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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA

LEGISLAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

PORTARIAS DAEE
- SISTEMA DE OUTORGA ELETRÔNICA -

Junho
2019
SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE
Marcos Penido

DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA


Alceu Segamarchi Júnior

DIRETORIA DE PROCEDIMENTOS DE OUTORGA E FISCALIZAÇÃO


Luiz Fernando Carneseca

EQUIPE TÉCNICA
Blás Marçal Sanchez
José Eduardo Campos
Filipe Morais de Almeida

Estagiária
Dayane Cavalcante de Oliveira
APRESENTAÇÃO

Esta publicação tem por objetivo principal fornecer ao cidadão paulista um acesso, direto e
completo, às novas portarias e instruções técnicas do DAEE, publicadas entre 2017 e 2018 e aos
principais decretos e legislações estaduais e federais que regulamentam a administração e o controle
dos recursos hídricos.
As portarias e as instruções técnicas se referem aos serviços prestados aos usuários ou
potenciais usuários interessados na regularização das mais variadas formas de utilização dos
recursos hídricos do Estado de São Paulo. Atualmente os serviços do DAEE podem ser solicitados
por meio do SOE – Sistema de Outorga Eletrônica, um portal da internet que tornou mais simples,
ágil e prático a obtenção da outorga, dispensando a tramitação em papel.
Cabe enfatizar que a organização das normas legais foi concebida propositadamente para
atender os usuários do SOE, de tal maneira que as portarias e instruções técnicas do DAEE
encabeçam a lista. As demais normas, hierarquicamente superiores, tem por finalidade, no presente
caso, atender o consulente que busca maior fundamentação jurídica da política de recursos hídricos
que, de modo geral, disciplinam os deveres e direitos do mesmo.
Esta versão contempla as Portarias Nº 5.578/2018 e Nº 5.579/2018 que tratam da aferição
das demandas dos usuários dos recursos hídricos, diretamente nos locais de captação e uso, por
meio de equipamentos medidores de vazão que devem ser instalados pelos responsáveis. Uma vez
instalados os equipamentos, os usuários deverão inserir os dados no Sistema para Declaração das
Condições de Usos de Captações – SiDeCC.
Por fim, a consulta e a leitura dos tópicos aqui presentes podem ser realizadas, na versão
digital, a partir do Sumário, de forma ágil e rápida, clicando nos itens de maior interesse do leitor.
E o retorno ao Sumário pode ser realizado clicando no ícone localizado ao lado direito do
item pesquisado.

BOA CONSULTA!!!
SUMÁRIO

I - PORTARIAS DO DAEE ....................................................................................... 6

I.1- Portarias de Outorga...................................................................................................................6


PORTARIA DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017 “Dispõe sobre procedimentos de natureza
técnica e administrativa para obtenção de manifestação e outorga de direito de uso e de
interferência em recursos hídricos de domínio do Estado de São Paulo” ...................................... 6

PORTARIA DAEE nº 1.631, de 30 de maio de 2017 – Trata das “regras e as condições para o
enquadramento de usos de recursos hídricos superficiais e subterrâneos e reservatórios de
acumulação que independem de outorga” ..................................................................................... 21

Anexo, da PORTARIA DAEE nº 1.631, de 30 de maio de 2017 .............................................................26

PORTARIA DAEE nº 1.632, de 30 de maio de 2017 – Trata das “regras e os critérios que
disciplinam a isenção de outorga para interferências em recursos hídricos decorrentes de obras
e serviços relacionados às travessias aéreas ou subterrâneas” .................................................... 28

Anexo I, da PORTARIA DAEE nº 1.632 , de 30 de maio de 2017 .........................................................31

Anexo II, da PORTARIA DAEE nº 1.632 , de 30 de maio de 2017 ........................................................33

Anexo III, da PORTARIA DAEE nº 1.632 , de 30 de maio de 2017 .......................................................35

PORTARIA DAEE nº 1.633, de 30 de maio de 2017 – Trata dos “procedimentos para isenção de
outorga e de declaração de dispensa de outorga para interferências em recursos hídricos em
corpos d’água de domínio do Estado, em situações de emergência”............................................ 37

PORTARIA DAEE nº 1.634, de 30 de maio de 2017 – Trata dos “procedimentos e o Anexo que
disciplinam a utilização de recursos hídricos, provenientes de rebaixamento de lençol freático em
edificações e obras de construção civil” ....................................................................................... 39

Anexo, da PORTARIA DAEE nº 1.634, de 30 de maio de 2017 .............................................................41

PORTARIA DAEE nº 1.635, de 30 de maio de 2017 – Trata da aprovação da “Norma que


disciplina a utilização de recursos hídricos subterrâneos, provenientes de processos de
remediação em áreas contaminadas” ............................................................................................ 42

PORTARIA DAEE nº 1.636, de 30 de maio de 2017 “Dispõe sobre condições administrativas


para protocolo e tramitação de requerimentos de cadastros e de outorgas de recursos hídricos
superficiais ou subterrâneos, de domínio do Estado de São Paulo” ............................................. 44
I.2- Portarias de Medição de Vazão -SIDECC...............................................................................46
PORTARIA DAEE nº 5.578, de 06 de outubro de 2018 “Aprova as condições e procedimentos
para a instalação e a operação de equipamentos medidores de vazões e volumes de água
captados ou derivados, relacionados com outorgas de direito de uso de recursos hídricos ou sua
dispensa” ...................................................................................................................................... 446

PORTARIA DAEE nº 5.579, de 06 de outubro de 2018 “Dispõe sobre procedimentos relativos à


declaração periódica de medições de volumes relacionados a usos e interferências de recursos
hídricos superficiais e subterrâneos de domínio do Estado de São Paulo” .................................. 51

II - INSTRUÇÕES TÉCNICAS ............................................................................... 66

II.1- Instruções Técnicas da Outorga.............................................................................................65


INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 08, de 30/05/2017 – Estabelece as “condições administrativas
e técnicas mínimas a serem observadas para a obtenção de Declaração sobre Viabilidade de
Implantação de empreendimentos”................................................................................................ 66

Instrução Técnica DPO Nº 08 Anexo 8-A ................................................................................................74

Instrução Técnica DPO Nº 08 Anexo 8-B ................................................................................................79

Instrução Técnica DPO Nº 08 Anexo 8-C ................................................................................................81

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO Nº 09, DE 30/05/2017 – Estabelece “as condições


administrativas e técnicas” – Águas superficiais .......................................................................... 82

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-C ................................................................................................93

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-E ................................................................................................95

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-F ................................................................................................98

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-G ..............................................................................................100

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-H ..............................................................................................102

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-I ...............................................................................................104

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-J ...............................................................................................106

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-K ..............................................................................................109

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-L ..............................................................................................111

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-N ..............................................................................................113

Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-O ..............................................................................................116

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO Nº 10, DE 30/05/2017 – Estabelece “as condições


administrativas e técnicas” – Águas subterrâneas ...................................................................... 118
Instrução Técnica DPO Nº 10 Anexo 10-E ............................................................................................135

Instrução Técnica DPO Nº 10 Anexo 10-H ............................................................................................137

Instrução Técnica DPO Nº 10 Anexo 10-I .............................................................................................140

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 11, DE 30/05/2017 – Trata se de “orientações básicas quanto


a critérios e parâmetros para elaboração de estudos hidrológicos e hidráulicos relativos a
interferências nos recursos hídricos superficiais” ...................................................................... 141

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 12, de 30/05/2017 “Estabelece critérios e procedimentos para


apresentação de documentação, referente a aproveitamentos hidrelétricos” para obtenção da
Declaração sobre Viabilidade de empreendimentos, de Outorga de Direito de Uso e de
Cadastramento ............................................................................................................................. 152

Instrução Técnica DPO Nº 12 Anexo 12-A ............................................................................................158

Instrução Técnica DPO Nº 12 Anexo 12-B ............................................................................................163

II.1- Instruções Técnicas para Medição de Vazão - SIDECC....................................................165

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 14, de 19/10/2018 “ Estabelece as características técnicas e as


especificações mínimas dos equipamentos e instalações de medidores hidrométricos, em
complementação à Portaria DAEE nº 5.578 de 05/10/2018” ..................................................... 152

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 15, de 19/10/2018 “ Estabelece as faixas de Volume Mensal


(VM) que definirão a frequência de leitura e declaração de volumes de água utilizados, em
complementação à Portaria DAEE nº 5.579, de 05/10/2018” .................................................... 152

III – LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA ............................................... 176

LEI Nº 6.134, DE 2 DE JUNHO DE 1988 “Dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais
de águas subterrâneas do Estado de São Paulo, e dá outras providências” .............................. 176

LEI Nº 7.663, 30 DE DEZEMBRO DE 1991 – “Estabelece normas de orientação à Política


Estadual de Recursos Hídricos bem como ao Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos
Hídricos” ...................................................................................................................................... 179

IV - DECRETOS ESTADUAIS ............................................................................. 201

DECRETO Nº 32.955, DE 7 DE FEVEREIRO DE 1991 (*) -“Regulamenta a Lei nº 6.134, de 2


de junho de 1988” ........................................................................................................................ 201

DECRETO Nº 63.261, DE 9 DE MARÇO DE 2018 “Altera o Decreto nº 32.955, de 7 de


fevereiro de 1991, que regulamenta a Lei nº 6.134, de 2 de junho de 1988” .............................. 212
V – LEGISLAÇÃO FEDERAL ESPECÍFICA .................................................... 225

LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997 “Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,


cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”. .......................................... 225

LEI Nº 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000 “Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de


Águas e dá outras providências” ................................................................................................. 240

LEI Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010 – Estabelece a Política Nacional de


Segurança de Barragens e cria o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens ..................................................................................................................................... 252

LINKS ÚTEIS.......................................................................................................... 261


I - PORTARIAS DO DAEE

I.1 – Portarias de Outorga


As portarias do DAEE, números 1630 a 1636 e seus anexos, têm por objetivo estabelecer os
procedimentos de natureza técnica e administrativa, que devem ser observados para a obtenção das
autorizações dos serviços oferecidos pelo órgão por meio do SOE. Por isso é de grande importância
que o usuário ou futuro usuário de recursos hídricos tome conhecimento destes procedimentos antes
de solicitar a outorga de direito de uso, dispensa de outorga, cadastro ou licença de execução para
usos ou interferências nestes recursos.
Outras portarias do DAEE que tratam sobre recursos hídricos e demais aspectos técnicos,
eventualmente de interesse do leitor e que não são, diretamente, relacionadas ao SOE podem ser
acessadas em: Portal de outorgas - Leis, decretos, portarias e resoluções.

PORTARIA DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017


Reti-ratificada em 21/03/2018

Dispõe sobre procedimentos de natureza


técnica e administrativa para obtenção de
manifestação e outorga de direito de uso e de
interferência em recursos hídricos de
domínio do Estado de São Paulo.

O Superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, com


fundamento no artigo 11, incisos I e XVI, do regulamento aprovado pelo Decreto Estadual nº
52.636, de 03/02/1971,

R E S O L V E :

Art. 1º - Aprovar os procedimentos de natureza técnica e administrativa a serem


observados para obtenção de outorgas de direito de uso e de interferência em recursos hídricos de
domínio do Estado de São Paulo ou sua dispensa; bem como da manifestação sobre a implantação
de empreendimentos que demandem usos e interferências nesses recursos hídricos e para obtenção
de autorizações para execução de poços.

§ 1º - A outorga se limita ao uso ou à interferência no recurso hídrico e não compreende a


aprovação das obras civis correspondentes, as quais devem ter a responsabilidade técnica de
profissional habilitado.

§ 2º - A implantação de empreendimentos, a execução de poços e os usos e interferências


em recursos hídricos no Estado de São Paulo dependem de exame e manifestação prévia do
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Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – DAEE.

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

SEÇÃO I
Das Definições

Art. 2º - Para efeito desta Portaria e de sua regulamentação complementar, considera-se:


EMPREENDIMENTO: toda ação (obra, serviço ou conjunto de obras e serviços)
desenvolvida por pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que tem por objetivo oferecer bens
ou serviços;

INTERFERÊNCIA EM RECURSOS HÍDRICOS: qualquer ação direta em corpos


hídricos, superficiais ou subterrâneos, por meio de obras ou serviços, que causem a alteração de
seu regime, qualidade ou quantidade, destacadamente nas condições de escoamento ou na
modificação do fluxo das águas;

OUTORGA: ato administrativo, que pode ser por meio de autorização ou de concessão,
com prazo determinado, mediante o qual o DAEE defere a utilização ou interferência em recursos
hídricos, após solicitação formal do requerente, nos termos e nas condições expressas em Portaria
específica, considerando aspectos técnicos e legais previstos em regulamento;

REQUERENTE: pessoa física ou jurídica, de direito privado ou público, que solicita ao


DAEE, por meio de procedimentos definidos, manifestação sobre a implantação de
empreendimentos, cadastros, outorgas, ou sua dispensa, de direito de uso ou de interferência nos
recursos hídricos;

USO DE RECURSOS HÍDRICOS: qualquer forma de emprego da água, subterrânea ou


superficial, para atendimento às primeiras necessidades da vida, para a dessedentação animal ou
para fins de abastecimento urbano, industrial, agrícola e outros, bem como o lançamento de
efluentes nos corpos d’água;

USUÁRIO: pessoa física ou jurídica de direto público ou privado, com outorga, ou sua
dispensa, ou cadastro emitido pelo DAEE.

SEÇÃO II
Das Condições e dos Critérios de Outorga

Art. 3º - As outorgas serão emitidas por meio de Portaria do Superintendente do DAEE,


publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo.
Art. 4º - A outorga não implica alienação total ou parcial das águas, que são inalienáveis.
7
Art. 5º - A outorga confere o direito de uso e de interferência nos recursos hídricos e
condiciona-se à disponibilidade hídrica e ao regime de racionamento, estando sujeito o outorgado
à suspensão da outorga.
Art. 6º - Estão sujeitos à outorga os usos e as interferências a serem implantados, a
regularização de existentes e a alteração ou renovação dos já outorgados.

Parágrafo único. Os usos e as interferências dispensados de outorga estão obrigados à


respectiva declaração de dispensa de outorga, exceto para os casos previstos nesta e em demais
portarias e normas do DAEE.

Art. 7º - O usuário é obrigado a respeitar direitos de terceiros.

Art. 8º - Para obtenção de outorga, ou sua dispensa, de direito de uso ou de interferência


em recursos hídricos, ou seu cadastro, o requerente deve observar o disposto na legislação de
recursos hídricos, no regulamento do DAEE, na legislação ambiental pertinente e em normas
específicas, editadas pelo DAEE junto com outras entidades.

Art. 9º - Serão consideradas na análise e emissão das outorgas, ou suas dispensas, para
usos de águas subterrâneas:

I - as áreas de restrição e controle estabelecidas pelo Conselho Estadual de Recursos


Hídricos – CRH;

II - as áreas contaminadas declaradas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo


– CETESB;

Art. 10 - A outorga, ou sua dispensa, estará condicionada às prioridades de uso


estabelecidas nos Planos de Bacias Hidrográficas e no Plano Estadual de Recursos Hídricos e
deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado.

Art. 11 - Os critérios específicos para fins de isenção de outorga serão os estabelecidos na


legislação e nos planos de recursos hídricos, devidamente aprovados pelos correspondentes
Comitês de Bacias Hidrográficas – CBH, ou, na inexistência destes, pelo DAEE.

§ 1º - Serão considerados isentos de outorga, os usos de água e as intervenções em recursos


hídricos na forma e com as finalidades descritas em regulamento do DAEE, observando-se o
disposto no caput.

§ 2º - A isenção de outorga poderá ser reavaliada a qualquer momento, de acordo com os


critérios estabelecidos nos planos de recursos hídricos ou, na sua ausência, pelo DAEE.

CAPÍTULO II
Das Modalidades de Outorga

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SEÇÃO I
Dos Enquadramentos das Outorgas

Art. 12 - Dependem de outorga:

I - a execução de obras ou serviços que altere o regime, a quantidade e a qualidade de


recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos;

II - a execução de obras para extração de águas subterrâneas;

III - a derivação de água do seu curso ou depósito, superficial ou subterrâneo, para fins de
abastecimento urbano, industrial, agrícola e outros;

IV - o lançamento de efluentes nos corpos d'água, como esgotos e demais resíduos líquidos
tratados, nos termos da legislação pertinente, com o fim de sua diluição, transporte ou
disposição final.

§ 1º - Qualquer alteração nas condições outorgadas obriga o usuário a comunicar


formalmente ao DAEE e a requerer a retificação da outorga ou regularização do uso ou
interferência, conforme o caso, por meio de formulário específico.

§ 2º - A qualidade de recursos hídricos e o lançamento de efluentes, mencionados no caput,


referem-se à consideração, na análise da outorga, do enquadramento dos corpos hídricos em
classes de uso e das restrições e condições impostas pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos
(CRH) e pela CETESB.

Art. 13 - De acordo com a modalidade de outorga, a Portaria será:

I - de autorização – nos casos de execução de obras de perfuração de poço tubular, de


direito de uso para os usuários privados e de direito de interferência para quaisquer
usuários; e

II - de concessão – nos casos de direito de uso, quando o fundamento da outorga for de


utilidade pública.

Parágrafo único. As concessões e autorizações são transferíveis, desde que com


consentimento e manifestação prévia, nos moldes a serem determinados em regulamento do DAEE
e são emitidas a título precário, não implicando delegação do Poder Público aos seus titulares.

SEÇÃO II
Da Implantação de Empreendimento que Utilize ou Interfira em Recurso Hídrico

Art. 14 - Todo empreendimento, em fase de planejamento ou projeto, que se enquadre nas

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disposições do art. 9º da Lei 7.663, de 30/12/1991, deve ser precedido de requerimento com
informações preliminares sobre os usos e as interferências em recursos hídricos, para fins de
análise do DAEE, a ser apresentado pelo responsável legal na respectiva Diretoria de Bacia.
§ 1º - A Diretoria da Bacia onde se dará a implantação do empreendimento fará a
apreciação do requerimento e das informações e, estando de acordo, emitirá, pelo seu Diretor, uma
declaração ao interessado sobre a viabilidade da concepção dos usos e das interferências do
empreendimento.
§ 2º - As informações de que trata o caput destinam-se a avaliar a vazão passível de
outorga, bem como avaliar preliminarmente as interferências das obras em recursos hídricos,
possibilitando ao empreendedor programar a implantação desse empreendimento e a obtenção das
futuras outorgas.
§ 3º - Novos usos e interferências, ou a alteração dos existentes, decorrentes da ampliação
de empreendimentos já instalados, implicam a necessidade de obtenção da declaração mencionada
no caput deste artigo para essa ampliação.
§ 4º - Empreendimentos já instalados não serão objeto da declaração mencionada no
caput deste artigo, cabendo a regularização dos usos e interferências existentes.

§ 5º - Os usos e interferências mencionados no caput deste artigo serão cadastrados e


mantidos no banco de dados do DAEE até o prazo de vigência da declaração mencionada no § 1º
deste artigo.
§ 6º - A declaração de que trata o §1° e o cadastramento mencionado no §5º deste artigo
não conferem a seu titular o direito de uso ou de interferência de recursos hídricos.
§ 7º - As solicitações de análise para implantação de empreendimento com usos ou
interferências em recursos hídricos, referentes a projetos de parcelamentos de solos e de núcleos
habitacionais urbanos deverão seguir o disposto no Decreto Estadual nº 52.053, de 13/08/2007.
§ 8º - O requerente deverá formalizar sua solicitação da declaração mencionada no §1º
deste artigo conforme regulamentação do DAEE.

SEÇÃO III
Das Obras e Serviços que Interfiram nos Recursos Hídricos

Art. 15 - A execução de obras ou serviços que possam influenciar ou alterar o regime, a


quantidade ou a qualidade dos recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, dependerá de
manifestação do DAEE, por meio de outorga de autorização.

§ 1º - A autorização de que trata o caput deste artigo não confere a seu titular o direito de
uso dos recursos hídricos para aqueles usos vinculados às obras e serviços objeto da outorga.
10
§ 2º - As obras e serviços dispensados de outorga serão definidos conforme dispõe o Art.
11 desta Portaria.

§ 3º - O requerente deverá formalizar sua solicitação de outorga de interferência em


recursos hídricos conforme regulamentação do DAEE.

SEÇÃO IV
Da Autorização de Obras de Extração de Águas Subterrâneas

Art. 16 - A execução de obra destinada à extração de águas subterrâneas dependerá de


prévia autorização.

§ 1º - A autorização mencionada no caput deste artigo não confere ao titular o


correspondente direito de uso de recursos hídricos subterrâneos.

§ 2º - O requerente deverá formalizar sua solicitação de autorização para obra de extração


de água subterrânea, conforme regulamentação do DAEE.

§ 3º - O requerimento de autorização referido no caput deverá ocorrer concomitante ao da


respectiva outorga de direito de uso de água subterrânea.

SEÇÃO V
Do Uso de Recursos Hídricos

Art. 17 - Dependerão de outorga do direito de uso de recursos hídricos:

I - a captação ou a derivação de água de seu curso ou depósito, superficial ou subterrâneo,


para utilização no abastecimento urbano, industrial, agrícola e qualquer outra finalidade;

II - os lançamentos de água, inclusive os decorrentes de reversão de bacia, ou de efluentes


nos corpos d´água, obedecidas a legislação federal e a estadual pertinentes à espécie.

§ 1º - A outorga de direito de uso dos recursos hídricos deverá considerar, na sua análise,
os usos múltiplos destes.

§ 2º - O requerente deverá formalizar sua solicitação de outorga de direito de uso de


recursos hídricos conforme regulamentação do DAEE.

SEÇÃO VI
Dos Atos de Outorgas Emitidos com Exigências

Art. 18 - Poderá ser concedida outorga com exigências a serem cumpridas posteriormente
e nos prazos assinalados.

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Art. 19 - No caso do artigo anterior, poderão ser exigidas as seguintes providências, entre
outras:
I - Apresentação de estudos e documentos complementares, técnicos ou administrativos,
exigidos durante a análise do pedido de outorga;

II - Instalações e operação de dispositivos de monitoramento e controle; III - Conclusão de

obras e serviços em execução;

IV - Pagamento de taxas complementares decorrentes da análise do pedido de outorga;

V - Execução de obras de adequações em interferências e usos existentes, desde que o


prazo de conclusão não ultrapasse 6 meses;

VI - Apresentação de relatório contendo informações a respeito de como foi realizada a


obra referente à outorga emitida.

Art. 20 - Não sendo cumpridas as exigências no prazo concedido, o usuário estará sujeito
às penalidades decorrentes do uso ou execução de interferências em desacordo com a outorga.

CAPÍTULO III
Das Dispensas

SEÇÃO I
Dos Empreendimentos, Usos e Interferências Isentos

Art. 21 - Ficam sujeitos à análise do DAEE, para serem considerados isentos de outorga de
recursos hídricos, os seguintes usos e interferências:
I - Os definidos no artigo 2º, do Anexo do Decreto Estadual nº 63.262, de 09/03/2018:
1 - Os usos dos recursos hídricos destinados às necessidades domésticas de
propriedades e de pequenos núcleos populacionais localizados no meio rural;
2 - As acumulações de volumes de água, vazões derivadas, captadas ou extraídas e os
lançamentos de efluentes que, isolados ou em conjunto, por seu pequeno impacto
na quantidade de água dos corpos hídricos, possam ser considerados
insignificantes.
II - Aquelas intervenções que não causem alterações significativas nos recursos hídricos,
definidas nesta e em outras Portarias que tratem do assunto, e em regulamento do
DAEE.
§ 1º - Os critérios específicos de vazões ou acumulações de volumes de água considerados
insignificantes serão estabelecidos nos planos de recursos hídricos, devidamente aprovados pelos
correspondentes Comitês de Bacias Hidrográficas – CBH ou, na inexistência destes, pelo DAEE.

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§ 2º - Para obtenção da dispensa de outorga o requerente deverá cumprir os procedimentos
estabelecidos em regulamento pelo DAEE, que disponha acerca dos usos e interferências isentos
de outorga.
§ 3º -Ficam sujeitos à obtenção da declaração da dispensa de outorga:
a) os serviços de desassoreamento de cursos d’água;
b) os serviços de proteção de álveo;
c) as canalizações de curso d’água com seção transversal de contorno fechado,
construídas até a data da entrada em vigor desta Portaria.
§ 4º - Ficam isentos da obtenção de outorga, ou sua dispensa, e de cadastro:
a) os usos e as interferências em recursos hídricos realizados em cursos d’água
efêmeros;
b) os serviços de desassoreamento em reservatórios e de limpeza de álveos de
cursos d’água e lagos;

c) os poços construídos com a finalidade de monitoramento do nível freático e


de qualidade da água do aquífero;

d) poços com a finalidade de rebaixamento do lençol freático, desde que não


haja aproveitamento da água decorrente do rebaixamento;

e) poços utilizados para remediação de áreas contaminadas, sem uso do recurso


hídrico;

f) sistemas de captação, condução e lançamento de águas pluviais,


denominados genericamente de sistemas de microdrenagem;

g) obras projetadas ou instaladas em área de várzeas, que não interfiram


diretamente na calha do curso de água.

§ 5º - Ficam dispensados da obtenção da declaração de viabilidade de implantação de


empreendimento:

a) residências unifamiliares, em área rural ou urbana;

b) empreendimentos cujos usos e interferências, rural ou urbano, forem


considerados isentos de outorga, exceto aqueles previstos no §7º do art. 14
desta Portaria;

c) assentamentos rurais autorizados por órgãos públicos fundiários (INCRA,


ITESP etc.);

d) a instalação de novas interferências ou de novos usos, para substituição de

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fontes de abastecimento, que não configurem ampliação dos
empreendimentos já instalados;

e) a implantação de sistemas de irrigação, conforme regulamentação do


DAEE;

§ 6º - Os atos administrativos referentes à declaração de dispensa de outorga e da


realização do cadastro dos usos e interferências declaradas pelo usuário serão emitidos pelos
Diretores de Bacia do DAEE correspondentes às bacias onde se localizem esses usos e
interferências.

§ 7º - Outros usos e interferências poderão ser dispensados de outorga e de cadastro, por


meio de portarias específicas do DAEE.

CAPÍTULO IV
Dos Efeitos da Outorga

SEÇÃO I
Das Obrigações

Art. 22 - Obriga-se o outorgado a:

I - executar ou operar as obras hidráulicas segundo as condições determinadas pelo DAEE;


II - conservar, em perfeitas condições de operacionalidade, estabilidade e segurança, as
obras e os serviços;
III - responder, em nome próprio, pelos danos causados ao meio ambiente e a terceiros em
decorrência da implantação, manutenção, operação ou funcionamento de tais obras ou
serviços, bem como pelos que advenham do uso inadequado da outorga;
IV - manter a operação das estruturas hidráulicas de modo a garantir a continuidade do
fluxo d´água mínimo, fixado no ato de outorga, a fim de que possam ser atendidos os
usuários a jusante da obra ou serviço;
V - preservar as características físicas e químicas das águas subterrâneas, abstendo-se de
alterações que possam prejudicar as condições naturais dos aquíferos ou a gestão dessas
águas;
VI - instalar, manter e operar estações e equipamentos hidrométricos, conforme
especificado pelo DAEE, encaminhando os dados observados e medidos, na forma
preconizada nas normas de procedimento estabelecidas pelo DAEE;
VII - cumprir os prazos fixados pelo DAEE para o início e a conclusão das obras
pretendidas;
14
VIII - repor as coisas ao seu estado anterior, de acordo com os critérios e prazos a serem
estabelecidos pelo DAEE, arcando inteiramente com as despesas decorrentes.

§ 1º - O uso outorgado poderá ser dispensado da instalação prevista no inciso VI deste


artigo, pela Diretoria de Bacia do DAEE correspondente ao local desse uso, quando julgar
desnecessário o seu monitoramento, face às características da bacia onde ele se insere ou das
instalações para o uso.
§ 2º - Ocorrendo alteração de dados administrativos do usuário detentor da outorga,
mantendo-se as mesmas condições para os usos ou interferências, deverá ser requerida a
retificação do ato de outorga.
Art. 23 - As obras necessárias aos usos e interferências em recursos hídricos deverão ser
projetadas e executadas sob a responsabilidade de profissional devidamente habilitado, devendo
qualquer alteração do projeto ser previamente comunicada ao DAEE.
Art. 24 - Quando, em razão de obras públicas, houver necessidade de adaptação das obras
hidráulicas ou dos sistemas de captação e lançamento às novas condições, todos os custos
decorrentes serão de responsabilidade plena e exclusiva do usuário, ao qual será assegurado prazo
razoável para as providências pertinentes, mediante comunicação oficial do DAEE.
Art. 25 - Os atos de outorga não eximem o usuário da responsabilidade pelo cumprimento
das exigências da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, no campo de suas
atribuições, bem como das que venham a ser feitas por outros órgãos e entidades aos quais esteja
afeta a matéria, destacadamente com relação ao Centro de Vigilância Sanitária – CVS.
Art. 26 - A desativação, a interrupção das atividades do empreendimento, a suspensão, a
extinção, a perda, a desistência, a revogação das outorgas, de direito de uso ou de direito de
interferência em recursos hídricos, não exime o usuário ou o requerente de responder junto ao
DAEE por quaisquer passivos e infrações à legislação de recursos hídricos.
Art. 27 - As concessionárias e autorizadas de serviços públicos titulares de outorga de
direito de uso ou de interferência de recursos hídricos só poderão comunicar desistência de outorga
junto ao DAEE mediante manifestação do poder público concedente.

SEÇÃO II
Das Restrições e da Suspensão

Art. 28 - O aumento de demanda ou a insuficiência natural de recursos hídricos para


atendimento aos usuários permitirá a suspensão temporária da outorga, ou a sua readequação, com
restrição de usos, observando-se os critérios e normas estabelecidos nos Planos de Bacias e nas
Deliberações do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH.

15
§ 1º - No caso de readequação, o DAEE deverá fixar as novas condições da outorga, ou sua
dispensa, reti-ratificando a portaria ou a declaração de dispensa existente.

§ 2º - A suspensão de usos de água também poderá ocorrer para usuários isentos de


outorga, devendo ser comunicada ao usuário pelo Diretor da Diretoria de Bacia do DAEE
correspondente ao local do uso.

§ 3º - Não caberão quaisquer indenizações aos usuários, por parte dos órgãos gestores, em
função das alterações a que se refere o caput deste artigo.

SEÇÃO III
Da Desistência e da Transferência

Art. 29 - O usuário poderá desistir do uso ou interferência, outorgado ou não, devendo


comunicar ao DAEE, conforme sua regulamentação.

§ 1º - A desistência mencionada no caput implica obrigatoriedade de desativação do uso ou


da interferência e solicitação da revogação da outorga.

§ 2º - A desativação mencionada no parágrafo anterior será dispensada caso exista novo


interessado no direito do uso ou da interferência, devendo ser efetuada a transferência da outorga,
se não houver alteração das características técnicas da outorga.

§ 3º - A transferência da outorga deverá ser informada pelo usuário, indicando o novo


interessado no direito de uso ou interferência, que deverá requere-la conforme dispuser o
regulamento do DAEE.

SEÇÃO IV
Da Revogação

Art. 30 - O ato de outorga, ou a sua dispensa, poderá ser revogado a qualquer tempo não
cabendo, ao outorgado, indenização a qualquer título e sob qualquer pretexto, nos seguintes casos:

I - quando estudos de planejamento regional de recursos hídricos ou a defesa do bem


público tornarem necessária a revisão da outorga, ou da sua dispensa;

II - na hipótese de descumprimento de qualquer norma legal ou regulamentar atinente à


espécie;

III - por desistência do uso ou interferência, pelo usuário.


§ 1º - A revogação será obrigatória quando deixarem de existir os pressupostos legais da
outorga.

16
§ 2º - A revogação da outorga implica a desativação ou a remoção dos usos ou
interferências correspondentes.

SEÇÃO V
Da Extinção

Art. 31 - As outorgas de direito de uso ou de interferência nos recursos hídricos, ou suas


dispensas, extinguem-se, sem qualquer direito de indenização, em razão das seguintes
circunstâncias:

I - morte do usuário (pessoa física);

II - liquidação judicial ou extrajudicial do usuário (pessoa jurídica);

III - término do prazo de validade de outorga sem que tenha havido tempestivo pedido de
renovação.

Parágrafo único. As circunstâncias que ensejam a extinção da outorga prevista nos incisos
I e II deste artigo deverão ser comunicadas ao DAEE pelo sucessor legal no prazo 30 (trinta) dias.

SEÇÃO VI
Da Perda

Art. 32 - Perece de pleno direito a outorga, ou sua dispensa, se durante 3 (três) anos
consecutivos o outorgado deixar de fazer uso dos recursos hídricos ou não executar as
interferências autorizadas.

SEÇÃO VII
Da Renovação

Art. 33 - A outorga poderá ser renovada, nas mesmas condições, devendo o interessado
apresentar requerimento nesse sentido, até o respectivo vencimento.

§ 1º - Caso o requerimento de renovação seja protocolado após o prazo mencionado no


caput, será considerado deserto ou sem efeito, podendo o usuário apresentar pedido de
regularização do uso ou interferência ou novo pedido para os casos de autorização para execução
de poço.

§ 2º - Cumpridos os termos do caput, se até 30 (trinta) dias após a data de término de


validade da outorga o DAEE não se manifestar expressamente a respeito do pedido de renovação,
a outorga será renovada automaticamente.

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SEÇÃO VIII
Dos Prazos de Validade das Outorgas

Art. 34 - Os atos de outorga estabelecerão, nos casos comuns, prazos máximos de validade,
a saber:

I - de 1 (um) ano ou até o término das obras, para autorizações para execução de poços; II -

de 5 (cinco) anos para as autorizações;

III - de 10 (dez) anos para as concessões;

IV - de 30 (trinta) anos para as obras hidráulicas;

Parágrafo único. O DAEE, em caráter excepcional, devidamente justificado, poderá fixar


prazos inferiores aos estabelecidos neste artigo.

Art. 35 - Quando estudos de planejamento regional de recursos hídricos ou a defesa do


bem público tornarem necessária a revisão da outorga, poderá o DAEE:

I - prorrogar o prazo estabelecido no ato de outorga; II - revogar o ato de outorga, a

qualquer tempo.

CAPÍTULO V
Dos Requerimentos e do Acompanhamento

Art. 36 – Para obtenção da declaração de viabilidade de implantação de empreendimento,


do cadastro de usos isentos de outorga, das autorizações para execução de poços e das outorgas de
direito de uso ou de interferência em recursos hídricos, o requerente deverá observar as instruções
quanto aos procedimentos e aos documentos necessários, que constarão em Instruções Técnicas
específicas.
Parágrafo Único. No sítio do DAEE na Internet, www.daee.sp.gov.br, estará
disponibilizado um sistema eletrônico para submissão de requerimentos pelo requerente.
Art. 37 - O prazo para a análise será contado a partir da data seguinte a do protocolo do
requerimento.
Art. 38 - Para acompanhar o andamento do processo em que tramita seu requerimento, o
requerente deverá observar o que for estabelecido em regulamento do DAEE.
Art. 39 - O DAEE deverá responder aos requerimentos previstos na presente portaria no
prazo máximo de 120 dias.
Art. 40 - Deverão ser mantidos em poder do usuário, durante todo o período de vigência da

18
outorga e apresentados ao DAEE a qualquer momento, em fiscalização ou caso sejam solicitados,
os documentos:
I - Constituídos por estudos, projetos, análises, laudos e quaisquer outros, técnicos e
administrativos, não apresentados ao DAEE, que tenham sido utilizados para a
instrução dos requerimentos;
II - Que se constituem em obrigação do usuário, nos termos desta Portaria e da legislação;
III - Que forem declarados, pelo usuário, como sendo de sua posse e responsabilidade de
obtenção.
Art. 41 - Os requerimentos formulados nos termos da presente portaria que não sejam
instruídos com todos os documentos e providências necessárias, não poderão ser protocolados.
Art. 42 - Da contagem de prazos estabelecidos nesta Portaria, excluir-se-á o dia do início e
incluir-se-á o do vencimento; se este recair em dia sem expediente, o prazo se prorrogará para o
primeiro dia útil subsequente.

CAPÍTULO VI
Da Fiscalização

Artigo 43 - O DAEE credenciará agentes para fiscalização e para imposição das sanções
previstas na Lei Estadual nº 6.134, de 02/06/1988, com a disciplina que lhe deu o Decreto Estadual
nº 32.955, de 07/02/1991, bem como na Lei Estadual nº 7.663, de 30/12/1991, com a disciplina
que lhe deu o Decreto Estadual n°63.262, de 09/03/2018, e nas demais normas legais aplicáveis.

Artigo 44 - No exercício da ação fiscalizadora, ficam asseguradas aos agentes credenciados


a entrada, a qualquer dia e hora, e a permanência pelo tempo necessário, em estabelecimentos
públicos ou privados e, ainda, a possibilidade de requisitar reforço policial, em caso de
necessidade.

CAPÍTULO VII
Disposições Finais

Art. 45 - O usuário que possui requerimento protocolado, aguardando análise e


manifestação do DAEE, poderá requerer, por escrito, o seu cancelamento e apresentar novo
requerimento nos termos desta Portaria.

Art. 46 - Serão cobradas taxas para a análise e manifestação do DAEE, de acordo com o
que for estabelecido em regulamento.

Art. 47 - As regulamentações mencionadas nesta Portaria, sob responsabilidade do DAEE,


serão efetivadas por meio de Portarias do DAEE e de Instruções Técnicas da Diretoria de

19
Procedimentos de Outorga e Fiscalização – DPO, constantes no sítio do DAEE na Internet:
www.daee.sp.gov.br, no item “Outorgas”.

Art.48 - Os usos e as interferências em corpos d’água de domínio da União, quando houver


delegação de atribuições ao DAEE, serão informados à Agência Nacional de Águas – ANA,
conforme estabelecer acordo entre as entidades.

Art. 49 - Esta portaria revoga a Portaria DAEE nº 717, de 12 de dezembro de 1996.

Art. 50 - Esta portaria entra em vigor a partir de 1º de julho de 2017.

RICARDO DARUIZ BORSARI


Superintendente

Publicado no DOE em 22 / 03 / 2018

20
PORTARIA DAEE nº 1.631, de 30 de maio de 2017
Reti-ratificada em 21/03/2018

O Superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, no uso de suas


atribuições legais e com fundamento no Decreto Estadual nº 63.262, de 09/03/2018, que
regulamenta os artigos 9º e 10 da Lei Estadual nº 7.663, de 30/12/1991, que estabelece a outorga
como instrumento da Política Estadual de Recursos Hídricos, observada a Lei Estadual nº 6.134,
de 02/06/1988, que dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do
Estado de São Paulo, regulamentada pelo Decreto Estadual nº 32.955, de 07/02/1991, e ainda na
Lei Estadual nº 12.183, de 29/12/2005, que dispõe sobre a cobrança pela utilização dos recursos
hídricos do domínio do Estado de São Paulo, regulamentada pelo Decreto Estadual nº 50.667, de
30/03/2006,

DETERMINA

TÍTULO I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º - Ficam aprovadas as regras e as condições para o enquadramento de usos de


recursos hídricos superficiais e subterrâneos e reservatórios de acumulação que independem de
outorga, conforme previsto no artigo 2º do Anexo do Decreto Estadual nº 63.262, de 09/03/2018.

Art. 2º - Ficam sujeitos à análise do DAEE, para serem considerados isentos de outorga
de recursos hídricos, os usos e interferências definidos no Capítulo III da Portaria DAEE nº
1.630/2017.

TÍTULO II
Dos critérios

Art. 3º - Serão considerados insignificantes os usos de recursos hídricos que,


isoladamente ou em conjunto, observem os seguintes limites:

1 - extrações de águas subterrâneas com volumes iguais ou inferiores a 15 (quinze) metros


cúbicos, por dia;
2 - derivações ou captações de águas superficiais, bem como os lançamentos de efluentes em
corpos d’água superficiais, com volumes iguais ou inferiores a 25 (vinte e cinco) metros
cúbicos, por dia;
3 - derivações ou captações feitas em acumulações de água em tanque escavado em várzea,

21
com volumes iguais ou inferiores a 15 (quinze) metros cúbicos, por dia.
§ 1º - no caso de vários usos em um mesmo empreendimento, o valor estipulado no caput
corresponde a:
I – somatório dos usos de mesmo tipo localizados em um mesmo corpo d’água
superficial;
II – somatório das extrações de águas subterrâneas em um mesmo aquífero.
§ 2º - Todas as extrações de águas subterrâneas realizadas no Aquífero Guarani estarão
sujeitas à outorga de direito de uso de recursos hídricos, exceto os usos localizados em área rural
com finalidade de satisfação das necessidades de pessoas físicas.
Art. 4º - As acumulações de água serão consideradas insignificantes, quando:
1 - em tanques formados por afloramento de lençol freático, decorrente de escavação
em várzea, se nessas acumulações houver derivações ou captações;
2 - formadas por barramentos em cursos d’água, com volume total armazenado de até
30 (trinta) mil metros cúbicos.
§ 1º - No caso de várias acumulações de um mesmo empreendimento, formadas por
barramentos localizados em um mesmo curso d’água, o valor estipulado no caput corresponde à
soma dos volumes totais armazenados.
§ 2º - As acumulações em tanques, decorrentes de escavação em várzea, nas quais não
haja derivações ou captações de água para qualquer finalidade, ficam isentas da obtenção de
dispensa de outorga e do cadastro.

TÍTULO III
Dos Procedimentos

Art. 5º - Os usuários que utilizarem recursos hídricos considerados insignificantes e não


sujeitos a outorga, ficam obrigados a requerer ao DAEE a dispensa de outorga e enviar a seguinte
documentação por meio do Sistema de Outorga Eletrônica (SOE), disponível no sítio do DAEE
na Internet (www.daee.sp.gov.br):

I - relatório fotográfico da instalação de hidrômetro, se existir, para os seguintes usos:

a) captações de águas superficiais em corpos d’água;

b) captações em tanques escavados em várzea;

c) captações em poços tubulares profundos.

II - relatório fotográfico do maciço e do espelho d’água, para barramentos em curso


d’água.
22
§ 1º - Para extrações de águas subterrâneas, devem ser atendidas as exigências descritas na
Instrução Técnica DPO nº 10 e suas atualizações, no que couber.

§ 2º - Os pedidos de dispensa de outorga referidos no caput deste artigo estão sujeitos ao


pagamento de taxa, no valor de 1 (uma) Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP).

§ 3º - Após avaliação dos dados declarados pelo usuário, estando conforme, o DAEE
emitirá a respectiva “Declaração de Dispensa de Outorga” - DDO.

Art. 6º - Os usos e as acumulações descritos nos artigos 3º e 4º desta Portaria, poderão se


tornar passíveis de outorga de recurso hídrico, a critério do DAEE, em função de sua localização,
criticidade da bacia ou sub-bacia, ou outras situações em que se tornem significativos para a
gestão dos recursos hídricos, quantitativa ou qualitativamente, por proposta da Diretoria de Bacia
onde se localiza o uso.

TÍTULO IV
Das Obrigações e Direitos

Art. 7º - A dispensa de outorga de direito de uso de recursos hídricos superficiais e


subterrâneos e de reservatórios de acumulações, objeto desta Portaria, não exime o usuário das
seguintes obrigações:

I - manter vazões mínimas nos corpos d’água superficiais para jusante de quaisquer usos
ou interferências de modo a não prejudicar usos de terceiros e o curso d’água;
II - preservar as características físicas e químicas das águas subterrâneas, abstendo-se de
alterações que possam prejudicar as condições naturais dos aquíferos ou a gestão
dessas águas;
III - responder, em nome próprio, pelos danos causados ao meio ambiente e a terceiros em
decorrência da manutenção, operação ou funcionamento de obras ou serviços, bem
como pelos que advenham do uso inadequado dos recursos hídricos;
IV - encaminhar à Diretoria de Bacia do DAEE correspondente ao local do uso, com a
frequência, no prazo e no modo que ela determinar, a leitura do volume de água
captado ou extraído, registrado no hidrômetro que deve ser instalado nas captações de
águas superficiais e subterrâneas;
V - atender à legislação municipal de uso e ocupação do solo e à legislação estadual e
federal referente ao controle de poluição das águas (Lei Estadual nº 997, de
31/05/1976, e seu regulamento) e à proteção ambiental (capítulo II da Lei Federal nº
12.651, de 25/05/2012 – Código Florestal);
VI -realizar análises anuais, no mínimo, da potabilidade da água, no caso de uso

23
doméstico, efetuando o respectivo cadastro na Vigilância Sanitária, quando couber.
§ 1º - O uso dispensado de outorga poderá ser, também, dispensado da instalação do
hidrômetro mencionado no inciso IV do caput deste artigo, pela Diretoria de Bacia do DAEE
correspondente ao local desse uso, quando julgar desnecessário o seu monitoramento, face às
características da bacia onde ele se insere ou das instalações para o uso.
§ 2º - A não observância dos incisos I a IV do caput deste artigo, sujeitará o usuário às
penalidades previstas na Portaria DAEE nº 01, de 02/01/1998, e suas atualizações, ou a que a
suceder.
Art. 8º - As declarações de dispensa de outorga não eximem o usuário da
responsabilidade pelo cumprimento das exigências da Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo - CETESB, no campo de suas atribuições, bem como das que venham a ser feitas por
outros órgãos e entidades aos quais esteja afeta a matéria.

TÍTULO V
Das Restrições, Suspensões, Desistências, Transferências, Revogações, Extinções e Perdas

Art.9º - Para os casos de dispensa de outorga previstos nesta Portaria aplicam-se as


disposições dos artigos 28 a 31 da Portaria DAEE nº 1.630 de 30/05/2017.
Art. 10 - As declarações de dispensa de outorga são transferíveis, desde que com
consentimento e manifestação nos moldes a serem determinados em regulamento do DAEE, são
emitidas a título precário e não implicam delegação de Poder Público aos seus titulares.
Parágrafo único - Para a transferência mencionada no caput, o usuário deverá solicitar a
desistência por meio do Sistema de Outorga Eletrônica (SOE), disponível no sítio do DAEE na
Internet (www.daee.sp.gov.br) e enviar o anexo desta Portaria, preenchido pelo novo usuário.

TÍTULO VI
Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 11 - Os critérios para dispensa de outorga, previstos nesta Portaria, serão substituídos
por aqueles que forem aprovados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas, nas respectivas
Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI), de acordo com o previsto no §1º, do
artigo 2º do Anexo do Decreto Estadual nº 63.262, de 09/03/2018.
Art. 12 - Os pedidos de dispensa de outorga protocolados nas Diretorias de Bacias do
DAEE antes da publicação, no Diário Oficial do Estado, da reti-ratificação desta Portaria,
poderão observar os mesmos procedimentos definidos neste Ato, desde que haja solicitação, do
interessado, de cancelamento dos requerimentos já protocolados e o protocolo dos novos
24
requerimentos.
Art. 13 - Para os usos e acumulações previstos nesta Portaria, se necessário, poderão ser
requeridas outorgas, desde que se cumpram as disposições da Portaria DAEE nº1.630, de
30/05/2017, ou a que a suceder.
Art. 14 - Os usos de recursos hídricos e os barramentos dispensados de outorga, em
corpos d’água de domínio da União, quando houver delegação de atribuições ao DAEE, serão
informados à Agência Nacional de Águas – ANA, conforme estabelecer acordo entre as
entidades.
Art. 15 - Os atos administrativos referentes à declaração de dispensa de outorga - DDO
serão emitidos pelos Diretores de Bacia do DAEE correspondentes às bacias onde se localizem
esses usos e interferências.

Art. 16 - As regulamentações mencionadas nesta Portaria, sob responsabilidade do


DAEE, serão efetivadas por meio de Portarias do DAEE e de Instruções Técnicas da Diretoria de
Procedimentos de Outorga e Fiscalização – DPO.

Art. 17 - Esta portaria revoga a Portaria DAEE nº 2.292, de 14 de dezembro de 2006.

Art. 18 - Esta portaria entra em vigor a partir de 1º de julho de 2017.

RICARDO DARUIZ BORSARI


Superintendente

Publicado no DOE em 22 / 03 / 2018

25
Anexo, da PORTARIA DAEE nº 1. 631, de 30 de maio de 2017
Reti-ratificada em 21/03/2018

Requerimento de Transferência de Dispensa de Outorga para Uso ou Interferência em Recursos


Hídricos

Senhor(a) Diretor(a) de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do


requerente abaixo descrito), ao final qualificado, requeiro a transferência da dispensa de outorga
concedida a , pela DDO/
nº de /
____/____ (reti-ratificada em / _/ , se houver), nas mesmas condições inicialmente
outorgadas, referente(s) ao(s) uso(s) e interferência(s) abaixo discriminada(s):

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DISCRIMINAÇÃO DO(S) USO(S) OU INTERFERÊNCIA(S) A SER(EM) TRANSFERIDO(S)

USO Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000


(Captação Superficial / (Graus, Minutos e Segundos)
Captação Subterrânea / Latitude Longitude
Lançamento)

Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000


Reservatório de Acumulação (Graus, Minutos e Segundos)
Latitude Longitude

Obs.: Demais usos ou interferências constantes da DDO em epígrafe, não constantes deste
requerimento,
permanecerão sob a responsabilidade do usuário detentor da outorga original.

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:

26
1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, destacadamente o Art. 7º da Portaria DAEE nº 1.631/2017
comprometendo-me a cumprir as suas disposições;

2. Que assumo a responsabilidade por eventuais prejuízos causados a terceiros, resultante


dos usos dos recursos hídricos superficiais ou subterrâneos ou dos reservatórios de
acumulação;

3. Que serão atendidas as orientações construtivas descritas nas Instruções Técnicas DPO e
suas atualizações, quando e no que couber;

4. Que manterei inalterados os usos e as interferências objeto deste requerimento;

5. Instalar, manter e operar estações e equipamentos hidrométricos, encaminhando os dados,


de vazão, volume e nível, observados e medidos, na forma preconizada nas normas de
procedimentos estabelecidas pelo DAEE;

6. Que obtive as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s) área(s)


envolvidas com a execução dos usos e interferências a serem cadastrados;

7. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do endereço
de correio eletrônico informado acima;

8. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as


exigências estabelecidas pela legislação;

Nestes termos, p. deferimento,

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise.

27
PORTARIA DAEE nº 1.632, de 30 de maio de 2017

O SUPERINTENDENTE DO DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA,


no uso de suas atribuições legais e com fundamento no Artigo 11, incisos I e XVI do Decreto
Estadual nº 52.636 de 03/02/71, à vista do Código de Águas, da Lei Federal nº 9.433 de 08/01/97,
da Lei Estadual nº 7.663 de 30/12/91, do Decreto Estadual nº 41.258 de 01/11/96, da Portaria
DAEE nº 1.630, de 30/05/17, e considerando a previsão legal do Inciso V do artigo 12 da Lei Federal
nº 9.433/97 e do artigo 9º da Lei Estadual nº 7.663/91, de que estão sujeitas às outorgas de recursos
hídricos, apenas as obras e serviços que alterem o regime, a quantidade ou qualidade dos corpos
hídricos,

DETERMINA

TÍTULO I
Das disposições preliminares

Art. 1º - Ficam aprovadas as regras e os critérios que disciplinam a isenção de outorga para
interferências em recursos hídricos decorrentes de obras e serviços relacionados às travessias
aéreas ou subterrâneas em corpos d’água de domínio do Estado de São Paulo, nos termos do artigo
9º da Lei Estadual 7.663, de 30/12/1991.

TÍTULO II
Da definição das travessias isentas de outorga

Art. 2º - Ficam dispensadas da obtenção de outorga, porém sujeitas a cadastramento no


DAEE, as seguintes obras hidráulicas, do tipo travessias aéreas ou subterrâneas, em corpos d’água:
I - Travessias existentes sobre corpos d’água, como passarelas, pontes, bueiros e dutos,
construídas até 20 de dezembro de 2012;
II - Travessias de cabos e dutos de qualquer tipo, existentes ou a serem construídas,
quando instaladas em estrutura de pontes e em aterros de bueiros, desde que essas
instalações não resultem em redução da capacidade máxima da seção de escoamento
da travessia;
III - Travessias subterrâneas de cabos, dutos, túneis e outras semelhantes, existentes ou
a serem construídas, sob corpos d’água, observadas as exigências feitas na Instrução
Técnica DPO nº 11 e suas atualizações;
IV. Travessias aéreas, sobre corpos d’água, de linhas de energia elétrica, cabos para
telefonia e outras semelhantes, existentes ou a serem construídas, em altura ou
desnível tal que não interfiram em quaisquer níveis máximos de cheia previstos para
28
a seção e sem que as estruturas de suporte dos cabos ou linhas, interfiram com o
caudal de cheia.
Parágrafo único - As travessias citadas no inciso IV do caput, além de estarem
dispensadas de outorga, ficam também desobrigadas de apresentarem o cadastramento junto ao
DAEE.
TÍTULO III
Das Obrigações e Direitos

Art. 3º - As travessias aéreas ou subterrâneas, descritas no artigo 2º, deverão ter


dimensionamento que atenda às vazões de cheia, e sua execução não deverá implicar em prejuízos
a outros usuários.
Art. 4º - Nas travessias subterrâneas, após a conclusão das obras e serviços, a calha do
corpo d’água deverá ser reconstituída na sua conformação original.
Art. 5º - Os custos decorrentes de possível remanejamento das travessias sujeitas a cadastro,
nos casos em que o DAEE autorize obras ou serviços no corpo hídrico, são de responsabilidade do
usuário que obteve a isenção da outorga.
Art. 6º - É encargo dos requerentes de dispensa de outorga obter as autorizações e
permissões dos proprietários para acesso as áreas onde serão instaladas as mesmas.
Art. 7º - As dispensas de outorga são transferíveis, desde que com consentimento e
manifestação prévia nos moldes a serem determinados em regulamento do DAEE, são emitidas a
título precário e não implicam delegação de Poder Público aos seus titulares.
Parágrafo único – Para a transferência mencionada no caput, o novo usuário deverá
apresentar requerimento, por meio do anexo correspondente, desta portaria, acompanhado de
declaração escrita do usuário desistindo do uso em questão.

TÍTULO IV
Disposições Finais

Art. 8º - A dispensa, prevista no Inciso I do artigo 2º, não será concedida caso seja
constatada, pelo DAEE, a necessidade de adequação de travessia existente, a qual deverá ser
objeto de pedido de outorga, em conformidade com a Portaria DAEE 1.630/17 e as Instruções
Técnicas DPO correspondentes.
Art. 9º - As travessias aéreas ou subterrâneas em corpos d’água de domínio da União,
deverão ser inseridas no Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos – CNARH, da
Agência Nacional de Águas – ANA, quando houver delegação de atribuições ao DAEE.
Parágrafo único – Nos casos em que existir delegação da ANA ao DAEE, para instrução e
emissão de portarias de outorga ou declarações de dispensa de outorga, o requerente deverá adotar,

29
além do procedimento do caput, os descritos nesta Portaria.
Art. 10 - Para as travessias aéreas ou subterrâneas dispensadas de outorga, conforme
estabelece o artigo 2º desta Portaria, o interessado deverá protocolar no DAEE os respectivos
requerimentos, conforme anexos desta Portaria.
Art. 11 - Os atos administrativos referentes à declaração de dispensa de outorga e da
realização do cadastro das interferências declaradas pelo usuário serão emitidos pelos Diretores de
Bacia do DAEE correspondentes às bacias onde se localizem essas interferências.
Art. 12 - Os pedidos de dispensa de outorga, objetos desta Portaria, estão sujeitos ao
pagamento de taxa, no valor de 1 (uma) Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP).
Art. 13 - As regulamentações mencionadas nesta Portaria, sob responsabilidade do DAEE,
serão efetivadas por meio de Portarias do DAEE e de Instruções Técnicas da Diretoria de
Procedimentos de Outorga e Fiscalização – DPO.

Art. 14 - Esta portaria revoga a Portaria DAEE nº 2.850, de 20 de dezembro de 2012.


Art. 15 - Esta portaria entra em vigor a partir de 1º de julho de 2017.

RICARDO DARUIZ BORSARI


Superintendente

Publicado no DOE em 01 / 06 / 2017

30
Anexo I, da PORTARIA DAEE nº 1.632 , de 30 de maio de 2017

Requerimento de Dispensa de Outorga de Travessia Aérea Existente

Senhor(a) Diretor(a) de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria a dispensa de outorga para
interferência em recursos hídricos, por meio de travessia de corpo d’água, cujas informações são
descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS CADASTRAIS DA TRAVESSIA EXISTENTE


1. Identificação das travessia:
2. Tipo da travessia (passarelas, pontes, bueiros, dutos e outros):
3. Finalidade da travessia (viária, sanitária, transporte de combustíveis etc.):
4. Endereço:
5. Nome do curso d’água:
6. Coordenadas geográficas do cruzamento dos eixos da travessia e do curso d’água (Graus,
Minutos e Segundos):
7. Características da travessia:

 Pontes ou Passarelas:
1. Material da travessia:
2. Condição da seção (natural ou artificial):
3. Comprimento do vão da estrutura (m):
4. Altura da ponte, medida entre o fundo do canal e a face inferior do tabuleiro (m):

 Bueiro:
1. Material da travessia:
2. Comprimento da travessia:
3. Largura da travessia, medida no sentido do talvegue (m):
4. Forma da seção transversal (retangular, circular etc.):
5. Quantidade de linhas de tubos ou aduelas:
6. Dimensões dos tubos ou aduelas:
 Diâmetro (m):
 Base x Altura (m):
7. Altura do aterro de bueiro, medida entre o fundo do canal e a crista do aterro (m):

 Dutos e outros:
1. Material da travessia:
2. Comprimento da travessia:
3. Diâmetro (m):
4. Altura da travessia, medida entre o fundo do canal e a geratriz inferior do duto (m):

31
Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais, e
suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que assumo a responsabilidade por eventuais prejuízos causados a terceiros, resultante da
interferência no curso d’água;
3. Que as dimensões da travessia aérea discriminada atendem às vazões de cheia;
4. Que, a qualquer tempo, assumo a responsabilidade e todos os custos envolvidos com
remanejamentos da travessia discriminada, eventualmente necessários;
5. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) envolvidas com a travessia ora cadastrada;
6. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
7. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento.

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:

 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;


 Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNARH) para cursos d'água de
domínio da União, quando houver delegação de atribuições ao DAEE, por parte da
Agência Nacional de Águas - ANA.

32
Anexo II, da PORTARIA DAEE nº 1.632 , de 30 de maio de 2017

Requerimento de Dispensa de Outorga de Travessia Aérea de Cabos e Dutos Instaladas


em Estruturas de Pontes ou de Aterros de Bueiros

Senhor(a) Diretor(a) de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria a dispensa de outorga para
interferência em recursos hídricos, por meio de travessia de corpo d’água, abaixo relacionada,
cujas informações são descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS CADASTRAIS DA TRAVESSIA


1. Identificação da travessia:
2. Situação da travessia (nova ou existente):
3. Finalidade da travessia (sanitária, transporte de combustíveis etc.):
4. Tipo da travessia (cabo, duto e outros):
5. Tipo da travessia de suporte (passarelas, pontes, bueiros, dutos e outros):
6. Endereço:
7. Nome do curso d’água:
8. Coordenadas geográficas do cruzamento dos eixos da travessia e do curso d’água (Graus,
Minutos e Segundos):
9. Características geométricas da travessia:
 Seção circular - Diâmetro (m):
 Outra seção - Tipo:
 Maior altura (m):
 Maior largura (m):
 Cota da geratriz ou da superfície inferior externa do duto (m):
 Cota da face inferior do tabuleiro ou da estrutura da travessia de suporte (m):

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais, e
suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que assumo a responsabilidade por eventuais prejuízos causados a terceiros, resultante da
interferência no curso d’água;
3. Que a travessia objeto deste requerimento não interfere na capacidade de escoamento da
travessia de suporte;
33
4. Que assumo, a qualquer tempo, a responsabilidade e todos os custos envolvidos com
remanejamentos da travessia ora cadastrada, eventualmente necessários;
5. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) envolvidas com a travessia ora cadastrada;
6. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
7. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento.

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:

 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;


 Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNARH) para cursos d'água de
domínio da União, quando houver delegação de atribuições ao DAEE, por parte da
Agência Nacional de Águas - ANA.

34
Anexo III, da PORTARIA DAEE nº 1.632 , de 30 de maio de 2017

Requerimento de Dispensa de Outorga de Travessia Subterrânea

Senhor(a) Diretor(a) de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria a dispensa de outorga para
interferência em recursos hídricos, por meio de travessia subterrânea de corpo d’água, cujas
informações são descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS CADASTRAIS DA TRAVESSIA


1. Identificação da travessia:
2. Situação da travessia (nova ou existente):
3. Finalidade da travessia (viária, sanitária, transporte de combustíveis etc.):
4. Tipo da travessia (cabo, duto, túnel e outros):
5. Endereço:
6. Nome do curso d’água:
7. Coordenadas geográficas do cruzamento dos eixos da travessia e do curso d’água (Graus,
Minutos e Segundos):
8. Material da travessia:
9. Método executivo (não destrutivo, corta-rio, ensecadeira e outros):
10. Características geométricas da travessia:
 Seção circular - Diâmetro (m):
 Outra seção - Tipo:
 Maior altura (m):
 Maior largura (m):
 Cota da geratriz ou da superfície superior externa da estrutura da travessia (m):
 Cota do fundo do curso d’água (m):

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:

1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais, e


suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que assumo a responsabilidade por eventuais prejuízos causados a terceiros, resultante da
interferência no curso d’água;

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3. Estar ciente da necessidade da execução adequada de proteção de cabos e dutos, nos casos
de travessias subterrâneas com recobrimento inferior a 1,0 m entre a geratriz superior
externa do duto ou estrutura e o fundo de curso d’água não revestido;
4. A reconstituição da conformação original da calha do curso d’água, por ocasião da
conclusão das obras e serviços de implantação;
5. Que, a qualquer tempo, assumo a responsabilidade e todos os custos envolvidos com
remanejamentos da travessia ora cadastrada, eventualmente necessários;
6. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) envolvidas com a execução da travessia ora cadastrada;
7. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
8. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento.

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:

 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;


 Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos (CNARH) para cursos d'água de
domínio da União, quando houver delegação de atribuições ao DAEE, por parte da
Agência Nacional de Águas - ANA.

36
PORTARIA DAEE nº 1.633, de 30 de maio de 2017

O SUPERINTENDENTE DO DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA,


no uso de suas atribuições legais e com fundamento no artigo 11, incisos I e XVI do Decreto
Estadual nº 52.636 de 03/02/71, e à vista do Código de Águas, da Lei Federal nº 9.433 de 08/01/97,
da Lei Estadual nº 7.663 de 30/12/91, do Decreto Estadual nº 41.258 de 01/11/96 e da Portaria
DAEE nº 1.630 de 30/05/17,

DETERMINA

Art. 1º - Esta Portaria dispõe sobre procedimentos para isenção de outorga e de declaração
de dispensa de outorga para interferências em recursos hídricos em corpos d’água de domínio do
Estado, em situações de emergência, assim caracterizados pela Defesa Civil, nos termos do
Decreto Federal nº 7.257, de 4 de agosto de 2010.
Art. 2º - Ficam dispensados do processo de outorga e de dispensa de outorga para
intervenções em recursos hídricos, nos termos descritos nas portarias e demais regulamentos
pertinentes ao assunto, do DAEE, os serviços de recomposição de travessias, de barramentos e de
trechos de canalização, bem como os serviços de desassoreamento e de proteção de álveo, em
cursos d’água, considerados como ações de restabelecimento de serviços essenciais, nos casos de
situações caracterizadas como de segurança pública e defesa civil, de caráter emergencial, em
consonância com o descrito no item I, § 3º, do artigo 4º da Resolução Conama nº 369, de 2006,
ficando entretanto, sujeitos à manifestação do DAEE.
Parágrafo único: Em consonância com o disposto no art. 2º do Decreto Federal nº 7.257,
de 4 de agosto de 2010, definem-se:
I - defesa civil: conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas
destinadas a evitar desastres e minimizar seus impactos para a população e restabelecer a
normalidade social;
II - situação de emergência: situação anormal, provocada por desastres, causando danos e
prejuízos que impliquem o comprometimento parcial da capacidade de resposta do poder público
do ente atingido;
III - ações de restabelecimento de serviços essenciais: ações de caráter emergencial
destinadas ao restabelecimento das condições de segurança e habitabilidade da área atingida pelo
desastre, contemplando a execução de obras provisórias e urgentes, estabilizando a situação para
que se possa promover a reconstrução do cenário afetado pelo desastre, com a realização de
acessos alternativos, restabelecimento do fornecimento de água e energia, remoção de escombros,

37
etc., de caráter efêmero, normalmente classificadas como despesas de custeio.
Art. 3º - Esta Portaria se aplica exclusivamente, aos serviços que forem executados para
entidades ou órgãos públicos, devendo ser apresentados ao DAEE:
I - O decreto municipal e a respectiva homologação pelo Governador do Estado, da
situação de emergência ou estado de calamidade pública, válidos durante o período de execução
dos serviços objeto desta Portaria;
II - O ofício do prefeito ou do secretário municipal, do município onde serão executados os
serviços e obras, solicitando a isenção de outorga e de declaração de dispensa de outorga;
III - Relatório da Defesa Civil do município descrevendo os danos a serem sanados;
IV - Relatório da Secretaria de Obras e/ou Serviços, ou de setor técnico equivalente, do
município, descrevendo sucintamente as ações a serem executadas, equipamentos a serem
empregados, locais de bota-fora, localização, extensão e prazo de execução.
Art. 4º - A responsabilidade sobre as obras e serviços a serem executados, bem como sobre
a disposição do material no bota-fora, é do órgão ou entidade que solicitar sua execução,
observada a legislação ambiental sobre o assunto.
Art. 5º - A manifestação do DAEE ao município, sobre a isenção requerida, dar-se-á por
meio de Ofício do Diretor de Bacia do DAEE, correspondente ao local onde serão executadas as
intervenções objeto desta Portaria.
Art. 6º - Esta portaria revoga a Portaria DAEE nº 054, de 12 de janeiro de 2010.
Art. 7º - Esta portaria entra em vigor a partir de 1º de julho de 2017.

RICARDO DARUIZ BORSARI


Superintendente

Publicado no DOE em 01 / 06 / 2017

38
PORTARIA DAEE nº 1.634, de 30 de maio de 2017

O SUPERINTENDENTE DO DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA -


DAEE, no uso de suas atribuições legais e com fundamento no artigo 11, incisos I e XVI do
Decreto Estadual no 52.636, de 03/02/71, na Lei Estadual no 7.663, de 30/12/91, no Decreto
Estadual n.º 41.258, de 01/11/96, na Portaria DAEE nº 1.630, de 30/05/17, e os incisos III, IV e V do
artigo 15 da Lei Federal nº 9.433, de 08/01/97, e suas atualizações,

DETERMINA

Art. 1° - Ficam aprovados os procedimentos e o Anexo que disciplinam a utilização de


recursos hídricos, provenientes de rebaixamento de lençol freático em edificações e obras de
construção civil.

Art. 2º - A utilização de recursos hídricos decorrentes de rebaixamento de lençol freático


em edificações e obras de construção civil está sujeita à outorga de direito de uso ou ao
cadastramento, da seguinte forma:
I - Se a captação for superior a 15 (quinze) m³ por dia, o uso da água está sujeito à
outorga, de acordo com a Portaria DAEE nº 1.630, de 30/05/17, ou a que a suceder.
II - Se a captação for igual ou inferior a 15 (quinze) m³ por dia, o uso da água está sujeito
ao cadastramento e dispensado de outorga, nos termos da Portaria DAEE nº 1.631, de
30/05/17, ou a que a suceder.

§ 1º - A captação destas águas, com o posterior lançamento em redes de drenagem de águas


pluviais, sem a sua utilização, não está sujeita a outorga ou cadastramento, por não caracterizar
uso.
§ 2º - Estes usos ficam restritos ao local do empreendimento onde se dá a captação destas
águas, não sendo possível a cessão para terceiros.
§ 3º - Fica vedada a utilização dos recursos hídricos aqui descritos, com a finalidade de
ingestão humana, higiene pessoal, preparo de refeições e recreação, em piscinas e banhos em geral.
§ 4º - Nas Áreas de Restrição e Controle Temporário já estabelecidas pelo Conselho
Estadual de Recursos Hídricos - CRH, fica vedada a utilização destas águas para qualquer
finalidade.
Art. 3º - Os usuários que em seus empreendimentos fizerem utilização de recursos
hídricos, nos termos do artigo 2º desta Portaria, deverão:
I - Providenciar laudo da análise físico-química e bacteriológica da água bruta, com os
parâmetros previstos no Anexo desta Portaria, guardando-o e fornecendo cópia, aos

39
órgãos competentes, quando da realização de fiscalização ou quando solicitado. As
amostras da água deverão ser coletadas diretamente do ponto de captação.
II - Garantir que as águas provenientes do lençol freático serão armazenadas e
distribuídas por meio de rede interna isolada, devidamente identificada, sem contato
com as águas originárias de rede pública de abastecimento ou de soluções
alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo humano, assim
definidas na Resolução Conjunta SMA/SERHS/SES nº 3, de 21/06/2006, ou a que a
suceder.
Art. 4º - Os usos isentos de outorga e sujeitos ao cadastramento estarão obrigados ao
pagamento de taxa, no valor de 1 (uma) Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP).
Parágrafo único – Os usos objeto desta portaria, sujeitos à outorga, estarão obrigados ao
pagamento de taxa, conforme o Anexo 10-H da IT-DPO nº 10.

Art. 5º - A outorga e a dispensa de outorga aqui definidas, não eximem o usuário das
seguintes obrigações:
I - Preservar as características físicas e químicas das águas subterrâneas, abstendo-se de
provocar alterações que possam prejudicar as condições naturais dos aquíferos.
II - Atender à legislação municipal de uso e ocupação do solo e à legislação estadual e
federal referente ao controle de poluição das águas (Lei Estadual nº 997/76 e seu
regulamento) e à proteção ambiental.

Art. 6º - As regulamentações mencionadas nesta Portaria, sob responsabilidade do DAEE,


serão efetivadas por meio de Portarias do DAEE e de Instruções Técnicas da Diretoria de
Procedimentos de Outorga e Fiscalização – DPO.

Art. 7º - Esta portaria revoga a Portaria DAEE nº 2.069, de 19 de setembro de 2014.

Art. 8º - Esta portaria entra em vigor a partir de 1º de julho de 2017.

RICARDO DARUIZ BORSARI


Superintendente

Publicado no DOE em 01 / 06 / 2017

40
Anexo, da PORTARIA DAEE nº 1.634, de 30 de maio de 2017

41
PORTARIA DAEE nº 1.635, de 30 de maio de 2017

O SUPERINTENDENTE DO DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA


ELÉTRICA - DAEE, no uso de suas atribuições legais e com fundamento no artigo 11, incisos I
e XVI do Decreto Estadual nº 52.636, de 03/02/71, na Lei Estadual nº 7.663, de 30/12/91, no
Decreto Estadual nº 41.258, de 01/11/96, na Portaria D.A.E.E. nº 1.630, de 30/05/17, e os
incisos III, IV e V do artigo 15 da Lei Federal nº 9.433, de 08/01/97, e suas atualizações,

DETERMINA

Art. 1° - Fica aprovada a Norma que disciplina a utilização de recursos hídricos


subterrâneos, provenientes de processos de remediação em áreas contaminadas.
Art. 2º - A utilização de recursos hídricos subterrâneos, captados por sistemas de
remediação implantados em áreas contaminadas, está sujeita a outorga de direito de uso ou o
cadastramento, da seguinte forma:
I - Se a captação for superior a 15 (quinze) m³ por dia, o uso da água está sujeito à
outorga, de acordo com a Portaria DAEE nº 1.630, de 30/05/2017, ou a que a
suceder.

II - Se a captação for inferior ou igual a 15 (quinze) m³ por dia, o uso da água está
sujeito ao cadastramento e dispensado de outorga, nos termos da Portaria DAEE
nº 1.631, de 30/05/2017, ou a que a suceder.

§ 1º - O lançamento de efluentes em corpos d’água, advindo da utilização das águas a


que se refere o caput deste artigo, bem como a captação destas águas, terão como pré requisito
para a análise do pedido de outorga de direito de uso ou o cadastramento, a apresentação de
Parecer Técnico favorável expedido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –
CETESB.
§ 2º - Se o lançamento de efluentes advindo da utilização das águas a que se refere o
caput deste artigo for feito em rede pública, o responsável pelo processo de remediação deverá
obter a outorga ou o cadastramento, apenas da captação de águas subterrâneas.

Art. 3º - Fica vedada a utilização dos recursos hídricos aqui descritos, em atividades que
possam expor os usuários a riscos, tais como ingestão humana, higiene pessoal, preparo de
refeições e recreação, em piscinas e banhos em geral, lavagem de veículos e outros usos que
impliquem em contato dérmico.

42
Parágrafo Único - Os usos permitidos ficam restritos ao local do empreendimento
onde se dá a captação dessas águas, não sendo possível a cessão para terceiros.

Art. 4º - A outorga de direito de uso ou cadastro dos usos de recursos hídricos aqui
definidas, não exime o usuário das seguintes obrigações:
I - O armazenamento das águas provenientes do tratamento do processo de
remediação, deverá ser feito em reservatório e rede interna específico para tal fim,
devidamente identificados, sem contato com as águas originárias de rede pública
de abastecimento ou de soluções alternativas coletivas de abastecimento de água
para consumo humano, assim definidas na Resolução Conjunta SMA/SERHS/SES
nº 3, de 21/06/2006, ou a que a suceder.
II - O atendimento à legislação municipal de uso e ocupação do solo e à legislação
estadual e federal referente ao controle de poluição das águas (Lei Estadual nº
997/76 e seus regulamentos) e à proteção ambiental e ainda a lei Estadual nº
7.663/91 e seus regulamentos.
Art. 5º - Esta portaria revoga a Portaria DAEE nº 2.434, de 10 de outubro de 2014.
Art. 6º - Esta portaria entra em vigor a partir de 1º de julho de 2017.

RICARDO DARUIZ BORSARI


Superintendente

Publicado no DOE em 01 / 06 / 2017

43
PORTARIA DAEE nº 1.636, de 30 de maio de 2017
Dispõe sobre condições administrativas para
protocolo e tramitação de requerimentos de
cadastros e de outorgas de recursos hídricos
superficiais ou subterrâneos, de domínio do
Estado de São Paulo.

O SUPERINTENDENTE DO DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA


- DAEE, no uso de suas atribuições que lhe confere os incisos I e XVI, do artigo 11, do
Decreto Estadual nº 52.636 de 03 de fevereiro de 1971 e suas alterações; considerando que:
• as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, incluem-se
entre os bens dos Estados, como disposto no artigo 26, da Constituição Federal;
• a outorga de recursos hídricos é um instrumento da Política Estadual de Recursos
Hídricos – PERH, conforme estabelecido nos artigos 9º e 10, da Lei Estadual nº 7.663,
de 30 de dezembro de 1991 e sua alteração e no regulamentado pelo Decreto Estadual nº
41.258 de 31 de outubro de 1996 e suas alterações;
• compete ao DAEE o exercício das atribuições relativas a cadastro e outorga de recursos
hídricos, assim como a sua fiscalização, nos termos do artigo 30 e do art. 7º das
Disposições Transitórias, da Lei nº 7.633, de 1991;

DETERMINA

Art. 1º - Os requerimentos para solicitação de dispensa de outorga (cadastro) e de


outorga de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos que não sejam instruídos com todos
os documentos e exigências conforme dispõe a regulamentação dada pelo DAEE, não poderão
ser protocolados.
§ 1º - Os requerimentos protocolados e que se apresentem com falta de algum
documento ou exigência posteriormente identificada serão considerados desertos e sem
qualquer efeito a partir do vencimento do prazo assinalado em Notificação, emitida pelo
DAEE.
§ 2º - A providência para considerar o requerimento deserto e sem efeito, como
disposto no § 1º deste artigo, será tomada pelo Diretor de Recursos Hídricos ou pelo Diretor da
Diretoria de Bacia do DAEE correspondente ao local onde se dá o uso ou interferência.
§ 3º - Os documentos impressos, anexos aos requerimentos considerados desertos nos
termos desta Portaria, ficarão disponíveis para retirada pelos usuários, por prazo de até 30

44
(trinta) dias após o vencimento da Notificação, sendo que, findo este prazo, esses documentos
serão descartados pelo DAEE, na forma prevista na legislação estadual sobre assunto.
Art. 2º - O requerimento de outorga considerado deserto será arquivado, e o usuário
deverá apresentar ao DAEE, um novo pedido.
Parágrafo único - Para o novo pedido deverá ser recolhido o valor integral das taxas
correspondentes.
Art. 3º - Para o caso do requerimento com falta de documentação ou não cumprimento
de exigência prevista em regulamentos do DAEE, o requerente deverá receber Notificação
emitida pela Diretoria de Bacia correspondente ao local onde se dá o uso ou interferência,
informando:
I - quais os documentos ou exigências que devem ser apresentados ao DAEE; II - o
prazo para atendimento, quando for o caso.
III - que o requerimento será considerado deserto se a Notificação não for atendida.
IV - para os casos de regularização de usos ou interferências nos recursos hídricos
existentes, solicitados por requerimento de cadastro ou outorga, o não
atendimento caracterizará situação de irregularidade perante a legislação e o
usuário fica sujeito às penalidades previstas na Lei 7.663, de 30 de dezembro de
1991, e respectivo regulamento.
Parágrafo único: Nos casos em que a Notificação referida no caput já tiver sido
expedida, ou seja, em data anterior a publicação desta Portaria, concedendo-se prazo para
providências, vencendo tal prazo, o requerimento será considerado deserto ou sem efeito.
Art. 4º - Esta portaria entra em vigor a partir da data da sua publicação.

RICARDO DARUIZ BORSARI


Superintendente

Publicado no DOE em 01 / 06 / 2017

45
I.2 – Portarias de Medição de Vazão – SIDECC
As duas Portarias a seguir e suas Instruções Técnicas DPO nº 14 e 15, de 19/10/18, tem
por objetivo descrever os procedimentos relativos à instalação de equipamentos medidores de
vazão e volumes de água captados ou derivados dos mananciais superficiais ou subterrâneas que
devem ser obedecidas pelos usuários dos recursos hídricos.

Portaria DAEE nº 5.578 de 05 de outubro de 2018


Condições e procedimentos para a instalação e
a operação de equipamentos medidores de
vazões e volumes de água captados ou
derivados, relacionados com outorgas de
direito de uso de recursos hídricos ou sua
dispensa.

O Superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, no uso


de suas atribuições legais e com fundamento no artigo 11, incisos I e XVI do regulamento
aprovado pelo Decreto nº 52.636 de 03/02/71, e à vista da Lei Estadual nº 7.663 de 30/12/91, do
Decreto Estadual nº 63.262 de 09/03/18 e da Portaria D.A.E.E. nº 1630 de 30/05/17

R E S O L V E:

Artigo 1º - Aprovar as condições e procedimentos de instalação e operação de equipamentos


hidrométricos, de medição de vazões e volumes de água captados ou derivados, relacionados
com outorgas de direito de uso, ou suas dispensas, de recursos hídricos de domínio do Estado
de São Paulo, visando atendimento ao disposto no inciso VI do artigo 22 da Portaria DAEE nº
1.630, de 30/05/2017.

Artigo 2º - O usuário de recursos hídricos, nos casos previstos na Portaria DAEE nº


1.630/2017, em portarias complementares e em Instruções Técnicas DPO, do DAEE, deverá
instalar, manter e operar, em cada captação por ele utilizada, equipamento hidrométrico de
medição de vazão e totalizador de volume; bem como, de transmissão de dados, quando
requerido pelo DAEE, de acordo com as exigências e com as especificações constantes nesta
Portaria.

46
§ 1º - O usuário responderá pela conformidade da instalação, manutenção, aferição e calibração
periódica dos equipamentos hidrométricos, inclusive quanto à sua segurança e inviolabilidade.

§ 2º - Os projetos das instalações dos equipamentos hidrométricos devem ser realizados de


acordo com o disposto nesta Portaria, sob a responsabilidade de profissional devidamente
habilitado.

§ 3º - A aferição e a calibração dos equipamentos hidrométricos devem ser efetuadas pelo


usuário, seguindo as especificações do fabricante e do Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia - INMETRO, no mínimo, a cada renovação da respectiva outorga, ou
ainda, quando e com a frequência solicitados pelo DAEE, por meio de ofício emitido pelo
Diretor de Bacia correspondente ao local do respectivo uso.

§ 4º - O usuário deverá permitir livre acesso aos equipamentos hidrométricos, a qualquer ação
de fiscalização e eventual aferição, pelos fiscais do DAEE.

Artigo 3º - Quando por ocasião de fiscalização para verificação do cumprimento das condições
da outorga de direito de uso, ou sua dispensa, e do cumprimento desta Portaria, relacionadas a
cada equipamento hidrométrico, o usuário deverá apresentar ao DAEE:

I - Nota Fiscal de compra dos equipamentos hidrométricos;

II - Especificações dos equipamentos, fornecidas pelo fabricante;

III - Certificação do equipamento pelo INMETRO ou pelo International Standard


Organization - ISO;

IV - Memorial Descritivo das instalações, contendo fotos, elaborado e com assinatura do


responsável técnico devidamente habilitado.

Parágrafo único - O fiscal do DAEE poderá, conforme o caso, dispensar o usuário da


apresentação da totalidade ou de alguns dos itens previstos no caput deste artigo, quando
tratar-se de equipamentos hidrométricos instalados por concessionárias de serviços públicos de
saneamento ou de instalações existentes em captações outorgadas, ou com declaração de
dispensa de outorga, publicadas com data anterior ao início de vigência desta Portaria.

47
Artigo 4º - Os equipamentos hidrométricos devem obedecer às seguintes características:

I - Medidor de vazão e totalizador de volume de água, para condutos forçados, conforme


segue:

a) hidrômetro tipo eletromagnético ou velocimétrico (permitido somente para água


limpa), para vazões inferiores a 30 m3/h e temperatura da água inferior a 40ºC;

b) hidrômetro eletromagnético para vazões maiores ou iguais a 30 m3/h ou temperatura da


água superior ou igual a 40ºC;

II - Medidor de vazão e totalizador de volume de água, para condutos livres, conforme


segue:

a) medidor tipo vertedor, com medição de nível por equipamento de ultrassom;

b) medidor tipo Calha Parshall, com medição de nível por equipamento de ultrassom.

III - Para poços tubulares profundos, além do hidrômetro, instalação para permitir a
medição de nível d’água; com tubulação auxiliar de diâmetro interno de no mínimo ¾
polegada, presa em toda extensão da tubulação edutora.

§ 1º - As características técnicas e as especificações mínimas dos equipamentos e instalações


mencionados no caput constam na Instrução Técnica da Diretoria de Procedimento de Outorga
e Fiscalização (IT-DPO), específica sobre esse assunto.

§ 2º- Outros equipamentos hidrométricos poderão ser aceitos pelo Diretor de Bacia do DAEE,
correspondente ao local do uso, desde que haja solicitação do usuário de recursos hídricos
acompanhada das especificações técnicas desses equipamentos.

§ 3º - Todos os dados coletados pelo equipamento hidrométrico devem ser informados ao


DAEE conforme especificarem as portarias e IT-DPO.

§ 4º - A seu critério, o DAEE poderá exigir a transmissão remota de dados, em tempo real, dos
dados de vazão ou de volume captado.

§ 5º - O equipamento hidrométrico deverá ser instalado antes de qualquer derivação, ou, na sua
impossibilidade ou inconveniência, em outro local adequado desde que haja anuência do
Diretor de Bacia do DAEE correspondente ao local do uso.

48
§ 6º- A instalação deverá garantir a proteção do equipamento hidrométrico de modo a evitar: a
exposição a temperaturas acima das especificadas pelo fabricante; a umidade do ambiente;
vibrações excessivas e a irradiação solar.

Artigo 5º- Caso o uso esteja em área de restrição e controle do uso, poderá ser exigida a
instalação de medidor eletromagnético de vazões e a tele transmissão dos dados de vazão em
tempo real.

Artigo 6º - Os equipamentos hidrométricos, a critério do DAEE, podem ser dotados de selos,


lacres ou dispositivos que garantam sua segurança e inviolabilidade, sendo que qualquer
violação deve ser comunicada ao DAEE, conforme dispuserem portarias ou IT-DPO.

Artigo 7º - A não observação dos termos desta Portaria sujeitará o usuário às penalidades
estabelecidas na Portaria DAEE nº 01, de 02 de janeiro de 1998, suas atualizações ou a que a
substituir, que disciplina a fiscalização, as infrações e penalidades, no âmbito da atuação do
DAEE, enquadrando-se no inciso VII do artigo 11 da Lei nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991.

Artigo 8º - Os usuários já outorgados pelo DAEE e que possuam equipamentos hidrométricos


instalados, até a data de início de vigência desta Portaria, terão prazo até o vencimento da
validade da outorga de direito de uso atual para se adequarem aos termos estabelecidas por esta
Portaria.

Parágrafo único - Os Diretores de Bacias correspondentes ao local do uso poderão aprovar


cronograma de adequação das instalações objeto desta Portaria, com data final após o
vencimento da respectiva outorga, desde que requerido e devidamente justificado pelo usuário,
respeitando-se o limite de 180 (cento e oitenta) dias para a conclusão.

Artigo 9º - Os usuários de recursos hídricos que obtiveram a dispensa de outorga de direito de


uso e que possuam equipamentos hidrométricos instalados, conforme exigência do regulamento
do DAEE, terão prazo de 1 (um) ano para se adequarem aos termos estabelecidos nesta Portaria,
contado após o início da vigência desta Portaria.

Parágrafo único - Os Diretores de Bacias correspondentes ao local do uso poderão aprovar

49
cronograma de adequação das instalações objeto desta Portaria, com data final após o
vencimento do prazo previsto no caput, desde que requerido e devidamente justificado pelo
usuário, respeitando-se o limite de 180 (cento e oitenta) dias para a conclusão.

Artigo 10 - Os Diretores de Bacias poderão reduzir os prazos estabelecidos nos artigos 8º e 9º


desta Portaria em decorrência de:

I - Resultado de ações de fiscalização do DAEE;

II - Estabelecimento, pelo DAEE, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo -


CETESB ou Centro de Vigilância Sanitária, de restrições de uso no local do uso ou na
bacia hidrográfica onde ocorre o uso;

III - Localização do uso em áreas declaradas contaminadas, pela CETESB;

IV - Exigências ou restrições estabelecidas nos planos de bacias ou no Plano Estadual de


Recursos Hídricos devidamente aprovados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas -
CBH ou Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH, respectivamente;

V - Classificação, pelo CRH, da bacia hidrográfica onde ocorre o uso, como crítica para
fins de gerenciamento de recursos hídricos;

VI - Necessidade de controle específico do uso, constatada durante a análise do pedido de


outorga.

Artigo 11 - Revogam-se as disposições em contrário, destacadamente aquelas constantes em


portarias de outorga de direito de uso, ou suas dispensas, específicas de cada usuário.

Artigo 12 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

FRANCISCO EDUARDO LODUCCA


Superintendente

Publicado no D.O.E. de 06 / 10 / 2018

50
Portaria DAEE nº 5.579 de 05 de outubro de 2018

Dispõe sobre procedimentos relativos à


declaração periódica de medições de
volumes relacionados a usos e
interferências de recursos hídricos
superficiais e subterrâneos de domínio
do Estado de São Paulo.

O Superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, no uso de


suas atribuições legais e com fundamento no Artigo 11, incisos I e XVI do Decreto Estadual nº
52.636, de 03/02/71, em vista do previsto no Artigo 7º das Disposições Transitórias da Lei
Estadual nº 7.663, de 30/12/1991; na Portaria DAEE nº 1.630, de 30/05/2017, e suas portarias e
Instruções Técnicas DPO complementares e na Portaria DAEE nº 01, de 02/01/1998; bem
como nas suas atualizações ou nas que as sucederem, e considerando a necessidade de
desenvolvimento de ações de monitoramento e fiscalização de usos de recursos hídricos;

DETERMINA

Artigo 1° - Ficam estabelecidos, nesta Portaria, as condições e os procedimentos


relativos à declaração periódica de medições de volumes, a serem adotados pelos usuários de
recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, de domínio do Estado de São Paulo, detentores de
outorga ou sua dispensa, doravante denominados simplesmente USUÁRIOS, de modo a
subsidiar o monitoramento, a fiscalização e demais ações de gerenciamento de recursos
hídricos.

CAPÍTULO I
Das Definições

Artigo 2º - Para efeito desta Portaria, consideram-se as seguintes definições, bem


como aquelas constantes das Portarias do DAEE e Instruções Técnicas da Diretoria de
Procedimento de Outorga e Fiscalização (IT-DPO), afetas à matéria:

Reincidência: Repetição de infração a um mesmo dispositivo regulamentar, para um mesmo


51
uso de recurso hídrico, no período de um ano, contado a partir da última infração, ou outro
período de tempo específico estabelecido em regulamento.

Sistema de Declarações das Condições de Uso de Captações (SiDeCC): Sistema de


informação disponibilizado na rede mundial de computadores para recepção de dados a serem
declarados, pelos USUÁRIOS, de acordo com o disposto nesta Portaria.

CAPÍTULO II
Do Monitoramento

Artigo 3º - Todos os USUÁRIOS que possuem captações, superficiais ou


subterrâneas, obrigados a instalar equipamentos que registrem, continuamente, os volumes
captados, em conformidade ao disposto no inciso VI do Artigo 22 da Portaria DAEE nº 1.630,
de 30/05/2017, nos termos desta portaria e da Portaria DAEE nº 5.578, de 05/10/2018, devem,
para cada uma delas, declarar ao DAEE os dados medidos por meio desses equipamentos.

Parágrafo único. O USUÁRIO deverá manter sob sua guarda todos os registros dos
dados observados e medidos, por um período mínimo de 2 (dois) anos, e deve disponibilizá-los
à fiscalização do DAEE, quando solicitado.

SEÇÃO I
Da Declaração De Dados

Artigo 4° - Os USUÁRIOS mencionados no Artigo 3° desta Portaria devem declarar


os dados medidos acessando o SiDeCC, em endereço eletrônico do DAEE, utilizando os
códigos “usuário” e “senha” a serem informados por meio de ofício emitido pelo Diretor da
Diretoria de Bacia correspondente ao local do uso ou interferência.

Parágrafo único - Para o início do cumprimento do disposto neste Artigo será


estabelecido prazo por meio do ofício mencionado no caput.

Artigo 5° - Todos os USUÁRIOS, exceto aqueles dispensados da instalação do


equipamento medidor, devem efetuar as leituras e declarar ao DAEE, os volumes medidos, nos
termos desta Portaria, conforme segue:
52
I. Uma leitura mensal, no primeiro dia ou, na sua impossibilidade, no primeiro dia
útil, de cada mês, e declará-la até o dia 10 subsequente (caso essa data não seja
dia útil, a declaração deverá ocorrer até o dia útil imediatamente anterior);

II. Uma leitura semanal, toda segunda-feira e declará-la no mesmo dia;

III. Leituras diárias, entre 8h e 10h, e declará-las diariamente.

§ 1º - A definição da frequência de leitura e declaração será estabelecida por faixas de


Volume Mensal - VM constante do Ato de outorga ou de sua dispensa, definidas para cada
Diretoria de Bacia do DAEE por meio de Instrução Técnica DPO.

§ 2º - Poderão ser eliminadas frequências de leitura e declaração, semanal e diária, em


função das peculiaridades ou situação hídrica de uma determinada Diretoria de Bacia do
DAEE, devendo constar na Instrução Técnica DPO mencionada no §1º deste artigo.

§ 3º- O DAEE, por meio de ofício do Diretor da Diretoria de Bacia correspondente ao


local do uso ou interferência, poderá, a seu critério, exigir declarações diárias para os casos
previstos nos incisos I e II, bem como, estabelecer periodicidade de declaração diferente das
previstas neste artigo, conforme peculiaridade ou situação hídrica da bacia hidrográfica ou do
tipo de empreendimento, ou quando da necessidade de verificações específicas.

Artigo 6°- As comunicações do DAEE com os USUÁRIOS, exceto quando da


aplicação de penalidades, serão efetuadas por meio eletrônico, utilizando os dados de contato
informados pelos USUÁRIOS no SiDeCC ou nos requerimentos de outorga ou de dispensa de
outorga.

Artigo 7°- O DAEE, por meio de ofício do Diretor da Diretoria de Bacia onde se
localiza o uso ou interferência, poderá exigir que a declaração dos dados medidos, objeto desta

Portaria, seja efetuada por meio de transmissão remota de dados, em tempo real, conforme for
estabelecido em regulamento pelo DAEE.

53
Artigo 8° -Ao USUÁRIO, referido no inciso III do Artigo 5°, fica permitido que as
declarações previstas no Artigo 4°, referentes às leituras efetuadas aos sábados e domingos,
sejam realizadas na segunda-feira subsequente.

Artigo 9° - O USUÁRIO cuja captação é sazonal, nos meses em que a captação não
estiver autorizada, deverá efetuar a declaração da leitura do equipamento medidor uma vez por
mês, conforme disposto no inciso I do Artigo 5°.

Artigo 10 - O DAEE, quando possuir delegação da Agência Nacional de Águas


(ANA), poderá, para fins de gestão de recursos hídricos, exigir que USUÁRIOS com usos e
interferências em cursos d’água de domínio da União efetuem a declaração dos dados medidos,
conforme estabelecido nesta Portaria.

Artigo 11 – O DAEE poderá incluir no SiDeCC ou em sistema de transmissão remota,


em tempo real, a pedido da ANA, USUÁRIOS que possuem usos ou interferências em rios de
domínio da União.

Parágrafo único – Caberá à ANA comunicar os USUÁRIOS quanto à sua inclusão e


à necessidade de cumprimento do disposto nesta Portaria.

Artigo 12 - Nos casos previstos nos artigos 10 e 11 desta Portaria, o DAEE


disponibilizará à ANA o acesso ao SiDeCC e ao sistema de transmissão remota, para
monitoramento, constatação das infrações e aplicação das penalidades previstas na legislação.

Artigo 13 - Na hipótese de impossibilidade de realização da leitura do equipamento ou


da declaração no SiDeCC, nos casos enquadrados nos incisos II e III do Artigo 5°, os
USUÁRIOS deverão, em até 2 (dois) dias, encaminhar sua justificativa ao DAEE, por meio do
SiDeCC.

54
§ 1º - Para o atendimento às disposições do caput, serão admitidas as seguintes
justificativas:

1. pane no equipamento medidor;


2. roubo do equipamento medidor;
3. manutenção ou calibração do equipamento medidor;
4. falha de conexão com a rede mundial de computadores;
5. falta de energia elétrica;
6. feriados;
7. outras, devidamente discriminadas.

§ 2º - As justificativas previstas no parágrafo anterior, serão submetidas à avaliação da


Diretoria de Bacia do DAEE correspondente ao local do uso ou interferência, podendo ser
exigida sua comprovação.

§ 3º - Após o restabelecimento das condições normais de declaração de dados ao


DAEE, os USUÁRIOS deverão retomar a utilização do SiDeCC e declarar as leituras
registradas no período em que houve impossibilidade de declaração, caso existam.

§ 4º -Para ocaso enquadrado no inciso I do Artigo 5° somente serão admitidas as


justificativas previstas nositens1 a 5, respeitado o prazo estabelecido no caput.

Artigo 14 – Nos casos em que houver necessidade de remoção do equipamento


medidor para substituição, manutenção ou calibração, o USUÁRIO deverá informar, no
SiDeCC, a última leitura registrada na data da remoção, bem como a leitura registrada no ato da
reinstalação.

SEÇÃO II
Dos Equipamentos

Artigo 15 – Os USUÁRIOS, conforme Artigo 3º desta Portaria, deverão promover a


instalação de equipamentos medidores conforme estabelecido Portaria DAEE nº 5.578, de

55
05/10/2018, em Instruções Técnicas DPO, do DAEE, ou, na sua falta, em especificações do
fabricante e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Artigo 16 - Os USUÁRIOS, mencionados no Artigo 3°, que não possuam o


equipamento medidor nele referido, deverão promover sua instalação, deixando-o em
condições adequadas de operação e conservação, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias
contados a partir da vigência desta Portaria.

§ 1° -O disposto no caput também se aplica aos USUÁRIOS localizados na área de


abrangência da Resolução Conjunta ANA/DAEE nº 50/2015, inseridos no SiDeCC, e que
declaravam os horários de captações.

§ 2° - Para USUÁRIOS que possuam prazo estabelecido na respectiva portaria de


outorga ou sua dispensa, não se aplica o disposto no caput, prevalecendo o prazo constante na
portaria de outorga ou na declaração de dispensa de outorga.

Artigo 17 - Para novos USUÁRIOS poderá ser emitida portaria de outorga ou


declaração de dispensa de outorga com exigência, nos termos do inciso II do Artigo 19 da
Portaria DAEE nº 1.630/2017, para instalação dos equipamentos previstos no Artigo 3° desta
Portaria com prazo de até 90 (noventa) dias.

Artigo 18 - Nos casos de inserção de novos usos para USUÁRIOS já cadastrados no


SiDeCC, os prazos para o cumprimento do disposto nos artigos 4° e 16 serão de até 120 (cento
e vinte) dias contados a partir do recebimento de Ofício emitido pelo Diretor da Diretoria de
Bacia do DAEE correspondente ao local do uso.

Artigo 19 - O prazo de instalação do equipamento medidor poderá ser prorrogado pelo


Diretor da Diretoria de Bacia correspondente ao local do uso ou interferência, desde que haja
solicitação do USUÁRIO, devidamente justificada, antes da data de vencimento.

Artigo 20 - Fica dispensada a instalação dos equipamentos previstos no Artigo 3°


desta Portaria, nas situações previstas no § 1º do artigo 22 e § 1º do artigo 7º das Portarias
DAEE nº 1.630/2017 e nº 1.631/2017, respectivamente.

56
Parágrafo único - Caso existam circunstâncias que impossibilitem a instalação do
equipamento de medição, o USUÁRIO deverá protocolar, na sede da Diretoria de Bacia
correspondente ao local do uso ou interferência, documentação que comprove o impedimento,
que será submetida à avaliação.

Artigo 21 - O DAEE, por meio de ofício do Diretor de Bacia correspondente ao local


do uso ou interferência, poderá, a qualquer momento, solicitar aos USUÁRIOS que façam
calibrações dos equipamentos, descritos no Artigo 3º desta Portaria, as quais deverão ser
efetuadas por entidades credenciadas pelo Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e
Tecnologia- INMETRO.

Artigo 22 - Nos casos previstos nos itens 1 e 2 do § 1º do Artigo 13 desta Portaria,


fica o USUÁRIO obrigado a restabelecer as condições de medição, no prazo de até 7 (sete)
dias.

§ 1º - No caso de impossibilidade do atendimento ao prazo estabelecido no caput os


USUÁRIOS deverão encaminhar à Diretoria de Bacia do DAEE correspondente ao local do uso
ou interferência, proposta de medição alternativa para o período de não operação do
equipamento medidor, que será submetida a avaliação.

§ 2º - A proposta prevista no§ 1º do caput deverá ser encaminhada no prazo de até 7


(sete) dias contados a partir da paralisação, por meio do SiDeCC, contendo:

1. identificação do equipamento: fabricante, modelo, tipo, características de


operação e dimensões;
2. plano de restabelecimento de funcionamento;
3. sistema alternativo de medição.

§ 3º - Os USUÁRIOS definidos nos incisos I e II do Artigo 5°, ficam dispensados da


apresentação da proposta mencionada no§ 2º do caput, podendo substitui-la pela solicitação de
prorrogação de prazo, no SiDeCC, devidamente justificada, que será submetida à avaliação da
Diretoria de Bacia do DAEE correspondente ao local do uso ou interferência.

57
§ 4º - Restabelecidas as medições, o USUÁRIO deverá comunicar o DAEE, por meio
do SiDeCC, informando a data, o horário de início de funcionamento e a respectiva leitura do
equipamento medidor.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO

SEÇÃO I
Da Caracterização Das Infrações e Penalidades

Artigo 23 - O não cumprimento do disposto nesta Portaria caracteriza infração às


normas de utilização de recursos hídricos destacadamente o inciso VII do artigo 11, da Lei nº
7.663, de 30/12/1991.

Parágrafo único - A classificação das infrações e o estabelecimento das penalidades


constantes desta Portaria, foram definidos com base nos artigos 12 e 13 da Lei nº 7.663/91.

Artigo 24 - Será classificado como infração leve, sujeitando o USUÁRIO à


penalidade de advertência, o não cumprimento do prazo estabelecido no Artigo 22 desta
Portaria.

§ 1º - A primeira reincidência da infração descrita no caput, sujeitará o USUÁRIO à


penalidade de multa simples no valor de 100 (cem) vezes o valor nominal da Unidade Fiscal do
Estado de São Paulo -UFESP e as demais serão aplicadas pelo valor correspondente ao dobro
da anteriormente imposta, até o limite de 1000 (mil) vezes o valor nominal da UFESP.

§ 2º - Na ausência das justificativas previstas nos itens 1 e 2 do § 1º do Artigo 13, as


infrações serão caracterizadas pelo descumprimento das disposições do Artigo 5°, desta
Portaria.

Artigo 25 - Será classificada como infração leve, sujeitando o USUÁRIO à penalidade


de advertência, a não declaração de dados, conforme previsto no inciso III do Artigo 5º desta

58
59
Portaria, por mais de 3 (três) dias, consecutivos ou não, apurada a cada mês, sem justificativas
ou com justificativas não aceitas pelo DAEE.

Parágrafo único - A primeira reincidência da infração descrita no caput, sujeitará o


USUÁRIO à penalidade de multa simples no valor de 150 (cento e cinquenta) vezes o valor
nominal da UFESP e às demais serão aplicadas multas no valor correspondente ao dobro da
anteriormente imposta, até o limite de 1000 (mil) vezes o valor nominal da UFESP.

Artigo 26 - Será classificada como infração leve, sujeitando o USUÁRIO à penalidade


de advertência, a não declaração de dados conforme previsto no inciso II do Artigo 5° desta
Portaria, por mais de 1 (uma) vez, sem justificativa ou com justificativa não aceita pelo DAEE,
em um mesmo trimestre, o qual será considerado da seguinte forma:

I. 1° Trimestre: Compreende os meses de janeiro a março;


II. 2° Trimestre: Compreende os meses de abril a junho;
III. 3° Trimestre: Compreende os meses de julho a setembro;
IV. 4° Trimestre: Compreende os meses de outubro a dezembro.

Parágrafo único - A primeira reincidência da infração descrita no caput, sujeitará o


USUÁRIO à penalidade de multa simples no valor de 100 (cem) vezes o valor nominal da
UFESP e às demais serão aplicadas multas no valor correspondente ao dobro da anteriormente
imposta, até o limite de 1000 (mil) vezes o valor nominal da UFESP.

Artigo 27 - Será classificada como infração leve, sujeitando o USUÁRIO à penalidade


de advertência, a não declaração de dados, conforme previsto no inciso I do Artigo 5°, uma vez
em um mesmo quadrimestre, o qual será considerado da seguinte forma:

I. 1° Quadrimestre: Compreende os meses de janeiro a abril;


II. 2° Quadrimestre: Compreende os meses de maio a agosto;
III. 3° Quadrimestre: Compreende os meses de setembro a dezembro.

60
Parágrafo único. A não declaração de dados, conforme disposto no caput, em mais de
uma vez no quadrimestre sujeitará o USUÁRIO à penalidade de multa simples no valor de 100
(cem) vezes o valor nominal da UFESP.

Artigo 28 - Para os casos das infrações previstas nos artigos 24 a 27, a constatação das
suas ocorrências após o recebimento da notificação com a comunicação da penalidade
correspondente, configurará reincidência.

Artigo 29 - Será classificada como infração grave, sujeitando o USUÁRIO à


penalidade de multa simples, no valor de 300 (trezentas) vezes o valor nominal da UFESP, a
não instalação do equipamento medidor, conforme consta do Artigo 16 desta Portaria,
estabelecendo-se prazo de até 30 (trinta) dias para a correção da irregularidade.

Parágrafo único - O descumprimento do prazo estabelecido no caput sujeitará o


USUÁRIO a novas penalidades de multas simples, com prazos não superiores a 30 (trinta) dias,
cada uma com valor igual ao dobro da penalidade anteriormente imposta, até o limite de 1000
(mil) vezes o valor nominal da UFESP.

Artigo 30 - Será classificado como infração grave, sujeitando o infrator à penalidade


de multa simples, no valor de 499 (quatrocentos e noventa e nove) vezes o valor nominal da
UFESP:

I. descumprir o percentual de redução, conforme a finalidade de uso, de acordo


com o estabelecido nas alíneas “a”, “b” e “c”, do inciso II, do artigo 3º, da
Resolução Conjunta ANA/DAEE nº 50/2015, suas atualizações ou a que a
suceder;

II. manter a captação, em desacordo com o estabelecido na alínea “d”, do inciso


II, do Artigo 3º, da Resolução Conjunta ANA/DAEE nº 50/2015, suas
atualizações ou a que a suceder.

61
Parágrafo único - A reincidência das infrações descritas neste artigo sujeitará o
USUÁRIO à penalidade de multa simples no valor correspondente ao dobro da anteriormente
imposta, até o limite de 1000 (mil) vezes o valor nominal da UFESP.

Artigo 31 - Será classificada e sujeitará o infrator à penalidade prevista na Portaria


DAEE nº 01, de 02/01/1998, suas atualizações ou a que a substituir, a constatação, por meio do
SiDeCC, da utilização de recursos hídricos acima dos volumes diários estabelecidos na outorga
ou na sua dispensa, conforme prevê o inciso IV do Artigo 11 da Lei n° 7.663/91.

§1°- Para os casos previstos nos incisos I e II do Artigo 5º, desta Portaria, a infração
prevista no caput será constatada por meio da confrontação dos volumes outorgados ou
constantes das declarações de dispensa de outorga, com a média diária de volumes obtida a
partir das declarações no SiDeCC.

§2° - Ocorrendo falhas nas declarações para os casos previstos no parágrafo anterior a
média diária de volumes será calculada considerando os dados disponíveis de dias de uso e de
volumes declarados imediatamente anterior e posterior ao período não declarado.

§3° - Para os casos previstos no inciso III do Artigo 5°, desta Portaria, quando houver
período com ausência de declarações no SiDeCC, a infração prevista no caput será constatada
por meio da confrontação dos volumes outorgados ou constantes das declarações de dispensa
de outorga, com a média diária de volumes obtida com as declarações imediatamente anterior e
posterior ao período não declarado.

Artigo 32 - Será classificado e sujeitará o infrator à penalidade prevista na Portaria


DAEE nº 1 de 02/01/1998, suas atualizações ou a que a substituir, fraudar as medições dos
volumes de água ou declarar, no SiDeCC, valores diferentes dos medidos nos termos desta
Portaria.

Artigo 33 - A existência de fatores atenuantes e os antecedentes do infrator, poderão


ser considerados para alterar a aplicação das penalidades descritas nos artigos 24 a 30 desta
Portaria.

62
§ 1º - São fatores atenuantes para a aplicação de penalidades, a inexistência de má-fé e
a caracterização dos danos como de pequena monta e importância secundária.

§ 2º - Ao considerar fatores atenuantes, o fiscal do DAEE poderá, conforme o caso,


aplicar penalidade:
1. igual à anteriormente imposta;
2. com valor igual à metade do previsto no caput dos artigos 29 e 30 desta
Portaria.

Artigo 34 - Constatada a ocorrência de circunstâncias agravantes será aplicada


penalidade adotando-se procedimento idêntico aos casos de reincidência, previstos nos artigos
24 a 30 desta Portaria.

Artigo 35 - Durante o prazo estabelecido no parágrafo único do Artigo 4°, desta


Portaria, o USUÁRIO estará isento da aplicação das penalidades previstas nos artigos 24 a 27
desta Portaria.

SEÇÃO II
Da Constatação Das Infrações e Da Aplicação Das Penalidades

Artigo 36 - O cometimento das infrações descritas nos artigos 24 a 27 e 31, bem como
no inciso I do Artigo 30, desta Portaria, será constatado por meio do SiDeCC.

Artigo 37 - Para a constatação da infração descrita no Artigo 29, desta Portaria, será
realizada fiscalização da captação, lavrando-se o respectivo Auto de Inspeção.

Parágrafo único - Fica facultada ao fiscal a lavratura do respectivo Auto de Infração


no ato da fiscalização ou no escritório.

Artigo 38 - Para a constatação da infração descrita no Artigo 32, desta Portaria, será
realizada fiscalização, lavrando-se o respectivo Auto de Inspeção, no qual deverá constar o
dado registrado no equipamento.

63
Parágrafo único - Constatada irregularidade após a confrontação dos dados coletados
na inspeção com os dados declarados no SiDeCC, será lavrado o Auto de Infração.

Artigo 39 - A constatação das infrações descritas no inciso II do Artigo 30, desta


Portaria, se dará por meio de análise de dados declarados no SiDeCC ou de fiscalização da
captação, lavrando-se os Autos correspondentes.

Artigo 40 - Os Autos de Infração serão enviados ao USUÁRIO por meio de correio,


com Aviso de Recebimento (AR), excetuando-se os casos facultados ao fiscal, conforme o
Artigo 37.

Artigo 41 - A penalidade de multa para os casos de reincidência somente poderá ser


aplicada 20 (vinte) dias após o recebimento, pelo USUÁRIO, da notificação referente à
penalidade anterior ou imediatamente após a data de recebimento da negativa do respectivo
recurso, se existir.

SEÇÃO III
Dos Recursos

Artigo 42 - O infrator poderá interpor recurso contra a aplicação das penalidades


descritas nesta Portaria, devendo obedecer ao disposto na Portaria DAEE nº 01, de 02/01/1998,
suas atualizações ou a que a substituir.

Parágrafo único. O recurso, dirigido ao Diretor de Bacia correspondente ao local do


uso ou interferência, poderá ser entregue por meio do SiDeCC, valendo como data de
interposição a do registro no sistema mencionado.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 43 – As disposições desta Portaria serão aplicadas, de imediato, no âmbito da


área de atuação da Diretoria da Bacia do Médio Tietê (BMT), do DAEE.

64
Parágrafo único – A aplicação das disposições desta Portaria no âmbito das áreas de
atuação das demais Diretorias de Bacia do DAEE dar-se-á de modo gradativo, por meio de
Portaria específica do Superintendente do DAEE.

Artigo 44 - Responderá pelas infrações previstas nesta Portaria, quem de qualquer modo
as cometer, concorrer para sua prática ou delas se beneficiar.

Artigo 45 - A utilização do SiDeCC, nos termos desta Portaria, também se aplicará aos
casos de lançamento de efluentes líquidos ou obras hidráulicas, para os quais haja previsão
específica, constante da sua portaria de outorga ou declaração de dispensa de outorga, seja por
exigência do DAEE ou por solicitação do USUÁRIO.

Artigo 46 – Ficam dispensados da declaração prevista no Artigo 3° desta Portaria os


USUÁRIOS já inseridos no SiDeCC cujas captações encontram-se outorgadas para fins de
extração de minérios em corpos hídricos.

Artigo 47 - Esta Portaria entra em vigor 30 (trinta) dias após a data de sua publicação,
ficando revogadas as disposições em contrário, destacadamente a Portaria DAEE nº 761, de
09/03/2015, reti-ratificada em 29/07/2015.

FRANCISCO EDUARDO LODUCCA


Superintendente

Publicado no D.O.E. de 06 / 10 / 2018

65
II - INSTRUÇÕES TÉCNICAS

II.1 – Instruções Técnicas da outorga


As instruções técnicas e seus anexos têm por objetivo complementar as Portarias de outorga
do DAEE e, com isso, estabelecer um detalhamento dos procedimentos e das normas, com
definições de termos importantes ao leitor bem como as condições e as técnicas necessárias para
solicitar os serviços pelo órgão.

INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 08, de 30/05/2017


Atualizada em 02/04/2018

1. OBJETIVO
Esta Instrução Técnica DPO (IT-DPO) tem por objetivo complementar a Portaria DAEE nº 1.630, de
30 de maio de 2017, estabelecendo as condições administrativas e técnicas mínimas a serem
observadas para a obtenção de Declaração sobre Viabilidade de Implantação de empreendimentos -
DVI que demandem usos e interferências (obras e serviços) em recursos hídricos superficiais e
subterrâneos, sob a jurisdição, a qualquer título, do Departamento de Águas e Energia Elétrica -
DAEE.

2. REFERÊNCIAS
Todos os estudos e projetos devem ser desenvolvidos em estrita concordância com o Código de
Águas - Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, e legislação subsequente, destacadamente as
leis, estadual paulista, nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, e, federal, nº 9.433, de 9 de janeiro de
1997, e seus regulamentos. Da mesma forma, devem ser observadas as demais leis e regulamentos
emanados dos poderes federal e estadual, pertinentes ao uso dos recursos hídricos, destacadamente
a Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO
Esta IT-DPO aplica-se à implantação de empreendimentos que demandem derivação (interferências
e usos) de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos.

4. DEFINIÇÕES
Para as finalidades desta e das demais IT-DPO, são adotadas definições complementares às
constantes na Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017, conforme segue:

66
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: águas que ocorrem natural ou artificialmente no subsolo, suscetíveis de
extração e utilização;

ÁGUAS SUPERFICIAIS: águas que são encontradas na superfície do solo, decorrentes de


precipitações de águas atmosféricas, principalmente a chuva, que não se infiltraram, ou do
afloramento de águas subterrâneas, formando nascentes (fontes, olhos d’água etc.), cursos d’água
(rios, córregos, ribeirões etc.) ou depósitos (lagos, tanques, reservatórios de barragens, lagoas
etc.);

ÁLVEO: superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente
enxuto;
AQUÍFERO OU DEPÓSITO NATURAL DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: solo, rocha ou
sedimento permeáveis, capazes de fornecer água subterrânea, natural ou artificialmente captada;

AQUÍFERO CONFINADO: aquele situado entre duas camadas confinantes, contendo água com
pressão suficiente para elevá-la acima do seu topo ou da superfície do solo;

AQUÍFERO DE ROCHAS FRATURADAS: aquele no qual a água circula por fraturas e fendas;

AUTORIZAÇÃO: ato administrativo discricionário e precário, pelo qual se faculta a prática de ato
jurídico ou de atividade material, objetivando atender diretamente a interesse público ou privado,
respectivamente, de entidade estatal ou de particular, que sem tal outorga seria proibida;

BARRAMENTOS: toda estrutura sólida cujo eixo principal esteja num plano que intercepte um
curso d'água e respectivos terrenos marginais, alterando as suas condições naturais de escoamento,
formando reservatório de água a montante;

BUEIRO: estrutura hidráulica com seção transversal com forma geométrica definida, que permite o
fluxo de água de um lado a outro de um maciço, utilizado para a travessia de ruas, estradas,
pedestres, ferrovias e outros;

CADASTRO: registro em banco de dados do DAEE, de usos e interferências não sujeitas a outorga ou
sua dispensa disciplinados em regulamento, pelo DAEE;

CANALIZAÇÃO: obra que tenha por objetivo dotar cursos d'água, ou trechos destes, de seção

67
transversal com forma geométrica definida, alterando a seção existente, com ou sem revestimento de
qualquer espécie, nas margens ou no fundo, ou ainda, aquela que tenha por objetivo alterar o
traçado de curso d’água;

CAPTAÇÃO: retirada de água de um corpo hídrico superficial ou subterrâneo, para qualquer


finalidade;

CONCESSÃO: contrato administrativo, cujo fundamento da outorga é de utilidade pública;

CORPO D’ÁGUA ou CORPO HÍDRICO: coleção significativa de água, corrente ou em depósito,


superficial ou subterrânea, natural ou artificial;

CURSO D'ÁGUA: qualquer corrente natural de água doce superficial, perene, efêmero ou
intermitente (temporário);

CURSO D’ÁGUA EFÊMERO: corpo de água lótico que possui escoamento superficial apenas
durante ou imediatamente após períodos de precipitação;

CURSO D’ÁGUA INTERMITENTE: corpo de água lótico que naturalmente não apresenta
escoamento superficial por períodos do ano;

CURSO D’ÁGUA PERENE: corpo de água lótico que possui naturalmente escoamento superficial
durante todo o período do ano;

DECLARAÇÃO DE DISPENSA DE OUTORGA: ato administrativo, emitido pelos Diretores de


Bacias, para usos e interferências em recursos hídricos que são considerados insignificantes,
disciplinados em regulamento, pelo DAEE;

DESASSOREAMENTO: serviços de remoção de material sedimentado em leitos de cursos d'água ou


reservatórios, com objetivo de restituir as suas condições originais, caracterizando-se como
intervenção de pouca significância por não promoverem alteração de traçado e do regime de
escoamento, e com incremento não superior a 40% na área da seção transversal média para
desassoreamento de cursos d’água.

DESATIVAÇÃO DE INTERFERÊNCIA: remoção da interferência, repondo os recursos hídricos no

68
seu antigo estado;

DESATIVAÇÃO DE USO: remoção dos equipamentos e das estruturas das captações e dos
lançamentos; bem como o tamponamento de poços;

DESATIVAÇÃO TEMPORÁRIA DE POÇO: remoção dos equipamentos de bombeamento e


lacração do poço;

EXTRAÇÃO DE MINÉRIOS DE CLASSE II: qualquer extração de minérios de Classe II em leito de


curso d’água ou reservatório, efetuada comumente por meio de dragagem dos sedimentos ativos
existentes nos leitos, em profundidades não muito elevadas, por meio de dragas de sucção ou
escavadeiras mecânicas;

LAGO: extensão de água cercada de terra, de ocorrência natural ou oriunda de barramento de curso de
água ou escavação do terreno;

LANÇAMENTO: toda emissão de líquidos, procedentes do uso em qualquer empreendimento ou


de qualquer captação em corpo d'água ou, ainda, decorrente de ação de reversão de bacia,
excetuando-se as descargas de águas pluviais;

AUTORIZAÇÃO DE EXECUÇÃO DE POÇO: é o ato pelo qual o DAEE faculta a execução de


obra que possibilita a exploração ou pesquisa de água subterrânea;

LIMPEZA DE ÁLVEO: serviços de retirada manual ou com equipamentos portáteis de pequeno


porte, de detritos ou vegetação do álveo de cursos d'água ou reservatórios;

OBRA HIDRÁULICA: qualquer obra que altere o regime das águas superficiais ou subterrâneas;

ÓRGÃOS DE CONTROLE DO BARRAMENTO: unidades que tenham por finalidade estabelecer


o fluxo de água, de montante a jusante, na seção do barramento;

POÇO ou OBRA DE CAPTAÇÃO: qualquer obra, sistema, processo, artefato ou sua combinação,
empregados pelo homem com o fim principal ou incidental de extrair água subterrânea;

POÇO ESCAVADO (CACIMBA OU CISTERNA): poços de grandes diâmetros, utilizados para

69
captação de água subterrânea, escavados manualmente, de pequena profundidade, revestidos
geralmente com tijolos ou anéis de concreto;

POÇO JORRANTE ou ARTESIANO: poço perfurado em aquífero cujo nível de água eleva-se
acima da superfície do solo;

POÇO TIPO PONTEIRA: poço constituído por haste perfurada de pequeno diâmetro, cravada no
terreno, de pequena profundidade, através da qual se pode retirar água com bomba de sucção;

POÇO TUBULAR: poço de diâmetro reduzido, perfurado com equipamento especializado.

PONTE: estrutura sólida cujo eixo principal longitudinal esteja num plano que intercepte um curso
d'água ou lago, permitindo a passagem de uma margem a outra, acima do nível das águas máximo de
projeto, sem interferências no fluxo das águas, exceto pela presença de pilares;

PROTEÇÃO DE ÁLVEO: todo serviço, obra ou conjunto de obras destinados a proteger o álveo de
reservatórios e de cursos d'água, em trecho com comprimento não superior a 10 (dez) vezes a
largura média do curso d’água, até o limite de 100 (cem) metros, sem alteração de regime e traçado;

RECURSO HÍDRICO: a água, superficial ou subterrânea, acessível técnica e economicamente,


dotada de utilidade para algum objetivo de uso humano;

RESERVATÓRIO DE BARRAMENTO: todo volume disponível para reservação de água a partir da


seção imediatamente a montante de um barramento, constituído de área superficial com respectivas
alturas, podendo ser descrito por curvas cota-volume e cota-área;

RETIFICAÇÃO: obra ou serviço que tenha por objetivo alterar, total ou parcialmente, diminuindo o
comprimento do traçado ou percurso original de um curso d'água;

REVERSÃO DE BACIA: captação de água de um curso d'água e derivada para um curso d'água
pertencente a outra bacia hidrográfica;

SUBSTÂNCIA MINERAL DE CLASSE II: os minérios de emprego imediato na construção civil;


compreendendo: areias, cascalhos, argilas e calcário dolomítico;

70
TANQUE: espaço escavado no terreno, com cotas do fundo abaixo das cotas da superfície, fora do
álveo de curso d'água, com a finalidade de armazenar água;

TAMPONAMENTO: procedimento de preenchimento do poço para desativação definitiva;

TRAVESSIA: toda construção cujo eixo principal longitudinal esteja contido num plano que
intercepte curso d'água ou lago e respectivos terrenos marginais, sem a formação de reservatório de
água a montante, com o objetivo único de permitir a passagem de uma margem à outra.

5. PROCEDIMENTOS GERAIS
a) O requerente deve apresentar a documentação relacionada no item 6 para obtenção da DVI que
demandem a utilização ou interferência dos recursos hídricos;
b) A documentação de que trata a alínea “a”, deve ser protocolada nas Diretorias de Bacia onde
haverá o uso ou interferência, conforme as disposições desta IT-DPO, ou por meio de outro sistema
que venha a ser instituído pelo DAEE;
c) As taxas correspondentes à análise para obtenção da DVI encontram-se discriminadas no Anexo
8-C desta IT-DPO;
d) As entidades declaradas de utilidade pública e sem fins lucrativos, terão as taxas cobradas pela
metade de seu valor;
e) O requerente poderá solicitar a alteração de CNPJ e Razão Social constantes da DVI obtida,
mediante comunicação ao DAEE, por meio do Anexo 8-B desta IT-DPO, adequadamente
preenchido, com seus respectivos documentos complementares, cuja Diretoria de Bacia onde se
instalará o uso ou a interferência, providenciará a retificação;
f) O requerente poderá desistir da solicitação, mediante comunicação ao DAEE, cuja Diretoria de
Bacia onde se instalaria o uso ou a interferência, providenciará o indeferimento;
g) Todos os estudos desenvolvidos para a implantação do empreendimento relacionados com os
usos e interferências em recursos hídricos devem ter como responsável técnico um profissional,
uma empresa ou uma instituição habilitada para a sua execução, obrigando- se o usuário a manter
em seu poder o respectivo documento de responsabilidade técnica, bem como toda documentação
produzida, apresentando ao DAEE durante fiscalizações ou quando solicitado.
h) Nos casos de aproveitamentos hidrelétricos (Usina Hidrelétrica de Energia – UHE; Pequena
Central Hidrelétrica - PCH e Central Geradora Hidrelétrica - CGH), deverá observar a Instrução
Técnica DPO nº 12.
i) Ficam dispensados da obtenção da DVI, conforme estabelecido na alínea “e”, do §5º do art. 21
da Portaria DAEE nº 1630/2017, os empreendimentos cujo volume diário de irrigação não seja

71
superior a 70 m³.
j) Nos casos de irrigação, será considerado como empreendimento, a instalação dos respectivos
sistemas hidráulicos necessários para a efetivação da irrigação de culturas.

6. DOCUMENTOS EXIGIDOS
6.1. Requerimento para obtenção da DVI, quanto aos usos e interferências em recursos hídricos
(Anexo 8-A), previstos no empreendimento, integralmente preenchido, com seus respectivos
documentos complementares.
6.2. O DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação complementar àquela
estabelecida na presente IT-DPO, inclusive por ocasião de vistoria ou de fiscalização.

7. DA EMISSÃO DAS DECLARAÇÕES SOBRE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE


EMPREENDIMENTO
7.1. Ao concluir a análise da solicitação, o DAEE emitirá, se aprová-la, o instrumento denominado
“Declaração sobre Viabilidade de Implantação de Empreendimento – DVI”; ou, se rejeitá-la, o
"Informe de Indeferimento".
7.2. A DVI terá prazo de vigência não superior a 1 (um) ano, após cujo decurso, sem outra
manifestação do interessado, o uso ou interferência, quando couber, não mais será considerado no
conjunto da análise de solicitações de outros requerentes.
7.3. Novos usos e interferências, ou a alteração dos existentes, decorrentes da ampliação de
empreendimentos já instalados, implicam a necessidade de obtenção de nova DVI, para essa
ampliação.
7.4. A instalação de novas interferências ou de novos usos, para a substituição de fontes de
abastecimento, que não configurem ampliação dos empreendimentos já instalados, não exigem nova
DVI, cabendo ao usuário a obtenção da sua outorga ou cadastro.
7.5. O usuário deve contemplar no requerimento de DVI todos os usos e interferências em recursos
hídricos que ocorrerão durante as diversas fases de implantação do empreendimento, e cujas
respectivas outorgas devem ser obtidas antes de cada utilização ou da execução de cada
interferência nos recursos hídricos.
7.6. Expirado o prazo de vigência da DVI, e mantido o interesse na implantação do
empreendimento correspondente, o interessado deve requerer nova declaração.
7.7. Havendo desistência da implantação do empreendimento no prazo inferior a 1 (um) ano, o
interessado deve comunicar ao DAEE, por escrito.
7.8. A DVI não confere ao seu titular o direito de uso ou de interferência, que deve ser previamente
requerido conforme demais Instruções Técnicas do DAEE.

72
7.9. O DAEE reserva-se ao direito de fiscalizar ou mandar fiscalizar quaisquer das etapas da
implantação do empreendimento.

8. DISPOSIÇÕES FINAIS
8.1. Esta IT-DPO revoga a IT-DPO n° 01 de 30/07/2007, atualizada em 25/02/2014 e a IT-DPO nº
03 de 30/07/2007.
8.2. Esta IT-DPO entra em vigor a partir de 1° de julho de 2017.

73
Instrução Técnica DPO Nº 08 Anexo 8-A

Requerimento para obtenção de Declaração sobre Viabilidade de Implantação de Empreendimento


(DVI) quanto aos usos e interferências em recursos hídricos

Senhor(a) Diretor(a) da Diretoria da Bacia do , do DAEE:

Eu, , ao final qualificado,


proprietário/representante legal do empreendimento abaixo descrito, venho requerer a Vossa
Senhoria a emissão de Declaração (DVI), nos termos da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de
2017, sobre a viabilidade de implantação desse empreendimento sob os aspectos relacionados com
os usos e as interferências em recursos hídricos que nele se pretende implantar, que são descritos a
seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
1. Endereço:
2. O que será produzido:
3. Descrever quais são os objetivos (finalidades) dos usos (captações superficiais e subterrâneas e
lançamentos) e das interferências (canalizações, travessias, barragens e extrações de minérios),
novos ou existentes, que serão necessários para o funcionamento do empreendimento:
4. Qual o período de funcionamento do empreendimento (meses/ano, dias/mês, h/dia):
5. Indicar se haverá variações sazonais no uso de recursos hídricos e como elas ocorrerão:

DESCRIÇÃO DOS USOS


Para cada uso, indicar:
1. Nome do curso d’água:
2. Coordenadas Geográficas -Datum SIRGAS 2000(Graus, Minutos e Segundos):
74
3. Finalidade (conforme IT-DPO nº 09 ou IT-DPO nº 10):
4. Vazão máxima instantânea: m³/h;
5. Volume diário máximo: m³;
6. Período diário de utilização: h/dia;
7. Período mensal de utilização: dias/mês;
8. Preencher o quadro abaixo se houver sazonalidade:

Uso diário máximo Uso mensal Vazão máxima


Período (meses) Volume Período Período instantânea

m³ h/dia dias/mês m³/h

Para uso de água subterrânea, informar, também:


1. Aquífero que pretende explotar:
2. Tipo de poço (tubular profundo, cacimba/cisterna, ponteira):
3. Profundidade esperada do poço:

DESCRIÇÃO DAS INTERFERÊNCIAS


Para cada interferência, indicar:

 Barramento
1. Nome do curso d’água:
2. Coordenadas Geográficas -Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) do eixo do
maciço no ponto sobre o curso d’água:
3. Finalidade (conforme IT-DPO nº 09):
4. Comprimento e largura da crista e altura máxima do maciço:
5. Volume útil a ser armazenado:
6. Área máxima de inundação:
7. Vazão regularizada:
8. Período de Retorno a ser adotado para cálculo da cheia de projeto:

75
 Canalização (Obs.: as informações abaixo devem ser fornecidas por trecho de canalização com
as mesmas características)
1. Nome do curso d’água:
2. Coordenadas Geográficas -Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos)da seção de
montante:
3. Coordenadas Geográficas -Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos)da seção de
jusante:
4. Finalidade(conforme IT-DPO nº 09):
5. Extensão:
6. Revestimento do leito:
7. Período de Retorno a ser adotado para cálculo da cheia de projeto:
8. Forma da seção transversal:

 Travessia
1. Nome do curso d’água:
2. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) do eixo
longitudinal no ponto sobre o curso d’água:
3. Finalidade (conforme IT-DPO nº 09):
4. Classificação (aérea, intermediária ou subterrânea):
5. Tipo da travessia (ponte, maciço com bueiro, duto, túneis, etc.):
6. Tipo de estrutura de suporte para travessia de dutos (ponte, treliça, aterro de bueiro etc):
7. Período de Retorno a ser adotado para cálculo da cheia de projeto:

 Extração de Minérios de Classe II


1. Nome do curso d’água:
2. Tipo de Minério:
3. Coordenadas Geográficas -Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
montante:
4. Coordenadas Geográficas -Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
jusante:
5. Extensão do trecho (m):
6. Produção mensal de minério (m³):
7. Profundidade média da escavação (m):
8. Largura média do curso d’água no trecho (m):
9. Número do Processo DNPM:
76
 Desassoreamento:
1. Nome do curso d’água:
2. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
montante:
3. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
jusante:
4. Extensão do trecho (m):

 Proteção de Álveo: (Obs.: as informações abaixo devem ser fornecidas por trecho com as
mesmas características)
1. Nome do curso d’água:
2. Situação da Proteção de Álveo (nova ou existente):
3. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
montante:
4. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
jusante:
5. Extensão (m):
6. Largura média do canal no trecho (m):

Declaro, estar ciente de que o DAEE poderá solicitar, para análise do pedido ora formulado, dados e
informações complementares, os quais serão fornecidos no prazo e nas condições estabelecidos pelo
DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento; bem como conhecer as legislações
ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais, e que todos os estudos, projetos e
obras relacionados com os usos e interferências em recursos hídricos previstos no empreendimento
serão executados sob responsabilidade técnica de profissional devidamente habilitado, sendo que os
documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização, ou quando solicitados.
Declaro estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do endereço de
correio eletrônico informado acima.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal, que todas as
informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as exigências
estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento.

77
, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:

 Comprovante de recolhimento da taxa de análise.


 Documentos exigidos na IT-DPO nº 12, para os casos de UHE, PCH e CGH.
ATUALIZADO: 02/04/2018

78
Instrução Técnica DPO Nº 08 Anexo 8-B

Requerimento de Retificação de Dados da Declaração sobre Viabilidade de Implantação de


Empreendimento - DVI

Senhor(a) Diretor de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, solicito a retificação de dados administrativos da DVI nº ____
de / / (reti-ratificada em / / , se houver), conforme abaixo discriminado.

Alterações requeridas (informar novos dados, quando houver):


 Alteração de CNPJ:
 Alteração de razão social:

Declaro, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais, e suas
regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que os demais dados e informações constantes da DVI acima referida permanecem inalterados;
3. Possuir ata da reunião de alteração ou o contrato que viabilizou a alteração, registrado na Junta
Comercial;
4. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do endereço do
correio eletrônico informado abaixo;
5. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:

79
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise.

80
Instrução Técnica DPO Nº 08 Anexo 8-C

TABELA DE TAXAS PARA ANÁLISE SOBRE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE


EMPREENDIMENTOS

1) Declaração sobre Viabilidade de Implantação de Empreendimentos UFESP

1) abastecimento público ............................................................................................... 60


2) unidades industriais isoladas....................................................................................... 60
3) distritos e polos industriais ........................................................................................ 100
4) loteamentos, conjuntos habitacionais e condomínios ................................................ 20
5) sistemas coletivos de irrigação .................................................................................. 25
6) sistemas individuais de irrigação ............................................................................... 10
7) extração de minérios de classe II ............................................................................... 20
8) empreendimentos comerciais e prestação de serviços (shopping centers, postos
de gasolina, hotéis, clubes, hospitais, etc.) ................................................................ 20
9) aquicultura e dessedentação de animais .................................................................... 5
10) empreendimento produtor de água de reúso.............................................................. 40
11) geração hidrelétrica (UHE, PCH e CGH) ................................................................. 200
12) outros empreendimentos.......................................................................................... 5
13) retificação e segunda via de DVI ............................................................................... 1

81
INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO Nº 09, DE 30/05/2017
Atualizada em 02/04/2018

OBSERVAÇÃO: Os anexos A, B, D e M não contemplam mais esta instrução técnica, pois os


serviços a que se referem estes anexos estão disponíveis digitalmente no SOE (Sistema de
Outorga Eletrônica) do DAEE.

1. OBJETIVO
Esta Instrução Técnica DPO (IT-DPO) tem por objetivo complementar a Portaria DAEE nº 1.630, de
30 de maio de 2017, estabelecendo as condições administrativas e técnicas mínimas a serem
observadas para a obtenção de outorgas de direito de uso (captações e lançamentos) e de
interferência (obras e serviços) em recursos hídricos superficiais, sua dispensa ou cadastro, sob a
jurisdição, a qualquer título, do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE.

2. REFERÊNCIAS
Todos os estudos e projetos devem ser desenvolvidos em estrita concordância com o Código de
Águas - Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, e legislação subsequente, destacadamente as
leis, estadual paulista, nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, e, federal, nº 9.433, de 9 de janeiro de
1997, e seus regulamentos. Da mesma forma, devem ser observadas as demais leis e regulamentos
emanados dos poderes federal e estadual, pertinentes ao uso dos recursos hídricos, destacadamente
a Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO
Esta IT-DPO aplica-se ao uso de recursos hídricos superficiais, para qualquer finalidade; à execução
de obras e serviços que interfiram nos recursos hídricos superficiais; bem como à regularização dos
usos e das obras, existentes, referentes a recursos hídricos superficiais.

4. DEFINIÇÕES
Para efeito desta IT-DPO, são adotadas as definições complementares na Portaria DAEE nº 1630,
de 30 de maio de 2017 e IT-DPO nº 08.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS USOS E INTERFERÊNCIAS


Para efeito desta IT-DPO, os usos dos recursos hídricos sujeitos à outorga ou sua dispensa junto ao
DAEE, serão classificados como:

82
5.1.CAPTAÇÕES DE ÁGUAS SUPERFICIAIS
5.1.1. Classificam-se, conforme sua finalidade, em:
a) Industrial: uso em empreendimentos industriais, nos seus sistemas de processo, refrigeração, uso
sanitário, combate a incêndios e outros.
b) Urbano: toda água captada que vise, predominantemente, ao consumo humano em núcleos
urbanos (sede, distrito, bairro, vila, loteamento, condomínio etc.).
c) Irrigação: uso em irrigação de culturas agrícolas.
d) Rural: uso em atividade rural, como aquicultura e dessedentação de animais, exceto a irrigação;
e) Mineração: toda água utilizada em processos de mineração por meio de desmonte hidráulico ou
para lavagem de material minerado, incluindo uso sanitário.
f) Geração de energia: toda a água utilizada para geração de energia, em hidroelétricas,
termoelétricas e outras do gênero;
g) Recreação e Paisagismo: uso em atividades de recreação, tais como esportes náuticos e pescaria;
bem como para composição paisagística de propriedades (lago, chafariz etc.).
h) Comércio e Serviços: uso em empreendimentos comerciais e de prestação de serviços (shopping
center, posto de gasolina, hotel, clube, hospital etc.), para o desenvolvimento de suas atividades
incluindo o uso sanitário.
i) Doméstico: uso sanitário em residências, urbano ou rural, incluindo consumo humano;
j) Outros: uso em atividades que não se enquadram nas acima discriminadas.

5.1.2. Quando a captação visar a usos múltiplos da água, para fins da Portaria de Outorga deve-se
classificá-la segundo o uso que demandar maior volume diário.

5.2. LANÇAMENTOS DE ÁGUAS SUPERFICIAIS


Serão classificados pela finalidade da captação que lhe deu origem, devendo-se adotar a mesma
nomenclatura dada no item 5.1.1. desta IT-DPO.

5.3. OBRAS HIDRÁULICAS


5.3.1. Barramentos
Classificam-se conforme a finalidade do reservatório a ser formado, que pode ser única ou múltipla,
conforme segue:
a) regularização de nível de água a montante;
b) controle de cheias;
c) regularização de vazões;
d) recreação e paisagismo;

83
e) geração de energia;
f) aquicultura;
g) outros.

5.3.2. Canalizações e Proteções de Álveo


Classificam-se, conforme sua finalidade, que pode ser única ou múltipla, em:
a) combate a inundações;
b) controle de erosão;
c) adequação urbanística;
d) adequação para obras de saneamento;
e) adequação de sistemas viários;
f) outros.

5.3.3. Travessias Classificam-se em:


5.3.3.1. Aéreas: quando a via ou estrutura que permite a travessia situa-se acima do nível máximo
de cheia de projeto do curso d’água, podendo ser:
a) Pontes e bueiros: rodoviárias, ferroviárias, rodoferroviárias, passarelas para pedestres, suporte
para dutos e outros;
b) Dutos, com ou sem estruturas de suporte utilizados em saneamento (transporte de água e esgoto),
transporte de combustíveis (petróleo, gasolina, gás e outros), redes de TV a cabo e outras;
c) Outros.

5.3.3.2. Intermediárias: quando a estrutura que permite a travessia situa-se entre o fundo do álveo
e a superfície livre das águas para a cheia de projeto, constituindo-se de dutos para transporte de
água (adutoras) ou passagem de cabos.

5.3.3.3. Subterrâneas: quando a estrutura que permite a travessia situa-se abaixo do fundo do álveo,
podendo ser:
a) Dutos: utilizados em saneamento (transporte de água e esgoto), transporte de combustíveis
(petróleo, gasolina, gás e outros), redes de TV a cabo e outras;
b) Túneis: rodoviários, ferroviários, rodoferroviárias e outros.
c) Outras.

5.4. SERVIÇOS
5.4.1. Desassoreamento;

84
5.4.2. Proteção de álveo;
5.4.3. Extração de minérios de Classe II.

6. PROCEDIMENTOS GERAIS PARA OBTENÇÃO DE OUTORGA


a) O requerente deve apresentar a documentação relacionada nos itens 6.1. e 6.2. desta IT- DPO
para obtenção de concessão ou autorização de direito de uso ou de interferência em recursos
hídricos, para qualquer finalidade, bem como para a regularização dos usos e interferências já
existentes, nos termos da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
b) A documentação de que trata a alínea “a” deve ser apresentada:
b.1. por meio do protocolo dos anexos específicos desta IT-DPO, nas Diretorias de Bacia
correspondentes, para as solicitações relativas a interferências, exceto nos casos de barramentos;
b.2. por meio do Sistema de Outorga Eletrônica – SOE, disponibilizado no sítio do DAEE na
Internet: www.daee.sp.gov.br, no item “Outorgas”, para as solicitações relativas a usos e
barramentos.
c) A outorga poderá ser concedida de forma coletiva para grupos de usuários de uma determinada
sub bacia hidrográfica ou trecho de rio, organizados em associações ou cooperativas;
d) As taxas correspondentes às análises relativas a usos superficiais e interferências encontram-se
discriminadas no Anexo 9-O desta IT-DPO;
e) As entidades declaradas de utilidade pública e sem fins lucrativos, terão as taxas cobradas pela
metade de seu valor;
f) O requerente poderá desistir da solicitação de outorga, sua dispensa ou cadastro, mediante
comunicação ao DAEE, cuja Diretoria de Bacia onde haveria uso ou interferência, providenciará o
indeferimento. Nos casos de regularização, a desistência implicará a imediata desativação dos usos
e interferências existentes, exceto quando o requerente não for o proprietário do imóvel, conforme o
item 10 desta IT-DPO.
g) Todos os estudos hidrológicos e hidráulicos, projetos e obras necessários aos usos e
interferências em recursos hídricos, devem ter como responsável técnico um profissional, uma
empresa ou uma instituição habilitada para a sua execução, obrigando-se o usuário a manter em seu
poder, o respectivo documento de responsabilidade técnica, bem como toda documentação
produzida, apresentando ao DAEE durante fiscalizações ou quando solicitado.
h) O DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação complementar àquela
estabelecida na presente IT-DPO, inclusive por ocasião de vistoria ou de fiscalização.
i) No caso de projetos menos complexos, o DAEE poderá, também a seu critério, dispensar
algumas das exigências desta IT-DPO.
j) O DAEE reserva-se ao direito de fiscalizar, ou mandar fiscalizar, qualquer das etapas das obras

85
necessárias aos usos e interferências em recursos hídricos.
k) Especificamente para barramentos, canalizações e travessias, a documentação constante do item
6.2. deve ser elaborada a partir de estudos e projetos desenvolvidos em conformidade com as
diretrizes preconizadas pela IT-DPO nº 11;
l) Somente serão emitidas outorgas para novas canalizações com seção transversal de contorno
fechado, com a apresentação de decreto de utilidade pública, além de apresentar autorização para
intervenção em Área de Preservação Permanente – APP, específica para canalização fechada e, se
cabível, Autorização para supressão de vegetação nativa, da CETESB;
m) Todos os sistemas de captação superficial devem ser dotados de hidrômetro, de acordo com
normas do DAEE, exceto para os casos previstos pelo § 1º do Art. 22 da Portaria DAEE nº 1.630, de
30 de maio de 2017 e § 1º do Art. 7º da Portaria DAEE nº 1.631, de de 30 de maio de 2017. As
outorgas ou suas dispensas, para novas captações e a regularização de captações existentes poderão
estabelecer prazo para a instalação dos dispositivos de medição, conforme inciso II do Art. 19 da
referida portaria;
n) O usuário deve efetuar as leituras do hidrômetro e declará-las periodicamente, de acordo com
regulamentação específica do DAEE, mantendo os registros em seu poder, para apresentação
quando solicitado.
o) As outorgas, ou suas dispensas para novos lançamentos e a regularização de lançamentos
existentes poderão estabelecer prazo para execução de estruturas de dissipação de energia ou de
dispositivos de proteção contra erosão, conforme item V do art. 19 da Portaria DAEE n° 1.630, de 30
de maio de 2017;

6.1.DOCUMENTOS PARA OBTENÇÃO DE OUTORGA DE DIREITO DE USO NOS


RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS
O requerente deverá formalizar sua solicitação por meio do SOE, no qual deverá anexar, quando
couber, os arquivos digitais contendo:
I - Fluxograma de uso da água para empreendimentos que possuam:
a) Mais de uma captação ou fonte de abastecimento com as seguintes finalidades:
a.1. Industrial;
a.2. Urbano;
a.3. Comércio e Serviços.
b) Reversão de bacia, para qualquer finalidade.

Observação: O fluxograma de uso da água deve ser estruturado da seguinte forma:


1) Informar todas as fontes de abastecimento (poços, corpos hídricos superficiais, rede pública

86
terceiros, etc), as quais devem ser individualizadas com os respectivos volumes (m³) diários
captados;
2) A partir das captações, o fluxograma deve ser setorizado, discriminando o volume (m³)
diário utilizado em cada setor;
3) Por último, deve ser indicado o local do lançamento de efluentes (rede pública, corpo hídrico,
fossa séptica, etc), o volume (m³) lançado diariamente. Para estimar o volume lançado, deve-
se considerar as perdas.
II – Relatório fotográfico comprovando a instalação de dispositivo registrador de volumes, se já
existir, para os casos de regularização de captações superficiais existentes;
III - Relatório fotográfico comprovando a instalação de estrutura de dissipação de energia ou
dispositivo de proteção contra erosão, se já existir, para os casos de regularização de lançamentos
existentes;
IV – Informações complementares constante da Instrução Técnica DPO nº 13 para os casos de
lançamento de ETE de Produtor de Água de Reúso;
V - Parecer Técnico favorável emitido pela CETESB, para os casos de lançamentos superficiais em
corpo hídrico provenientes de poços de remediação.

6.2.DOCUMENTOS PARA OBTENÇÃO DE OUTORGA DE DIREITO DE INTERFERÊNCIA


NOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

6.2.1. Requerimento próprio para cada caso, Anexos 9-C, 9-E e 9-G, integralmente preenchido,
com seus respectivos documentos complementares, exceto para o caso de barramento, a saber:

6.2.1.1 – Travessia:
I) Representação gráfica da seção transversal do corpo hídrico com e sem a travessia, devidamente
cotada;
II) Planta de locação geral das obras;
III) Comprovante de recolhimento da taxa de análise.

6.2.1.2 – Canalização:
I) Planta de locação geral das obras e estruturas hidráulicas especiais (degraus, transições, dissipação
de energia etc.);
II) Autorização para intervenção em Área de Preservação Permanente – APP, específica para
canalização fechada e, se cabível, Autorização para supressão de vegetação nativa, da CETESB,
no caso de nova canalização com seção de contorno fechado;

87
III) Decreto de utilidade pública, para o caso de nova canalização com seção de contorno fechado;
IV) Comprovante de recolhimento da taxa de análise.

6.2.1.3 - Extração de minérios de classe II:


I) Plantas e perfis do trecho do curso d'água onde ocorrerão os serviços;
II) Comprovante de recolhimento da taxa de análise.

6.2.2. Para os casos de barramentos, o requerente deverá formalizar sua solicitação por meio do
SOE, no qual deverá anexar arquivo digital contendo planta de locação geral das obras (maciço e
estruturas hidráulicas) e do reservatório.

7. DAS EMISSÕES DE OUTORGAS

7.1.Para uso dos recursos hídricos:


7.1.1. Ao concluir a análise da solicitação, o DAEE emitirá, se aprová-la, a Portaria de
“Autorização” do direito de uso de recursos hídricos, para usuários privados, ou de “Concessão”, no
caso de utilidade pública ou se rejeitá-la, o "Informe de Indeferimento".
7.1.2. Todas as outorgas referentes a novos usos superficiais conterão condicionantes, tendo em
vista a necessidade de se comprovar, dentre outras condições que forem impostas pelo DAEE:
a) A instalação de hidrômetro, de acordo com normas do DAEE, para captações, exceto para os
casos previstos pelo § 1º do Art. 22 da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
b) A execução das estruturas de dissipação de energia ou dispositivos de proteção contra erosão,
para lançamentos superficiais em corpo hídrico.
7.2. Para obras que interfiram com os recursos hídricos superficiais e serviços de extração de
minérios de classe II:
Ao concluir a análise da solicitação, o DAEE emitirá, se aprová-la, a Portaria de “Autorização”,
para execução da obra ou serviço ou se rejeitá-la, o "Informe de Indeferimento".

8. DAS RENOVAÇÕES DE OUTORGA


8.1.Quando pretender a renovação de uma outorga de captação superficial, lançamento superficial ou
Barramento, não havendo alteração em relação às condições vigentes, o interessado deverá
formalizar sua solicitação por meio do SOE, no qual deverá anexar, quando couber, os arquivos
digitais contendo:
I - Relatório fotográfico comprovando a instalação de equipamento registrador de volumes, nos
casos de captações de águas superficiais;

88
II - Relatório fotográfico comprovando a instalação estrutura de dissipação de energia ou
dispositivos de proteção contra erosão, no caso de lançamento superficiais;

8.2.Quando pretender a renovação de uma outorga de travessia, canalização ou extração de minério


classe II, não havendo alteração em relação às condições vigentes, o interessado deverá apresentar
requerimento conforme o Anexo 9-I desta IT-DPO, devidamente preenchido, com comprovante de
recolhimento da taxa de análise.

8.3.Usos ou interferências em recursos hídricos não contemplados em Portaria de Outorga vigente,


serão considerados novos, devendo o interessado proceder de acordo com o disposto nesta IT- DPO.

9. DAS ALTERAÇÕES TÉCNICAS E ADMINISTRATIVAS DA OUTORGA


9.1.Para requerer a ampliação do volume diário captado ou lançado, em relação à outorga de direito
de uso vigente, o usuário deve proceder conforme disposições da IT-DPO nº 08.

9.2.Para redução do volume diário captado ou lançado, o usuário deve solicitar a retificação da
Portaria de Outorga correspondente, por meio do SOE.

9.3.Caso a solicitação de retificação da Portaria de Outorga seja decorrente da implantação de


produção de água de reúso, deverá observar a Instrução Técnica DPO nº 13.

9.4.Para alteração de dados administrativos do detentor das outorgas de direito de uso, como
alteração do CNPJ ou razão social do usuário outorgado, sem que haja aumento de vazões, alteração
de finalidade do uso da água ou quaisquer outras condições técnicas da outorga em vigor, o usuário
deve oficializar solicitação de retificação da outorga, ao DAEE, por meio do Anexo 9-K desta IT-
DPO ou SOE, conforme alíneas ”b.1” e “b.2” do item 6 desta IT-DPO, na qual deverá anexar o
comprovante de recolhimento da taxa de análise, quando couber.

10.DAS DESISTÊNCIAS E TRANSFERÊNCIAS DE USOS OU INTERFERÊNCIAS


10.1. A revogação da portaria de outorga ou da dispensa de outorga por iniciativa do DAEE,
conforme previsto nos itens I e II do Art. 30 da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017,
implicará a desativação de usos ou de interferências em recursos hídricos, após a notificação pelo
DAEE. Feita a desativação, o usuário deve proceder conforme descrito no item 10.3.

10.2. A desistência dos usos ou interferências outorgadas, por iniciativa do usuário, conforme

89
previsto no item III do Art. 30 da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017, implicará na sua
desativação. Feita a desativação, o usuário deve proceder conforme descrito no item 10.3 desta IT-
DPO e posteriormente o DAEE providenciará a revogação da outorga.

10.3. Após providenciar a desativação de usos ou interferências, o usuário deve comunicá-la ao


DAEE por meio da Declaração de Desistência, através do Anexo 9-J desta IT-DPO ou SOE,
conforme alíneas “b.1” e “b.2” do item 6 desta IT-DPO, na qual deve anexar o relatório fotográfico da
desativação do(s) uso(s) ou interferência(s) e respectivo comprovante de recolhimento da taxa de
análise, quando couber.

10.4. Quando não houver interesse na regularização de usos e interferências existentes, deve ser
providenciada sua desativação. Feita a desativação, o usuário deve comunicá-la ao DAEE por meio da
Declaração de Desistência, através do Anexo 9-J desta IT-DPO, devidamente preenchido, com
relatório fotográfico da desativação do(s) uso(s) ou interferência(s) e respectivo comprovante de
recolhimento da taxa de análise.

10.5. A desativação de uso se caracteriza pela remoção dos equipamentos e das estruturas das
captações e dos lançamentos. A desativação de interferência se caracteriza pela remoção das
estruturas de obras hidráulicas. Em ambos, o usuário deve repor os recursos hídricos no seu antigo
estado. Nos casos em que a complexidade das estruturas mencionadas justifique, sua permanência
poderá ser autorizada pelo Diretor de Bacia, mediante solicitação expressa do usuário.

10.6. A desativação mencionada no item 10.2 desta Instrução será dispensada no caso da existência
de novo interessado no uso ou interferência, devidamente indicado pelo usuário por meio do Anexo 9-
J desta IT-DPO ou SOE. Além disso, o usuário deverá anexar o Anexo 9-N (requerimento de
transferência de outorga), preenchido pelo novo interessado, com respectivo comprovante de
recolhimento da taxa de análise.

10.7. A solicitação da transferência de outorga, por meio do Anexo 9-N, é aplicável nos casos de
compra e venda, locação ou cessão do empreendimento e desde que não haja alteração das
características técnicas do uso ou interferência, sendo que se houver alteração deve ser requerida
nova outorga.

10.8. A validade da outorga transferida será coincidente à da portaria original. Caso o novo
interessado deseje prazo de validade superior a esse, deverá requerer a respectiva outorga, nos

90
termos da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017.

10.9. Nos casos de transferência de dispensa de outorga para serviços (Desassoreamento ou


Proteção de Álveo), o usuário deverá informar ao DAEE, por escrito, a desistência da interferência e
indicar o novo interessado em receber a transferência da declaração de dispensa de outorga.
Também deverá anexar o anexo 9-F ou 9-H, desta IT-DPO, preenchido pelo novo interessado,
acompanhado com respectivo comprovante de recolhimento da taxa de análise.

11.DOS USOS E INTERFERÊNCIAS DISPENSADOS DE OUTORGA


11.1. USOS
Ficam dispensadas de outorga as captações de águas superficiais e os lançamentos previstos pela
Portaria DAEE nº 1.631, de 30 de maio de 2017 e suas atualizações; cuja classificação, quanto às
finalidades, é a mesma definida pelo item 5.1.1 desta IT-DPO, devendo o requerente formalizar sua
solicitação por meio do SOE.

11.2. INTERFERÊNCIAS
11.2.1. OBRAS HIDRÁULICAS
a) Ficam dispensados de outorga os barramentos previstos pela Portaria DAEE nº 1.631, de 30 de
maio de 2017 e suas atualizações, cuja classificação, quanto às finalidades, é a mesma definida
pelo item 5.3.1.;
b) Ficam dispensados de outorga as travessias previstas pela Portaria DAEE nº 1.632, de 30 de maio
de 2017 ou suas atualizações, cuja classificação é a mesma definida pelo item 5.3.3;
c) Ficam dispensadas de outorga as canalizações de curso d’água com seção transversal de contorno
fechado, construídas até 01/07/2017, mediante apresentação do Anexo 9-L desta IT-DPO,
integralmente preenchido, com seus documentos complementares:
c.1) Planta do trecho canalizado;
c.2) Comprovante de recolhimento de taxa de análise.

11.2.2. SERVIÇOS
a) Ficam dispensados de outorga, os serviços de desassoreamento de curso d’água e de proteção de
álveo, mediante apresentação dos Anexos 9-F e 9-H desta IT-DPO, respectivamente, integralmente
preenchidos, com seus documentos complementares:
a.1) Planta do trecho do curso d'água onde ocorrerão os serviços; a.2) Memorial sucinto descritivo
dos serviços;
a.3) Comprovante de recolhimento da taxa de análise.

91
12.DOS USOS SUJEITOS A CADASTRO
Ficam sujeitas somente ao cadastro as captações superficiais, em fontes (nascentes), para envase de
águas potáveis de mesa, minerais ou fins balneários, por meio do SOE, ficando dispensados do
requerimento da DVI.

13.DISPOSIÇÕES FINAIS
13.1. Os requerimentos dos anexos 9-A, 9-B, 9-D e 9-M, constante na versão anterior desta IT-
DPO, foram extintos em função do início de operação do SOE em 09/03/2018.
13.2. Esta IT-DPO entra em vigor a partir de 1° de julho de 2017.

92
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-C

Requerimento de Outorga de Direito de Interferência de Recursos Hídricos para


Travessia

Senhor(a) Superintendente do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria a outorga de direito de
interferência em recursos hídricos, por meio de travessia de curso d’água, cujas informações são
descritas a seguir:

DADOS DO INTERESSADO/REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS DA TRAVESSIA
1. Situação da travessia (nova ou existente):
2. Nome do curso d’água:
3. Endereço:
4. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) do eixo
longitudinal no ponto sobre o curso d’água:
5. Classificação: (aérea ou intermediária):
6. Finalidade:
7. Tipo da estrutura (ponte, maciço com bueiro, treliça, duto etc.):
8. Período de Retorno de cálculo da cheia de projeto:
9. Lâmina d’água máxima (m), a montante da travessia, nas situações antes e após a execução
da travessia:
10. Tipo do dissipador de energia a jusante da travessia, se for necessária sua execução:

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
93
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.
Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:
1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições,
destacadamente as obrigações discriminadas na Seção I, do Capítulo IV da Portaria DAEE
nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com a interferência, objeto deste
requerimento, são de responsabilidade técnica de profissional habilitado, sendo que os
documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização, ou quando
solicitados;
3. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) de implantação da interferência requerido;
4. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
5. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,


, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:
Documentos complementares que acompanham este requerimento:

 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;


 Representação gráfica da seção transversal do corpo hídrico com e sem a travessia,
devidamente cotada;
 Planta de locação geral das obras.
ATUALIZADO: 02/04/2018

94
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-E

Requerimento de Outorga de Direito de Interferência de Recursos Hídricos para


Canalização

Senhor(a) Superintendente do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria a outorga de direito de
interferência em recursos hídricos, por meio de canalização de curso d’água, cujas informações são
descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS DA CANALIZAÇÃO (Obs.: as informações abaixo devem ser fornecidas por trecho de
canalização com as mesmas características)
1. Situação da canalização (nova ou existente):
2. Nome do curso d’água:
3. Endereço:
4. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de montante:
5. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de jusante:
6. Finalidade:
7. Tipo da seção (aberta ou fechada):
8. Extensão (m):
9. Lâminas d’água (m) normal e crítica, com as respectivas velocidades médias de
escoamento (m/s):
10. Tipo de revestimento do álveo (fundo e margens):
11. Período de Retorno da cheia de projeto:
95
12. Forma da seção transversal:
13. Dimensões da seção (m):

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:

1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,


e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições,
destacadamente as obrigações discriminadas na Seção I, do Capítulo IV da Portaria DAEE
nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com a interferência, objeto deste
requerimento, são de responsabilidade técnica de profissional habilitado, sendo que os
documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização, ou quando
solicitados;
3. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) de implantação da interferência requerida;
4. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
5. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento.

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

96
Documentos complementares que acompanham este requerimento:

 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;


 Planta de locação geral das obras e estruturas hidráulicas especiais (degraus, transições,
dissipação de energia etc.);
 Autorização para intervenção em Área de Preservação Permanente – APP, específica para
canalização fechada e, se cabível, Autorização para supressão de vegetação nativa, da
CETESB, no caso de nova canalização com seção de contorno fechado;
 Decreto de utilidade pública, para o caso de nova canalização com seção de contorno fechado.
ATUALIZADO: 02/04/2018

97
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-F

Requerimento de Dispensa de Outorga para Interferência em Recursos Hídricos


Desassoreamento

Senhor(a) Diretor(a) de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria o cadastramento de
interferência em recursos hídricos, por meio da execução de serviços de desassoreamento de curso
d’água, cujas informações são descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

CARACTERÍSTICAS DO USO
1. Nome do curso d’água:
2. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de montante:
3. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de jusante:
4. Extensão do trecho (m):
5. Volume de sedimento a ser removido (m³):
6. Espessura média da camada de sedimentos (m):
7. Largura média do curso d’água no trecho (m):

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

98
Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:
1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com os serviços, objeto deste
requerimento, são de responsabilidade técnica de profissional habilitado, sendo que os
documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização, ou quando
solicitados;
3. Declaro que os serviços não implicarão alteração de traçado e regime de escoamento,
promovendo incremento não superior a 40% na área da seção transversal média do canal;
4. Que os serviços serão executados em perfeitas condições de estabilidade e segurança,
respondendo pelos danos causados ao meio ambiente e a terceiros em decorrência da
execução de tais serviços;
5. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) envolvidas com a execução dos serviços ora cadastrados;
6. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
7. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:
Documentos complementares que acompanham este requerimento:
 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;
 Planta do trecho do curso d'água onde ocorrerão os serviços;
 Memorial sucinto descritivo dos serviços.
ATUALIZADO: 02/04/2018

99
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-G

Requerimento de Outorga de Direito de Interferência de Recursos Hídricos para


Extração de Minérios

Senhor(a) Superintendente do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria a outorga de direito de
interferência em recursos hídricos, por meio da execução de serviços de extração de minérios, cujas
informações são descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

CARACTERÍSTICAS DO USO
1. Nome do curso d’água:
2. Situação da Extração de Minério (nova ou existente):
3. Tipo de Minério:
4. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de montante:
5. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de jusante:
6. Extensão do trecho (m):
7. Produção mensal de minério (m³):
8. Profundidade média da escavação (m):
9. Largura média do curso d’água no trecho (m):
10. Número do Processo DNPM:

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
100
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições,
destacadamente as obrigações discriminadas na Seção I, do Capítulo IV da Portaria DAEE
nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com os serviços, objeto deste
requerimento, são de responsabilidade técnica de profissional habilitado, sendo que os
documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização, ou quando
solicitados;
3. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) de implantação da interferência requerida;
4. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
5. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação;

Nestes termos, p. deferimento,

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;
 Plantas e perfis do trecho do curso d'água onde ocorrerão os serviços.
ATUALIZADO: 02/04/2018

101
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-H

Requerimento de Dispensa de Outorga para Interferência em Recursos Hídricos


Proteção de Álveo

Senhor(a) Diretor(a) de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria o cadastramento de
interferência em recursos hídricos, por meio da execução de obra (ou serviço) para proteção de
álveo de curso d’água, cujas informações são descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS DA OBRA DE PROTEÇÃO DE ÁLVEO (Obs.: as informações abaixo devem ser


fornecidas por trecho com as mesmas características)
1. Situação da Proteção de Álveo (nova ou existente):
2. Nome do curso d’água:
3. Endereço:
4. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de montante:
5. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção
de jusante:
6. Extensão (m):
7. Lâminas d’água máxima (m):
8. Tipo de revestimento do álveo (fundo e margens):
9. Período de Retorno da cheia de projeto:
10. Forma da seção transversal:
Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

102
Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:
1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com as atividades, objeto deste
requerimento, são de responsabilidade técnica de profissional habilitado, sendo que os
documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização, ou quando
solicitados;
3. Declaro que as obras (ou serviços) não implicarão alteração de traçado e regime de
escoamento e serão executadas em trecho com comprimento não superior a 10 (dez) vezes
a largura média do curso d’água, respeitado o limite de 100 (cem) metros;
4. Que ficam preservadas as condições de estabilidade e segurança das obras ou serviços,
respondendo pelos danos causados ao meio ambiente e a terceiros em decorrência da
execução de tais serviços;
5. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) envolvida(s) com a execução dos serviços ora cadastrados;
6. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
7. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação;

Nestes termos, p. deferimento.


, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:
Documentos complementares que acompanham este requerimento:
 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;
 Planta do trecho a ser protegido;
 Memorial sucinto descritivo dos serviços.
ATUALIZADO: 02/04/2018

103
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-I

Requerimento de Renovação de Outorga de Direito de Interferência em Recursos Hídricos

Senhor(a) Superintendente do DAEE:


Eu, , usuário (ou representante legal do usuário abaixo
descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria a renovação da outorga concedida
pela Portaria DAEE nº / de / / , (reti-ratificada em
/ / , se houver), cujas disposições foram integralmente atendidas, visando à permanência
da(s) interferência(s) em recursos hídricos, abaixo discriminado(s), nas mesmas condições
inicialmente outorgadas:

DADOS DO USUÁRIO
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DISCRIMINAÇÃO DA(S) INTERFERÊNCIA(S)


Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000
INTERFERÊNCIA
(Graus, Minutos e Segundos)
(Travessia)
Latitude Longitude

Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000


INTERFERÊNCIA (Graus, Minutos e Segundos)
(Canalização / Extração de Seção de montante Seção de jusante
Minérios) Latitude Longitude Latitude Longitude

Obs.: Interferências com prazo expirado, constantes da Portaria em epígrafe, deverão ser
desativadas, ou regularizadas, conforme regulamentações específicas do DAEE.

104
Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições,
destacadamente as obrigações discriminadas na Seção I, do Capítulo IV da Portaria DAEE
nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
2. Que os dados e informações, bem como os compromissos assumidos quando da solicitação
da outorga constante da portaria acima referida permanecem inalterados;
3. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com o(s) uso(s) ou interferência(s),
objeto(s) deste requerimento, são de responsabilidade técnica de profissional habilitado,
sendo que os documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização,
ou quando solicitados;
4. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
5. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise.
ATUALIZADO: 02/04/2018

105
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-J

Declaração de Desistência de Uso ou de Interferência em Recursos Hídricos

Ao Departamento de Águas e Energia Elétrica:

Eu, , usuário (ou representante legal do usuário abaixo


descrito), ao final qualificado, declaro a desistência do(s) uso(s) ou interferência(s) em recursos
hídricos, abaixo discriminado(s).

DADOS DO USUÁRIO
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DISCRIMINAÇÃO DO(S) USO(S) OU INTERFERÊNCIA(S)


USO Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000
ITEM (Captação / Lançamento) (Graus,
Minutos e Segundos)
Latitude Longitude

INTERFERÊNCIA Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000


ITEM (Barramento / Travessia) (Graus,
Minutos e Segundos)
Latitude Longitude

Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000


ITEM INTERFERÊNCIA (Graus,
(Canalização / Extração de Minutos e Segundos)
Minério) Seção de montante Seção de jusante

106
Latitude Longitude Latitude Longitude

Caso os usos ou interferências acima discriminados tenham sido objeto de Portaria do DAEE,
informar o(s) respectivo(s) número(s):

Interferência(s) Número e Data da(s) Portaria(s)


/ , de / /

/ , de / /

Caso exista novo interessado no direto de uso ou interferência, informar:

Nome/Razão Social:
Identificação do item do(s) uso(s) ou interferência(s):
Contato disponível:

Declaro, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que as consequências da desistência, objeto desta declaração, serão decorrentes do
disposto na Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017 e seu regulamento;
3. Que obtive as autorizações pertinentes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
- CETESB;
4. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do endereço
do correio eletrônico informado acima;
5. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Solicito, nos termos da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017, a revogação da Portaria de
Outorga mencionada acima.

Nestes termos, p. deferimento,

107
, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham esta declaração:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;
 Relatório fotográfico da desativação do(s) uso(s) ou interferência(s).
ATUALIZADO: 02/04/2018

108
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-K

Requerimento de Retificação de Dados da Portaria de Outorga (Interferência em Recursos Hídricos


Superficiais)

Senhor(a) Superintendente do DAEE:

Eu, , usuário (ou representante legal do usuário abaixo


descrito), ao final qualificado, requeiro a retificação de dados da Portaria DAEE nº de
/ / (reti-ratificada em / / , se houver), conforme abaixo discriminado:

Alterações requeridas (informar novos dados, quando houver):


 Alteração de CNPJ:
 Alteração de razão social:

Justificativa:

Declaro, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que os demais dados e informações, bem como os compromissos assumidos quando da
solicitação da outorga constante da portaria acima referida permanecem inalterados;
3. Possuir ata da reunião de alteração ou o contrato que viabilizou a alteração, registrado na
Junta Comercial, para o caso de requerimento de alteração de razão social ou CNPJ;
4. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do endereço
do correio eletrônico informado abaixo;
5. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,


109
, de de

_____________________________________
(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise.
ATUALIZADO: 02/04/2018

110
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-L

Requerimento de Dispensa de Outorga para Interferência em Recursos Hídricos


Canalização com Seção Transversal de Contorno Fechado

Senhor(a) Diretor(a) de Bacia do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria o cadastramento de
interferência em recursos hídricos, decorrente da canalização de curso d’água com seção transversal
de contorno fechado, cujas informações são descritas a seguir:

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ:
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS DA CANALIZAÇÃO FECHADA EXISTENTE (Obs.: as informações abaixo devem ser


fornecidas por trecho com as mesmas características)
1. Data de conclusão da obra:
2. Nome do curso d’água:
3. Endereço:
4. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
montante:
5. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos) da seção de
jusante:
6. Extensão (m):
7. Material do revestimento do canal:
8. Forma da seção transversal:
9. Dimensões da seção transversal:

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
111
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.
Declaro, ainda, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:
1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com as atividades, objeto deste
requerimento, foram realizados sob responsabilidade técnica de profissional habilitado,
sendo que os documentos correlatos estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização,
ou quando solicitados;
3. Que as obras de implantação da canalização, objeto deste requerimento, foram concluídas
até de 1º de julho de 2017;
4. Que me responsabilizo pelas condições de estabilidade e segurança da canalização,
respondendo pelos danos causados ao meio ambiente e a terceiros;
5. Que obtive as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s) área(s)
envolvidas com a execução da canalização cadastrada;
6. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do correio
eletrônico informado acima;
7. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento.

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:
Documentos complementares que acompanham este requerimento:
 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;
 Planta do trecho canalizado.
ATUALIZADO: 02/04/2018

112
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-N

Requerimento de Transferência de Outorga


de Direito de Uso ou Interferência em Recursos Hídricos Superficiais

Senhor(a) Superintendente do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal do


requerente abaixo descrito), ao final qualificado, requeiro a transferência da outorga concedida a
, pela Portaria DAEE nº de / / , (reti-ratificada em / / , se houver), nas mesmas
condições inicialmente outorgadas, referente(s) ao(s) uso(s) e interferência(s) abaixo
discriminada(s):

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DISCRIMINAÇÃO DO(S) USO(S) OU INTERFERÊNCIA(S) A SER(EM) TRANSFERIDO(S)


USO Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000
(Captação / Lançamento) (Graus, Minutos e Segundos)
Latitude Longitude

INTERFERÊNCIA Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000


(Barramento / Travessia) (Graus, Minutos e Segundos)
Latitude Longitude

Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000


INTERFERÊNCIA (Graus, Minutos e Segundos)
(Canalização / Extração de Seção de montante Seção de jusante

113
Minérios) Latitude Longitude Latitude Longitude

Obs.: Demais usos ou interferências constantes da Portaria em epígrafe, não constantes deste
requerimento,
permanecerão sob a responsabilidade do usuário detentor da outorga original.

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e nas
condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.

Declaro, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto estaduais,
e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições,
destacadamente as obrigações discriminadas na Seção I, do Capítulo IV da Portaria DAEE
nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com o objeto deste requerimento, são
de responsabilidade técnica de profissional habilitado, sendo que os documentos correlatos
foram obtidos junto ao usuário detentor da outorga original e estarão à disposição do
DAEE, durante fiscalização, ou quando solicitados;
3. Que manterei inalterados os usos e as interferências objeto deste requerimento;
4. O compromisso, no caso de captações de água superficial, de manter e operar estações e
equipamentos hidrométricos, encaminhando os dados observados e medidos, na forma
preconizada nas normas de procedimentos estabelecidas pelo DAEE;
5. O compromisso, no caso de lançamento superficial, de manter estrutura de dissipação de
energia ou dispositivos de proteção contra erosão;
6. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s) da(s)
área(s) de implantação do(s) uso(s) ou interferência(s) requerido(s);
7. Estar ciente de que, para o caso de barramentos, o DAEE poderá requisitar documentos
complementares, especificamente para assuntos relacionados à Lei nº 12.334, de 20 de
setembro de 2010, que trata da Política Nacional de Segurança de Barragens;
8. Possuir, em meu nome, a documentação necessária expedida pelo Ministério de Minas e
Energia, para o caso de barramentos que tenham por finalidade a exploração de potencial
hidráulico;
9. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do endereço
114
do correio eletrônico informado acima;
10. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente as
exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise.
ATUALIZADO: 02/04/2018

115
Instrução Técnica DPO Nº 09 Anexo 9-O

TABELA DE TAXAS PARA ANÁLISE E EXPEDIÇÃO DE OUTORGAS

1) Captações de águas superficiais UFESP


1) uso industrial...................................................................................................... 20
2) uso urbano (abastecimento público) .................................................................. 20
3) uso em loteamento, conjunto habitacional e condomínio .................................. 20
4) uso em irrigação, por um agricultor.................................................................... 10
5) uso em irrigação por empresas, cooperativas, associações e outros .................. 20
6) uso rural ............................................................................................................. 5
7) uso em mineração .............................................................................................. 10
8) uso em empreendimentos comerciais e prestação de serviços (shopping
centers, postos de gasolina, hotéis, clubes, hospitais, etc.) .................................... 20
9) uso em geração de energia hidrelétrica (UHE, PCH, CGH) .............................. 40
10) outros usos ....................................................................................................... 5

2) Lançamento de efluentes
1) uso industrial ...................................................................................................... 20
2) uso urbano (abastecimento público) .................................................................. 20
3) uso em loteamento, conjunto habitacional e condomínio .................................. 20
4) uso rural ............................................................................................................. 5
5) uso em mineração .............................................................................................. 10
6) empreendimentos comerciais e prestação de serviços (shopping centers,
postos de gasolina, hotéis, clubes, hospitais, etc.) ................................................. 20
7) uso em geração de energia hidrelétrica (UHE, PCH, CGH) .............................. 40
8) outros usos ......................................................................................................... 5

3) Barramentos
1) controle de cheias e regularização de vazões..................................................... 40
2) em geração de energia hidrelétrica (UHE, PCH, CGH) .................................... 60
3) outros usos ......................................................................................................... 10

116
4) Canalizações e travessias.................................................................................. 10

5) Extração de minérios de classe II ................................................................... 5

6) Cadastros, retificações, desistências e transferências ................................... 1

7) Renovações de outorga .................................................................................... 2

8) Segunda via de outorga ................................................................................... 1

117
INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO Nº 10, DE 30/05/2017
Atualizada em 02/04/2018

1. OBJETIVOS
Esta Instrução Técnica DPO (IT-DPO) tem por objetivo complementar a Portaria DAEE nº 1.630,
de 30 de maio de 2017, estabelecendo as condições administrativas e técnicas mínimas a serem
observadas para:
a) obtenção de autorização de execução de poços tubulares;
b) obtenção de outorga de direito de uso de recursos hídricos subterrâneos, para novas captações
(incluindo ampliação), regularização de captações existentes e renovação de captações outorgadas;
c) obtenção de declaração de dispensa de outorga de captações de águas subterrâneas;
d) registro de captações de águas subterrâneas isentas de outorga;
e) cadastro da desativação temporária e definitiva de poços;
f) elaboração de estudos e projetos;
g) construção, desativação e operação de poços.

2. REFERÊNCIAS
2.1. Todos os estudos e projetos devem ser desenvolvidos em estrita concordância com o Código
de Águas - Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, e legislação subsequente, destacadamente
as leis, estaduais paulistas, nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, e nº 6.134, de 2 de junho de
1988, e, federal, nº 9.433, de 9 de janeiro de 1997, e seus regulamentos.

2.2. Devem ser observadas as demais leis e regulamentos emanados dos poderes públicos federal,
estadual e municipal pertinentes ao uso dos recursos hídricos, ao meio ambiente, à saúde e ao uso
do solo; bem como, a Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017.

2.3. Para a complementação desta instrução técnica, visando colaborar para as boas práticas para a
perfuração e captação de água subterrânea através de poços tubulares, além da aquisição de
conhecimentos adicionais sobre a água subterrânea e a hidrogeologia, recomenda-se consultar:

2.3.1. Normativas
 NBR 12212/2006 - Projeto de poço para a captação de água subterrânea;
 NBR 12244/2006 - Construção de poços para a captação de água subterrânea;
 Decisão Normativa do Confea n.º 59, de 1997, que dispõe sobre o registro de pessoas

118
jurídicas que atuam nas atividades de planejamento, pesquisa, locação, perfuração, limpeza e
manutenção de poços tubulares para captação de água subterrânea e dá outras providências.

2.3.2. Sítios da web


 www.daee.sp.gov.br (Departamento de Águas e Energia Elétrica);
 www.abas.org (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas);
 www.igeologico.sp.gov.br (Instituto Geológico);
 www.ipt.br (Instituto de Pesquisas Tecnológicas);
 www.saneamento.sp.gov.br (Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São
Paulo);
 www.ambiente.sp.gov.br (Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo);
 www.cprm.gov.br (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais);
 www.dnpm.gov.br (Departamento Nacional de Produção Mineral);
 cepas.igc.usp.br (Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas – CEPAS/USP);
 www.lebac.org.br (Laboratório de Análise de Bacias – LEBAC/Unesp);
 www.cetesb.sp.gov.br (CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo);
 www.cvs.saude.sp.gov.br (Centro de Vigilância Sanitária);
 www.agricultura.sp.gov.br (Secretaria de Agricultura e Abastecimento);
 www.habitacao.sp.gov.br (GRAPROHAB: Grupo de Análise e Aprovação de Projetos
Habitacionais);
 www.sigrh.sp.gov.br (SIGRH - Sistema Estadual de Recursos Hídricos);
 www.ana.gov.br (ANA - Agência Nacional de Águas);
 www.mma.gov.br (CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente);
 www.cnrh.gov.br (CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos);
 www.inmetro.gov.br (INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia);

3. CAMPO DE APLICAÇÃO
Esta IT-DPO aplica-se aos usos e interferências em recursos hídricos subterrâneos, incluindo os
usos previstos na:
 Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017;
 Portaria DAEE nº 1.631, de 30 de maio de 2017;
 Portaria DAEE nº 1.634, de 30 de maio de 2017;
 Portaria DAEE nº 1.635, de 30 de maio de 2017;
 Resolução Conjunta SMA/SERHS/SES nº 3/06 e suas atualizações;
 e em outras normas que venham a ser editadas sobre o assunto.

119
4. DEFINIÇÕES
Para efeito desta IT-DPO, são adotadas as definições complementares constantes na Instrução
Técnica DPO nº 08.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS USOS SUBTERRÂNEOS


5.1. Para efeito desta IT-DPO, os usos dos recursos hídricos sujeitos à outorga, ou sua dispensa,
serão classificados, conforme sua finalidade, em:
a) Industrial: uso em empreendimentos industriais, nos seus sistemas de processo, refrigeração,
uso sanitário, combate a incêndios e outros;
b) Urbano: toda água captada que vise, predominantemente, ao consumo humano em núcleos
urbanos (sede, distrito, bairro, vila, loteamento, condomínio etc.);
c) Irrigação: uso em irrigação de culturas agrícolas;
d) Rural: uso em atividade rural, como aquicultura e dessedentação de animais, exceto a
irrigação;
e) Mineração: toda água utilizada em processos de mineração por meio de desmonte hidráulico
ou para lavagem de material minerado, incluindo uso sanitário;
f) Recreação e Paisagismo: uso em atividades de recreação, tais como esportes náuticos e
pescaria; bem como para composição paisagística de propriedades (lago, chafariz etc.);
g) Comércio e Serviços: uso em empreendimentos comerciais e de prestação de serviços
(shopping center, posto de gasolina, hotel, clube, hospital etc.), para o desenvolvimento de suas
atividades incluindo o uso sanitário;
h) Doméstico: uso sanitário em residências, urbano ou rural, incluindo consumo humano;
i) Outros: uso em atividades que não se enquadram nas acima discriminadas.

5.2. Quando a captação visar a usos múltiplos da água, para fins da Portaria de Outorga deve-se
classificá-la segundo o uso que demandar maior volume diário.

6. PROCEDIMENTOS GERAIS PARA OBTENÇÃO DE OUTORGA


a) O requerente deve apresentar a documentação constante desta IT-DPO para obtenção de
concessão ou autorização de direito de uso em recursos hídricos, para qualquer finalidade, bem
como para a regularização dos usos já existentes, nos termos da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de
maio de 2017;
b) O requerente deverá formalizar sua solicitação, por meio do Sistema de Outorga Eletrônica –
SOE, disponibilizado no sítio do DAEE na Internet: www.daee.sp.gov.br, no item “Outorgas”.
120
c) A outorga poderá ser concedida de forma coletiva para grupos de usuários de uma
determinada porção de aquífero, organizados em associações ou cooperativas;
d) As taxas correspondentes às análises de outorga encontram-se discriminadas no Anexo 10-I
desta IT-DPO;
e) As entidades declaradas de utilidade pública e sem fins lucrativos, terão as taxas cobradas pela
metade de seu valor;
f) O requerente poderá desistir da solicitação de outorga, sua dispensa ou cadastro, mediante
comunicação ao DAEE, cuja Diretoria de Bacia, onde haveria uso, providenciará o indeferimento.
Nos casos de regularização, a desistência implicará a imediata desativação dos usos e
interferências existentes, exceto quando o requerente não for o proprietário do imóvel, conforme
o item 10 desta IT-DPO;
g) O projeto e a construção do poço tubular devem atender às normas técnicas brasileiras,
fazendo-se necessário o projeto construtivo do poço, o seu relatório técnico final (incluindo os
perfis litológico e construtivo) e os ensaios de vazão e de recuperação. Esses documentos devem
ter como responsável técnico um profissional, uma empresa ou uma instituição habilitada para a
sua execução, obrigando-se o usuário a manter em seu poder, o respectivo documento de
responsabilidade técnica, bem como toda documentação produzida, apresentando ao DAEE
durante fiscalizações ou quando solicitado.
h) Na ausência das informações previstas no item anterior, o DAEE, quando da realização de
avaliações de interferências ou para ações de fiscalização, poderá solicitar ao usuário o
resultado de uma perfilagem ótica para verificação da coluna de revestimento do poço e das
variações litológicas que possibilitem a correlação com poços vizinhos;
i) O DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação complementar àquela
estabelecida na presente IT-DPO, inclusive por ocasião de vistoria ou de fiscalização;
j) No caso de projetos menos complexos, o DAEE poderá, também a seu critério, dispensar
algumas das exigências desta IT-DPO;
k) O DAEE reserva-se ao direito de acompanhar qualquer das etapas da construção de poços,
incluindo a execução dos ensaios de vazão (testes de bombeamento);
l) O usuário deve obter o Parecer Técnico da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
– CETESB, referente à qualidade ambiental e mantê-lo em seu poder, para os casos em que
houver contaminação do solo e das águas subterrâneas, já declarada pela CETESB, em um raio de
500 metros a partir do ponto de perfuração do poço;
m) Nos casos de Solução Alternativa Coletiva do Tipo II (distribuição de água por caminhões) o
requerente/usuário deve possuir um CNPJ condizente com essa atividade e requerer uma
manifestação do poder público municipal (Certidão de Uso do Solo), quanto à compatibilidade da

121
atividade do empreendimento com o zoneamento do município, conforme dispõe a Resolução
Conjunta SMA/SERHS/SES nº 3, de 21/06/2006 e suas atualizações;
n) O usuário deve obter, e manter em seu poder, a Licença Sanitária referente à Solução
Alternativa Coletiva de Abastecimento dos Tipos I e II, a ser emitida pela Vigilância Sanitária,
conforme dispõe Resolução Conjunta SMA/SERHS/SES nº 3, de 21/06/2006 e suas atualizações;
o) Estando o poço localizado em área requerida, ou com alvará, para pesquisa mineral, ou com
requerimento de lavra, a outorga de direito de uso de recursos hídricos subterrâneos, ou sua
dispensa, a ser emitida, poderá ser revista ou revogada, a pedido do DNPM, se após a publicação
da Portaria de Lavra a operação do poço interferir na exploração de bens minerais;
p) Caso o poço se encontre em área com Portaria de Lavra, o DAEE, por meio de ofício do
Diretor da Bacia correspondente ao local do uso, consultará o DNPM sobre possível interferência
na exploração de bens minerais, como pré-requisito para emissão dos atos de outorga de direito
de uso de recursos hídricos subterrâneos ou de dispensa;
q) No caso de possíveis interferências, a emissão de outorga de direito de uso, ou sua dispensa,
poderá ser precedida, quando couber, de exigência do DAEE, ao usuário, da realização de testes de
interferência entre poços; sendo que a outorga poderá, ainda, ser emitida com condicionantes
quanto à vazão e ao período de explotação;
r) Exceto para os poços escavados enquadrados na Portaria DAEE nº 1.631, de 30 de maio de
2017, todos os sistemas de captação subterrânea devem ser dotados de hidrômetro, de acordo com
normas do DAEE. As outorgas de novas captações e de regularização de captações existentes
poderão estabelecer prazo para a instalação dos dispositivos, conforme inciso II do Art. 19 da
Portaria DAEE nº 1.630 de 30 de maio de 2017.
s) Exclusivamente para poços tubulares, todos os sistemas de captação devem ser dotados de
dispositivo para medição de nível d’água, torneira para coleta da água bruta e laje de proteção
sanitária conforme orientações constantes nesta IT-DPO;
t) O usuário deve efetuar as leituras do hidrômetro e de medição de nível e declará-las
periodicamente, de acordo com regulamentação específica do DAEE, mantendo os registros em
seu poder, para apresentação quando solicitado.
u) O período máximo de bombeamento para poços tubulares será de 20 horas diárias, sendo que,
em casos excepcionais, poderá ser reduzido com base na sua capacidade de recuperação, de forma
que o poço permaneça inoperante até atingir, ao menos, 80% da recuperação do nível para que,
posteriormente, se inicie um novo ciclo de bombeamento. Essa determinação visa à preservação,
conservação e manutenção do equilíbrio hidrodinâmico das águas subterrâneas.
v) Para os poços tubulares, escavados (cacimba/cisterna) e ponteiras que captam água do lençol
freático o período máximo de bombeamento diário será de 20 horas.

122
6.1. AUTORIZAÇÃO DE EXECUÇÃO DE POÇO COM DIREITO DE USO
6.1.1. A Autorização de Execução de Poço, inclusive para aprofundamento de poços existentes,
será requerida juntamente com a solicitação de outorga de direito de uso do respectivo poço, após
manifestação favorável quanto à implantação do empreendimento, nos casos em que couber a
emissão da Declaração sobre Viabilidade de Implantação de Empreendimento - DVI, conforme
disposições da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017.

6.1.2. Para a solicitação da autorização de execução de poço com direito de uso, além do
atendimento à alínea “b” do item 6 desta IT-DPO, o requerente deverá anexar, quando couber, os
arquivos digitais contendo:
I – Fluxograma de uso da água para empreendimentos que possuam mais de uma captação ou
fonte de abastecimento, com as seguintes finalidades:
a) Industrial;
b) Urbano;
c) Comércio e Serviços.

OBS.: O fluxograma de uso da água deve ser estruturado da seguinte forma:


1) Informar todas as fontes de abastecimento (poço(s), corpo hídrico superficial, rede pública
terceiros, etc), as quais devem ser individualizadas com os respectivos volumes (m³) diários
captados;
2) A partir das captações, o fluxograma deve ser setorizado, discriminando o volume (m³) diário
utilizado em cada setor;
3) Por último, deve ser indicado o local do lançamento de efluentes (rede pública, corpo hídrico,
fossa séptica, etc), o volume (m³) lançado diariamente. Para estimar o volume lançado, deve-se
considerar as perdas.:

II - Parecer Técnico favorável emitido pela CETESB, para os casos de captações subterrâneas
provenientes de poços de remediação.

6.2. AUTORIZAÇÃO DE EXECUÇÃO DE POÇO ASSOCIADA A DISPENSA DE


OUTORGA OU A CADASTRO
6.2.1. A obtenção de Autorização de Execução de poço tubular para usos de água subterrânea
dispensados de outorga conforme a Portaria DAEE n° 1.631/2017 ou associado ao cadastro, deve
ser solicitada por meio do SOE.

123
6.2.2. Para os empreendimentos de explotação para envase de águas potáveis de mesa,
minerais, termais, gasosas ou para fins balneários, cujos poços não tenham sido construídos ou
para aprofundamento de poços existentes, deve ser solicitada a Autorização de Execução de poço,
por meio do SOE, ficando dispensados do requerimento da DVI.

6.2.3. Para os casos de poços já construídos com a finalidade de explotação para envase de
águas potáveis de mesa, minerais, termais, gasosas ou para fins balneários, o requerente deve
proceder conforme o item 11.3. desta IT-DPO.

6.3. REGULARIZAÇÃO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS


Para requerer a regularização de usos de recursos hídricos subterrâneos existentes, além do
atendimento à alínea “b” do item 6 desta IT-DPO, o requerente deverá apresentar, quando couber:
I - Fluxograma de uso da água previsto no item 6.1.2 desta IT-DPO.
II - Relatório fotográfico comprovando a instalação de dispositivo registrador de volumes, se já
existir, para os casos de regularização de poços tubulares profundos existentes;
III- Parecer Técnico favorável emitido pela CETESB, para os casos de captações subterrâneas
provenientes de poços de remediação.

7. EMISSÃO DE OUTORGAS
7.1. AUTORIZAÇÃO DE EXECUÇÃO DE POÇO
Ao concluir a análise de solicitação efetuada, o DAEE emitirá, se aprová-la, a “Autorização de
Execução” de obra para extração de águas subterrâneas ou se rejeitá-la, o “Informe de
Indeferimento”.

7.2. DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS


Ao concluir a análise da solicitação, o DAEE emitirá, se aprová-la, a Portaria de “Concessão” do
direito de uso de recursos hídricos no caso de utilidade pública, ou a Portaria de “Autorização”
para o uso de recursos hídricos nos demais casos ou se rejeitá-la, o “Informe de Indeferimento”.

8. RENOVAÇÃO DE OUTORGA
8.1. A renovação de outorga caberá apenas nos casos em que não houver alteração em relação às
condições vigentes e deve ser requerida por meio do SOE, no qual deverá ser anexado arquivo
digital contendo relatório fotográfico comprovando a instalação de equipamento registrador de
volumes, se já existir.
124
8.2. O uso de recursos hídricos não contemplado na portaria de outorga vigente, será considerado
novo uso, devendo o interessado proceder de acordo com o disposto nesta IT-DPO.

9. ALTERAÇÕES TÉCNICAS E ADMINISTRATIVAS DA OUTORGA


9.1. Para requerer a ampliação do volume diário captado, em relação à outorga de direito de uso
vigente, o usuário deve proceder conforme disposições da IT-DPO nº 08.

9.2. Para redução do volume diário captado, o usuário deve solicitar a retificação da Portaria de
Outorga correspondente, por meio do SOE.

9.3. Para alteração de dados administrativos do detentor das outorgas de direito de uso, como
alteração do CNPJ ou razão social do usuário outorgado, sem que haja aumento de vazões,
alteração de finalidade do uso da água ou quaisquer outras condições técnicas da outorga em
vigor, o usuário deve oficializar solicitação de retificação da outorga, ao DAEE, por meio do
SOE.

10. DESATIVAÇÃO, DESISTÊNCIA E TRANSFERÊNCIA


10.1. A desativação de usos, ocorrerá quando da revogação da outorga ou da dispensa de
outorga, seja por desistência do usuário ou por iniciativa do DAEE, conforme previsto no Art. 30
da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017, ou ainda, quando não houver interesse na
regularização de usos existentes.

10.2. A revogação da portaria de outorga ou da dispensa de outorga por iniciativa do DAEE,


conforme previsto nos itens I e II do Art. 30 da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017,
implicará a desativação definitiva de usos em recursos hídricos, prevista no item 10.6.2, após a
notificação pelo DAEE. Feita a desativação, o usuário deve proceder conforme descrito no item
10.4 .

10.3. A desistência dos usos ou interferências outorgadas, por iniciativa do usuário, conforme
previsto no item III do Art. 30 da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017, implicará na
sua desativação temporária ou definitiva. Feita a desativação, o usuário deve proceder conforme
descrito no item 10.4 desta IT-DPO e posteriormente o DAEE providenciará a revogação da
outorga.

125
10.4. Após providenciar a desativação de usos ou interferências, o usuário deve comunicá-la ao
DAEE por meio da Declaração de Desistência, através do SOE, na qual deve anexar o relatório
fotográfico da desativação do(s) uso(s).

10.5. Quando não houver interesse na regularização de usos e interferências existentes, deve
ser providenciada sua desativação temporária ou definitiva. Feita a desativação, o usuário deve
comunicá-lo ao DAEE por meio da Declaração de Desistência, através do Anexo 10-E desta IT-
DPO, devidamente preenchido, com relatório fotográfico da desativação do(s) uso(s) e respectivo
comprovante de recolhimento da taxa de análise.

10.6 A desativação do poço poderá ser temporária ou definitiva.

10.6.1. A desativação temporária se caracteriza pela inoperância de um poço tubular, devendo


ser realizada conforme os itens 15.6. e poderá perdurar pelo prazo de até 2 anos, findo o qual o
usuário deve:
a) Solicitar a retomada dos usos dos recursos hídricos, por meio da obtenção da outorga ou
declaração de dispensa de outorga, através do SOE; ou
b) Comunicar a desativação definitiva (com seu tamponamento), por meio do SOE; ou
c) Solicitar a prorrogação do prazo da desativação temporária, por meio de ofício a ser
encaminhado à Diretoria de Bacia correspondente, que poderá ocorrer uma vez, por igual período.

10.6.2. A desativação definitiva deve ser efetuada através do tamponamento de toda a coluna
perfurada, objetivando eliminar qualquer possibilidade de penetração de poluentes no(s)
aquífero(s) sobrejacente(s) e também impedir que infiltrações superficiais entrem em contato com
as águas subterrâneas. Para a desativação definitiva, o interessado deve proceder conforme os
itens 15.6. ou 15.8.

10.7.A desativação mencionada no item 10.3 desta Instrução será dispensada no caso da existência
de novo interessado no uso ou interferência, devidamente indicado pelo usuário por meio do SOE.
Além disso, o usuário deverá anexar o Anexo 10-H (requerimento de transferência de outorga),
preenchido pelo novo interessado, com respectivo comprovante de recolhimento da taxa de
análise.

10.8.A solicitação da transferência de outorga, por meio do Anexo 10-H, é aplicável nos casos de
compra e venda, locação ou cessão do empreendimento e desde que não haja alteração das

126
características técnicas do(s) uso(s), sendo que se houver alteração deve ser requerida nova
outorga.

10.9.A validade da outorga transferida será coincidente à da portaria original. Caso o novo
interessado deseje prazo de validade superior a esse, deverá requerer a respectiva outorga, nos
termos da Portaria DAEE nº 1.630, de 30 de maio de 2017.

11. USOS DISPENSADOS DE OUTORGA


11.1. Para a obtenção da Declaração de Dispensa de Outorga, o requerente deve atender ao
disposto na Portaria DAEE nº 1.631, de 30 de maio de 2017 e suas atualizações, devendo
formalizar sua solicitação por meio do SOE no qual deverá anexar, quando couber, os arquivos
digitais contendo:
I - Relatório fotográfico comprovando a instalação de dispositivo registrador de volumes, se já
existir, para os casos de regularização de poços tubulares profundos existentes;
II - Parecer Técnico favorável emitido pela CETESB, para os casos de captações subterrâneas
provenientes de poços de remediação.

11.2. Estão dispensados da obtenção da Autorização de Execução de Poço:


a) poços escavados (cacimbas ou cisternas) e poços tipo ponteira;
b) poços para monitoramento de aquífero;
c) poços com a finalidade de rebaixamento do lençol freático, desde que não haja
aproveitamento da água decorrente dessa operação;
d) poços com a finalidade de compor sistemas de remediação, desde que não haja a intenção
futura de utilização dos recursos hídricos subterrâneos captados por esses sistemas, a serem
implantados em área contaminada;
e) poços já construídos, exceto nos casos onde haja necessidade de aprofundamento.

12. DOS USOS SUJEITOS A CADASTRO


Os empreendimentos de explotação para envase de águas potáveis de mesa, minerais, termais,
gasosas ou para fins balneários, que já tenham Portaria de Lavra emitida pelo Ministério de Minas e
Energia, cujos poços já estejam construídos, ficam sujeitos apenas ao cadastramento junto ao
DAEE para fins de gerenciamento de recursos hídricos, por meio do SOE.

13. USO PROVENIENTE DE POÇOS DESTINADOS AO REBAIXAMENTO

127
DO LENÇOL FREÁTICO
A utilização de água proveniente de poços de rebaixamento do lençol freático em edificações e
obras de construção civil está sujeita a outorga de direito de uso ou a dispensa de outorga,
conforme Portaria DAEE nº 1.634, de 30 de maio de 2017, e suas atualizações.

14. USO PROVENIENTE DE PROCESSOS DE REMEDIAÇÃO EM ÁREAS

CONTAMINADAS
A utilização de recursos hídricos subterrâneos, captados por sistemas de remediação implantados
em áreas contaminadas está sujeita a outorga de direito de uso ou a dispensa de outorga, conforme
Portaria DAEE nº 1.635, de 30 de maio de 2017, e suas atualizações.

15. ORIENTAÇÕES SOBRE A ELABORAÇÃO DE ESTUDOS, PROJETOS,

ANÁLISES DE ÁGUA, CONSTRUÇÃO, DESATIVAÇÃO E OPERAÇÃO


DE POÇOS
15.1. PROTEÇÃO SANITÁRIA DO POÇO TUBULAR PROFUNDO

15.1.1. Todo poço deve ter selo de proteção sanitária, situado ao longo de todo espaço anular
entre o tubo de revestimento e a parede de perfuração para evitar a contaminação do aquífero,
com espessura mínima de 75 mm (3 polegadas), observando os seguintes procedimentos:
a) O processo de selamento de qualquer espaço anular deve ser feito numa operação contínua.
b) O material utilizado na cimentação, em situações normais, deve ser constituído de calda de
cimento.
c) A profundidade a ser cimentada deve ser de, no mínimo, 20,00 m em situações normais ou,
quando não possível, assentada em rocha sã ou zona impermeável.
d) Em áreas com constatação de contaminação por nitrato ou áreas já declaradas de restrição de
controle de uso de águas subterrâneas no Sistema Aquífero Bauru, a profundidade mínima de
cimentação do poço será de 36,00 m, independentemente do aquífero produtor.
e) Nenhum serviço poderá ser efetuado no poço durante as 48 horas seguintes à cimentação, a
não ser que se utilize produto químico para aceleração da cura, conforme o estabelecido pelas
Normas ABNT NBR 12212/2006 e 12244/2006, ou aquelas que as sucederem.
f) Em situações diferenciadas, a profundidade a ser cimentada deve ser adequada às condições
do local.

15.1.2. Concluídos todos os serviços de perfuração e ensaios de bombeamento, o poço deve

128
conter:
a) Lacre com chapa soldada, tampa rosqueável com cadeado ou outro dispositivo de segurança,
até a instalação do equipamento de bombeamento;
b) Laje de proteção, de concreto armado, fundida no local, envolvendo o tubo de revestimento.
A laje de proteção deve ter declividade do centro para a borda, espessura mínima de 0,10 m e área
mínima de 1,00 m², com a coluna de revestimento saliente no mínimo 0,50 m sobre a laje,
centrada na mesma. Abaixo, seguem alguns casos específicos:
i. Em poços cuja finalidade do uso da água seja abastecimento público ou solução alternativa
coletiva de abastecimento de água do tipo I e II, ou uso sanitário em área rural, a laje de proteção
citada no item b, desta Instrução Técnica, deve ter espessura mínima de 0,15 m e área mínima de
3,00 m²;
ii. No caso de poços localizados em áreas de restrição de uso estabelecidas pelo Conselho
Estadual de Recursos Hídricos – CRH, nos termos do Artigo 21 do Decreto Estadual nº
32.955/91, a dimensão da laje de proteção deve observar o disposto no Parágrafo Único do Artigo
24 do referido Decreto, ou seja, deve ter área não inferior a 3,00 m², ou o que determinar a
Deliberação do CRH.

15.1.3. Para poços abrigados em subsuperfície, poderão permanecer nessa condição desde que:
a) possuam a caixa embutida totalmente cimentada ou azulejada;
b) estejam protegidos com uma tampa do tipo “caixa de sapato”, possibilitando total vedação da
caixa embutida e a sua abertura em ações dos agentes fiscalizadores;
c) não estejam locados em área que confira ao poço risco à contaminação externa.

15.2. ÁREAS E PERÍMETROS DE PROTEÇÃO DE POÇOS TUBULARES


15.2.1. Perímetro imediato de proteção sanitária:
a) O perímetro imediato de proteção sanitária deve ser aplicado a todos os poços, exceto os
poços escavados (cacimba/cisterna), de monitoramento e remediação, para a prevenção de
contaminação das águas subterrâneas e para manter as condições de segurança do local e a
disponibilidade de espaço para a instalação de equipamentos de bombeamento e operações de
manutenção.
b) O perímetro imediato de proteção sanitária deve envolver no mínimo a área da laje de
proteção (ou seja, 1,00 m²), cercado e protegido com alambrado e portão com fechamento
adequado para manutenção e que impeça o acesso de pessoas não autorizadas à área onde se
localiza o poço.
c) O perímetro imediato de proteção sanitária de poços localizados em áreas de restrição de uso,

129
estabelecido pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CRH, nos termos do Artigo 21 do
Decreto Estadual nº 32.955/91, deve observar o disposto no artigo 24.
d) Para poços cuja finalidade de uso da água seja abastecimento público, soluções alternativas
coletivas de abastecimento de água dos tipos I e II, ou poços localizados em área rural, cuja
finalidade seja uso sanitário, as dimensões do perímetro imediato de proteção sanitária devem
envolver, no mínimo, a área da laje de proteção (ou seja, 3,00 m²).

15.2.2. Perímetro de alerta contra poluição microbiológica:


a) O perímetro de alerta contra poluição microbiológica é aplicável a poços a serem construídos
com finalidade de uso da água para abastecimento público e corresponde à distância coaxial ao
sentido de fluxo da água subterrânea, medida a partir do ponto de captação, equivalente ao tempo
de trânsito de cinquenta dias das águas no aquífero.
b) O perímetro de alerta assume dimensões variadas, conforme a unidade aquífera produtora,
seus parâmetros hidrodinâmicos, rebaixamento do nível d’água, distância da captação, tempo de
trânsito da água até o poço, tempo de degradação de contaminantes, entre outras características.
No interior do perímetro de alerta devem ser observados o disciplinamento da extração da água, o
controle máximo das fontes poluidoras já implantadas e restrição a novas atividades
potencialmente poluidoras.
c) Para a delimitação do perímetro de alerta, o requerente ou o usuário deve seguir a
metodologia do trabalho intitulado “Roteiro Orientativo para Delimitação de Área de Proteção
de Poço”, elaborado pelo Instituto Geológico da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

15.3. EXECUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ENSAIOS DE VAZÃO E RECUPERAÇÃO


PARA POÇOS TUBULARES
a) Concluída a construção do poço, devem ser executados os ensaios de vazão (rebaixamento
máximo) e recuperação, conforme a Norma ABNT NBR 12.244/2006, ou a que a suceder, para a
determinação das condições de explotação e conhecimento das características hidrodinâmicas do
aquífero. Para os poços já existentes devem ser realizados ensaios atualizados.
b) Para poços que tenham a vazão estabilizada a partir de 20 m³/h, após a realização dos ensaios
descritos no item anterior, deve ser realizado o teste de produção (escalonado) em 4 etapas
sucessivas com vazões progressivas em percentagens da vazão máxima (20%, 60%, 80%, 100%).
Cada uma das etapas deve ter duração mínima de 1 hora, com passagem instantânea de uma etapa
para outra, sem interrupção do bombeamento. O teste de produção (escalonado), é recomendado
apenas aos poços que captam água de aquíferos sedimentares.
c) A interpretação gráfica dos ensaios de vazão e recuperação deve ser efetuada

130
preferencialmente pelo Método de Jacob, indicando-se o coeficiente de transmissividade.
d) Os ensaios de vazão devem ter como responsável técnico os profissionais que constam da
Decisão Normativa do CONFEA nº 59/97.

15.4. OPERAÇÃO DA CAPTAÇÃO SUBTERRÂNEA ATRAVÉS DE POÇOS


TUBULARES
a) Todas as captações de águas subterrâneas devem ser dotadas de hidrômetro para medição de
vazão e volume captado, tubo auxiliar para medição de níveis ou algum outro dispositivo de
tecnologia atualizada que o faça com precisão, torneira para a coleta de água bruta (instalada no
cavalete do poço, após o dispositivo de medição de vazão), visando ao monitoramento
quantitativo e qualitativo dessas águas.
b) Para medição da vazão explotada na captação, o DAEE emitirá Norma para regulamentação
e especificação dos procedimentos de instalação e operação de equipamentos medidores.
c) Os usuários devem manter registro do volume explotado e dos níveis estático e dinâmico,
apresentando sempre que solicitado pelo DAEE ou pelos agentes fiscalizadores.

15.5. ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA E BACTERIOLÓGICA


15.5.1. Sugere-se que:
a) o usuário realize análises, no mínimo anuais, da potabilidade da água, mantendo-as em seu
poder para apresentação, quando solicitado pelos órgãos competentes;
b) os laudos das análises físico-química e bacteriológica da água bruta, contemplem todos os
parâmetros acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia -
INMETRO, conforme os requisitos especificados na Norma NBR ISO/IEC 17025:2005 ou outra
que venha substituí-la;
c) a amostragem seja da água bruta (sem que haja qualquer tipo de tratamento e,
necessariamente, antes da sua chegada ao reservatório/caixa d'água), coletada diretamente da
torneira instalada para essa finalidade;
d) a amostra seja coletada por um profissional do próprio laboratório responsável pela análise
ou alguém por ele credenciado;
e) a análise contenha a assinatura original do profissional responsável pelo laudo ou possuir a
chave de validação que comprove a sua autenticidade;
f) a coleta da água seja realizada após a limpeza e desinfecção do poço e, também, após
algumas horas de bombeamento, uma vez que o comprometimento da qualidade da água pode
estar associado a falta de manutenção;
g) caso exista algum parâmetro fora do padrão de potabilidade, seja realizada nova análise da

131
água (contraprova) apenas para esse(s) elemento(s).

15.5.2. Sugere-se que sejam observados os seguintes critérios:


a) realizar o laudo analítico da água do poço de acordo com os parâmetros constantes dos
anexos I, VII, X (sem os parâmetros referentes a desinfetantes e produtos secundários da
desinfecção), mais o parâmetro pH, da Portaria MS 2915, de 14/12/2011, ou a que suceder, para
os seguintes casos:
i. poços localizados em área urbana, exceto aqueles destinados ao atendimento doméstico de
residências unifamiliares;
ii. poços em empreendimentos industriais, agroindustriais, loteamentos, mineração, postos e
unidades retalhistas de combustíveis, hotéis, clubes de recreação e lazer localizados em área rural.
b) No caso de usos dos recursos hídricos subterrâneos em residências unifamiliares em área
urbana ou rural, em assentamentos rurais autorizados por órgãos públicos fundiários (INCRA,
ITESP etc.) e ainda, usos considerados de baixo impacto nos recursos hídricos, em área rural,
observando as diretrizes dos Planos de Bacias, analisar os seguintes parâmetros: cor aparente;
turbidez; pH; dureza total; amônia; nitrito; nitrato; fluoreto; ferro; cloretos; escherichia coli, nos
padrões da Portaria MS 2914, de 14/12/2011, ou a que a suceder.
c) Para empreendimentos que possuam em suas instalações depósito de armazenamento de
substâncias do grupo BTEX (gasolina) ou oficinas de manutenção de equipamentos que utilizem
óleo diesel, incluir na análise os seguintes parâmetros: benzeno; tolueno; etilbenzeno; xileno;
benzo(a)pireno.
d) Para os casos em que houver fontes pontuais com potencial de contaminação do solo e das
águas subterrâneas já declaradas contaminadas pela CETESB em um raio de 500 metros a partir
do ponto de perfuração do poço, realizar a análise, também, dos parâmetros contaminantes
identificados pelo órgão ambiental.

15.6. PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PARA OS POÇOS TUBULARES


INOPERANTES
15.6.1. Os poços inoperantes devem ser desativados definitivamente (tamponamento) ou
lacrados, no caso da desativação ser temporária. Os dois procedimentos devem ser precedidos da
desinfecção realizada conforme a Norma NBR 12.244/2006, ou a que a suceder, para evitar a
poluição dos aquíferos ou consequências adversas decorrentes de acidentes, observando-se que:
a) Os poços temporariamente desativados devem ter seus equipamentos de bombeamento
retirados, passar por uma desinfecção e, em seguida, devidamente lacrados com chapa de aço
soldada ou tampa rosqueável com cadeados.

132
b) Os poços desativados definitivamente devem ser tamponados como segue:
i. Perfurados em aquíferos friáveis (porosos), próximo à superfície: devem ser preenchidos com
material impermeável e não poluente, como argila, argamassa ou pasta de cimento, para evitar a
penetração de água da superfície no interior do poço ou ao longo da parte externa do revestimento.
ii. Perfurados em aquíferos de rochas fraturadas: devem ser tamponados com pasta ou
argamassa de cimento, colocada a partir da primeira entrada de água até a superfície, com
espessura nunca inferior a 20,00 m, sendo que a parte inferior deve ser preenchida com pedra
britada, seguida de desinfecção com solução de hipoclorito de sódio ou de cálcio.
iii. Os poços que captam água de aquífero confinado: devem ser tamponados com pasta de
cimento, injetada sob pressão a partir do topo do aquífero. A explotação de dois ou mais
aquíferos distintos exige selos individuais junto ao topo de cada formação.
iv. Escavações, sondagens ou poços para pesquisa, lavra mineral ou outros fins, que atingirem
aquíferos: devem ter procedimento de tamponamento idêntico ao dos poços definitivamente
desativados.
v. Em casos especiais, envolvendo contaminação de água ou área contaminada, os
procedimentos previstos nos subitens anteriores poderão ser diferenciados.
vi. O procedimento de tamponamento deve ser acompanhado por um responsável técnico, com o
recolhimento da ART sobre o serviço executado.

15.6.2. Para o tamponamento de poços cuja água esteja contaminada ou os poços localizados em
áreas de restrição de uso de água subterrânea, o usuário deve consultar a CETESB sobre a
necessidade de manter o poço desativado temporariamente, para monitoramento. Caso a resposta
seja negativa, o usuário deve proceder ao tamponamento. O projeto deve impedir a circulação de
águas subterrâneas entre os diversos aquíferos ou captações de poço, através da completa
cimentação do poço.

15.7. POÇOS ESCAVADOS (CACIMBAS E CISTERNAS) E PONTEIRAS


15.7.1. Os poços escavados (cacimbas ou cisternas) devem ser construídos e instalados conforme
segue:
a) a parede acima do nível da água deve ser revestida com alvenaria ou anéis de concreto, com
extremidade situada a pelo menos 0,50 m acima de laje de proteção do poço, no nível do terreno;
b) a parede deve ser circundada pela laje de proteção, de concreto, circular com no mínimo de
1,00 m de largura e espessura interna de 0,15 m e externa (borda) de 0,10 m;
c) a tampa deve ser feita em concreto, composta preferencialmente de duas partes
semicirculares, que proporcionem boa vedação. Deve ainda contar com orifícios de diâmetros

133
adequados à instalação das tubulações da bomba;
d) caso seja objeto de outorga de direito de uso de águas subterrâneas, o poço deve ser dotado
de hidrômetro (ou outro dispositivo de igual finalidade e tecnologia atualizada);
e) para possibilitar a coleta da água bruta, recomenda-se que seja instalada uma torneira que, caso
exista hidrômetro instalado, deve ser colocada após esse dispositivo.

15.7.2. Os poços escavados (cacimbas ou cisternas) e ponteiras devem ser construídos em nível
mais alto do terreno e a uma distância superior a 30,00 metros em relação a fossas sépticas, para
evitar a contaminação das águas subterrâneas.

15.7.3. Os poços do tipo ponteira devem possuir a laje de proteção e o perímetro imediato de
proteção sanitária, conforme itens 15.1 e 15.2 desta IT DPO.
15.7.4. O usuário deve considerar nas análises pertinentes a distância e a localização (montante
ou jusante) de fontes de poluição, como:
 fossa comum;
 conduto de esgoto;
 chiqueiro / pocilga;
 plantação com uso de agrotóxico ou fertilizante;
 lixões;
 cemitérios;
 tanques de armazenamento de combustíveis;
 outras fontes de poluição.

15.8. PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PARA OS POÇOS ESCAVADOS E


PONTEIRAS INOPERANTES
Poços escavados (cacimbas ou cisternas) e ponteiras, desativados definitivamente, após
desinfecção com hipoclorito, devem ser tamponados com material impermeável e não poluente,
como argila, argamassa ou pasta de cimento, para evitar a penetração de água da superfície no
interior do poço, ou ao longo da parte externa do revestimento.

16. DISPOSIÇÕES FINAIS


16.1. Os requerimentos dos anexos 10-A, 10-B, 10-C, 10-D, 10-F, e 10-G, constante na versão
anterior desta IT-DPO, foram extintos em função do início de operação do SOE em 09/03/2018.
16.2. Esta IT-DPO revoga a IT-DPO n° 06, atualizada em 14/12/2015.
16.3. Esta IT-DPO entra em vigor a partir de 1° de julho de 2017.

134
Instrução Técnica DPO Nº 10 Anexo 10-E

Declaração de Desistência de Captação de Água Subterrânea

Senhor(a) Superintendente do DAEE:

Eu, , usuário (ou representante legal do usuário


abaixo descrito), ao final qualificado, declaro a desistência do(s) uso(s) de recursos hídricos
abaixo discriminado(s).

DADOS DO USUÁRIO
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DISCRIMINAÇÃO DO(S) USO(S):


USO DESATIVAÇÃO Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS
(Identificação (Temporária ou 2000 (Graus,
do Poço) Definitiva) Minutos e Segundos)
Latitud Longitude
e

Caso os usos acima discriminados tenham sido objeto de Portaria do DAEE, informar o(s)
respectivo(s) número(s):
USO NÚMERO E DATA DA PORTARIA
(Identificação
do Poço)
/ , de / /

/ , de / /

Caso exista novo interessado no(s) uso(s), informar:

135
Nome/Razão Social:
Identificação do(s) poço(s):
Contato disponível:

Declaro, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:


1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto
estaduais, e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições;
2. Que as consequências da desistência, objeto desta declaração, serão decorrentes do
disposto na Portaria DAEE n° 1.630 de 30 de maio de 2017 e seu regulamento;
3. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do
endereço de correio eletrônico informado acima;
4. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente
as exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,


, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise;
 Relatório Fotográfico comprovando a desativação do(s) uso(s) cuja(s)
outorga(s) não será(ão) transferida(s).

136
Instrução Técnica DPO Nº 10 Anexo 10-H

Requerimento de Transferência de Outorga para Captação de Água Subterrânea

Senhor(a) Superintendente do DAEE:

Eu, , requerente (ou representante legal


do requerente abaixo descrito), ao final qualificado, requeiro a transferência da outorga
concedida a , pela Portaria DAEE nº de / / , (reti-
ratificada em / / , se houver), nas mesmas condições inicialmente outorgadas,
referente(s) ao(s) uso(s) abaixo discriminada(s):

DADOS DO REQUERENTE
1. Nome/Razão Social:
2. CPF/CNPJ (unidade local):
3. Endereço de correspondência:
4. Telefone de contato:
5. Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DISCRIMINAÇÃO DO(S) USO(S) A SER(EM) TRANSFERIDO(S)


USO Coordenadas Geográficas - Datum
(Identificação do Poço) SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos)
Latitude Longitude

Obs.: Demais usos constantes da Portaria em epígrafe, não constantes deste requerimento,
permanecerão sob a
responsabilidade do usuário detentor da outorga original.

Declaro estar ciente de que o DAEE poderá solicitar esclarecimentos ou exigir documentação
complementar, por ocasião de vistoria ou de fiscalização, os quais serão fornecidos no prazo e
nas condições estabelecidos pelo DAEE, sob pena de indeferimento deste requerimento.
Declaro, sob as penas da lei, e de responsabilização administrativa, civil e penal:
1. Conhecer as legislações ambientais e de recursos hídricos, tanto federais quanto
estaduais, e suas regulamentações, comprometendo-me a cumprir as suas disposições,
137
destacadamente as obrigações discriminadas na Seção I, do Capítulo IV da Portaria
DAEE n° 1.630 de 30 de maio de 2017;
2. Que todos os estudos, projetos e obras relacionados com o objeto deste requerimento,
são de responsabilidade técnica de profissional habilitado, sendo que os documentos
correlatos, destacadamente os abaixo relacionados, foram obtidos junto ao usuário detentor da
outorga original e estarão à disposição do DAEE, durante fiscalização, ou quando solicitados:
a) Documento de responsabilidade técnica referente à execução da obra,
necessariamente, de empresa devidamente habilitada para o exercício de
serviços de planejamento, pesquisa, locação, perfuração, limpeza e manutenção
de poços tubulares para a captação de água subterrânea;
b) Relatório Técnico Final do poço tubular, contemplando os seus perfis
litológico e construtivo;
c) Ensaios de vazão (rebaixamento máximo e recuperação).
3. Estar ciente de que no caso do não cumprimento das disposições constantes das
alíneas “a” e “b” do item 2, o DAEE poderá, por ocasião de fiscalização ou da
necessidade de avaliações de interferências, solicitar a filmagem do poço
(perfilagem, ótica ou elétrica) ou seu tamponamento;
4. Que manterei inalterados o(s) uso(s), objeto(s) deste requerimento;
5. Estar ciente de que se houver rede pública de abastecimento de água no local do
empreendimento, a instalação hidráulica predial a ela conectada, não poderá ser
alimentada por outras fontes. Entende-se como instalação hidráulica predial a rede ou
tubulação de água que vai da ligação de água da prestadora até o reservatório de água
do usuário;
6. Que não se trata de explotação do Aquífero Guarani, como águas termais, para fins de
uso em recreação, nos termos do artigo 25, do Decreto-Lei nº 7.841 de 08/08/1945
(Código de Águas Minerais);
7. O compromisso de manter e operar estações e equipamentos hidrométricos,
encaminhando os dados observados e medidos, na forma preconizada nas normas de
procedimentos estabelecidas pelo DAEE;
8. Que é meu encargo obter as devidas permissões e autorizações do(s) proprietário(s)
da(s) área(s) de implantação do(s) uso(s) requerido(s);
9. Que a execução e a operação do poço atendem às orientações da IT-DPO n.º 10,
destacadamente quanto ao item 15, no que couber;
10. Estar ciente de que as comunicações do DAEE serão oficializadas por meio do
endereço do correio eletrônico informado acima;

138
11. Que todas as informações aqui fornecidas são verdadeiras e contemplam integralmente
as exigências estabelecidas pela legislação.

Nestes termos, p. deferimento,

, de de

(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: ( ) -
Endereço de correio eletrônico para contato:

Documentos complementares que acompanham este requerimento:


 Comprovante de recolhimento da taxa de análise.

139
Instrução Técnica DPO Nº 10 Anexo 10-I
TABELA DE TAXAS PARA ANÁLISE E EXPEDIÇÃO DE OUTORGAS

1) Captações de águas subterrâneas UFESP


1) uso industrial.................................................................................................. 20
2) uso urbano (abastecimento público) .............................................................. 20
3) uso em loteamento, conjunto habitacional e condomínio ............................. 20
4) uso em irrigação, por um agricultor .............................................................. 10
5) uso em irrigação por empresas, cooperativas, associações e outros............... 20
6) uso rural ......................................................................................................... 5
7) uso em mineração .......................................................................................... 10
8) uso em empreendimentos comerciais e prestação de serviços (shopping
centers, postos de gasolina, hotéis, clubes, hospitais, etc.).......................... 20
9) outros usos ..................................................................................................... 5

2) Cadastros, retificações e desistências e transferências .................................... 1

3) Renovações de outorga ....................................................................................... 2

4) Autorização de Execução de Poço para usos dispensados de outorga............ 1

5) Segunda via de outorga ...................................................................................... 1

Obs: Nos casos de Autorização de Execução de Poço com outorga de direito de uso será cobrada
somente a taxa referente à outorga. Nos casos de Autorização de Execução de Poço com cadastro
será cobrada somente a taxa referente ao cadastro.

140
INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 11, DE 30/05/2017

1. OBJETIVO
Esta Instrução Técnica tem por objetivo oferecer orientações básicas quanto a critérios e
parâmetros para elaboração de estudos hidrológicos e hidráulicos relativos a interferências nos
recursos hídricos superficiais de domínio do Estado de São Paulo, ou seja, projetos de obras a serem
instaladas, ou de verificação de obras existentes, sejam elas canalizações, travessias ou barramentos
de corpos d’água.
Estabelece, ainda, a título orientativo, o conteúdo mínimo para a elaboração dos estudos
acima mencionados para subsidiar o fornecimento de informações requeridas para a obtenção de
outorga ou de dispensa de outorga para interferências em recursos hídricos.

2. CRITÉRIOS PARA PROJETOS DE OBRAS HIDRÁULICAS


2.1. ESTUDOS HIDROLÓGICOS PARA A DETERMINAÇÃO DA VAZÃO MÁXIMA DE
PROJETO
2.1.1. Metodologia
Nos casos em que a área da bacia de contribuição for inferior ou igual a 2 km²,
recomenda-se utilizar o Método Racional.
2.1.2. Período de Retorno
Na adoção de período de retorno para determinação da vazão máxima de projeto,
recomenda-se respeitar os valores mínimos discriminados nas tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Valores mínimos de período de retorno (TR) para projetos de canalizações e


travessias
Localização TR (anos)
Zona rural 25*
Zona urbana ou de expansão urbana 100

* Em projetos de canalizações ou de travessias de maior importância ou porte,


independentemente de sua localização, recomenda ser adotado o mínimo de 100 anos
para o período de retorno.

Tabela 2. Valores mínimos de período de retorno (TR) para projetos de barramentos


Maior altura do barramento TR (anos)

141
H (m) Região de influência a jusante
Sem risco para Com risco para
habitações ou pessoas habitações ou pessoas
H≤5 100 500
5 < H ≤ 10 500 1.000
H > 10 1.000 10.000

2. 1.3. Escoamento superficial direto


Coeficientes e parâmetros que exprimam a maior ou menor produção de escoamento
superficial direto, devem ser avaliados para o estado atual da bacia de contribuição.
Na determinação da vazão máxima de projeto, sugere-se que esses coeficientes ou parâmetros
sejam corrigidos para uma condição futura, de acordo com projeções da evolução dos usos e
ocupação dos solos da bacia, observados os valores mínimos da Tabela 3.

Tabela 3. Valores mínimos para coeficiente de escoamento superficial e número da curva.


Coeficiente / Parâmetro Valor mínimo
Coeficiente de Escoamento Superficial Direto (C; C2) 0,25
Número da Curva (CN) 60
Onde: (C) – utilizado no método “Racional”;
(C2) – do método “I-Pai-Wu Modificado”;
(CN) – do método do “Soil Conservation Service”.

2.1.4. Tempo de concentração


Para tempo de concentração (tC), recomenda-se não utilizar valores superiores aos
determinados pela fórmula descrita no Quadro 1.

Quadro 1. Fórmula para cálculo do tempo de concentração (tC)

Onde: tC = tempo de concentração (min)


L = comprimento do talvegue (km)
142
S = declividade do talvegue (m/km), média ou equivalente

2.1.5. Equações de chuvas intensas


Para determinação da intensidade da chuva de projeto, recomenda-se utilizar equações de
intensidade, duração e frequência publicadas.
As equações de chuvas intensas do DAEE se encontram disponibilizadas no seu sítio
eletrônico, acessível pelo endereço www.daee.sp.gov.br.

2.2. ESTUDOS HIDRÁULICOS


Para a determinação das dimensões de seções transversais de canalizações, de estruturas
extravasoras de barramentos ou de seções de travessias, deve ser utilizada a vazão máxima de projeto,
obtida em conformidade com o disposto no item 2.1.

2.2.1. Folga sobre o dimensionamento (borda livre)


Para o dimensionamento de obras que interfiram no fluxo das águas superficiais, visando ao
escoamento da vazão máxima de projeto, recomenda-se observar os valores mínimos de “folga sobre
o dimensionamento”, expressos na Tabela 4.

Tabela 4. Valores mínimos de folga sobre o dimensionamento (f)


Obra Folga sobre dimensionamento
Tipo / Características
Hidráulica (f)
seção aberta f ≥ 0,20 hTR
f ≥ 0,20 H
Canalização seção em contorno fechado
aérea (pontes)
f ≥ 0,20 hTR ; com f ≥ 0,4 m
intermediária (galerias) f ≥ 0,20 H
Travessia
bueiro Previsto para trabalhar em carga

qualquer tipo, exceto soleiras


Barramento f ≥ 0,10 HM ; com f ≥ 0,5 m
submersíveis

Onde:
 “hTR” - profundidade da lâmina d’água correspondente à vazão máxima de projeto, associada
a um período de retorno (TR), em conformidade com o estabelecido na Tabela 1 (item 1.1.2);
143
 Canalizações em seção aberta – “f” é o desnível entre a linha d’água correspondente à
máxima vazão possível de escoar sem extravasamento e a lâmina d’água
correspondente à vazão máxima de projeto;
 Canalizações em contorno fechado: “H” é a altura máxima da seção transversal, medida
internamente;
 Travessias aéreas: “f” é o desnível entre a face inferior da estrutura de sustentação do
tabuleiro da ponte e a lâmina d’água correspondente à vazão máxima de projeto;
 “HM” - maior altura do barramento (desnível entre a cota de coroamento do maciço e o
talvegue na seção do barramento).

2.2.1.1. Os valores expressos na Tabela 4 têm caráter geral preventivo e são direcionados a
orientar projetos de pequenas obras, podendo, nesses casos, substituir as verificações
de borda livre;
2.2.1.2. Nos casos de canais, travessias e barramentos de maior porte, importância ou
complexidade, os valores de borda livre devem ser verificados pelo projetista.

2.2.2. Coeficiente de rugosidade


Para a adoção do coeficiente de rugosidade de Manning (n), utilizado na determinação de
velocidades em canais, o DAEE recomenda os valores expressos na Tabela 5.

Tabela 5. Valores recomendados para o coeficiente de rugosidade de Manning (n)


Tipo de superfície ou de revestimento n
Terra
Grama 0,035
Rachão
Gabião 0,028
Pedra argamassada 0,025
Aço corrugado 0,024
Concreto 0,018

Para o caso de revestimentos não previstos na Tabela 5, devem ser adotados coeficientes
recomendados em bibliografia específica.

2.2.3. Restrições de velocidade


144
Nos projetos de canalizações e de travessias, recomenda-se que sejam observados os limites
de velocidade expressos na Tabela 6, impostos pelos revestimentos do trecho projetado e pelas
condições e restrições do canal de jusante.

Tabela 6. Limites superiores para velocidades em canais


Velocidade Máxima
Revestimento (m/s)
Terra 1,5
Gabião 2,5
Pedra argamassada 3,0
Concreto 4,0

Para o caso de revestimentos não previstos na Tabela 6, devem ser adotados limites
recomendados em bibliografia específica.

3. CRITÉRIOS PARA VERIFICAÇÃO DE OBRAS HIDRÁULICAS


EXISTENTES
3.1. VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE MÁXIMA DE DESCARGA
Para obras hidráulicas existentes, recomenda-se verificar a capacidade máxima de descarga e
do período de retorno associado.
A capacidade máxima de descarga da obra hidráulica existente corresponde à máxima vazão
possível de ser veiculada, considerando seção plena de escoamento, respeitando a segurança das
estruturas.
Nos barramentos, a capacidade máxima de descarga representa a máxima vazão de fluente
possível de ser veiculada pelos extravasores.

3.2. ESTIMATIVA DO PERÍODO DE RETORNO


Para a estimativa do período de retorno associado à capacidade máxima de descarga, os
coeficientes ou parâmetros que exprimem a produção de escoamento superficial direto devem
corresponder à situação de ocupação atual da bacia hidrográfica que contribui para a seção de
interesse, em conformidade com o item 2.1.3, observando os valores mínimos estipulados na Tabela
3.
Recomenda-se que o período de retorno estimado atenda às condições de valores mínimos
estipulados nas Tabelas 1 e 2 do item 2.1.2. Nos casos de não enquadramento nos valores
145
mencionados, recomenda-se a realização de adequações, por meio de medidas estruturais ou não
estruturais, para adaptação da obra hidráulica existente às condições locais, sendo que, nos casos de
barramentos, as adequações a serem executadas respeitem as disposições do item 2.

4. DISPOSIÇÕES GERAIS
a) Se uma interferência num corpo d’água superficial causar inundações temporárias ou
permanentes, devido a alterações no regime de escoamento, os proprietários ribeirinhos
potencialmente atingidos deverão manifestar sua anuência por escrito;
b) Poderão ser utilizados metodologias, parâmetros e restrições distintos dos aqui descritos, caso
a interferência apresente características ou peculiaridades que assim o justifiquem, ou por
motivo de interesse social ou de utilidade pública;
c) O usuário é responsável pelos aspectos relacionados à segurança das obras hidráulicas,
devendo assegurar que seu projeto, construção, operação e manutenção sejam executados por
profissionais legalmente habilitados, devendo manter em seu poder todos os estudos, projetos
e documentos correlatos produzidos para apresentação ao DAEE durante fiscalização ou
quando solicitados;
d) Para obras existentes, nos casos em que não haja viabilidade de adequações, o interessado
deve prever soluções, em função das condições locais, com medidas estruturais e/ou não
estruturais, e respectivos estudos e projetos;
e) Nos casos de barramentos de maior porte, e em função de suas finalidades, o requerente deve
observar o disposto na Resolução CNRH nº 37 de 26/03/2004, que estabelece diretrizes para a
outorga de recursos hídricos para a implantação de barramentos em corpos d’água de domínio
dos Estados, Distrito Federal e União, no que diz respeito à necessidade de elaboração de:
• Regras operativas;
• Plano de contingência;
• Plano de ação de emergência;
• Monitoramento do reservatório;
• Manifestação setorial, quando couber.

5. ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS TÉCNICOS PARA OBRAS


HIDRÁULICAS NOVAS OU EXISTENTES
Apresentam-se, a seguir, orientações quanto ao conteúdo técnico que deve consubstanciar os
estudos e projetos referentes às obras hidráulicas que interfiram nos recursos hídricos.

146
5.1. ESTUDOS HIDROLÓGICOS
5.1.1. Os estudos hidrológicos desenvolvidos por métodos indiretos devem conter:
5.1.1.1. Área da bacia de contribuição limitada pela seção da obra ou interferência;
5.1.1.2. Discriminação e justificativa quanto à metodologia empregada;
5.1.1.3. Perfil do talvegue desde o divisor de águas até a seção de projeto: tabela e
gráfico;
5.1.1.4. Determinação da declividade média ou declividade equivalente do talvegue;
5.1.1.5. Determinação do tempo de concentração (tc) relativo à bacia de contribuição;
5.1.1.6. Definição do coeficiente de escoamento superficial (C, C2) ou do Número da
Curva (CN);
5.1.1.7. Período de retorno (TR), definido em função do tipo de obra, para projetos de
novas obras;
5.1.1.8. Cálculo da intensidade da chuva de projeto (it,TR);
5.1.1.9. Período de retorno correspondente à intensidade e à duração da chuva, com base
na capacidade máxima de descarga, no caso de obras existentes, promovendo
adequações, se necessárias;
5.1.1.10. Determinação da vazão de enchente de projeto, do respectivo hidrograma e de
seu volume;
5.1.1.11. Desenho: planta planialtimétrica da bacia de contribuição, obtida a partir das
folhas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1:50.000), ou do
Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo - IGC (1:10.000)
quando houver, com hidrografia e limites da área de drenagem;

5.1.2. Os estudos hidrológicos desenvolvidos por métodos estatísticos diretos devem conter:
5.1.2.1. Informações sobre o posto fluviométrico, tais como entidade operadora,
identificação, coordenadas, área de drenagem controlada, período de observação;
5.1.2.2. Área da bacia de contribuição limitada pela seção da obra ou interferência;
5.1.2.3. Discriminação e justificativa quanto à metodologia empregada;
5.1.2.4. Série histórica de vazões máximas;
5.1.2.5. Análise de consistência e homogeneidade da série histórica de dados
fluviométricos;
5.1.2.6. Curva de probabilidade de ocorrência de vazões máximas;
5.1.2.7. Correlação entre a bacia definida pelo posto fluviométrico analisado e a bacia de
contribuição limitada pela seção da obra hidráulica;
147
5.1.2.8. Período de retorno (TR), definido em função do tipo de obra;
5.1.2.9. Período de retorno correspondente à intensidade e à duração da chuva, com base
na capacidade máxima de descarga, no caso de obras existentes, promovendo
adequações, se necessárias;
5.1.2.10. Determinação da vazão de enchente de projeto, do respectivo hidrograma e de
seu volume;
5.1.2.11. Desenhos: Planta planialtimétrica da bacia de contribuição, obtida a partir das
folhas do IBGE (1:50.000), ou do IGC (1:10.000) quando houver, com
hidrografia e limites da área de drenagem, bem como a localização do posto
fluviométrico escolhido.

5.2. ESTUDOS HIDRÁULICOS


5.2.1. Os projetos de barramentos devem conter:
5.2.1.1. Curva cota x área x volume do reservatório, por meio de gráfico e tabela com os
respectivos valores;
5.2.1.2. Níveis notáveis do reservatório, como mínimo, normal e máximo maximorum, e
volumes correspondentes, levando em conta as restrições de borda livre;
5.2.1.3. Se pertinente, elaboração de estudo do amortecimento da onda de enchente
correspondente à vazão de projeto;
5.2.1.4. Vazão máxima defluente a ser veiculada para jusante pela(s) estrutura(s) de
descarga do barramento;
5.2.1.5. Dimensionamento do vertedor, para novas obras hidráulicas ou verificação da
capacidade máxima de descarga, para obras existentes, promovendo adequações,
quando necessárias;
5.2.1.6. Dimensionamento do descarregador de fundo ou de dispositivo para controle e
manutenção de vazões mínimas para jusante, para novas obras hidráulicas ou
verificação da capacidade máxima de descarga, para obras existentes,
promovendo adequações, quando necessárias;
5.2.1.7. Avaliação dos efeitos dos níveis d’água ou das vazões de cheia a montante e a
jusante do barramento;
5.2.1.8. Dimensionamento de estruturas de dissipação de energia, para novas obras
hidráulicas, quando couber, ou verificação dos dispositivos em obras existentes,
promovendo adequações, quando necessárias;
5.2.1.9. Desenhos:
148
A Planta planialtimétrica com o arranjo geral do barramento;
B Planta da área de inundação do reservatório, resultante de levantamento
planialtimétrico, indicando a linha de inundação correspondente ao nível
máximo maximorum, os proprietários ribeirinhos atingidos, as divisas de
suas propriedades e as infra-estruturas existentes junto ao corpo d’água;
C Plantas, cortes e detalhes do barramento e de todas as estruturas
hidráulicas (vertedor, canal extravasor, dissipador de energia, canal de
restituição, tomada d’água, descarregador de fundo, outras), em escala.

5.2.2. Os projetos de canalizações devem conter:


5.2.2.1. Determinação ou definição, para cada trecho homogêneo, dos seguintes
elementos:

Declividade média;

Revestimentos e respectiva rugosidade;

Seção típica;
5.2.2.2. Dimensionamento hidráulico da seção indicando profundidade da lâmina d’água
de projeto e a borda livre, para novas obras hidráulicas ou verificação das obras
existentes, promovendo adequações, quando necessárias;
5.2.2.3. Determinação da linha d’água;
5.2.2.4. Dimensionamento de estruturas de dissipação de energia, para novas obras
hidráulicas, quando couber, ou verificação dos dispositivos em obras existentes,
promovendo adequações, quando necessárias;
5.2.2.5. Avaliação dos efeitos dos níveis d’água ou vazões de cheia a montante e a
jusante da canalização;
§ Planta, resultante de levantamento topográfico, com a implantação do
traçado geométrico do canal, indicação dos proprietários ribeirinhos e das
seções transversais topobatimétricas;
§ Perfil longitudinal com indicação das margens esquerda e direita do curso
d’água, dos fundos natural e projetado do canal, das seções transversais
topobatimétricas e da linha d’água de projeto; informando, para cada trecho
homogêneo, a declividade, a velocidade e o revestimento projetados;
§ Sobreposição das seções típicas de projeto às seções transversais
topobatimétricas do curso d’água, para novas obras hidráulicas ou seções
típicas, para obras existentes;
149
§ Detalhes de transições nos trechos em que ocorram alterações na geometria
da seção;
§ Plantas, cortes e detalhes das estruturas de dissipação de energia, se
houver;
5.2.3. Os projetos de travessias devem conter:
5.2.3.1. Declividade média da travessia;
5.2.3.2. Rugosidade (revestimento);
5.2.3.3. Dimensionamento hidráulico da seção, para novas obras hidráulicas ou
verificação da seção no caso de obras existentes, promovendo adequações,
quando necessárias;
5.2.3.4. Determinação da linha d’água;
5.2.3.5. Dimensionamento de estruturas de dissipação de energia, para novas obras
hidráulicas, quando couber, ou verificação dos dispositivos em obras existentes,
promovendo adequações, quando necessárias;
5.2.3.6. Avaliação dos efeitos dos níveis d’água ou vazões de cheia a montante e a
jusante da travessia;
5.2.3.7. Desenhos:
§ Planta planialtimétrica da travessia com o posicionamento de, no mínimo,
três seções transversais topobatimétricas do curso d’água (a montante, a
jusante e no eixo da travessia);
§ Perfis das seções transversais topobatimétricas do curso d’água;
§ Sobreposição da seção de projeto à seção transversal do curso d’água, para
novas obras hidráulicas, ou a seção de obras existentes, indicando a estrutura
da travessia (fundações, pilares, bueiros etc), o nível d’água correspondente
à enchente de projeto e a borda livre;
§ Detalhes de transições nos trechos em que ocorram adequações do canal à
geometria da seção da travessia;
§ Plantas, cortes e detalhes das estruturas de dissipação de energia, se houver;
5.2.3.8. No caso das travessias subterrâneas de cabos, dutos ou túneis, descritas no inciso
III do artigo 2º da Portaria DAEE nº 1.632, de 30 de maio de 2017, ou suas
atualizações, não havendo o recobrimento mínimo de 1,0 m de solo, medido
entre a geratriz superior externa do duto ou estrutura e o fundo do curso d’água,
recomenda-se a execução adequada de proteção de cabos e dutos, não sendo
necessária no caso de corpos d’água cujo fundo se encontre estruturalmente
150
revestido.

6. DISPOSIÇÕES FINAIS
6.1. Esta IT-DPO revoga a IT-DPO n° 02 de 30/07/2007, atualizada em 09/10/2015 e a IT-DPO
nº 04 de 30/07/2007, atualizada em 21/12/2012.
6.2. Esta IT-DPO entra em vigor a partir de 1° de julho de 2017.

151
INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO nº 12, de 30/05/2017

1. OBJETO
Esta Instrução Técnica DPO (IT-DPO) estabelece critérios e procedimentos para apresentação de
documentação, referente a aproveitamentos hidrelétricos (Usina Hidrelétrica de Energia – UHE;
Pequena Central Hidrelétrica - PCH e Central Geradora Hidrelétrica - CGH), necessária para
obtenção:
 da Declaração sobre Viabilidade de Implantação de empreendimentos (DVI), emitida pelo
DAEE, nos casos de rios de domínio do Estado de São Paulo e de domínio da União, quando
houver delegação da ANA, que corresponderá à Declaração de Reserva de Disponibilidade
Hídrica - DRDH, que tem a finalidade de licitar ou autorizar o uso de potencial de energia
hidráulica, pela ANEEL;
 de Outorga de Direito de Uso ou de Interferência nos recursos hídricos;
 de Cadastramento dos aproveitamentos hidrelétricos autorizados ou outorgados pelo Governo
Federal (ou protocolados na ANEEL até 19/12/2002).

2. REFERÊNCIAS

- Lei Federal nº 9984, de 17/7/2000 – dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas –
ANA;

- Resolução ANA nº 131, de 11/3/2003 – dispõe sobre procedimentos referentes à emissão de


Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRDH) e de outorga de direito de uso de
recursos hídricos para uso de potencial de energia hidráulica superior a 1 MW em corpo
d’água de domínio da União e dá outras providências;

- Parecer nº 054/2003 – PF/ANEEL, de 25/3/2003;

- Resolução CNRH nº 37, de 26/3/2004 – estabelece diretrizes para a outorga de recursos


hídricos referente à implantação de barragens em corpos de água de domínio dos Estados, do
Distrito Federal ou da União;

- Resolução Conjunta SMA/SERHS nº 1, de 23/2/2005, ou a que a suceder – regula o


procedimento para o Licenciamento Ambiental integrado às outorgas de recursos hídricos em
rios de domínio do Estado;

- Resolução Conjunta ANEEL/ANA nº 1305, de20/11/2015;

152
- Lei Federal nº 13.360 de 17/11/2016;

- Portaria DAEE nº 1.360 de 30 de maio de 2017 e seu regulamento, que dispõem sobre os
procedimentos para obtenção de outorgas.

3. OBTENÇÃO DE DVI E OUTORGAS DO DAEE


O DAEE concede a DVI e outorgas de direito de usos e interferências em recursos hídricos em duas
fases.
Na 1ª fase, o usuário requer a DVI, conforme disposto na IT-DPO nº 08, para os casos de reativação e
novos aproveitamentos hidrelétricos e repotenciação de empreendimentos existentes.
Essa declaração, válida por um ano, não concede o direito de instalar os usos ou interferências nos
recursos hídricos.
Nesta fase, antes da emissão da DVI, a Diretoria de Bacia do DAEE, onde os requerimentos do
interessado foram protocolados, encaminhará o assunto ao Comitê de Bacia Hidrográfica para
manifestação quanto à viabilidade dos usos dos recursos hídricos pretendidos.
Na 2ª fase, de posse da DVI, o interessado deve requerer ao DAEE a Outorga de Direito de Uso (ou
de interferência) nos recursos hídricos, conforme disposto na IT-DPO nº 09, devendo previamente
obter as correspondentes licenças e aprovações ambientais, emitidas pela CETESB e ANEEL.
Especificamente para os casos de aproveitamentos hidrelétricos existentes e em operação, que não
possuam a regularização dos usos e interferências em recursos hídricos, não haverá a emissão da DVI
para a regularização e o interessado deve observar o disposto nos itens 7.3, 7.4 e 9 desta IT-DPO.

4. CLASSIFICAÇÃO DOS APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS PELO DAEE


Características do Aproveitamento *
Grau de interferência Transposição de
Barragem TCC
nos recursos hídricos bacia
De nível Regularização SIM NÃO SIM NÃO

BAIXO x x

MÉDIO x x x
x x
ALTO
x x x x x

* Características do Aproveitamento:
 Barragem
153
o De nível: soleira livre; N.A. mínimo operacional = cota da soleira do vertedor de
superfície; vazão defluente (vertida + canal de fuga) = vazão afluente;
o De regularização: provida de comportas (ou outro mecanismo) que permitam operação
do volume armazenado; alteração do regime do rio a jusante do canal de fuga;
 Trecho curto-circuitado (TCC): trecho do rio, onde a vazão é reduzida pela operação da usina,
compreendido entre o pé de jusante do maciço da barragem e o canal de fuga;
 Transposição de bacia: o lançamento, pelo canal de fuga da geração, não retorna ao próprio
curso d’água do qual as vazões são derivadas.

6. VERIFICAÇÃO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA


5.1. Critérios do DAEE, específicos para o objeto desta IT DPO, para verificação da disponibilidade
hídrica superficial na seção de estudo de um curso d’água:
Variáveis e restrições consideradas:
 Vazão mínima natural de referência (Qref): vazão afluente à seção em análise de um curso
d’água, para verificações de disponibilidade hídrica superficial para outorga de captações a fio
d’água = Q7,10;
 Vazão mínima remanescente a ser mantida para jusante de seção de curso d’água onde se
instale captação ou barragem: 0,5xQ7,10;
 Total de usos consuntivos instalados a montante da seção de estudo: diferença entre todas as
vazões captadas (derivações ou retiradas) e as lançadas, localizadas a montante da seção;
 Disponibilidade hídrica superficial na seção em estudo: diferença entre a Qref na seção e total
de usos consuntivos instalados a montante;
 Vazão total disponível para outorga de captação a fio d’água em determinada seção: diferença
entre a Qref na seção e o total de usos consuntivos instalados a montante descontando-se,
ainda, o valor de 0,5xQ7,10.
Os critérios do DAEE, aqui discriminados, serão aplicados se não houver disposições em contrário
estipuladas pelo Comitê de Bacias Hidrográficas em cuja área de atuação se insere o aproveitamento
hidrelétrico.
5.2. Grau de interferência: BAIXO (barragem de nível e inexistência de trecho curto-circuitado ou de
vazão reduzida)
De maneira geral, na verificação da disponibilidade de vazões para a geração, o usuário deverá
considerar a condição em que todo o uso consuntivo disponível para outorga na bacia de montante já
tenha sido outorgado pelo DAEE, até o limite de 50% da Q7,10.

154
Se a totalidade dos usos consuntivos já instalados a montante for superior a 50% da Q7,10, utilizar esse
maior valor na avaliação das vazões afluentes à usina.
5.3. Grau de interferência: MÉDIO (barragem de nível e existência de trecho curto-circuitado, sem
transposição de bacia)
A análise da disponibilidade de vazões afluentes para geração será realizada conforme disposto no
item 6.2 desta IT-DPO.

Análise do trecho curto-circuitado (TCC):


 Identificar possíveis usuários e suas captações (ou necessidades hídricas) instaladas no TCC
formado pelo empreendimento;
 A vazão mínima a ser mantida no TCC deverá atender ao maior valor entre:
o A mínima a ser mantida em qualquer trecho de rio, não inferior a 50% da Q7,10
estimada para a seção do barramento da usina, e
o A mínima necessária para o atendimento das necessidades dos usuários instalados no
TCC.
5.4. Grau de interferência: ALTO (barragem de regularização, com ou sem trecho curto-circuitado -
TCC, ou aproveitamento com transposição de bacia).
A análise da disponibilidade de vazões afluentes para geração será realizada conforme disposto no
item 6.2 desta IT-DPO.
A análise do trecho curto-circuitado (TCC) ou de vazão reduzida, se houver: será realizada conforme
disposto no item 6.3 desta IT-DPO.
Nos casos de regularização de vazões, devido à possibilidade da modificação do fluxo natural das
águas pela operação dos níveis do reservatório, o empreendedor deverá estabelecer seu regime de
vazões mínimas defluentes em função das necessidades dos usuários instalados a jusante do canal de
fuga da usina.
As regras operativas nos eventos de cheias deverão levar em consideração as ocupações instaladas
nas áreas marginais dos trechos de jusante.
Para operar, a usina deverá contar com plano de contingência que deverá levar em consideração as
regras operativas e as populações e infra-estruturas sob influência do aproveitamento.
Nos casos de transposição de bacia, pelo retorno da água derivada não ocorrer no mesmo curso
d’água, podendo o lançamento, inclusive, ser feito em outra bacia hidrográfica ou outro sistema
hídrico, as análises da influência da derivação de vazões para geração deverão estender-se até onde
necessário. Por serem casos de maior complexidade, devem ser objeto de análise caso a caso.

155
6. MONITORAMENTO DE VAZÕES DO CURSO D’ÁGUA
Para a comprovação das condições operacionais do aproveitamento hidrelétrico, os empreendimentos
outorgados deverão instalar, operar e manter, no mínimo, dois postos de monitoramento com registro
contínuo de vazões e armazenamento dos dados e, quando solicitados pelo DAEE, para transmissão
desses dados, com a periodicidade e na forma que for especificado.
Esses postos deverão ser: um posto fluviográfico a montante do reservatório e outro a jusante do
canal de fuga.
Nos casos de transposição de bacia, em que o retorno de água pelo canal de fuga da geração se dá em
outro curso d’água, o monitoramento de jusante deverá ser instalado a jusante do barramento onde se
dá a derivação das águas.

7. PARA OBTENÇÃO DE DVI E OUTORGA


7.1. Dependem da obtenção da DVI e da outorga do DAEE os aproveitamentos hidrelétricos em rios
de domínio do Estado de São Paulo, protocolados na ANEEL após 19/12/2002, conforme as
seguintes fases:
 1ª fase - apresentar requerimento da DVI, que corresponderá à DRDH (Declaração de Reserva
de Disponibilidade Hídrica) solicitada pela ANEEL, conforme dispõe a IT-DPO nº 08,
acrescido de relatório técnico com o conteúdo mínimo descrito no Anexo 12-A desta IT-DPO.
 2ª fase – após a obtenção da DVI e das licenças e aprovações ambientais, emitidas pela
CETESB e ANEEL, o empreendedor deverá requerer ao DAEE a outorga de direito de uso e
interferência nos recursos hídricos, para a captação, o lançamento e o barramento, conforme
dispõe a IT-DPO n° 09.
7.2. Na 2ª fase, estudos técnicos complementares aos apresentados na 1ª fase podem ser requisitados
pelo DAEE. Se, entre as fases 1ª e 2ª, houver modificações no projeto, nova documentação técnica
deverá ser encaminhada para análise, descrevendo as alterações, com justificativas para as mesmas
terem sido incorporadas.
7.3. Especificamente para os casos de aproveitamentos hidrelétricos existentes em operação,
protocolados na ANEEL após 19/12/2002, que não possuam a regularização dos usos e interferências
em recursos hídricos, o interessado deve requerer a Outorga de Direito de Uso (ou de interferência),
conforme disposto na IT-DPO nº 09, devendo previamente obter as correspondentes licenças
ambientais, emitidas pela CETESB.
7.4. Nos casos de usos e interferências protocolados na ANEEL após 19/12/2002 em cursos d'água de
domínio da União, quando houver delegação de atribuições ao DAEE, por parte da Agência Nacional
156
de Águas - ANA, o interessado deve atender às disposições da Resolução Conjunta ANEEL/ANA nº
1305, de 20/11/2015, no que couber, e solicitar a outorga de direito de uso ou interferência em
recursos hídricos conforme disposto na IT DPO nº 09.

8. RESPONSABILIZAÇÃO PELAS INFORMAÇÕES E RELATÓRIOS


Os relatórios técnicos e conteúdos descritos no item “7”, para apresentação ao DAEE, devem ser
rubricados em todas as suas páginas pelo empreendedor requerente, pelo responsável técnico e pelo
autor do relatório (se for outro que não o responsável técnico). Deverão conter, em sua página inicial,
a identificação e a assinatura desses responsáveis, empreendedor e técnico(s).

9. PARA CADASTRAMENTO DE APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS


9.1. O cadastramento deverá ser requerido para os aproveitamentos hidrelétricos em rios de domínio
do Estado de São Paulo e de domínio da União, quando houver delegação da ANA, autorizados pela
ANEEL, protocolados naquela Agência até 19/12/2002, por meio do formulário de requerimento do
Anexo 12-B desta IT-DPO.
9.2. Os pedidos de cadastros referidos nesta IT-DPO estão sujeitos ao pagamento de taxa, no valor de
1 (uma) Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP).

10. DISPOSIÇÕES FINAIS


10.1. Esta IT-DPO revoga a IT-DPO n° 05 de 10/11/2011.
10.2. Esta IT-DPO entra em vigor a partir de 1° de julho de 2017.

157
Instrução Técnica DPO Nº 12 Anexo 12-A

Referências para elaboração de relatório técnico a ser apresentado ao DAEE na fase de obtenção de
Declaração de Viabilidade de Implantação de empreendimento – conteúdo mínimo.

Relatório Técnico da PCH (ou UHE, ou CGH) (nome da usina)

1. Caracterização do Empreendimento
1.1 Introdução
1.2 Descrição geral do empreendimento
1.3 Desenhos
Localização (hidrelétrica e seu e reservatório) em planta cartográfica (IBGE) – 1:50.000
Localização em imagem aérea (fotografia): Google Earth (ou outra fonte)

1.4 Ficha técnica resumida


a) Situação, localização
- curso d’água, bacia hidrográfica, UGRHI
- Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos)
- Município
b) Hidrologia
- Área de drenagem
- Precipitação total anual média
- Vazão média de longo termo
- Vazões mínimas: Q7,10, QP% (curva de duração de vazões)
- Vazão de cheia de projeto e TR correspondente
c) Barramento
- Maciço: tipo, extensão total, maior altura do barramento
- Vertedor de superfície e soleira: tipo, extensão total
d) Elevações (cotas) – RN oficial (IBGE)
- Coroamento do maciço
- Crista da soleira do vertedor de superfície
- Tomada d’água das turbinas (eixo)
- Eixo das turbinas
- Reservatório: N.A. máximo normal, mínimo operacional e máximo maximorum.
158
e) Geração
- Turbinas: tipo, modelo, fabricante, quantidade
- Potência nominal da(s) turbina(s)
- Altura de queda: bruta e líquida
- Vazão turbinável versus potência: mínimas e máximas (vazão e potência correspondente).

A Estudos Hidrológicos – determinação da vazão de cheia de projeto


2.1 Nos casos de estudos hidrológicos desenvolvidos por métodos indiretos:
a) Apresentação do valor da área da bacia de contribuição limitada pela seção da obra ou
interferência;
b) Apresentação da metodologia empregada: discriminação e justificativa;
c) Perfil do talvegue desde o divisor de águas até a seção de projeto: tabela e gráfico;
d) Determinação da declividade média ou declividade equivalente do talvegue;
e) Determinação do tempo de concentração (tC) relativo à bacia de contribuição;
f) Definição do coeficiente de escoamento superficial (C, C2) ou do Número da Curva (CN);
g) Período de retorno (TR) – definido em função da altura do barramento e ocupação a jusante,
(Tabela 2 da IT-DPO nº 11);
h) Cálculo da intensidade da chuva de projeto (it,T);
i) Determinação da vazão de enchente de projeto, do respectivo hidrograma e de seu volume;
j) Desenho: planta planialtimétrica da bacia de contribuição, obtida a partir das folhas do IBGE
(1:50.000), com hidrografia e limites da área de drenagem;

2.2 Nos casos de estudos hidrológicos desenvolvidos por métodos estatísticos diretos:
a) Informações sobre o posto fluviométrico: entidade operadora, identificação, coordenadas, área de
drenagem controlada, período de observação;
b) Apresentação do valor da área da bacia de contribuição limitada pela seção da obra ou
interferência;
c) Apresentação da metodologia empregada: discriminação e justificativa;
d) Série histórica de vazões máximas;
e) Análise de consistência e homogeneidade da série histórica de dados fluviométricos;
f) Curva de probabilidade de ocorrência de vazões máximas;
g) Correlação entre a bacia definida pelo posto fluviométrico analisado e a bacia de contribuição
limitada pela seção de projeto;

159
h) Período de retorno (TR) – definido em função da altura do barramento e ocupação a jusante,
(Tabela 2 da IT-DPO nº 11);
i) Determinação da vazão de enchente de projeto, do respectivo hidrograma e de seu volume;
j) Desenhos:
j.1) Planta planialtimétrica da bacia de contribuição, obtida a partir das folhas do IBGE
(1:50.000), com hidrografia e limites da área de drenagem;
j.2) Planta de localização do posto fluviométrico escolhido, com a hidrografia, sede municipal,
rodovias de acesso;
Observação: Em função das dimensões da área de drenagem, a base cartográfica, referida nos itens
“2.1.j” e “2.2.j.1”, poderá ser outra que não a das folhas do IBGE na escala 1:50.000.

C Estudos Hidráulicos – escoamento de vazões de cheia


3.1 Determinação da curva cota x área x volume do reservatório: apresentar gráfico e tabela com os
respectivos valores;
3.2 Definição dos níveis notáveis do reservatório, como mínimo, normal e máximo maximorum, e
volumes correspondentes, levando em conta as restrições de borda livre (Tabela 4 da IT-DPO nº 11);
3.3 Se pertinente, apresentação de estudo do amortecimento da onda de enchente correspondente à
vazão de projeto;
3.4 Determinação da vazão máxima defluente a ser veiculada para jusante pela(s) estrutura(s) de
descarga do barramento;
3.5 Dimensionamento do vertedor;
3.6 Dimensionamento do descarregador de fundo ou de dispositivo para controle e manutenção de
vazões mínimas para jusante;
3.7 Avaliação dos efeitos dos níveis d’água ou das vazões de cheia a montante e a jusante do
barramento a ser implantado;
3.8 Dimensionamento de estruturas de dissipação de energia - ou justificativa para a não utilização;

D Balanço Hídrico
4.1 Determinação das vazões médias e mínimas para a seção da barragem, com base na
regionalização de variáveis hidrológicas (DAEE); média plurianual, Q7,10, curva de duração de
vazões;
4.2 Análise da bacia a montante:

160
a) A partir do cadastro do DAEE (e de outros levantamentos, se for o caso), contabilizar os totais de
vazões captadas e lançadas na bacia hidrográfica controlada pelo barramento da usina, determinando
o total de usos consuntivos a montante (Σ UCmontante);
b) Escolher, para a seção do barramento, o maior valor entre (Σ UCmontante) e (50% da Q7,10) para
definir o saldo de vazões afluentes à usina, conforme item “5.1” desta IT-DPO;
4.3 Análise do trecho curto-circuitado (TCC), se houver:
(Não havendo TCC, ir para “4.4” abaixo)
a) Verificar todos os usos de recursos hídricos superficiais instalados no TCC (cadastrados ou não
no DAEE), incluindo lazer, turismo e outros, públicos e privados;
b) Não havendo quaisquer usos no TCC, adotar a necessidade da manutenção da vazão mínima de
(50% da Q7,10), nesse trecho, entre o barramento e o desemboque do canal de fuga;
c) Havendo usos no TCC: adotar, para vazão mínima a ser mantida nesse trecho de rio, o maior
valor entre (50% da Q7,10) e a mínima necessária para atender aos usos instalados (cadastrados ou não
no DAEE).
4.4 Análise do trecho a jusante do desemboque do canal de fuga da casa de força (sem transposição
de bacia):
a) Usinas sem operação do nível do reservatório, sem alteração do regime do rio (BAIXO e
MÉDIO impacto, segundo o DAEE): não há necessidade de verificação;
b) Usinas que alteram o regime do rio, operando o reservatório em diferentes níveis, artificialmente
(ALTO impacto, segundo o DAEE):
b.1) Levantamento de todos os usos instalados no trecho de jusante sob influência da operação da
usina (cadastrados, ou não, no DAEE);
b.2) A operação da usina deverá ser planejada e projetada de forma a não prejudicar os usos
identificados a jusante.
4.5 Aproveitamentos com transposição de bacia (ALTO impacto, segundo o DAEE).
Como exposto no item “5.4” desta IT-DPO, pelo fato dos casos assim caracterizados apresentarem
maior complexidade, devem ser objeto de análise caso a caso.
Nota: Por deliberação do Comitê de Bacias Hidrográficas, em cuja área de atuação o aproveitamento
hidrelétrico esteja localizado, poderão ser estabelecidos critérios de balanço hídrico superficial
distintos daqueles geralmente aplicados pelo DAEE, bem como poderão ser estipuladas exigências
específicas sobre a manutenção de vazões mínimas e sobre os critérios de operação das estruturas
hidráulicas.

161
5. Regras Operacionais
Para garantir a segurança hidrológica das estruturas e considerando as restrições impostas pela
necessidade do atendimento de manutenção de vazões mínimas para jusante do barramento, no trecho
curto-circuitado e para jusante do canal de fuga, conforme item anterior (4), definir as regras
operacionais da usina relacionando vazões afluentes com vazão de geração, vazão
vertida/descarregada, potência de geração, quantidade de turbinas em atividade.

6. Considerações Finais
Considerando a expectativa de disponibilidade de vazões afluentes, as restrições impostas pela
necessidade da manutenção de vazões para jusante (item 4) e as regras operacionais definidas (item
5);
Explicitar a percentagem do tempo de funcionamento esperada para a usina em função da
potência e/ou vazão de geração disponível;
Confirmar a viabilidade do empreendimento, considerando-se as restrições e obrigações impostas
pela outorga do DAEE.

7. Desenhos

a) Planta planialtimétrica com o arranjo geral do barramento e da geração;

b) Planta da área de inundação do reservatório (levantamento planialtimétrico semicadastral),


indicando a linha de inundação correspondente aos níveis mínimo operacional (se houver),
máximo normal e máximo maximorum, os proprietários ribeirinhos atingidos, as divisas de suas
propriedades e as infra-estruturas existentes junto ao corpo d’água;

c) Desenhos do barramento e de todas as estruturas hidráulicas (vertedor, canal extravasor,


dissipador de energia, canal de restituição, tomada d’água, descarregador de fundo, outras):
plantas, cortes e detalhes, em escala;

d) Desenhos da geração e suas estruturas hidráulicas (tomada d’água, canal de adução, conduto
forçado, casa de força, turbinas, canal de fuga, comportas, outras): plantas, cortes e detalhes, em
escala;

e) Desenhos, plantas e detalhes, dos postos fluviométricos a serem instalados a montante e a jusante
do aproveitamento (conforme item “6 – Monitoramento de vazões do curso d’água” desta IT-
DPO). Informar sobre localização, acesso, seção hidráulica, equipamentos a serem instalados e
sua operação.

162
Instrução Técnica DPO Nº 12 Anexo 12-B

Requerimento de Cadastramento de Aproveitamento Hidrelétrico

Ao Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE:

Eu, __________________________________, requerente (ou representante legal do requerente


abaixo descrito), ao final qualificado, venho requerer a Vossa Senhoria o cadastramento do
___________________________________ (especificar nome do aproveitamento hidrelétrico), em
conformidade com o Parecer nº 54/2003 - PF/ANEEL, de 25/03/2003:

DADOS DO REQUERENTE
A Nome/Razão Social:
B CPF/CNPJ (unidade local):
C Endereço de correspondência:
D Telefone de contato:
E Endereço de correio eletrônico (e-mail):

DADOS CADASTRAIS DO APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO

1. Tipo de aproveitamento hidrelétrico (CGC, PCH ou UHE):

2. Nome do aproveitamento hidrelétrico:

3. Tipo de Documento ANEEL (Autorização ou Contrato de Concessão):

4. Data de emissão:

5. Prazo de Validade (anos):

6. Potência Instalada:

7. Endereço:

8. Bairro/Distrito:

9. Município:

10. Captação:

Nome do curso d’água:

163
Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos):

11. Lançamento:

Nome do curso d’água:

Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000 (Graus, Minutos e Segundos):

12. Área de drenagem (km²):

13. Precipitação anual média (mm/ano):

14. Vazão média plurianual (m³/s):

15. Q95 (m³/s):

16. Q7,10 (m³/s):

17. Q máx projeto (m³/s):

18. Barramento:

19. Coordenadas Geográficas - Datum SIRGAS 2000, do cruzamento do eixo do maciço com o
talvegue do barramento (Graus, Minutos e Segundos):

Tipo de maciço:

Extensão do maciço (m): Altura do maciço (m):

Cota do coroamento (m): Tipo de vertedor:

Extensão do vertedor (m):

Cota da crista da soleira (m):

Cota do N.A. máximo maximorum (m): Cota do N.A. máximo normal (m):

Cota do N.A. máximo operacional (m): Cota do N.A. mínimo operacional (m): Cota do N.A.
mínimo minimorum (m):

Área inundada para o N.A. máximo normal (m²): Dados da relação cota x volume:

Obs: Cotas e elevações devem ser referidas a RN oficial (IBGE)

20. Informações características do sistema de geração – turbinas:

164
Nestes termos, p. deferimento,

__________________, _____ de _______________ de ______

________________________________________________
(Assinatura)
Nome proprietário/representante legal:
CPF:
Telefone de contato: (_____) ___________-_____________
Endereço de correio eletrônico para contato:

165
II.2 – Instruções Técnicas para Medição de Vazão – SIDECC
As instruções técnicas e seus anexos são dirigidas aos responsáveis pela instalação e operação
dos equipamentos e têm por objetivo complementar as Portarias de medição de vazão do DAEE.
INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO Nº 14, DE 19 DE OUTUBRO DE 2018
1. OBJETIVO
Esta Instrução Técnica DPO (IT-DPO) tem por objetivo complementar a Portaria DAEE nº 5.578
de 05 de outubro de 2018, que estabelece as características técnicas e as especificações mínimas
dos equipamentos e instalações de medidores hidrométricos.

2. REFERÊNCIAS

2.1. Todos os estudos e projetos relacionados a esta IT-DPO, devem ser desenvolvidos em
estrita concordância com as leis e regulamentos emanados dos poderes federal e estadual,
pertinentes ao uso dos recursos hídricos, destacadamente a Portaria DAEE nº 1.630, de
30 de maio de 2017, a Portaria DAEE nº 5.578 de 05 de outubro de 2018 e regulamentos
complementares.

2.2. As condições e os procedimentos, referidos nesta IT-DPO foram definidos com base nas
seguintes normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT:

a) ABNT NBR 8194 – terceira edição – válida a partir de 12/12/2013 -Hidrômetro para
água fria até 15,0 m3/h de vazão nominal – medidores de água potável - Padronização;
b) ABNT NBR 8009 – 1997 - Hidrômetro taquimétrico para água fria até 15,0 m3/h de
vazão nominal;
c) ABNT NBR 14005 –1997, versão corrigida em 2004- Medidor velocimétrico para água
fria, de 15,0 m3/h até 1500 m3/h de vazão nominal;
d) ABNT NBR ISO 6817:1999 - Medição de vazão de líquido condutivo em condutos
fechados – Método utilizando medidores de vazão eletromagnéticos;
e) ABNT NBR ISO 9104:2000.- Medição de vazão de fluidos em condutos fechados –
Método para avaliação de desempenho de medidores de vazão eletromagnéticos para
líquidos;
f) ABNT NBR 8195-1983 - Hidrômetro taquimétrico para água fria - determinação de
características. Método de Ensaio.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO
Está IT-DPO aplica-se aos usos de recursos hídricos abrangidos pelo disposto no inciso VI do
Artigo 22 da Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/2017, ressalvado o disposto no § 1º desse mesmo
artigo.

4. DEFINIÇÕES RELATIVAS A MEDIÇÕES EM CONDUTOS FORÇADOS.


4.1. Hidrômetro:Instrumento destinado a indicar e totalizar continuamente o volume de água
que o atravessa.

4.2. Hidrômetro taquimétrico: Hidrômetro cujo mecanismo medidor é acionado pela ação
da velocidade da água sobre um componente móvel (turbina ou hélice), também
166
conhecido como hidrômetro de velocidade ou velocimétrico.
4.3. Hidrômetro monojato: Para vazões nominais até 15 m3/h. Hidrômetro taquimétrico
onde o mecanismo medidor é acionado pela incidência de um único jato tangencial de
água sobre a componente móvel.

4.4. Hidrômetro multijato: Para vazões nominais até 15 m3/h. Hidrômetro taquimétrico onde
o mecanismo medidor é acionado pela incidência de vários jatos tangenciais de água
sobre a componente móvel.

4.5. Hidrômetro velocimétrico vertical: Para vazões nominais de 15 m3/h até 1.500 m3/h.
Hidrômetro cujo eixo do rotor está posicionado perpendicularmente ao eixo da tubulação.

4.6. Hidrômetro velocimétrico axial: Para vazões nominais de 15 m3/h até 1.500 m3/h.
Hidrômetro cujo eixo do rotor está posicionado na mesma direção do eixo da tubulação.

4.7. Hidrômetro de volume (ou volumétrico): Hidrômetro que têm um compartimento que
enche e esvazia continuamente. É mais preciso e mais sensível que o velocimétrico,
indicando consumos muito pequenos. Por outro lado, é mais caro e mais sensível às
impurezas das águas, mais sensível a intermitência e de reparação mais difícil que o
velocimétrico. É recomendado para locais onde a água é muito cara e de boa qualidade.

4.8. Hidrômetro eletromagnético: Medidor de vazão baseado na Lei de Faraday, em que um


par de bobinas atravessadas por uma corrente elétrica gera um campo magnético
constante que, quando submetido à vazão de um líquido que conduz eletricidade, tem o
sinal de tensão alterado proporcionalmente à velocidade de escoamento e captado por um
par de eletrodos. Assim, cria um campo magnético perpendicular ao fluxo, permitindo
que a vazão seja deduzida da força eletromotriz induzida (f.e.m.) produzida pelo
movimento de um líquido condutivo no campo magnético. O medidor de vazão
eletromagnético consiste em um dispositivo primário e um ou mais dispositivos
secundários, que podem ser combinados em um único conjunto.

4.8.1. Dispositivo primário: é o dispositivo que contém:

4.8.1.1. Uma seção de medição isolada eletricamente através do qual escoa o líquido
condutivo;

4.8.1.2. Um ou mais pares de eletrodos diametralmente opostos através do qual o


sinal gerado no líquido é medido;

4.8.1.3. Um eletroímã para produzir o campo magnético no tubo de medição.

4.8.2. Dispositivo secundário: é o dispositivo que contém o conjunto de circuitos que


extrai um sinal de vazão do sinal do eletrodo e o converte em um sinal de saída
padrão diretamente proporcional à vazão.

4.9. Hidrômetro ultrassônico: Medidor constituído por dois elementos transdutores de sinais
sonoros que operam enviando e recebendo sinais continuamente, sendo a diferença entre
o tempo de trânsito entre os transdutores na direção e contra o fluxo diretamente
proporcional à velocidade do escoamento.

4.10.Vazão nominal de um hidrômetro velocimétrico: é a vazão que corresponde a 50% da


vazão máxima e que corresponde à designação do hidrômetro.
167
5. DIMENSIONAMENTO DE HIDRÔMETROS
5.1. Os hidrômetros velocimétricos e os eletromagnéticos deverão ser dimensionados de
acordo com o volume máximo diário outorgado para a captação, não devendo exceder, no
entanto, a vazão instantânea máxima de cada medidor, conforme a Tabela 1, a seguir:

Tabela 1. Dimensionamento de hidrômetros velocimétricos e eletromagnéticos.


Vazão
Diâmetro Diâmetro Vazão Volume máximo diário
instantânea
Nominal Nominal Tipo Nominal (m³/dia)
máxima
(mm) (pol) (m³/h) (m³/h) 20 h/dia 24 h/dia
20 3/4" Hidrômetrovelocimétrico 1,5 3 24 29
20 3/4" Hidrômetrovelocimétrico 2,5 5 40 48
25 1" Hidrômetrovelocimétrico 3,5 7 56 67
25 1" Hidrômetrovelocimétrico 5,0 10 80 96
40 1.1/2" Hidrômetrovelocimétrico 10,0 20 160 192
50 2" Hidrômetrovelocimétrico 15,0 30 240 288
65 2.1/2" Eletromagnético - 36 717 860
80 3" Eletromagnético - 54 1.086 1.303
100 4" Eletromagnético - 85 1.696 2.036
125 5" Eletromagnético - 133 2.651 3.181
150 6" Eletromagnético - 191 3.817 4.580
200 8" Eletromagnético - 339 6.786 8.143
250 10" Eletromagnético - 530 10.603 12.723
300 12" Eletromagnético - 763 15.268 18.322
350 14" Eletromagnético - 1.040 20.800 24.960
400 16" Eletromagnético - 1.357 27.143 32.572
450 18" Eletromagnético - 1.718 34.352 41.223
500 20" Eletromagnético - 2.121 42.412 50.894
600 24" Eletromagnético - 3.054 61.074 73.289
700 28" Eletromagnético - 4.156 83.124 99.749
800 32" Eletromagnético - 4.529 90.576 108.691
900 36" Eletromagnético - 6.871 137.412 164.894
1000 40" Eletromagnético - 8.482 169.644 203.573
1200 48" Eletromagnético - 12.215 244.290 293.148

5.2. A título de exemplo, uma captação outorgada com volume máximo diário outorgado de
90 m3/dia e com vazão instantânea máxima no medidor (pico de vazão) de 12 m3/h deve
receber um medidor velocimétrico com Diâmetro Nominal -DN=40mm (1.1/2”) de vazão
nominal 10m3/h, mesmo que o consumo diário sugira um medidor com DN=25mm (1”).

5.3. Hidrômetros velocimétricos e eletromagnéticos para valores de diâmetro ou vazões


instantâneas e volumes diários, máximos, diferentes dos fornecidos na Tabela 1, devem
ser analisados individualmente, para cada caso, devendo o usuário de recursos hídricos
apresentar o projeto de instalação e as especificações dos equipamentos, para apreciação
do DAEE.

168
5.4. Poderão ser aceitos hidrômetros instalados ou exigidos pelas concessionárias de serviços
públicos de saneamento, desde que sejam respeitados os termos desta IT-DPO e da
Portaria DAEE nº 5.578 de 05 de outubro de 2018.

5.5. Para os casos em que os hidrômetros referidos nos itens 5.3. e5.4. não atendam à
integralidade dos termos desta IT-DPO, estes poderão ser aceitos pelo Diretor da Bacia
do DAEE correspondente ao local do uso, após análise das justificativas técnicas e
operacionais, apresentadas pelo usuário, que comprovem a não ocorrência de prejuízos
significativos aos valores medidos.

6. PROCEDIMENTOS DE INSTALAÇÃO DE HIDRÔMETROS VELOCIMÉTRICOS.

6.1 A instalação deverá respeitar as normas, em especial o referente à sua horizontalidade.

6.2 Todo medidor deverá ser instalado de maneira a trabalhar sempre cheio de água. Para
essa garantia, a tubulação posterior ao hidrômetro deverá terminar em plano superior ao
do hidrômetro.

6.3 O medidor deverá ser instalado em lugar de fácil acesso, para permitir as operações de
leitura, manutenção, substituição ou remoção direta, sem necessidade de utilizar
acessórios ou provocar rupturas no local de alojamento.

6.4 Pelo menos uma peça de conexão do medidor, de preferência a de entrada, deverá ser
provida de lacre, de modo a evitar a possibilidade de fraude por inversão do aparelho.

6.5 No caso de instalações sob o piso, a câmara de alojamento do medidor, sua moldura e
tampa devem possuir resistência física adequada ao trânsito local.

6.6 A caixa ou câmara de alojamento deverá permitir a drenagem de água que nela penetre,
a fim de evitar o alagamento.

6.7 O alinhamento das conexões deverá ser feito com cuidado para evitar esforços não
uniformes que possam ocasionar vazamentos prematuros.

6.8 Antes da instalação do conjunto filtro medidor, deverá ser escoado um volume de água
para eliminar as partículas sólidas.

6.9 O equipamento medidor não deve fazer parte de instalação de aterramento elétrico.

6.10 Deverá ser evitada a instalação de medidores em locais onde sejam previsíveis
variações bruscas das condições hidráulicas, tais como cavitação, golpe de aríete.

6.11 Para hidrômetros de 15 m3/h até 1.500 m3/h de vazão nominal, a fim de que sejam
garantidas as características metrológicas dos medidores, deverão ser respeitadas as
distâncias mínimas a montante e a jusante, quando da existência de toda e qualquer
singularidade, de acordo com a Tabela 2.

6.12 Para hidrômetro taquimétrico para água fria até 15 m3/h, a instalação deverá ser feita de
acordo com as especificações do fabricante.

6.13 Os hidrômetros de 0,6 m3/h a 10 m3/h de vazão nominal devem ter extremidades
roscadas e dimensões constantes na norma ABNT NBR 8194; 2013.
169
6.14 Os hidrômetros de 15 m3/h de vazão nominal devem ser providos de flanges, cujas
dimensões constam na norma ABNT NBR 8194; 2013.

6.15 O hidrômetro de 0,6 m3/h a 10 m3/h de vazão nominal deve ser ligado à tubulação de
serviço por intermédio de conexões compostas de porcas, tubetes e arruelas de vedação.
Na porca deverá ser previsto um dispositivo que permita a lacração. As dimensões das
porcas, dos tubetes e das arruelas constam na norma ABNT NBR 8194; 2013.

6.16 O hidrômetro de 15 m3/h de vazão nominal deve ser ligado à tubulação por intermédio
de contraflanges e juntas de vedação. As dimensões e roscas do contraflange devem
obedecer à norma ABNT NBR 7669 e ABNT NBR NM-ISO 7-1, respectivamente.

Tabela 2. Distâncias mínimas a montante e a jusante de hidrômetros, quando da


existência de singularidades.
Tipo de singularidade Distância mínima para Distância mínima para
medidor vertical * medidor axial *
Cone convergente Zero Zero
Filtro; Curva; Tê 2D 12 D
Bomba centrífuga
Válvula de retenção 2D 15 D
Cone divergente
2 curvas
Tê e curva 3D 20 D
**Válvula reguladora de
vazão
*D é o diâmetro da tubulação.
**Se totalmente aberta, não necessita de distância para estabilizar o fluxo.

NOTAS:
(1) Poderá ser utilizado retificador/estabilizador de fluxo para diminuir estas distâncias.
(2) Os valores da tabela poderão ser alterados, dependendo das especificações do fabricante e condições
de escoamento.

7. PROCEDIMENTOS DE INSTALAÇÃO DE HIDRÔMETROS ELETROMAGNÉTI-


COS

7.1 Procedimentos de instalação dos dispositivos primários:


7.1.1 O diâmetro interno do tubo do dispositivo primário é o mesmo da tubulação
adjacente. No entanto, poderá ser de 1 (um) diâmetro comercial menor, caso a
velocidade média da água não exceda à máxima recomendada pelo fabricante.

7.1.2 Quanto ao arranjo físico, não há restrição teórica sobre a forma pela qual o
dispositivo primário deva ser montado, desde que a tubulação permaneça sempre
cheia. Para essa garantia é necessário que a tubulação termine num plano superior
ao do medidor eletromagnético, ou seja, o dispositivo primário permaneça
afogado.

170
7.1.3 Deve-se evitar instalações próximas a ímãs permanentes e equipamentos
eletromagnéticos que podem interferir com o sinal de medição de vazão ou
instalações onde correntes podem ser induzidas no dispositivo primário.

7.1.4 É recomendado que qualquer fonte de perturbação do escoamento, tais como uma
curva, esteja no mínimo a 10 diâmetros da tubulação a montante do plano dos
eletrodos, exceto para os casos em que as especificações do fabricante permitam a
instalação.

7.1.5 Escoamento em turbilhonamento deverá ser evitado, pois compromete o fator de


calibração. Nesse caso deve-se inserir um redutor de turbilhonamento a montante
do dispositivo primário, conforme descrito na norma ISO 7194.

7.1.6 O dispositivo primário deverá ser montado de modo que nenhum eletrodo esteja
no fundo ou no topo do tubo.

7.1.7 É imprescindível a verificação do zero do medidor de vazão; para isso, deverão


ser providenciados na instalação meios para interromper o escoamento através de
válvulas a jusante do medidor.

7.1.8 A instalação do medidor na tubulação deve prever acessos para a instalação e


remoção do dispositivo primário, bem como acesso às conexões elétricas.

7.1.9 Para minimizar perdas de pressão e distúrbios no escoamento em casos onde um


medidor de menor diâmetro é instalado, deve-se conectar o dispositivo primário
na tubulação por meio de peças cônicas de conicidade suave (ângulo máximo
recomendado é 15º). Neste caso os trechos retos dos tubos diretamente a montante
e a jusante devem ter o mesmo diâmetro do medidor de vazão.

7.1.10 Para evitar que se formem bolhas de ar, devem ser usados tubos cônicos
excêntricos quando a tubulação for horizontal.

7.2 Procedimentos de instalação dos dispositivos secundários:

7.2.1 O corpo do dispositivo primário deverá ser aterrado.

7.2.2 A alimentação deve ser tomada de um ponto o mais livre possível de transientes
de tensão.

7.2.3 A localização da instalação dos dispositivos secundários deverá ser em uma


posição acessível, livre de vibração excessiva, considerando-se as especificações
do fabricante quanto à temperatura, ambiente e umidade. Irradiação solar direta
deverá ser evitada.

7.2.4 Os cabos conduzindo os sinais dos eletrodos e de referência deverão ser do tipo
aprovado pelo fabricante. O comprimento destes cabos não deverá exceder o
limite imposto pelo fabricante. Esses cabos não poderão passar próximos a cabos
de altas correntes.

171
7.2.5 Todos os medidores eletromagnéticos deverão ter o fator de calibração
determinado por uma calibração molhada, usando água na instalação de ensaio
nas condições de referência.

8. DEFINIÇÕES RELATIVAS A MEDIÇÕES EM CONDUTOS LIVRES.


8.1 Calha Parshall: Canal aberto com geometria específica, que provoca escoamento crítico
em ponto de controle na seção convergente de entrada, cuja lâmina líquida possui relação
direta e única com a vazão que atravessa o canal.

8.2 Carga hidráulica: Altura da superfície líquida na vertical, em relação a cota de soleira
(topo ou vértice) do vertedor.

8.3 Lâmina Líquida: Altura da superfície do fluido na vertical, em relação ao fundo do


canal.

8.4 Vertedor: Estrutura hidráulica perpendicular às linhas de fluxo do escoamento, que


atravessada pelo escoamento, provoca escoamento crítico e uma única relação entre a
vazão que atravessa a estrutura e a carga hidráulica sobre o vertedor. Para fins de
medição de vazão nas condições desta especificação, podem ser retangulares delgados
sem contração, retangulares delgados com contração ou triangulares com ângulo de
abertura 90°.

9. PROCEDIMENTOS DE INSTALAÇÃO DOS VERTEDORES E CALHAS


9.1 Os vertedores e calhas devem ser construídos em material resistente (concreto ou aço),
protegidos de erosão e antecedidos de canal de aproximação, com comprimento e
declividade adequados para tranquilização do escoamento em regime normal.

9.2 Procedimentos de medição das lâminas líquidas ou cargas hidráulicas

9.2.1 A altura da carga hidráulica ou lâmina líquida a montante do vertedor ou calha


deverá ser medida por equipamento ultrassom, capaz de realizar medição contínua
dos níveis e corrigir eventuais oscilações ou perturbações da superfície da água.

9.2.2 O ajuste do “ponto zero” do medidor de altura por ultrassom deverá ser realizado
no vértice do vertedor triangular, na soleira do vertedor retangular ou no fundo da
garganta da Calha Parshall.

9.2.3 Estes dispositivos deverão indicar as alturas e vazões instantâneas e totalizar


continuamente os volumes captados, armazenando-os em memória interna ao
equipamento.

9.3 Calibração dos dispositivos e determinação da vazão

9.3.1 Uma vez instalado o dispositivo vertedor ou calha e medidor de altura por
ultrassom deverá ser realizada a calibração do vertedor, através do ajuste dos
coeficientes de vazão das relações cota-vazão do dispositivo empregado.

9.3.2 Esta determinação deverá ser realizada mediante medição provisória das vazões
de entrada, mediante pitometria em trechos com escoamento forçado ou

172
molinetes, se canais abertos, para calibração dos dispositivos permanentes instalados.

9.3.3 Para tanto, deverão ser consideradas as seguintes expressões gerais:

 Vertedor retangular delgado sem contrações: Q = C1.B.H1,5


 Vertedor retangular delgado com duas contrações: Q = C2.(B-0,2.H).H1,5
 Vertedor triangular a 90º: Q = C3.H2,5
 Calha Parshall: Q = C4.W.H1,5
Onde:
“B” é a largura da soleira do vertedor retangular, em metros;
“H” é a carga hidráulica sobre a soleira (ou vértice) do vertedor, em
metros; “W” é a largura da garganta da Calha Parshall, em
polegadas.
As ordens de grandeza teóricas para os coeficientes de vazão (C) são: C 1 = 1,838; C2 = 1,838;
C3 = 1,40; C4 = 2,2.

10. RECOMENDAÇÕES GERAIS


10.1 Os medidores mencionados nesta IT-DPO devem possuir condições de serem
acoplados a interfaces para sistemas com aplicação de leitura à distância, sistema
de telemetria e aquisição de dados, móvel e fixa por rádio frequência e cabo. Tal
condição poderá ocorrer com saída pulsada, do tipo coletor aberto ou contato seco,
que possibilite a equipagem para telemetria, sendo a resolução do pulso igual à
menor resolução disponibilizada pelo mostrador (relojoaria) do medidor.

10.2 No caso de não existir energia elétrica no local da instalação, a mesma deverá ser
provida de um sistema de alimentação por baterias.

10.3 Os sistemas de telemetria devem possibilitar o fornecimento de informações em


base horária (seus múltiplos ou frações), diária, semanal ou mensal, ao DAEE, em
formato padrão por ele estabelecido.

10.4 Os medidores devem, além das informações de consumo, ter capacidade de


fornecer informações sobre tentativa de fraude do medidor e vazão reversa.
Excepcionalmente, a Diretoria de Bacia do DAEE correspondente ao local do uso
poderá dispensar esta recomendação.

São Paulo, 19 de outubro de


2018.

Luiz Fernando
Carneseca
Responsável pelo Expediente da Diretoria de
Procedimentos de Outorga e Fiscalização - DPO
Prontuário n° 6628

173
INSTRUÇÃO TÉCNICA DPO Nº 15, DE 19 DE OUTUBRO DE 2018

1. OBJETIVO

Esta Instrução Técnica DPO (IT-DPO) tem por objetivo complementar a Portaria DAEE nº
5.579 de 05 de outubro de 2018,especificamente no seu art. 5º, estabelecendo as faixas de
Volume Mensal (VM) que definirão a frequência de leitura e declaração de volumes de água
utilizados.

2. REFERÊNCIAS

Todos os valores de VM constantes desta IT-DPO foram estabelecidos por meio de estudos
efetuados e declarados pelas Diretorias de Bacia do DAEE.

3. CAMPO DE APLICAÇÃO

Esta IT-DPO aplica-se aos usos de recursos hídricos abrangidos pelo disposto no inciso VI do
Artigo 22 da Portaria DAEE nº 1630, de 30/05/2017, ressalvado o disposto no § 1º desse
mesmo artigo.

4.DEFINIÇÃO DOS VALORES DOS VM POR DIRETORIA DE BACIA

As faixas de definição das frequências de leituras e declarações de volumes medidos


conforme termos da Portaria DAEE nº 5.579 de 05 de outubro de 2018 ficam estabelecidas
por Diretoria de Bacia do DAEE conforme constam nas Tabela 1, para águas superficiais, e
Tabela 2, para águas subterrâneas, mostradas a seguir.

Tabela 1 – Definição das faixas de VM para leitura e declaração de volumes medidos,


por Diretoria de Bacia do DAEE, para águas superficiais.
Usos/interferências de águas SUPERFICIAIS
Diretoria FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA
de Bacia MENSAL SEMANAL DIÁRIA
BMT** VM* ≤ 5.040 5.040 < VM* ≤ 25.920 VM*> 25.920
Observação:
* VM = Volume Mensal outorgado, em m³/mês (constante do Ato de outorga ou de sua dispensa).

Tabela 2 – Definição das faixas de VM para leitura e declaração de volumes medidos,


por Diretoria de Bacia do DAEE, para águas subterrâneas.
Usos/interferências de águas SUBTERRÂNEAS
Diretoria FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA
de Bacia MENSAL SEMANAL DIÁRIA
BMT** VM ≤ 2.100
*
2.100< VM ≤ 6.264
*
VM*> 6.264
Observação:
* VM = Volume Mensal outorgado, em m³/mês (constante do Ato de outorga ou de sua dispensa).
** BMT = Diretoria da Bacia do Médio Tietê.

174
4.1. Conforme dispõe a Portaria DAEE nº 5579 os Usuários deverão declarar os dados medidos
acessando o SiDeCC - Sistema de Declarações das Condições de Uso de Captações em endereço
eletrônico do DAEE, utilizando os códigos "usuário" e "senha" a serem informados por meio de
ofício emitido pelo Diretor da Diretoria de Bacia correspondente ao local do uso ou interferência,
em que será estabelecido o prazo para o início dessa declaração.

4.2. Os valores de VM para as áreas de atuação das demais Diretorias de Bacia do DAEE serão
estabelecidos gradativamente conforme disposto no parágrafo único do artigo 43 da Portaria
DAEE nº 5579/2018.

5. DISPOSIÇÃO FINAL

Esta IT-DPO entra em vigor a partir da data de sua publicação no sítio eletrônico do DAEE.

São Paulo, 19 de Outubro de 2018.

Luiz Fernando Carneseca


Responsável pelo Expediente da Diretoria de
Procedimentos de Outorga e Fiscalização - DPO
Prontuário n° 6628

175
III – LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA
As legislações estaduais aqui listadas constituem a base legal e institucional da Autarquia
que permitem a regulamentação e o controle dos recursos hídricos por meio das portarias e das
instruções técnicas desta publicação.

LEI Nº 6.134, DE 2 DE JUNHO DE 1988

Dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado de São
Paulo, e dá outras providências

O Governador do Estado de São Paulo.

Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte Lei:


Art. 1º - Sem prejuízo do disposto na legislação específica vigente, a preservação dos depósitos
naturais de águas subterrâneas do Estado de São Paulo reger-se-á pelas disposições desta lei e
regulamentos dela decorrentes.
Parágrafo único - Para os efeitos desta Lei são consideradas subterrâneas as águas que ocorram
natural ou artificialmente no subsolo, de forma suscetível de extração e utilização pelo homem.
Art. 2º - Nos regulamentos e normas decorrentes desta Lei serão sempre levados em conta a
interconexão entre as águas subterrâneas e superficiais e as interações observadas no ciclo
hidrológico.
Art. 3º - As normas municipais, relativas ao uso e à ocupação do solo, deverão prever,
obrigatoriamente, medidas de proteção dos aquíferos, quanto à poluição e à recarga. (Vetado)
Art. 4º - As águas subterrâneas deverão ter programa permanente de preservação e conservação,
visando ao seu melhor aproveitamento.
§ 1º - A preservação e conservação dessas águas implicam em uso racional, aplicação de medidas
contra a sua poluição e manutenção do seu equilíbrio físico, químico e biológico em relação aos
demais recursos naturais.
§ 2º - Os órgãos estaduais competentes manterão serviços indispensáveis à avaliação dos recursos
hídricos do subsolo, fiscalizarão sua exploração e adotarão medidas contra a contaminação dos
aquíferos e deterioração das águas subterrâneas.
§ 3º - Para os efeitos desta Lei, considera-se poluição qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas das águas subterrâneas, que possam ocasionar prejuízo à saúde, à segurança e

176
ao bem estar das populações, comprometer o seu uso para fins agropecuários, industriais,
comerciais e recreativos e causar danos à fauna e flora naturais.
Art. 5º - Os resíduos líquidos, sólidos ou gasosos, provenientes de atividades agropecuárias,
industriais, comerciais ou de qualquer outra natureza, só poderão ser conduzidos ou lançados de
forma a não poluírem as águas subterrâneas.
Parágrafo único - A descarga de poluente, tais como águas ou refugos industriais, que possam
degradar a qualidade da água subterrânea, e o descumprimento das demais determinações desta lei e
regulamentos decorrentes sujeitarão o infrator as penalidades previstas na legislação ambiental, sem
prejuízo das sanções penais cabíveis.
Art. 6º - A implantação de distritos industriais e de grandes projetos de irrigação, colonização e
outros, que dependam da utilização de águas subterrâneas, deverá ser precedida de estudos
hidrogeológicos para a avaliação das reservas e do potencial dos recursos hídricos e para o correto
dimensionamento do abastecimento, sujeitos à aprovação pelos órgãos competentes, na forma a ser
estabelecida em regulamento.
Parágrafo único - As disposições do artigo 5º e seu parágrafo único deverão ser atendidas pelos
estudos citados no "caput" deste artigo.
Art. 7º - Se no interesse da preservação, conservação e manutenção do equilíbrio natural das águas
subterrâneas, dos serviços públicos de abastecimento de água, ou por motivos geotécnicos ou
ecológicos, se fizer necessário restringir a captação e o uso dessas águas, os órgãos de controle
ambiental e de recursos hídricos poderão delimitar áreas destinadas ao seu controle.
Art. 8º - Os poços jorrantes deverão ser dotados de dispositivos adequados para evitar desperdícios,
ficando passíveis de sanção os seus responsáveis que não tomarem providências nesse sentido.
Parágrafo único - Os poços abandonados e as perfurações realizadas para outros fins, que não a
extração de água, deverão ser adequadamente tamponados, de forma a evitar acidentes,
contaminação ou poluição dos aquíferos.
Art. 9º - Sempre que necessário o Poder Público instituirá áreas de proteção aos locais de extração
de águas subterrâneas, a fim de possibilitar a preservação e conservação dos recursos hídricos
subterrâneos.
Art. 10 - Os órgãos estaduais de controle ambiental e de recursos hídricos fiscalizarão o uso das
águas subterrâneas, para o fim de protegê-las contra a poluição e evitar efeitos indesejáveis nas
águas superficiais.
§ 1º - O regulamento desta Lei instituirá um cadastro estadual de poços tubulares profundos e de
captação de águas subterrâneas.

177
§ 2º - Todo aquele que perfurar poço profundo, no território do Estado, deverá cadastrá-lo na
forma prevista em regulamento, apresentar as informações técnicas necessárias e permitir o acesso
da fiscalização ao local dos poços.
§ 3º - As atuais captações de água subterrânea deverão ser cadastradas em até 180 (cento e oitenta)
dias da regulamentação desta Lei e as novas captações em até 30 (trinta) dias após a conclusão das
respectivas obras.
Art. 11 - Esta Lei será regulamentada pelo Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias, a partir
da data da publicação desta Lei.
Art. 12. - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

ORESTES QUÉRCIA
Governador do Estado

178
LEI Nº 7.663, 30 DE DEZEMBRO DE 1991
(Projeto de lei nº 39/91, do deputado Sylvio Martini)

Estabelece normas de orientação à Política Estadual de Recursos Hídricos bem como ao


Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:


Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

TÍTULO I
Da Política Estadual de Recursos Hídricos

CAPÍTULO I
Objetivos e Princípios

SEÇÃO I
Das Disposições Preliminares
Artigo 1º - A Política Estadual de Recursos Hídricos desenvolver-se-á de acordo com os critérios e
princípios adotados por esta lei.
Artigo 2º - A Política Estadual de Recursos Hídricos tem por objetivo assegurar que a água, recurso
natural essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social, possa ser controlada
e utilizada, em padrões de qualidade satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras,
em todo território do Estado de São Paulo.
Artigo 3º - A Política Estadual de Recursos Hídricos atenderá aos seguintes princípios:
I - gerenciamento descentralizado, participativo e integrado, sem dissociação dos aspectos
quantitativos e qualitativos e das fases meteórica, superficial e subterrânea do ciclo hidrológico;
II - a adoção da bacia hidrográfica como unidade físico-territorial de planejamento e
gerenciamento;
F - reconhecimento do recurso hídrico como um bem público, de valor econômico, cuja utilização
deve ser cobrada, observados os aspectos de quantidade, qualidade e as peculiaridades das bacias
hidrográficas;
IV - rateio do custo das obras de aproveitamento múltiplo de interesse comum ou coletivo, entre os
beneficiados;
V - combate e prevenção das causas e dos efeitos adversos da poluição, das inundações, das
estiagens, da erosão do solo e do assoreamento dos corpos d’água;

179
VI - compensação aos municípios afetados por áreas inundadas resultantes da implantação de
reservatórios e por restrições impostas pelas leis de proteção de recursos hídricos;
VII - compatibilização do gerenciamento dos recursos hídricos com o desenvolvimento regional e
com a proteção do meio ambiente.

SEÇÃO II
Das Diretrizes da Política
Artigo 4º - Por intermédio do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH,
o Estado assegurará meios financeiros e institucionais para atendimento do disposto nos artigos 205
a 213 da Constituição Estadual e especialmente para:
I - utilização racional dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, assegurado o uso prioritário
para o abastecimento das populações;
II - maximização dos benefícios econômicos e sociais resultantes do aproveitamento múltiplo dos
recursos hídricos;
III - proteção das águas contra ações que possam comprometer o seu uso atual e futuro;
IV - defesa contra eventos hidrológicos críticos, que ofereçam riscos à saúde e à segurança públicas
assim como prejuízos econômicos e sociais;
V - desenvolvimento do transporte hidroviário e seu aproveitamento econômico;
VI - desenvolvimento de programas permanentes de conservação e proteção das águas subterrâneas
contra poluição e superexplotação;
VII - prevenção da erosão do solo nas áreas urbanas e rurais, com vistas à proteção contra a
poluição física e o assoreamento dos corpos d’água.
Artigo 5º - Os municípios, com áreas inundadas por reservatórios ou afetados por seus impactos ou
aqueles que vierem a sofrer restrições por força da instituição pelo Estado de leis de proteção de
mananciais, de áreas de proteção ambiental ou outros espaços territoriais especialmente protegidos,
terão programas de desenvolvimento promovidos pelo Estado.
§ 1º - Os programas de desenvolvimento serão formulados e vincular-se-ão ao uso múltiplo dos
reservatórios ou ao desenvolvimento regional integrado ou à proteção ambiental.
§ 2º - O produto da participação ou a compensação financeira do Estado, no resultado da
exploração de potenciais hidroenergéticos em seu território, será aplicado, prioritariamente, nos
programas mencionados no “caput” sob as condições estabelecidas em lei específica e em
regulamento.
§ 3º - O Estado incentivará a formação de consórcios entre os municípios tendo em vista a
realização de programas de desenvolvimento e de proteção ambiental, de âmbito regional.

180
Artigo 6º - O Estado promoverá ações integradas nas bacias hidrográficas tendo em vista o
tratamento de efluentes e esgotos urbanos, industriais e outros, antes do lançamento nos corpos
d’água, com os meios financeiros e institucionais previstos nesta lei e em seu regulamento.
Artigo 7º - O Estado realizará programas conjuntos com os municípios, mediante convênios de
mútua cooperação, assistência técnica e econômico-financeira, com vistas a:
I - instituição de áreas de proteção e conservação das águas utilizáveis para abastecimento das
populações;
II - implantação, conservação e recuperação das áreas de proteção permanente e obrigatória;
III - zoneamento das áreas inundáveis, com restrições a usos incompatíveis nas áreas sujeitas a
inundações freqüentes e manutenção da capacidade de infiltração do solo;
IV - implantação de sistemas de alerta e defesa civil para garantir a segurança e a saúde públicas,
quando de eventos hidrológicos indesejáveis;
V - racionalização do uso das águas destinadas ao abastecimento urbano, industrial e à irrigação;
VI - combate e prevenção das inundações e da erosão; VII - tratamento de águas residuárias, em
especial dos esgotos urbanos.
Artigo 8º - O Estado, observados os dispositivos constitucionais relativos à matéria, articulará com
a União, outros Estados vizinhos e municípios, atuação para o aproveitamento e controle dos
recursos hídricos em seu território, inclusive para fins de geração de energia elétrica, levando em
conta, principalmente:
I - a utilização múltipla dos recursos hídricos, especialmente para fins de abastecimento urbano,
irrigação, navegação, aquicultura, turismo, recreação, esportes e lazer;
II - o controle de cheias, a prevenção de inundações, a drenagem e a correta utilização das várzeas;
III - a proteção de flora e fauna aquáticas e do meio ambiente.

CAPÍTULO II
Dos Instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos

SEÇÃO I
Da Outorga de Direitos de Uso dos Recursos Hídricos
Artigo 9º - A implantação de qualquer empreendimento que demande a utilização de recursos
hídricos, superficiais ou subterrâneos, a execução de obras ou serviços que alterem seu regime,
qualidade ou quantidade dependerá de prévia manifestação, autorização ou licença dos órgãos e
entidades competentes.
Artigo 10 - Dependerá de cadastramento e da outorga do direito de uso a derivação de água de seu
curso ou depósito, superficial ou subterrâneo, para fins de utilização no abastecimento urbano,

181
industrial, agrícola e outros, bem como o lançamento de efluentes nos corpos d’água, obedecida a
legislação federal e estadual pertinentes e atendidos os critérios e normas estabelecidos no
regulamento.
Parágrafo único - O regulamento desta lei estabelecerá diretrizes quanto aos prazos para o
cadastramento e outorga mencionados no “caput” deste artigo.

SEÇÃO II
Das Infrações e Penalidades
Artigo 11 - Constitui infração às normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou
subterrâneos:
I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito
de uso;
II - iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou utilização
de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique alterações no regime, quantidade e
qualidade dos mesmos, sem autorização dos órgãos ou entidades competentes;
III - deixar expirar o prazo de validade das outorgas sem solicitar a devida prorrogação ou
revalidação;
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em
desacordo com as condições estabelecidas na outorga;
V - executar a perfuração de poços profundos para a extração de água subterrânea ou operá-los sem
a devida autorização;
VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos
medidos;
VII - infringir normas estabelecidas no regulamento desta lei e nos regulamentos administrativos,
compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes.
Artigo 12 - Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referentes à execução de
obras e serviços hidráulicos, derivação de recursos hídricos de domínio ou administração do Estado
de São Paulo, ou pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade
competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente da sua ordem de
enumeração:
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;
II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de 100 (cem) a 1000 (mil) vezes
o valor da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo, ou qualquer outro título público que o substituir
mediante conservação de valores;

182
III - intervenção administrativa, por prazo determinado, para execução de serviços e obras
necessárias ao efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas
referentes ao uso, controle, conservação e proteção dos recursos hídricos;
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu
antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens, nos termos dos artigos 58 e 59 do Código de
Águas ou tamponar os poços de extração de água subterrânea.
§ 1º - No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão cobradas do
infrator as despesas em que incorrer a Administração para tornar efetivas as medidas previstas nos
citados incisos, na forma dos artigos 36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de
responder pela indenização dos danos a que der causa.
§ 2º - Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de
água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a
terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em
abstrato.
§ 3º - Das sanções acima caberá recurso à autoridade administrativa competente, nos termos do
regulamento desta lei.
§ 4º - Serão fatores atenuantes em qualquer circunstância, na aplicação de penalidades:
1. a inexistência de má-fé;
2. a caracterização da infração como de pequena monta e importância secundária.
Artigo 13 - As infrações às disposições desta lei e das normas dela decorrentes serão, a critério da
autoridade impositora, classificadas, em leves, graves e gravíssimas, levando em conta:
I - as circunstâncias atenuantes e agravantes;
II - os antecedentes do infrator.
§ 1º - As multas simples ou diárias, a critério da autoridade aplicadora, ficam estabelecidas dentro
das seguintes faixas:
1 - de 100 (cem) a 200 (duzentas) vezes o valor nominal da UFESP, nas infrações leves;
2 - de 200 (duzentas) a 500 (quinhentas) vezes o mesmo valor, nas infrações graves;
3 - de 500 (quinhentas) a 1000 (mil) vezes o mesmo valor, nas infrações gravíssimas.
§ 2º - Em caso de reincidência, a multa será aplicada pelo valor correspondente ao dobro da
anteriormente imposta.
SEÇÃO III
Da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
Artigo 14 - A utilização dos recursos hídricos será cobrada na forma estabelecida nesta lei e em seu
regulamento, obedecidos os seguintes critérios:

183
I - cobrança pelo uso ou derivação, considerará a classe de uso preponderante em que for
enquadrado o corpo d`água onde se localiza o uso ou derivação, a disponibilidade hídrica local, o
grau de regularização assegurado por obras hidráulicas, a vazão captada em seu regime de variação,
o consumo efetivo e a finalidade a que se destina; e
II - cobrança pela diluição, transporte e assimilação de efluentes de sistemas de esgotos e de outros
líquidos, de qualquer natureza, considerará a classe de uso em que for enquadrado o corpo d’água
receptor, o grau de regularização assegurado por obras hidráulicas, a carga lançada e seu regime de
variação, ponderando-se, dentre outros, os parâmetros orgânicos físico-químicos dos efluentes e a
natureza da atividade responsável pelos mesmos.
§ 1º - No caso do inciso II, os responsáveis pelos lançamentos não ficam desobrigados do
cumprimento das normas e padrões legalmente estabelecidos, relativos ao controle de poluição das
águas.
§ 2º - Vetado.
§ 3º - No caso do uso de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica aplicar-se-á
legislação federal específica.
SEÇÃO IV
Do Rateio de Custos das Obras
Artigo 15 - As obras de uso múltiplo, ou de interesse comum ou coletivo, dos recursos hídricos,
terão seus custos rateados, direta ou indiretamente, segundo critérios e normas a serem
estabelecidos em regulamento, atendidos os seguintes procedimentos:
I - a concessão ou autorização de obras de regularização de vazão, com potencial de aproveitamento
múltiplo, deverá ser precedida de negociação sobre o rateio de custos entre os beneficiados,
inclusive as de aproveitamento hidrelétrico, mediante articulação com a União;
II - a construção de obras de interesse comum ou coletivo dependerá de estudos de viabilidade
técnica, econômica, social e ambiental, com previsão de formas de retorno dos investimentos
públicos ou justificativa circunstanciada da destinação de recursos a fundo perdido;
III - no regulamento desta lei, serão estabelecidos diretrizes e critérios para financiamento ou
concessão de subsídios para realização das obras de que trata este artigo, sendo que os subsídios
somente serão concedidos no caso de interesse público relevante e na impossibilidade prática de
identificação dos beneficiados, para o conseqüente rateio de custos.
Parágrafo único - O rateio de custos das obras de que trata este artigo será efetuado segundo
critério social e pessoal, e graduado de acordo com a capacidade econômica do contribuinte,
facultando aos órgãos e entidades competentes identificar, respeitados os direitos individuais, a
origem de seu patrimônio e de seus rendimentos, de modo a que sua participação no rateio não
implique a disposição de seus bens.

184
CAPÍTULO III
Do Plano Estadual de Recursos Hídricos
Artigo 16 - O Estado instituirá, por lei, com atualizações periódicas, o Plano Estadual de Recursos
Hídricos - PERH tomando por base os planos de bacias hidrográficas, nas normas relativas à
proteção do meio ambiente, as diretrizes do planejamento e gerenciamento ambientais e conterá,
dentre outros, os seguintes elementos:
I - objetivos e diretrizes gerais, em níveis estadual e inter-regional, definidos mediante processo de
planejamento iterativo que considere outros planos, gerais, regionais e setoriais, devidamente
compatibilizado com as propostas de recuperação, proteção e conservação dos recursos hídricos do
Estado;
II - diretrizes e critérios gerais para o gerenciamento de recursos hídricos;
III - diretrizes e critérios para a participação financeira do Estado no fomento aos programas
regionais relativos aos recursos hídricos, quando couber, definidos mediante articulação técnica,
financeira e institucional com a União, Estados vizinhos e entidades internacionais de cooperação;
IV - compatibilização das questões interbacias e consolidação dos programas anuais e plurianuais
das bacias hidrográficas, previstas no inciso II do artigo seguinte;
V - programas de desenvolvimento institucional, tecnológico e gerencial, de valorização
profissional e da comunicação social, no campo dos recursos hídricos.
Artigo 17 - Os planos de bacias hidrográficas conterão, dentre outros, os seguintes elementos:
I - diretrizes gerais, a nível regional, capazes de orientar os planos diretores municipais,
notadamente nos setores de crescimento urbano, localização industrial, proteção dos mananciais,
exploração mineral, irrigação e saneamento, segundo as necessidades de recuperação, proteção e
conservação dos recursos hídricos das bacias ou regiões hidrográficas correspondentes;
II - metas de curto, médio e longo prazos para se atingir índices progressivos de recuperação,
proteção e conservação dos recursos hídricos da bacia, traduzidos, entre outras, em:
a) planos de utilização prioritária e propostas de enquadramento dos corpos d’água em classe de
uso preponderante;
b) programas anuais e plurianuais de recuperação, proteção, conservação e utilização dos recursos
hídricos da bacia hidrográfica correspondente, inclusive com especificações dos recursos
financeiros necessários;
c) programas de desenvolvimento regionais integrados a que se refere o artigo 5º desta lei.
III - programas de âmbito regional, relativos ao inciso V do artigo 16, desta lei, ajustados às
condições e peculiaridades da respectiva bacia hidrográfica.

185
Artigo 18 - O Plano Estadual de Recursos Hídricos será aprovado por lei cujo projeto será
encaminhado à Assembleia Legislativa até o final do primeiro ano do mandato do Governador do
Estado, com prazo de vigência de quatro anos.
Parágrafo único - As diretrizes e necessidades financeiras para elaboração e implantação do Plano
Estadual de Recursos Hídricos deverão constar das leis sobre o plano plurianual, diretrizes
orçamentárias e orçamento anual do Estado.
Artigo 19 - Para avaliação da eficácia do Plano Estadual de Recursos Hídricos e dos Planos de
Bacias Hidrográficas, o Poder Executivo fará publicar relatório anual sobre a “Situação dos
Recursos Hídricos no Estado de São Paulo” e relatórios sobre a “Situação dos Recursos Hídricos
das Bacias Hidrográficas”, de cada bacia hidrográfica, objetivando dar transparência à
administração pública e subsídios às ações dos Poderes Executivo e Legislativo de âmbito
municipal, estadual e federal.
§ 1º - O relatório sobre a “Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo” deverá ser
elaborado tomando-se por base o conjunto de relatórios sobre a “Situação dos Recursos Hídricos da
Bacia Hidrográfica”.
§ 2º - Os relatórios definidos no “caput” deste artigo deverão conter no mínimo:
I - a avaliação da qualidade das águas;
II - o balanço entre disponibilidade e demanda;
III - a avaliação do cumprimento dos programas previstos nos vários planos de Bacias
Hidrográficas e no de Recursos Hídricos;
IV - a proposição de eventuais ajustes dos programas, cronogramas de obras e serviços e das
necessidades financeiras previstas nos vários planos de Bacias Hidrográficas e no de Recursos
Hídricos;
V - as decisões tomadas pelo Conselho Estadual e pelos respectivos Comitês de Bacias.
§ 3º - Os referidos relatórios deverão ter conteúdo compatível com a finalidade e com os elementos
que caracterizam os planos de recursos hídricos.
§ 4º - Os relatórios previstos no “caput” deste artigo consolidarão os eventuais ajustes aos planos
decididos pelos Comitês de Bacias Hidrográficas e pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
§ 5º - O regulamento desta lei estabelecerá os critérios e prazos para elaboração e aprovação dos
relatórios definidos no “caput” deste artigo.
Artigo 20 - Constará do Plano Estadual de Recursos Hídricos a Divisão Hidrográfica do Estado que
definirá unidades hidrográficas, com dimensões e características que permitam e justifiquem o
gerenciamento descentralizado dos recursos hídricos.
Parágrafo único - O Plano Estadual de Recursos Hídricos e seus regulamentos devem propiciar a
compatibilização, consolidação e integração dos planos, programas, normas e procedimentos

186
técnicos e administrativos, a serem formulados ou adotados no processo de gerenciamento
descentralizado dos recursos hídricos, segundo as unidades hidrográficas por ele estabelecidas.

TÍTULO II
Da Política Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos

CAPÍTULO I
Do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH

SEÇÃO I
Dos Objetivos
Artigo 21 - O Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH, visa a execução
da Política Estadual de Recursos Hídricos e a formulação, atualização e aplicação do Plano Estadual
de Recursos Hídricos, congregando órgãos estaduais e municipais e a sociedade civil, nos termos do
artigo 205 da Constituição do Estado.

SEÇÃO II
Dos Órgãos de Coordenação e de Integração Participativa
Artigo 22 - Ficam criados, como órgãos colegiados, consultivos e deliberativos, de nível
estratégico, com composição, organização, competência e funcionamento definidos em regulamento
desta lei, os seguintes:
I - Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH, de nível central;
II - Comitês de Bacias Hidrográficas, com atuação em unidades hidrográficas estabelecidas pelo
Plano Estadual de Recursos Hídricos.
Artigo 23 - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos, assegurada a participação paritária dos
Municípios em relação ao Estado, será composto por:
I - Secretários de Estado, ou seus representantes, cujas atividades se relacionem com o
gerenciamento ou uso dos recursos hídricos, a proteção do meio ambiente, o planejamento
estratégico e a gestão financeira do Estado;
II - representantes dos municípios contidos nas bacias hidrográficas, eleitos entre seus pares.
§ 1º - O CRH será presidido pelo Secretário de Estado em cujo âmbito se dá a outorga do direito
de uso dos recursos hídricos, diretamente ou por meio de entidade a ela vinculada.

187
§ 2º - Integrarão o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, na forma como dispuser o
regulamento desta lei, representantes de universidades, institutos de ensino superior e de pesquisa,
do Ministério Público e da sociedade civil organizada.
Artigo 24 - Os Comitês de Bacias Hidrográficas, assegurada a participação paritária dos
Municípios em relação ao Estado serão compostos por:
I - representantes da Secretaria de Estado ou de órgãos e entidade da administração direta e indireta,
cujas atividades se relacionem com o gerenciamento ou uso de recursos hídricos, proteção ao meio
ambiente, planejamento estratégico e gestão financeira do Estado, com atuação na bacia
hidrográfica correspondente;
II - representantes dos municípios contidos na bacia hidrográfica correspondente;
III - representantes de entidades da sociedade civil, sediadas na bacia hidrográfica, respeitado o
limite máximo de um terço do número total de votos, por:
a) universidades, institutos de ensino superior e entidades de pesquisa e desenvolvimento
tecnológico;
b) usuários das águas, representados por entidades associativas;
c) associações especializadas em recursos hídricos, entidades de classe e associações comunitárias,
e outras associações não governamentais.
§ 1º - Os Comitês de Bacias Hidrográficas serão presididos por um de seus membros, eleitos por
seus pares.
§ 2º - As reuniões dos Comitês de Bacias Hidrográficas serão públicas.
§ 3º - Os representantes dos municípios serão escolhidos em reunião plenária de prefeitos ou de
seus representantes.
§ 4º - Terão direito a voz nas reuniões dos Comitês de Bacias Hidrográficas representantes
credenciados pelos Poderes Executivo e Legislativo dos Municípios que compõem a respectiva
bacia hidrográfica.
§ 5º - Os Comitês de Bacias Hidrográficas poderão criar Câmaras Técnicas, de caráter consultivo,
para o tratamento de questões específicas de interesse para o gerenciamento dos recursos hídricos.
Artigo 25 - Competem ao CRH, dentre outras, as seguintes atribuições:
I - discutir e aprovar propostas de projetos de lei referentes ao Plano Estadual de Recursos Hídricos,
assim como as que devam ser incluídas nos projetos de lei sobre o plano plurianual, as diretrizes
orçamentárias e orçamento anual do Estado;
II - aprovar o relatório sobre a “Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo”;
III - Exercer funções normativas e deliberativas relativas à formulação, implantação e
acompanhamento da Política Estadual de Recursos Hídricos;
IV - vetado;

188
V - estabelecer critérios e normas relativas ao rateio, entre os beneficiados, dos custos das obras de
uso múltiplo dos recursos hídricos ou de interesse comum ou coletivo;
VI - estabelecer diretrizes para a formulação de programas anuais e plurianuais de aplicação de
recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO;
VII - efetuar o enquadramento de corpos d’água em classes de uso preponderante, com base nas
propostas dos Comitês de Bacias Hidrográficas - CBHs, compatibilizando-as em relação às
repercussões interbacias e arbitrando os eventuais conflitos decorrentes;
VIII - decidir, originariamente, os conflitos entre os Comitês de Bacias Hidrográficas, com recurso
ao Chefe do Poder Executivo, em último grau, conforme dispuser o regulamento.
Artigo 26 - Aos Comitês de Bacias Hidrográficas, órgãos consultivos e deliberativos de nível
regional, competem:
I - aprovar a proposta da bacia hidrográfica, para integrar o Plano Estadual de Recursos Hídricos e
suas atualizações;
II - aprovar a proposta de programas anuais e plurianuais de aplicação de recursos financeiros em
serviços e obras de interesse para o gerenciamento dos recursos hídricos em particular os referidos
no artigo 4º desta lei, quando relacionados com recursos hídricos;
III - aprovar a proposta do plano de utilização, conservação, proteção e recuperação dos recursos
hídricos da bacia hidrográfica, em especial o enquadramento dos corpos d’água em classes de uso
preponderantes, com o apoio de audiências públicas;
IV - vetado;
V - promover entendimentos, cooperação e eventual conciliação entre os usuários dos recursos
hídricos;
VI - promover estudos, divulgação e debates, dos programas prioritários de serviços e obras a serem
realizados no interesse da coletividade;
VII - apreciar, até 31 de março de cada ano, relatório sobre “A Situação dos Recursos Hídricos da
Bacia Hidrográfica”.
Artigo 27 - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH e os Comitês de Bacias
Hidrográficas - CBHs, contarão com o apoio do Comitê Coordenador do Plano Estadual de
Recursos Hídricos - CORHI, que terá, dentre outras, as seguintes atribuições:
I - coordenar a elaboração periódica do Plano Estadual de Recursos Hídricos, incorporando as
propostas dos Comitês de Bacias Hidrográficas - CBHs, e submetendo-as ao Conselho Estadual de
Recursos Hídricos - CRH;
II - coordenar a elaboração de relatórios anuais sobre a situação dos recursos hídricos do Estado de
São Paulo, de forma discriminada por bacia hidrográfica;

189
III - promover a integração entre os componentes do SIGRH, a articulação com os demais sistemas
do Estado em matéria correlata, com o setor privado e a sociedade civil;
IV - promover a articulação com o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, com
os Estados vizinhos e com os municípios do Estado de São Paulo.
Artigo 28 - O Comitê Coordenador do Plano Estadual de Recursos Hídricos - CORHI, terá
organização estabelecida em regulamento, devendo contar com apoio técnico, jurídico e
administrativo dos órgãos e entidades estaduais componentes do SIGRH, com cessão de
funcionários, servidores e instalações.
§ 1º - Aos órgãos e entidades da administração direta ou indireta do Estado, responsáveis pelo
gerenciamento dos recursos hídricos, no que se refere aos aspectos de quantidade e de qualidade,
caberá a direção executiva dos estudos técnicos concernentes a elaboração do Plano Estadual de
Recursos Hídricos, constituindo-se nas entidades básicas do CORHI para apoio administrativo,
técnico e jurídico.
§ 2º - Para a hipótese de consecução de recursos financeiros, os órgãos e entidades referidos no §
1º poderão atuar sob a forma de consórcio ou convênio, responsabilizando-se solidariamente em
face de terceiros.
§ 3º - O apoio do CORHI, aos Comitês de Bacias Hidrográficas, será exercido de forma
descentralizada.
§ 4º - Os Municípios poderão dar apoio ao CORHI na sua atuação descentralizada.
Artigo 29 - Nas bacias hidrográficas, onde os problemas relacionados aos recursos hídricos assim o
justificarem, por decisão do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica e aprovação do Conselho de
Recursos Hídricos, poderá ser criada uma entidade jurídica, com estrutura administrativa e
financeira própria, denominada Agência de Bacia.
§ 1º - A Agência de Bacia exercerá as funções de secretaria executiva do Comitê de Bacia
Hidrográfica, e terá as seguintes atribuições:
I - elaborar periodicamente o plano de bacia hidrográfica submetendo-o ao Comitê de Bacia,
encaminhando-o posteriormente ao CORHI, como proposta para integrar o Plano Estadual de
Recursos Hídricos;
II - elaborar os relatórios anuais sobre a “Situação dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica”,
submetendo-os ao Comitê de Bacia, encaminhando-os posteriormente, como proposta, ao CORHI;
III - gerenciar os recursos financeiros do FEHIDRO pertinentes à bacia hidrográfica, gerados pela
cobrança pelo uso da água e os outros definidos no art. 36, em conformidade com o CRH e ouvido
o CORHI;
IV - promover, na bacia hidrográfica, a articulação entre os componentes do SIGRH, com os outros
sistemas do Estado, com o setor produtivo e a sociedade civil.

190
§ 2º - As Agências de Bacias somente serão criadas a partir do início da cobrança pelo uso dos
recursos hídricos e terão sua vinculação ao Estado e organização administrativa, além de sua
personalidade jurídica, disciplinadas na lei que autorizar sua criação.

SEÇÃO III
Dos Órgãos de Outorga de Direito de Uso das Águas, de Licenciamento de Atividades
Poluidoras e Demais Órgãos Estaduais Participantes
Artigo 30 - Aos Órgãos da Administração Direta ou Indireta do Estado, responsáveis pelo
gerenciamento dos recursos hídricos, no que se refere aos aspectos de quantidade e de qualidade,
caberá ao exercício das atribuições relativas à outorga do direito de uso e de fiscalização do
cumprimento da legislação de uso, controle, proteção e conservação de recursos hídricos assim
como o licenciamento de atividades potencialmente poluidoras e a fiscalização do cumprimento da
legislação de controle de poluição ambiental.
§ 1º - A execução das atividades a que se refere este artigo deverá ser feita de acordo com as
diretrizes estabelecidas no Plano Estadual de Recursos Hídricos e mediante compatibilização e
integração dos procedimentos técnicos e administrativos dos órgãos e entidades intervenientes.
§ 2º - Os demais órgãos da Administração Direta ou Indireta do Estado integrarão o SIGRH,
exercendo as atribuições que lhe são determinadas por lei e participarão da elaboração e
implantação dos planos e programas relacionados com as suas respectivas áreas de atuação.

CAPÍTULO II
Dos Diversos Tipos de Participação

SEÇÃO I
Da Participação dos Municípios
Artigo 31 - O Estado incentivará a formação de consórcios intermunicipais, nas bacias ou regiões
hidrográficas críticas, nas quais o gerenciamento de recursos hídricos deve ser feito segundo
diretrizes e objetivos especiais e estabelecerá convênios de mútua cooperação e assistência com os
mesmos.
Artigo 32 - O Estado poderá delegar aos Municípios, que se organizarem técnica e
administrativamente, o gerenciamento de recursos hídricos de interesse exclusivamente local,
compreendendo, dentre outros, os de bacias hidrográficas que se situem exclusivamente no
território do Município e os aquíferos subterrâneos situados em áreas urbanizadas.
Parágrafo único - O regulamento desta lei estipulará as condições gerais que deverão ser
observadas pelos convênios entre o Estado e os Municípios, tendo como objeto a delegação acima,

191
cabendo ao Presidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos autorizar a celebração dos
mesmos.
SEÇÃO II
Da Associação de Usuários dos Recursos Hídricos
Artigo 33 - O Estado incentivará a organização e o funcionamento de associações de usuários como
entidades auxiliares no gerenciamento dos recursos hídricos e na implantação, operação e
manutenção de obras e serviços, com direitos e obrigações a serem definidos em regulamento.

SEÇÃO III
Da Participação das Universidades, de Institutos de Ensino Superior e de Entidades de
Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico
Artigo 34 - Mediante acordos, convênios ou contratos, os órgãos e entidades integrantes do SIGRH
contarão com o apoio e cooperação de universidades, instituições de ensino superior e entidades
especializadas em pesquisa, desenvolvimento tecnológico públicos e capacitação de recursos
humanos, no campo dos recursos hídricos.

CAPÍTULO III
Do Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO

SEÇÃO I
Da Gestão do Fundo
Artigo 35 - O Fundo Estadual de Recursos Hídricos -FEHIDRO, criado para suporte financeiro
da Política Estadual de Recursos Hídricos e das ações correspondentes, reger-se-á pelas normas
estabelecidas nesta lei e em seu regulamento.
§ 1º - A supervisão do FEHIDRO será feita por um Conselho de Orientação, composto por
membros indicados entre os componentes do CRH, observada a paridade entre Estado e
Municípios, que se articulará com o Comitê Coordenador do Plano Estadual de Recursos
Hídricos - CORHI.
§ 2º - O FEHIDRO será administrado, quanto ao aspecto financeiro, por instituição oficial do
sistema de crédito.
SEÇÃO II
Dos Recursos do Fundo
Artigo 36 - Constituirão recursos do FEHIDRO:
I - recursos do Estado e dos Municípios a ele destinados por disposição legal;

192
II - transferência da União ou de Estados vizinhos, destinados à execução de planos e programas de
recursos hídricos de interesse comum;
III - compensação financeira que o Estado receber em decorrência dos aproveitamentos
hidroenergéticos em seu território;
IV - parte da compensação financeira que o Estado receber pela exploração de petróleo, gás natural
e recursos minerais em seu território, definida pelo Conselho Estadual de Geologia e Recursos
Minerais - COGEMIN, pela aplicação exclusiva em levantamentos, estudos e programas de
interesse para o gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos;
V - resultado da cobrança pela utilização de recursos hídricos;
VI - empréstimos, nacionais e internacionais, e recursos provenientes da ajuda e cooperação
internacional e de acordos intergovernamentais;
VII - retorno das operações de crédito contratadas com órgãos e entidades da administração direta e
indireta do Estado e dos Municípios, consórcios intermunicipais, concessionárias de serviços
públicos e empresas privadas;
VIII - produto de operações de crédito e as rendas provenientes da aplicação de seus recursos;
IX - resultados de aplicações de multas cobradas dos infratores da legislação de águas;
X - recursos decorrentes do rateio de custos referentes a obras de aproveitamento múltiplo, de
interesse comum ou coletivo;
XI - doações de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou
multinacionais e recursos eventuais.
Parágrafo único - Serão despendidos até 10% (dez por cento) dos recursos do FEHIDRO com
despesas de custeio e pessoal, destinando-se o restante, obrigatoriamente, para a efetiva elaboração
de projetos e execução de obras e serviços do Plano Estadual de Recursos Hídricos.

SEÇÃO III
Das Aplicações do Fundo
Artigo 37 - A aplicação de recursos do FEHIDRO deverá ser orientada pelo Plano Estadual de
Recursos Hídricos, devidamente compatibilizado com o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias e com o orçamento anual do Estado, observando-se:
I - os planos anuais e plurianuais de aplicação de recursos financeiros seguirão as diretrizes e
atenderão os objetivos do Plano Estadual de Recursos Hídricos e os objetivos e metas dos planos e
programas estabelecidos por bacias hidrográficas;
II - o produto decorrente da cobrança pela utilização dos recursos hídricos será aplicado em serviços
e obras hidráulicas e de saneamento, de interesse comum, previstos no Plano Estadual de Recursos

193
Hídricos e nos planos estaduais de saneamento, neles incluídos os planos de proteção e de controle
da poluição das águas, observando-se:
a) prioridade para os serviços e obras de interesse comum, a serem executados na mesma bacia
hidrográfica em que foram arrecadados;
b) até 50 (cinquenta) por cento do valor arrecadado em uma bacia hidrográfica poderá ser aplicado
em outra, desde que esta aplicação beneficie a bacia onde foi feita a arrecadação e haja aprovação
pelo Comitê de Bacia Hidrográfica respectivo;
III - os planos e programas aprovados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas - CBHs, a serem
executados com recursos obtidos pela cobrança pela utilização dos recursos hídricos nas respectivas
bacias hidrográficas, terão caráter vinculante para a aplicação desses recursos;
IV - preferencialmente, aplicações do FEHIDRO serão feitas pela modalidade de empréstimos;
V - poderão ser estipendiados à conta dos recursos do FEHIDRO a formação e o aperfeiçoamento
de quadros de pessoal em gerenciamento de recursos hídricos.
§ 1º - Para atendimento do estabelecido nos incisos II e III, deste artigo, o FEHIDRO será
organizado mediante subcontas, que permitam a gestão autônoma dos recursos financeiros
pertinentes a cada bacia hidrográfica.
§ 2º - Os programas referidos no artigo 5º, desta lei, quando não se relacionarem diretamente com
recursos hídricos, poderão beneficiar-se de recursos do FEHIDRO, em conformidade com o Plano
Estadual de Recursos Hídricos.
*SEÇÃO IV
Dos Beneficiários
*Artigo 37 - A - Podem habilitar-se à obtenção de recursos do Fundo Estadual de Recursos
Hídricos - FEHIDRO, por intermédio de financiamentos reembolsáveis ou não:
I - pessoas jurídicas de direito público, da administração direta e indireta do Estado e dos
Municípios de São Paulo;
II - concessionárias e permissionárias de serviços públicos, com atuação nos campos do
saneamento, no meio ambiente ou no aproveitamento múltiplo de recursos hídricos;
III - consórcios intermunicipais regularmente constituídos;
IV - entidades privadas sem finalidades lucrativas, usuárias ou não de recursos hídricos, mediante
realização de estudos, projetos, serviços, ações e obras enquadradas nos Planos das Bacias
Hidrográficas e no Plano Estadual de Recursos Hídricos - PERH, e que preencham os seguintes
requisitos:
a) constituição definitiva, há pelo menos 4 (quatro) anos, nos termos da legislação pertinente;
b) deter, dentre suas finalidades principais, a proteção ao meio ambiente ou atuação na área dos
recursos hídricos;

194
c) atuação comprovada no âmbito do Estado ou da Bacia Hidrográfica.
*Artigo 37-B - As pessoas jurídicas de direito privado, usuárias de recursos hídricos, poderão
habilitar-se à obtenção de recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO, por
intermédio de financiamentos reembolsáveis.
*Parágrafo único - Os recursos do FEHIDRO repassados a pessoas jurídicas de direito privado,
com finalidades lucrativas não poderão incorporar-se definitivamente aos seus patrimônios, sob
pena de suspensão dos repasses e devolução dos valores recebidos, acrescidos das cominações
legais e negociais.
Artigo 38 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
*Das Disposições Transitórias
Artigo 1º - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH, e o Comitê Coordenador do Plano
Estadual de Recursos Hídricos - CORHI, sucederão aos criados pelo Decreto nº 27.576, de 11 de
novembro de 1987, que deverão ser adaptados a esta lei, em até 90 (noventa) dias contados de sua
promulgação, por Decreto do Poder Executivo.
Artigo 2º - Fica desde já criado o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, cuja organização será proposta pelo
Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH, em até 120 (cento e vinte) dias da promulgação
desta lei.
Parágrafo único - Na primeira reunião dos Comitês acima referidos, serão aprovados os seus
estatutos pelos representantes do Estado e dos Municípios, atendido o estabelecido nos artigos 24,
26 e 27 desta lei.
Artigo 3º - A adaptação a que se refere o art. 1º das Disposições Transitórias e a implantação dos
Comitês de Bacias acima referidos serão feitas por intermédio de Grupo Executivo a ser designado
pelo Poder Executivo.
Parágrafo único - A implantação dos Comitês de Bacias contará com a participação dos
municípios.
* Artigo 4º - A criação dos demais Comitês de Bacias Hidrográficas ocorrerá a partir de 1 (um) ano
de experiência da efetiva instalação do Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e
do Comitê do Alto Tietê, incorporando as avaliações dos resultados e as revisões dos procedimentos
jurídico-administrativos aconselháveis, no prazo máximo de 5 (cinco) anos, na sequência que for
estabelecida no Plano Estadual de Recursos Hídricos. (revogado pela Lei nº 9034 de 27/12/1994)
Artigo 5º - Vetado.
§ 1º - Vetado.
§ 2º - Vetado.

195
Artigo 6º - Os Municípios que sofrem restrições ao seu desenvolvimento em razão da implantação
de áreas de proteção ambiental, por decreto, até a promulgação da presente lei, serão compensados
financeiramente pelo Estado, em conformidade com lei específica, desde que essas áreas tenham
como objeto a proteção de recursos hídricos e sejam discriminadas no Plano Estadual de Recursos
Hídricos.
Artigo 7º - Compete ao Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, no âmbito do Sistema
Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH, exercer as atribuições que lhe forem
conferidas por lei, especialmente:
I - autorizar a implantação de empreendimentos que demandem o uso de recursos hídricos, em
conformidade com o disposto no art. 9º desta lei, sem prejuízo da licença ambiental;
II - cadastrar os usuários e outorgar o direito de uso dos recursos hídricos, na conformidade com o
disposto no art. 10 e aplicar as sanções previstas nos artigos 11 e 12 desta lei;
* III - efetuar a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, nas condições estabelecidas no inciso I,
do art. 14 desta lei. (revogado pela Lei nº 12.183 de 29/12/2005)
Parágrafo único - Na reorganização do DAEE incluir-se-ão, entre as suas atribuições, estrutura e
organização, as unidades técnicas e de serviços necessários ao exercício das funções de apoio ao
Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CRH e participação no Comitê Coordenador do Plano
Estadual de Recursos Hídricos - CORHI nos moldes e nas condições dispostas nos artigos 5º e 6º do
Decreto nº 27.576, de 11 de novembro de 1987.
* Artigo 8º - A implantação da cobrança pelo uso da água será feita de forma gradativa atendendo-
se, obrigatoriamente, as seguintes fases:
I - desenvolvimento, a partir de 1991, de programa de comunicação social sobre a necessidade
econômica, social e ambiental, da utilização racional e proteção da água, com ênfase para a
educação ambiental, dirigida para o primeiro e segundos ciclos;
II - implantação, em 1992, do sistema integrado de outorga de direito de uso dos recursos hídricos,
devidamente compatibilizado com sistemas correlacionados, de licenciamento ambiental e
metropolitano;
III - cadastramento dos usuários das águas e regularização das outorgas de direito de uso, durante a
implantação do primeiro Plano Estadual de Recursos Hídricos 1992/1995;
IV - articulação com a União e Estados vizinhos tendo em vista a implantação da cobrança pelo uso
dos recursos hídricos nas bacias hidrográficas de rios de domínio federal, durante o período de
1992/1995;
V - proposição de critérios e normas para a fixação dos preços públicos, definição de instrumentos
técnicos e jurídicos necessários à implantação da cobrança pelo uso da água, no projeto de lei
referente ao segundo Plano Estadual de Recursos Hídricos, a ser aprovado em 1995;

196
VI - Vetado. (Artigo 8º e seus incisos revogados pela Lei nº 9034 de 29/12/1994)

Palácio dos Bandeirantes, 30 de dezembro de 1991.

LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO


Governador do Estado

Carlos Renato Barnabé


Respondendo pelo Expediente da Secretaria da Fazenda

José Manoel de Aguiar Barros


Respondendo pelo Expediente da Secretaria de Energia e Saneamento

Walter Kufel Júnior


Respondendo pelo Expediente da Secretaria de Planejamento e Gestão

Alaor Caffé Alves


Secretário do Meio Ambiente

Claudio Ferraz de Alvarenga


Secretário do Governo

Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 30 de dezembro de 1991.

VETO PARCIAL AO PROJETO DE LEI Nº 39/91

São Paulo, 30 de dezembro de 1991.

A-nº 129/91

197
Senhor Presidente

Tenho a honra de levar ao conhecimento de Vossa Excelência, para os fins de direito, que, nos
termos do artigo 28, § 1º, combinado com o artigo 47, inciso IV, da Constituição do Estado, resolvo
vetar, parcialmente, o Projeto de lei nº 39, de 1991, conforme Autógrafo nº 21.288, pelas razões a
seguir expendidas.

De iniciativa parlamentar, a propositura dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos com
vistas ao gerenciamento desses recursos, mediante o policiamento e a fiscalização das águas do
domínio do Estado, em atenção aos ditames constitucionais, consubstanciados nos artigos 205 a 213
da Constituição do Estado.

Inclino-me, em princípio, favoravelmente à proposta, fruto de meritório trabalho dessa Casa


Legislativa, no sentido de buscar soluções definitivas para as importantes questões referentes ao
múltiplo aproveitamento, à conservação, à proteção e à recuperação dos recursos hídricos, no
território do Estado.

Entretanto, vejo-me compelido a negar meu assentimento ao inciso IV do artigo 25, ao inciso IV do
artigo 26, ao artigo 5º das Disposições Transitórias, uma vez que esses dispositivos se revelam, sob
mais de um aspecto, inconstitucionais e, em decorrência de tal impugnação, ao § 2º do artigo 14 da
propositura.

Incide minha oposição, ademais, sobre o inciso VI do artigo 8º das Disposições Transitórias do
projeto, em razão de sua inconveniência e inoportunidade.
Estabelece o inciso IV do artigo 25 que o Poder Executivo deverá observar, na cobrança pela
utilização dos recursos hídricos, os critérios e normas fixados pelo Conselho Estadual de Recursos
Hídricos - CRH.
Essa providência caracteriza indevida intervenção do Poder Legislativo em atividade da alçada do
Executivo, sobrepondo-se à competência privativa do Governador para exercer as atribuições
previstas nos artigos 47, inciso XIV, e 120 da Constituição do Estado, o que acarreta afronta ao
princípio político-constitucional da separação dos poderes, inscrito no artigo 2º da Constituição da
República e privilegiado como um dos núcleos temáticos irreformáveis do nosso ordenamento
jurídico.

198
Por seu turno, o inciso IV do artigo 26 determina que os Comitês de Bacias Hidrográficas aprovem,
previamente, os preços que deverão ser estipulados pelo Executivo com relação à cobrança pelo uso
dos recursos hídricos, obedecidos os critérios adotados pelo Conselho Estadual de Recursos
Hídricos - CRH.

Aqui, também, emerge inequívoca inconstitucionalidade que se fundamenta, como acima apontado,
em vulneração ao postulado da divisão funcional do Poder.

Recai, ainda, minha objeção sobre o artigo 5º das Disposições Transitórias do texto aprovado.
Referido dispositivo prevê a abertura de crédito especial ao Departamento de Águas e Energia
Elétrica - DAEE destinado ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO, a ser coberto com
operações de crédito e com os recursos discriminados nos incisos III e IV do artigo 36.

Não obstante o louvável intuito do legislador paulista de prover o Fundo Estadual de Recursos
Hídricos - FEHIDRO com dotações orçamentárias destinadas a assegurar a plena consecução de
suas finalidades, essa previsão, tal como formulada, sem conter a correspondente indicação de seu
valor, importa, indiscutivelmente, na concessão de crédito ilimitado, medida vedada pelo artigo
167, inciso VII, da Constituição Federal, cujas disposições se encontram reproduzidas no artigo
176, inciso VII, da Constituição do Estado.

O veto ao § 2º do artigo 14 do projeto se impõe em virtude da remissão que faz ao inciso IV do


artigo 25, ora impugnado.

Além dos argumentos de ordem jurídica que me levam a vetar os dispositivos acima mencionados,
cabe-me, agora, expressar minha objeção à norma consubstanciada no inciso VI do artigo 8º das
Disposições Transitórias do projeto.
Com efeito, a implantação do cronograma de cobrança pelo uso dos recursos hídricos já se encontra
satisfatoriamente prevista e ordenada nos desdobramentos do aludido artigo 8º (incisos I a V),
circunstância que torna desnecessária, por inconveniente, a manutenção da providência objetivada
em seu inciso VI.

Expostos, desse modo, os fundamentos de veto parcial ao Projeto de lei nº 39, de 1991,e fazendo-os
publicar nos termos do artigo 28, da Constituição Estadual, restituo o assunto ao reexame dessa
ilustre Assembleia.

199
Reitero a Vossa Excelência os protestos de minha alta consideração.

LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO,


Governador do Estado.

A Sua Excelência o Senhor Deputado Carlos Alberto Eugênio Apolinário, Presidente da


Assembleia Legislativa do Estado.

Nota
*
SEÇÃO IV - Dos Beneficiários
Artigo 37 - A - ............,Artigo 37- B........... e Paragráfo único..................
redação conforme alteração introduzida pela Lei nº 10.843, de 5 de julho de 2001.

Das Disposições Transitórias


Artigo 4º e Artigo 8º
revogados pela Lei nº 9.034 de 27 de dezembro de 1994.
Inciso III, do Artigo 7º revogado pela Lei nº 12.183de dezembro de 2005.

200
IV - DECRETOS ESTADUAIS
Os decretos aqui listados complementam a base legal e institucional da Autarquia no tocante
a regulamentação e o controle dos recursos hídricos, reforçando e caracterizando melhor os
elementos técnicos das portarias e das instruções técnicas desta publicação.

DECRETO Nº 32.955, DE 7 DE FEVEREIRO DE 1991 (*)

Regulamenta a Lei nº 6.134, de 2 de junho de 1988


(*) Com retificação feita no Diário Oficial de 09/02/1991

Orestes Quércia, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais e à vista
do disposto no artigo 11 da Lei nº 6.134, de 2 de junho de 1988.

Decreta:
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º - Este Decreto regulamenta a Lei nº 6.134, de 2 de junho de 1988, que dispõe sobre a
preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado de São Paulo, e dá outras
providências.
Art. 2º - A preservação dos depósitos naturais de águas subterrâneas do Estado de São Paulo reger-
se-à pelas disposições da Lei nº 6.134, de 2 de junho de 1988, deste decreto e dos regulamentos
decorrentes.
Art. 3º - As águas subterrâneas terão programa permanente de conservação e proteção, visando ao
seu melhor aproveitamento.
Art. 4º - Incluem-se no gerenciamento das águas subterrâneas as ações correspondentes:
I - à avaliação dos recursos hídricos subterrâneos e ao planejamento do seu aproveitamento
racional;
II - à outorga e fiscalização dos direitos de uso dessas águas e
III - à aplicação de medidas relativas à conservação dos recursos hídricos subterrâneos.
Parágrafo único - Na administração das águas subterrâneas sempre serão levadas em conta sua
interconexão com as águas superficiais e as interações observadas no ciclo hidrológico.
Art. 5º - As exigências e restrições constantes deste decreto não se aplicam aos postos destinados
exclusivamente ao usuário doméstico residencial ou rural, sujeitas, todavia, à fiscalização dos
agentes públicos credenciados, no tocante às condições de ordem sanitária e de segurança.

201
Parágrafo único - Os poços mencionados neste artigo estão dispensados do cadastramento
instituído na Seção V, do Capítulo IV, deste decreto.

SEÇÃO II
Das Definições
Art. 6º - Para os efeitos deste decreto são adotadas as seguintes definições:
I - águas subterrâneas: águas que ocorrem natural ou artificialmente no subsolo, de forma
suscetível de extração e utilização pelo homem;
D - aquífero ou depósito natural de águas subterrâneas: solo, rocha ou sedimento permeáveis,
capazes de fornecer água subterrânea, natural ou artificialmente captada;
III - aquífero confinado: aquele situado entre duas camadas confinantes, contendo água com
pressão suficiente para elevá-la acima do seu topo ou da superfície do solo;
IV - aquífero de rochas fraturadas: aquele no qual a água circula por fraturas e fendas;
V - poço ou obra de captação: qualquer obra, sistema, processo, artefato ou sua combinação,
empregados pelo homem com o fim principal ou incidental de extrair água subterrânea;
VI - poço jorrante ou artesiano: poço perfurado em aquífero cujo nível de água eleva-se acima da
superfície do solo;
VII - poço tubular: poço de diâmetro reduzido, perfurado com equipamento especializado;
VIII - poluente: toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, cause
poluição das águas subterrâneas;
IX - poluição: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas das águas
subterrâneas que possa ocasionar prejuízo à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações,
comprometer seu uso para fins de consumo humano, agropecuários, industriais, comerciais e
recreativos, e causar danos à flora e à fauna;
X - recarga artificial: operação com finalidade de introduzir água num aquífero;
XI - sistema de disposição de resíduos: aquele que utiliza o solo para disposição, tratamento ou
estocagem de resíduos tais como aterros industriais e sanitários, lagoas de evaporação ou
infiltração, áreas de disposição de lodo no solo ou de estocagem e
XII - usuário: o proprietário ou detentor de poço, sistema de poços ou de captação de águas
subterrâneas.
SEÇÃO III
Das Atribuições
Art. 7º - Cabe ao Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE a administração das águas
subterrâneas do Estado, nos campos de pesquisas, captação, fiscalização, extração e
acompanhamento de sua interação com águas superficiais e com o ciclo hidrológico.

202
Parágrafo único - O Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE manterá serviços
indispensáveis à avaliação dos recursos hídricos subterrâneos, ao conhecimento do comportamento
hidrológico dos aquíferos, ao controle e à fiscalização da extração.
Art. 8º - Cabe à CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental prevenir e
controlar a poluição das águas subterrâneas, para o que manterá os serviços indispensáveis.
Art. 9º - Cabe à Secretaria da Saúde a fiscalização das águas subterrâneas destinadas a consumo
humano, quanto ao atendimento aos padrões de potabilidade.
Art. 10 - Cabe ao Instituto Geológico a execução de pesquisa e estudos geológicos e
hidrogeológicos, o controle e arquivo de informações dos dados geológicos dos poços, no que se
refere ao desenvolvimento do conhecimento dos aquíferos e da geologia do Estado.
Art. 11 - As entidades e os órgãos mencionados nesta Seção poderão recorrer a outros organismos
governamentais, para aplicação das disposições deste Decreto.
Art. 12 - Ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos caberá baixar normas complementares,
necessárias ao cumprimento deste Decreto.
Art. 13 - Ao Grupo Técnico de Águas Subterrâneas - GTAS, vinculado ao Conselho Estadual de
Recursos Hídricos, incumbirá coordenar a ação dos órgãos e das entidades mencionadas nesta
Seção.
CAPÍTULO II
Da Defesa da Qualidade

SEÇÃO I
Da Proteção
Art. 14 - Nenhuma atividade desenvolvida poderá poluir, de forma intencional ou não, as águas
subterrâneas.
Art. 15 - Todos os projetos de implantação de empreendimentos de alto risco ambiental, pólo
petroquímico carboquímico e cloroquímico, usinas nucleares e quaisquer outras fontes de grande
impacto ambiental ou de periculosidade e risco para as águas subterrâneas deverão conter uma detalhada
caracterização da hidrogeologia e vulnerabilidade de aquíferos, assim como medidas de proteção a
serem adotadas.
SEÇÃO II
Dos Resíduos Sólidos, Líquidos ou Gasosos
Art. 16 - Os resíduos sólidos líquidos ou gasosos provenientes de quaisquer atividades, somente
poderão ser transportados ou lançados se não poluírem águas subterrâneas.

SEÇÃO III
Da Disposição de Resíduos no Solo

203
Art. 17 - Os projetos de disposição de resíduos no solo devem conter descrição detalhada de
caracterização hidrogeológica de sua área de localização, que permita a perfeita avaliação de
vulnerabilidade das águas subterrâneas, assim como a descrição detalhada das medidas de proteção
a serem adotadas.
§ 1º - As áreas onde existirem depósitos de resíduos no solo devem ser dotadas de monitoramento
das águas subterrâneas, efetuado pelo responsável pelo empreendimento, a ser executado conforme
plano aprovado pela CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, e que deverá
conter:
1 - a localização e os detalhes construtivos do poço de monitoramento;
2 - a forma de coleta das amostras, frequência, parâmetros a serem observados e método
analítico; e
3 - a direção, espessura e o fluxo do aquífero freático e possíveis interconexões com outras
unidades aquíferas.
§ 2º - O responsável pelo empreendimento deverá apresentar relatórios à CETESB - Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental, até 31 de janeiro de cada ano, informando os dados obtidos
no monitoramento.
§ 3º - Se houver alteração estaticamente comprovada, em relação aos parâmetros naturais de
qualidade da água nos poços a jusante, por ele causada, o responsável pelo empreendimento deverá
executar as obras necessárias para recuperação das águas subterrâneas.

SEÇÃO IV
Da Potabilidade
Art. 18 - As águas subterrâneas destinadas a consumo humano deverão atender aos padrões de
potabilidade fixados na legislação sanitária.

CAPÍTULO III
Das Áreas de Proteção

SEÇÃO I
Do Estabelecimento de Áreas de Proteção
Art. 19 - Sempre que, no interesse da conservação, proteção e manutenção do equilíbrio natural das
águas subterrâneas, dos serviços de abastecimento de água, ou por motivos geotécnicos ou
geológicos, se fizer necessário restringir a captação e o uso dessas águas, o Departamento de Águas
e Energia Elétrica - DAEE e a CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
proporão ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos a delimitação de áreas destinadas ao seu
controle.

204
§ 1º - Nas áreas a que se refere este artigo, a extração de águas subterrâneas poderá ser
condicionada à recarga natural ou artificial dos aquíferos.
§ 2º - As áreas de proteção serão estabelecidas com base em estudos hidrogeológicos pertinentes,
ouvidos os municípios e demais organismos interessados.

SEÇÃO II
Da Classificação das Áreas de Proteção
Art. 20 - Para os fins deste Decreto, as áreas de proteção classificam-se em:
I - Área de Proteção Máxima: compreendendo, no todo ou em parte, zonas de recarga de
aquíferos altamente vulneráveis à poluição e que se constituam em depósitos de águas essenciais
para abastecimento público;
II - Área de Restrição e Controle: caracterizada pela necessidade de disciplina das extrações,
controle máximo das fontes poluidoras já implantadas e restrição a novas atividades
potencialmente poluidoras; e
III - Área de Proteção de Poços e Outras Captações: incluindo a distância mínima entre poços e
outras captações e o respectivo perímetro de proteção.

SEÇÃO III
Das Áreas de Proteção Máxima
Art. 21 - Nas Áreas de Proteção Máxima não serão permitidos:
I - a implantação de indústrias de alto risco ambiental, polos petroquímicos, carboquímicos e
cloroquímicos, usinas nucleares e quaisquer outras fontes de grande impacto ambiental ou de
extrema periculosidade,
II - as atividades agrícolas que utilizem produtos tóxicos de grande mobilidade e que possam
colocar em risco as águas subterrâneas, conforme relação divulgada pela CETESB - Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental e Secretaria de Agricultura e Abastecimento e
III - o parcelamento do solo urbano sem sistema adequado de tratamento de efluente ou
disposição de resíduos sólidos.
Art. 22 - Se houver escassez de água subterrânea ou prejuízo sensível aos aproveitamentos
existentes nas Áreas de Proteção Máxima, o Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE e a
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de acordo com as respectivas
atribuições poderão:
I - proibir novas captações até que o aquífero se recupere ou seja superado o fato que determinou
a carência de água;

205
II - restringir e regular a captação de água subterrânea, estabelecendo o volume máximo a ser
extraído e o regime de operação;
III - controlar as fontes de poluição existentes, mediante programa específico de monitoramento;
e
IV - restringir novas atividades potencialmente poluidoras.
Parágrafo único: Quando houver restrição à extração de águas subterrâneas, serão prioritariamente
atendidas as captações destinadas ao abastecimento público de água, cabendo ao Departamento de
Águas e Energia Elétrica - DAEE estabelecer a escala de prioridades, segundo as condições locais.

SEÇÃO IV
Das Áreas de Restrição e Controle
Art. 23 - Nas Áreas de Restrição e Controle, quando houver escassez de água subterrânea ou
prejuízo sensível aos aproveitamentos existentes, poderão ser adotadas as medidas previstas no
artigo 22 deste decreto.
SEÇÃO V
Das Áreas de Proteção de Poços e Outras Captações
Art. 24 - Nas Áreas de Proteção de Poços e Outras Captações, será instituído Perímetro Imediato de
Proteção Sanitária, abrangendo raio de dez metros, a partir do ponto de captação, cercado e
protegido com telas, devendo o seu interior ficar resguardado da entrada ou penetração de
poluentes.
§ 1º - Nas áreas a que se refere este artigo, os poços e as captações deverão ser dotados de laje de
proteção sanitária, para evitar a penetração de poluentes.
§ 2º - As lajes de proteção, de concreto armado, deverão ser fundidas no local, envolver o tubo de
revestimento, ter declividade do centro para as bordas, espessura mínima de dez centímetros e área
não inferior a três metros quadrados.
Art. 25 - Serão estabelecidos, em cada caso, além do Perímetro Imediato de Proteção Sanitária,
Perímetros de Alerta contra poluição, tomando-se por base uma distância coaxial ao sentido do
fluxo, a partir do ponto de captação, equivalente ao tempo de trânsito de cinquenta dias de águas no
aquífero, no caso de poluentes não conservativos.
Parágrafo Único: No interior do Perímetro de Alerta, deverá haver disciplina das extrações,
controle máximo das fontes poluidoras já implantadas e restrição a novas atividades potencialmente
poluidoras.
CAPÍTULO IV
Das Aprovações, Outorgas e Cadastramento

206
SEÇÃO I
Dos Empreendimentos Sujeitos a Aprovação
Art. 26 - A implantação de distritos industriais, de grandes projetos de irrigação, de colonização e
outros, que dependam da utilização de água subterrânea, ou ponham em risco sua qualidade natural,
fica sujeita à aprovação dos órgãos e das entidades referidos no Capítulo I, Seção III, deste Decreto.
Parágrafo único: As atividades mencionadas neste artigo deverão ser precedidas de estudos
hidrogeológicos que permitam avaliar o potencial disponível e o correto dimensionamento do
sistema de abastecimento.
SEÇÃO II
Dos Estudos Hidrogeológicos
Art. 27 - Os estudos hidrogeológicos, projetos, e as obras de captação de águas subterrâneas
deverão ser realizados por profissionais, empresas ou instituições legalmente habilitados perante o
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA, exigindo-se o comprovante
de Anotação de Responsabilidade Técnica - ART.
Art. 28 - Deverá ser obtida autorização prévia do Departamento de Águas e Energia Elétrica -
DAEE para qualquer obra de captação de água subterrânea, incluída em projetos, estudos e
pesquisas.
Art. 29 - Os estudos hidrogeológicos e projetos de obras de captação deverão ser protocolados no
Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, na sede ou na Diretoria correspondente à bacia
hidrográfica onde será realizado o aproveitamento, em duas vias de relatório detalhado, conforme
norma aprovada mediante Portaria do Superintendente da Autarquia.

SEÇÃO III
Das Concessões e Autorizações
Art. 30 - O uso das águas subterrâneas estaduais depende de concessão ou autorização
administrativa, outorgadas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, como segue:
I - concessão administrativa, quando a água destinar-se a uso de utilidade pública ou a captação
ocorrer em terreno do domínio público; e
II - autorização administrativa, quando a água extraída destinar-se a outras finalidades.
Art. 31 - As outorgas referidas no artigo anterior serão condicionadas aos objetivos do Plano
Estadual de Recursos Hídricos, levando-se em consideração os fatores econômicos e sociais.
§ 1º - As concessões e autorizações serão outorgadas por tempo fixo, nunca excedente a trinta
anos, determinando-se prazo razoável para início e conclusão das obras, sob pena de caducidade.
§ 2º - Se, durante três anos, o outorgado deixar de fazer uso exclusivo das águas, sua concessão ou
autorização será declarada caduca.

207
§ 3º - Independerão de outorga as captações de águas subterrâneas em vazão inferior a cinco
metros cúbicos por dia, ficando, todavia, sujeitas à fiscalização da Administração, na defesa da
saúde pública e da quantidade e qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
§ 4º - Antes de outorgar, total ou parcialmente, ou negar a extração de água pretendida, o
Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE poderá solicitar as informações adicionais que
entender necessárias.
§ 5º - As outorgas serão efetuadas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE dentro
do prazo de sessenta dias contados da data do pedido ou do atendimento à última eventual
exigência.
Art. 32 - Os atos de outorga para a extração de água subterrânea deverão proibir mudanças físicas
ou químicas que possam prejudicar as condições naturais dos aquíferos, ou do solo, assim como os
direitos de terceiros.
SEÇÃO IV
Das Licenças
Art. 33 - A execução das obras destinadas à extração de água subterrânea e sua operação
dependerão de outorga das licenças de execução e de operação respectivamente.
§ 1º - Aprovados os estudos e projetos de obras e perfuração de poços, ou de obras destinadas à
pesquisa ou ao aproveitamento de água subterrânea, o Departamento de Águas e Energia e Elétrica -
DAEE expedirá a licença de execução das obras e credenciará seus agentes para acompanharem,
realizarem ou exigirem os testes e as análises recomendáveis.
§ 2º - Concluída a obra, o responsável técnico deverá apresentar relatório pormenorizado contendo
os elementos necessários à exploração da água subterrânea, de forma a possibilitar a expedição,
pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, da licença de operação.

SEÇÃO V
Do Cadastro de Poços e Outras Captações
Art. 34 -Fica instituído, sob a administração do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE,
o Cadastro de Poços Tubulares Profundos e outras Captações, consubstanciado no Sistema de
Informação de Águas Subterrâneas - SIDAS.
Art. 35 - Os dados e as informações de poços e outras captações contidos no Sistema de
informações de Águas Subterrâneas - SIDAS, assim como os estudos hidrogeológicos
desenvolvidos por órgãos e entidades da Administração Estadual estarão à disposição dos usuários,
para orientação e subsídio, no sentido de promoverem a utilização racional das águas subterrâneas.
Art. 36 - Todo aquele que construir obra de captação de águas subterrâneas, no território do Estado,
deverá cadastrá-la no Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, conforme norma a ser

208
baixada em Portaria do Superintendente da Autarquia, apresentar as informações técnicas
necessárias, e permitir o acesso da fiscalização ao local.
§ 1º - O cadastramento deverá ser efetuado na sede do Departamento de Águas e Energia Elétrica -
DAEE ou na Diretoria correspondente à bacia hidrográfica em que estiver localizado o
aproveitamento.
§ 2º - Cada poço cadastrado receberá um número de identificação e registro.
§ 3º - As captações existentes deverão ser cadastradas dentro do prazo de cento e oitenta dias
contados da data da entrada em vigor deste Decreto.
§ 4º - As captações novas deverão ser cadastradas dentro do prazo de 30 dias contados da data de
conclusão das respectivas obras.

CAPÍTULO V
Das Medidas Preventivas

SEÇÃO I
Da Operação e Manutenção de Poços
Art. 37 - O usuário de obras de captação de águas subterrâneas deve operá-la em condições
adequadas, de modo a assegurar a capacidade do aquífero e evitar o desperdício de água, podendo o
Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE exigir a reparação das obras e das instalações e
a introdução de melhorias.
Art. 38 - Os poços e outras obras de captação de águas subterrâneas deverão ser dotados de
equipamentos de medição de volume extraído e do nível da água.
Parágrafo único - os usuários deverão manter registro mensal de dados e outras informações sobre
o uso da água e apresentar ao Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE um informe anual
detalhado.
Art. 39 - Nas instalações de captação de água subterrânea destinada a abastecimento público,
deverão ser efetuadas análises físicas, químicas e bacteriológicas da água, nos termos da legislação
sanitária.
SEÇÃO II
Dos Poços Abandonados
Art. 40 - Os poços abandonados, temporária ou definitivamente, e as perfurações realizadas para
outros fins que não a extração de água deverão ser adequadamente tamponados por seus
responsáveis para evitar a poluição dos aquíferos ou acidentes.
§ 1º - Os poços abandonados, perfurados em aquíferos friáveis, próximos à superfície, deverão ser
tamponados com material impermeável e não poluente, como argila, argamassa ou pasta de

209
cimento, para evitar a penetração de água da superfície no interior do poço, ou ao longo da parte
externa do revestimento.
§ 2º - Os poços abandonados, perfurados em aquíferos de rochas fraturadas, deverão ser
tamponados com pasta ou argamassa de cimento, colocada a partir da primeira entrada de água, até
a superfície com espessura nunca inferior a 20 (vinte) metros.
§ 3º - Os poços abandonados, que captem água de aquífero confinado, deverão ser tamponados
com selos de pasta de cimento, injetado sob pressão, a partir do topo de aquífero.

SEÇÃO III
Dos Poços Jorrantes ou Artesianos
Art. 41 - Os poços jorrantes ou artesianos devem ser dotados de fechamento hermético, para evitar
o desperdício de água.
SEÇÃO IV
Das Escavações, Sondagens ou Obras
Art. 42 - As escavações, sondagens ou obras para pesquisa, lavra mineral ou outros fins, que
atingirem águas subterrâneas, deverão ter tratamento idêntico a poço abandonado, de forma a
preservar e conservar os aquíferos.
SEÇÃO V
Da Recarga Artificial
Art. 43 - A recarga artificial dependerá de autorização do Departamento de Águas e Energia
Elétrica - DAEE, condicionada à realização de estudos que comprovem a sua conveniência técnica,
econômica e sanitária e a preservação da qualidade das águas subterrâneas.

CAPÍTULO VI
Da Fiscalização e das Sanções

SEÇÃO I
Da Fiscalização
Art. 44 - O Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, a CETESB - Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental e a Secretaria da Saúde, no âmbito das respectivas
atribuições, fiscalizarão a utilização das águas subterrâneas, para protegê-las contra poluição e
evitar efeitos indesejáveis aos aquíferos e à saúde pública.
Art. 45 - Fica assegurado aos agentes credenciados, encarregados de fiscalizar a extração e a
qualidade das águas subterrâneas, o livre acesso aos prédios em que estiverem localizadas as
captações e aos locais onde forem executados serviços ou obras que, de alguma forma, possam
afetar os aquíferos.
210
Parágrafo Único - No exercício de suas funções, os agentes credenciados poderão requisitar força
policial, se necessário, para garantir a fiscalização de poços ou sistemas de captação.
Art. 46 - Aos agentes credenciados, além das funções que lhes forem cometidas pelos respectivos
órgãos ou entidades, cabe:
I - efetuar vistorias, levantamentos, avaliações e verificar a documentação técnica pertinente;
II - colher amostras e efetuar medições, a fim de averiguar o cumprimento das disposições deste
Decreto;
III - verificar a ocorrência de infrações e expedir os respectivos autos;
IV - intimar, por escrito, os responsáveis pelas fontes poluidoras, ou potencialmente poluidoras,
ou por ações indesejáveis sobre as águas, a prestarem esclarecimentos em local oficial e data
previamente estabelecidos; e
V - aplicar as sanções previstas neste Decreto.

SEÇÃO II
Das Sanções
Art. 47 - Nos termos do artigo 5º, parágrafo único, da Lei nº 6.134, de 2 de junho de 1988, a
descarga de poluentes, tais como águas ou refugos industriais, que possam degradar a qualidade das
águas subterrâneas, e o descumprimento de suas disposições e das estabelecidas neste Decreto,
sujeitarão o infrator às sanções e aos procedimentos previstos nos artigos 80 e 107, do Regulamento
aprovado pelo Decreto nº 8468, de 8 de setembro de 1976, com alterações posteriores, sem prejuízo
das sanções cabíveis.
Art. 48 - A desobediência às disposições da legislação sanitária sujeitará o infrator às sanções e aos
procedimentos previstos nas normas sobre promoção, preservação e recuperação da saúde, no
campo de competência da Secretaria da Saúde, contidas no Regulamento aprovado pelo Decreto nº
12.342, de 27 de setembro de 1978.
Art. 49 - O não atendimento às disposições relativas à extração, ao controle e à proteção das águas
subterrâneas, estatuídas por Decreto, sujeitará o infrator à revogação da outorga, ou à declaração de
sua caducidade, e sua responsabilização por eventuais danos causados ao aquífero ou à gestão
daquelas águas.
Art. 50 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 7 de fevereiro de 1991.

Orestes Quércia
Governador do Estado

211
DECRETO Nº 63.261, DE 9 DE MARÇO DE 2018

Altera o Decreto nº 32.955, de 7 de fevereiro de 1991,


que regulamenta a Lei nº 6.134, de 2 de junho de 1988

GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,

Decreta:

Artigo 1º - Os dispositivos e Seção adiante mencionados do Decreto nº 32.955, de 7 de fevereiro de


1991, passam a vigorar com a seguinte redação:

I – o artigo 5º:
“Artigo 5º - As exigências e restrições constantes deste decreto não se aplicam aos poços
destinados a usos considerados isentos ou dispensados de outorga, conforme definido na
legislação e na regulamentação decorrente, ficando sujeitos, todavia, à fiscalização dos agentes
públicos credenciados, no tocante às condições de ordem sanitária e de segurança."; (NR)

II – o artigo 8º:
“Artigo 8º - Cabe à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB prevenir e
controlar a poluição das águas subterrâneas, para o que manterá os serviços indispensáveis.”;
(NR)

III – do artigo 17:


a) o “caput” do § 1º, mantidos os seus itens:
“§ 1º - As áreas onde existirem depósitos de resíduos no solo devem ser dotadas de
monitoramento das águas subterrâneas, efetuado pelo responsável pelo empreendimento, a ser
executado conforme plano aprovado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo -
CETESB e que deverá conter:”; (NR)
b) o § 2º:
“§ 2º - O responsável pelo empreendimento deverá apresentar relatórios à Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo – CETESB, até 31 de janeiro de cada ano, informando os dados obtidos
no monitoramento.”; (NR)
IV - do artigo 19, o “caput”:

212
“Artigo 19 - Sempre que, no interesse da conservação, proteção e manutenção do equilíbrio natural
das águas subterrâneas, dos serviços de abastecimento de água, ou por motivos geotécnicos ou
geológicos, se fizer necessário restringir a captação e o uso dessas águas, o Departamento de Águas
e Energia Elétrica - DAEE e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB proporão
ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos a delimitação de áreas destinadas ao seu controle.”;
(NR)

V – do artigo 21, o inciso II:


“II - as atividades agrícolas que utilizem produtos tóxicos de grande mobilidade e que possam
colocar em risco as águas subterrâneas, conforme relação divulgada pela Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo - CETESB e Secretaria de Agricultura e Abastecimento;”; (NR)

VI – do artigo 22, o “caput”:


“Artigo 22 - Se houver escassez de água subterrânea ou prejuízo sensível aos aproveitamentos
existentes nas Áreas de Proteção Máxima, o Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE e a
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, de acordo com as respectivas atribuições
poderão:”; (NR)

VII – o artigo 24:


“Artigo 24 - Nas Áreas de Proteção de Poços e Outras Captações, será instituído Perímetro
Imediato de Proteção Sanitária a partir do ponto de captação, dotado de laje de proteção,
devendo o seu interior ficar resguardado da entrada ou penetração de poluentes.
Parágrafo único - As lajes de proteção, de concreto armado, deverão ser fundidas no local,
envolver o tubo de revestimento, ter declividade do centro para as bordas, espessura mínima de
dez centímetros e área não inferior a três metros quadrados."; (NR)

VIII – o artigo 27:


“Artigo 27 - Os estudos hidrogeológicos, os projetos e as obras de captação de águas
subterrâneas deverão ser realizados por profissionais, empresas ou instituições legalmente
habilitados.”; (NR)

IX – o artigo 28:
“Artigo 28 - Deverá ser obtida autorização prévia do Departamento de Águas e Energia Elétrica -
DAEE para qualquer obra de captação de água subterrânea, incluída em projetos, estudos e
pesquisas, exceto para aquelas consideradas isentas e dispensadas de outorga, conforme definido na

213
legislação e no regulamento decorrente.”; (NR)

X – o artigo 29:
“Artigo 29 - Os estudos hidrogeológicos e projetos de obras de captação deverão ser protocolados
no Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, nas condições estabelecidas em norma
expedida pelo Superintendente da Autarquia.”; (NR)

XI – do artigo 31:
a) o § 1º:
“§ 1º - As concessões e autorizações serão outorgadas por tempo fixo, conforme regulamento do
Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, determinando-se prazo razoável para início e
conclusão das obras, quando couber, sob pena de caducidade.”; (NR)
b) o § 3º:
“§ 3º - As captações de águas subterrâneas consideradas isentas ou dispensadas de outorga
estão sujeitas à fiscalização da Administração, na defesa da saúde pública e da quantidade e
qualidade das águas superficiais e subterrâneas.”; (NR)

XII – a Seção IV do Capítulo IV:


“Das autorizações”
Artigo 33 - A execução das obras destinadas à extração de água subterrânea dependerá de
autorização.
§ 1º - Após análise e aprovação o Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE expedirá a
autorização para execução das obras.
§ 2º - Concluída a obra, o responsável técnico deverá elaborar relatório pormenorizado contendo
os elementos necessários à exploração da água subterrânea, de forma a possibilitar seu exame
pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, quando em fiscalização ou quando
solicitado."; (NR)

XIII – o artigo 36:


“Artigo 36 - As captações de águas subterrâneas deverão ser cadastradas no Departamento de
Águas e Energia Elétrica - DAEE, conforme regulamentação da Autarquia.”; (NR)
XIV – o artigo 37:
“Artigo 37 - O usuário de águas subterrâneas deve operar os poços em condições adequadas, de
modo a assegurar a capacidade do aquífero e evitar o desperdício de água, podendo o DAEE exigir
a reparação das obras e das instalações e a introdução de melhorias.”; (NR)

214
XV – do artigo 38, o parágrafo único:
“Parágrafo único - Os usuários deverão manter registro dos dados mencionados no “caput” deste
artigo, conforme regulamentação, e informar ao Departamento de Águas e Energia Elétrica -
DAEE, quando solicitado."; (NR)

XVI – o artigo 44:


“Artigo 44 - O Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, a Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo – CETESB e a Secretaria da Saúde, no âmbito das respectivas atribuições,
fiscalizarão a utilização das águas subterrâneas, para protegê-las contra poluição e evitar efeitos
indesejáveis aos aquíferos e à saúde pública."; (NR)

XVII – o artigo 49:


“Artigo 49 - O não atendimento às disposições relativas à extração, ao controle e à proteção das
águas subterrâneas, sujeitará o infrator à revogação da outorga, ou à declaração de sua caducidade,
e sua responsabilização por eventuais danos causados ao aquífero ou à gestão daquelas águas,
conforme regulamento do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE.”. (NR)
Artigo 2º - Fica acrescentado ao Decreto nº 32.955, de 7 de fevereiro de 1991, o artigo 49-
A, com a seguinte redação:
“Artigo 49-A - Em caso de desobediência às disposições da legislação de recursos hídricos, em
especial a Lei nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, serão observados os procedimentos previstos
no Decreto nº 41.258, de 31 de outubro de 1996, ou no que o suceder, e nas normas estabelecidas
pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE.".
Artigo 3º - O DAEE disponibilizará aos usuários de recursos hídricos um sistema eletrônico
para concessão de outorgas conforme procedimentos estabelecidos em Portaria.
Artigo 4º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogado o artigo
13 do Decreto nº 32.955, de 7 de fevereiro de 1991.

Palácio dos Bandeirantes, 9 de março de 2018

GERALDO ALCKMIN

Arnaldo Calil Pereira Jardim


Secretário de Agricultura e Abastecimento

215
David Everson Uip
Secretário da Saúde

Samuel Moreira da Silva Junior


Secretário-Chefe da Casa Civil

Saulo de Castro Abreu Filho


Secretário de Governo

Publicado na Secretaria de Governo, aos 9 de março de 2018.

(Transcrito do Diário Oficial do Estado de 10/03/2018)

216
DECRETO Nº 63.262, DE 9 DE MARÇO DE 2018

Aprova o novo Regulamento dos artigos 9º a 13 da Lei nº 7.663,


de 30 de dezembro de 1991, que estabelece normas de orientação
à Política Estadual de Recursos Hídricos bem como ao Sistema
Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos

GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,

Decreta:

Artigo 1º - Fica aprovado o novo Regulamento da Outorga de Direitos de Uso dos Recursos
Hídricos, de que tratam os artigos 9º a 13, da Lei nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, nos termos
do anexo que faz parte integrante deste decreto.

Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogados:
I - o Decreto nº 41.258, de 31 de outubro de 1996;
II - o Decreto nº 61.117, de 6 de fevereiro de 2015.

Palácio dos Bandeirantes, 9 de março de 2018

GERALDO ALCKMIN

Benedito Braga
Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos

Samuel Moreira da Silva Junior


Secretário-Chefe da Casa Civil

Saulo de Castro Abreu Filho


Secretário de Governo

Publicado na Secretaria de Governo, aos 9 de março de 2018.

217
ANEXO
a que se refere o artigo 1º do Decreto nº 63.262, de 9 de março de 2018

REGULAMENTO DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

SEÇÃO I
Da Outorga e suas Modalidades
Artigo 1º - Outorga é o ato pelo qual o Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE defere:
I - a execução de obras ou serviços que altere o regime, a quantidade e a qualidade dos recursos
hídricos, superficiais ou subterrâneos;
II - a execução de obras para extração de águas subterrâneas;
III - a derivação de água do seu curso ou depósito, superficial ou subterrâneo;
IV - o lançamento de efluentes nos corpos d’água.
§1º - O requerimento para obtenção de outorga deverá observar ao estabelecido em Portaria do
DAEE.
§2º – Os usos e as interferências nos recursos hídricos, para implantação de novos
empreendimentos, serão objeto de prévia manifestação do DAEE, quanto a sua viabilidade,
conforme disposto em Portaria da entidade outorgante.
Artigo 2º - Independem de outorga:
I - o uso de recursos hídricos destinados às necessidades domésticas de propriedades e de pequenos
núcleos populacionais localizados no meio rural;
II - as acumulações de volumes de água, as vazões derivadas, captadas ou extraídas e os
lançamentos de efluentes que, isolados ou em conjunto, por seu pequeno impacto na quantidade de
água dos corpos hídricos, possam ser considerados insignificantes.
§ 1º - Os critérios específicos de vazões ou acumulações de volume de água considerados
insignificantes serão estabelecidos nos planos de bacias hidrográficas, aprovados pelos
correspondentes Comitês de Bacias Hidrográficas ou na inexistência destes, pelo DAEE.
§ 2º – Portaria do DAEE deverá especificar acerca dos usos que independem de outorga, nos termos
estabelecidos neste Regulamento.
Artigo 3º - A outorga será emitida pela Superintendência do DAEE, por meio de:
I - autorização, nos casos previstos nos incisos I e II do artigo 1º deste Regulamento;
II - autorização ou concessão, esta quando o fundamento da outorga for a utilidade pública, nos
casos dos incisos III e IV do artigo 1º deste Regulamento.

218
SEÇÃO II
Dos Direitos, Obrigações e Prazos
Artigo 4º - As concessões e autorizações são transferíveis, desde que com manifestação prévia e
consentimento do órgão outorgante, observando-se as condições e procedimentos previstos em
portaria do DAEE.
Parágrafo único - As modalidades de outorga de que trata o “caput” deste artigo são conferidas a
título precário e não implicam delegação do Poder Público aos seus titulares.
Artigo 5º - A autorização prevista nos incisos I e II do artigo 1º deste Regulamento não atribuem ao
seu titular o direito de uso dos recursos hídricos.
Artigo 6º - Os atos de outorga não eximem o usuário da responsabilidade pelo cumprimento das
exigências da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, no campo de suas
atribuições, bem como das que venham a ser feitas por outros órgãos e entidades aos quais esteja
afeta a matéria.
Artigo 7º - Obriga-se o outorgado a:
I - operar as obras hidráulicas segundo as condições determinadas pelo DAEE;
II - conservar em perfeitas condições de estabilidade e segurança as obras e os serviços;
III - responder, em nome próprio, pelos danos causados ao meio ambiente e a terceiros em
decorrência da manutenção, operação ou funcionamento de tais obras ou serviços, bem como pelos
que advenham do uso inadequado da outorga;
IV - manter a operação das estruturas hidráulicas de modo a garantir a continuidade do fluxo d’água
mínimo, fixado no ato de outorga, a fim de que possam ser atendidos os usuários a jusante da obra
ou serviço;
V - preservar as características físicas e químicas das águas subterrâneas, abstendo-se de alterações
que possam prejudicar as condições naturais dos aquíferos ou a gestão dessas águas;
VI - instalar e operar estações e equipamentos hidrométricos, encaminhando ao DAEE os dados
observados e medidos, na forma preconizada no ato de outorga e nas normas de procedimento
estabelecidas pelo DAEE;
VII - cumprir os prazos fixados pelo DAEE para o início e a conclusão das obras pretendidas, sob
pena de aplicação das sanções previstas na Lei nº 7.663, de 30 de novembro de 1991;
VIII - repor as coisas em seu estado anterior, de acordo com os critérios e prazos a serem
estabelecidos pelo DAEE, arcando inteiramente com as despesas decorrentes.
Artigo 8º - Os atos de outorga estabelecerão o prazo respectivo, de acordo com os limites fixados
em norma interna do DAEE.
Parágrafo único - Poderá o DAEE, a seu critério exclusivo, em caráter excepcional, em função de

219
situações emergenciais ou porque fatores socioeconômicos o justifiquem, emitir outorga com prazo
diferente dos fixados em norma interna.
Artigo 9º - Quando estudos de planejamento regional de recursos hídricos ou a defesa do bem
público tornarem necessária a revisão da outorga, poderá o DAEE:
I - prorrogar o prazo estabelecido no ato de outorga;
II - revogar o ato de outorga, a qualquer tempo.
Parágrafo único - Constatada pela autoridade competente a não subsistência dos seus pressupostos
legais, será declarada a perda da validade da outorga.
Artigo 10 - A outorga poderá ser renovada e transferida para novo usuário desde que não haja
alterações nas condições da outorga vigente.
Parágrafo único – Para a renovação e a transferência da outorga de que tratam o “caput” deste
artigo, o interessado deverá apresentar requerimento e cumprir o estabelecido em portaria do
DAEE.
Artigo 11 - Perece de pleno direito a outorga, se durante 3 (três) anos consecutivos o outorgado
deixar de fazer uso das águas.
SEÇÃO III
Das Disposições Gerais sobre as Outorgas
Artigo 12 - Portaria do Superintendente do DAEE definirá os requisitos para outorga, nas hipóteses
previstas no artigo 1º deste Regulamento.
Artigo 13 - Os estudos, projetos e obras necessários ao uso dos recursos hídricos ou à interferência
em seus domínios deverão ser executados sob a responsabilidade de profissional devidamente
habilitado, devendo qualquer alteração ser previamente comunicada ao DAEE.
Artigo 14 - O aumento de demanda ou a insuficiência de águas para atendimento aos usuários
permitirá a suspensão temporária da outorga, ou a sua readequação.
Parágrafo único - No caso de readequação, o DAEE deverá fixar as novas condições da outorga,
observando os critérios e normas estabelecidas nos Planos de Bacias Hidrográficas e nas
Deliberações do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CRH.
Artigo 15 - Quando, em razão de obras públicas, houver necessidade de adaptação das obras
hidráulicas ou dos sistemas de captação e lançamento às novas condições, todos os custos
decorrentes serão de responsabilidade plena e exclusiva do outorgado.
Parágrafo único - Será assegurado prazo para as providências pertinentes, mediante comunicação
oficial do DAEE.
SEÇÃO IV
Das Infrações e Penalidades

220
SUBSEÇÃO I
Das Infrações
Artigo 16 - As infrações às disposições da Lei no 7.663, de 30 de dezembro de 1991, deste
Regulamento e das demais normas decorrentes serão, a critério da autoridade impositora,
classificadas em leves, graves e gravíssimas, levando-se em conta:
I - as circunstâncias atenuantes e agravantes;
II - os antecedentes do infrator.
Parágrafo único - Portaria do DAEE deverá disciplinar o disposto nos incisos I e II deste artigo.

SUBSEÇÃO II
Da Fiscalização
Artigo 17 - O cumprimento das disposições legais e regulamentares, concernentes à outorga e ao
uso de recursos hídricos, será exercido por agentes credenciados pelo DAEE, aos quais compete:
I - efetuar vistorias em geral, levantamentos e avaliações;
II - verificar a ocorrência de infrações e aplicar as respectivas penalidades;
III - lavrar os Autos de Inspeção ou de Infração, conforme o caso, fornecendo cópias ao
interessado;
IV - intimar por escrito o infrator a prestar esclarecimentos em local e data previamente fixados;
V - lacrar e impedir a utilização de máquinas, equipamentos e utensílios empregados no uso de
recursos hídricos sem a outorga respectiva ou em desacordo com esta.
§ 1º – As medidas acautelatórias de que trata o inciso V, deste artigo:
1. tem como objetivo cessar a infração, resguardar os recursos hídricos e garantir o resultado prático
do respectivo processo administrativo sancionatório, de competência do DAEE;
2. não abrangem a utilização dos recursos hídricos para consumo humano e dessedentação de
animais.
§ 2º - O credenciamento de agentes, internos e externos ao DAEE, se dará mediante normas,
requisitos e procedimentos estabelecidos em Portaria.
Artigo 18 - No caso de eventos hidrológicos críticos, com potencial risco ao uso múltiplo das águas
e que possam comprometer o abastecimento humano e a dessedentação de animais, proceder-se-á
ao aumento, temporário do número de agentes públicos encarregados da fiscalização.
Artigo 19 - A fiscalização, na exclusiva hipótese de que trata o artigo 18 deste Regulamento,
observará as seguintes diretrizes:
I - será também efetivada por integrantes da Polícia Militar Ambiental credenciados para atuar

221
como fiscais do DAEE, mediante ato do Comandante do Policiamento Ambiental, sem prejuízo de
suas demais competências de fiscalização;
II - abrangerá a área da Bacia Hidrográfica e o período delimitados em Portaria do DAEE, que
deverá especificar as diretrizes e os procedimentos aplicáveis à fiscalização.
Parágrafo único - Nas áreas indicadas pela Portaria do DAEE, de que trata o inciso II, deste artigo,
deverão ser fornecidos aos órgãos de fiscalização:
2. pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, os dados constantes de seus cadastros de
atividades agropecuárias que envolvam o uso de recursos hídricos;
3. pela CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, a relação das atividades, obras e
empreendimentos por esta licenciados que utilizem recursos hídricos.
Artigo 20 - Os agentes credenciados na forma do inciso I do artigo 19 deste Regulamento:
I - terão atribuição para proceder à lavratura de auto de inspeção e infração, aplicar penalidade de
advertência e indicar a penalidade de multa simples ou diária a que se encontre sujeito o infrator,
bem como adotar as medidas de caráter acautelatório necessárias a fazer cessar a infração,
observados os procedimentos e normas fixados pelo DAEE;
II - encaminharão ao DAEE a documentação produzida na ação de fiscalização, no prazo máximo
de 2 (dois) dias úteis, ficando assegurado ao infrator o exercício do direito de defesa no âmbito do
processo administrativo sancionatório de competência da mesma Autarquia.
Artigo 21 - Sem prejuízo da penalidade cominada, fica o infrator obrigado a apresentar ao DAEE a
documentação pertinente, conforme disposto em norma da Autarquia.
Parágrafo único - O infrator poderá fazer-se representar por procurador devidamente qualificado.
Artigo 22 - No exercício da ação fiscalizadora, ficam asseguradas aos agentes credenciados a
entrada, a qualquer dia e hora, e a permanência, pelo tempo que se tornar necessário, em
estabelecimentos públicos e privados.
Parágrafo único - Quando obstados, os agentes credenciados poderão requisitar força policial para
o exercício de suas atribuições, em qualquer parte do território do Estado.

SUBSEÇÃO III
Das Multas
Artigo 23 - A critério da autoridade competente, as multas simples ou diárias serão aplicadas
conforme estabelecido no artigo 13 da Lei nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, dentro das
seguintes faixas:
I - de 100 (cem) a 200 (duzentas) vezes o valor nominal da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo -
UFESP, nas infrações leves;

222
II - de 200 (duzentas) a 500 (quinhentas) vezes o valor nominal da UFESP, nas infrações graves;
III - de 500 (quinhentas) a 1000 (mil) vezes o valor nominal da UFESP, nas infrações gravíssimas.
§ 1º - Em caso de reincidência, a multa será aplicada pelo valor correspondente ao dobro da
anteriormente imposta.
§ 2º - No caso de extinção da UFESP, adotar-se-á o índice que a substituir.
Artigo 24 - O auto de infração será lavrado em 2 (duas) vias destinando-se uma ao autuado e a
outra à formalização do processo administrativo e deverá conter os dados discriminados em Portaria
do DAEE:
Artigo 25 - As multas previstas neste Regulamento deverão ser recolhidas pelo infrator dentro de
20 (vinte) dias corridos, contados da ciência da notificação para recolhimento, sob pena de inclusão
no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (CADIN
Estadual) e na Dívida Ativa do Estado de São Paulo.
Parágrafo único - O recolhimento referido neste artigo deverá ser feito, a crédito do DAEE, em
qualquer agência de Banco autorizado.

SUBSEÇÃO IV
Dos Recursos
Artigo 26 - Da imposição da multa caberá recurso à autoridade competente do DAEE, conforme
regulamentação específica.
§ 1º - O recurso deverá ser formulado por escrito, devidamente instruído, e será processado sem
efeito suspensivo.
§ 2º - O prazo para interposição de recurso será de 20 (vinte) dias, contados da irrogação da
penalidade.
§ 3º - O local e a forma de encaminhamento e protocolo do recurso serão estabelecidos em
regulamentação específica do DAEE.
Artigo 27 - As restituições de multas resultantes da aplicação deste Regulamento serão efetuadas
sempre pelo valor recolhido, sem qualquer acréscimo.
Parágrafo único - As restituições de que trata o “caput” deste artigo deverão ser solicitadas junto à
respectiva Diretoria de Bacia do DAEE, por meio de requerimento escrito, que deverá:
1. conter o nome da pessoa física ou jurídica apontada como infrator, com o seu endereço e o
número do processo administrativo respectivo;
2. ser instruído com cópia da Guia de Recolhimento da multa, devidamente quitada, e o
comprovante de acolhimento do recurso apresentado.
Artigo 28 - Na contagem dos prazos estabelecidos neste Regulamento excluir-se-á o dia do início e
incluir-se-á o do vencimento.

223
Parágrafo único – Se o prazo de que trata o “caput” deste artigo recair em dia sem expediente, o
mesmo se prorrogará para o primeiro dia útil subsequente.
SEÇÃO V
Disposições Finais
Artigo 29 - Continuarão em vigor as portarias de outorga de utilização dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos emitidas antes da publicação deste Regulamento, salvo se fato
superveniente as tornar insustentáveis, conforme análise e manifestação do DAEE.
Artigo 30 - O DAEE disponibilizará aos usuários de recursos hídricos um sistema eletrônico para
concessão de outorgas conforme procedimentos estabelecidos em Portaria.

(Transcrito do Diário Oficial do Estado de 10/03/2018)

224
V – LEGISLAÇÃO FEDERAL ESPECÍFICA
As legislações federais aqui listadas constituem os princípios e as principais normas legais
sobre o gerenciamento dos recursos hídricos, em particular as normas referentes a outorga, objeto
desta publicação, que devem ser seguidos pelos entes federativos da União, sem prejuízo,
naturalmente, das normas complementares permitidas em lei.
Pela importância do tema também se encontra nesta publicação a Lei nº 12.334 de 20 de
setembro de 2010 que estabelecer as normas relativas à segurança de barragens.

LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997

Mensagem de veto Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o


inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
(Vide Decreto de 15 de setembro de 2010) Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da
Regulamento Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de
13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28
de dezembro de 1989.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS

225
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de
qualidade adequados aos respectivos usos;
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com
vistas ao desenvolvimento sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do
uso inadequado dos recursos naturais.
IV – incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais.
(Incluído pela Lei nº 13.501, de 2017)

CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES GERAIS DE AÇÃO
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e
qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas,
econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os
planejamentos regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.
Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos recursos hídricos
de interesse comum.

CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - os Planos de Recursos Hídricos;
II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água;
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - a compensação a municípios;
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

226
SEÇÃO I
DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.
Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento
compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte conteúdo
mínimo:
I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de
modificações dos padrões de ocupação do solo;
III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e
qualidade, com identificação de conflitos potenciais;
IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos
hídricos disponíveis;
V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados,
para o atendimento das metas previstas;
VI - (VETADO)
VII - (VETADO)
VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos
hídricos.
Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o
País.
SEÇÃO II
DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS
PREPONDERANTES DA ÁGUA
Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água,
visa a:
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas;
B - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.

227
SEÇÃO III
DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o
controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à
água.
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos
hídricos:
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final,
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou
não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo
de água.
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais,
distribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; III - as acumulações de
volumes de água consideradas insignificantes.
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estará
subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso VIII
do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial específica.
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de
Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a
manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso.
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes.
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos
Estados ou do Distrito Federal.
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para
conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.
§ 2º (VETADO)
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente,
em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:

228
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes
de condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se
disponha de fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.
Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a
trinta e cinco anos, renovável.
Art. 17. (VETADO)
Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples
direito de seu uso.
SEÇÃO IV
DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:
I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos.
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta
Lei.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser
observados, dentre outros:
I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação;
II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu
regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.
Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados
prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos
Hídricos;
II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

229
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento
do total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e
obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a quantidade e o
regime de vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO)
Art. 23. (VETADO)
SEÇÃO V
DA COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS
Art. 24. (VETADO)
SEÇÃO VI
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema de coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em
sua gestão.
Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos serão incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos
Hídricos.
Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos
Hídricos:
I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
II - coordenação unificada do sistema;
III - acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.
Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos:
I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e
quantitativa dos recursos hídricos no Brasil;
II - atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda de recursos
hídricos em todo o território nacional;
III - fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.

CAPÍTULO V
DO RATEIO DE CUSTOS DAS OBRAS DE USO MÚLTIPLO, DE INTERESSE COMUM OU
COLETIVO
Art. 28. (VETADO)
CAPÍTULO VI

230
DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO
Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, compete ao Poder Executivo
Federal:
I - tomar as providências necessárias à implementação e ao funcionamento do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
II - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e regulamentar e fiscalizar os usos, na sua
esfera de competência;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito nacional;
IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a autoridade responsável pela
efetivação de outorgas de direito de uso dos recursos hídricos sob domínio da União.
Art. 30. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, cabe aos Poderes Executivos
Estaduais e do Distrito Federal, na sua esfera de competência:
I - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos e regulamentar e fiscalizar os seus usos;
II - realizar o controle técnico das obras de oferta hídrica;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do
Distrito Federal;
IV - promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental.
Art. 31. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do
Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das políticas locais de saneamento
básico, de uso, ocupação e conservação do solo e de meio ambiente com as políticas federal e
estaduais de recursos hídricos.
TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO
Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes
objetivos:
I - coordenar a gestão integrada das águas;
II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

231
Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos: (Redação dada pela
Lei 9.984, de 2000)
I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
I-A. – a Agência Nacional de Águas; (Incluído pela Lei 9.984, de 2000)
II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
9.984, de 2000)
III – os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de
2000)
V – as Agências de Água. (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por:
I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no
gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;
II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
III - representantes dos usuários dos recursos hídricos;
IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos.
Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à
metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional,
regional, estaduais e dos setores usuários;
II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais de
Recursos Hídricos;
III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões
extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados;
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de
Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política Nacional
de Recursos Hídricos;

232
VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios
gerais para a elaboração de seus regimentos;
VIII - (VETADO)
IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as
providências necessárias ao cumprimento de suas metas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a
cobrança por seu uso.
XI - zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB); (Incluído
pela Lei nº 12.334, de 2010)
XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação
do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB); (Incluído pela Lei nº
12.334, de 2010)
XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário, recomendações para
melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional. (Incluído pela
Lei nº 12.334, de 2010)
Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por:
I - um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
Hídricos e da Amazônia Legal;
II - um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério do
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, responsável pela gestão dos recursos
hídricos.

CAPÍTULO III
DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA
Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:
I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;
c) - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário desse
tributário; ou III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União será
efetivada por ato do Presidente da República.
Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:

233
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das
entidades intervenientes;
II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos;
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;
IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências
necessárias ao cumprimento de suas metas;
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações,
derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade
de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes;
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a
serem cobrados;
VII - (VETADO)
VIII - (VETADO)
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse
comum ou coletivo.
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho
Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de
competência.
Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:
I - da União;
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas
respectivas áreas de atuação;
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
IV - dos usuários das águas de sua área de atuação;
V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.
§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os critérios
para sua indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a representação dos
poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros.
§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão
compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério das
Relações Exteriores.
§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas
devem ser incluídos representantes:
I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União;
II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.

234
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita a
bacias de rios sob domínio estadual, dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos.
Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presidente e um Secretário,
eleitos dentre seus membros.

CAPÍTULO IV
DAS AGÊNCIAS DE ÁGUA
Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respectivo ou
respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia
Hidrográfica.
Parágrafo único. A criação das Agências de Água será autorizada pelo Conselho Nacional de
Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um
ou mais Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimento dos seguintes
requisitos:
I - prévia existência do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica;
II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de
atuação.
Art. 44. Compete às Agências de Água, no âmbito de sua área de atuação:
I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação;
II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos;
III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos gerados
pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira responsável
pela administração desses recursos;
V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de
recursos hídricos em sua área de atuação;
VI - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação;
VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas
competências;
VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos
Comitês de Bacia Hidrográfica;
IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação;

235
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia
Hidrográfica;
XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica:

a) enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao


respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo
com o domínio destes;

b) os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos;

c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
hídricos;

d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo.

CAPÍTULO V
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 45. A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será exercida pelo
órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, responsável pela gestão dos recursos hídricos.
Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos: (Redação
dada pela Lei 9.984, de 2000)
I – prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
(Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
II – revogado; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
III – instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos
Comitês de Bacia Hidrográfica;" (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
IV – revogado;" (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
V – elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária anual e submetê-los à
aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)

CAPÍTULO VI
DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de recursos hídricos:
I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas;
II - associações regionais, locais ou setoriais de usuários de recursos hídricos;
III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos;

236
IV - organizações não-governamentais com objetivos de defesa de interesses difusos e coletivos da
sociedade;
V - outras organizações reconhecidas pelo Conselho Nacional ou pelos Conselhos Estaduais de
Recursos Hídricos.
Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organizações civis de recursos
hídricos devem ser legalmente constituídas.

TÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou
subterrâneos:
I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito
de uso;
II - iniciar a implantação ou implantar empreendimento relacionado com a derivação ou a utilização
de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos, que implique alterações no regime, quantidade ou
qualidade dos mesmos, sem autorização dos órgãos ou entidades competentes;
III - (VETADO)
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em
desacordo com as condições estabelecidas na outorga;
V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida autorização;
VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos
medidos;
VII - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos regulamentos administrativos,
compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes;
VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas
funções.
Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referentes à execução de obras e
serviços hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos de domínio ou administração da
União, ou pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade
competente, ficará sujeito às seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de
enumeração:
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;
II - multa, simples ou diária, proporcional à gravidade da infração, de R$ 100,00 (cem reais) a R$
10.000,00 (dez mil reais);

237
III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao
efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso,
controle, conservação e proteção dos recursos hídricos;
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu
antigo estado, os recursos hídricos, leitos e margens, nos termos dos arts. 58 e 59 do Código de
Águas ou tamponar os poços de extração de água subterrânea.
§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de
água, riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a
terceiros, a multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em
abstrato.
§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão cobradas do infrator
as despesas em que incorrer a Administração para tornar efetivas as medidas previstas nos citados
incisos, na forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela
indenização dos danos a que der causa.
§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à autoridade administrativa
competente, nos termos do regulamento.
§ 4º Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 51. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos
poderão delegar a organizações sem fins lucrativos relacionadas no art. 47 desta Lei, por prazo
determinado, o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto esses
organismos não estiverem constituídos. (Redação dada pela Lei nº 10.881, de 2004)
Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e regulamentado o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a
utilização dos potenciais hidráulicos para fins de geração de energia elétrica continuará subordinada
à disciplina da legislação setorial específica.
Art. 53. O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a partir da publicação desta Lei,
encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei dispondo sobre a criação das Agências de Água.
Art. 54. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1º .............................................................................
§ - quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica -
DNAEE, do Ministério de Minas e Energia;

238
V - dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
....................................................................................
§ 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos
Recursos Hídricos e da Amazônia Legal será empregada na implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e na gestão da
rede hidrometeorológica nacional.
§ 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na operação e expansão de sua rede
hidrometeorológica, no estudo dos recursos hídricos e em serviços relacionados ao aproveitamento
da energia hidráulica."
Parágrafo único. Os novos percentuais definidos no caput deste artigo entrarão em vigor no prazo
de cento e oitenta dias contados a partir da data de publicação desta Lei.
Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias,
contados da data de sua publicação.
Art. 56. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 57. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 8 de janeiro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Gustavo Krause
Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.1.1997*

239
LEI Nº 9.984, DE 17 DE JULHO DE 2000

Estrutura Regimental (ANA) Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas -


ANA, entidade federal de implementação da Política
Mensagem de Veto Nacional de Recursos Hídricos e de coordenação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, e dá outras providências.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA no exercício do cargo de PRESIDENTE DA


REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS
Art. 1o Esta Lei cria a Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal de implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, estabelecendo regras para a sua atuação, sua estrutura administrativa e suas
fontes de recursos.

CAPÍTULO II
DA CRIAÇÃO, NATUREZA JURÍDICA E COMPETÊNCIAS DA AGÊNCIA NACIONAL DE
ÁGUAS – ANA
Art. 2o Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos promover a articulação dos
planejamentos nacional, regionais, estaduais e dos setores usuários elaborados pelas entidades que
integram o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e formular a Política Nacional de Recursos Hídricos, nos
termos da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997.
Art. 3o Fica criada a Agência Nacional de Águas - ANA, autarquia sob regime especial, com
autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, com a
finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos,
integrando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Parágrafo único. A ANA terá sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades
administrativas regionais.
Art. 4o A atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da
Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e entidades
públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
cabendo-lhe:

240
I – supervisionar, controlar e avaliar as ações e atividades decorrentes do cumprimento da
legislação federal pertinente aos recursos hídricos;
II – disciplinar, em caráter normativo, a implementação, a operacionalização, o controle e a
avaliação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos;
III – (VETADO)
IV – outorgar, por intermédio de autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de
água de domínio da União, observado o disposto nos arts. 5o, 6o, 7o e 8o;
V - fiscalizar os usos de recursos hídricos nos corpos de água de domínio da União;
VI - elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, com
base nos mecanismos e quantitativos sugeridos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma do
inciso VI do art. 38 da Lei no 9.433, de 1997;
VII – estimular e apoiar as iniciativas voltadas para a criação de Comitês de Bacia Hidrográfica;
VIII – implementar, em articulação com os Comitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pelo uso de
recursos hídricos de domínio da União;
IX – arrecadar, distribuir e aplicar receitas auferidas por intermédio da cobrança pelo uso de
recursos hídricos de domínio da União, na forma do disposto no art. 22 da Lei no 9.433, de 1997;
X – planejar e promover ações destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações,
no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em articulação com o
órgão central do Sistema Nacional de Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios;
XI - promover a elaboração de estudos para subsidiar a aplicação de recursos financeiros da União
em obras e serviços de regularização de cursos de água, de alocação e distribuição de água, e de
controle da poluição hídrica, em consonância com o estabelecido nos planos de recursos hídricos;
XII – definir e fiscalizar as condições de operação de reservatórios por agentes públicos e privados,
visando a garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos, conforme estabelecido nos planos de
recursos hídricos das respectivas bacias hidrográficas;
XIII - promover a coordenação das atividades desenvolvidas no âmbito da rede hidrometeorológica
nacional, em articulação com órgãos e entidades públicas ou privadas que a integram, ou que dela
sejam usuárias;
XIV - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos;
XV - estimular a pesquisa e a capacitação de recursos humanos para a gestão de recursos hídricos;
XVI - prestar apoio aos Estados na criação de órgãos gestores de recursos hídricos;
XVII – propor ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos o estabelecimento de incentivos,
inclusive financeiros, à conservação qualitativa e quantitativa de recursos hídricos.

241
XVIII - participar da elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos e supervisionar a sua
implementação. (Vide Medida Provisória nº 2.049-21, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.216-37, de 2001)
XIX - regular e fiscalizar, quando envolverem corpos d'água de domínio da União, a prestação dos
serviços públicos de irrigação, se em regime de concessão, e adução de água bruta, cabendo-lhe,
inclusive, a disciplina, em caráter normativo, da prestação desses serviços, bem como a fixação de
padrões de eficiência e o estabelecimento de tarifa, quando cabíveis, e a gestão e auditagem de
todos os aspectos dos respectivos contratos de concessão, quando existentes. (Redação dada pela
Lei nº 12.058, de 2009)
XX - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens (SNISB); (Incluído pela Lei nº 12.334, de 2010)
XXI - promover a articulação entre os órgãos fiscalizadores de barragens; (Incluído pela Lei nº
12.334, de 2010)
XXII - coordenar a elaboração do Relatório de Segurança de Barragens e encaminhá-lo,
anualmente, ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), de forma consolidada. (Incluído
pela Lei nº 12.334, de 2010)
§ 1o Na execução das competências a que se refere o inciso II deste artigo, serão considerados, nos
casos de bacias hidrográficas compartilhadas com outros países, os respectivos acordos e tratados.
§ 2o As ações a que se refere o inciso X deste artigo, quando envolverem a aplicação de
racionamentos preventivos, somente poderão ser promovidas mediante a observância de critérios a
serem definidos em decreto do Presidente da República.
§ 3o Para os fins do disposto no inciso XII deste artigo, a definição das condições de operação de
reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos será efetuada em articulação com o Operador
Nacional do Sistema Elétrico – ONS.
§ 4o A ANA poderá delegar ou atribuir a agências de água ou de bacia hidrográfica a execução de
atividades de sua competência, nos termos do art. 44 da Lei no 9.433, de 1997, e demais
dispositivos legais aplicáveis.
§ 5o (VETADO)
§ 6o A aplicação das receitas de que trata o inciso IX será feita de forma descentralizada, por meio
das agências de que trata o Capítulo IV do Título II da Lei no 9.433, de 1997, e, na ausência ou
impedimento destas, por outras entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos.
§ 7o Nos atos administrativos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de cursos de água
que banham o semi-árido nordestino, expedidos nos termos do inciso IV deste artigo, deverão

242
constar, explicitamente, as restrições decorrentes dos incisos III e V do art. 15 da Lei no 9.433, de
1997.
§ 8o No exercício das competências referidas no inciso XIX deste artigo, a ANA zelará pela
prestação do serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, em observância aos princípios
da regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia, modicidade
tarifária e utilização racional dos recursos hídricos. (Redação dada pela Lei nº 12.058, de 2009)
Art. 5o Nas outorgas de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União, serão respeitados
os seguintes limites de prazos, contados da data de publicação dos respectivos atos administrativos
de autorização:
I – até dois anos, para início da implantação do empreendimento objeto da outorga;
II – até seis anos, para conclusão da implantação do empreendimento projetado;
III – até trinta e cinco anos, para vigência da outorga de direito de uso.
§ 1o Os prazos de vigência das outorgas de direito de uso de recursos hídricos serão fixados em
função da natureza e do porte do empreendimento, levando-se em consideração, quando for o caso,
o período de retorno do investimento.
§ 2o Os prazos a que se referem os incisos I e II poderão ser ampliados, quando o porte e a
importância social e econômica do empreendimento o justificar, ouvido o Conselho Nacional de
Recursos Hídricos.
§ 3o O prazo de que trata o inciso III poderá ser prorrogado, pela ANA, respeitando-se as
prioridades estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos.
§ 4o As outorgas de direito de uso de recursos hídricos para concessionárias e autorizadas de
serviços públicos e de geração de energia hidrelétrica vigorarão por prazos coincidentes com os dos
correspondentes contratos de concessão ou atos administrativos de autorização.
Art. 6o A ANA poderá emitir outorgas preventivas de uso de recursos hídricos, com a finalidade de
declarar a disponibilidade de água para os usos requeridos, observado o disposto no art. 13 da Lei
no 9.433, de 1997.
§ 1o A outorga preventiva não confere direito de uso de recursos hídricos e se destina a reservar a
vazão passível de outorga, possibilitando, aos investidores, o planejamento de empreendimentos
que necessitem desses recursos.
§ 2o O prazo de validade da outorga preventiva será fixado levando-se em conta a complexidade
do planejamento do empreendimento, limitando-se ao máximo de três anos, findo o qual será
considerado o disposto nos incisos I e II do art. 5o.
Art. 7o A concessão ou a autorização de uso de potencial de energia hidráulica e a construção de
eclusa ou de outro dispositivo de transposição hidroviária de níveis em corpo de água de domínio

243
da União serão precedidas de declaração de reserva de disponibilidade hídrica. (Redação dada pela
Lei nº 13.081, de 2015)
§ 1º A declaração de reserva de disponibilidade hídrica será requerida: (Redação dada pela Lei nº
13.081, de 2015)
I - pela Agência Nacional de Energia Elétrica, para aproveitamentos de potenciais hidráulicos;
(Incluído pela Lei nº 13.081, de 2015)
II - pelo Ministério dos Transportes, por meio do órgão responsável pela gestão hidroviária, quando
se tratar da construção e operação direta de eclusa ou de outro dispositivo de transposição
hidroviária de níveis; (Incluído pela Lei nº 13.081, de 2015)
III - pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários, quando se tratar de concessão, inclusive na
modalidade patrocinada ou administrativa, da construção seguida da exploração de serviços de
eclusa ou de outro dispositivo de transposição hidroviária de níveis. (Incluído pela Lei nº
13.081, de 2015)
§ 2o Quando o corpo de água for de domínio dos Estados ou do Distrito Federal, a declaração de
reserva de disponibilidade hídrica será obtida em articulação com a respectiva unidade gestora de
recursos hídricos. (Redação dada pela Lei nº 13.081, de 2015)
§ 3o A declaração de reserva de disponibilidade hídrica será transformada automaticamente pelo
respectivo poder outorgante em outorga de direito de uso de recursos hídricos à instituição ou
empresa que receber a concessão ou autorização de uso de potencial de energia hidráulica ou que
for responsável pela construção e operação de eclusa ou de outro dispositivo de transposição
hidroviária de níveis. (Redação dada pela Lei nº 13.081, de 2015)
§ 4o A declaração de reserva de disponibilidade hídrica obedecerá ao disposto no art. 13 da Lei no
9.433, de 8 de janeiro de 1997.(Incluído pela Lei nº 13.081, de 2015)
Art. 8o A ANA dará publicidade aos pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de
domínio da União, bem como aos atos administrativos que deles resultarem, por meio de
publicação na imprensa oficial e em pelo menos um jornal de grande circulação na respectiva
região.
CAPÍTULO III
Da Estrutura Orgânica da Agência Nacional de Águas - ANA
Art. 9o A ANA será dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros, nomeados
pelo Presidente da República, com mandatos não coincidentes de quatro anos, admitida uma única
recondução consecutiva, e contará com uma Procuradoria.
§ 1o O Diretor-Presidente da ANA será escolhido pelo Presidente da República entre os membros
da Diretoria Colegiada, e investido na função por quatro anos ou pelo prazo que restar de seu
mandato.

244
§ 2o Em caso de vaga no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma
prevista no caput, que o exercerá pelo prazo remanescente.
Art. 10. A exoneração imotivada de dirigentes da ANA só poderá ocorrer nos quatro meses iniciais
dos respectivos mandatos.
§ 1o Após o prazo a que se refere o caput, os dirigentes da ANA somente perderão o mandato em
decorrência de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado, ou de decisão definitiva em
processo administrativo disciplinar.
§ 2o Sem prejuízo do que preveem as legislações penal e relativa à punição de atos de improbidade
administrativa no serviço público, será causa da perda do mandato a inobservância, por qualquer
um dos dirigentes da ANA, dos deveres e proibições inerentes ao cargo que ocupa.
§ 3o Para os fins do disposto no § 2o, cabe ao Ministro de Estado do Meio Ambiente instaurar o
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão especial, competindo ao
Presidente da República determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o
julgamento.
Art. 11. Aos dirigentes da ANA é vedado o exercício de qualquer outra atividade profissional,
empresarial, sindical ou de direção político-partidária.
§ 1o É vedado aos dirigentes da ANA, conforme dispuser o seu regimento interno, ter interesse
direto ou indireto em empresa relacionada com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.
§ 2o A vedação de que trata o caput não se aplica aos casos de atividades profissionais decorrentes
de vínculos contratuais mantidos com entidades públicas ou privadas de ensino e pesquisa.
Art. 12. Compete à Diretoria Colegiada:
I - exercer a administração da ANA;
II - editar normas sobre matérias de competência da ANA;
III - aprovar o regimento interno da ANA, a organização, a estrutura e o âmbito decisório de cada
diretoria;
IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas ao Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;
V - examinar e decidir sobre pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de domínio
da União;
VI - elaborar e divulgar relatórios sobre as atividades da ANA;
VII - encaminhar os demonstrativos contábeis da ANA aos órgãos competentes;
VIII - decidir pela venda, cessão ou aluguel de bens integrantes do patrimônio da ANA; e
IX - conhecer e julgar pedidos de reconsideração de decisões de componentes da Diretoria da
ANA.

245
§ 1o A Diretoria deliberará por maioria simples de votos, e se reunirá com a presença de, pelo
menos, três diretores, entre eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal.
§ 2o As decisões relacionadas com as competências institucionais da ANA, previstas no art. 3o,
serão tomadas de forma colegiada.
Art. 13. Compete ao Diretor-Presidente:
I – exercer a representação legal da ANA;
II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada;
III - cumprir e fazer cumprir as decisões da Diretoria Colegiada;
IV - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada as questões de urgência;
V - decidir, em caso de empate, nas deliberações da Diretoria Colegiada;
VI - nomear e exonerar servidores, provendo os cargos em comissão e as funções de confiança;
VII – admitir, requisitar e demitir servidores, preenchendo os empregos públicos;
VIII - encaminhar ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos os relatórios elaborados pela
Diretoria Colegiada e demais assuntos de competência daquele Conselho;
IX - assinar contratos e convênios e ordenar despesas; e
X - exercer o poder disciplinar, nos termos da legislação em vigor.
Art. 14. Compete à Procuradoria da ANA, que se vincula à Advocacia-Geral da União para fins de
orientação normativa e supervisão técnica:
I - representar judicialmente a ANA, com prerrogativas processuais de Fazenda Pública;
II - representar judicialmente os ocupantes de cargos e de funções de direção, inclusive após a
cessação do respectivo exercício, com referência a atos praticados em decorrência de suas
atribuições legais ou institucionais, adotando, inclusive, as medidas judiciais cabíveis, em nome e
em defesa dos representados;
III - apurar a liquidez e certeza de créditos, de qualquer natureza, inerentes às atividades da ANA,
inscrevendo-os em dívida ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial; e
IV - executar as atividades de consultoria e de assessoramento jurídicos.
Art. 15. (VETADO)
CAPÍTULO IV
Dos Servidores da ANA
Art. 16. A ANA constituirá, no prazo de trinta e seis meses a contar da data de publicação desta
Lei, o seu quadro próprio de pessoal, por meio da realização de concurso público de provas, ou de
provas e títulos, ou da redistribuição de servidores de órgãos e entidades da administração federal
direta, autárquica ou fundacional.
Art. 18-A - Ficam criados, para exercício exclusivo na ANA: (Vide Medida Provisória nº
2.049-23, de 2000) (Incluído pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

246
I - cinco Cargos Comissionados de Direção - CD, sendo: um CD I e quatro CD II; (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
II - cinquenta e dois Cargos de Gerência Executiva - CGE, sendo: cinco CGE I, treze CGE II, trinta
e três CGE III e um CGE IV; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
III - doze Cargos Comissionados de Assessoria - CA, sendo: quatro CA I; quatro CA II e quatro
CA III; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
IV - onze Cargos Comissionados de Assistência - CAS I; (Incluído pela Medida Provisória nº
2.216-37, de 2001)
V - vinte e sete Cargos Comissionados Técnicos - CCT V. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.216-37, de 2001)
Parágrafo único. Aplicam-se aos cargos de que trata este artigo as disposições da Lei no 9.986, de
18 de julho de 2000. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

CAPÍTULO V
Do Patrimônio e das Receitas
Art. 19. Constituem patrimônio da ANA os bens e direitos de sua propriedade, os que lhe forem
conferidos ou que venha a adquirir ou incorporar.
Art. 20. Constituem receitas da ANA:
I - os recursos que lhe forem transferidos em decorrência de dotações consignadas no Orçamento-
Geral da União, créditos especiais, créditos adicionais e transferências e repasses que lhe forem
conferidos;
II - os recursos decorrentes da cobrança pelo uso de água de corpos hídricos de domínio da União,
respeitando-se as formas e os limites de aplicação previstos no art. 22 da Lei no 9.433, de 1997;
III - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades,
organismos ou empresas nacionais ou internacionais;
IV - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados;
V - o produto da venda de publicações, material técnico, dados e informações, inclusive para fins
de licitação pública, de emolumentos administrativos e de taxas de inscrições em concursos;
VI - retribuição por serviços de quaisquer natureza prestados a terceiros;
VII - o produto resultante da arrecadação de multas aplicadas em decorrência de ações de
fiscalização de que tratam os arts. 49 e 50 da Lei n° 9.433, de 1997;
VIII - os valores apurados com a venda ou aluguel de bens móveis e imóveis de sua propriedade;
IX - o produto da alienação de bens, objetos e instrumentos utilizados para a prática de infrações,
assim como do patrimônio dos infratores, apreendidos em decorrência do exercício do poder de
polícia e incorporados ao patrimônio da autarquia, nos termos de decisão judicial; e

247
X – os recursos decorrentes da cobrança de emolumentos administrativos.
Art. 21. As receitas provenientes da cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União
serão mantidas à disposição da ANA, na Conta Única do Tesouro Nacional, enquanto não forem
destinadas para as respectivas programações.
§ 1o A ANA manterá registros que permitam correlacionar as receitas com as bacias hidrográficas
em que foram geradas, com o objetivo de cumprir o estabelecido no art. 22 da Lei no 9.433, de
1997.
§ 2o As disponibilidades de que trata o caput deste artigo poderão ser mantidas em aplicações
financeiras, na forma regulamentada pelo Ministério da Fazenda.
§ 3o (VETADO)
§ 4o As prioridades de aplicação de recursos a que se refere o caput do art. 22 da Lei no 9.433, de
1997, serão definidas pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em articulação com os
respectivos comitês de bacia hidrográfica.

CAPÍTULO VI
Disposições Finais e Transitórias
Art. 22. Na primeira gestão da ANA, um diretor terá mandato de três anos, dois diretores terão
mandatos de quatro anos e dois diretores terão mandatos de cinco anos, para implementar o sistema
de mandatos não coincidentes.
Art. 23. Fica o Poder Executivo autorizado a:
I - transferir para a ANA o acervo técnico e patrimonial, direitos e receitas do Ministério do Meio
Ambiente e de seus órgãos, necessários ao funcionamento da autarquia;
II - remanejar, transferir ou utilizar os saldos orçamentários do Ministério do Meio Ambiente para
atender às despesas de estruturação e manutenção da ANA, utilizando, como recursos, as dotações
orçamentárias destinadas às atividades fins e administrativas, observados os mesmos subprojetos,
subatividades e grupos de despesas previstos na Lei Orçamentária em vigor.
Art. 24. A Consultoria Jurídica do Ministério do Meio Ambiente e a Advocacia-Geral da União
prestarão à ANA, no âmbito de suas competências, a assistência jurídica necessária, até que seja
provido o cargo de Procurador da autarquia.
Art. 25. O Poder Executivo implementará a descentralização das atividades de operação e
manutenção de reservatórios, canais e adutoras de domínio da União, excetuada a infra-estrutura
componente do Sistema Interligado Brasileiro, operado pelo Operador Nacional do Sistema
Elétrico - ONS.
Parágrafo único. Caberá à ANA a coordenação e a supervisão do processo de descentralização de
que trata este artigo.

248
Art. 26. O Poder Executivo, no prazo de noventa dias, contado a partir da data de publicação desta
Lei, por meio de decreto do Presidente da República, estabelecerá a estrutura regimental da ANA,
determinando sua instalação.
Parágrafo único. O decreto a que se refere o caput estabelecerá regras de caráter transitório, para
vigorarem na fase de implementação das atividades da ANA, por prazo não inferior a doze e nem
superior a vinte e quatro meses, regulando a emissão temporária, pela ANEEL, das declarações de
reserva de disponibilidade hídrica de que trata o art. 7o.
Art. 27. A ANA promoverá a realização de concurso público para preenchimento das vagas
existentes no seu quadro de pessoal.
Art. 28. O art. 17 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 17. A compensação financeira pela utilização de recursos hídricos de que trata a Lei n o 7.990,
de 28 de dezembro de 1989, será de seis inteiros e setenta e cinco centésimos por cento sobre o
valor da energia elétrica produzida, a ser paga por titular de concessão ou autorização para
exploração de potencial hidráulico aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios em cujos
territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia elétrica, ou que tenham áreas
invadidas por águas dos respectivos reservatórios, e a órgãos da administração direta da União."
(NR)
"§ 1o Da compensação financeira de que trata o caput:" (AC)*
"I – seis por cento do valor da energia produzida serão distribuídos entre os Estados, Municípios e
órgãos da administração direta da União, nos termos do art. 1o da Lei no 8.001, de 13 de março de
1990, com a redação dada por esta Lei;" (AC)
"II – setenta e cinco centésimos por cento do valor da energia produzida serão destinados ao
Ministério do Meio Ambiente, para aplicação na implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, nos termos do art. 22 da
Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do disposto nesta Lei." (AC)
"§ 2o A parcela a que se refere o inciso II do § 1o constitui pagamento pelo uso de recursos hídricos
e será aplicada nos termos do art. 22 da Lei no 9.433, de 1997." (AC)
Art. 29. O art. 1o da Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, com a redação dada pela Lei no 9.433,
de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1o A distribuição mensal da compensação financeira de que trata o inciso I do § 1o do art. 17
da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, com a redação alterada por esta Lei, será feita da seguinte
forma:" (NR)
"I – quarenta e cinco por cento aos Estados;"
"II - quarenta e cinco por cento aos Municípios;"
"III – quatro inteiros e quatro décimos por cento ao Ministério do Meio Ambiente;" (NR)

249
"IV – três inteiros e seis décimos por cento ao Ministério de Minas e Energia;" (NR)
"V – dois por cento ao Ministério da Ciência e Tecnologia."
"§ 1o Na distribuição da compensação financeira, o Distrito Federal receberá o montante
correspondente às parcelas de Estado e de Município."
"§ 2o Nas usinas hidrelétricas beneficiadas por reservatórios de montante, o acréscimo de energia
por eles propiciado será considerado como geração associada a estes reservatórios regularizadores,
competindo à ANEEL efetuar a avaliação correspondente para determinar a proporção da
compensação financeira devida aos Estados, Distrito Federal e Municípios afetados por esses
reservatórios." (NR)
"§ 3o A Usina de Itaipu distribuirá, mensalmente, respeitados os percentuais definidos no caput
deste artigo, sem prejuízo das parcelas devidas aos órgãos da administração direta da União, aos
Estados e aos Municípios por ela diretamente afetados, oitenta e cinco por cento dos royalties
devidos por Itaipu Binacional ao Brasil, previstos no Anexo C, item III do Tratado de Itaipu,
assinado em 26 de março de 1973, entre a República Federativa do Brasil e a República do
Paraguai, bem como nos documentos interpretativos subseqüentes, e quinze por cento aos Estados e
Municípios afetados por reservatórios a montante da Usina de Itaipu, que contribuem para o
incremento de energia nela produzida." (NR)
"§ 4o A cota destinada ao Ministério do Meio Ambiente será empregada na implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos e na gestão da rede hidrometeorológica nacional." (NR)
"§ 5o Revogado."
Art. 30. O art. 33 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:"
"I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;"
"I-A. – a Agência Nacional de Águas;" (AC)
"II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;"
"III – os Comitês de Bacia Hidrográfica;"
"IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;" (NR)
"V – as Agências de Água."
Art. 31. O inciso IX do art. 35 da Lei no 9.433, de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 35. .................................................................

.............................................................................."

250
"IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as
providências necessárias ao cumprimento de suas metas; " (NR)
"............................................................................"
Art. 32. O art. 46 da Lei no 9.433, de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos:"
"I – prestar apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos;"
"II – revogado;"
"III – instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos
Comitês de Bacia Hidrográfica;"
"IV – revogado;"
"V – elaborar seu programa de trabalho e respectiva proposta orçamentária anual e submetê-los à
aprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos."
Art. 33. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL


Edward Joaquim Amadeo Swaelen
Marcus Vinicius Pratini de Moraes
Rodolpho Tourinho Neto
Martus Tavares
José Sarney Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.7.2000*

251
LEI Nº 12.334, DE 20 DE SETEMBRO DE 2010

Estabelece a Política Nacional de Segurança de


Barragens destinadas à acumulação de água para
quaisquer usos, à disposição final ou temporária de
rejeitos e à acumulação de resíduos industriais, cria o
Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de
Barragens e altera a redação do art. 35 da Lei nº 9.433,
de 8 de janeiro de 1997, e do art. 4º da Lei nº 9.984, de
17 de julho de 2000.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e cria o Sistema
Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB).
Parágrafo único. Esta Lei aplica-se a barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer
usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais que
apresentem pelo menos uma das seguintes características:
I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15m
(quinze metros);
II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m³ (três milhões de metros cúbicos);
III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas técnicas aplicáveis;
IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos econômicos, sociais,
ambientais ou de perda de vidas humanas, conforme definido no art. 6o.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, são estabelecidas as seguintes definições:
I - barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de
contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos,
compreendendo o barramento e as estruturas associadas;
II - reservatório: acumulação não natural de água, de substâncias líquidas ou de mistura de líquidos
e sólidos;
III - segurança de barragem: condição que vise a manter a sua integridade estrutural e operacional e
a preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente;
IV - empreendedor: agente privado ou governamental com direito real sobre as terras onde se
localizam a barragem e o reservatório ou que explore a barragem para benefício próprio ou da
coletividade;
V - órgão fiscalizador: autoridade do poder público responsável pelas ações de fiscalização da
segurança da barragem de sua competência;

252
VI - gestão de risco: ações de caráter normativo, bem como aplicação de medidas para prevenção,
controle e mitigação de riscos;
VII - dano potencial associado à barragem: dano que pode ocorrer devido a rompimento,
vazamento, infiltração no solo ou mau funcionamento de uma barragem.

CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 3º São objetivos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):
I - garantir a observância de padrões de segurança de barragens de maneira a reduzir a possibilidade
de acidente e suas consequências;
II - regulamentar as ações de segurança a serem adotadas nas fases de planejamento, projeto,
construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros de
barragens em todo o território nacional;
III - promover o monitoramento e o acompanhamento das ações de segurança empregadas pelos
responsáveis por barragens;
IV - criar condições para que se amplie o universo de controle de barragens pelo poder público, com
base na fiscalização, orientação e correção das ações de segurança;
V - coligir informações que subsidiem o gerenciamento da segurança de barragens pelos governos;
VI - estabelecer conformidades de natureza técnica que permitam a avaliação da adequação aos
parâmetros estabelecidos pelo poder público;
VII - fomentar a cultura de segurança de barragens e gestão de riscos.

CAPÍTULO III
DOS FUNDAMENTOS E DA FISCALIZAÇÃO
Art. 4º São fundamentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):
I - a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto,
construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros;
II - a população deve ser informada e estimulada a participar, direta ou indiretamente, das ações
preventivas e emergenciais;
III - o empreendedor é o responsável legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o
desenvolvimento de ações para garanti-la;
IV - a promoção de mecanismos de participação e controle social;
V - a segurança de uma barragem influi diretamente na sua sustentabilidade e no alcance de seus
potenciais efeitos sociais e ambientais.

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Art. 5º A fiscalização da segurança de barragens caberá, sem prejuízo das ações fiscalizatórias dos
órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama):
I - à entidade que outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, observado o domínio do corpo
hídrico, quando o objeto for de acumulação de água, exceto para fins de aproveitamento
hidrelétrico;
II - à entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidráulico, quando se tratar de uso
preponderante para fins de geração hidrelétrica;
III - à entidade outorgante de direitos minerários para fins de disposição final ou temporária de
rejeitos;
IV - à entidade que forneceu a licença ambiental de instalação e operação para fins de disposição de
resíduos industriais.
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
Art. 6º São instrumentos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB):
I - o sistema de classificação de barragens por categoria de risco e por dano potencial associado;
II - o Plano de Segurança de Barragem;
III - o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);
IV - o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (Sinima);
V - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
VI - o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
Recursos Ambientais;
VII - o Relatório de Segurança de Barragens.

SEÇÃO I
DA CLASSIFICAÇÃO
Art. 7º As barragens serão classificadas pelos agentes fiscalizadores, por categoria de risco, por
dano potencial associado e pelo seu volume, com base em critérios gerais estabelecidos pelo
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).
§ 1º A classificação por categoria de risco em alto, médio ou baixo será feita em função das
características técnicas, do estado de conservação do empreendimento e do atendimento ao Plano de
Segurança da Barragem.
§ 2º A classificação por categoria de dano potencial associado à barragem em alto, médio ou baixo
será feita em função do potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e
ambientais decorrentes da ruptura da barragem.

254
SEÇÃO II
DO PLANO DE SEGURANÇA DA BARRAGEM
Art. 8º O Plano de Segurança da Barragem deve compreender, no mínimo, as seguintes
informações:
I - identificação do empreendedor;
II - dados técnicos referentes à implantação do empreendimento, inclusive, no caso de
empreendimentos construídos após a promulgação desta Lei, do projeto como construído, bem
como aqueles necessários para a operação e manutenção da barragem;
III - estrutura organizacional e qualificação técnica dos profissionais da equipe de segurança da
barragem;
IV - manuais de procedimentos dos roteiros de inspeções de segurança e de monitoramento e
relatórios de segurança da barragem;
V - regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem;
VI - indicação da área do entorno das instalações e seus respectivos acessos, a serem resguardados
de quaisquer usos ou ocupações permanentes, exceto aqueles indispensáveis à manutenção e à
operação da barragem;
VII - Plano de Ação de Emergência (PAE), quando exigido;
VIII - relatórios das inspeções de segurança;
IX - revisões periódicas de segurança.
§ 1º A periodicidade de atualização, a qualificação do responsável técnico, o conteúdo mínimo e o
nível de detalhamento dos planos de segurança deverão ser estabelecidos pelo órgão fiscalizador.
§ 2º As exigências indicadas nas inspeções periódicas de segurança da barragem deverão ser
contempladas nas atualizações do Plano de Segurança.
Art. 9º As inspeções de segurança regular e especial terão a sua periodicidade, a qualificação da
equipe responsável, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento definidos pelo órgão fiscalizador
em função da categoria de risco e do dano potencial associado à barragem.
§ 1º A inspeção de segurança regular será efetuada pela própria equipe de segurança da barragem,
devendo o relatório resultante estar disponível ao órgão fiscalizador e à sociedade civil.
§ 2º A inspeção de segurança especial será elaborada, conforme orientação do órgão fiscalizador,
por equipe multidisciplinar de especialistas, em função da categoria de risco e do dano potencial
associado à barragem, nas fases de construção, operação e desativação, devendo considerar as
alterações das condições a montante e a jusante da barragem.
§ 3º Os relatórios resultantes das inspeções de segurança devem indicar as ações a serem adotadas
pelo empreendedor para a manutenção da segurança da barragem.

255
Art. 10. Deverá ser realizada Revisão Periódica de Segurança de Barragem com o objetivo de
verificar o estado geral de segurança da barragem, considerando o atual estado da arte para os
critérios de projeto, a atualização dos dados hidrológicos e as alterações das condições a montante e
a jusante da barragem.
§ 1º A periodicidade, a qualificação técnica da equipe responsável, o conteúdo mínimo e o nível de
detalhamento da revisão periódica de segurança serão estabelecidos pelo órgão fiscalizador em
função da categoria de risco e do dano potencial associado à barragem.
§ 2º A Revisão Periódica de Segurança de Barragem deve indicar as ações a serem adotadas pelo
empreendedor para a manutenção da segurança da barragem, compreendendo, para tanto:
I - o exame de toda a documentação da barragem, em particular dos relatórios de inspeção;
II - o exame dos procedimentos de manutenção e operação adotados pelo empreendedor;
III - a análise comparativa do desempenho da barragem em relação às revisões efetuadas
anteriormente.
Art. 11. O órgão fiscalizador poderá determinar a elaboração de PAE em função da categoria de
risco e do dano potencial associado à barragem, devendo exigi-lo sempre para a barragem
classificada como de dano potencial associado alto.
Art. 12. O PAE estabelecerá as ações a serem executadas pelo empreendedor da barragem em caso
de situação de emergência, bem como identificará os agentes a serem notificados dessa ocorrência,
devendo contemplar, pelo menos:
I - identificação e análise das possíveis situações de emergência;
II - procedimentos para identificação e notificação de mau funcionamento ou de condições
potenciais de ruptura da barragem;
III - procedimentos preventivos e corretivos a serem adotados em situações de emergência, com
indicação do responsável pela ação;
IV - estratégia e meio de divulgação e alerta para as comunidades potencialmente afetadas em
situação de emergência.
Parágrafo único. O PAE deve estar disponível no empreendimento e nas prefeituras envolvidas, bem
como ser encaminhado às autoridades competentes e aos organismos de defesa civil.

SEÇÃO III
DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGENS
(SNISB)
Art. 13. É instituído o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB),
para registro informatizado das condições de segurança de barragens em todo o território nacional.

256
Parágrafo único. O SNISB compreenderá um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e
recuperação de suas informações, devendo contemplar barragens em construção, em operação e
desativadas.
Art. 14. São princípios básicos para o funcionamento do SNISB:
I - descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
II - coordenação unificada do sistema;
III - acesso a dados e informações garantido a toda a sociedade.

SEÇÃO IV
DA EDUCAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO
Art. 15. A PNSB deverá estabelecer programa de educação e de comunicação sobre segurança de
barragem, com o objetivo de conscientizar a sociedade da importância da segurança de barragens, o
qual contemplará as seguintes medidas:
I - apoio e promoção de ações descentralizadas para conscientização e desenvolvimento de
conhecimento sobre segurança de barragens;
II - elaboração de material didático;
III - manutenção de sistema de divulgação sobre a segurança das barragens sob sua jurisdição;
IV - promoção de parcerias com instituições de ensino, pesquisa e associações técnicas relacionadas
à engenharia de barragens e áreas afins;
V - disponibilização anual do Relatório de Segurança de Barragens.

CAPÍTULO V
DAS COMPETÊNCIAS
Art. 16. O órgão fiscalizador, no âmbito de suas atribuições legais, é obrigado a:
I - manter cadastro das barragens sob sua jurisdição, com identificação dos empreendedores, para
fins de incorporação ao SNISB;
II - exigir do empreendedor a anotação de responsabilidade técnica, por profissional habilitado pelo
Sistema Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) / Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), dos estudos, planos, projetos, construção,
fiscalização e demais relatórios citados nesta Lei;
III - exigir do empreendedor o cumprimento das recomendações contidas nos relatórios de inspeção
e revisão periódica de segurança;
IV - articular-se com outros órgãos envolvidos com a implantação e a operação de barragens no
âmbito da bacia hidrográfica;

257
V - exigir do empreendedor o cadastramento e a atualização das informações relativas à barragem
no SNISB.
§ 1º O órgão fiscalizador deverá informar imediatamente à Agência Nacional de Águas (ANA) e
ao Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) qualquer não conformidade que implique risco
imediato à segurança ou qualquer acidente ocorrido nas barragens sob sua jurisdição.
§ 2º O órgão fiscalizador deverá implantar o cadastro das barragens a que alude o inciso I no prazo
máximo de 2 (dois) anos, a partir da data de publicação desta Lei.
Art. 17. O empreendedor da barragem obriga-se a:
I - prover os recursos necessários à garantia da segurança da barragem;
II - providenciar, para novos empreendimentos, a elaboração do projeto final como construído;
III - organizar e manter em bom estado de conservação as informações e a documentação referentes
ao projeto, à construção, à operação, à manutenção, à segurança e, quando couber, à desativação da
barragem;
IV - informar ao respectivo órgão fiscalizador qualquer alteração que possa acarretar redução da
capacidade de descarga da barragem ou que possa comprometer a sua segurança;
V - manter serviço especializado em segurança de barragem, conforme estabelecido no Plano de
Segurança da Barragem;
VI - permitir o acesso irrestrito do órgão fiscalizador e dos órgãos integrantes do Sindec ao local da
barragem e à sua documentação de segurança;
VII - providenciar a elaboração e a atualização do Plano de Segurança da Barragem, observadas as
recomendações das inspeções e as revisões periódicas de segurança;
VIII - realizar as inspeções de segurança previstas no art. 9o desta Lei;
IX - elaborar as revisões periódicas de segurança;
X - elaborar o PAE, quando exigido;
XI - manter registros dos níveis dos reservatórios, com a respectiva correspondência em volume
armazenado, bem como das características químicas e físicas do fluido armazenado, conforme
estabelecido pelo órgão fiscalizador;
XII - manter registros dos níveis de contaminação do solo e do lençol freático na área de influência
do reservatório, conforme estabelecido pelo órgão fiscalizador;
XIII - cadastrar e manter atualizadas as informações relativas à barragem no SNISB.
Parágrafo único. Para reservatórios de aproveitamento hidrelétrico, a alteração de que trata o inciso
IV também deverá ser informada ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

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Art. 18. A barragem que não atender aos requisitos de segurança nos termos da legislação pertinente
deverá ser recuperada ou desativada pelo seu empreendedor, que deverá comunicar ao órgão
fiscalizador as providências adotadas.
§ 1º A recuperação ou a desativação da barragem deverá ser objeto de projeto específico.
§ 2º Na eventualidade de omissão ou inação do empreendedor, o órgão fiscalizador poderá tomar
medidas com vistas à minimização de riscos e de danos potenciais associados à segurança da
barragem, devendo os custos dessa ação ser ressarcidos pelo empreendedor.
Art. 19. Os empreendedores de barragens enquadradas no parágrafo único do art. 1 o terão prazo de 2
(dois) anos, contado a partir da publicação desta Lei, para submeter à aprovação dos órgãos
fiscalizadores o relatório especificando as ações e o cronograma para a implantação do Plano de
Segurança da Barragem.
Parágrafo único. Após o recebimento do relatório de que trata o caput, os órgãos fiscalizadores
terão prazo de até 1 (um) ano para se pronunciarem.
Art. 20. O art. 35 da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, passa a vigorar acrescido dos seguintes
incisos XI, XII e XIII:
“Art. 35. .......................................................................
.............................................................................................
XI - zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB);
XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação
do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);
XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário, recomendações para
melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional.” (NR)
Art. 21. O caput do art. 4º da Lei no 9.984, de 17 de julho de 2000, passa a vigorar acrescido dos
seguintes incisos XX, XXI e XXII:
“Art. 4º .........................................................................
.............................................................................................
XX - organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens
(SNISB);
XXI - promover a articulação entre os órgãos fiscalizadores de barragens;
XXII - coordenar a elaboração do Relatório de Segurança de Barragens e encaminhá-lo,
anualmente, ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), de forma consolidada.
...................................................................................” (NR)
Art. 22. O descumprimento dos dispositivos desta Lei sujeita os infratores às penalidades
estabelecidas na legislação pertinente.
Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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Brasília, 20 de setembro de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Mauro Barbosa da Silva
Márcio Pereira Zimmermann
José Machado
João Reis Santana Filho

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.9.2010

260
LINKS ÚTEIS
Os links abaixo têm por objetivo complementar a pesquisa básica sobre recursos hídricos de
modo geral que possam ser de interesse aos leitores:

ESTADUAIS:
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo: https://www.ambiente.sp.gov.br/
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo: https://cetesb.sp.gov.br/
Instituto Geológico: http://igeologico.sp.gov.br/

Centro de Vigilância Sanitária: http://www.cvs.saude.sp.gov.br/

FEDERAIS:
SINGREH – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:
http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/sistema-nacional-de-gerenciamento-de-recursos-
hidricos.html
ANA – Agência Nacional de Águas: http://www.ana.gov.br/
SNIRH – Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos: http://www.snirh.gov.br/

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