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A superfície terrestre é encoberta por gases.

Essa cobertura gasosa recebe o


nome de atmosfera e o estudo do comportamento desses gases é o que
chamamos de clima. Em outras palavras, o clima é o comportamento atmosférico
ao longo da superfície da Terra e em determinado período temporal.

No caso, à medida que tais gases estiverem úmidos ou secos haverá climas que
serão úmidos ou secos, tanto quanto à medida que tivermos nossa atmosfera
aquecida ou mais fria, nós teremos climas quentes ou frios. Ou seja, os climas
apresentam as variáveis de temperatura e de umidade.

Clima e Tempo

É comum nos referirmos ao tempo atmosférico e o entendermos como o clima.


Ou seja, muitas vezes se referem ao tempo bom – quando há dias ensolarados
e agradáveis – e ao tempo ruim quando há muita nebulosidade, baixas
temperaturas e garoa como se fossem os climas. Não o são.

No caso, o comportamento atmosférico que registramos agora é o que


entendemos como o tempo. Sim, registramos as condições meteorológicas a
cada segundo porque essas condições variam a todo instante. O tempo é o
estado momentâneo da atmosfera e o é muito dinâmico. Trata-se, portanto, das
condições atuais da atmosfera.

Já o clima se refere ao comportamento habitual da atmosfera e se trata da


sucessão de tempos atmosféricos. O período de registros do comportamento
atmosférico para que tenhamos um determinado clima é de 30 anos. Quer dizer,
registramos o comportamento meteorológico por 30 anos e teremos os climas
em determinados locais. Este período é conhecido como normal climatológica.

Amplitude Térmica

A Amplitude Térmica se refere à diferença de picos de temperaturas no curso


de um determinado tempo específico, geralmente ao longo de um dia (24h),
pode-se mensurá-la no curso de um mês ou mesmo no curso de um ano.

Ao longo de 24h há amplitude térmica diária com a diferença entre a máxima e


a mínima, a qual será maior que a Amplitude Térmica mensal ou anual. E no
curso de um ano há diferença entre a máxima e a mínima através das médias
mensais que são observáveis nos gráficos de climogramas.

Na foto abaixo se observa o registro de temperatura no bairro da Liberdade, São


Paulo, em um dia cuja temperatura máxima chegou aos 31°C muito comum nos
verões da cidade paulista.

Em dias como esse é comum registrarmos chuvas convectivas no período da


tarde, pois as elevadas temperaturas fazem com que evapore enorme
quantidade de água formando significativa nebulosidade e consequentes chuvas
torrenciais.
Figura 1. Totem registra elevada temperatura em São Paulo. Foto: Éder Diego.

Gases da Atmosfera

A composição gasosa de nossa atmosfera se dá na seguinte proporção:

- 78% nitrogênio;
- 21% oxigênio;
- 0,3% argônio; e
- 07% demais gases.

Basicamente a atmosfera terrestre é composta de N2 e O2, pois tais gases são


fundamentais ao desenvolvimento da vida, seja para a formação de aminoácidos
e proteínas a partir do nitrogênio (N2) ou mesmo para respiração por meio do
Oxigênio (O2).

Há uma infinidade de outros gases em nossa atmosfera, mas em pequena


percentagem, a exemplo de Hélio (He2), do Hidrogênio (H2), dos gases oriundos
da combustão e de atividades do próprio planeta Terra como o vulcanismo. No
caso, há gás carbônico (CO2), monóxido de carbono (CO), bem como metano
(CH4), trióxido de enxofre (SO3), dióxido de enxofre (SO4), Ozônio (O3) etc.

Camadas Atmosféricas

A altitude da atmosfera é bastante delgada se considerarmos a profundidade de


nosso planeta e a extensão de sua superfície. São 400 quilômetros de altitude.

A atmosfera é dividida em camadas desde a superfície até elevadas altitudes


(em torno dos 400km), cada camada apresenta características próprias em
diferentes composições gasosas e temperatura.
Figura 2. Fonte. JUNIOR, Danilo Pacheco Cazelli. Camadas Externas da Terra. Portal do Professor. MEC,
2011. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28673. Acesso em:
21/01/2021.

Troposfera e Estratosfera

Particularmente as duas primeiras camadas são as que mais interessam ao


estudo do clima. A primeira camada, a partir da superfície, chama-se de
Troposfera cuja altitude máxima ocorre em torno de 12km a 17km a depender
da latitude.

É nessa camada que ocorrem os fenômenos meteorológicos como precipitação


(chuvas e neve), ventos, temperatura etc., além disso, é aí que temos 80% da
massa atmosférica e tal camada aquece de baixo para cima em virtude da
reflexão de calor do solo às altitudes elevadas. A variação de temperatura ocorre
na proporção de aproximadamente 0,65°C para cada 100m de altitude. Aliás, em
altitudes elevadas nossa troposfera é mais fria se comparada às altitudes
próximas ao solo em decorrência da rarefação do ar. Ademais, os aviões
comerciais e de passageiros circulam nos limites dessa camada.

Já segunda camada se chama Estratosfera apresenta altitudes máximas em


torno dos 60km. É na estratosfera que temos a famigerada ‘’Camada de
Ozônio’’ (O3) que limita a infiltração, na superfície terrestre, de radiação
ultravioleta B (RUV). No caso, parte considerável do ozônio na atmosfera
terrestre está na estratosfera que é fundamental para filtragem da radiação
ultravioleta B, a qual é nociva à saúde humana e que está associada ao
envelhecimento precoce, problemas de pele e de visão e até câncer
dermatológico. Diferentemente da troposfera, a estratosfera é mais aquecida em
altitudes elevadas. Os aviões a jato circulam nessa camada atmosférica.

Fatores Climáticos

As atividades e ciclos do Sol e os oceanos são os dois fatores climáticos de


maior importância que influenciam o clima terrestre e em escala global, mas há
outros fatores de escalas mais regionais e locais.

Há seis importantíssimos fatores climáticos para entendermos a dinâmica


atmosférica: Latitude, Altitude, Massas de Ar, Maritimidade,
Continentalidade e as Correntes Marinhas.

Latitude: a incidência solar não é a mesma em toda superfície da Terra e é


maior nas regiões próximas à linha do Equador e menor nas regiões dos polos.
E é em decorrência disso há zonas climáticas.

Basicamente há três Zonas Climáticas segundo a posição latitudinal. Temos a


Zona Intertropical, cujos climas tendem a ser quentes e úmidos, temos a Zona
Temperada – em ambos os hemisférios – cujas estações do ano tendem a ser
bem-definidas e, por fim, a Zona Polar, cuja temperatura tende a ser baixa ao
longo de todo ano.

Outrossim, as latitudes 5°N e 5°S limitam a região conhecida como Zona de


Convergência Intertropical (ZCIT) que é para onde convergem e se direcionam
os ventos alísios.

Figura 3. Zonas Climáticas. Disponível em: https://salsolito.wordpress.com/2018/06/ Acesso: 19/01/2021.

Altitude: o relevo não é homogêneo conforme visto no capítulo 2 (geologia).


Logo, há altitudes diferentes em relação ao nível do mar e em tais diferenças
altimétricas há variação nas condições climáticas. À medida que estamos em
altitudes diferentes teremos variação de temperatura e tal variação se deve à
pressão atmosférica e à rarefação do ar em altitudes elevadas.

No caso, na troposfera a temperatura será menor à medida em que estamos em


maiores altitudes, ou seja, o ar aquece de baixo para cima e em regiões de
elevada altitude a temperatura é mais fria. Resulta daí que as temperaturas são
mais frias onde estão os aviões, por exemplo, se comparada à superfície
terrestre onde estamos. Ademais, os climas de montanha ou frio de montanha
justificam-se por tais características, pois no topo dos dobramentos terciários,
como os Andes ou Himaláia, teremos a ocorrência de climas semelhantes aos
polares com baixa temperatura e ocorrência de neve. Em suma: a altitude
compensa a latitude.

Massas de Ar: as massas de ar são enormes volumes de ar atmosférico com


vapor d’água e com densidade e temperaturas diferentes a depender da origem.
As massas de ar são caracterizadas pela origem latitudinal (são polares, tropicais
ou equatoriais) e confirme sua origem continental ou marítima. Logo, as Massas
de Ar são quentes ou frias, úmidas ou secas.

O vento é o deslocamento atmosférico de regiões com alta pressão atmosférica


para regiões com baixa pressão atmosférica. Em tal deslocamento de ar são
transportadas as características da baixa atmosférica originária do vento como
temperatura e umidade.

No Brasil há cinco Massas de Ar que influenciam nosso clima e a depender da


estação em que estivermos a área de atuação das massas de ar variarão. As
massas de ar que agem no Brasil são:
Massa Polar Atlântica (mPa): é fria e úmida. Aliás, a única massa de ar fria que
atua sobre o território brasileiro. Age sobretudo na região Sul do Brasil. Origina-
se na região da Patagônia, na Argentina, e seu avanço para o território brasileiro
está associado aos anticiclones.

Ao penetrar no território nacional derruba as temperaturas e provoca chuvas


frontais quando se encontra com a mTa. São chuvas com altíssima intensidade
no Sudeste do Brasil.

Ao avançar pelo litoral brasileiro resulta nas chuvas de inverno do litoral do


nordeste oriental do Brasil. E ao penetrar pelo continente pode chegar até a
Amazônia resultando em significativas quedas bruscas das temperaturas locais
em fenômenos conhecidos como friagem, este fenômeno tem duração de 3 a 4
dias e ocorre entre os meses de maio a agosto.

Massa Tropical Atlântica (mTa): é quente e úmida. Forma-se na porção tropical


do oceano Atlântico e atua sobretudo no litoral da região Sudeste do Brasil ao
longo do ano inteiro. Provoca nebulosidade nas zonas costeiras do Sudeste e a
formação de chuvas de relevo ou orográficas. Com o avanço da mPa é comum
seu deslocamento (mTa) pelo litoral nacional até a porção oriental do Nordeste
brasileiro quando ambas as massas de ar (mTa e mPa) provocam chuvas
frontais nas planícies costeiras do Brasil. Destaque-se que na porção litorânea
do Nordeste há chuvas nos meses de inverno.
Massa Tropical Continental (mTc): é quente e seca. Aliás, a única massa de
ar seca que atua sobre o território brasileiro. Origina-se na região do Chaco
argentino e paraguaio. Age no Brasil especialmente na região Centro-Oeste e
favorecendo a baixa nebulosidade e umidade do ar baixa.

Massa Equatorial Atlântica (mEa): é quente e úmida. Origina-se dos ventos


alísios do hemisfério Norte e se movimenta do Trópico de Câncer em direção à
linha do Equador e atua nos litorais das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Nos
meses de verão do hemisfério Sul age no litoral nordestino de estados como
Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, bem como em estados
como o Ceará e o Piauí. Nos meses de inverno no hemisfério Sul atua menos no
litoral nordestino oriental e atua mais no litoral de estados da região Norte do
País, a exemplo do Amapá, Pará, além do Maranhão. Ocasiona chuva de relevo
no Nordeste nacional e à medida que avança para o interior perde umidade.

Massa Equatorial Continental (mEc): é quente e úmida. Apesar de ser uma


massa de ar continental apresenta elevada umidade. Origina-se no interior do
estado do Amazonas e atua em grande extensão territorial do País nos meses
de verão – além da região Norte, age em regiões do Centro-Oeste nacional e
chega a atingir o oeste mineiro e paulista –, mas no curso do inverno fica mais
restrita aos estados do Amazonas, Roraima e Acre.

Veja os mapas abaixo de massas de ar no Brasil.

No mapa abaixo observamos a ação das massas de ar no Brasil ao longo do


verão. Note que nessa época do ano a mPa quase não atua no Brasil, pois a
Zona de Convergência Tropical tende a avanças para latitudes meridionais que
dificulta a chegada de frentes frias.
Figura 4. Massas de ar nos meses de verão. Fonte: IBGE.

Neste outro mapa abaixo observamos que no curso dos meses de inverno a mPa
atua sobre o Brasil.

Figura 5. Massas de ar nos meses de inverno. Fonte: IBGE.

Maritimidade: trata-se da influência que a umidade oceânica, ou mesmo


continental de regiões com bacias hidrográficas volumosas, exerce sobre o clima
local em virtude do calor específico da água em comparação ao calor específico
do solo e superfície rochosa.

Em regiões litorâneas há grande tendência de termos maior umidade


atmosférica e consequentemente menor amplitude térmica.

No caso, a água tem calor específico de 1cal/g.ºC. As temperaturas médias,


portanto, nas regiões litorâneas sofrem forte influência da umidade e, portanto,
as máximas e mínimas da temperatura não oscilam tanto quanto em regiões de
baixa umidade.

Continentalidade: no interior do continente geralmente há menor umidade e por


isso é comum a amplitude térmica ser maior em relação às regiões litorâneas.

O grande exemplo da continentalidade são os desertos, onde há significativa


aridez, cujas temperaturas variam muito em pequenos períodos. É comum ao
longo do dia as temperaturas ficarem acima de 35°C e a noite baixarem de 0°C.

Para exemplo da continentalidade e maritimidade no Brasil, podemos observar


a cidade litorânea de Salvador (BA), cuja amplitude térmica varia próximo aos
5°C ao longo do ano, e a cidade interiorana de Cuiabá (MT), onde há variação
anual em torno de 15°C. A comparação entre ambas evidencia a influência da
umidade local ou de sua ausência.

Correntes Marinhas: as correntes marinhas ou oceânicas são resultantes do


movimento que as águas oceânicas fazem em virtude da movimentação da Terra
– efeito de Coriollis (inércia) – e pela diferença de temperatura e densidade da
água a depender da latitude em que estão.

No caso, as águas em regiões equatoriais e tropicais tendem a ter temperatura


mais elevadas que as águas de regiões polares, logo se formam correntes
convectivas nos oceanos das águas que se movimentam de regiões polares em
direção à linha do Equador, bem como das regiões equatoriais para os polos.

Observem no mapa abaixo que o sentido que as correntes marinhas giram no


hemisfério Norte é no sentido horário e no hemisfério Sul é no sentido anti-
horário.

A consequência desses movimentos é que as porções orientais dos continentes


tendem a ser banhadas por correntes marinhas quentes, a exemplo da corrente
do Brasil que banha nossa faixa costeira que é necessariamente oriental em
virtude de não termos oceano em nossas regiões ocidentais, mas fronteira com
países da América do Sul. Outros exemplos de correntes quentes que banham
as costas orientais dos continentes são acorrente de Madagascar, costa da
África, e a corrente do Golfo, costa da América Central.

Ademais, os litorais ocidentais tendem a ser banhados por correntes


marinhas frias. Tal fenômeno influenciará notavelmente na formação dos
desertos em regiões de 30° de latitudes em ambos os hemisférios.
Correntes frias e desertos: Observe a corrente de Bengala, costa ocidental-sul
africana, e a formação dos desertos de Kalaari e Namíbia. O mesmo se pode
depreender da corrente de Humboldt (Peru) que banha a costa sul-ocidental da
América e que influencia na formação do deserto do Atacama Para o hemisfério
Norte, pode-se observar fenômenos análogos, pois as correntes frias da
Califórnia e das Canárias banham as regiões litorâneas de climas áridos e dos
desertos norte-americanos e do Saara, respectivamente.

Figura 6. Correntes marinhas. Fonte: IBGE. Adaptado pelo autor.

Climas no Brasil

O Brasil apresenta seis tipos climáticos. A enorme extensão do território nacional


e sua grande faixa de costa, banhada pelo Atlântico, em plena zona Intertropical
acaba por influenciar nos climas quentes e úmidos do País.

O Brasil se estende de norte a sul em distância limítrofe que excede os 4mil


quilômetros e, por isso, se localiza em 2 zonas climáticas. 93% das terras
brasileiras estão na zona Intertropical e 7% na zona Temperada Sul.

Isto pois, nosso País é cortado pela linha do Equador ao norte e pelo Trópico de
Capricórnio ao sul.

Os climas do Brasil são: Equatorial, Semiárido, Subtropical, Tropical Continental,


Tropical de Altitude e Tropical Atlântico.

Observe o mapa com os climas do Brasil:


Figura 7. BISPO, Marcos Paulo. A diversidade dos tipos climáticos no Brasil. Portal do Professor, 2009.
Dostoiévski: biografia e resumo das principais obras. Disponível
em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1257. Acesso em: 01/02/2021

Clima Equatorial: o clima Equatorial brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Norte do País (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins), além do norte do Mato Grosso e da porção oeste do
Maranhão. Ocorre em baixas latitudes.

Caracteriza-se por apresentar baixa amplitude térmica anual com mínima acima
dos 25°C. A amplitude térmica é de apenas 2°C ao longo do ano. Há elevado
índice pluviométrico cujo volume de chuvas excede os 2000mm e pode chegar
a 3000mm, as chuvas são regulares e bem-distribuídas ao longo do ano. É
comum a chegada, especialmente nos meses de inverno, da massa Polar
atlântica (mPa) e queda das temperaturas locais no fenômeno conhecido como
friagem. É influenciado especialmente pelas massas equatoriais (mEc e mEa)
Ocorre todos os dias chuva de verão.

As chuvas de verão também são conhecidas como chuvas convectivas, pois a


atmosfera apresenta circulação convectiva, porque no curso do dia e com as
elevadas temperaturas ocorre grande ascensão do ar/evaporação – além de
evapotranspiração das florestas úmidas – e no decurso do dia, mais
precisamente à tarde, há a condensação atmosférica e formação de significativa
nebulosidade que consequentemente precipita. Temos, por fim, a chuva
torrencial com grande volume d’água e de pouca duração. Eis as famosas
pancadas de chuvas.

Observe o climograma Equatorial do Brasil


Figura 8. Clima Equatorial do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Semiárido: o clima Semiárido brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Nordeste do País (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) e norte de Minas Gerais.
Ocorre em baixas latitudes. Destaque-se que nas faixas litorâneas do Nordeste
brasileiro o clima é úmido, trata-se do clima litorâneo do Brasil.

Caracteriza-se por apresentar baixa amplitude térmica anual. A amplitude


térmica é de apenas 5°C ao longo do ano. Apresenta temperaturas médias
próximas aos 27°C. Há baixíssimo índice pluviométrico cujo volume de chuvas
oscila entre 200mm e 800mm anuais e apresenta chuvas irregulares, mal
distribuídas e escassas. O Semiárido se desenvolve no Sertão brasileiro em
região conhecida como Polígono das Secas.

O Polígono das Secas é uma região definida por lei de 1951 e revista e ampliada
recentemente pelo governo federal, em portaria de 2015. O polígono envolve as
regiões áridas do norte de Minas Gerais e os estados nordestinos, exceto o
Maranhão. Trata-se de região criada para buscar mecanismos de combate às
mazelas trazidas pela escassez hídrica regional. Considera-se o volume de
chuvas (isoieta de 800mm), a aridez do solo e o déficit hídrico.

Apesar das questões técnicas para delimitar a região, há distorções políticas no


processo de implantação de políticas públicas para a região. Discute-se que a
falta de interesses políticos efetivos para combater as mazelas sociais da região
do Semiárido nacional levaram ao desenvolvimento de uma ‘’Indústria da
Seca’’ onde se cria demandas para a região sem enfrentar os problemas
verdadeiramente.

Observe o climograma do Semiárido brasileiro


Figura 9. Clima semiárido do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Tropical: o clima Tropical brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás,
além de Brasília), além de estar presente em todas as demais regiões do País e
se tratar do maior clima em extensão territorial em solo brasileiro. O Tropical se
estende nas porções oeste dos estados de São Paulo e Minas Gerais, além do
interior baiano e de parte considerável da região Nordeste do Brasil até a porção
leste do Maranhão. É notável sua presenta no estado de Roraima.

Caracteriza-se por apresentar baixa amplitude térmica anual, embora


diariamente a amplitude térmica seja maior em decorrência da continentalidade
que influencia os climas continentais. O Tropical apresenta ‘’duas estações bem-
definidas’’, uma chuvosa e uma de estiagem. Os verões são chuvosos e os
invernos são secos. No caso, ‘’chove durante seis meses sim e seis meses não’’.
O índice pluviométrico está entre 1000mm e 2000mm anuais.

É comum se referiram ao clima Tropical como tropical semi-úmido e mesmo


como tropical típico ou ainda como tropical continental em virtude de suas
condições pluviométricas.

Observe o climograma Tropical do Brasil


Figura 10. Clima tropical do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Subtropical: o clima Subtropical brasileiro se distribui especialmente nos


estados da região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), além de
estar presente nas porções meridionais dos estados de São Paulo e Mato
Grosso do Sul.

Caracteriza-se por apresentar elevada amplitude térmica anual em virtude das


latitudes mais elevadas. Aliás, o único clima nacional fora dos trópicos e em zona
Temperada. O Subtropical apresenta estações anuais bem-definidas, com
notável distinção entre verões quentes e úmidos e invernos semi-rigorosos, mas
também úmidos. A latitude, somada à altitude de algumas regiões serranas no
Sul do Brasil, levam à ocorrência de neve.

Ao longo do inverno a temperatura média cai para próximo de 12°C. As chuvas


são regulares e bem-distribuídas anualmente em índice pluviométrico que pode
chegar aos 1500mm anuais.

Especialmente no inverno, a massa Polar atlântica (mPa) – que é fria e úmida –


age na região Sul do País derrubando a temperatura nas famosas frentes frias e
forçando as chuvas frontais.

O encontro de massas de ar com temperaturas diferentes e umidade


considerável tende a formar as chuvas frontais ou ciclônicas. A massa Polar
atlântica (mPa) ao encontrar com a massa Tropical atlântica (mTa) leva a esse
tipo de precipitação no Brasil, notadamente em meses de inverno. O ar mais
quente ascende sobre o ar mais frio em decorrência da diferença de densidade
e por ser mais ‘’leve’’, ao subir o ar irá arrefecer e teremos maior umidade do ar
onde ocorrerá a saturação e consequente condensação do vapor d´água até que
por fim choverá.

São chuvas de menor intensidade se comparadas às chuvas de verão e


apresentam maior durabilidade e pode se estender por alguns dias. É comum
nas regiões temperadas do globo. No Brasil ocorre nas regiões Sul e Sudeste e
na faixa litorânea em nosso clima Tropical Litorâneo.

Observe o climograma Subtropical do Brasil

Figura 11. Clima subtropical do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Tropical de Altitude: o clima Tropical de Altitude brasileiro se distribui


especialmente nos estados da região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e áreas
serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo). A topografia mais elevada do relevo
Sudeste é que influencia o Tropical de Altitude, pois os Planaltos e Serras do
Leste e Sudeste do País apresentam condições altimétricas (acima dos 500m)
favoráveis à sua ocorrência. Além do Sudeste, é recorrente sua presença em
regiões serranas do Paraná e Santa Catarina em topografia das Serras de
Paranapiacaba e Serra Geral. Estende-se também para o sul da Bahia até a
região da Chapada Diamantina.

Caracteriza-se por apresentar amplitude térmica anual que pode chegar a 9°C e
temperaturas elevadas. Possui mínimas de 17°C e máximas de 22°C. Os verões
são bastante quentes e apresentam elevadas temperaturas diárias, já no curso
dos invernos as temperaturas tendem a cair ao longo dos dias.

O Tropical de Altitude apresenta verões chuvosos – predomínio e concentração


de chuvas de verão entre os meses de novembro a março. A concentração e
grande volume de chuvas do Sudeste, especialmente nos verões, ocasiona
intensos processos de deslizamentos de terra em áreas de elevadas
concentrações urbanas. São as encostas do Sudeste sujeitas a intensos
processos erosivos em região conhecida como Mares de Morros. No decurso do
inverno pode ocorrer chuvas frontais e quedas da temperatura em virtude da
chegada da mPa. O índice pluviométrico é em torno de 1500mm anuais.

Observe o climograma Tropical de Altitude do Brasil

Figura 12. Clima tropical de altitude do Brasil. Elaborado pelo autor

Clima Tropical Atlântico: o clima Tropical Atlântico brasileiro se distribui


especialmente nos estados da região litorânea (desde o Rio Grande do Norte até
o Paraná). A faixa litorânea do País apresenta releve de topografia modesta em
planícies convidativas à umidade oriunda do oceano Atlântico. Sofre grande
influência das massas de ar que se originam no Atlântico, seja a massa
Equatorial atlântica (mEa) nos meses de verão na região do Nordeste oriental,
seja a massa Tropical atlântica (mTa) nos litorais do Sudeste, Sul e Nordeste ao
longo de todo o ano, seja a massa Polar atlântica (mPa) que atua no litoral
nacional nos meses de inverno.

Caracteriza-se por apresentar amplitude térmica anual que varia com a posição
latitudinal. Nas latitudes mais baixas (próximas à linha do Equador) a amplitude
térmica é menor anualmente, diferentemente das regiões mais ao sul que sofre
maior e que influencia da massa Polar e da latitude. O índice de chuvas é
elevado, chove acima dos 2000mm anuais, mas o volume de chuvas e a época
das chuvas varia conforme a latitude. No litoral nordestino as chuvas são mais
frequentes nos meses de inverno em virtude da ocorrência das chuvas frontais
trazidas pelo encontro da mPa e mTa. No litoral Sudeste as chuvas são mais
concentradas no verão e são tanto chuvas convectivas, quanto chuvas
orográficas.
As chuvas orográficas são também conhecidas como chuvas de relevo. É a
diferença na topografia que provoca precipitações dos ventos úmidos vindos do
mar. Quando a massa de ar úmida chega às zonas litorâneas avança sobre as
planícies e se esbarra à barlavento nos contrafortes orientais dos planaltos do
Brasil. No caso, os relevos escarpados – voltados ao Atlântico – são propícios à
formação das chuvas de relevo, pois a umidade em ascensão nas escarpas
condensando o vapor d’água e em altitudes precipita.

É comum nos referirmos ao clima tropical litorâneo como tropical úmido e apenas
clima litorâneo.

Observe o climograma Tropical Litorâneo do Brasil

Figura 13. Clima tropical litorâneo do Brasil. Elaborado pelo autor

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