bens industrializados no Brasil para cada R$ 1 bilhão
exportado.
Para os países do Mercosul, bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (e Venezuela, que
está suspensa), o acordo prevê um período de mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais
sensíveis à competitividade da indústria europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação
será zerada tão logo o tratado entre em vigor.
Estimativas do Ministério da Economia indicam que o acordo representará um aumento do Produto
Interno Bruto brasileiro de US$ 87,5 bilhões em 15 anos, podendo alcançar até US$ 125 bilhões se forem
considerados a redução das barreiras não tarifárias e o incremento esperado na produtividade. O aumento de
investimentos no Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113 bilhões. Com relação ao comércio bilateral,
as exportações brasileiras para a União Europeia apresentarão quase US$ 100 bilhões de ganhos até 2035.
O acesso privilegiado ao mercado europeu é considerado uma das negociações mais complexas de se
costurar e, por isso, o anúncio desse acordo cria um ambiente positivo para que o Mercosul possa consolidar outras
negociações.
O acordo também legitima o livre comércio e o multilateralismo, que têm estado sob constante ataque
por causa da guerra comercial entre China e Estados Unidos e adoção de medidas protecionistas por diversos país.
Para o embaixador José Botafogo Gonçalves, há uma crise do multilateralismo, por isso o acordo de livre
comércio entre União Europeia e Mercosul tem um peso geopolítico fundamental no momento. "Quando se fala
de multilateralismo comercial, que é o objetivo da OMC [Organização Mundial do Comércio], nós temos que
reconhecer que há uma crise. O mundo não está preparado nem sei se vai voltar ao momento anterior a essa crise.
Enquanto isso não ocorre, você tem que ir para o regionalismo, então o acordo entre Mercosul e UE preenche um
vácuo deixado pelo multilateralismo", avalia.

Ratificação
Mesmo após 20 anos de negociação, ainda falta um longo caminho para que o acordo entre Mercosul
e UE, de fato, entre em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados
integrantes de ambos os blocos econômicos. Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos
parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos, uma tramitação que levará anos e poderá
enfrentar resistências.

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"Tem uma tendência de haver resistência nos Parlamentos de países europeus, especialmente de partidos
nacionalistas e também os ambientalistas", diz Ammar Abdelaziz, da BMJ Consultoria. Segundo ele, não dá para
estipular um prazo para a finalização dessa ratificação por parte dos europeus. No caso brasileiro, o acordo agora
será analisado pelos ministérios envolvidos e depois será enviado para o Congresso Nacional, onde tramitará por
comissões e terá de aprovado tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado. "Em média, o Brasil leva em
torno de três a quatro ano para ratificar acordos internacionais, não vai ser menos que isso".
É só no médio prazo que os efeitos mais concretos do acordo de livre comércio poderão ser sentidos
pela população em geral, como eventuais queda no preço de produtos importados e, principalmente, aumento
de investimentos e crescimento da economia. "A perspectiva desse acordo para o cidadão comum é que a
expansão do comércio se reflita na expansão do PIB, e a partir do crescimento da economia haja mais geração de
emprego e renda e aumento da arrecadação para o governo", explica Danielle Sandi, da UnB.

Fonte: https://observador.pt/2019/06/29/g20-termina-cimeira-com-apoio-ao-comercio-livre-e-ao-crescimento-economico/

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ARTIGOS
Prezado aluno, ao final desta aula, apresento artigos publicados na imprensa, a fim de mostrar visões diferentes do
assunto estudado – tal como pode ocorrer na nossa prova.
Tenha uma boa leitura e um ótimo aproveitamento nos exercícios. Até a próxima aula!!

Artigo1: Vantagens do Acordo União Europeia-Mercosul


Para o resto dos países latino-americanos, é conveniente que o Brasil e a Argentina abram suas economias

Rodrigo Botero Montoya*


15 de julho de 2019

Durante a Reunião do Grupo dos 20, em Osaka, foi anunciado que a União Europeia e o Mercosul haviam
concordado em assinar um acordo de livre comércio entre os dois grupos. Este anúncio, após 20 anos de negociações
infrutíferas, é o resultado da conjunção de várias circunstâncias favoráveis. Tanto o presidente da Argentina, Mauricio
Macri, quanto o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, decidiram descartar o protecionismo e inserir seus
respectivos países na economia internacional. Os governantes de França, Alemanha, Espanha e Portugal concordaram
em apoiar o acordo por várias razões: proteção comercial, geopolítica e ambiental.
Embora o tratado deva ser ratificado pelos parlamentos dos países signatários, uma vez que entre em vigor,
liberalizará o comércio entre duas regiões, com uma população total de cerca de 750 milhões de habitantes.
Esta iniciativa é uma boa notícia para a América Latina. Para o Paraguai e o Uruguai, é um alívio poder livrar-se
das restrições impostas pela tarifa protecionista externa comum do Mercosul. Por serem países com pequenos
mercados internos, o que lhes convém é participar ativamente dos mercados mundiais, com tarifas moderadas, sem se
limitarem às distorções comerciais de seus parceiros do Mercosul. Para o resto dos países latino-americanos, também
é conveniente que o Brasil e a Argentina abram suas economias. Como um número considerável de países da região
tem acordos de livre comércio com a União Européia, a entrada em vigor do TLC entre a União Europeia e o Mercosul
contribuiria para revigorar o comércio hemisférico.
Espera-se que a liberalização do comércio com a União Europeia sirva como um precedente que nos permita
contemplar um TLC entre os membros do Mercosul e os Estados Unidos. Mas essa é uma aspiração de pouca viabilidade
no curto prazo, dada a animosidade em relação ao livre comércio da atual administração dos EUA.
A decisão dos governos do Brasil e da Argentina de dar um passo em direção ao livre comércio com a União
Européia é significativa. Representa uma grande mudança na concepção de comércio exterior que envolve mudanças
consideráveis no desenho da política econômica. A implementação dessas mudanças não será uma tarefa fácil. O
protecionismo extremo e a preferência pelo modelo de substituição de importações são amplamente aceitos no Cone
Sul como manifestações ideológicas do nacionalismo econômico. Além disso, a intensidade do intervencionismo estatal
necessário para administrar uma economia fechada cria vínculos estreitos entre os setores privilegiados pelo
protecionismo e os funcionários encarregados de administrar as barreiras à concorrência internacional. Essa inter-
relação dá origem a interesses adquiridos que se opõem à modificação de um sistema do qual obtêm benefícios
abundantes.
A seguinte declaração de Cristina Kirchner é reveladora: “Não vamos importar um único prego. O modelo de
chegada a que aspiramos é fazer tudo por nós mesmos e ser absolutamente autossuficientes.” Numa síntese rígida, esta
é a fórmula para garantir o atraso tecnológico e perpetuar o subdesenvolvimento.
Fonte:https://oglobo.globo.com/opiniao/artigo-vantagens-do-acordo-uniao-europeia-mercosul- 23800828

__________________________
*Rodrigo Botero Montoya é economista e foi ministro da Fazenda da Colômbia

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Artigo2: Livre comércio entre Mercosul e União Europeia seria benéfico ao Brasil
João Grandino Rodas*
20 de julho de 2017

O século XIX ficou conhecido como o século das nacionalidades, pois nesse período os Estados- nações se
solidificaram, passaram a exercer controle rígido sobre seus territórios, codificaram suas legislações e a distribuição de
justiça passou a ser feita por categorias profissionalizadas guardiãs da ordem pública interna. Já o século XX foi o das
organizações internacionais intergovernamentais, em razão do surgimento de entidades dotadas de poderes delegados
pelos Estados, que passaram a ser sujeitos de direito internacional com o poder de concluir tratados e que se tornaram
atores onipresentes do cenário global. Na primeira metade do século XX, pontificaram as organizações internacionais
com objetivo geral e vocação universal (Liga das Nações e ONU, por exemplo) e as organizações especializadas, de
vocação universal ou regional (OIT e OPAS). Contudo, na segunda metade desse século, proliferaram os organismos
internacionais regionais de integração econômica ou blocos econômicos (União Europeia e Mercosul). Muito embora, o
GATT/OMC baseie-se em postulados de livre comércio, desde seu início permitiu, excepcionalmente, o estabelecimento
desses blocos, que diferem quanto ao grau de integração econômica almejada: área de preferência tarifária, área de
livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária.
Tratados europeus, pós-segunda-guerra, criaram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Tratado de
Paris de 1951), a Comunidade Europeia de Energia Atômica e a Comunidade Econômica Europeia (Tratados de Roma
de 1957); que, em 1965, unificaram os seus órgãos (Tratado de Bruxelas). Esta última tomaria o nome de Comunidade
Europeia (Tratado de Maastricht de 1992) e, posteriormente, União Europeia (Tratado de Lisboa de 2009). Possui
atualmente 28 membros, incluindo o Reino Unido, cuja saída embora decidida, ainda não foi efetivada. “Essa
organização internacional sui generis originaria, de um lado, o modelo de organização regional de integração
econômica, que se espalharia pelo mundo; e de outro, o surgimento de uma nova vertente internacional do direito, o
direito da integração[1]”.

O Mercosul, criado em março de 1991, pelo Tratado de Assunção, embora ostente em sua denominação
“mercado comum”, tornou-se união aduaneira em início de 1995 e até o momento não passa de união aduaneira
imperfeita, quando muito. Possui quatro membros ativos (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), pois a Venezuela
continua suspensa. Por força da Decisão 32 de 2000 do Conselho do Mercado Comum, os Estados Membros do Mercosul
somente podem negociar tratados de preferências tarifárias conjuntamente. “As relações externas do Mercosul são
reguladas por tratados internacionais, que fixam regras específicas, quer com outras organizações internacionais,
quer com Estados, no intuito de estabelecer aproximação, em vários âmbitos, inclusive no comercial: cooperação
econômica, estabelecimento de área de livre comércio etc.”.[2]

O GATT/OMC, a União Europeia e o Mercosul “embora organizações distintas ... estão em simbiose obrigatória,
por coexistirem na área do comércio internacional. Inobstante a primeira situe- se no âmbito multilateral e seja um
acordo geral; e as demais gravitem na esfera regional, corporificando acordos localizados e de menor amplitude; todas
devem compatibilizar-se. Por isso, a regularidade dos acordos regionais pressupõem ... deverem evitar aumento de
barreiras relativamente a terceiros; e liberalizar parte importante do mercado dentro da região. (...) Cabe ao
regionalismo, em sua qualidade de exceção ao multilateralismo econômico, criar benefícios locais sem prejudicar o
cenário global”.[3]

Cumprindo suas respectivas missões no âmbito do comércio internacional, é usual blocos econômicos
regularem seu relacionamento por meio de tratado internacional. Assim o Mercosul, logo após ter assumido
personalidade internacional e se estruturado (Protocolo de Ouro Preto de 1994), concluiu, no ano seguinte, em Madri, o
Acordo-Quadro Inter Regional de Cooperação Entre a Comunidade Econômica Europeia e Seus Estados Membros, com o
objetivo de estreitar os laços, institucionalizar o diálogo político e preparar condições para o estabelecimento de
associação inter- regional. Tratou-se de acordo por prazo indeterminado, em que são dignas de nota: (i) ter sido
concluído entre o Mercosul e seus Estados-partes, de um lado, e a União Europeia e seus Estados- Partes, de outro;

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(ii) o fato de possibilitar que cada parte considere o acordo como em forma simplificada ou o submeta à ratificação; (iii)
possuir dois depositários (o secretário Geral do Conselho da Comunidade Europeia e o Paraguai); bem como que, (iv)
sendo acordo-quadro, pressupõe constituir-se referência sob cuja égide outras tratativas mais específicas pudessem ser
feitas.
Nesse diapasão, negociações em continuação visando o aprofundamento das relações, entre os dois blocos, por
meio da conclusão de tratado de livre comércio, foram feitas entre 1999 e 2004 e retomadas em 2010. Em 2014, o
Mercosul informou estar preparado para trocar ofertas públicas sobre bens, serviços, compras governamentais e
investimentos, com a União Europeia, o que se efetuou, em Bruxelas, em meados de 2016. Nesse mesmo ano, os
negociadores dos blocos reiteraram seu interesse em fazer progredir as negociações. Provavelmente, a reunião do
Comitê de Negociações Birregionais, a ser realizada em outubro próximo, em Bruxelas, apresentará o perfil final do
acordo. A possibilidade de concluir-se o acordo (ainda em 2017 ou em 2018), tornou- se real, face à abertura econômica
por parte do Brasil e da Argentina, de uma parte e da Alemanha, de outra; preocupados com o protecionismo comercial
dos Estados Unidos da América, que colocou em risco o Trans-Pacific Partnership (TPP) e o Transatlantic Trade and
Investment Partnership (TTIP). Há também a apreensão decorrente do apetite da China pelos mercados latino-
americanos.
O Brasil e a Argentina anteveem possibilidade de exercitar maior abertura comercial para o Mercosul, enquanto
que a Alemanha mira os 300 milhões de habitantes do cone sul como consumidores de produtos da União Europeia. O
assunto vem sendo negociado, multilateral e bilateralmente, e o foi, inclusive, por ocasião do recente Fórum Econômico
Mundial em Davos. Contudo os problemas que se apresentam não são poucos: (i) o protecionismo agrícola, que coloca
em lados opostos certos países europeus e países em desenvolvimento, responsável pela estagnação das negociações
no seio da OMC, estão fortemente, presentes nas negociações Mercosul-União Europeia; (ii) o desejo europeu que o
acordo trate de propriedade intelectual e do acesso, em pé de igualdade, das empresas europeias às licitações públicas no
âmbito do Mercosul; (iii) há os que preferem um afastamento do cerne do que vinha sendo negociado, tido como “velha
economia” e “acordo de antiga geração”, em prol dos novos problemas, como setores inovadores, era pós- industrial
,economia digital etc.
Com a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, o Brasil poderia melhorar os números
recentemente fornecidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI): (i) a vantagem comparativa de 1.101 produtos
que o Brasil possui, atualmente, com relação à União Europeia é minimizada por barreiras não tarifárias e cotas de
importação existentes para 68% deles; (ii) os dois entes com os quais empresários brasileiros mais desejam firmar
acordos comerciais são, pela ordem, Estados Unidos da América e União Europeia; (iii) os acordos com o Brasil, hoje
vigorantes, cobrem 8% do comércio mundial, enquanto que os do Chile, Peru e México alcançam, respectivamente
83%, 74% e 57%. Em se firmando o acordo, o Brasil teria acesso a benefícios tarifários e diminuição de barreiras não-
tarifárias relativamente a 25% dos compradores mundiais.
Fonte: https://www.conjur.com.br/2017-jul-20/olhar-economico-livre-comercio-entre-mercosul-uniao- europeia- seria-benefico-brasil

____________________________
[1] Cezaretti, Eric R., “Estudo Jurídico Comparativo sobre Controle de Concentração de Empresas: Brasil, França e
México”, (dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Direito da USP), São Paulo. s.c.p., 2017, p. 166.
[2] Cezaretti, Marcel R. ,“Brasil e as Normas dos Acordos Internacionais em Matéria Comercial”, (dissertação de mestrado
apresentada à Faculdade de Direito da USP) , São Paulo, s. c. p., 2017,. p. 340.
[3] Op. Cit. p. 38.

____________________________
*João Grandino Rodas é professor titular da Faculdade de Direito da USP, presidente do Centro de Estudos de Direito
Econômico e Social (CEDES) e sócio do escritório Grandino Rodas Advogados.

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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR


1. (CESPE -SEE/AL - 2013)
No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
O mundo globalizado definiu uma nova ordem mundial, mas não uma nova geografia do comércio internacional.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A própria configuração de uma nova ordem mundial já implica, por si só, numa nova geografia do comércio
internacional.
Com um mundo multipolar, que não se restringe mais numa simples queda-de-braço entre a potência capitalista
e a comunista, há novos atores relevantes no mercado global, configurando, assim, uma nova geografia do
comércio internacional.
Resposta: Errado

2. (NUCEPE - SEDUC/PI - 2015)


As transformações no mundo do trabalho são influenciadas pela globalização que estabelece alterações no ritmo
da indústria, comércio, comunicações e transporte, com nova organização na economia mundial a partir do avanço
científico e tecnológico e da concentração de capital.
São características da globalização, EXCETO,
a) as empresas multinacionais definem a articulação entre a produção, mão-de-obra, mercado e matéria-prima.
b) comporta processos relacionados à internacionalização da produção.
c) articulação de diversas partes que compõem um todo, com ampliação de distâncias, encolhimento de
contextos e limitação de intercâmbios.
d) requalificação dos espaços para atender aos interesses dos atores hegemônicos da economia, da cultura e da
política.
e) dinamismo renovado da divisão internacional do trabalho, principalmente nos países subdesenvolvidos.
RESOLUÇÃO:
a) Aqui foi utilizado o termo multinacional, mas poderia também ter sido utilizado o “transnacional”. De
qualquer forma, estas empresas realmente definem, em escala global, a articulação entre a produção, mão-
de-obra, mercado e matéria-prima. ITEM CORRETO.
b) Um Iphone concebido nos Estados Unidos por engenheiros e designers franceses e indianos, por exemplo,
pode ser montado numa fábrica da China a partir de componentes produzidos em diversas partes do mundo.
É esse tipo de cadeia mundial de produção que costumamos chamar de processos relacionados à
internacionalização da produção. ITEM CORRETO.
c) É característica da globalização a articulação de diversas partes que compõem um todo, com ampliação
DIMINUIÇÃO de distâncias, encolhimento EXPANSÃO de contextos e limitação AUMENTO de intercâmbios.
ITEM INCORRETO.
d) A China, por exemplo, no atual momento do capitalismo e da globalização, transformou-se numa espécie de
polo industrial mundial, ressignificando, assim, o seu próprio espaço. ITEM CORRETO.
e) Com mais atores econômicos com importância global, houve dinamismo do comércio internacional com o
processo da globalização, especialmente para os países emergentes, que se viram mais integrados ao
comércio mundial. ITEM CORRETO
Resposta: C

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3. (NUCEPE - PC/PI - 2018)


A regionalização do espaço mundial historicamente sofre alterações em decorrências das transformações
econômicas e políticas. A respeito desse processo, é CORRETO afirmar:
a) Entre 1914-1918 e 1939-1945 ocorreram as duas guerras mundiais, as quais tiveram impactos restritos na
organização do espaço mundial, sobretudo, após a II Guerra Mundial.
b) Após a II Guerra Mundial o mundo foi dividido em dois blocos: o capitalista, sob o comando dos EUA e o
socialista, sob o comando da Ex-URSS. Esses dois blocos marcaram a ordem mundial bipolar, a qual foi ruída
com a queda da hegemonia dos EUA.
c) A nova ordem mundial reduziu as instabilidades políticas e os conflitos étnicos, sobretudo, na Ásia.
d) A crise do Socialismo real provocou o fim da Ex-URSS e, com ela, o surgimento de vários países como a Ucrânia,
Rússia, Letônia e Estônia.
e) A década de 1980 viu emergir uma nova ordem internacional sob a hegemonia do capitalismo e com ela o fim
da regionalização do mundo em três mundos em função das reduções das desigualdades entre os países.
RESOLUÇÃO:
a) Antes da Segunda Guerra Mundial havia uma ordem mundial multipolar representada pelas potências Reino
Unido, França, Alemanha e Estados Unidos, Japão e Rússia. A Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) e a
Segunda Guerra Mundial, especialmente, desmoronaram essa antiga ordem multipolar, já que os países
europeus e o Japão saíram arrasados da disputa. Foi neste contexto que surgiu uma nova ordem mundial, dessa
vez bipolar, que tinha EUA e União Soviética como as novas grandes potências. A ordem bipolar durou até 1991,
quando houve o fim da União Soviética. ITEM INCORRETO.
b) A queda foi da União Soviética. ITEM INCORRETO.
c) A atual ordem mundial não fez diminuir os conflitos étnicos no Oriente Médio, por exemplo, ou as instabilidades
políticas de grande parte dos países africanos. ITEM INCORRETO.
d) ITEM CORRETO.
e) Não houve redução das desigualdades. Assim como durante o período da Guerra Fria, há países de terceiro
mundo (subdesenvolvidos), de segundo mundo (como eram chamados os países socialistas e como são
chamados atualmente os países em desenvolvimento, como o Brasil) e de primeiro mundo, como são
classificados os países desenvolvidos. ITEM INCORRETO
Resposta: D

4. (MPE/GO - MPE/GO - 2017)


“A globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. [...] No fim do
século XX e graças aos avanços da ciência, produziu-se um sistema de técnicas presidido pelas técnicas da informação,
que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema técnico uma
presença planetária. Só que a globalização não é apenas a existência desse novo sistema de técnicas. Ela é também o
resultado das ações que asseguram a emergência de um mercado dito global, responsável pelo essencial dos processos
políticos atualmente eficazes."
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 23-24).
Considerando o enunciado anterior, sobre o processo de globalização na sociedade contemporânea, assinale a
alternativa correta.
a) A globalização é um processo exclusivamente baseado no desenvolvimento das novas técnicas de informação
e sua origem está diretamente relacionada com a difusão e universalização do uso da internet, que se deu a
partir do final da década de 1990.

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b) Entre as características próprias da globalização temos a alteração profunda na divisão internacional do


trabalho, em que a distribuição das funções produtivas tende a se concentrar cada vez mais em poucos países,
como é o caso dos Estados Unidos e do Japão.
c) Sobre as ações que asseguram a emergência do mercado global, o autor está se referindo à doutrina econômica
neoliberal que, entre outros princípios, defende o fortalecimento do Estado e a intervenção estatal como
reguladora direta dos mercados - industrial, comercial e financeiro.
d) Atualmente, as relações econômicas mundiais, compreendendo a dinâmica dos meios de produção, das forças
produtivas, da tecnologia, da divisão internacional do trabalho e do mercado mundial, são amplamente
influenciadas pelas exigências das empresas, corporações ou conglomerados multinacionais.
e) As estratégias protecionistas tomadas pelos governos em todo o mundo, dificultando a entrada de produtos
estrangeiros em seus mercados nacionais, são consideradas como características marcantes do processo de
globalização.
RESOLUÇÃO:
a) A globalização NÃO é um processo exclusivamente baseado no desenvolvimento das novas técnicas de
informação, tendo em vista que abarca também fluxos de pessoas, serviços diversos, dentre outros.
Ademais, a sua origem não está diretamente relacionada com a difusão e universalização do uso da internet,
já que, se formos fazer um longo histórico deste fenômeno, vamos encontrar os seus primeiros passos ainda
na época das grandes navegações europeias. ITEM INCORRETO.
b) Entre as características próprias da globalização temos a alteração profunda na divisão internacional do
trabalho, em que a distribuição das funções produtivas tende a se DESCONCENTRAR, já que novos atores
ganharam relevância no mundo multipolarizado. ITEM INCORRETO.
c) A doutrina econômica neoliberal tem, entre os seus princípios, a defesa da diminuição do Estado e a
limitação ou eliminação da intervenção estatal como reguladora direta dos mercados.
d) ITEM CORRETO.
e) A eliminação das barreiras entre os países e a maior integração entre estes é que são consideradas
características marcantes do processo de globalização. ITEM INCORRETO.
Resposta: D

5. (CESPE - ABIN - 2018)


Sabendo que a globalização pode ser definida como processo geográfico e econômico, julgue o próximo item,
relativo a aspectos atuais desse processo.
A alteração nas formas de produção dos sistemas econômicos globais, fundamentada no avanço do uso das
tecnologias, modifica a produção geográfica do espaço em decorrência da fragmentação político-territorial, da
incorporação de novas regiões ao capitalismo internacional e do fortalecimento dos conglomerados
internacionais.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
De fato, as novas formas de produção dos sistemas econômicos globais utilizam-se amplamente do avanço das
novas tecnologias. Além disso, modifica a produção geográfica do espaço em decorrência da fragmentação
político-territorial, da incorporação de novas regiões ao capitalismo internacional e do fortalecimento dos
conglomerados internacionais.
Por esses fatores, vemos uma maior dispersão espacial, em nível global, de processos produtivos industriais, por
exemplo.
Resposta: Certo

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6. (IDECAN - Colégio Pedro II - 2015)


Em recente chamada de artigos para a próxima Conferência Regional da União Geográfica Internacional, em Moscou
(entre 17 e 21 de agosto de 2015), as Comissões de História da Geografia e de Geografia Política elegeram o seguinte
tema para ampla discussão: “Repensar o que a geografia (política) deveria ser: a geografia e a geopolítica como
instrumento de paz (teorias, histórias e práticas)”* .
[* Tradução livre do original em francês e em inglês, respectivamente: “Repenser ce que la géographie (politique)
devrait être: la géographie et la géopolitique comme instruments de paix (théories, histoires et pratiques)”; “Rethinking
what (political) geography ought to be: theories, histories and practices of geography and geopolitics as instruments of
Peace”].
(Disponível em: http://web.univ‐pau.fr/RECHERCHE/UGIHG/ Acesso em: 05/12/2014.)
Sobre as novas abordagens da Geopolítica Contemporânea, é correto afirmar que essas
a) empreendem significativos esforços na compreensão da representatividade política restrita à escala nacional,
enfatizando os vínculos existentes entre políticas públicas regionais para o território e a composição
parlamentar em fóruns de definição legislativa e orçamentária.
b) enfatizam a questão da guerra como a continuação da política por outros meios, salientando a preponderância
de interesses exclusivamente estatais na definição da ordem mundial contemporânea.
c) mantêm uma distinção clássica nítida entre os campos da Geografia Política e da Geopolítica, cujos objetos
são, respectivamente, as relações de poder entre distintos atores nas distintas escalas espaciais e as relações
de poder entre os Estados-nação, configurando a Ordem Política Mundial.
d) relativizam mas não omitem a questão da guerra militar e enfatizam outras guerras ou conflitos: econômicos,
sociais, culturais e até simbólicos (na mídia e na indústria cultural, por exemplo), destacando novos atores da
política mundial (desde as civilizações ou grandes culturas até as ONG’s).
RESOLUÇÃO:
Por conta do processo da globalização, os principais atores mundiais – tanto econômicos quanto militares – travam
batalhas principalmente no campo comercial, financeiro e cultural, dentre outros. Ou seja, a guerra tal como a
conhecemos, com protagonismo bélico, tem menor importância atualmente, em que segmentos simbólicos,
como os sociais, ganham mais relevância.
Resposta: D

7. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2016)


A mundialização não diz respeito apenas às atividades dos grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas
provocam. Inclui também a globalização financeira, que não pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser
imposta a adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
Mundialização do capital ou globalização refletem a capacidade estratégica de grandes grupos oligopolistas,
voltados para a produção industrial ou para as principais atividades de serviços, em adotar, por conta própria,
enfoque e conduta globais.
( ) Certo ( ) Errado

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RESOLUÇÃO:
A atual fase do capitalismo é também conhecida como monopolista, justamente por refletir a capacidade
estratégica de grandes grupos monopolistas e oligopolistas (multinacionais e transnacionais).
Assim, pode-se dizer que, com a globalização, houve um enfraquecimento do poder dos tradicionais estados
nacionais e um fortalecimento do poder das empresas multinacionais e transnacionais.
Resposta: Certo

8. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2016)


A mundialização não diz respeito apenas às atividades dos grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas
provocam. Inclui também a globalização financeira, que não pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser
imposta a adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
O princípio geográfico da localização, no mundo globalizado economicamente competitivo, é superado pelos
sistemas técnicos e de informação.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Mesmo a globalização acelerada nos últimos anos não foi capaz ainda de superar as assimetrias técnicas e
econômicas entre as diversas regiões do globo.
Assim, podemos dizer que o elemento geográfico continua a ser importante na configuração das correntes de
comércio internacional, já que os países continuam tendo maior relevância no processo de globalização, enquanto
os países mais pobres continuam com papel periférico neste processo – especialmente pela defasagem técnica e
tecnológica.
Resposta: Errado

9. (Prefeitura do Rio de Janeiro/RJ - Prefeitura de Rio de Janeiro/RJ - 2016)


Embora estes processos ocorram de forma não homogênea em todos os países, pode-se afirmar que vivemos num
mundo global. É no campo econômico que a Globalização se expressa de forma mais capilar, integrando todas as
esferas da vida humana, seja nos espaços do trabalho, do consumo e até da cultura.
Nesse contexto, a construção de uma sociedade informacional a serviço das demandas do capital tem sido
fundamental, nas últimas décadas para a configuração de um espaço totalmente globalizado. Dentre os seguintes
fatores abaixo, aquele que pode ser descartado no contexto da construção dessa sociedade é a:
a) manutenção dos processos de produção tradicionais
b) informação e o conhecimento como matéria-prima
c) convergência crescente de todas as tecnologias
d) interconexão de todo o sistema de relações

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RESOLUÇÃO:
Com exceção da letra A, que fala da manutenção dos processos de produção tradicionais, todos os demais itens
apontam aspectos que contribuem para a integração que caracteriza o processo de globalização atual:
• Informação e o conhecimento como matéria-prima – e com maior facilidade de fluidez entre os países.
• Convergência crescente de todas as tecnologias – que contribuem tanto para a homogeinização cultural
quanto para a democratização do desenvolvimento tecnológico (ainda que essa democratização tenha
alcance assimétrico).
• Interconexão de todo o sistema de relações – financeiros, bancários, sociais, culturais, dentre outros.
Resposta: A

10. (CESPE - ABIN - 2018)


Sabendo que a globalização pode ser definida como processo geográfico e econômico, julgue o próximo item,
relativo a aspectos atuais desse processo.
A valorização da produção de commodities e o aumento de seus preços e de sua exportação têm sido apontados
como promotores de riqueza e ascensão para os países emergentes, tais como os que integram o BRICS, que
passam a ser considerados importantes para a manutenção do crescimento da economia mundial.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Na configuração da nova ordem mundial, a valorização das commodities, que foi um fenômeno típico do início do
século XXI, contribuiu para o crescimento forte de vários países emergentes, dentre eles o Brasil, que alcançou
grande crescimento econômico na década de 2010.
Resposta: Certo

11. (CESPE - SEDF - 2017)


Com relação aos geógrafos e cientistas sociais que estudam as dinâmicas espaciais do capitalismo, julgue o item
a seguir.
O geógrafo David Harvey desenvolveu um dos mais importantes conceitos do pensamento geográfico das últimas
décadas: a compressão espaço-tempo. Nessa perspectiva, a globalização produz a superação das distâncias, pois
as transformações técnicas e tecnológicas foram capazes de acelerar os acontecimentos e os níveis de produção
econômica e integração política.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Em relação à questão do espaço-tempo, notamos que a globalização se apresenta por meio até das coisas mais
banais.
Em décadas passadas, por exemplo, as pessoas assistiam aos jogos da Copa do Mundo muitos dias após as partidas
terem acontecido de fato.
Com o avanço da globalização, representada neste caso por meio do desenvolvimento dos meios de comunicação,
assiste-se aos jogos praticamente em tempo real em todo o mundo.
Resposta: Certo

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12. (UECE-CEV - METROFOR/CE - 2017)


No que diz respeito ao que se denomina globalização, assinale a assertiva verdadeira.
a) As vantagens que a globalização produz refletem-se nas condições de vida dos trabalhadores: garantia de pleno
emprego, elevação de salários, ampliação dos direitos trabalhistas, acesso universal a bens e serviços sociais.
b) A globalização permitiu aos países uma proteção absoluta de suas fronteiras comerciais, reduzindo
sensivelmente os riscos de crises econômicas, tendo em vista a ampliação do mercado interno.
c) É um processo que fortalece as economias nacionais, uma vez que as nações lançam mão de leis e
regulamentações que impedem a evasão de seus recursos, bem como atuam com rigidez ou restrições nas
operações de importação comercial, embora não as impeçam.
d) Um dos efeitos perversos da globalização é a acentuação das desigualdades econômicas e sociais entre os
países mais pobres; já a ampliação do acesso às tecnologias da informação que encurtam a distância entre os
povos, permitindo contato ou aproximação com a diversidade de culturas é um de seus benefícios.
RESOLUÇÃO:
a) Apesar de a ascensão do capitalismo ter contribuído para uma melhora global das condições dos
trabalhadores, estes não possuem a garantia de pleno emprego, a ampliação dos direitos trabalhistas ou o
acesso universal a bens e serviços sociais. ITEM INCORRETO.
b) No campo econômico, os países competem globalmente, disputando novos mercados inclusive dentro de
suas próprias fronteiras. Ou seja, a globalização NÃO permitiu aos países uma proteção absoluta de suas
fronteiras comerciais. ITEM INCORRETO.
c) O nível atual da globalização espera que os países tenham, comercialmente inclusive, fronteiras cada vez
mais abertas – que é o oposto do que se afirma no item. ITEM INCORRETO.
d) ITEM CORRETO.
Resposta: D

13. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
A globalização é um fenômeno puramente econômico-financeiro, fundamentado no alcance mundial do mercado,
que aumentou os fluxos comerciais entre países e blocos de países.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A questão erra ao falar que a globalização é um fenômeno puramente econômico-financeiro. Por conta da
globalização, observa-se, por exemplo, uma maior integração entre os países em várias esferas, como a social,
cultural, científica, tecnológica, dentre outras.
Resposta: Errado

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14. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
Um dos fatores que impulsionam o fluxo de capitais é o desenvolvimento tecnológico, o qual também promove o
crescimento da produção industrial.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
O desenvolvimento tecnológico permitiu a criação de novas máquinas e o aperfeiçoamento de técnicas de
produção que otimizaram a eficiência das empresas e permitiu, por meio de constantes avanços nos setores de
transporte e de comunicação, um maior e mais rápido fluxo de pessoas, informações e mercadorias.
Resposta: Certo

15. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
A globalização econômica produziu a segmentação do espaço econômico mundial, expressa por meio da
formação de blocos econômicos regionais como o MERCOSUL.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A fim de criar alianças entre países em situações econômica e social semelhantes, os blocos econômicos tentam
integrá-los de maneira mais competitiva ao mercado internacional.
Resposta: Certo

16. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).

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Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
O dinamismo da economia, instaurado a partir do processo de globalização e evidenciado pelo aumento da
produção industrial, teve como vantagem o aumento jamais visto da demanda por mão-de-obra e, portanto, o
pleno emprego nos países ricos.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A globalização permitiu, de fato, aumento na demanda por mão-de-obra, mas isso acontece em escala global.
Assim, quando precisam ocupar determinados postos, as empresas dão preferência aos países onde a mão-de-obra
é mais barata. Diante deste cenário, nações onde a mão-de-obra é mais cara, geralmente países mais
desenvolvidos, ficam com um contingente maior de desempregados – pelo menos nos postos que necessitam de
mão-de-obra menos qualificada.
Resposta: Errado

17. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
Barreiras não-alfandegárias são exemplos de barreiras estabelecidas por blocos de países, por meio das quais as
questões ambientais, sanitárias e sociais assumem importância estratégica no comércio dos países exportadores.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Estas barreiras geralmente são utilizadas pelos países para “proteger” a indústria nacional da concorrência de
produtos importados.
Resposta: Certo

18. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
Com o desenvolvimento da tecnologia da informação, um dos vetores da globalização, aumentam também as
possibilidades de expansão das atividades do crime organizado, como o terrorismo, as máfias e o tráfico de drogas
ilícitas.
( ) Certo ( ) Errado

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RESOLUÇÃO:
O crime organizado também se beneficiou de alguns avanços potencializados pela globalização, como os vistos
nos transportes e no setor de telecomunicações.
Resposta: Certo

19. (CESPE - ABIN - 2008)


Do ponto de vista político, o mundo apresenta o aspecto de um grande caos: por um lado, a multiplicação de uniões
econômicas regionais, por outro, o renascimento de nacionalismos, ascensão de fundamentalismo, Estados divididos.
A maioria dos conflitos são internos, intra-estatais. Além disso, redes internacionais de caráter mafioso e o crime
organizado constituem novas ameaças porque controlam toda a espécie de circuitos clandestinos (prostituição,
contrabando, tráfico de drogas, venda de armas, disseminação nuclear).
J. W. Vesentini. Novas geopolíticas - as representações do século XXI. Contexto, p. 75 (com adaptações).
A partir do texto acima, julgue o item a seguir.
A atuação de organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do
Comércio tem eliminado as concentrações e os desequilíbrios nas atividades econômicas, provocados pelo avanço
da globalização.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A globalização não desencadeou uma distribuição equânime da riqueza pelo mundo. Desta forma, nem os
organismos internacionais, como o FMI e a OMC, conseguiram eliminar as concentrações e os desequilíbrios nas
atividades econômicas.
Resposta: Errado

20. (CESPE - ABIN - 2008)


Apesar da ampliação dos mercados, a globalização da economia e o crescimento dos fluxos de mercadorias reafirmam
a desuniformidade do espaço terrestre e dão visibilidade à sua heterogeneidade e à sua diversificação pela ação das
sociedades que o modelam.
Iná E. Castro. Geografia política, território, escalas de ação e instituições. Bertrand Brasil, 2006, p. 234.
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os assuntos por ele suscitados, julgue o seguinte item.
A globalização, como fenômeno em curso no mundo, é caracterizada pela integração de mercados, levando o
crescimento econômico a todas as regiões, articuladas segundo um processo equitativo de distribuição de riqueza.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Outra questão que tenta nos induzir a acreditar que a globalização trouxe distribuição equânime de riqueza – ou
seja, mais uma questão incorreta.
Resposta: Errado

21. (CESPE - CBM/CE - 2014)


No que diz respeito a países do Norte desenvolvido, julgue o item a seguir.
A globalização é um fenômeno político, econômico e cultural que impacta, de forma equivalente, os países do
Norte desenvolvido e os do Sul subdesenvolvido.
( ) Certo ( ) Errado

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RESOLUÇÃO:
A globalização é um fenômeno com resultados assimétricos para os países. Ou seja, não os impacta de forma
equivalente.
Resposta: Errado

22. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2014)


A aparição das chamadas cidades mundiais e das cidades globais se explica pela necessidade de organização e controle
da economia global. O termo cidade global, em sua versão mais topológica, é definido por Saskia Sassen como um
território onde se exerce uma série de funções de organização e controle na economia global e nos fluxos de
investimentos em escala planetária.
O. Nel.Lo e F. Muñoz. El proceso de urbanización. In.:Geografía humana, J. Romero et al (Coord.). Barcelona: Ariel, 2008, p. 321
(com adaptações).
Considerando a perspectiva conceitual de Saskia Sassen, julgue (C ou E) o item seguinte, relativo a cidades globais.
A globalização econômica contribui para uma nova geografia da centralidade e da marginalidade, tornando as
cidades globais lugares de concentração de poder econômico, ao passo que cidades que foram centros
manufatureiros experimentam nítido declínio.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Os efeitos da globalização não foram sentidos de maneira uniforme por todos os países do globo, tendo, portanto,
caráter assimétrico.
Diante dessa realidade, podemos dizer que as cidades globais acabaram por se consolidar como centros de poder
econômico, enquanto as cidades que se tornaram centros manufatureiros tem importância apenas periférica na
cadeia de produção global.
Resposta: Certo

23. (FEC - Prefeitura de Itapemirim/ES - 2007)


“A globalização é, portanto, um conjunto de mudanças que estão ocorrendo na esfera econômica, financeira,
comercial, social e cultural, intensificando a relação entre os países, os povos e os sistemas produtivos. Implica a
uniformização global de padrões econômicos e culturais”
(COELHO, M.A. e TERRA, L. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2003).
O processo vigente de globalização é marcado por contradições. Uma dessas contradições, que se relaciona
diretamente com a característica destacada no texto anterior, é percebida:
a) na universalização e na homogeneização do mundo, sendo constatadas em diversos espaços;
b) no avanço da globalização, que nos dá a impressão de um mundo sem fronteiras nacionais;
c) na explosão de movimentos de afirmação de nacionalidades e de identificações étnicas no mundo atual;
d) na estreita relação entre o processo produtivo com a mídia, a propaganda e a tecnologia da internet;
e) no processo de internacionalização do capitalismo com uma lógica de universalização mundial.
RESOLUÇÃO:
Muita gente erra esta questão por um simples detalhe. Note que a banca pede uma contradição do processo de
globalização e não uma simples característica.
As alternativas A, B, D e E apresentam características da globalização, mas não uma contradição deste fenômeno,
algo que vamos notar apenas na alternativa C.

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Ora, a globalização é um processo que avança pelo mundo diluindo fronteiras e criando uma aldeia global. Ao
mesmo tempo, também, contraditoriamente, tem sido acompanhada de uma explosão de movimentos de
afirmação de nacionalidades e de identificações étnicas no mundo atual.
Resposta: C

24. (IBADE - Câmara de Cacoal/RO - 2018)


O processo da Globalização não possui uma data exata de início, mas, para muitos autores, a década de 90 do
século XX seria um momento importante na sua consolidação. Entre as alternativas a seguir, assinale a que
apresenta a melhor característica sobre a Globalização.
a) Aumento da integração econômica entre os países.
b) Fim do uso da língua inglesa como comunicação internacional.
c) Diminuição das trocas comerciais internacionais.
d) Surgimento de uma divisão bélica entre Estados Unidos e Rússia.
e) Perda significativa do mercado financeiro mundial.
RESOLUÇÃO:
a) ITEM CORRETO.
b) A fim de encontrar uma língua comum, houve aumento do uso da língua inglesa como comunicação
internacional. ITEM INCORRETO.
c) Houve AUMENTO das trocas comerciais internacionais. ITEM INCORRETO.
d) O surgimento de uma divisão bélica entre Estados Unidos e Rússia aconteceu durante a Guerra Fria. Ou
seja, antes da década de 1990 que foi citada na questão. ITEM INCORRETO.
e) Houve AUMENTO significativo do mercado financeiro mundial. ITEM INCORRETO.
Resposta: A

25. (Quadrix - CRESS/GO - 2019)


Importa notar que as reformas por que passa o Estado no Brasil estão em um contexto socioeconômico mundial
de profundas implicações para o País. O neoliberalismo acompanhou o processo de globalização e de implantação
de novas tecnologias produtivas – que desencadearam o chamado processo de “reestruturação produtiva”.
Internet:<www.egov.ufsc.br:8080> <8080>.
Tendo o texto acima apenas como referência inicial e refletindo sobre diversos aspectos da economia brasileira e
mundial, julgue o item.
Tornando o mundo mais homogêneo em diversos aspectos, a globalização contribui, de modo geral, para uma
profunda redução das disparidades econômicas entre os países e também no âmbito interno desses países.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A globalização realmente contribui para um mundo mais homogêneo em diversos aspectos: mesmos gostos
culturais, morte de línguas, hábitos alimentares semelhantes.
Por outro lado, essa homogeneização não foi capaz de resolver as disparidades econômicas entre os países e
sequer no âmbito interno desses países.
Resposta: Errado

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26. (MPE/GO - MPE/GO - 2019)


Atualmente, muitos fatos têm ocorrido de maneira expressiva e dinâmica: pessoas migram de um país para outro
em busca de empregos e melhores condições de vida, empresas de países desenvolvidos instalam-se em países
subdesenvolvidos em busca de espaços maiores e mais baratos e também de mão de obra barata, indústrias
distribuem as etapas de produção em vários países a fim de baratear os custos. Tudo isso acontece devido a um
fenômeno que ocorre há muitos anos e recebe o nome de:
a) Blocos Econômicos
b) Regionalização
c) Capitalização
d) Colonização
e) Globalização
RESOLUÇÃO:
O fenômeno responsável pelo encurtamento das distâncias, fator que favorece tanto empresas quanto pessoas
físicas que buscam melhores oportunidades, é a Globalização, uma realidade dos nossos tempos.
Resposta: E

27. (IBADE - Prefeitura de Aracruz/ES - 2019)


Observe o seguinte conceito:
“É a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão
entre as diferentes partes do globo terrestre.”
Pode-se afirmar que esse conceito refere-se à:
a) protecionismo comercial.
b) estatização.
c) globalização.
d) expansão territorial.
e) comercialização.
RESOLUÇÃO:
O fenômeno em escala global caracterizado pela integração com maior intensidade das relações socioespaciais,
instrumentalizada pela conexão entre as diferentes partes do globo terrestre, é a Globalização.
Resposta: C

28. (UECE-CEV - SEDUC/CE - 2018)


No que diz respeito ao real sentido da globalização e da ordem mundial contemporânea, é correto afirmar que
a) o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, que permite tornar o mundo socialmente mais justo e
igualitário, é uma grande conquista da globalização.
b) a globalização é o estágio supremo da internacionalização da economia e seu maior destaque é a garantia de
que a maior parte dos países do mundo participe dessa dinâmica de maneira proporcional.
c) a produção globalizada e a informação globalizada permitem às firmas globais obterem um lucro em escala
mundial e isso constitui o verdadeiro motor da atividade econômica contemporânea.
d) com a consolidação do processo de globalização, pode-se viver em um espaço sem fronteiras, isto é, uma aldeia
global onde todos podem conhecer extensivamente e profundamente o planeta.

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RESOLUÇÃO:
a) O extraordinário progresso das ciências e das técnicas não tornou o mundo socialmente mais justo e
igualitário. ITEM INCORRETO.
b) A globalização se dá de forma heterogênea, não atingindo a todos os países da mesma forma. Este
fenômeno, inclusive, não é garantia de que a maior parte dos países do mundo participe dessa dinâmica de
maneira proporcional. ITEM INCORRETO.
c) ITEM CORRETO.
d) Um brasileiro que queira entra nos Estados Unidos ainda precisa de um visto, por exemplo. Ou seja, ainda
não vivemos em um espaço sem fronteiras. ITEM INCORRETO.
Resposta: C

29. (CESPE/CEBRASPE - SEE/AL - 2013)


No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
Na atualidade, a rápida circulação da informação é um fator atuante no comércio mundial, bem como às
transformações culturais e sociais.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Na atualidade, a rápida circulação da informação, característica do processo de globalização, é um fator atuante
no comércio mundial, bem como às transformações culturais e sociais que vivenciamos.
Resposta: Certo

30. (CESPE/CEBRASPE - SEE/AL - 2013)


No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
Uma característica fundamental da globalização é a dinâmica das relações de comércio, que revela um
intercâmbio global.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Uma característica fundamental da globalização é a dinâmica das relações de comércio, que revela um
intercâmbio global. Esta, porém, como o próprio item afirma, é apenas uma das características.
A globalização também acontece por meio de trocas culturais e sociais.
Resposta: Certo

31. (CESPE/CEBRASPE - SEE/AL - 2013)


No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
O atual processo de globalização não compreende os países menos desenvolvidos, restringindo-se àqueles que
apresentam competitividade no cenário econômico, isto é, que detêm capacidade de inovação tecnológica.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
O atual processo de globalização compreende os países menos desenvolvidos. A globalização, porém, não atinge
todos os países de maneira igual.
Resposta: Errado

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32. (INSTITUTO AOCP - Prefeitura de Betim/MG - 2020)


Milton Santos, em seus últimos livros, abordou a globalização, considerando a existência de, pelo menos, três
mundos em um só: O mundo que percebemos, a globalização como fábula, o mundo real, a globalização como
perversidade, e o mundo como possibilidade, uma outra globalização. Essa globalização é discutida, segundo as
categorias tempo/espaço, no âmbito do sistema mundo, na pós-modernidade e à luz dos conceitos de nação,
mercado mundial e lugar.
A respeito desse assunto, é correto afirmar que a globalização
a) acabou com a restrição à livre circulação de pessoas no mundo.
b) promoveu a distribuição de renda e, por consequência, a nulificação da pobreza global.
c) gerou a livre concorrência no mercado global com a extinção de subsídios e práticas de dumping.
d) facilitou a imposição de uma política comandada pelas empresas que demandam circulação de capital e
informação.
e) criou Estados-nação fortes e totalmente independentes do capital privado.
RESOLUÇÃO:
a) Ainda há restrição à livre circulação de pessoas no mundo. Um brasileiro, por exemplo, não consegue
entrar nos Estados Unidos legalmente sem um visto. ITEM INCORRETO.
b) Ainda há muita pobreza no mundo. ITEM INCORRETO.
c) Ainda há muito protecionismo no mundo, como a concessão de subsídios e práticas de dumping. ITEM
INCORRETO.
d) ITEM CORRETO.
e) Os Estados-nação ficaram enfraquecidos e as empresas transnacionais ficaram fortalecidas. ITEM
INCORRETO.
Resposta: D

33. (CESPE/CEBRASPE - 2006)


Falar de globalização é evocar o processo de dominação do sistema capitalista sobre o espaço mundial, fenômeno
que se inscreve em uma tendência de submissão progressiva de todos os espaços físicos e sociais à lei do capital,
à lei da acumulação contínua, que é a finalidade suprema do sistema capitalista. A respeito desse processo,
assinale a opção correta.
a) A globalização diz respeito ao desenvolvimento de relações econômicas em nível mundial, que, portanto,
excluem processos sociais e culturais.
b) O desenvolvimento tecnológico faz parte desse processo.
c) O pleno emprego, o desenvolvimento social e a melhoria das condições de vida das populações são o
resultado concreto do processo de globalização em curso.
d) Pressupõe a retração no desenvolvimento de mercados financeiros mundiais, uma vez que eles são
estimulados pela internacionalização do capital e das empresas.
RESOLUÇÃO:
a) A globalização diz respeito ao desenvolvimento de relações econômicas em nível mundial e INCLUI
processos sociais e culturais. ITEM INCORRETO.
b) ITEM CORRETO.
c) O mundo não vive uma situação de pleno emprego e continua sendo um lugar bastante desigual, com
muita gente vivendo na pobreza. ITEM INCORRETO.
d) Houve FORTALECIMENTO dos mercados financeiros mundiais. ITEM INCORRETO.
Resposta: B

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34. (CESPE - ABIN - 2018)


Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da
economia.
O Brasil, potência regional na economia do mundo, integra redes de produção e consumo em escala global,
principalmente nos setores de produção de soja, minério de ferro, óleos brutos de petróleo, automóveis de
passageiros e açúcar de cana bruto.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Esta questão já avança sobre o papel do Brasil na Divisão Internacional do Trabalho.
De fato, o nosso país tem ganhado protagonismo na produção de commodities, como soja e minério de ferro, mas
também na produção de bens industrializados, como o de automóveis, sendo que estes são exportados
especialmente para países-membros do Mercosul.
Resposta: Certo

35. (CESPE - ABIN - 2018)


Com referência à divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil, julgue o item a seguir.
Com a globalização e as exigências do mercado global, todo o território nacional se inseriu em dinâmicas de
competição internacional ligadas à exportação de produtos agropecuários e industriais ou nas atividades de
suporte ao circuito superior e inferior da economia, gerando ciclos de desenvolvimento econômico.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Em questões do Cespe, especialmente, precisamos tomar muito cuidado com algumas palavrinhas, como TODO,
NUNCA, JAMAIS, SEM EXCEÇÃO...
Assim, de imediato logo nos questionamos se foi todo o território brasileiro que se inseriu em dinâmicas de
competição internacional. A resposta para esta pergunta é um sonoro não.
Imagine um agricultor do semiárido nordestino ou comunidades indígenas da Amazônia que vivem da coleta e
caça dos seus alimentos. Estes são apenas alguns dos personagens que não estão inseridos na lógica apresentada.
Com o processo de globalização, houve um processo de modernização do território brasileiro, mas esta foi
concentrada e excludente, já que nem todos os espaços e sujeitos foram beneficiados.
A região concentrada (Sul e Sudeste) foi a beneficiada por esse processo em detrimento dos demais territórios,
conforme ensina Milton Santos.
Resposta: Errado

36. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018)


No último meio século, houve uma mudança revolucionária em escala planetária: cada vez mais, as lojas locais dão
lugar ao domínio dos gigantes da distribuição, como o Walmart e o Carrefour. Na Espanha, mais de 80% das compras
das famílias são feitas em hipermercados e, dessas compras, 75% estão concentradas nas cinco maiores redes:
Mercadona, Eroski, Carrefour, Auchan e Dia. Tal mudança está longe de ser uma realidade particular de um país ou de
um setor: trata-se de uma tendência mundial.
N. Castro. A ditadura dos supermercados: como grandes distribuidores decidem o que consumimos. Madrid: Akal, 2017
(com adaptações).

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Tendo o fragmento de texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue, acerca das redes
de produção e consumo globais.
As cidades médias brasileiras são polos atrativos, tanto para fluxos migratórios internos, como para
investimentos empresariais globalizados. Hipermercados, centros comerciais, lojas de franquia, concessionárias
de veículos, hotéis e diversos serviços são instalados nessas cidades em diferentes regiões do país,
caracterizando o processo de globalização do território brasileiro.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
As cidades médias brasileiras são polos atrativos, tanto para fluxos migratórios internos, como para investimentos
empresariais globalizados. Hipermercados, centros comerciais, lojas de franquia, concessionárias de veículos,
hotéis e diversos serviços são instalados nessas cidades em diferentes regiões do país, caracterizando o processo
de globalização do território brasileiro.
As cidades médias vêm desempenhando novos papéis na rede urbana brasileira e alcançando funções antes
exercidas apenas pelos grandes centros urbanos.
Dentro da lógica dos fluxos migratórios, isto tem resultado em maior recebimento de migrantes que fluem das
grandes cidades e metrópoles para as cidades médias. Este movimento é especialmente reforçado por conta das
novas oportunidades de trabalho e de uma melhor qualidade de vida.
Por conta disso, atualmente os fluxos se dão geralmente dentro de um mesmo estado ou dentro da mesma região
e no sentido urbano-urbano. Ou seja, de uma cidade urbana para outra.
Em décadas anteriores, os fluxos se davam entre regiões, basta lembrar dos nordestinos que foram trabalhar no
Norte e no Sudeste, nas décadas de 1960 e 1970, por exemplo. Ademais, geralmente estes fluxos se davam da
zona rural para a zona urbana.
Resposta: Certo

37. (CESPE/CEBRASPE - Prefeitura de São Cristóvão/SE - 2019)


O fenômeno da globalização tem uma relação direta e dinâmica com a lógica da regionalização, ao transformar o
contexto e as condições da interação e da organização social, levando a um novo ordenamento das relações entre
território e espaço socioeconômico e político. Esse contexto contemporâneo significa um desafio para a lógica do
Estado, no sentido de estabelecer mecanismos de controle para o fenômeno da globalização e seus efeitos sobre as
sociedades e economias.
Karina Pasquariello Mariano. Globalização, integração e o Estado. Internet: (com adaptações).
Com relação aos fluxos globalizados nos diferentes espaços geopolíticos e econômicos do mundo contemporâneo,
julgue o item a seguir.
O fato de o produto interno bruto (PIB) do Brasil estar entre os dez maiores do mundo reduziu a desigualdade
social na última década.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Em 2017, a participação do Brasil no comércio internacional foi de apenas 1,2%, o que é uma participação irrisória,
se considerarmos que o Brasil possui 2,7% da população mundial e é a décima maior economia do mundo. A última
vez que o Brasil ganhou participação foi em 2011, quando chegou a ter 1,4% de participação no comércio mundial.
Um ponto interessante é que mesmo mantendo-se como um dos maiores produto interno bruto (PIB) do mundo, o
Brasil não conseguiu reduzir a desigualdade social na última década.
Resposta: Errado

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38. (CESPE/CEBRASPE - ABIN - 2018)


A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de trabalho, divisão
do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a
indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax,
redes de computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras, agiliza os
mercados, generaliza o consumismo. Provoca a desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e ideias.
Promove o redimensionamento de espaços e tempos.
Octavio Ianni. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Editora Civilização, 2002.
Considerando o texto precedente e os múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue o item seguinte.
O processo de internacionalização da economia capitalista, que culminou na denominada globalização, é um
fenômeno nascido no contexto do neoliberalismo que marcou o final do século XX.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
A globalização moderna é a continuidade de um longo processo histórico de mundialização do capital, o que
nos remota ao início da EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA, ainda na Idade Moderna. Sob este prisma, o início
da mundialização do capital é identificado com o período das GRANDES NAVEGAÇÕES, já que antes deste
período o globo era composto por vários “mundos” que geralmente não se comunicavam entre si e que, por vezes,
até se ignoravam.
Resposta: Errado

39. (CESPE/CEBRASPE- SEDF - 2017)


No atual período histórico, caracterizado pela forte internacionalização do modo de produção capitalista, importantes
transformações de ordem técnica, política e econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva e regional do
Brasil e do mundo. A intensificação do poder das empresas transnacionais sobre o espaço mundial é uma dessas
manifestações.
Iná Elias de Castro. Política pública e conflito no espaço urbano.In: GEOgraphia, ano 18, n. º 36, 2016 (com adaptações).
Considerando esse texto, julgue o item a seguir.
Um dos efeitos da internacionalização da economia brasileira é a perda de competitividade da indústria nacional,
com a transferência de fábricas da região concentrada do país para outros países da América Latina e da Ásia. A
desindustrialização do Brasil é comprovada por meio da queda da participação da indústria e dos serviços no PIB
nacional neste século.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
O período que foi de 2000 até 2011 foi o último de uma maior industrialização no país.
Atualmente, os números indicam que o país passa por um processo de desindustrialização (um processo normal
nos países mais desenvolvidos, mas não nos emergentes).
Em 1985, por exemplo, a indústria respondia por 21,6% do PIB brasileiro. Em 2017, este valor já era de
aproximadamente 11,8%.
Ao contrário do que afirma o item, porém, o setor de serviços tem aumentado a sua participação no PIB nacional.
Resposta: Errado

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40. (CESPE/CEBRASPE - ABIN - 2018)


Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da
economia.
A reestruturação produtiva recente do território brasileiro promoveu, entre outros resultados, a
desindustrialização da cidade de São Paulo e região metropolitana e o deslocamento das plantas industriais
paulistanas para diversas regiões brasileiras e mundiais, como o sul do Brasil, o litoral nordestino, a China e países
do MERCOSUL.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
Mesmo no estado de São Paulo, que apresenta a melhor infraestrutura do país, houve historicamente maior
concentração de indústrias na Região Metropolitana. Nos últimos anos, no entanto, seguindo uma tendência já
verificada em países desenvolvidos, acontece um processo de deslocamento das indústrias instaladas em São
Paulo em direção às cidades médias do interior (processo de DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL). Isso é
possível graças ao grande desenvolvimento da informática e à modernização da infraestrutura de produção de
energia, transporte e comunicação, criando condições de especialização produtiva por intermédio da integração
regional. A possibilidade de diminuir custos, como o de aluguel, por exemplo, também pesa na decisão.
Lembrando que: Desconcentração industrial se refere ao processo de deslocamento de indústrias de um lugar
para o outro (dos grandes centros urbanos para as cidades médias), enquanto Desindustrialização significa o
fechamento de indústrias.
Resposta: Errado

41. (CESPE/CEBRASPE - ABIN - 2018)


Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da
economia.
Com a desconcentração da indústria paulista, as principais regiões metropolitanas nordestinas (Salvador, Recife,
Fortaleza e São Luís) tornaram-se novas aglomerações industriais, devido a algumas condições básicas: situação
geográfica adequada para a implantação de indústrias em razão da proximidade de rotas de comércio
internacional; e aumento do número de empregos industriais diretos e indiretos com mão de obra barata e
qualificada.
( ) Certo ( ) Errado
RESOLUÇÃO:
As cidades citadas não são reconhecidas por causa da mão de obra qualificada, mas por esta ser barata. Quando
uma grande indústria se instala em alguma grande cidade nordestina, ela precisa, geralmente, capacitar a mão de
obra local.
Ademais, o conjunto de cidades citadas não pode ser considerado de aglomeração industrial. Em São Luís, por
exemplo, a participação da indústria na economia local é muito pequena.
Nos últimos anos, seguindo uma tendência já verificada em países desenvolvidos, acontece um processo de
deslocamento das indústrias instaladas em São Paulo em direção às cidades médias do interior.
Resposta: Errado

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LISTA DE QUESTÕES
1. (CESPE -SEE/AL - 2013)
No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
O mundo globalizado definiu uma nova ordem mundial, mas não uma nova geografia do comércio internacional.
( ) Certo ( ) Errado

2. (NUCEPE - SEDUC/PI - 2015)


As transformações no mundo do trabalho são influenciadas pela globalização que estabelece alterações no ritmo
da indústria, comércio, comunicações e transporte, com nova organização na economia mundial a partir do avanço
científico e tecnológico e da concentração de capital.
São características da globalização, EXCETO,
a) as empresas multinacionais definem a articulação entre a produção, mão-de-obra, mercado e matéria-
prima.
b) comporta processos relacionados à internacionalização da produção.
c) articulação de diversas partes que compõem um todo, com ampliação de distâncias, encolhimento de
contextos e limitação de intercâmbios.
d) requalificação dos espaços para atender aos interesses dos atores hegemônicos da economia, da cultura e
da política.
e) dinamismo renovado da divisão internacional do trabalho, principalmente nos países subdesenvolvidos.

3. (NUCEPE - PC/PI - 2018)


A regionalização do espaço mundial historicamente sofre alterações em decorrências das transformações
econômicas e políticas. A respeito desse processo, é CORRETO afirmar:
a) Entre 1914-1918 e 1939-1945 ocorreram as duas guerras mundiais, as quais tiveram impactos restritos na
organização do espaço mundial, sobretudo, após a II Guerra Mundial.
b) Após a II Guerra Mundial o mundo foi dividido em dois blocos: o capitalista, sob o comando dos EUA e o
socialista, sob o comando da Ex-URSS. Esses dois blocos marcaram a ordem mundial bipolar, a qual foi ruída
com a queda da hegemonia dos EUA.
c) A nova ordem mundial reduziu as instabilidades políticas e os conflitos étnicos, sobretudo, na Ásia.
d) A crise do Socialismo real provocou o fim da Ex-URSS e, com ela, o surgimento de vários países como a
Ucrânia, Rússia, Letônia e Estônia.
e) A década de 1980 viu emergir uma nova ordem internacional sob a hegemonia do capitalismo e com ela o
fim da regionalização do mundo em três mundos em função das reduções das desigualdades entre os países.

4. (MPE/GO - MPE/GO - 2017)


“A globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista. [...] No fim do
século XX e graças aos avanços da ciência, produziu-se um sistema de técnicas presidido pelas técnicas da informação,
que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema técnico uma
presença planetária. Só que a globalização não é apenas a existência desse novo sistema de técnicas. Ela é também o
resultado das ações que asseguram a emergência de um mercado dito global, responsável pelo essencial dos processos
políticos atualmente eficazes."
(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 23-24).

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Considerando o enunciado anterior, sobre o processo de globalização na sociedade contemporânea, assinale a


alternativa correta.
a) A globalização é um processo exclusivamente baseado no desenvolvimento das novas técnicas de
informação e sua origem está diretamente relacionada com a difusão e universalização do uso da internet,
que se deu a partir do final da década de 1990.
b) Entre as características próprias da globalização temos a alteração profunda na divisão internacional do
trabalho, em que a distribuição das funções produtivas tende a se concentrar cada vez mais em poucos
países, como é o caso dos Estados Unidos e do Japão.
c) Sobre as ações que asseguram a emergência do mercado global, o autor está se referindo à doutrina
econômica neoliberal que, entre outros princípios, defende o fortalecimento do Estado e a intervenção
estatal como reguladora direta dos mercados - industrial, comercial e financeiro.
d) Atualmente, as relações econômicas mundiais, compreendendo a dinâmica dos meios de produção, das
forças produtivas, da tecnologia, da divisão internacional do trabalho e do mercado mundial, são
amplamente influenciadas pelas exigências das empresas, corporações ou conglomerados multinacionais.
e) As estratégias protecionistas tomadas pelos governos em todo o mundo, dificultando a entrada de produtos
estrangeiros em seus mercados nacionais, são consideradas como características marcantes do processo de
globalização.

5. (CESPE - ABIN - 2018)


Sabendo que a globalização pode ser definida como processo geográfico e econômico, julgue o próximo item,
relativo a aspectos atuais desse processo.
A alteração nas formas de produção dos sistemas econômicos globais, fundamentada no avanço do uso das
tecnologias, modifica a produção geográfica do espaço em decorrência da fragmentação político-territorial, da
incorporação de novas regiões ao capitalismo internacional e do fortalecimento dos conglomerados
internacionais.
( ) Certo ( ) Errado

6. (IDECAN - Colégio Pedro II - 2015)


Em recente chamada de artigos para a próxima Conferência Regional da União Geográfica Internacional, em Moscou
(entre 17 e 21 de agosto de 2015), as Comissões de História da Geografia e de Geografia Política elegeram o seguinte
tema para ampla discussão: “Repensar o que a geografia (política) deveria ser: a geografia e a geopolítica como
instrumento de paz (teorias, histórias e práticas)”* .
[* Tradução livre do original em francês e em inglês, respectivamente: “Repenser ce que la géographie (politique)
devrait être: la géographie et la géopolitique comme instruments de paix (théories, histoires et pratiques)”; “Rethinking
what (political) geography ought to be: theories, histories and practices of geography and geopolitics as instruments of
Peace”].
(Disponível em: http://web.univ‐pau.fr/RECHERCHE/UGIHG/ Acesso em: 05/12/2014.)
Sobre as novas abordagens da Geopolítica Contemporânea, é correto afirmar que essas
a) empreendem significativos esforços na compreensão da representatividade política restrita à escala
nacional, enfatizando os vínculos existentes entre políticas públicas regionais para o território e a
composição parlamentar em fóruns de definição legislativa e orçamentária.
b) enfatizam a questão da guerra como a continuação da política por outros meios, salientando a
preponderância de interesses exclusivamente estatais na definição da ordem mundial contemporânea.

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c) mantêm uma distinção clássica nítida entre os campos da Geografia Política e da Geopolítica, cujos objetos
são, respectivamente, as relações de poder entre distintos atores nas distintas escalas espaciais e as relações
de poder entre os Estados-nação, configurando a Ordem Política Mundial.
d) relativizam mas não omitem a questão da guerra militar e enfatizam outras guerras ou conflitos:
econômicos, sociais, culturais e até simbólicos (na mídia e na indústria cultural, por exemplo), destacando
novos atores da política mundial (desde as civilizações ou grandes culturas até as ONG’s).

7. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2016)


A mundialização não diz respeito apenas às atividades dos grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas
provocam. Inclui também a globalização financeira, que não pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser
imposta a adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
Mundialização do capital ou globalização refletem a capacidade estratégica de grandes grupos oligopolistas,
voltados para a produção industrial ou para as principais atividades de serviços, em adotar, por conta própria,
enfoque e conduta globais.
( ) Certo ( ) Errado

8. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2016)


A mundialização não diz respeito apenas às atividades dos grupos empresariais e aos fluxos comerciais que elas
provocam. Inclui também a globalização financeira, que não pode ser abstraída da lista das forças às quais deve ser
imposta a adaptação dos mais fracos e desguarnecidos.
François Chesnais. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996 (com adaptações).
Tendo como referência inicial o fragmento de texto apresentado, julgue (C ou E) o item subsequente.
O princípio geográfico da localização, no mundo globalizado economicamente competitivo, é superado pelos
sistemas técnicos e de informação.
( ) Certo ( ) Errado

9. (Prefeitura do Rio de Janeiro/RJ - Prefeitura de Rio de Janeiro/RJ - 2016)


Embora estes processos ocorram de forma não homogênea em todos os países, pode-se afirmar que vivemos num
mundo global. É no campo econômico que a Globalização se expressa de forma mais capilar, integrando todas as
esferas da vida humana, seja nos espaços do trabalho, do consumo e até da cultura.
Nesse contexto, a construção de uma sociedade informacional a serviço das demandas do capital tem sido
fundamental, nas últimas décadas para a configuração de um espaço totalmente globalizado. Dentre os seguintes
fatores abaixo, aquele que pode ser descartado no contexto da construção dessa sociedade é a:
a) manutenção dos processos de produção tradicionais
b) informação e o conhecimento como matéria-prima
c) convergência crescente de todas as tecnologias
d) interconexão de todo o sistema de relações

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10. (CESPE - ABIN - 2018)


Sabendo que a globalização pode ser definida como processo geográfico e econômico, julgue o próximo item,
relativo a aspectos atuais desse processo.
A valorização da produção de commodities e o aumento de seus preços e de sua exportação têm sido apontados
como promotores de riqueza e ascensão para os países emergentes, tais como os que integram o BRICS, que
passam a ser considerados importantes para a manutenção do crescimento da economia mundial.
( ) Certo ( ) Errado

11. (CESPE - SEDF - 2017)


Com relação aos geógrafos e cientistas sociais que estudam as dinâmicas espaciais do capitalismo, julgue o item
a seguir.
O geógrafo David Harvey desenvolveu um dos mais importantes conceitos do pensamento geográfico das últimas
décadas: a compressão espaço-tempo. Nessa perspectiva, a globalização produz a superação das distâncias, pois
as transformações técnicas e tecnológicas foram capazes de acelerar os acontecimentos e os níveis de produção
econômica e integração política.
( ) Certo ( ) Errado

12. (UECE-CEV - METROFOR/CE - 2017)


No que diz respeito ao que se denomina globalização, assinale a assertiva verdadeira.
a) As vantagens que a globalização produz refletem-se nas condições de vida dos trabalhadores: garantia de
pleno emprego, elevação de salários, ampliação dos direitos trabalhistas, acesso universal a bens e serviços
sociais.
b) A globalização permitiu aos países uma proteção absoluta de suas fronteiras comerciais, reduzindo
sensivelmente os riscos de crises econômicas, tendo em vista a ampliação do mercado interno.
c) É um processo que fortalece as economias nacionais, uma vez que as nações lançam mão de leis e
regulamentações que impedem a evasão de seus recursos, bem como atuam com rigidez ou restrições nas
operações de importação comercial, embora não as impeçam.
d) Um dos efeitos perversos da globalização é a acentuação das desigualdades econômicas e sociais entre os
países mais pobres; já a ampliação do acesso às tecnologias da informação que encurtam a distância entre
os povos, permitindo contato ou aproximação com a diversidade de culturas é um de seus benefícios.

13. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
A globalização é um fenômeno puramente econômico-financeiro, fundamentado no alcance mundial do mercado,
que aumentou os fluxos comerciais entre países e blocos de países.
( ) Certo ( ) Errado

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14. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
Um dos fatores que impulsionam o fluxo de capitais é o desenvolvimento tecnológico, o qual também promove o
crescimento da produção industrial.
( ) Certo ( ) Errado

15. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
A globalização econômica produziu a segmentação do espaço econômico mundial, expressa por meio da
formação de blocos econômicos regionais como o MERCOSUL.
( ) Certo ( ) Errado

16. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
O dinamismo da economia, instaurado a partir do processo de globalização e evidenciado pelo aumento da
produção industrial, teve como vantagem o aumento jamais visto da demanda por mão-de-obra e, portanto, o
pleno emprego nos países ricos.
( ) Certo ( ) Errado

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17. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
Barreiras não-alfandegárias são exemplos de barreiras estabelecidas por blocos de países, por meio das quais as
questões ambientais, sanitárias e sociais assumem importância estratégica no comércio dos países exportadores.
( ) Certo ( ) Errado

18. (CESPE - ABIN - 2008)


O mercado é a instituição central do processo de globalização. Um dado fundamental é a evidência de que o mercado
se tornou mundial. Isso não quer dizer que tombaram os muros das fronteiras nacionais ou dos protecionismos, mas
que nunca tantos produtos cruzaram oceanos e continentes. As barreiras estabelecidas pelos blocos nacionais ou pelos
acordos comerciais visam mais normatizar a competição em favor dos interesses comerciais particulares de cada país
do que bloquear essa circulação. É, pois, no mercado e nas expectativas de consumo que ele propicia que se materialize
a globalização.
Iná E. Castro. Bertrand do Brasil, 2006, p. 233 (com adaptações).
Tendo em vista o tema da globalização, tratado no texto acima, julgue o item a seguir.
Com o desenvolvimento da tecnologia da informação, um dos vetores da globalização, aumentam também as
possibilidades de expansão das atividades do crime organizado, como o terrorismo, as máfias e o tráfico de drogas
ilícitas.
( ) Certo ( ) Errado

19. (CESPE - ABIN - 2008)


Do ponto de vista político, o mundo apresenta o aspecto de um grande caos: por um lado, a multiplicação de uniões
econômicas regionais, por outro, o renascimento de nacionalismos, ascensão de fundamentalismo, Estados divididos.
A maioria dos conflitos são internos, intra-estatais. Além disso, redes internacionais de caráter mafioso e o crime
organizado constituem novas ameaças porque controlam toda a espécie de circuitos clandestinos (prostituição,
contrabando, tráfico de drogas, venda de armas, disseminação nuclear).
J. W. Vesentini. Novas geopolíticas - as representações do século XXI. Contexto, p. 75 (com adaptações).
A partir do texto acima, julgue o item a seguir.
A atuação de organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do
Comércio tem eliminado as concentrações e os desequilíbrios nas atividades econômicas, provocados pelo avanço
da globalização.
( ) Certo ( ) Errado

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20. (CESPE - ABIN - 2008)


Apesar da ampliação dos mercados, a globalização da economia e o crescimento dos fluxos de mercadorias reafirmam
a desuniformidade do espaço terrestre e dão visibilidade à sua heterogeneidade e à sua diversificação pela ação das
sociedades que o modelam.
Iná E. Castro. Geografia política, território, escalas de ação e instituições. Bertrand Brasil, 2006, p. 234.

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os assuntos por ele suscitados, julgue o seguinte item.
A globalização, como fenômeno em curso no mundo, é caracterizada pela integração de mercados, levando o
crescimento econômico a todas as regiões, articuladas segundo um processo equitativo de distribuição de riqueza.
( ) Certo ( ) Errado

21. (CESPE - CBM/CE - 2014)


No que diz respeito a países do Norte desenvolvido, julgue o item a seguir.
A globalização é um fenômeno político, econômico e cultural que impacta, de forma equivalente, os países do
Norte desenvolvido e os do Sul subdesenvolvido.
( ) Certo ( ) Errado

22. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2014)


A aparição das chamadas cidades mundiais e das cidades globais se explica pela necessidade de organização e controle
da economia global. O termo cidade global, em sua versão mais topológica, é definido por Saskia Sassen como um
território onde se exerce uma série de funções de organização e controle na economia global e nos fluxos de
investimentos em escala planetária.
O. Nel.Lo e F. Muñoz. El proceso de urbanización. In.:Geografía humana, J. Romero et al (Coord.). Barcelona: Ariel, 2008, p. 321
(com adaptações).
Considerando a perspectiva conceitual de Saskia Sassen, julgue (C ou E) o item seguinte, relativo a cidades globais.
A globalização econômica contribui para uma nova geografia da centralidade e da marginalidade, tornando as
cidades globais lugares de concentração de poder econômico, ao passo que cidades que foram centros
manufatureiros experimentam nítido declínio.
( ) Certo ( ) Errado

23. (FEC - Prefeitura de Itapemirim/ES - 2007)


“A globalização é, portanto, um conjunto de mudanças que estão ocorrendo na esfera econômica, financeira,
comercial, social e cultural, intensificando a relação entre os países, os povos e os sistemas produtivos. Implica a
uniformização global de padrões econômicos e culturais”
(COELHO, M.A. e TERRA, L. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2003).
O processo vigente de globalização é marcado por contradições. Uma dessas contradições, que se relaciona
diretamente com a característica destacada no texto anterior, é percebida:
a) na universalização e na homogeneização do mundo, sendo constatadas em diversos espaços;
b) no avanço da globalização, que nos dá a impressão de um mundo sem fronteiras nacionais;
c) na explosão de movimentos de afirmação de nacionalidades e de identificações étnicas no mundo atual;
d) na estreita relação entre o processo produtivo com a mídia, a propaganda e a tecnologia da internet;
e) no processo de internacionalização do capitalismo com uma lógica de universalização mundial.

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24. (IBADE - Câmara de Cacoal/RO - 2018)


O processo da Globalização não possui uma data exata de início, mas, para muitos autores, a década de 90 do
século XX seria um momento importante na sua consolidação. Entre as alternativas a seguir,assinale a que
apresenta a melhor característica sobre a Globalização.
a) Aumento da integração econômica entre os países.
b) Fim do uso da língua inglesa como comunicação internacional.
c) Diminuição das trocas comerciais internacionais.
d) Surgimento de uma divisão bélica entre Estados Unidos e Rússia.
e) Perda significativa do mercado financeiro mundial.

25. (Quadrix - CRESS/GO - 2019)


Importa notar que as reformas por que passa o Estado no Brasil estão em um contexto socioeconômico mundial
de profundas implicações para o País. O neoliberalismo acompanhou o processo de globalização e de implantação
de novas tecnologias produtivas – que desencadearam o chamado processo de “reestruturação produtiva”.
Internet:<www.egov.ufsc.br:8080> <8080>.
Tendo o texto acima apenas como referência inicial e refletindo sobre diversos aspectos da economia brasileira e
mundial, julgue o item.
Tornando o mundo mais homogêneo em diversos aspectos, a globalização contribui, de modo geral, para uma
profunda redução das disparidades econômicas entre os países e também no âmbito interno desses países.
( ) Certo ( ) Errado

26. (MPE/GO - MPE/GO - 2019)


Atualmente, muitos fatos têm ocorrido de maneira expressiva e dinâmica: pessoas migram de um país para outro
em busca de empregos e melhores condições de vida, empresas de países desenvolvidos instalam-se em países
subdesenvolvidos em busca de espaços maiores e mais baratos e também de mão de obra barata, indústrias
distribuem as etapas de produção em vários países a fim de baratear os custos. Tudo isso acontece devido a um
fenômeno que ocorre há muitos anos e recebe o nome de:
a) Blocos Econômicos
b) Regionalização
c) Capitalização
d) Colonização
e) Globalização

27. (IBADE - Prefeitura de Aracruz/ES - 2019)


Observe o seguinte conceito:
“É a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela
conexão entre as diferentes partes do globo terrestre.”
Pode-se afirmar que esse conceito refere-se à:
a) protecionismo comercial.
b) estatização.
c) globalização.
d) expansão territorial.
e) comercialização.

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28. (UECE-CEV - SEDUC/CE - 2018)


No que diz respeito ao real sentido da globalização e da ordem mundial contemporânea, é correto afirmar que
a) o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, que permite tornar o mundo socialmente mais justo
e igualitário, é uma grande conquista da globalização.
b) a globalização é o estágio supremo da internacionalização da economia e seu maior destaque é a garantia
de que a maior parte dos países do mundo participe dessa dinâmica de maneira proporcional.
c) a produção globalizada e a informação globalizada permitem às firmas globais obterem um lucro em
escala mundial e isso constitui o verdadeiro motor da atividade econômica contemporânea.
d) com a consolidação do processo de globalização, pode-se viver em um espaço sem fronteiras, isto é, uma
aldeia global onde todos podem conhecer extensivamente e profundamente o planeta.

29. (CESPE/CEBRASPE - SEE/AL - 2013)


No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
Na atualidade, a rápida circulação da informação é um fator atuante no comércio mundial, bem como às
transformações culturais e sociais.
( ) Certo ( ) Errado

30. (CESPE/CEBRASPE - SEE/AL - 2013)


No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
Uma característica fundamental da globalização é a dinâmica das relações de comércio, que revela um
intercâmbio global.
( ) Certo ( ) Errado

31. (CESPE/CEBRASPE - SEE/AL - 2013)


No que se refere à globalização, julgue o item subsecutivo.
O atual processo de globalização não compreende os países menos desenvolvidos, restringindo-se àqueles que
apresentam competitividade no cenário econômico, isto é, que detêm capacidade de inovação tecnológica.
( ) Certo ( ) Errado

32. (INSTITUTO AOCP - Prefeitura de Betim/MG - 2020)


Milton Santos, em seus últimos livros, abordou a globalização, considerando a existência de, pelo menos, três
mundos em um só: O mundo que percebemos, a globalização como fábula, o mundo real, a globalização como
perversidade, e o mundo como possibilidade, uma outra globalização. Essa globalização é discutida, segundo as
categorias tempo/espaço, no âmbito do sistema mundo, na pós-modernidade e à luz dos conceitos de nação,
mercado mundial e lugar.
A respeito desse assunto, é correto afirmar que a globalização
a) acabou com a restrição à livre circulação de pessoas no mundo.
b) promoveu a distribuição de renda e, por consequência, a nulificação da pobreza global.
c) gerou a livre concorrência no mercado global com a extinção de subsídios e práticas de dumping.
d) facilitou a imposição de uma política comandada pelas empresas que demandam circulação de capital e
informação.
e) criou Estados-nação fortes e totalmente independentes do capital privado.

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33. (CESPE/CEBRASPE - 2006)


Falar de globalização é evocar o processo de dominação do sistema capitalista sobre o espaço mundial, fenômeno
que se inscreve em uma tendência de submissão progressiva de todos os espaços físicos e sociais à lei do capital,
à lei da acumulação contínua, que é a finalidade suprema do sistema capitalista. A respeito desse processo,
assinale a opção correta.
a) A globalização diz respeito ao desenvolvimento de relações econômicas em nível mundial, que, portanto,
excluem processos sociais e culturais.
b) O desenvolvimento tecnológico faz parte desse processo.
c) O pleno emprego, o desenvolvimento social e a melhoria das condições de vida das populações são o
resultado concreto do processo de globalização em curso.
d) Pressupõe a retração no desenvolvimento de mercados financeiros mundiais, uma vez que eles são
estimulados pela internacionalização do capital e das empresas.

34. (CESPE - ABIN - 2018)


Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da
economia.
O Brasil, potência regional na economia do mundo, integra redes de produção e consumo em escala global,
principalmente nos setores de produção de soja, minério de ferro, óleos brutos de petróleo, automóveis de
passageiros e açúcar de cana bruto.
( ) Certo ( ) Errado

35. (CESPE - ABIN - 2018)


Com referência à divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil, julgue o item a seguir.
Com a globalização e as exigências do mercado global, todo o território nacional se inseriu em dinâmicas de
competição internacional ligadas à exportação de produtos agropecuários e industriais ou nas atividades de
suporte ao circuito superior e inferior da economia, gerando ciclos de desenvolvimento econômico.
( ) Certo ( ) Errado

36. (CESPE - Instituto Rio Branco - 2018)


No último meio século, houve uma mudança revolucionária em escala planetária: cada vez mais, as lojas locais dão
lugar ao domínio dos gigantes da distribuição, como o Walmart e o Carrefour. Na Espanha, mais de 80% das compras
das famílias são feitas em hipermercados e, dessas compras, 75% estão concentradas nas cinco maiores redes:
Mercadona, Eroski, Carrefour, Auchan e Dia. Tal mudança está longe de ser uma realidade particular de um país ou de
um setor: trata-se de uma tendência mundial.
N. Castro. A ditadura dos supermercados: como grandes distribuidores decidem o que consumimos. Madrid: Akal, 2017
(com adaptações).
Tendo o fragmento de texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue, acerca das redes
de produção e consumo globais.
As cidades médias brasileiras são polos atrativos, tanto para fluxos migratórios internos, como para
investimentos empresariais globalizados. Hipermercados, centros comerciais, lojas de franquia, concessionárias
de veículos, hotéis e diversos serviços são instalados nessas cidades em diferentes regiões do país,
caracterizando o processo de globalização do território brasileiro.
( ) Certo ( ) Errado

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37. (CESPE/CEBRASPE - Prefeitura de São Cristóvão/SE - 2019)


O fenômeno da globalização tem uma relação direta e dinâmica com a lógica da regionalização, ao transformar o
contexto e as condições da interação e da organização social, levando a um novo ordenamento das relações entre
território e espaço socioeconômico e político. Esse contexto contemporâneo significa um desafio para a lógica do
Estado, no sentido de estabelecer mecanismos de controle para o fenômeno da globalização e seus efeitos sobre as
sociedades e economias.
Karina Pasquariello Mariano. Globalização, integração e o Estado. Internet: (com adaptações).
Com relação aos fluxos globalizados nos diferentes espaços geopolíticos e econômicos do mundo contemporâneo,
julgue o item a seguir.
O fato de o produto interno bruto (PIB) do Brasil estar entre os dez maiores do mundo reduziu a desigualdade
social na última década.
( ) Certo ( ) Errado

38. (CESPE/CEBRASPE - ABIN - 2018)


A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de trabalho, divisão
do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a
indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax,
redes de computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras, agiliza os
mercados, generaliza o consumismo. Provoca a desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e ideias.
Promove o redimensionamento de espaços e tempos.
Octavio Ianni. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro: Editora Civilização, 2002.
Considerando o texto precedente e os múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue o item seguinte.
O processo de internacionalização da economia capitalista, que culminou na denominada globalização, é um
fenômeno nascido no contexto do neoliberalismo que marcou o final do século XX.
( ) Certo ( ) Errado

39. (CESPE/CEBRASPE- SEDF - 2017)


No atual período histórico, caracterizado pela forte internacionalização do modo de produção capitalista, importantes
transformações de ordem técnica, política e econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva e regional do
Brasil e do mundo. A intensificação do poder das empresas transnacionais sobre o espaço mundial é uma dessas
manifestações.
Iná Elias de Castro. Política pública e conflito no espaço urbano.In: GEOgraphia, ano 18, n. º 36, 2016 (com adaptações).
Considerando esse texto, julgue o item a seguir.
Um dos efeitos da internacionalização da economia brasileira é a perda de competitividade da indústria nacional,
com a transferência de fábricas da região concentrada do país para outros países da América Latina e da Ásia. A
desindustrialização do Brasil é comprovada por meio da queda da participação da indústria e dos serviços no PIB
nacional neste século.
( ) Certo ( ) Errado

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40. (CESPE/CEBRASPE - ABIN - 2018)


Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da
economia.
A reestruturação produtiva recente do território brasileiro promoveu, entre outros resultados, a
desindustrialização da cidade de São Paulo e região metropolitana e o deslocamento das plantas industriais
paulistanas para diversas regiões brasileiras e mundiais, como o sul do Brasil, o litoral nordestino, a China e países
do MERCOSUL.
( ) Certo ( ) Errado

41. (CESPE/CEBRASPE - ABIN - 2018)


Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao processo de internacionalização da
economia.
Com a desconcentração da indústria paulista, as principais regiões metropolitanas nordestinas (Salvador, Recife,
Fortaleza e São Luís) tornaram-se novas aglomerações industriais, devido a algumas condições básicas: situação
geográfica adequada para a implantação de indústrias em razão da proximidade de rotas de comércio
internacional; e aumento do número de empregos industriais diretos e indiretos com mão de obra barata e
qualificada.
( ) Certo ( ) Errado

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GABARITO

1. E 15. C 29. C

2. C 16. E 30. C

3. D 17. C 31. E

4. D 18. C 32. D

5. C 19. E 33. B

6. D 20. E 34. C

7. C 21. E 35. E

8. E 22. C 36 C

9. A 23. C 37. E

10. C 24. A 38. E

11. C 25. E 39. E

12. D 26. E 40. E

13. E 27. C 41. E

14. C 28. C

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RESUMO DIRECIONADO

A globalização tornou HOMOGÊNEOS, ao redor do mundo, hábitos, valores e percepções.

Por outro lado, a globalização, o fenômeno em si, é HETEROGÊNEO, já que não impacta todos
os países de maneira igual. Os países centrais são mais beneficiados por este fenômeno,
enquanto os países periféricos são beneficiados em menor intensidade.

Características da 1ª fase da globalização


Grandes Navegações e Descobertas Marítimas (século XV ao XVIII);
Mercantilismo;
Europa fornecedora de mercadorias;
As demais áreas forneciam matérias-primas e trabalho escravo;
A integração econômica do globo é superficial;
Integração exclusivamente no campo das relações comerciais;
Privilegiou poucos atores econômicos; e
Privilegiou poucas áreas geográficas.

2ª Fase da Globalização
Revolução Industrial (Séculos XVIII a XX);
Utilização de MÁQUINAS MOVIDAS A VAPOR (como o barco e a locomotiva a vapor);
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA INDUSTRIAL (como o tear hidráulico e o tear mecânico);
LIBERALISMO;
LIVRE MERCADO;
Os sistemas de transporte e comunicação são ampliados (ferrovias, telégrafos, sistemas de telefonia,
automóveis e aviões)

Características da 3ª Fase da Globalização


Guerra Fria (Fim da II Guerra Mundial até a Queda do Muro de Berlim)
Na REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA-INFORMACIONAL foram realizados avanços na área da
informação e também dos transportes, com o desenvolvimento da informática, da robótica, da
internet e da biotecnologia.
Os instrumentos anteriormente existentes foram aperfeiçoados e novos meios de comunicação e
de transporte foram criados, promovendo, assim, uma maior e mais ampla integração mundial.
A globalização se dá em níveis desiguais de desenvolvimento pelo mundo.

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Características da 4ª Fase da Globalização


Nova Ordem Mundial (de 1989 até os dias de hoje);
NOVA ORDEM MUNDIAL, o da MULTIPOLARIDADE;
Avanço do sistema capitalista para todo o mundo, incluindo os países do então chamado “segundo
mundo” (socialistas, de economia capitalista planificada);
Consolidação total do sistema de globalização por meio da mundialização integral do capitalismo;
Encurtamento das distâncias e a aceleração do tempo;
No plano político, consolidaram-se o poderio econômico e militar dos Estados Unidos e a formação
de polos “secundários”, como a União Europeia, a China e a Rússia.

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Desconcentração industrial: Refere-se ao processo de deslocamento de indústrias de


um lugar para o outro (dos grandes centros urbanos para as cidades médias).
Desindustrialização: Refere-se ao fechamento de indústrias.

Produtos mais exportados pelo Brasil são:


• Soja;
• Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos;
• Minério de ferro e seus concentrados;
• Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada;
• Carnes de aves e suas miudezas comestíveis frescas, refrigeradas ou congeladas;
• Açúcares e melaço;
• Celulose;
• Farelo de soja;
• Milho não moído, exceto milho doce;
• Café não torrado;
• Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos.

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Produtos mais importados pelo Brasil são:


• Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes;
• Adubos ou fertilizantes químicos;
• Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos;
• Obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns;
• Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios;
• Medicamentos e outros produtos farmacêuticos;
• Partes e acessórios de veículos automotivos.

O Mercosul é composto por:


- Países-membros (ou membros plenos): Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, que está
suspensa do bloco desde dezembro de 2016, por tempo indeterminado; e
- Países associados: Chile, Peru, Equador, Colômbia, Guiana, Suriname e Bolívia, sendo que este está em
processo de se tornar um membro pleno.
- Países observadores: México e Nova Zelândia.

Entre os membros plenos do Mercosul está em funcionamento a União Aduaneira.


Entre os membros associados, o Livre Comércio.

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
• Modalidade mais simples de integração.
Zona de Preferência • Países-membros apenas possuem TAXAS MAIS BAIXAS do que as
Tarifária aplicadas aos países que não pertencem ao acordo de preferência.
• A preferência tarifária se restringe APENAS A ALGUNS PRODUTOS.
• Unificação do comércio entre seus membros.
• Há ELIMINAÇÃO (ou redução) de impostos e taxas de importação que
Área (ou Zona) de livre- recairiam sobre a maioria dos bens importados de algum dos países do
comércio grupo.
• O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) começou neste nível de
integração.
• Há unificação do comércio entre seus membros.
• São definidas regras comuns a serem adotadas por todos os países-
União aduaneira membros quando qualquer destes negociar com países de fora do grupo.
• Neste caso, geralmente é adotada uma TARIFA EXTERNA COMUM (TEC)
– ou Tarifa Externa Única.
• Além de mercadorias e serviço, há também livre circulação de pessoas, de
Mercado comum
trabalho e de capital entre os Estados-membros.

• Estágio máximo de integração econômica e monetária.


• Há adoção de uma moeda oficial única, que substitui as moedas locais.
União econômica e
• Implantação de um Banco Central do bloco, que passa a adotar uma
monetária
política econômica comum para todos os seus estados- membros.
• A União Europeia é o único bloco a apresentar este nível de integração.

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AS ORDENS MUNDIAIS
Antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
- Ordem mundial MULTIPOLAR representada pelas potências Reino Unido, França, Alemanha e
Estados Unidos, Japão e Rússia.
Após a Segunda Guerra Mundial
- Ordem mundial BIPOLAR, com EUA sendo a potência capitalista e União Soviética, a socialista.
Após a dissolução da União Soviética (1991) - Atualidade
- Nova ordem mundial MULTIPOLAR, no cenário econômico (Estados Unidos, China, Alemanha,
Japão, França, especialmente);
- E UNIPOLAR, encarnada pelos Estados Unidos da América, em relação ao poderio militar.
- Ou seja, segundo alguns autores, vivemos a ordem da UNIMULTIPOLARIDADE (multipolaridade
econômica e unipolaridade militar).

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