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CAMILA GAIDO GRIZZO

(NOTURNO)

EDUCAÇÃO ESPECIAL

PROF. RELMA UREL CARBONE CARNEIRO

ENSAIO

ARARAQUARA

2020
Elabore um texto relatando sua relação com pessoas com deficiência, desde a sua
infância até hoje, evidenciando suas percepções, emoções, sentimentos, “achismos”,
etc.

Desde o início do Ensino Fundamental, na EMEF que frequentei, estudei em uma


sala especial. Esta sala continha em sua composição estudantes com deficiência e outros
não. Nela estudaram sempre 3 estudantes surdos, a depender do ano entravam outros; todos
eles acompanhavam as aulas com ajuda de uma intérprete que traduzia a aula para Libras.
Estudavam nessa sala também outros estudantes que possuíam deficiência física,
eram duas meninas, uma delas sendo cadeirante por virtude de paralisia infantil e a
segunda com uma condição específica que não saberei tratar tecnicamente, mas, me lembro
de que ela tinha dificuldades ao andar, e, quando agravava sua condição ela precisava da
ajuda de andadores.
Também compunha a turma um menino com deficiência mental. Também não
saberia qualificar sua condição tecnicamente, isso porque éramos crianças e saber os
termos exatos não era uma exigência. Porém ele desenvolvia suas atividades sozinho, não
tinha diferenças significativas do restante dos estudantes, mas, vez ou outra demonstrava
dificuldades na socialização pois ficava distante e não prestava atenção nos assuntos.
Por ter passado 4 anos estudando com estes colegas e junto de outros que não
possuíam deficiências, penso que a naturalização dessa diferença foi sendo construída ao
ponto de compreendermos que éramos diferentes, porém, nada mudava substancialmente,
afinal essa diferença era normal como parte integrante da individualidade de cada
estudante. Apesar das demandas específicas de cada um, assim como o bairro, a classe
social, o gênero e a raça/etnia de cada um, éramos todas crianças, estudantes da mesma
escola e que diariamente compartilhavam a mesma sala, os mesmos professores, enfim. Ao
contrário da surpresa ou preconceito sempre houve uma convivência harmoniosa a respeito
da deficiência e das necessidades básicas dos estudantes.
Hoje em dia, tenho na família um priminho com deficiência física, uma vez que a
má oxigenação do seu cérebro durante o parto veio a afetar o seu desenvolvimento motor.
Ele não anda sem ajuda de andadores, suas mãos não possuem firmeza e sua fala é um
pouco arrastada. A família sempre deu todo o suporte necessário e na escolinha que
frequenta ele tem uma acompanhante (perdão, não sei o termo exato) para auxilia-lo.
Como citado anteriormente, a presença de pessoas com deficiência sempre foi
constante em minha vida e hoje é permanente. Entretanto, penso que sei muito pouco sobre
a condição destas pessoas. Por exemplo, sobre a legislação acerca da inclusão destes nos
mais diferentes espaços de socialização: na escola, nas áreas públicas, no mercado de
trabalho, etc. Quais são seus direitos? O que exatamente os estabelecimentos institucionais,
públicos, privados, etc. devem oferecer para incluir estas pessoas?
Este déficit de conhecimento acerca dos direitos das pessoas com deficiência é algo
que procuro sanar com esta disciplina, para não me alienar quanto às necessidades
fundamentais para se viver em sociedade de maneira ou pouco menos desigual desta
parcela da população e poder somar lado a lado na luta pela defesa de seus direitos.

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