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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E PATOLOGIA
DISCIPLINA: IMUNOLOGIA III
CURSO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BACHARELADO/LICENCIATURA
DOCENTE: CLÁUDIO BEZERRA
DISCENTE: TAÍS EDUARDA DA CONCEIÇÃO 20170010670

Prova de Reposição – 1º ESTÁGIO

1- A inflamação é um mecanismo inato de defesa contra patógenos.


Diversos componentes celulares e moleculares participam desta
resposta imune da ativação até a regulação do processo. A seguir
descreva detalhadamente como a inflamação elimina microrganismos
patogênicos (ex. bactérias) durante um período de até 24 horas. Obs.: O
texto deve conter os nomes das barreiras de defesa, de células e das
moléculas presentes durante a inflamação.

Resposta: Quando há uma infeccção ou lesão tecidual, tal fato se dá pela


inflamação que tem como finalidade a eliminação de microorganismos e a reparação
do dano. E aí, posso citar dois tipos de inflamação, que consiste em infecciosa e não
infecciosa. Na infecciosa, as bactérias adentram o tecido do infectado e logo são
reconhecidas por células imunológicas, a exemplo dos mastócitos e também dos
macrófagos. Já na não infecciosa, nesta é predominante o dano no tecido, como
arranhões, queimaduras, etc. A infecciosa é ocasionada por microrganismos, ou seja,
os que podem vir a ocasionar doenças. Tanto a infecciosa quanto a não infecciosa
apresentam a mesma sintomatologia; como edema, dor, vermelhidão entre outros
sinais característicos. Na inflamação infecciosa, as células imunológicas possuem
receptores que podem reconhecer moléculas encontradas exclusivamente nesses
microrganismos, logo, tal reconhecimento ocasiona uma ativação dessas células que,
por sua vez, liberam substâncias. Essas substâncias podem ser citocinas, que são
denominadas como proteínas sinalizadoras, importantíssimas para que outras células
ajam na destruição dos microrganismos. Uma desse conjunto de células do sistema
imune é conhecido como mastócitos. Estes têm como principal finalidade a liberação
de grânulos (histamina) que vão agir de forma dilatadora nos vasos sanguíneos
fazendo, nitidamente, que estes vasos tenham um aumento no seu diâmetro, e
consequentemente, levará a uma maior circulação sanguínea naquela região. O
grande volume de sangue tem como consequência a vermelhidão e uma temperatura
maior na região. A permeabilidade do vaso é aumentada também, devido ao grande
espaço que se encontra entre as células do endotélio, e assim, há a facilitação da
passagem do plasma para os tecidos. Já outro sinal característico da inflamação é o
Inchaço, conhecido também como edema, que ocorre em decorrência do acúmulo de
líquido na região atingida. As células nervosas podem ser sensibilizadas devido à
liberação de outras possíveis substâncias pelas células do sistema imune, portanto, há
a sensação de dor na região atingida, nos passando a ideia de que há algo de errado.
Os macrófagos podem agir com reforços de acordo com a quantidade de bactérias
que adentraram o tecido, liberando as citocinas. Essas proteínas sinalizadoras agem
como verdadeiros mensageiros nas células do endotélio covocando outras células,
como os neutrófilos, que circulam dentro do vaso. Quando esses neutrófilos captam a
mensagem, migram para o tecido através de diapedese, esta é direcionada pela
presença de um gradiente de substâncias quimiotáticas no sítio inflamatório. Uma vez
no tecido, eles são capazes de auxiliar os macrófagos a realizarem a fagocitose.
Quando há a eliminação desses microrganismos, os macrófagos realizam uma
limpeza e sinalizam à outras células de que agora, está tudo ok, ou seja, há um
equilíbrio novamente (homeostase.) Quando esse tipo de resposta não consegue surtir
efeito, precisa-se apelar para o sistema imune adaptativo, ou seja, os linfócitos, que
auxiliarão na reposta do combate contra esses microorganismos. O sistema
complemento inclui também várias proteínas plasmáticas que se tornam ativadas em
sequência por clivagem proteolítica para gerar fragmentos das proteínas C3 e C5, que
promovem inflamação, ou opsonizam e promovem a fagocitose de microrganismos. A
ativação do complemento também gera poros na membrana que exterminam alguns
tipos de bactérias.

2- Como a inflamação aguda poderia ser utilizada como terapia no


tratamento do câncer? Explique.
Resposta: A estimulação corporal induzida por patógenos resulta na ativação
do sistema imune, que não apenas combate as bactérias, mas também inibe o
crescimento do tumor. O papel do TNF-a (Fator de necrose tumoral), cuja
liberação é estimulada, entre outros, por um toxina bacteriana, LPS
(lipopolissacarídeo), foi comprovada que a inflamação aguda induzida é usada
no terapia do câncer escamoso da bexiga, por exemplo. Os pacientes
recebem uma vacina especial contra a tuberculose contendo uma cepa
Mycobacterium bovis atenuada (Mycobacterium bovis bacilo Calmette –
Guerin - BCG) diretamente para o bexiga. A reação imune induzida está
associada a secreção de citocinas, incluindo interleucina-1 (IL-1), IL-2, IL5, IL-
6, IL-8, IL-10, IL-12, IL-15, IL-18, TNF-a, GM-CSF e interferon (IFN) -c. A
condição inflamatória aguda é considerada um processo fisiológico e uma
resposta defensiva. Às vezes, referido como ‘‘inflamação terapêutica'', pode
mostrar efeitos anti-câncer. Contudo, deve-se lembrar que os patógenos
tentam evitar o sistema de defesa do hospedeiro, o que pode levar a uma
condição crônica que frequentemente acompanha a doença neoplásica. A
inflamação aguda é a escolhida no tratamento contra o câncer por ser uma
resposta rápida, ao contrário da crônica que é bem mais lenta e pode ser fatal
para o paciente.

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