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A CORRIDA IMPERIALISTA E A CONQUISTA DE ÁFRICA

A CONFERÊNCIA DE BERLIM
Introdução
O século XIX foi marcante no relacionamento entre a Europa e
a África. A Revolução industrial determinou a mudança da
atitude dos europeus em relação à África, que passou a ser
vista como um continente a colonizar e explorar
economicamente.
As viagens exploratórias no interior de África geraram conflitos
que exigiram a realização de uma conferência internacional.
Foi depois desta conferência que os europeus puderam
concretizar o seu projecto da ocupação efectiva do continente
africano.
Efeito das viagens exploratórias
• 1876 - o rei Leopoldo II convocou a Conferência Geográfica de
Bruxelas e funda a Associação Internacional do Congo tendo como
objetivos: a exploração do continente, o combate ao tráfico
esclavagista e a introdução da civilização (europeia).
• em 1879, Leopoldo II contratou Stanley para a Associação com a
tarefa de criar postos e assinar tratados com os chefes africanos.
Ora, na região do Congo já se encontrava a França a desenvolver
algumas acções através de Brazza.
• Os portugueses começam também a reforçar as suas posições em
África. Depois seguiu-se a Inglaterra e a Alemanha, reforçando os
seus domínios.
Esta corrida pelos territórios africanos não foi pacifica,
devido à colisão de interesses de diferentes potências na
mesma região.
• 1884 - Tratado de Zaire entre Portugal e Inglaterra, um
entendimento bilateral sobre a ocupação de territórios.
A França e a Bélgica contestaram este tratado e o chamado
direito histórico de Portugal.
Portugal avançou a proposta de uma conferência
internacional, uma ideia que foi retomada pelos alemães,
convocando a Conferência de Berlim.
Conferência de Berlim, Novembro de 1884-Fevereiro de 1885

• Causas: conflitos entre os estados europeus motivados


pela disputa de territórios em África.

• Objectivos: (i) eliminação e prevenção de conflitos,


relacionados com a partilha (ii) estabelecimento dos
mecanismos da partilha.

• Países participantes: Alemanha, Áustria-Hungria, Bélgica,


Dinamarca, EUA, França, Espanha, Inglaterra, Itália, Países
Baixos, Portugal, Rússia, Suécia, Noruega e Turquia.
Principais decisões
• Reconhecimento do Estado Livre do Congo;
• Liberalização do comércio nas bacias do Congo e Níger;
• Estabelecimento do princípio da ocupação efectiva
(melhoramento das condições morais dos indígenas e combate
ao tráfico de negros, bem como a proteção de todas as
instituições e empresas religiosas, científicas e de caridade,
que tendam a instruir os indígenas e a fazer compreender as
vantagens da civilização;
As potências europeias lançaram-se logo a seguir na
implementação destas decisões.
Formas de Ocupação de Territórios em África
(i) Invasão militar (ii) Tratados
Os tratados foram de dois tipos:
a) tratados Afro-europeus (ex: Mwanga II, do Buganda, para
recuperar o trono perdido, pede auxílio aos ingleses na
condição de abrir o seu país para o comércio e obras públicas;
Muzila pede o auxílio aos portugueses para derrotar seu irmão
Maueue).
b) Os tratados bilaterais, envolviam somente os países
europeus, quando houvesse colisão de interesses num dado
território (ex: Anglo-português, na África Austral).
Ora, os africanos assinaram estes tratados para
conseguirem uma melhor convivência com os europeus, que
eram claramente mais fortes, e não como aceitação dos
africanos aos termos dos acordos. Portanto, os tratados só
por si não tinham força suficiente para levar a bom termo a
ideia de conquista de África. A efectivação da ocupação do
continente só podia ser assegurada pela via militar.
De um modo geral, os africanos resistiram a ocupação dos
seus territórios pelas potências europeias.

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