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INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DERMATO-FUNCIONAL NA


CICATRIZAÇÃO DE UMA FERIDA OPERATÓRIA ABDOMINAL

INTERVENTION PHYSIOTHERAPEUTIC DERMATO-FUNCTIONAL IN A


WOUND HEALING OF ABDOMINAL SURGERY

Jade Maria de Bitencourt¹

Fisioterapeuta, Pós-graduação na IDE (Instituto de Desenvolvimento Educacional);


Graduação na Universidade Salgado de Oliveira (Universo), Recife - PE

Bitencourt, J.M - Adenocarcinoma: Relato de Caso e Revisão da Literaura

RESUMO: Relata o caso de uma paciente portadora de neoplasia maligna do reto ECII (T3NXMO) um
tumor Adenocarcinoma no retossigmoide; Os objetivos deste estudo foi acompanhar a paciente no pré-
pós cirúrgico, e trabalhar na cicatriz hipertropica do abdome e na hidratação dos pés e mãos.Foi utilizado
como fonte de pesquisa, a coleta de dados em base de dados do exames, relatórios dos médicos
envolvidos no tratamento e a literatura foi efetuada nos site Medline, Lilacs. Redalyc e Scielo.
Concluímos que: 1) Que quando o paciente consegue ter um diagnostico no inicio CCR com o tratamento,
poderá ter uma resposta patológica completa, interferindo na sobrevida deste pacientes. 2) A Fisioterapia
dermatofuncional, conseguiu um bom resultado no tratamento da cicatriz hipertrófica e na hidratação de
mãos e pés.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer; Adenocarcinoma; colonoscopia; biopsia; cicatriz hipertrófica

ABSTRACT - Reports the case of a patient with malignant neoplasm of the rectum ECII (T3NXMO) a
tumor Adenocarcinoma in rectosigmoid junction; The objectives of this study was to accompany the patient
in the pre-post-surgery, and working in scar hipertropica abdomen and in hydration of hands and feet.was
used as a source of research, the data collection based on Medline, Lilacs. Redalyc and Scielo. We
conclude that: 1) That when the patient can have a diagnosis in the early CCR with the treatment, you can
have a complete pathological response, interfering with the survival of patients. 2) The Physiotherapy
dermatofuncional, achieved a good result in the treatment of hypertrophic scar and hydration of hands and
feet.
KEYWORDS: Cancer; Adenocarcinoma; colonoscopy; biopsy; hypertrophic scar

1. INTRODUÇÃO
O câncer colorretal (CCR) teve sua incidência aumentada nos últimos
anos, principalmente em áreas consideradas de baixo risco (países em
desenvolvimento). Vários fatores podem estar envolvidos, como o
envelhecimento da população, sedentarismo e hábitos alimentares pouco
saudáveis (DUARTE-FRANCO ; FRANCO, 2004).
Atualmente o câncer tornou-se um problema de saúde pública, devido
sua alta incidência mundial. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes
2

da Silva (INCA) estima cerca de 520 mil novos casos da doença em 2012. A


publicação Estimativa 2012 , vale para o período de 2012 a 2013.
Os tipos de câncer mais incidentes nas regiões brasileiras são os de
pele nãomelanoma, próstata, mama e pulmão. As sete novas localizações de
tumores são bexiga, ovário, tireoide (nas mulheres), Sistema Nervoso Central,
corpo do útero,laringe (nos homens) e linfoma não Hodgkin.
Desconsiderando o câncer de pele não melanoma (tumor com baixa
letalidade), entre o sexo masculino o câncer de próstata permanecerá como o
mais comum, seguido pelo de pulmão, cólon e reto, estômago, cavidade
oral, laringe e bexiga. Já entre as mulheres, a glândula tireoide, de modo
inédito, aparece no quinto lugar geral, atrás do câncer de pele não melanoma,
mama, colo do útero, cólon e reto. Na sequência vêm os tumores
de pulmão, estômago e ovário (INCA-2011).
Segundo Krause (2011) as implicações nutricionais do câncer estão
relacionadas principalmente aos efeitos do tratamento, assim como o estado
físico e psicológico do paciente. Dentre os efeitos adversos principais estão a
diminuição dos estoques de nutrientes, levando a desnutrição energético-
proteica, anorexia, imunossupressão, fraqueza. Há também diminuição da taxa
metabólica basal.
É a quarta neoplasia maligna mais comum no mundo (superada pelos
tumores de pulmão, mama e próstata) e a segunda causa de morte por câncer
nos Estados Unidos (CHIELE NETO; TARTA, 2005)
Segundo recente relatório da Agência Internacional para Pesquisa de
Câncer (IARC) / OMS (World Cancer Report 2008), o impacto global do câncer
mais que dobrou em 30 anos.
Estimou-se, que no ano de 2008 ocorreriam cerca de 12,4 milhões de
casos novos e 7,6 milhões de óbitos por câncer no mundo. Destes, os que
mais sobrevém foram o câncer de pulmão (1,52 milhões de casos novos),
mama (1,29 milhões) e cólon e reto (1,15 milhões).
Nas mulheres em particular, o mais frequente foi o câncer de mama,
seguido do útero, cólon e reto, estômago e pulmão. Já nos homens, o mais
comum foi o câncer de próstata, seguido por pulmão, estômago e cólon e reto
(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2009).
3

Estimativas recentes (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2007)


apontam que o CCR nas mulheres superou o câncer de colo de útero, ficando
atrás apenas do câncer de mama, que continua a ocupar a primeira posição
em incidência.
Atualmente, a displasia de alto grau é usada como um marcador de
potencial maligno, logo, o conhecimento das características destes pólipos
poderia ajudar a elucidar os fatores associados com o desenvolvimento do
adenoma para o adenocarcinoma (KUROME, et al ,2008)
Os avanços em termos de diagnóstico do CCR incluem ainda a ultra-
sonografia, endoscópica, cromoscopia e a colonos copia virtual, com recursos
de tomografia computadorizada, simulando uma colonoscopia verdadeira, com
imagens tridimensionais. São ferramentas importantes inclusive para imediato
estadiamento, mas seu custo elevado não permite sua realização na maioria
dos centros diagnósticos(CHIELE NETO, TARTA, 2005).
O tratamento do CCR ainda é eminentemente cirúrgico, com as terapias
adjuvantes pouco alterando a mortalidade e contribuindo para melhora da
qualidade de vida. A sobrevida global em cinco anos de pacientes submetidos
a tratamento cirúrgico gira em torno de 50% (6). Há intenção curativa quando
se promove a remoção completa do tumor primário, órgãos ou estruturas
adjacentes comprometidos, com margem circunferêncial e radiais
histologicamente livres (ressecção em bloco). Tratamento de radio e
quimioterápicos podem apresentar vantagens nos stádios II e III (CHIELE
NETO, TARTA, 2005; CORDEIRO, 2004).
A operação ideal para cada paciente deve ser indicada após minuciosa
análise individual de cada caso. A morbidade dos procedimentos, assim como
a possibilidade de recorrência da doença, varia de acordo com inúmeros
fatores. Um diagnóstico preciso e detalhado, associado a um conhecimento
adequado do estado nutricional do paciente e das técnicas cirúrgicas utilizadas,
pode trazer o benefício real da cirurgia. (STRONG, 2007).
Durante o pré-operatório, é possível informar, prevenir e orientar a
paciente, assim como seus familiares, sobre os cuidados indispensáveis no
período pós-operatório imediato, tais como cuidados com a incisão, importância
do repouso e os esclarecimentos de possíveis dúvidas que a paciente tenha
nesse momento peculiar de sua vida.
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Segundo Guirro,(2002) as cicatrizes são o resultado inevitável da lesão,


intencional ou acidental, da pele. A cicatriz final, secundária a um processo de
reparação, é variável e nunca completamente previsível. Além do trauma, a
cicatriz pode resultar de uma patologia, podendo apresentar-se hipertrófica,
atrófica ou queloideana. (GUIRRO, 2002)
A causa pode ser maus hábitos posturais prolongado, ou resultado de
contrações e adesões formadas durante a cicatrização dos tecidos após
trauma ou cirurgia. A sobrecarga nas estruturas encurtadas provoca dor. Além
disso, os desequilíbrios de força e flexibilidade podem predispor a área a
lesões ou síndromes de uso excessivo que poderiam ser evitado por um
sistema músculo esquelético normal. Assim como distúrbios viscerais, as
cicatrizes podem refletir em algumas disfunções emocionais e também
posturais (SALGADO, 2008).
O objetivo neste artigo é apresentar um relato de caso de
adenocarcinoma, bem diferenciado; acompanhar o pré-pós-operatório; relatar e
demonstrar o tratamento de alguns efeitos colaterais da quimioterapia
(desidratação dos pés e mãos), avaliar e tratar a cicatriz hipertrófica do
abdome decorrente da cirurgia.

2. RELATO DO CASO

Paciente J.B., 51 anos, sexo feminino, fisioterapeuta, divorciada,


praticante de atividades física, não fumante, alimentação balanceada, residente
em Recife, PE. Fez um micro-cirurgia, de um cisto sebáceo, tomando uma
medicação (antibiótico e antiflamatório) para diminuir o cisto, ocorreu uma
reação onde seu abdome ficou distendido e aparecendo sangue nas fezes.
Encaminhada para um especialista (Gastro), onde foi solicitado a endoscopia,
colonoscopia. Sendo diagnosticado uma ulcera infiltrativa no sigmoide, foi
colhido o material para uma biopsia. O resultado foi positiva para
Adenocarcinoma, ulcerado e bem diferenciado, um câncer oculto instalado no
sigmoide, em reto proximal, a cerca de 10cm de linha pectínea, lesão ulcero-
infiltrativa, circunferêncial, friável, recoberta por poucos pontos de fibrina que se
estende por cerca de 3 a 4 cm, causando uma diminuição do lúmen do orgão.
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Figura1 –

Fotos colonoscopia (23/10/2012)


Foto1 Foto2 Foto 3 Foto4

Foto5 Foto6 Foto7 Foto8


Figura 1 : Entrada do intestino grosso
Figura 2: Intestino grosso
Figura 3: lesão nas paredes do intestino grosso
Figura 4: Intestino Grosso
Figura 5: Intestino grosso / tumor
Figura 6: Úlcera Infiltrativa
Figura 7: Lesão nas Paredes do intestino
Figura 8: Lesão nas paredes do intestino/ tumor

Com os resultados, e com as informações recebidas de sua paciente,


obtendo uma anamnese, o Cirurgião Geral em Oncologista, chegou a uma
conclusão, que o câncer poderia ter um fundo genético, pois avaliando as
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informações, ficou sabendo que por parte materna, teriam ocorrido outros
casos de câncer na família.
Foi tudo tão rápido, nesta clinica, tem uma equipe de cirurgião,
oncologista, nutricionista, psicólogo. O Medico cirurgião, já foi
marcando a consulta com Oncologista para que o tratamento da
radioterapia e quimioterapia começasse logo. A segurança, o apoio e
a experiência que o cirurgião e sua equipe transmitiu foi essencial
para aumentar minha confiança e fortalecer a minha vontade de viver.
Tive a certeza que teria um bom tratamento e que poderia lutar contra
tudo aquilo que estava acontecendo comigo (Sujeito)

Correndo contra o tempo, foi solicitada uma tomografia e uma


ressonância magnética no qual foi confirmando o resultado da colonoscopia.
A primeira etapa de tratamento, com quimioterapia e radioterapia, 28
sessões todos os dias (de segunda a sexta) de dezembro a janeiro/2013; A
quimioterapia realizada com medicamento via oral Xeloda (capecitabina) de
500mg, tomando três comprimidos no período da manhã e dois no período da
noite. Receitado o Pantoprazol uma vez ao dia, e Dramim quando necessário.
Ao início do tratamento de radioterapia e quimioterapia os efeitos
colaterais foram poucos, em alguns momentos de fraqueza muscular, muito
sono, enjoos, mas nada que não conseguisse aguentar. A alimentação passou
a ser em três em três horas para também evitar os enjoos.

O apoio da família e dos amigos, dos pacientes foi fundamental,


nessa fase,.O medo, a insegurança é presente em cada momento,
mas a gente vai se fortalecendo, com os gestos de carinho, de
atenção de apoio, e com isso passa a encarar a doença de uma
forma diferente. È isso mesmo, encarar de frente, não ter medo, lutar
e enfrentar todos os obstáculos que parecerem.Foi assim que me vi
nesse período do tratamento(Sujeito).

Foi feita nova colonoscopia, aparecendo somente uma cicatriz no lugar


daquele tumor, obtendo assim uma ótima resposta do tratamento de
radioterapia e quimioterapia.
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Fonte Própria (20/02/2013)

Descrição da Colonoscopia: Em reto aos 13cm da margem anal


externa, nota-se ulceração de +/- 1 cm, profundidade mediana, endurecida
recoberta por fibrina (biopsiado). A mucosa circunjacente tem aspecto normal.
Esta região apresenta redução acentuada da luz que impediu a progressão do
colonoscópio.
Conclusões: Neoplasia de reto (após quimio e radioterapia)
(20/02/2013)
A cirurgia retossigmoidectomia, linfadenectomia retroperitonial,
anastomose coloretal ocorreu no dia 04 de março/2013, feito biopsia congelada
da peça retira.
O material retirado da margem de ressecção distal, mais linfonodo
intercava-aorta inferior, mais produto de retossigmoidectomia, mais amostras
da margem de inserção do meso.
O resultado exibem mucosa colônica, dentro dos limites morfológicos da
normalidade. Esses achados são confirmados por cortes , após impregnação
em parafina. Os três microlinfonodos sob a úlcera, evidenciam, somente,
aumento numérico dos histiócitos sinusais. A base/parede da úlcera é formada
por material fibrinoleucocitário, exclusivamente.
Há fibrose da parede da úlcera colônica, fibroblastos/endotélio
intumescidos, e sutis variações da afinidade tintorial/morfologia da cromatina,
com extensão à gordura do meso. O epitélo colônico delimitante do bordo da
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úlcera, assim como toda a mucosa do intestino grosso exibe, exclusivamente,


edema, congestão capilar, e discreto infiltrado mononuclear na lâmina própria.
O resultado o diagnóstico histológico confirmou ausência da neoplasia
residual em todo material enviado á Anatomia Patológica; Úlcera colônica, (pós
QT/RT); Retossigmoidite actínica; Histiocitose sinusal em 04/04 linfonodos.
Margens de ressecção, sem alterações histológicas significativas.
O Restante do material para macroscopia, retirado para estudo
citológico, esse material proveniente de lavado pélvico acondicionado em 1
recipiente. A microscopia a citopreparados mostram escassos linfócitos
maduros em fundo com material proteináceo. Ausência de elementos celulares
epiteliais. A conclusão confirmou uma citologia negativa para células
neoplásicas malignas.

Fonte própria (09/03/2013) Fonte própria (09/03/2013)


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O sujeito, permaneceu dois dias na UTI por prevenção, utilizando meias


aniembolicas e perneiras pneumáticas, para prevenção de trombose.
Foi feito fisioterapia respiratória, durante sete dias de internação.
Retornando a sua residência, o sujeito passa a sentir seu abdome distendido e
ocorrendo varias evacuações ao dia.
O sujeito foi encaminhada a nutricionista e ao psicólogo. Após 30 dias de
sua cirurgia, ainda continuava com seu abdome distendido, sendo assim, o
médico solicitou Raio X de Abdome total, com isso verificou a quantidade
excessiva de fezes.
Com Oncologista começou novamente o tratamento da quimioterapia
oral, com Xeloda, sendo agora realizadas as sessões com 84 comprimidos
administrado durante quatorze dias, três comprimidos, no período da manhã e
três no período da noite, descansando sete dias, durante seis ciclos, fazendo a
quimioterapia para uma prevenção, para que não haja reincidiva.
Os efeitos mais comuns (ocorre em mais de 10% dos pacientes que
utilizam este medicamento): perda de apetite, diarreia, vômito, náusea, feridas
na boca (estomatite), dor abdominal, inchaço, vermelhidão, formigamento e
adormecimento das palmas das mãos e plantas dos pés, dermatite,
fadiga(cansaço)e letargia(sono profundo) diminuição de glóbulos brancos do
sangue com ou sem febre, diminuição das plaquetas, anemia, alteração dos
ramos nervosos responsáveis pela sensibilidade de mãos e pés, distúrbio no
paladar, sensibilidade alterada (dormência ou formigamentos), dor de cabeça,
aumento lacrimejamento, trombose,embolismmo (entupimento de vasos
sanguíneos por coágulos) pressão alta, inchaço nas pernas, dor na garganta,
constipação intestinal, mal-estar gástrico, perda de cabelo,alterações das
unhas, dores nas juntas,dores musculares, dor nos braços e pernas, febre,
desânimo, fraqueza, intolerância a temperatura.
Realizando novos exames, tomografia e ressonância, mostrando o
resultado da cirurgia, ausência da neoplasia.
A quimioterapia começou a ter efeito colateral, ocasionando uma
desidratação nas mãos, unhas e pés da paciente, com varias evacuações
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durante o dia e a noite, o abdome ainda distendido e agora com uma cicatriz
acima do umbigo até o púbis.
Quadro 1 - Estadiamento TNM.
Estádios
Estádio T N M Dukes MAC
0 Tis N0 M0 - -
I T1 N0 M0 A A
T2 N0 M0 A B 1
IIA T3 N0 M0 B B2
IIB T4 N0 M0 B B3
IIIA T1 – T2 N1 M0 C C1
IIIB T3 – T4 N1 M0 C C2/C3
IIIC Qualquer T N2 M0 C C1/C2/C3
IV Qualquer T Qualquer N M1 D D
(Rossi, et al, 2010)
* Tisinclui tumores confinados dentro da membrana basal glandular (intra-epitelial) ou
lâmina própria (intramucoso)sem extensão através
da muscular da mucosa.
** Invasão direta em T4 inclui invasão de outros segmentos colorretais através da
serosa, por exemplo: invasão do cólon sigmóide por um carcinoma de ceco.
*** Tumor aderido a outros órgãos ou estruturas é classificado como T4 se a análise
histopatológica confirmar aderência neoplásica. As letras V e L devem ser utilizadas
para identificar a presença de invasão vascular e linfática, respectivamente.
Nota: Os prefixos y e r devem ser utilizados para o estadiamento após
tratamento neo-adjuvante e recidiva, respectivamente.

Quadro 2 - Tratamento do câncer de reto.


Estágio 0: Tis, N0, M0 Excisão local ou polipectomia
Ressecção da parede retal se necessário Radioterapia*
EstágioI:T1, N0, M0; T2, N0, M0 Retossigmoidectomia anterior +Radioterapia, quimioterapia*
Estágio IIA: T3, N0, M0 Retossigmoidectomia anterior em bloco +
Estágio IIB: T4, N0, Radioterapia + quimioterapia*
Estágio IIIA: T1, N1, M0; T2, N1, M0
Estágio IIIB: T3, N1, M0; T4, N1, M0 Retossigmoidectomia anterior em bloco +
Estágio IIIC: qualquer T, N2, M0 Radioterapia + quimioterapia*
Estágio IV: qualquer T ou N, M1 Retossigmoidectomia anterior + ressecção de metástases
isoladas + radioterapia + quimioterapia
* Preferentemente em ensaios clínicos controlados
(Rossi, et al, 2010)
Quadro 3 - Classificação TNM.
Tumor primário (T)
TX Tumor primário não pode ser avaliado
T0 Sem evidência de tumor primário
Tis Carcinoma in situ: intra-epitelial ou invasão da lâmina própria*
T1 Tumor invade a submucosa
T2 Tumor invade a muscular própria
T3 Tumor invade além da muscular própria, sem ultrapassar a subserosa ou os tecidos
desperitonizados
pericólicos ou perirretais
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T4 Tumor invade diretamente outros órgãos ou estruturas e/ou perfura o peritônio visceral**
***
Linfonodos regionais (N)

NX N não pode ser avaliado


N0 Ausência de metástase linfonodal
N1 Metástase para 1 – 3 linfonodos
N2 Metástase para mais de 4 linfonodos
Metástase (M)

MX M não pode ser avaliada


M0 Ausência de metástase
M1 Presença de metástase

Síndrome mão-pé
A síndrome mão-pé (SMP), ou eritrodisestesia palmo-palmar ou eritema
acral induzido por quimioterapia, é uma reação cutânea tóxica que ocorre com
frequência e constitui importante problema clínico. O desenvolvimento da SMP
pode levar à interrupção do tratamento ou da redução da dose do
quimioterápico. Mesmo quando não representa fator dose-limitante das drogas
antineoplásicas, pode afetar severamente a qualidade de vida do paciente
oncológico e causar desconforto crônico bem como limitação das atividades
diárias(YEN-REVOLLO, et al 2008).
Entre os quimioterápicos que mais frequentemente causa a SMP:
Capecitabina; Doxorrubicina lipossomal; Fluorouracil. Síndrome da mão-pé. A
SMP, de Grau 1, é definido como entorpecimento, disestesia/parestesia,
formigueiro, edema indolor ou eritema das mãos e pés e desconforto que não
impede a realização da atividade normal do doente. Sendo, no Grau 2,
apresenta-se como eritema doloroso e edema das mãos e pés e o desconforto
e que afeta a atividade diária do doente.
No Grau 3, apresenta-se como uma descamação úmida, ulceração,
formação de vesículas e dor intensa nas mãos ou pés, ocasionando um
intenso desconforto, que incapacita o doente para trabalhar ou para efetuar a
sua atividade diária.
Se ocorrer SMP, de Grau 2 ou 3, deve interromper a administração de
capecitabina até se ultrapassar este estado ou até à diminuição da sua
intensidade para o Grau 1. Após a ocorrência de SMP de Grau 3, as doses
subsequentes de capecitabina devem ser diminuídas(JANUSCH, et al 2006).
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Após o primeiro episódio de SMP, uma vez que os sintomas tenham


diminuído, a quimioterapia poderá voltar ao esquema inicial. Nos casos, porém,
de recorrência de SMP grau 3, poderá haver a necessidade da suspensão
definitiva do uso do quimioterápico. A cura completa da SMP após o tratamento
antineoplásico é possível enquanto não houver ulcerações localizadas. As
principais complicações observadas, embora sejam raras, são as infecções
com estafilococos ou bactérias granm-negativas ou ainda a ocorrência de
erisipela(JANUSCH, et al 2006).
Mesmo quando não representa fator dose-limitante das drogas
antineoplásicas, pode afetar severamente a qualidade de vida do paciente
oncológico e causar desconforto crônico bem como limitação das atividades
diárias(YEN-REVOLLO,2008).
Para os comprometimentos de SMP grau 1, sugere-se que o paciente
evite fricção mecânica da pele das palmas das mãos e plantas dos pés. O uso
de cremes emolientes suaves é aconselhável. Uma abordagem interessante é
o uso profilático de adesivos tópicos de nicotina para se promover vaso
constrição local, reduzindo assim a ação da capecitabina nas mãos e nos pés.
Atualmente, certos anti-inflamatórios estão sendo avaliados para o
tratamento da SMP, com resultados promissores. Usualmente recomendam-se
medidas adicionais como uso de calçados confortáveis e não utilização de
água quente para lavagem dos locais afetados. (JANUSCH, et al 2006).

Eritrodisestesia palmo-plantar em decorrência do uso da Capecitabina


(20/06/2013) (14/06/2013)

Fonte própria
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Fonte própria
(20/06/2013) (20/06/2013)

(27/08/2013) (27/08/2013) (28/08/2013)

(28/08/2013) (30/06/2013) (20/06/2013)

A cicatriz do abdome ficou hipertrófica, e a paciente começou a


passar o gel de silicone para tratamento e prevenção de cicatriz,a partir do
segundo mês de pós operatório, indicado pela Dermatologista. Para a
desidratação dos pés e mão foi indicado pela oncologista, assim que começou
a reação da quimioterapia, um creme de hidratação intensa. Com a
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fisioterapeuta, já pós tardio, começou a Drenagem Linfática, ultrasom e


microcorrente e hidratação corporal.

(07/07/2013) (09/05/2013) (09/05/2013)

Fonte própria: Fotos Abdome


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Tratamento da Cicatriz do Abdome

Foi realizado 20 sessões de Drenagem linfática, ultrasom de 3MHZ


durante, e microcorrente. Sendo a duração de 1 hora por sessão, a primeira
semana foi realizada a sessão todos os dias, a partir da segunda semana, duas
vezes por semana.
A paciente começou o tratamento já no pós tardio, pois o abdome
permaneceu distendido pós operatório imediato, continuando as evacuações
por varias vezes ao dia. Foi solicitado, vários exames para obter um
diagnostico mais eficaz: Colonoscopia, RX do abdome total, o exame de
intolerância a lactose, e capsula endoscopia, este exame é para analisar o
intestino delgado.

Exame Colonoscopia (06/03/2013)

Foto 1 Foto2

Foto3 Foto4

Foto 1 : Entrada Intestino Grosso (Clip)


Foto2: Válvula Ileocecal
Foto3: Balão Insuflavel
Foto4: Sito de Dilatação
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Em reto distal nota-se anastomose retocolônica com redução parcial da


luz. Havia clip metálico na linha de sutura. Realizada dilatação da anastomose,
sem complicações imediatas. Demais segmentos colônicos até ceco sem
alterações.

Conclusão:
1 – Estenose parcial de anastomose etocolônica (realizada dilatação)
2 – Colectomia esquerda

Trata-se de um exame não invasivo, ou seja, que não requer sedação


nem internação e praticamente não oferece riscos. O procedimento é simples e
indolor: o paciente engole naturalmente uma cápsula com cerca de 2,5 cm ,
dentro da qual existe uma câmera capaz tirar duas fotos por segundo. As
imagens são transmitidas para um cinturão preso ao paciente.
O exame tem duração aproximada de 8 horas, possibilitando o registro
de cerca de 60 mil fotos. Durante esse tempo, o paciente é liberado do clinica
pode realizar naturalmente suas atividades diárias, enquanto a cápsula
percorre todo o intestino delgado, fazendo o mesmo trajeto que segue a
comida.
Depois de oito horas o paciente retorna ao clinica para a retirada do
cinturão onde ficaram armazenadas as fotos. A cápsula é eliminada
naturalmente pelo organismo.
Até a criação desse exame, o intestino delgado era analisado por meio
de endoscopia e enteroscopia. Os resultados não eram eficazes porque o
máximo que esses exames conseguem analisar são dois metros do intestino,
enquanto a cápsula endoscópica analisa o órgão inteiro. “A cápsula é eficaz

em até 80% dos diagnósticos contra apenas 35% de eficácia dos outros

exames” (RICARDO, 2009).

Endoscopia por Cápsula de Intestino Delgado


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Resultado: Tempo de passagem da cápsula pelo Intestino delgado:


02h36m.O Intestino delgado apresenta calibre, peristaltismo, vilosidades e
trama vascular submucosa dentro da normalidade.
Conclusão:
1- Endoscopia por cápsula de intestino delgado: Normal
Exame de Colonoscopia por capsula Intestino Delgado (10/07/2013)

Foto 1 Foto 2 Foto3

Foto 4 Foto 5 Foto 6

Foto 1 e 2: Íleo
Foto3: Vilosidades jejunais
Foto 4: Mucosa jejunal
Foto 5 e 6: Jejuno

A cápsula endoscópica foi criada com o objectivo de adquirir imagens do


interior do tracto gastrointestinal e de, assim, ter acesso a informação não
captada por endoscopia, enteroscopia e/ou colonoscopia convencional. O
sistema de endoscopia por cápsula é essencialmente constituído por 3
componentes Cápsula endoscópica; Sistema de sensores, (constituído por
eléctrodos dispostos no abdómen do paciente, gravador de dados e bateria);
Estação de trabalho constituída por um computador com software indicado, que
revê e interpreta as imagens. (Mishkin, Chuttani et al. 2006):
Uma das indicações frequentes para a utilização da enteroscopia por
cápsula (EC) na prática clínica é a suspeita de Doença de Crohn (DC), quando
os exames endoscópicos e imagiológicos previamente realizados não são
suficientes para sustentar o diagnóstico (MUÑOZ-NAVAS, M.; 2009);
(CHERMESH, I.; ELIAKIM, R.; 2008).
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A EC apresenta uma sensibilidade elevada na detecção de lesões da


mucosa do intestino delgado, parecendo ser superior às diferentes
modalidades de diagnóstico radiológico actualmente disponíveis, com base nos
resultados de diversos estudos. (CHONG,A.K. et al., 2005); (SIDHU,R. et al.,
2008).
Aproximadamente um terço dos doentes com DC podem apresentar
lesões apenas no intestino delgado(BOURREILLE, A. et al., 2009);
(LEWIS,B.S.; 2008).
Assim, o contributo da cápsula endoscópica pode ser determinante para
consolidar o diagnóstico numa fase mais precoce da doença, com eventual
impacto na estratégia terapêutica. No entanto, a inespecificidade dos achados
endoscópicos, aliada a alguma subjectividade na sua interpretação, pode
elevar o número de falsos-positivos.
A EC apresenta uma sensibilidade elevada na detecção de lesões da
mucosa do intestino delgado, parecendo ser superior às diferentes
modalidades de diagnóstico radiológico atualmente disponíveis, com base nos
resultados de diversos estudos(CHONG,A.K. et al., 2005); (SIDHU,R. et al.,
2008).

Uma vez que a cápsula endoscopia é uma tecnologia recente, ainda


existem poucas unidades hospitalares e clínicas a oferecer este tipo de exame.

Hidratação e Massagem
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Fonte Própria (09/07/2013)

Fonte Própria (09/07/2013)


20

3. MÉTODO

3.1. Foi realizada entrevista com o sujeito e a coleta de dados foi retirada
de exames , diagnostico e relatórios dos médicos envolvidos, correspondendo
ao período pré e pós-operatório imediato. Após assinatura do termo de
consentimento específico.
O sujeito foi posicionado e uma maca, aferida a pressão arterial,o
tratamento começou com utilização de ultrassom 3 MHZ, modo continuo, com
intensidade de 0,5W/cm² na cicatriz do abdome para estimular o aumento do
colágeno, o número de fibroblastos, aceleração do reparo tecidual.
A microcorrente também utilizada na cicatriz hipertrófica do abdome,
para melhora danos dos tecidos moles, ajudando na renovação celular. É um
tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade
na faixa dos microamperes, de baixa freqüência,utilizado corrente alterada.

Foto1(/28/07/2013) Foto2 (30/07/2013)

A drenagem linfática manual foi utilizada para mobilização da linfa,


ocasionando a melhora da oxigenação e circulação nos tecidos acelerando a
cicatrização e também do retorno da sensibilidade.
Já a massagem de cyriax, é utilizado as ponta dos dedos, no sentido
transverso a cicatriz, de maneira rápida e profunda, a fim de romper fibroses
e aderências. Foi também realizado massagem e hidratação das mãos e pés.
Foi realizado três tipos de manobras de Drenagem Linfática Manual:

- Bombeamento ou manobra ganglionar: três compressões suaves realizadas


com face palmar do segundo ao quinto dedo das mãos da fisioterapeuta sobre
os gânglios linfáticos.
21

- Deslizamento profundo: com as mãos espalmadas, a fisioterapeuta exerce


uma pressão e um deslocamento da mesma seguindo a direção centrípeta dos
vasos linfáticos.

- Deslizamento superficial: executado da mesma maneira que o profundo,


porém, com uma pressão menor.

4. DISCUSSÃO
Uso do método colonoscópico no diagnóstico do CCR introduzida em
1967 como exame complementar, a colonoscopia assumiu grande papel no
diagnóstico das afecções colônicas, notadamente do câncer colorretal (CCR),
possibilitando uma visão macroscópica em tempo real do cólon em toda a sua
extensão.
O enema opaco e a retossigmoidoscopia rígida eram os recursos mais
utilizados para identificação de lesões suspeitas de CCR. Um complementava
o outro, pois enquanto o primeiro mostrava todo o cólon, o segundo permitia
uma visualização macroscópica, porquanto fosse segmentar, englobando
apenas a porção distal do cólon (sigmoide) e reto. Assim, uma vez identificada
lesão suspeita à retossigmoidoscopia rígida, a realização do enema opaco
ajudava na busca por lesões sincrônicas, sugerindo algumas vezes a retirada
de determinadas imagens suspeitas.
A ultra-sonografia e a tomografia computadorizada tiveram sempre valor
limitado para identificação de doença nos cólons, servindo mais para auxiliar no
estadiamento, detectando acometimento de órgãos ou estruturas vizinhas.
Algumas lesões poderiam passar despercebidas ao exame contrastado, como
pequenos pólipos. A colonoscopia surge então com inúmeras vantagens, como
a visualização endoscópica de todo o cólon e também do íleo terminal,
identificação direta do tumor, realização de biópsia e o diagnóstico e ressecção
de pólipos, bloqueando uma possível progressão para carcinoma, tornando-se
mandatória sua realização no pré-operatório (CORDEIRO, 2004).
A prevalência de neoplasia colorretal mostrou-se maior nos indivíduos
com história familiar positiva para câncer colorretal, mama, útero, ovário,
22

estômago e intestino, 140/238 (58,8%) versus 3/7 (42,9%) respectivamente, o


que é semelhante ao descrito por (BYEON et al. 2007).
A incidência de CCR esporádico, aquele não associado a fatores
hereditários parece aumentar com a idade, aparecendo mais frequentemente
após a sexta década de vida, sendo que até 90% de todos os casos ocorrem
em pacientes com mais de 50 anos (MONTEIRO, et al., 2006)
De acordo com Chen et al..(2010) não obstante da diferenciação clinica
das Cicatrizes queloides (CQ) da Citarizes hipertróficas (CH), fizeram um
estudo histológico para uma melhor distinção entre ambas em que concluíram
que se poderiam distinguir através da avaliação morfológica e quantitativa do
volume de colágeno e elastina. Pacientes com este tipo de patologias cutâneas
sofrem frequentemente , quer de problemas físicos como deformidades,
diminuição da mobilidade, dor prurido, quer de problemas psicológicos, por
desconforto de aparência cosmética (BAISCH e RIEDEL, 2006, cit. in
ATIVEH.2007). Consequentemente todos estes fatores levam a diminuição da
qualidade de vida (BACK et al,2006 ci. in PARRET E DORELEN, 2010).
O corpo humano ao ser capaz de realizar diversas tarefas complexas
levou a comunidade científica a desenvolver técnicas/tratamentos capazes de
potencializar essas capacidades (BLOEMEN eT al, 2009).
Não existe um tratamento eficaz, uniforme, aplicável a todos os
pacientes (GUPTA e SHARMA, 2011). Surgindo assim vários tipos de
intervenções, quer cirúrgicas, quer não cirugicas ( corticosteroides, malhas de
silicones, radioterapia, pressoterapia, laserterapia e crioterapia que tem
auxiliado o corpo humano em fenômenos cicatriciais (BLOEMAN at al,2009).
Embora a etiologia e a patogenese desta patologia não seja totalmente
compreendida, dados mecânicos e histopatológicos estimam haver uma
predisposição étnica, de aproximadamente 15% das etnias Afro-Americanas,
América = Latina e Asiática (NIRODI et al,2000, cit. in BUTLER et al,2008).
O tratamento fisioterapêutico PO, visando restabelecer a sensibilidade
na região cicatricial e reparo da cicatriz, bem como aderências e fibroses. A
cicatriz hipertrófica é definida como uma lesão elevada, que não ultrapassa os
limites da incisão cirúrgica inicial, e apresenta tendência à regressão (MAGNO ;
et al 2006.) Essa cicatriz saliente é uma resposta exagerada do tecido
23

conjuntivo cutâneo a ferimento, intervenção cirúrgica, queimadura ou


inflamação importante por algum tipo de lesão. A incidência de cicatriz
hipertrófica, assim como de quelóide, é maior em pessoas que não sejam
brancas (negro, pardo, asiático ou amarelo e sujeitos da Europa Mediterrânea).
No indivíduo branco, a cicatriz hipertrófica é menos frequente no loiro em
relação ao moreno. No Brasil, em razão do extenso entre cruzamento entre
pessoas de cor de pele diferentes (miscigenação étnica), há dificuldade em
estimar a incidência de cicatrizes hipertróficas e queloidianas.
A frequência de cicatriz hipertrófica é, provavelmente, maior que a de
quelóide, mas ainda não há estudos estatísticos específicos. A cicatriz
hipertrófica pode ocorrer em todas as faixas de idade, mas tende a se
desenvolver mais frequentemente na puberdade, sendo rara em pessoas
acima dos 60 anos. Não há relato sobre maior incidência no sexo masculino ou
feminino (MAGNO ; et al 2006.)
No quadro pós-operatório é possível observar outras alterações, como
diminuição da expansibilidade torácica com respiração apical em decorrência
da sensação de aperto produzida pela plicatura muscular. A sensação de
ardência na incisão, hipersensibilidade e repuxamento abdominal também
estão presentes nesse período e diminuem com a flexão dos quadris, dos
membros inferiores e do tronco (SOARES, 2005).
A drenagem linfática manual (DLM) é um método de mobilização da linfa
que retira o acúmulo de líquido de determinadas regiões corporais, resultando
em melhora local da oxigenação e circulação nos tecidos, na aceleração da
cicatrização de ferimentos, no aumento da capacidade de absorção de
hematomas e equimoses e melhora no retorno da sensibilidade.
A utilização da drenagem linfática manual é descrita em casos e redução
de edemas linfáticos, fibro-edema gelóide, retenção hídrica e edemas pós-
operatórios (CUNHA ; BORDINHON 2004)
A eficiência da circulação sanguínea e linfática é determinante no
processo de cicatrização, no trauma agudo ou na inflamação crônica (GUIRRO,
E.;GUIRRO, R.2002)
A utilização do ultra-som na pós-cirurgia é para ajudar contração da
ferida a aceleração da fase inflamatória da cicatrização, o uso do ultra-som
24

proporciona significante aumento no número de fibroblastos, alinhamento ideal


para contração da ferida e aceleração da fase inflamatória.
Para a aceleração do reparo tecidual da pele recomenda-se o uso do
ultra-som no modo pulsado (Relação 1:5, 20%), utilizando uma frequência 3
MHZ, com intensidade abaixo de 0,5 W/cm², efeito térmico do ultra-som
pulsado de intensidade de 0,5 W/ cm2, estimula o de colágeno . Ultra-som é
um equipamento que em contato com a pele transforma energia mecânica em
energia térmica promovendo o reparo dos tecidos lesados e aumentando a
elasticidade dos tecidos lesados(AGNE, 2004).
A microcorrente será utilizada na cicatriz hipertrófica, para melhora
danos dos tecidos moles, ajudando na renovação celular. A microcorrente é um
tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade
na faixa dos microamperes, e são de baixa freqüência, podendo apresentar
correntes contínuas ou alteradas (ROBINSON; SNYDER-MACKLER, 2010).
As microcorrentes aceleram a síntese protéicas de adenosina trifosfato
de 300 a 500%, o incremento do transporte as membranas e de aminoácidos
de 30 a 40%(40), além de a estimulação gerar alterações na cicatrização,
liberação de íons bactericidas pelo eletrodo e estimulação de fagócitos
(RICARDO, 2009).
A microcorrente é excepcionalmente útil em danos de tecidos moles,
como feridas, traumas, pós- cirurgia e, particularmente, nos tratamentos de dor
residual em longo prazo, devido a cicatrização pós-cirúrgicas(AGNE, 2004)

5. CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo permitem concluir: Como é importante uma


preparação física, mental e emocional e alimentação no tratamento de CCR.
Que no pré-operatório, é possível informar, prevenir e orientar o paciente assim
como seus familiares, sobre os cuidados indispensáveis no período pós-
operatório imediato, tais como, cuidados com a incisão, importância de repouso
e os esclarecimentos de possíveis dúvidas que o paciente tenha nesse
momento.
25

O fisioterapeuta pode avaliar e eleger os métodos que possam auxiliar o


tratamento pré e pós-operatório de cirurgia, visando a minimizar intercorrências
para uma boa evolução pós-operatória. Que quando o paciente consegue ter
um diagnostico no inicio CCR, com o tratamento, poderá ter uma resposta
patológica completa, interferindo na sobrevida deste pacientes. Com o
tratamento fisioterápico, consegue um bom resultado no tratamento da cicatriz
hipertrófica e na hidratação de mãos e pés.

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AGRADECIMENTOS:
Agradeço a Deus, por me dar essa nova oportunidade e me deixar
ficar mais um pouco por aqui.
Agradeço a minha amada filha Gabriela, por estar sempre ao meu
lado, me dando carinho, apoio e por ser o meu caminho de Luz.
Agradeço a minha família, meus amados Irmãos e Pai pelo apoio
financeiro, pelo carinho, e pela confiança que tudo daria certo. A minhas
irmãs Albertina e Ide que ficaram ao meu lado no momento, mas difícil da
radioterapia e quimioterapia e na cirurgia. Amo muito vocês.
Agradeço a Marluce e Wilma por cuidarem de mim com carinho, da
minha alimentação, que foi essencial para meu tratamento e recuperação.
Agradeço as minhas amigas, Valquíria, Ana Carla e Simone pelo
carinho , atenção e por estar sempre ao meu lado em todo trajeto do
tratamento. Obrigada meninas! Amo muito vocês.
Agradeço a minha amiga e paciente Ailza, que me apoiou pelas
palavras de carinho e pela atenção, e por acreditar e confiar que tudo daria
certo. Obrigada minha amiga.
Agradeço a todos os meus pacientes, que entenderam e me apoiaram
no momento mais difícil de minha vida. Obrigada a todos.
Agradeço aos Médicos, pela atenção, pela força, e pela competência,
que fez uma grande diferença na cirurgia e no tratamento..
Agradeço todos meus Amigos, pela força, pela corrente de oração,
pelos pedidos e pela certeza que eu ficaria mais um pouco com vocês.
29

Agradeço aos meus orientadores, pela atenção e por apoiar esse


trabalho.

Obrigada
30

APÊNDICE A – Parecer de aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em


Pesquisa

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