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Fissão Espontânea

2011-03-07

Como é que tal situação pode existir? Pensem num núcleo grande em
forma de gota. De acordo com o exposto no artigo comum de Walter Greiner e
Aurel Sandulescu “Novas Radioactividades” este núcleo em forma de gota
vibra até certo ponto ao absorver energia. Por causa das vibrações a gota pode
deformar-se em duas gotas menores ligadas por uma longa linha, tal como
duas bolas ligadas por um fio. Com o aumento da distância entre os extremos
desta estrutura diminui a barreira potencial. A gota mais pequena pode agora
penetrar a barreira potencial enquanto a energia do produto decaído (as gotas
mais pequenas) continue menor do que a energia do núcleo deformado.

A energia do núcleo é a combinação da energia necessária para manter


o núcleo coeso e a energia associada com a massa dos protões e neutrões de
acordo com a equação E=MC 2 onde E é a energia M a massa e C 2 é o
quadrado da velocidade da luz. A energia que une os nucleões varia entre 7
Mev para o Hélio-4 e 9 Mev para Ferro-56. Um núcleo de alta energia pode
então transformar-se espontaneamente em um núcleo de energia mais baixa
mas não pode fazer o contrário. Por consequência se o núcleo está a absorver
energia adicional, esta energia é transformada em rotação mais elevada do
núcleo e assim a possibilidade de fissão espontânea aumenta.

Para entender a mecânica de como um núcleo do tipo gota de água sob


condição de alta rotação pode atirar fora uma parte de si mesmo é necessário
considerar a organização dos protões e neutrões dentro do núcleo. Para nos
ajudar a entender vamos juntar ao modelo da gota de água o facto de que o
núcleo de átomos de elementos diferentes aparentemente consiste em campos
de força ocupados por um número específico de protões e neutrões muito da
mesma maneira como o campo de força que mantém os electrões ao redor do
núcleo. A ocupação desses campos de força por nucleões e electrões é
estritamente governada por certas leis de mecânica quântica, das quais a mais
importante é o conhecidíssimo Principio de exclusão de Pauli .

carlos ferreira

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