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Física II

Aula 16: O oscilador harmônico: 3.4 - Movimento harmônico


simples e números complexos

Prof. Dr. Leandro Amador de Oliveira

Horário:

Quintas-Feiras e Sextas-Feiras

13:00 - 14:00

07/01/2022
Prof. Dr. Leandro Oliveira Física II 1 / 14
Conteúdo

1 3.4 - Movimento harmônico simples e números complexos

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3.4 - Movimento harmônico simples e números
complexos

• Podemos representar um número complexo como sendo

z = a + ib, (1)

em que a é sua parte real, representada por Re(z), b a parte


imaginária, representada por Im(z), e i é a chamada unidade
imaginária.
• A unidade imaginária i satisfaz a seguinte propriedade

i2 = −1, (2)

tal que √
i= −1. (3)

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• Podemos representar, geometricamente, um número complexo
usando um plano cartesiano, em que a coordenada x representa a
parte real a e a coordenada y representa a parte imaginária b, o
chamado plano de Argand-Gauss.

• A soma de números complexos é equivalente a soma de dois


vetores de modo que as componentes se somam.

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• Sejam z1 = a + ib e z2 = c + id, temos que

z1 + z2 = (a + ib) + (c + id) = (a + c) + i(b + d). (4)

• Chama-se complexo conjugado z ∗ , do número complexo


z = a + ib, o número

z ∗ = (a + ib)∗ = a − ib, (5)

cuja imagem é simétrica da de z em relação ao eixo real Ox.

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• Podemos escrever as seguintes propriedades dos números
complexos, a saber
1
z + z ∗ = (a + ib) + (a − ib) = 2a ∴ a = (z + z ∗ ) ,
2
1
Re(z) = (z + z ∗ ) . (6)
2
• Além disso, temos
1
z − z ∗ = (a + ib) − (a − ib) = 2ib ∴ b = (z − z ∗ ) ,
2i
1
Im(z) = (z − z ∗ ) . (7)
2i
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• O produto de dois números complexos define-se de tal forma que
valha a propriedade distributiva, a saber
z1 z2 = (a + ib)(c + id) = ac + ida + ibc + (ib)(id)
= ac + (ad + bc)i − bd = (ac − bd) + (ad + bc)i. (8)
• Ainda na perspectiva da interpretação geométrica de um número
complexo, podemos definir o módulo de um número complexo |z|
a partir de
|z|2 ≡ zz ∗ = (a + ib)(a − ib) = a2 + aib − aib + ib(−ib) = a2 + b2 ,
p
|z| = a2 + b2 . (9)
• Também podemos definir o quociente de dois números complexos
por meio da seguinte operação
(c + id) (c + id) (a − ib) ac + aid − cib + db
= =
(a + ib) (a + ib) (a − ib) a2 + b2
ac + db ad − cb
= 2 2
+i 2 . (10)
a +b a + b2
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A fórmula de Euler

• A função exponencial
f (x) = eλx (11)
é a solução da equação diferencial linear de 1ª ordem

df
= λ f (x), (12)
dx
que satisfaz a condição inicial

f (0) = 1. (13)

• Agora, considerando λ = i e f (x) uma função complexa, podemos


escrever
f (x) = eix = a(x) + ib(x). (14)

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• Podemos encontrar as funções a(x) e b(x) usando uma
representação da função exponencial eix , como uma série de
Taylor, em torno de x = 0, a saber

x2 x3 x4 x5
eix = 1 + ix − −i + +i + ... (15)
2 6 24 120
• Com isso, podemos escrever

x2 x3 x4 x5
1 + ix − −i + +i + ... = a(x) + ib(x). (16)
2 6 24 120
• Com isso, podemos tirar que

x2 x4
a(x) = 1 − + + ... (17)
2 24
e
x3 x5
b(x) = x − + + .... (18)
6 120
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• Basicamente, as expressões acima são as representações, em série
de Taylor, das funções seno e cosseno, a saber

x2 x4
cos(x) = 1 − + + ... (19)
2 24
e
x3 x5
sin(x) = x − + + .... (20)
6 120
• Com isso, tiramos que

a(x) = cos(x) (21)

e
b(x) = sin(x). (22)
• Por fim, podemos escrever a chamada fórmula de Euler como

eix = cos(x) + i sin(x). (23)

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• A fórmula de Euler satisfaz as seguintes propriedades

eix + e−ix = [cos(x) + i sin(x)] + [cos(x) − i sin(x)] = 2 cos(x),


1 ix
e + e−ix ,

cos(x) =
2
1 ix
Re(eix ) = e + e−ix .

(24)
2
eix − e−ix = [cos(x) + i sin(x)] − [cos(x) − i sin(x)] = 2i sin(x),
1 ix
e − e−ix ,

sin(x) =
2i
1 ix
Im(eix ) = e − e−ix .

(25)
2i

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• Sabemos que o número complexo z = x + iy pode ser interpretado
como um ponto no plano de coordenadas cartesianas (x, y).

• Se escrevermos o número complexo z em coordenadas polares


(r, θ), usando a transformação
x = r cos θ
e
y = r sin θ,
podemos obter
z = x + iy = r cos θ + ir sin θ = r (cos θ + i sin θ) = r eiθ , (26)
que é a forma trigonométrica do número complexo z.
• O módulo é p
r = |z| = x2 + y 2 (27)
e θ se chama argumento de z, dado por
θ = arg(z) = arctan(y/x). (28)
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Aplicação ao oscilador harmônico
• Consideremos a equação diferencial do MHS para uma função
complexa z(t)
d2 z
+ ω 2 z = 0. (29)
dt2
• Tratando-se de uma equação diferencial linear homogênea de
coeficientes constantes, procuremos uma solução da forma
z(t) = ept , (30)
onde p é uma constante, que pode ser complexa.
• Substituindo a equação acima na equação diferencial (29),
podemos encontrar
d2 pt
e + ω 2 ept = p2 ept + ω 2 ept = 0,
dt2
p
p2 + ω 2 = 0 ⇒ p = ± −ω 2 ∴ p = ±iω. (31)
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• Com isso, pode escrever a seguinte solução

z(t) = c1 eiωt + c2 e−iωt . (32)

• Usando a representação de fator de fase, podemos escrever

A iϕ A −iϕ
c1 = e e c2 = − e .
2i 2i
• Com isso, ficamos com

A iϕ iωt A −iϕ −iωt


z(t) =e e − e e ,
2i 2i
1 h i(ωt+ϕ) i
z(t) = A e − e−i(ωt+ϕ) ,
2i
z(t) = A sin (ωt + ϕ) . (33)

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