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O apóstolo Paulo ensina sobre a fé

como um dos elementos básicos da doutrina


cristã no processo da salvação,
e que precisa ser conservada diante de quaisquer
dificuldades que surjam.
 
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo,
pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele
 que nele crê; primeiro do judeu, e também do grego”.

                                                         Romanos 1: 16

Tendo conhecimento das falsas doutrinas pregadas


por aqueles que se faziam de cristãos, ou achavam que
eram os melhores e os mais sinceros dentre os crentes
(1Timóteo 1: 3, 4 e 7), como acontece hoje, o apóstolo
Paulo escreveu a Timóteo, seu filho na fé, cartas, para
instruí-lo e encorajá-lo quanto aos assuntos práticos como
a adoração pública, as qualificações dos oficiais da igreja, e
a confrontação do ensino falso na importante igreja de
Éfeso, 1Timóteo 1: 18.

Como herdeiro de uma fé não fingida, isto é, sua


experiência de conversão não se assemelhava ao papel de
um ator que precisa fingir para se apresentar (sentido
original da palavra empregada nesses versos) seu
testemunho não tinha qualquer mácula de hipocrisia.
Isso  tornara a vida cristã desse jovem pastor pura e
genuína. E, em meio aos falsos ensinos, Paulo recomenda-
lhe para permanecer naquilo que aprendeu, 2Tm 3: 14.

No contexto geral de suas cartas a Timóteo, Paulo


está falando sobre a fé como um dos elementos básicos da
doutrina cristã no processo da salvação, e que precisa ser
conservada diante das dificuldades surgidas (1Tm 1: 19).
Sua ênfase é a necessidade de uma conduta cristã sem
demagogia, uma vida cristã ilibada, comprometida com
Deus, prática, autêntica e fiel aos princípios da Bíblia
Sagrada. E é exatamente isso que é preciso para que o
cristianismo pregado sobreviva.

Talvez seria importante que o leitor pensasse


seriamente sobre isso e tentasse descobrir o que o
apóstolo está querendo dizer sobre a fé não fingida. Ou
quais seriam as lições de vida cristã que ele queria passar
à igreja de ontem e hoje. Para isso, gostaria de ajudá-lo e
convidá-lo para, juntos, analisarmos, pelo menos, três
marcas ou aspectos da fé não fingida. 

Presença de expectativa

Seria a esperança cristã fundada em supostos direitos,


probabilidades ou promessas bíblicas. Se existe algo que o
diabo tenta fazer a todo instante é apagar do coração do
cristão a esperança ou expectação de que fatos inexistentes
podem acontecer pela fé, Hb 11: 1.

A igreja primitiva viveu essa experiência. Seus


primeiros dias foram marcados por muita perseguição; os
crentes e pastores eram presos e martirizados. Tiago já
havia sido morto, à espada, e Pedro aguardava o momento
da morte na prisão (Atos 12: 1-25). Mas a igreja orava
incessantemente por ele a Deus, vv. 6 e 12. Enquanto a
igreja orava, O anjo de Deus visitou Pedro na prisão, e
disse: “Levanta-te depressa” (v. 7). Pedro é
milagrosamente solto e, em seguida, dirige-se à casa de
Maria, onde a igreja estava reunida (v. 12). Quando chegou
a casa, ele bateu à porta do pátio, e uma criada chamada
Rode saiu a atender, e vendo que era Pedro, não conteve a
alegria, e disse que Pedro estava à porta, Vv. 13 e 14.
Ninguém acreditou nesse fato, até o momento que viram-
no, e se espantaram com a realidade, vv. 15 e 16. Teriam
esses irmãos se esquecido de que estavam orando para
que Deus libertasse a Pedro da prisão, ou faltaram-lhes a
presença da expectativa cristã? 
Aprendemos com essa história que a vida cristã sem a
esperança seria o cristianismo sem objetivo, sem finalidade
ou sem rumo. Se você está orando por libertação, acredite
na libertação vinda de Deus; se você está orando por cura,
acredite na cura que Deus fará; se você está orando para
Deus abrir as portas, acredite na intervenção de Deus; se
você está orando por um avivamento, acredite no derramar
genuíno do Espírito Santo. É preciso fé nas promessas da
Bíblia Sagrada, especialmente naquelas que falam da volta
de Jesus. Alguém disse que precisamos viver o dia de hoje
como se Cristo voltasse amanhã. Ele é a nossa esperança –
MARANATA, Cl 1: 27. 

Uso da perspicácia 

Uma pessoa perspicaz é aquela que vê bem; que


observa de maneira penetrante ou cuidadosa; pessoa
dotada de agudez de espírito, cautelosa ou prudente, 1Jo
4: 1. Quando Jesus enviou os  discípulos para anunciarem o
reino de Deus entre os gentios e curarem os enfermos e os
leprosos, ressuscitarem os mortos e expulsarem os
demônios, recomendou-lhes perspicácia: “Eu vos envio
como ovelhas no meio de lobos: Portanto, sede prudentes
como as serpentes e simples como as pombas”, Mt 10:
16.  
Uma passagem que pode nos ajudar a compreender
melhor esse fato é a de Atos 17. Paulo e Silas pregavam na
cidade de Bereia (v. 10). As pessoas recebiam de bom
coração a palavra, de modo que muitos naqueles dias
acreditavam naquilo que ouviam (v. 12). Mas nem por isso
eles deixaram de ter o cuidado de conferir nas Escrituras se
o que estavam ouvindo e aprendendo era assim mesmo (v.
11). Ou seja, eles tiveram a prudência de examinar nas
Escrituras o que os pastores pregavam na sinagoga. Eram
pessoas de uma agudez de espírito muito profunda. Não é
incredulidade examinar o que se ouve ou que se lê.  
No sermão profético (Mateus 24), falando sobre os
acontecimentos dos últimos dias, Jesus também adverte
sobre os perigos que precederão à sua volta, e recomenda
essa virtude: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane”, v.
4. Jesus está dizendo que é preciso utilizar o filtro da
prudência, e manter-se firme nos princípios da Palavra de
Deus.

Ação da persuasão 
Em sua declaração de fé, o apóstolo Paulo deixa
evidente que ele era um cristão persuadido por Deus,
quando disse: “...eu sei em que quem tenho crido, e estou
certo (no original - persuadido ou convencido) de que ele é
poderoso para guardar o meu depósito até aquele
dia” (2Tm 1: 12). Ele sabia em quem havia depositado sua
crença, pois sua declaração era fruto de uma fé
experimental ou pessoal. Isso nos leva a relembrar sua
experiência de conversão na estrada de Damasco (Atos 9).
Uma vez convertido ou transformado por Deus, nunca mais
precisou passar pelo processo de conversão, ainda que
tenha ficado três anos no deserto da Arábia antes de fazer
missões (Gl 1: 17 e 18).
Um fato comum e natural na vida cristã são certos
problemas ou erros apresentados, que podem levar a fé
cristã a ficar debilitada (sem força). E, então, é nesse
momento que o cristão poderá questionar e duvidar daquilo
que Cristo fez por ele no ato da conversão, ou até mesmo
questionar o perdão dos pecados que já foram confessados
e perdoados. Vale ressaltar que as circunstâncias adversas
surgidas neste mundo fazem parte de nosso estado mortal
e de nossa experiência humana. Não estamos isentos nem
mesmo do fracasso ao pecado, 1Co 10: 12. 

Na verdade, há crentes que nunca tiveram uma


experiência de conversão, e nem sabem por que estão na
igreja; aqueles que cantam e louvam ao Senhor, mas não
sabem por que cantam e nem para quem cantam; pessoas
que vivem dentro das igrejas e que nunca passaram pelo
processo da regeneração; vivem a vida cristã como se ela
terminasse aqui na terra. Leia o que Paulo fala sobre isso,
1Co 15: 19. Gente que não está persuadida de nada, nem
mesmo de que Jesus perdoou seus pecados. A esses, a
Bíblia ordena: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para
que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim
os tempos de refrigério pela presença do Senhor ”,  Atos 3:
19.

Conclusão

Em qualquer circunstância, eis o grande desafio à


igreja do Senhor: 

“De fato, a concorrência salta aos olhos. De todo lado


há alguém clamando: Eis aqui o Cristo, na minha igreja, na
minha denominação, no meu credo. Todavia, não perca
Jesus de vista! 

De fato, a apostasia é impressionante. Muitos dos


seus discípulos o abandonaram. Entram pela porta da
frente e saem pela porta dos fundos. Todavia, não perca
Jesus de vista! 

De fato, há muitos hipócritas dentro das igrejas. Eles


desfiguram o rosto para parecer que jejuam, dizem uma
coisa e fazem outra, mostram-se belos por fora e
escondem a sujeira interior. Todavia, não perca Jesus de
vista! 

De fato, as igrejas cristãs se transformaram em


empresas, em clube de serviço, em ponto de encontro, em
salão de festa, em restaurante, em lugar de fofoca.
Todavia, não perca Jesus de vista!

De fato, há pastores que negam a divindade de Jesus,


o nascimento virginal de Jesus, a morte expiatória de
Jesus, os milagres de Jesus e a ressurreição de Jesus.
Todavia, não perca Jesus de vista!

De fato, o diabo anda solto. Ele se transforma em


anjo de luz e engana a muitos. Ele ainda seduz, mente e
ruge como leão. Põe loucura no coração do homem e lhe
faz propostas absurdas. Todavia, não perca Jesus de vista!
Não perca Jesus de vista, porque ele é de fato o
Cristo, o Filho do Deus vivo Ele tem de fato toda autoridade
no céu e na terra; ele é a ressurreição e a vida; ele pode
abrir os sete selos e dar sequência a história; ele aparecerá
segunda vez em poder e glória e reinará por séculos que
tombam sobre séculos numa eterna sucessão” (Revista
Ultimato 235, pág. 3).

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