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A seguir serão apresentadas as hipóteses em que a vontade se manifesta com algum vício que
torne o negócio jurídico anulável, são 6 os defeitos:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
Vícios do Consentimento: Todos os defeitos, exceto a fraude contra credores. Assim são
chamados pois provocam uma manifestação de vontade não correspondente ao verdadeiro
querer do agente, criando assim uma divergência entre a vontade manifestada e a real
intenção.
Vício Social: A fraude contra credores não conduz um descompasso entre o querer do agente e
sua declaração, mas é exercida com a intenção de prejudicar terceiros, sendo considerada um
vício social.
1. ERRO
Falsa representação da realidade
O agente engana-se sozinho
Erro Substancial:
Erro Escusável:
Escusável é o erro justificável, contrário ao erro grosseiro. Adotando-se a idéia que um homem de
capacidade média teria a mesma percepção, estando fadada ao erro. Ou seja, qualquer pessoa, na
situação em que se encontrava o agente, incidiria em erro
Cognoscível consiste no conhecimento em si, ou seja, a coisa que é passível de ser conhecida pelo sujeito cognoscente.
Erro Real:
Erro Acidental: É o que se opõe ao substancial e real, pois refere-se a circunstâncias de menos
importância e que não acarretam em prejuízo efetivo. Está relacionada com qualidades
secundárias do objeto ou da pessoa. Se conhecida a realidade, mesmo assim o negócio jurídico
seria realizado.
Tipos de Dolo
a. Dolo principal – É a causa do negócio. Somente é realizado o negócio pois houve induzimento
malicioso de uma das partes. Vicia o negócio jurídico.
b. Dolo acidental – Quando o negócio ainda sim seria realizado, embora por outro modo. Não
vicia o negócio, somente é requerido a satisfação das perdas e danos.
c. Dolus Bonus - Tolerável em comércio em geral, destituído de gravidade suficiente para viciar
a vontade. Exagero no gabar das virtudes de uma coisa dada a venda.
d. Dolus Malus – Revestido de gravidade, propósito de ludibriar e de prejudicar. Acarreta a
anulação do negócio ou a obrigação de satisfazer perdas e danos.
e. Dolo Positivo ou Comissivo - Pode ser considerado ao revelar-se em ações maliciosas e
intencionais visando prejudicar a outra parte em detrimento de seu próprio benefício
f. Dolo Negativo ou Omissivo – Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de
uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa,
provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
g. Dolo unilateral – É o mais comum, quando apenas uma das partes do negócio jurídico age
com dolo.
h. Dolo Bilateral – Quando ambas as partes agem com dolo, nenhuma delas podem reclamar em
juízo pois ambos agiram de má-fé, ninguém pode se valer da própria torpeza.
Dolo do outro contratante e Dolo de terceiro – O dolo de terceiro somente levará a anulação se
a parte que se aproveita dele tivesse ou devesse ter conhecimento.
"Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse
ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas
e danos da parte a quem ludibriou".
i. Dolo da própria parte e Dolo do representante - Se o representante induz em erro a outra
parte através de dolo, será anulável o negócio. Caso seja dolo acidental, responderá pelas
perdas e danos.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente
até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado
responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Representante legal: Só obriga o representado a responder até a importância do proveito que teve.
Representante convencional: Responderá solidariamente com ele por perdas e danos e por ter escolhido mal
o mandatário.
j. Dolo de aproveitamento – Quando alguém se aproveita da situação de necessidade ou da
inexperiência de outro contratante para obter lucro exagerado, desproporcional à natureza do
negócio.
COAÇÃO
É toda ameaça ou pressão exercida sobre um individuo para forçá-lo, contra sua
vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio.
Tipos de coação
a. Absoluta
Exercida mediante o emprego de força física.
Inocorre qualquer manifestação da vontade e, por isso o negócio é inexistente.
b. Relativa ou Moral
O coator faz grave ameaça a vítima, deixando-lhe uma opção: Praticar o ato
exigido ou correr o risco de sofrer as conseqüências da ameaça.
Trata-se de uma coação psicológica, tornando o negócio anulável.
Requisitos da coação:
a. Deve ser a causa determinante do negócio
b. Deve ser grave, incutir na vítima um grande temor.
c. Deve-se levar em conta as condições pessoais da vítima ao apreciar a
gravidade da ameaça
d. Deve ser injusta, contrária ao direito.
e. A ameaça deve ser de causar dano atual ou iminente.
f. Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima ou a
pessoa de sua família. Se a coação disser a respeito a pessoa não
pertencente à família di paciente, o juiz decidirá se houve coação.
ESTADO DE PERIGO
Não será anulado caso a obrigação assumida não seja excessivamente onerosa