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Subsídio de férias e de Natal

É importante saber:
Os subsídios de férias e natal, tiveram por força da crise financeira,
um período de exceção (2013 a 2017) com os seus pagamentos a
poderem ser efetuados em duodécimos. Não obstante o retorno à
normalidade, continua a ser possível o seu pagamento em
duodécimos, desde que se respeite o disposto no artigo n.º 264 do
Código do Trabalho, ou seja o subsídio de férias deve ser pago
antes do início do período de gozo de férias e proporcionalmente
em caso de gozo interpolado das mesmas, ou de outra forma por
acordo (escrito) diferente entre o empregador e o trabalhador (nº4
do mesmo artigo).

1. - Férias e subsídio de férias


Segundo o Código do Trabalho em vigor (art.º 237.º, 238.º e 239.º
da LEI n.º 7/2009 (CT)), o trabalhador tem direito a um período de
férias retribuídas, que se reporta ao trabalho prestado no ano civil
anterior. Em cada ano, o trabalhador tem direito a 22 dias úteis de
férias que devem ser gozados até 30 de abril do ano seguinte.
O artigo n.º 264 do Código do Trabalho diz-nos que o trabalhador
em férias não só tem direito a receber a mesma quantia de
remuneração que receberia se estivesse em serviço efetivo, como
também tem direito a um subsídio de férias de valor igual ao seu
salário. Esse montante corresponde ao subsídio de férias, e está
sujeito a retenções para IRS e Segurança Social.
1.1. - O que acontece no ano de admissão?
No ano de admissão, o trabalhador tem direito a dois dias úteis de
férias por cada mês de duração do contrato, até 20 dias, cujo gozo
pode ter lugar após seis meses completos de execução do contrato.
Caso o ano civil termine antes deste período, as férias devem ser
gozadas até ao dia 30 de junho do ano seguinte (art.º 239.º da LEI
n.º 7/2009 (CT)).

• No ano da admissão apenas contam, para efeitos de férias,


os meses completos - 2 dias/mês completo - não havendo
lugar a contabilização de dias de férias proporcionais em caso
de mês incompleto de trabalho. Tal só acontece quando se
trata do ano de rescisão de contrato.

• Esta contabilização é independente do trabalhador ser


contratado no 1º ou no 2º semestre do ano civil.

No caso de o contrato de trabalho ser inferior a seis meses, o


funcionário tem direito a dois dias úteis de férias por cada mês (n.º
4 do art.º 239.º do CT). Ou seja, num contrato de três meses isso
seria equivalente a seis dias, que devem ser gozados antes da
cessação do contrato.

• No ano subsequente ao da contratação, "ganha" 22 dias de


férias que pode gozar a partir do dia/mês equivalente àquele
em que foi contratado.

• Nos anos seguintes, a cada 1 Janeiro, "ganha" 22 dias de


férias anuais que pode gozar até 30 Abril do ano seguinte.

• Os contratos de trabalho a termo certo, como por exemplo os


de 6 meses, têm validade individual (a alínea 5 do artigo
149.º do CT suporta esta afirmação: "Considera-se como
único contrato aquele que seja objecto de renovação."). Isto
significa que por cada contrato de 6 meses tem direito a 12
dias de férias a gozar imediatamente antes do término do
contrato, a não ser que haja acordo diferente com o
empregador.

1.2. - E quais os direitos quando há cessação do contrato?


Quando termina o contrato de trabalho com a empresa, o
trabalhador tem direito a receber a retribuição de férias e respetivo
subsídio correspondente a férias vencidas e não gozadas(n.º 6 do
art.º 239.º do CT).
Tem também direito aos proporcionais de férias vencidas no ano
em que cessa o vínculo com a empresa. Ou seja, o subsídio de
férias é proporcional ao tempo trabalhado e aos dias de férias que
o trabalhador já usou (art.º 245.º do CT).

• No ano da rescisão do contrato, o trabalhador tem direito a


(aproximadamente) 1,8 dias de férias e
respetivo/proporcional subsídio por cada mês completo de
trabalho, e proporcional em caso de mês incompleto, até um
máximo de 20 dias de férias anuais.

• Para efeitos de contabilização/pagamento de dias de férias


por despedimento, deve contabilizar-se o total de dias de
férias a que tem direito na duração total do contrato e
descontar o total de dias de férias que gozou ao longo do
contrato.

• Para efeitos de contabilização/pagamento de dias de férias


nos anos em que o trabalhador esteve de baixa ou, por
exemplo, licença sem retribuição, aplica-se a "regra" dos 2
dias de férias, igual ao ano da contratação.

1.3. - Cálculo e fórmulas do subsídio de férias:

• Calcule o salário hora;


• Calcule o valor diário do subsídio de férias;
• Multiplique pelos dias de férias a que tem direito.

Salário hora = (salário base / horas semanais) x (12 meses /


52 semanas)
Subsídio de férias = [salário hora x (horas semanais x 52 semana
/ 12 meses) / 22 dias úteis]
No primeiro ano de contrato, o trabalhador tem direito a 2 dias
úteis de férias por cada mês completo de duração do contrato, até
um máximo de 20 dias úteis.
Ou seja, o Subsídio de Férias = Remuneração base (22 dias)
Exemplo prático: Um trabalhador inicia seu contrato no dia 1 abril,
com um ordenado base de € 1.200,00, e uma carga semanal de 40
horas.

Salário hora = (€ 1200 / 40) x (12 / 52) = € 6,92


Subsídio de férias diário = [€ 6,92 x (40 x 52 / 12) / 22] = €
54,52
Subsídio de férias = € 54,52 x 18 dias = € 981,36
Naturalmente que completando um ano de trabalho receberia €
1.200,00.
1.4. - Posso pagar o subsídio de férias em duodécimos ou
depois do gozo das férias?
Sim, desde que tal resulte de acordo (escrito) entre as partes (EE-
Entidade Empregadora e ET-Entidade Trabalhadora), pois caso
contrário estará a violar a n.º 3 do art.º 264.º do Código do
Trabalho.

2. - Subsídio de Natal
O subsídio de Natal corresponde a uma retribuição adicional igual
ao valor de um mês de salário e deve ser pago até ao dia 15 de
dezembro de cada ano, diz o n.º 1 do art.º 263.º do Código do
Trabalho.
Da mesma forma que o subsídio de férias, o valor do subsídio de
Natal é proporcional ao tempo de serviço prestado no ano civil,
quando se trata do ano de admissão do trabalhador, do ano de
cessação do contrato de trabalho ou ainda em caso de suspensão
de contrato de trabalho por facto respeitante ao trabalhador.

2.1. - Cálculo e fórmula do subsídio de Natal:


Subsídio de Natal = Remuneração base x n.º de dias ao serviço
da empresa / 365
Ou seja, o Subsídio de Natal = Remuneração base (30 dias)
Exemplo prático: Um trabalhador inicia seu contrato no dia 1 de
outubro, com um ordenado base de € 850,00.
Nesse ano contam 92 dias de serviço.
Subsídio de Natal (ilíquido) = € 850 x 92 / 365 = € 214,25
2.2. - Posso pagar o subsídio de natal em duodécimos?
Sim, desde que o ultimo duodécimo seja pago antes do dia 15 de
dezembro, pois caso contrário estará a violar a n.º 1 do art.º 263.º
do Código do Trabalho.

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